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PSC2023A_ 1.3 Fatores de risco social

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Página inicial / Meus cursos / PSC2023A / 1 Coleta de informações, formas de levantamento e fatores de risco social
/ 1.3 Fatores de risco social
Planejamento em Saúde Coletiva - Turma 2023A
1.3 Fatores de risco social
Observe o conteúdo ou temas que estão compondo o que chamamos de risco social. Reflita sobre o porquê de essas questões serem consideradas
como sendo de risco social. Nem sempre foi assim, ou seja, nem sempre o conceito de saúde foi tão abrangente. Por isso, faremos um breve retorno
à história para citarmos momentos que serviram de marco para o novo conceito de saúde. Hoje, a preocupação com os níveis de saúde da população
passou a ser uma questão de interesse mundial, para entendermos a introdução desses temas, torna-se fundamental acompanhar os movimentos e
as discussões acerca das condições de vida dos seres humanos em todo o mundo.
Após a Segunda Guerra Mundial, surgiram, por todo o planeta, problemas sociais que afetavam diretamente a saúde dos seres humanos. Diante
desse quadro, essas questões passaram a ser amplamente discutidas pelas organizações não governamentais (ONGs) e governantes de vários
países, levando-os a se unirem na tentativa de minimizar esses problemas, surgindo, assim, a necessidade de organizarem conferências para tais
discussões.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, no final da década de 1940, que saúde é um estado completo de bem-estar físico, mental e social e
não a mera ausência de doença ou enfermidade, como afirmam BUSS e FILHO (2007) na citação a seguir:
"A definição de saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doença ou
enfermidade, inserida na Constituição da OMS no momento de sua fundação, em 1948, é uma clara expressão de uma concepção
bastante ampla da saúde, para além de um enfoque centrado na doença."
Em 1978, a OMS e o Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) organizaram a 1ª Conferência Internacional
Sobre Cuidados Primários à Saúde, no Cazaquistão, na cidade de Alma-Ata. Nessa conferência, foi elaborado um documento que reafirma a saúde
como direito de todos, lembrando que a saúde é uma das metas mais importantes para a melhoria social no mundo. Esse documento foi
denominado como Declaração de Alma-Ata e propõe a diminuição da desigualdade social e o fortalecimento da atenção básica.
Em novembro de 1986, ocorreu a Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde na cidade de Ottawa, no Canadá, que teve a
participação de cerca de 40 países, principalmente os mais industrializados. Nessa conferência, foi produzida a Carta de Ottawa (WHO, 1986), a qual
passou a ser referência para a organização dos serviços de saúde através da redefinição dos conceitos, princípios e formas de promoção de saúde,
distribuindo, de forma intersetorial, a responsabilidade pelas ações que dariam origem a essa nova definição de saúde. Tendo como pontos
imprescindíveis: paz, educação, habitação, alimentação, renda, ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social e equidade.
Logo após a Conferência em Ottawa, no ano de 1988, surge o Sistema Único de Saúde (SUS), no Brasil, através da nova Constituição Federal. A seguir,
um trecho dessa constituição, trazendo algumas definições e deveres do SUS, como as prioridades, responsabilidades financeiras e papel na
inserção do ACS.
"Seção II – Da Saúde
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao poder público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação,
fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito
privado.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de
acordo com as seguintes diretrizes: (EC nº 29/2000, EC nº 51/2006 e EC nº 63/2010) I – descentralização, com direção única em cada esfera de
governo; II – atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III – participação da
comunidade. § 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. § 2º  A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão,
anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre: I – no caso da
União, na forma definida nos termos da lei complementar prevista no § 3º ; II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da
arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea “a”, e inciso II, deduzidas as
parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos
impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea “b” e § 3º.
§ ۳o Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá: I – os percentuais de que trata o § ۲o; II – os critérios de
rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus
respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das
https://aprendamais.mec.gov.br/
https://aprendamais.mec.gov.br/course/view.php?id=341
https://aprendamais.mec.gov.br/course/view.php?id=341#section-1
https://aprendamais.mec.gov.br/mod/page/view.php?id=23179
despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; IV – as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União. § ٤o Os
gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de
processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. § ٥o Lei
federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das
atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência
financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial. § 6º  Além das
hipóteses previstas no § 1º  do art. 41 e no § 4º  do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente
comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos,
fixados em lei, para o seu exercício.
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. § 1º  As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema
único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem
fins lucrativos. § 2º  É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. § 3º  É
vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. §
4º  A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante,
pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.
Art. 200.Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
I – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos,
equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II – executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;
III – ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV – participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
V – incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;
VI – fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
VII – participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e
radioativos;
VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho."
Para entendermos melhor como se aplica os conceitos, princípios e formas de promoção em saúde citados acima, primeiramente, entenderemos a
diferença entre risco e dano. Risco, por exemplo, seria, uma criança brincando próxima a uma tomada da rede elétrica, já o dano seria se ela enfiasse
algum objeto ou até mesmo o seu próprio dedo nesse orifício, ou seja, o dano seria a criança ferida e/ou a perda do objeto. Na saúde pública,
funciona da mesma forma, pois temos que identificar e avaliar todos os riscos e danos que poderá haver ou que já existem na comunidade nos
diferentes setores, notificá-los para, posteriormente, fazer uma reflexão junto à equipe com intuito de promover ações que minimizem os danos.
É amplamente discutido que o fator socioeconômico exerce influência direta sobre o indivíduo. Na literatura, encontramos a informação de que a
escassez de recurso financeiro resulta na ausência de elementos primordiais para a saúde do ser humano. Segundo Helman (2003, p. 14), “a pobreza
pode resultar em má nutrição, habitações superlotadas, roupas inadequadas, violência física e psicológica, estresse psicológico e abuso de drogas e
de álcool.”
Com a definição da OMS, em 1948, que citamos no início da nossa discussão, podemos concluir que cada indivíduo tem o direito a uma vida digna e
com qualidade, sendo nossa obrigação como profissionais de saúde tentar minimizar ao máximo todos os riscos que ameaçam a saúde e bem-estar
da população em nossa área de atuação.
Alguns dos fatores de risco e danos são:
Biologia humana: doenças hereditárias ou adquiridas;
Estilo de vida: desemprego, ociosidade e baixa renda familiar;
Ambiente: saneamento básico, violência e condições de moradia.
Estes são alguns fatores que podem gerar danos à nossa saúde, sejam eles de causas externas, como a condição social em que vive o cidadão, ou
intrínsecas, do próprio indivíduo, como as doenças desenvolvidas pelo fator genético.
Nas próximas páginas estaremos vendo algumas questões sobre fatores de risco social, sendo, eles, a violência, desemprego, infância desprotegida,
processos migratórios, analfabetismo, desnutrição e ausência ou insuficiência de infraestrutura básica.
Seguem dois vídeos da série de reportagens especiais "Risco Social" falando sobre vulnerabilidade e relações:
Milhões de brasileiros estão em situação de risco social devido à pobreza, que resulta em falta de acesso a serviços básicos e vulnerabilidade. O
abuso de álcool e drogas, a violência doméstica e a desagregação familiar são outros fatores que contribuem para essa situação. Em São Paulo, as
Casas Taiguara acolhem crianças que vivem nas ruas ou que foram afastadas da família por ordens judiciais. Para conhecer um pouco mais sobre
o projeto, assista a reportagem abaixo, feita pela Rede TVT, que fala sobre a consequência da falta de educação e trabalho entre os jovens
brasileiros:
 Clique aqui para versão em Libras
Especial Risco Social: a pobreza como condutora para a vuEspecial Risco Social: a pobreza como condutora para a vu……
 Transcrição do vídeo
A reportagem abaixo, também feita pela Rede TVT, fala sobre a relação entre vulnerabilidade, educação e trabalho para jovens que não estudam ou
não trabalham no Brasil. Existem mais de cinco milhões de pessoas nessa situação, elas são consideradas não economicamente ativas, o que
representa um desperdício de mão de obra qualificada. Confira a reportagem que traz informações de especialistas alertando os riscos dessa
situação:
 Clique aqui para versão em Libras
Especial Risco Social: a relação entre vulnerabilidade, educEspecial Risco Social: a relação entre vulnerabilidade, educ……
 Transcrição do vídeo
Referências:
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, 35ª edição. 2012. Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados – Centro de Documentação e
Informação Coordenação de Biblioteca. http://bd.camara.gov.br. Acesso em 15/01/15.
BUSS, P. M. e FILHO, A. P. A Saúde e seus Determinantes Sociais. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 17(1):77-93, 2007.
HELMAN, Cecil G. Cultura, Saúde & Doença. Porto Alegre: Artmed, 2003. cap. 1. p. 14.
Este material foi baseado em:
NASSAU, Kérlia. Planejamento em Saúde Coletiva e Construção de Redes Comunitárias para a Promoção da Saúde. Instituto Federal do Norte de
Minas Gerais/Rede e-Tec Brasil, Montes Claros: 2015.
Última atualização: quinta, 11 mai 2023, 17:17
← 1.2 Técnicas de levantamento das condições de vida e de saúde da população
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1.3.1 Violência →
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https://www.youtube.com/watch?v=aN7lMXrJqJs
https://aprendamais.mec.gov.br/mod/page/view.php?id=23178&forceview=1
https://aprendamais.mec.gov.br/mod/page/view.php?id=23180&forceview=1
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