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@LSTUDYMED 1 Letícia Cavalcante - UFDPar Aula 6 | Características gerais dos fungos Caracteristicas dos INTRODUÇÃO OAS FUNGOS Os fungos são organismos eucariontes, unicelulares (leve- duriformes) ou multicelulares (filamentosos), haploides (homo ou heterocarióticos), com parede celular contendo quitina. Não apresentam plastos ou pigmentos fotossintéti- cos. • Microrganismos eucariontes • Quimio heterotróficos: absorção de nutrientes • Morfologia: Unicelular ou um talo composto de hifas • Imóveis: são levados pelo vento, animais... • Não fazem fotossintese - sem cloroplastos • Uni (leveduras) ou pluricelulares (bolores ou fungos fila- mentosos) • Paredes celulares: quitina • Reprodução sexuada e assexuada • Reserva: glicogênio • Aeróbios ou anaeróbios, dependendo das condições. Ex: bebida fermentada, panificadoras. CITOLOGIA Parede celular • Constituída de quitina (em quantidade vari- ada). Para ser fungo: deve possuir obrigatoria- mente este componente na sua parede • Formada por várias camadas • Possui poros: por onde os nutrientes difundem até a membrana plasmática (seleção dos nu- trientes que podem ser utilizados). • Enzimas atuam para reduzir molécula (ex: amido > glicose) • Não contém peptídioglicanos (bactérias), so- mente quitina e outros polissacarídeos Membrana plasmática • São constituídas por Ergosterol (ao invés do co- lesterol), que é importante para a regulação da fluidez; • Principal alvo de antifúngicos: ação sobre o Er- gosterol • A membrana celular é uma bicamadas fosfoli- pídica com proteínas e ergosterol intercalado (alvo dos antifúngicos denominados poliêni- cos) Cápsula polissaca- rídica • Adesão à superfícies e atua coutra a desidra- tação (ambiente) ou fator de virulência (mico- ses) • Cryptococcus neotormans - halo = cápsula Figura. Vias de síntese do ergosterol: vem da via da acetilcoenzima A. O medicamento Itraconazol (ozólico) atua inibindo a síntese do ergosterol, uma vez que atua sobre a enzima 14-alfa-desmetilase. Há também os antifúngicos denominados alilaminas (terbinafina) que inibi a enzima esqualeno epoxidase. Já a anfotericina B atua diretamente sobre o ergosterol formado: ela se liga e abre poros na membrana do fungo. A anfotericina B é um tipo de fungicida. Já os outros antifúngicos são mais fungistáticos, impedindo o cresci- mento e desenvolvimento de novas células do fungo. MORFOLOGIA É importante analisar a micromorfologia e macromorfologia da colônia. A identificação é baseada nessas característi- cas micro e macromorfológicas da colônia. Os fungos po- dem ser divididos em duas formas morfológicas básicas, leveduras e hifas. As leveduras são fungos unicelulares que se reproduzem assexuadamente por formação de blasto- conídios (brotamento) ou fissão. As hifas são fungos mul- ticelulares que se reproduzem assexuadamente e/ou sexu- adamente. O dimorfismo é a condição em que um fungo pode exibir a forma de levedura ou a forma de hifa, depen- dendo das condições de crescimento. Muitos poucos o @LSTUDYMED 2 Letícia Cavalcante - UFDPar Aula 6 | Características gerais dos fungos fungos exibem dimorfismo. A maioria dos fungos ocorre na forma de hifas como filamentos tubulares ramificados, se- melhantes a fios. Essas estruturas filamentosas não pos- suem paredes transversais (cenocítico) ou têm paredes transversais (septado) dependendo da espécie. Os fungos podem ser: Fungos unicelulares Leveduras (não-filamentosos): • Estruturas esféricas ou ovais. • Reproduzem-se por brotamento e formam colônias pastosas ou cremosas. • Quando os brotos não se desprendem, há a formação das pseudo-hifas (ex. Can- dida), tornando-se mais resistentes ás te- rapias antifúngicas e dificultando a fagoci- tose. • Na pseudo-hifa não há comunicação entre as células, estão ligadas apenas fisica- mente, não ha troca de conteúdo entre elas, estão apenas ligada pela parede ce- lular que não se descolou. • As pseudo-hifas ocorre em leveduras: bro- tos que não se separa. Não há comunica- ção citoplasmática. EX: Candida albicans Fungos multicelulares Hifas: • Fungos filamentosos (mofo, botor), esses filamentos são denominados de hifa. Po- dem formar colônias algodonosas ou pul- verulentas • As hifas se reproduzem assexuadamente e/ou sexuadamente. • As hifas podem formar uma rede cha- mada micélio, que é o talo (corpo) do fungo • As hifas que possuem paredes ( septos ) entre as células são denominadas hifas septadas ; hifas que não possuem paredes e membranas celulares entre as células são chamadas de hifas não septadas ou cenocíticas • As primeiras linhagens divergentes de fun- gos têm hifas cenocíticas, enquanto as li- nhagens posteriores (muitas vezes referi- das como "fungos superiores") têm hifas septadas Fungos dimórficos • Exibem forma de crescimento uni e multice- lular, dependendo das condições de cultivo • Apresentam forma de levedura in vivo e a 37° C, mas quando cultivados a 25° C apre- sentam forma filamentosa. • Fatores que estimulam a conversão: tem- peratura, tensão de CO2 e a disponibilidade de nutrientes • Exemplo: Histoplasma capsulatum e Spo- rothix spp. Figura. Fungos multicelulares formam hifas, que podem ser septa- das ou não septadas. As hifas septadas possuem compartimentos celulares distintos separados por paredes chamadas septos. Esses septos podem permitir que o fungo mantenha os núcleos (mos- trados como pontos escuros no diagrama) contidos em regiões específicas. As hifas cenocíticas não possuem septos e o conteúdo das hifas pode se mover livremente. Fungos unicelulares (levedu- ras) às vezes podem formar pseudo-hifas a partir de células de levedura individuais. A evolução da multicelularidade às vezes é estudada em leveduras produtoras de pseudo-hifas. Figura. O micélio de um fungo espalha-se por um substrato le- nhoso, ramificando-se sucessivamente Figura. Na imagem acima, existem várias estruturas longas, trans- parentes e semelhantes a fios (hifas). Neste fungo em particular, as hifas são septadas. Existem quatro setas na imagem, cada uma apontando para um septo. Figura. No diagrama acima, uma célula de levedura se reproduz por brotamento. Na extremidade esquerda está a célula-mãe da levedura (o núcleo está marcado). Movendo-se da esquerda para a direita, a célula de levedura forma uma saliência e depois produz uma cópia do núcleo por mitose. No quadro seguinte, formou-se uma parede celular entre a saliência (broto) e a célula-mãe, e elas se separaram fisicamente. No quadro final, as duas células de @LSTUDYMED 3 Letícia Cavalcante - UFDPar Aula 6 | Características gerais dos fungos levedura são iguais em tamanho e geneticamente idênticas, mas a célula-mãe pode ser identificada pela presença de uma cicatriz de broto circular. Figura. Blatoconídio e Pseudo-hifas Figura. Candida albicans é uma levedura comum que forma pseu- dohifas; está associado a várias infecções em humanos, incluindo infecções vaginais por fungos, candidíase oral e candidíase da pele. Figura. Tipos de hifas TERMOS IMPORTANTES Hifas e esporos Hifas e esporos são características clássicas dos fungos filamentosos – reprodução assexuada ou sexuada. Nas bactérias os esporos eram estrutu- ras de resistências, nos fungos os esporos é uma estrutura de reprodução. Conceitos importantes Hifas Longos filamentos de células conectadas. Na hifa verdadeira há troca de material entre elas, já nas pseudohifas não há comunicação entre elas. Hifas cenocíticas Não septadas - células longas e contínuas com muitos núcleos (poucos fungos). São um tipo de zigomicetos (fungos terrestres formados por hifas de parede quitinosas). Nas hifas cenocíticas há vários núcleos, mas sem septação. Hifas septadas Corpo dividido em unidades celulares uninuclea- das Septos Poros: comunicação entre citoplasmadas célu- las. Conjunto de hifas Micélio Hifa Vegetativa Adquire nutrientes Hifa reprodutiva • Envolvida com reprodução - se acima da su- perfície sobre o qual o fungo está crescendo – sustentam os esporos reprodutivos • Esporos em Bactérias: estrutura de resistência • Esporos em Fungos: estrutura reprodutiva CRESCIMENTO DOS FUNGOS Para fungos filamentosos, um esporo fúngico germina e cresce apicalmente. O micélio geralmente é altamente ra- mificado e o fungo cresce a partir do ápice de cada hifa, formando um padrão de crescimento radial. Como os fun- gos crescem dentro de seu substrato, muitas vezes não ve- mos o micélio, apenas as estruturas de frutificação (cogu- melo). • Apical: cresce indefinidamente • Células velhas: fechamento do poro e eliminação • Tropismo nutricional: Sempre vai crescer na direção dos nutrientes • Leveduras: multipicam-se como as bactérias com brota- mento ou divisão binária REPRODUÇÃO DOS FUNGOS Os fungos se reproduzem sexuada e/ou assexuadamente. Os fungos podem exibir reprodução assexuada por mitose com brotamento, fragmentação de hifas e formação de esporos assexuados por mitose. Dependendo do grupo ta- xonômico, os esporos produzidos sexualmente são conhe- cidos como zigósporos (no antigo Zygomycota), ascóspo- ros (em Ascomycota) ou basidiósporos (em Basidio- mycota). Tanto na reprodução sexuada quanto na assexu- ada, os fungos produzem esporos que se dispersam do or- ganismo parental flutuando ao vento, pegando carona em um animal ou por algum outro meio. Formas de reprodução assexuada: • Fragmentação da hifa: As hifas crescem por alonga- mento das extremidades. Um fragmento quebrado pode se alongar para formar uma nova hifa. • Esporos assexuais: Formados pelas hifas, quando germi- nam tornam-se clones do indivíduo parental. @LSTUDYMED 4 Letícia Cavalcante - UFDPar Aula 6 | Características gerais dos fungos TIPOS DE ESPOROS ASSEXUAIS Conidiósporo ou conídio Produzidos em cadeia na extremidade de um conidióforo Artrósporo ou artroconídios Resultam da fragmentação de uma hifa septada células únicas, pequenas e leve- mente espessas. São unicelulares Esporangiósporo Formados dentro dos esporângios na hifa Reprodutiva. São unicelulares Figura. Conidiósporo ou conídio Figura. Esporangiósporo REFERÊNCIAS Fungos de Biologia por John. W. Kimball
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