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POLÍTICA SOCIAL Vanessa Azevedo As políticas sociais como estratégias de enfrentamento da questão social Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir a origem, as características e as funções das políticas sociais. Explicar a relação entre pobreza, questão social e políticas sociais. Analisar as políticas sociais enquanto estratégias de enfrentamento da questão social. Introdução As políticas sociais surgem como uma ferramenta para a proteção dos trabalhadores. Para alguns, trata-se de uma grande despesa para o Estado; para outros, é fruto de conquistas da classe trabalhadora. As políticas sociais exercem um papel de dualidade no Estado capitalista, isto é, ao mesmo tempo, são fruto da luta da classe trabalhadora, mas também são um instrumento do Estado capitalista para a pacificação dessa mesma classe trabalhadora. Nesse cenário, as políticas sociais são um constante campo de disputa, ora em prol do proletariado, ora em prol da burguesia, tendo estreita relação com a pobreza e a questão social. Neste capítulo, você vai estudar sobre a relação ambígua das políticas sociais, sua origem, suas características e funções, além de analisar as políticas sociais como proposta de enfrentamento da questão social. Cap_1_Politica_Social.indd 1 01/03/2018 13:36:11 Desenvolvimento, finalidade e objetivo das políticas sociais O surgimento das primeiras ideias sobre políticas sociais está intimamente ligado ao desenvolvimento do capitalismo, à luta de classe e ao desenvolvimento estatal. Através da expansão do capitalismo no período industrial, ocorreu a disputa entre burguesia e proletariado, pois a burguesia, para obter maiores lucros, explorava o trabalhador, exigindo longas jornadas de trabalho em condições precárias e salários miseráveis, o que não possibilitava condições mínimas de subsistência ao indivíduo. Somado a esse cenário, houve o alto índice de demissões com o advento da primeira Revolução Industrial, no fi nal do século XVIII e início do século XIX, na Inglaterra. Em resposta, em diversos países, os trabalhadores fi zeram greve em busca de melhores condições não somente de trabalho, mas também de vida. As políticas sociais surgiram, nesse cenário, como um meio de ampliar os direitos ou riquezas dos trabalhadores; em contrapartida, também era um instrumento de manutenção da força de trabalho e moeda de troca pela elite dominante. A expansão e consolidação das políticas sociais não ocorreu de igual maneira em todos os países por conta do nível de desenvolvimento industrial e, princi- palmente, pela organização da classe trabalhadora. Por meio da pressão dos trabalhadores, o Estado passou a intervir e, para isso, utilizou-se de um papel de “neutralidade” entre burguesia e proletariado em prol da sociedade como um todo, que também tinha por objetivo a manutenção e o avanço da política econômica capitalista. O ápice desse processo ocorreu no período da década de 1930, após a crise de 1929 em países como Estados Unidos, Inglaterra e na Europa e foi chamado de Welfare State ou Estado Bem-Estar Social, no qual ocorreu a maior ampliação dos direitos dos trabalhadores, como educação, saúde, habitação, lazer e vida privada, além de assegurar proteção no cotidiano das relações de trabalho. Faleiros (1991) afirma que: [...] é pelo Estado Bem-Estar que o Estado garante ao cidadão a oportunidade de acesso gratuito a certos serviços e a prestação de benefícios mínimos para todos. Nos Estados Unidos, esses benefícios dependem de critérios rigorosos de pobreza e os serviços de saúde não são estatizados, havendo serviços de saúde para os velhos e pobres. O “acesso geral” à educação, à saúde e à justiça existente na Europa decorre de direitos estabelecidos numa vasta legislação que se justifica em nome da cidadania. O cidadão é um sujeito de direitos sociais que tem igualdade de tratamento perante as políticas sociais existentes. (FALEIROS, 1991, p. 20). Nessa realidade, o Estado amplia suas funções econômicas e sociais e passa a controlar parcialmente e a assumir as despesas sociais. As políticas sociais podem As políticas sociais como estratégias de enfrentamento da questão social2 Cap_1_Politica_Social.indd 2 01/03/2018 13:36:11 ser compreendidas como contenção e também como ampliação dos direitos da classe trabalhadora, potencializando o controle da pobreza, mas nenhum governo as projeta para superar as desigualdades sociais geradas pelo sistema. Mas como já foi referido, isso não ocorreu da mesma maneira em todos os países. O Estado Bem-Estar Social ocorreu efetivamente em países da Europa e nos Estados Unidos, onde se desenvolveu o pleno emprego e o acesso universal às políticas sociais a todo o cidadão, independentemente de condição social. Enquanto isso, nos países da América Latina, esse processo ocorreu de forma tardia e parcial. Na América Latina, especialmente no Brasil, nunca ocorreu de fato o acesso universal às políticas sociais, o que ocorreu foi a criação de políticas focaliza- das, isto é, destinadas a camadas específicas da população, por exemplo, a lei trabalhista para os trabalhadores, alimentação e vacinas para a infância, contra doenças específicas da população, como a tuberculose. Esses programas eram criados a cada novo governo de maneira diferente, segundo critérios burocráticos, eleitoreiros e assistencialistas, enquanto políticas de favor e não de direito. É dentro desse cenário que se constroem as políticas sociais enquanto um conjunto de orientações, diretrizes e ações que visam à continuidade e melhora do bem-estar social, em que os benefícios de desenvolvimento devem alcan- çar todas as classes da sociedade de forma universal, com objetivos a curto, médio e longo prazos. É uma política de mediação entre as necessidades de manutenção do estado capitalista e as necessidades de manutenção da classe trabalhadora. Sendo assim, a política social é de administração do Estado, que realiza a gestão da força e do preço da força do trabalho. Você sabe as diferenças entre política, política pública e política social? O termo política se refere a “um conjunto de objetivos que enformam determinado programa de ação governamental e condicionam a sua execução” (FERREIRA, 2013). Isto é, é um conjunto articulado de decisões do governo. A expressão política pública é compreendida como intervenção do Estado nas mais diferentes dimensões da vida tendo por função a transformação da realidade. Já a expressão política social se refere aos direitos de bem-estar social e a possi- bilidade de se ter um nível mínimo de consumo para toda a população, para isso a garantia de pleno emprego. Desse modo, é responsabilidade do Estado criar essas políticas de garantias mínimas para a população. Entretanto, não precisa ser exercida exclusivamente por instituições públicas. Muitas vezes o que ocorre é a parceria do Estado com instituições privadas ou instituições não governamentais, com o intuito de executar a política pública proposta pelo Estado. 3As políticas sociais como estratégias de enfrentamento da questão social Cap_1_Politica_Social.indd 3 01/03/2018 13:36:11 Pobreza, questão social e política social A pobreza existe desde o início da sociedade seja ela feudal ou capitalista, pois sempre houve pessoas que possuiam maior poder econômico que as outras. Com as transformações que ocorreram na sociedade como um todo, a pobreza passou a ser vista e compreendida de maneira diferente. No período de transição do feudalismo para o capitalismo, ela passa a ser vista como um problema pelas autoridades e as classes dominantes. Nesse período, a medida de intervenção foi um mix “a assistência aos necessitados e a repressão violenta contra os indivíduos tidos como vagabundos” (LEITE, 2008, p. 214), sendo essa a primeira forma de política social na sociedade capitalista. Uma das primeiras leis que se têm conhecimento e pode ser consideradacomo uma política social é a Lei dos pobres, que ocorreu na Inglaterra, em 1536, foi criada devido ao aumento expressivo da população (migração do campo para a cidade); pela pressão da igreja católica que pregava ser responsabilidade do Estado ajudar os menos favorecidos; e, por último, para realizar o controle de toda a população mais pobre. Essa lei consistia em fornecer um fundo monetário a população que não possuía condições de se sustentar, mas eram consideradas aptos fisicamente e psicologicamente para isso, essas pessoas passariam a trabalhar para o Estado e para a Igreja. Essas tarefas consistiam em afazeres manuais para as mulheres, serviços em asilos e albergues para homens saudáveis e as crianças eram obrigadas a frequentar a escola. Quem se recusasse a trabalhar era açoitado, preso e, como pena máxima, recebia a condenação à morte. O valor do pagamento equivalia o suficiente para comprar os alimentos consumidos na época: batata, milho, ervilha e trigo. Tratava-se de uma renda mensal que correspondia ao que a família fosse gastar ao longo do mês, era algo paliativo e não resolutivo. Nesse período, a pobreza era (e muitas vezes ainda é) compreendida como um fenômeno isolado, de incapacidade, desleixo ou preguiça do sujeito, con- siderada como caso de polícia e não de política pública. Durante o início da Revolução Industrial, a população não possuía consciência que sua atual situação advinha da lógica econômica, que expulsava o homem do campo para cidade em busca de melhores condições de trabalho, todavia, as fábricas não conseguiam absorver toda a população para trabalhar, optando por contratar mulheres e crianças que possuíam menores salários, o que acabava por gerar um exército de reserva. No momento em que a população percebe que é vítima e não algoz, é o período que diversos autores afirmam ter surgido a questão social. Como afirma Castel (1998, p. 30) a questão social surge, a partir da “tomada de As políticas sociais como estratégias de enfrentamento da questão social4 Cap_1_Politica_Social.indd 4 01/03/2018 13:36:12 consciência das condições de existência das populações que são, ao mesmo tempo, os agentes e as vítimas da Revolução Industrial”. Apesar da tomada de consciência que ocorreu no início do século XX, ainda existia uma grande lacuna entre organização política e sistema econômico. Pobreza e questão social caminham lado a lado, mas não são sinônimas, as expressões da questão social emergem da luta de classes, isto é, entre burguesia e proletariado. Por exemplo, a violência doméstica ocorre tanto em famílias pobres, como em famílias com maior poder aquisitivo. O que acontece é que a família com melhor situação econômica, devido ao seu status social consegue esconder o que realmente ocorre em seu cotidiano, enquanto que na família pobre, o Estado invade a privacidade por meio de políticas fiscalizatórias, que determinam como o sujeito deve se comportar ou o que deve consumir. A pobreza é uma das expressões da questão social, e deve ser relacionada às transformações na sociedade capitalista. Assim, não pode ser considera como um resquício da sociedade pré-capitalista, sendo que a pobreza se desenvolveu para que o capitalismo chegasse ao seu auge. Pois, ao se observar a história da sociedade capitalista, o aumento da riqueza socialmente produzida, em nenhum momento reduziu a pobreza, pelo contrário, ocorreu um aumento, sendo assim, pode-se concluir que a pobreza é algo estrutural, ou seja, faz parte do desenvolvimento do capital e necessita da exploração do trabalhador para a sua expansão. Nessa perspectiva, a pobreza é mais do que ausência de renda, é também reflexo das relações sociais. A pobreza cria uma condição de subalternidade e exclusão que remete a ausência de protagonismo, expressando a dominação e a exploração. Condição que remete a uma vida de desigualdade, seja no plano social, econômico, político e/ou cultural. Estar submetido a uma condição de pobreza implica estar à margem de toda uma sociedade. Significa aceitar um emprego precário para conseguir se manter e, como a cada dia aumenta o número de pessoas em situação miserável, o exército de reserva de trabalha- dores a serviço do capitalismo só tende a aumentar e está instrinsecamente relacionado com a questão social. Compreendendo a questão social como: […] um conjunto multifacetado das expressões das desigualdades sociais en- gendradas na sociedade capitalista madura, impensáveis sem a intermediação do Estado. A “questão social” expressa desigualdades econômicas, políticas e culturais das classes sociais, mediadas por disparidades nas relações de gênero, características etnicorraciais e formações regionais, colocando em causa amplos segmentos da sociedade civil no acesso a bens da civilização. (IAMAMOTO, 2009, p. 177). 5As políticas sociais como estratégias de enfrentamento da questão social Cap_1_Politica_Social.indd 5 01/03/2018 13:36:12 A questão social está inserida na estrutura da sociedade, atinge prin- cipalmente os sujeitos que lutam cotidianamente para viver, ou seja, os que possuem menor recurso financeiro e que precisam aceitar qualquer emprego. Esse cenário é composto por conformismo ou por lutas individuais e coletivas que buscam o reconhecimento dos direitos de cada um e dos indivíduos como um todo. Nesse cenário de lutas cotidianas, emergem as políticas públicas como forma de materializar as vitórias ocorridas pelos trabalhadores. A situação de precariedade impulsiona muitos trabalhadores a se organi- zarem para reivindicar coletivamente por melhores condições não somente de trabalho, mas melhores condições para viver. O conflito ultrapassa a ques- tão econômica, passando a ser um conflito político, de luta de classes entre burguesia e proletariado, no qual o interesse privado do patrão não coincide com o interesse coletivo do trabalhador. Nesse contexto, insere-se o Estado com um ator “neutro” para mediar a situação entre trabalhadores e patrões. A forma que ele realiza esse papel é mediante a criação de políticas públicas para proporcionar melhores condições de vida para a população. Ao criar políticas que assegurem direitos trabalhistas (salário mínimo, jornada máxima de trabalho ao dia, salário maternidade, auxílio doença, etc.), acesso à saúde, à educação, ao transporte, o Estado toma para si a responsabi- lidade de fornecer ao cidadão tudo o que a iniciativa privada não está disposta a oferecer ao trabalhador. Nessa lógica, pobreza, questão social e políticas públicas estão relacionadas uma vez que a pobreza acaba por potencializar as expressões da questão social, que por meio da luta coletiva dos trabalhadores tensiona para que o Estado, em seu papel de mediador, crie políticas públicas para minimizar não somente a questão de ausência de renda, mas toda a precariedade e subalternidade que a pobreza carrega. A expressão “Exército industrial de reserva” foi um conceito criado por Karl Marx em seu livro Contribuição à crítica da Economia Política, escrito em 1859, e que é usado até hoje para se referir à massa excedente de trabalhadores, isto é, os desempregados. Marx considerava que o desemprego é estrutural e necessário na economia capitalista. É preciso que se tenha uma parte da população à margem do mercado de trabalho, pois isso inibe que a população empregada reivindique por melhores condições de trabalho, sujeitando-se a precários salários. As políticas sociais como estratégias de enfrentamento da questão social6 Cap_1_Politica_Social.indd 6 01/03/2018 13:36:12 As políticas sociais como estratégias de enfrentamento da questão social Os sistemas de proteção social podem ser defi nidos como um conjunto de políticas públicas que defi nem através de normas e regras os processos so- ciais para efetivar a segurança da população que se encontra em situação de vulnerabilidade ou risco que afetam a sua vida negativamente (COUTO et al., 2012). Essas ações podem protegero todo ou parte da vida do cidadão ou da comunidade. Esses sistemas também possuem o propósito de regular as condições de trabalho, são o campo jurídico formal para assegurar os direitos a ela (sistema) relacionado. A organização desses sistemas não ocorre de maneira simples, são fruto da organização coletiva dos indivíduos na busca ou efetivação de direitos. O sistema de proteção é reflexo do desdobramento e/ou respostas e/ou formas de enfrentamento das múltiplas expressões da questão social. Expres- sões que emergem nas refrações das relações existentes entre o capital sobre o trabalho, desse cenário que emergem as situações de desemprego, da fome, da miséria, da violência, entre outros. As políticas sociais são uma ação planejada que nasce da necessidade e possui um propósito quando criada. Deve transformar a realidade existente, transformando-se em uma alternativa para o enfrentamento das expressões da questão social. Desse modo, as políticas sociais são uma ferramenta estratégica, que por intermédio de diversas ações são capazes de provocar transformação social, não somente na sociedade, mas principalmente nos sujeitos. É pelo conjunto organizado dos trabalhadores e por outras classes excluídas que realizam tensionamentos para a elaboração de políticas públicas em prol da população vulnerável. Destaca-se que na conjuntura neoliberal, as políticas sociais são constru- ídas de maneira focalizada, não atendendo a população de forma integral. São criadas políticas de atendimento, ao idoso, à infância, à mulher, ao negro, entre outras. São políticas importantes, entretanto, não possibilitam o desenvolvimento da sociedade como um todo. As políticas sociais devem ser transversais, contemplando a totalidade da população para o desenvol- vimento da comunidade e diminuição das desigualdades sociais. Isso é reflexo da apropriação que o Estado e a burguesia fazem das reivindicações sociais dos trabalhadores e as transformam de forma que comprometa o desenvolvimento do capitalismo. Na sociedade capitalista, Estado e burguesia criam políticas públicas para manterem o trabalhador ativo e garantir uma mão de obra sadia para 7As políticas sociais como estratégias de enfrentamento da questão social Cap_1_Politica_Social.indd 7 01/03/2018 13:36:12 desempenharem suas funções. Dessa forma, esses benefícios não atendem exclusivamente às necessidades de cada um, mas também às incapacidades, como por exemplo, nos casos de doenças e acidentes. Por outro lado, por meio da resistência, os trabalhadores ampliam esses direitos adquiridos, transformando-os em direitos para toda a população e não somente para uma parcela dela. Quando as políticas públicas são efetivadas, elas realizam o enfrentamento de determinada expressão da questão social, uma vez que, possibilitam a emancipação dos sujeitos, promovendo uma aproximação entre a classe burguesa e o proletariado. Para você ampliar seu conhecimento sobre políticas públicas acesse o texto Estado e políticas sociais, de Maria Carmelita Yazbek. https://goo.gl/NF6cnc A política de saúde passou por transformações no campo do câncer de mama, através do movimento internacional conhecido como Outubro Rosa, movimento que iniciou nos Estados Unidos e hoje é uma bandeira de luta em todo o mundo. Possui como símbolo o laço rosa. A partir desse movimento ocorreu uma série de avanços na política da saúde, foi criado um protocolo para realização de mamografia para facilitar o acesso das mulheres aos exames, intensificou-se as campanhas para que as mulheres realizassem o autoexame. Uma política focalizada que beneficiou a política de saúde. As políticas sociais como estratégias de enfrentamento da questão social8 Cap_1_Politica_Social.indd 8 01/03/2018 13:36:12 CASTEL, R. As metamorfoses da questão social: uma crônica do salário. Petrópolis (RJ): Vozes, 1998. COUTO, B. R. et al. Proteção social e seguridade social: a constituição de sistemas de atendimento às necessidades sociais. In: GARCIA, M. L. T.; COUTO, B. R.; MAR- QUES, R. M. (Orgs.) Proteção social no Brasil e em Cuba. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2012. p. 46 – 60. FALEIROS, V. P. A política social do Estado capitalista: as funções da previdência e da assistência sociais. São Paulo: Cortez, 1991. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário Aurélio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2013. IAMAMOTTO, M. V. As dimensões ético-políticas e teórico-metodológicas no serviço social contemporâneo. In: MOTA, A. E. et al. (Orgs.). Serviço social e saúde: formação e trabalho profissional. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2009. p. 161 – 196. LEITE, I. C. Caminhos entrelaçados: pobreza, questão social, políticas sociais e so- ciologia. In: MANFROI, V. M.; MENDONÇA, L. J. V. P. (Orgs.). Política social, trabalho e subjetividade. Vitória: EDUFES, 2008. p. 209 - 227. YAZBEK, M. C. Estado e políticas sociais. Disponível em: <http://files.adrianonascimento. webnode.com.br/200000175-4316b440ff/Yazbek,%20Maria%20Carmelita.%20Es- tado%20e%20políticas%20sociais.pdf>. Acesso em: 19 fev. 2018. Leituras recomendadas CARVALHO, A. M. Políticas Sociais: afinal do que se trata? Revista Agenda Social, Campos dos Goytacazes (RJ), v. 1, n. 3, p. 73-86, 2007. Disponível em: <http://www.uenf.br/ Uenf/Downloads/Agenda_Social_5075_1204236093.pdf> Acesso em: 02 fev. 2018. IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. Relações sociais e serviço social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 41. ed. São Paulo: Cortez, 2014. ROCHA, S. M. R. Pobreza no Brasil: afinal, do que se trata? Rio de Janeiro: FGV Editora, 2003. 9As políticas sociais como estratégias de enfrentamento da questão social Cap_1_Politica_Social.indd 9 01/03/2018 13:36:12 POLÍTICA SOCIAL Vanessa Azevedo O papel dos sujeitos políticos na formulação das políticas sociais públicas e privadas Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Explicar o que são sujeitos políticos. Identificar as políticas sociais públicas e privadas. Diferenciar as políticas sociais públicas das privadas. Introdução O regime democrático no País foi consolidado com a aprovação da Cons- tituição Federal de 1988, a CF/88 ou “constituição cidadã”, responsável por um arcabouço jurídico que permitiu o atual regime democrático que existe no Brasil. Esse arcabouço jurídico consolidou um conjunto de direitos sociais, resultado de um longo processo de mobilizações sociais e políticas que marcaram os anos de 1970 e 1980. Nessa busca por direitos políticos e sociais, incentiva-se a participação dos atores sociais nos processos de decisão para a constituição desse novo cenário democrático no País. A partir da CF/88, foram instituídos conselhos em praticamente todas as políticas sociais do País, com um caráter de representar uma nova forma de participação e expressão dos atores sociais para reivindicar e fiscalizar as políticas sociais. Nesse cenário, emerge a demanda pela participação social e para que a população assuma o seu papel enquanto sujeito político na sociedade democrática brasileira. Neste capítulo, você vai estudar sobre o papel dos sujeitos políticos na formulação das políticas sociais, sejam elas públicas ou privadas. Para isso, é necessário compreender o que é ser sujeito político na atualidade, bem como o que são políticas sociais publicas e privadas na sociedade brasileira. O que são política e sujeitos políticos? Ao se estudar sobre os sujeitos políticos, antes, é importante elucidar o que é política, como ela está presente no cotidiano, se ser sujeito político é estar vinculado à política partidária, além de conhecer o papel de cada um desses elementos na constituição das políticas sociais brasileiras. A desmistifi cação desses termos permite que não se associe a política somente à partidária, mas ao real conceito do que é política e no que implica ser sujeito político, estudo importante em uma época onde a política econômica brasileira passapor uma grave crise ética, desencorajando a população a exercer o seu papel enquanto sujeito político. O termo “política”, com o passar dos anos, foi utilizado de uma maneira vaga e perdeu o seu real sentido, sendo, muitas vezes, atribuído a algo nega- tivo ou ruim. A política está presente em nosso cotidiano, nas mais diversas dimensões, sendo algo bem maior do que exercer o direito ao voto no período de eleições dos representantes da população. A política, para além desse mo- mento, é algo que surgiu com a própria história, resultado da realidade social, da necessidade de intervenção do homem na própria história, seja ela por meio do voto ou da força (guerras, manifestações sociais, entre outros). A política está intrinsecamente ligada a uma série de fatores, entre eles: as relações de poder entre Estado e população, dos sindicatos, da Igreja, dos tribunais, da escola, das reuniões partidárias nas casas das pessoas, que são norteadas por diversas ideologias (MAAR, 2012). A etimologia da palavra política provém do grego “politeia”, usada para definir tudo que estava relacionado à pólis (cidade-estado) e à vida em cole- tividade. Nessa primeira aproximação com o termo, pode-se afirmar que a política está relacionada à vida em sociedade, algo bem maior que realizar uma ação em nome de um partido político ou exercer um cargo político. A politeia surge entre os gregos para solucionar os conflitos na pólis — era uma forma de os indivíduos expressarem suas diferenças para que tudo fosse resolvido por meio da razão e não do caos. A palavra “política” ganha destaque, pela primeira vez, na obra de Aristóteles, para descrever a estabilidade do Estado por meio da política (POLÍTICA, [200-?]). Desse modo, atribui-se política ao poder político, a esfera da política par- tidária ou institucional, o que acaba, também, atribuindo à política o ato de governar, administrar as instituições públicas, ou seja, o Estado. Nas institui- ções privadas, como as empresas, os sindicatos, as instituições religiosas, entre outros, também têm a sua própria política, com normas não só de trabalho, mas de conduta, que direcionam o trabalho dessas instituições. Na esfera O papel dos sujeitos políticos na formulação das políticas sociais públicas e privadas18 familiar, também há política, através das regras para viver coletivamente, há negociações entre pais e filhos, entre irmãos, que desenvolvem a política familiar. Mas o que acontece quando alguém não concorda com a atual política existente em algum desses espaços? Nesses casos, há três alternativas: (1) não fazer nada, deixar pra lá, pois o ato de não tentar mudar algo é uma escolha; (2) afastar-se dessa instituição, uma vez que não se concorda com a política vigente; e (3) negociar, de forma pacífica, com as instituições para que a política vigente possa ser transfor- mada. Entre as tantas compreensões do que é política, pode-se afirmar que se trata da habilidade de negociação para obter os resultados desejados e está intrinsecamente vinculada ao poder, pois a pessoa que tem mais poder, muitas vezes, é a que também tem as melhores condições de negociação. Nesta perspectiva, ser sujeito político é ter a capacidade de poder intervir na história, sua atuação se ocorre ao nível político, isto é, a capacidade de definir a orientação da sociedade dentro do espaço que o sujeito está participando, pode ser de forma direta ou indireta. Deve ser uma atividade lúcida, reflexiva e deliberativa. O objetivo do sujeito político é a instituição de uma sociedade autônoma, para que possam construir projetos coletivos para a melhoria do viver em sociedade (CASTORIADIS, 1992). O sujeito político é um sujeito de direitos e de responsabilidades com a sociedade, ele usufrui dos seus direitos, mas também se responsabiliza por cuidar do meio onde está inserido. Todos somos sujeitos políticos com maior ou menor participação na socie- dade. Você, provavelmente, já participou como eleitor em alguma eleição, desde o processo da escolha dos líderes da classe até a escolha dos governantes do País. Essas ações tratam-se de atos que os sujeitos políticos realizam, meios mais simples de ser sujeito político na sociedade. Ser sujeito político é ter a capacidade de interferir na história do colégio, do bairro, do Município, do País, contribuindo direta ou indiretamente para organização coletiva de seus membros, isto é, ser um sujeito de direitos e deveres para com a sociedade. Trata-se de não somente fazer parte de uma sociedade, mas, sim, ser membro da sociedade que o cerca, estar ciente das suas necessidades e realizar propostas para melhorar a vida da coletividade e não somente a individual. Na atualidade, há uma grande gama de sujeitos políticos: o que utiliza das redes sociais para se manifestar e realizar denúncias, o que participa da manifestação, o que participa da reunião de condomínio, o que faz parte do diretório acadêmico da universidade, o que está inscrito em um partido político, entre outros. Todos eles são importantes, mas o principal objetivo do sujeito político deve ser o desenvolvimento da coletividade, combater situações 19O papel dos sujeitos políticos na formulação das políticas sociais públicas e privadas que estejam prejudicando a população como um todo, ou um segmento dela. É preciso estar atento para a coletividade. Em tempos onde as redes sociais propagam tudo rapidamente, é preciso ter cuidado para se posicionar e argu- mentar sobre o coletivo da pólis. A pólis, ou cidade-estado, é um dos elementos fundamentais da civilização grega. Ela nasceu de fatores de ordem geográfica, de uma instabilidade gerada depois da invasão dórica e da falta de um poder centralizado defensor dos indivíduos, que os levou a se unirem em pequenos territórios. Os gregos viviam nas pólis e estavam somente sujeitos às suas leis, o que os distinguia dos povos bárbaros. A pólis era, também, um sistema de vida, um modo de formar e moldar os cidadãos gregos que dela faziam parte. Parte importante da pólis é a assembleia popular, o conselho e os tribunais formados pelos cidadãos — os três aspetos significativos da vida cotidiana da pólis, na qual a participação na coisa pública era exercida rotativamente. O papel dos sujeitos políticos nas políticas sociais As políticas sociais, na maioria dos países, é um misto de uma política social pública e privada. Ela se dá em parceria entre o Estado e o mercado, que defi - nem como será assegurado o acesso aos direitos sociais à população. Esse mix público-privado ocorre de maneira que o poder público defi ne quais áreas são direitos sociais e cabe à iniciativa privada, constituída pelas organizações não governamentais (ONGs), Organização da Sociedade Civil (OCIPs), instituições sem fi ns lucrativos e empresas privadas a fornecerem esses direitos à população. Para uma política social ser considerada pública, deve ser diretamente criada e administrada pelo Estado que, muitas vezes, determina que uma instituição privada administre as políticas sociais. Para se chegar à atual constituição das políticas sociais e ao Estado de- mocrático existente, os sujeitos políticos foram de fundamental importância. A atual constituição das políticas sociais tem como principal documento a Constituição Federal de 1988. Trata-se de um divisor entre o período ditatorial e o período democrático. O Brasil passou por um longo período de ditadura militar, época que vai de 1964 a 1985. A organização dos sujeitos políticos, por meio dos mais diversos movimentos sociais, possibilitou pressionar o regime militar a abandonar o poder e ceder lugar ao Estado democrático no O papel dos sujeitos políticos na formulação das políticas sociais públicas e privadas20 País. O movimento estudantil foi um importante foco de resistência contra a ditadura militar, e outras manifestações importantes foram o movimento Feminino pela Anistia e o movimento das Diretas Já. As ações populares configuram-se em “conduçãodo poder público”, o que pode caracterizar a efetivação e a legitimação da própria democracia (SOARES, 2012, p. 36). Os sujeitos políticos são fundamentais para o desen- volvimento das políticas sociais, sejam elas públicas ou privadas, pois eles, na sua posição de cidadãos, reivindicam melhorais para o coletivo da sociedade ou pressionam para que as conquistas adquiridas possam ser efetivadas por meio das políticas sociais. Os sujeitos políticos podem participar desse processo mediante vias institu- cionais, como o conselho de direitos que se constituem em órgãos colegiados, de caráter permanente e com poder deliberativo, que, por meio da paridade, asseguram a representação dos diferentes segmentos sociais. Esse colegiado tem a responsabilidade de formular, supervisionar e avaliar a políticas públicas e sociais nas esferas: federal, estadual e municipal. Trata-se de um exercício legítimo de participação social, onde gestores, trabalhadores e usuários das mais diversas políticas sociais precisam legitimar e fiscalizar as instituições sociais quanto à execução das políticas públicas. Exemplos de conselho de direitos são: de saúde, de proteção à criança e ao adolescente, a política de assistência social, de pessoas com deficiência, de proteção ao idoso, entre outros. Junto aos conselhos de direitos, outros dois importantes espaços de participação da população são as conferências e os fóruns. As conferências são uma instância de participação social, que deve ser convocada pelo poder público federal, com o objetivo de convocar a sociedade a realizar o planejamento, o controle e a gestão de uma determinada política ou o conjunto de políticas públicas. As conferências ocorrem em âmbitos mu- nicipal, estadual e federal. Nesses espaços, as pessoas reúnem-se para discutir temas específicos, como saúde, educação, juventude, assistência social, entre outros temas. Algumas conferências, como as políticas de saúde e assistência social, têm sua periodicidade estabelecida em lei. Já os fóruns têm o objetivo de reunir pessoas que querem trocar experiências ou discutir sobre o mesmo tema, pode ser em um local físico ou virtual. Os fóruns podem ocorrer a níveis público e internacional. Por exemplo, um grupo de trabalhadores da assistência social cria um fórum para discutir sobre as condições dos trabalhadores da assistência social, trocam e-mail e reúnem-se fisicamente uma vez por mês. Especialistas mundiais podem discutir sobre temas políticos, sociais ou de outro tipo. Um grupo de moradores pode reunir- -se para discutir sobre a segurança do bairro. Muitas vezes, o intercâmbio de 21O papel dos sujeitos políticos na formulação das políticas sociais públicas e privadas conhecimento proporciona que os participantes elaborem soluções coletivas para as situações-problema em debate. Todavia, não são somente as pessoas que participam dos conselhos, das conferências ou dos fóruns que podem ser consideradas sujeitos políticos. As que solicitam acesso a usufruir de uma política social e que, por algum motivo, não conseguem acessar os seus direitos devem cobrar das autorida- des competentes para que essa instituição forneça os serviços à população. Sejam elas instituições públicas ou privadas, todas têm uma normatização a ser seguida, para que seja oferecido um serviço adequado à população. Sem os sujeitos políticos ao longo da história, muitas conquistas não seriam possíveis, e, assim, as políticas sociais não se desenvolveriam ao patamar que se encontram. Todavia, hoje, os sujeitos políticos devem estar atentos para a efetivação das políticas sociais e para que não haja retirada dos direitos adquiridos ao longo da história. Políticas sociais públicas e privadas e o papel dos sujeitos políticos No cenário político-econômico brasileiro, duas gestões permeiam as políticas sociais: a administração pública e a administração privada. Essa distinção é necessária, uma vez que as políticas sociais públicas objetivam estar alinha- das com o desenvolvimento das políticas de governo, com um orçamento, direcionamento de verbas e temas de atuação direcionados para esse objetivo. Já as políticas sociais privadas não têm responsabilidade com a política de governo vigente e almejam realizar um serviço alinhado com os objetivos institucionais. Entretanto, têm grande importância na sociedade, pois atuam de forma complementar às políticas públicas, as quais, apesar de também receberem recursos públicos para o fi nanciamento de algumas ações, bem como de estarem vinculadas à legislação pública, estão sob as normas, o orçamento e as diretrizes institucionais. Atualmente, mais do que políticas de governo, busca-se a estruturação de políticas de Estado. A gestão pública estabelece uma relação íntima com o Estado, tendo como finalidade o bem comum e, assim, ajusta seus projetos e políticas governamen- tais a esse objetivo. Quem realiza a administração é chamado de gestor público, que direciona o orçamento para alcançar os objetivos das políticas sociais de Estado. A Lei da Administração Pública é classifica como direta e indireta. A direta é composta pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, enquanto a indireta é formada por autarquias, como, por exemplo, o Instituto O papel dos sujeitos políticos na formulação das políticas sociais públicas e privadas22 Nacional de Seguro Social (INSS), o Instituto Nacional de Metrologia, Quali- dade e Tecnologia (Inmetro), as universidades federais, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as sociedades de economia mista, como Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI). O público-alvo da administração pública é o cidadão, e a obtenção dos recursos dá-se por meio de impostos, taxas e contribuições. Administração privada tem, como finalidade, o desenvolvimento da ins- tituição e o benefício dos proprietários, gestores e funcionários. Entre seus objetivos, estão: a rentabilidade, a competitividade e o melhor desempenho, com mínimo de despesas. Para isso, contraditoriamente, precisa atender às necessidades de seus clientes e usuários; caso contrário, não atingirá seus ob- jetivos. Contudo, a relação não é de direitos sociais, mas de direitos adquiridos pelo poder de consumo. O transporte é uma política pública administrada na maioria das cidades brasileiras pela iniciativa privada. O Estado faz concessões dos trechos que as empresas de transporte poderão realizar o transporte de passageiros. Veja, o Estado operacionaliza uma política pública, mas a adminis- tração fica a cargo da iniciativa priva. Esse serviço ocorre, através de normas e valores definidos em comum acordo pela iniciativa privada e pelo Estado. Esse modelo sobre o mínimo de interferência de políticos dá-se mediante legislação específica e normas diferentes da administração pública. O ad- ministrador deve estar preparado para lidar com as exigências do mundo corporativista. O público-alvo é o cliente que consumirá seus serviços ou produtos. Os conceitos ligados à administração privada são: planejamento estratégico; marketing de vendas; gestão do relacionamento com o cliente; logística; consumidor. Os cidadãos, ao se depararem com instituições públicas ou privadas que não realizam suas atividades adequadamente, devem exercer seu papel de sujeitos políticos na sociedade. Em uma instituição social pública, os sujeitos devem acionar o Estado, por meio do conselho de direitos ou das ouvidorias, para exigir a eficácia dos serviços realizados. Outra forma de participação é por meio de manifestações coletivas, como, por exemplo, passeatas, reuniões, abaixo assinados e conferências. Nas instituições públicas, os sujeitos devem reivindicar, de forma coletiva, a efetividade das políticas sociais. Enquanto, na instituição privada, o usuário deverá procurar a ouvidoria ou os órgãos de 23O papel dos sujeitos políticos na formulação das políticas sociais públicas e privadas defesa doconsumidor para solicitar que o serviço ou produto seja fornecido adequadamente. Em se tratando de uma instituição privada que realiza serviços públicos, a população deve requisitar que as políticas possam ser de acesso a todos os cidadãos. Para além desses espaços, a população pode exercer seu poder de sujeito político de outras formas: a participação pode ocorrer por meio das ouvi- dorias das instituições, que têm o objetivo de intermediar a reclamação dos usuários e as instituições. Outro espaço ao qual a população pode recorrer é o Ministério Público. Todo cidadão pode realizar denúncias para as questões que envolvem empresas, lojas, mercados, serviços públicos, más condutas de legisladores, servidores e gestores. Os termos de ajustamento de conduta, se não respeitados, geram Multas e outras sansões, como um processo judicial. Nessa perspectiva, todos exercem ações como sujeitos políticos, não estando vinculado somente a partidos políticos, mas à participação da população na vida em sociedade. CASTORIADIS, C. Psicanálise e política. In: CASTORIADIS, C. O mundo fragmentado: as encruzilhadas do labirinto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. v. 3. MAAR, W. L. O que é política. São Paulo: Brasiliense, 2012. 138 p. (Coleção Primeiros Passos, 54). POLÍTICA. Mundo Educação, Goiânia, [20--?]. Disponível em: <http://mundoeducacao. bol.uol.com.br/politica/>. Acesso em: 28 fev. 2018. SOARES, G. S. Entre o projeto de modernidade e a efetivação da democracia: marcas deixadas na construção da vida social brasileira. Serviço Social & Sociedade, São Paulo, n. 109, p. 31-44, 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n109/a03n109. pdf>. Acesso em: 28 fev. 2018. Leituras recomendadas OLIVEIRA, M.; SAHD, L. F. N. A. S.; AGUIAR, O. A. Filosofia política contemporânea. Pe- trópolis: Vozes, 2003. 368 p. PÓLIS da Grécia Antiga. Infopédia: Dicionários Porto Editora, Porto, [201-?]. Disponível em: <https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$polis-da-grecia-antiga>. Acesso em: 28 fev. 2018. O papel dos sujeitos políticos na formulação das políticas sociais públicas e privadas24 01a 01b
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