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● Espirros e Secreção Nasal: São sinais de doença na cavidade nasal e tecidos paranasais. ➤ Espirros: Reflexo superficial que se origina nas mucosas que revestem a cavidade nasal, sendo facilmente induzido por estímulos químicos ou mecânicos. É resultado da expulsão forçada do ar que passa através das vias respiratórias com grande velocidade. ☞ Classificação: Espirros Agudos Paroxísticos: São episódios súbitos e intensos de espirros, caracterizados por uma série rápida e repetitiva. Geralmente estão associados a infecções virais, corpo estranho intranasal, alergia, hemorragia ou trauma. Espirros Crônicos: É a presença persistente do espirro ao longo de meses. Geralmente estão as- sociados à síndrome da imobilidade dos cílios e fenda palatina nos neonatos, traumas anteriores, corpos estranhos, rinite alérgica, doenças in- fecciosas, abscessos dentários, osteomielite, parasitas, pólipos, tumores ou cistos nos condutos paranasais. Respiração Paroxística Inspiratória: É chamado de “espirro reverso”, sendo um padrão respirató- rio com ciclos repetitivos de inspiração forte e rápida por alguns segundos, iniciada por irritação nasofaríngea. Geralmente são de casos idiopáti- cos, mas podem estar associados a corpos es- tranhos e infecções virais. ☞ Causas: Cães: Corpo estranho nasal é a principal causa de espirros agudos; infecção por Aspergillus e Penicillium, ou infiltração linfoplasmocítica são causas importantes de quadros crônicos. Gatos: Infecção viral (Herpervirus, Calicivi- rus) representa a maior parte de quadros agudos. Já Criptococcose e doença nasal secundária a in- fecções agudas com agentes de doença respira- tória superior como FeLV e FIV, promovem qua- dros crônicos. ➤ Secreção Nasal: Qualquer material elimi- nado das vias respiratórias através das narinas. Sua presença está mais comumente associada com desordens localizadas na cavidade nasal e seios paranasais, mas pode se desenvolver com desordens do trato respiratório inferior, como pneumonias, traqueobronquites ou desordens sis- têmicas. ☞ Características: Se apresenta como serosa em fase inicial da maiorias das doenças e em cará- ter agudo; mucosa quando alergia, micose ou neo- plasias. Quando são contínuas e de longa duração, costuma indicar afecções irritativas. Em caso de mucopurulência, há viroses ou processo inflama- tório de longa duração com proliferação bacteria- na. Hemorrágica quando ocorre traumatismo, co- agulopatias, hipertensão sistêmica, vasculite e mi- coses. ☞ Causas: Congênitas: Estenose nasal, fenda palatina, palato mole alongado. Virais: Rinotraqueíte felina, calicivirose feli- na,reovírus, vírus da cinomose. Bacterianas: Chlamydia, Mycoplasma, etc. Fúngicas: Aspergillus e Penicillium, Crypto- coccus neoformans. Parasitárias: Linguatula serrata, Pneumonys- soides. Outras: Neoplasias, alergias, pólipos, hiper- tensão sistêmica, afecção dentária, otite média, traumatismos, corpos estranhos, coagulopatias. ➤ Diagnóstico: dos Espirros e Secreção. ☞ Anamnese e Sinais: Animais jovens, idosos e imunossuprimidos são mais susceptíveis a infec- ções. Quando neonatos, deve-se considerar doen- ças congênitas. As raças braquicefálicas costumam ter estenose das narinas. Cães idosos e gatos tem tendência a neoplasias nasais e problemas dentá- rios. A hipertensão sistêmica costuma ser causa em animais idosos. ☞ Exame Clínico e Plano: Verificação do fluxo de ar, avaliação hematológica (pouco específica), citologia obtida com swab, sorologia, cultura e na- tibiograma, exame das cavidades oral e nasal sob anestesia. As radiografias torácicas e nasais são in- dicadas para animais com doença crônica, sendo oservado aumento da radiopacidade, assimetria, aumento de volume ou lesões em massa, perda da estrutura dos turbinados e destruição óssea. Testes de coagulação, contagem de plaquetas, ri- noscopia, aspirado e biópsia. ● Tosse: Expulsão repentina e ruidosa de ar dos pulmões por reflexo protetor normal, cujo objeti- vo é remover material indesejável das vias respira- tórias. Costuma ser de efeito benéfico para limpe- za das vias respiratórias. ➤ Causas: ☞ Mecânicas Físicas e Químicas: Irritação por gás, poeira, variação térmica; traumatismos; cor- pos estranhos na traqueia ou brônquios; bronco- pneumonia por falsa via; migração parasitária de Toxocara canis; compressão brônquica de origem cardíaca. ☞ Infecciosas: Agudas do aparelho respirató- rio superior, amidalite crônica, infecção traqueo- brônquica crônica, bronco-pneumopatias bacteri- anas, infecções fúngicas e parasitárias. ☞ Alérgicas: Asma felina, bronco-pneumopa- tias eosinofílicas, pneumonias granulomatosas. ☞ Circulatórias: Congestão passiva de origem cardíaca, edema pulmonar vasoativo, embolia pul- monar. ☞ Neoplásicas: Tumores primários do aparelho respiratório; pulmonares metastáticos; compres- são de origem extrínseca. ☞ Outras: Congênitas, síndrome da imobilidade ciliar, mineralização, obesidade (Síndrome de Pick- wick). ➤ Diagnóstico: ☞ Predisposição: Raças toy são predispostas à colapso traqueal; raças pequenas, à doença crô- nica da valva mitral; raças gigantes, à cardio- miopatias adquiridas; boxers, à neoplasias da base do coração e pulmão; raças braquicefálicas; à de- sordem obstrutiva de vias superiores. ☞ Anamnese: Ambiente com doenças endêmi- cas e poluentes ambientais. Doenças prévias, ex- posição a outros animais, vacinação. A descrição da tosse é importante, reconhecendo o apareci- mento e duração, progressão, eventos precipitan- tes, tipo de tosse, presença de secreção nasal e es- tridores, capacidade de dormir a noite, tolerância ao exercício, relação da tosse com ingestão de ali- mentos. Descrição da Tosse: Seca, ruidosa e áspera costumam ser sinais de irritação ou inflamação da laringe, traqueia e brônquios principais. Quando “grasnar de ganso” é associado a colapso tra- queal. Úmida e produtiva indica desordens asso- ciadas à produção de muco e secreções em pneu- monias. Hemoptise é associada com embolia pul- monar por dilofilária, neoplasias, traumas, corpo- estranho, granuloma, insuficiência cardíaca com- gestiva fulminantes, coagulopatias associadas a rodenticidas. ● Doenças Nasais: ➤ Micoses Nasais: ☞ Cryptococose: Doença causada pelo agente Cryptococcus neoformans, sendo uma condição que acomete mais gatos do que cães. O agente entra pelo trato respiratório e pode se disseminar por outros órgãos, inclusive quando acomete cães, é mais comum haver sinais de sistema nervoso. Sinais: Secreção nasal uni ou bilateral, le- sões granulomatosas nas narinas, deformidade fa- cial, lesões ulcerativas no plano nasal, linfadeno- patia mandibular, massas cutâneas ou subcutâ- neas, uveíte anterior, coriorretinite ou neurite óp- tica. Quando afeta o sistema nervoso, causa me- ningoencefalite focal ou difusa, formação de gra- nuloma focal com depressão, alterações de com- portamento, convulsões, cegueira, ataxia, andar em círculos, anosmia e paresia. Diagnóstico: Teste positivo para o antígeno, citologia, histopatológico, cultura. Tratamento: Anfotericina B em caso de disse- minação grave. Cetoconazol, itraconazol ou fluco- nazol em tratamento prolongado por 1-2 dias após a resolução dos sinais clínicos. ☞ Aspergilose: Doença causada pelo agente Aspergillus fumigatus, um habitante natural da ca- vidade nasal que se torna patogênicos em, princi- pamente, cães. Pode estar associado à outras doenças, possuindo um caráter oportunista. Sinais: Secreção um- coide, mucopurulenta com ou sem sangue ou pura- mente hemorrágica. Sensi- bilidade à palpação facial e ulceração externa das narinas. Diagnóstico: Radiografia com áreas de menor radiopacidade bem definidas na cavidade nasal e maior radiopacidade rostral e dos seios frontais. Rinoscopia, citologia, cultura (risco de falso positi- vo), biópsia. Tratamento: Tópicocom Clotrimazol após o debridamento das placas fúngicas. Oral com itra- conazol oral na dose de 5mg/kg por 60-90 dias, sendo mais simples, porém menos eficaz e com maior potencial de efeitos adversos. ➤ Tumores Nasais: : A maioria é maligna, lo- calmente invasivos que causam secreção nasal, obstrução de fluxo de ar e deformidades faciais. ☞ Cães: Adenocarcinoma, carcinoma de célu- las escamosas, carcinomas indiferenciados. ☞ Gatos: Adenocarcinomas e linfomas. ➤ Rinite Alérgica: Observada em cães atópi- cos, sendo uma resposta de hipersensibilidade na cavidade nasal e seios paranasais. Os sinais in- cluem: espirros e secreção nasal serosa ou muco- purulenta, podendo estarem associados a esta- ções do ano, alterações ambientais, ambiente e fumaças. ● Traqueobronquite Infecciosa Canina: Conhecida como “tosse dos canis”, sendo um con- junto de doenças infecciosas altamente contagio- sas do trato respiratório canino, que causam tra- queobronquite súbita com tosse curta e repetida paroxística que dura vários dias a algumas sema- nas. ➤ Etiologia: Bordetella bronchiseptica, Vírus da Parainfluenza canina (VPC), Adenovirus canino ti- po 2 (AVC-2), Herpesvirus canino, Reovírus canino, Micoplasmas e ureaplasmas. ➤ Transmissão: Aerossol por tosse e espirros de animais infectados, fômites. O período de incu- bação é de 3-10 dias. ➤ Patogenia: Infecções mistas com efeitos si- nergísticos, lesão do epitélio das vias aéreas supe- riores com inflamação aguda e disfunção dos cí- lios. Pode haver invasão secundária com pneumo- nia. ☞ Forma Suave: É a forma mais comum, apre- senta um início agudo de tosse curta seca e repeti- da, frequentemente acompanhada por engasgos ou ânsia de vômito. Costuma ser sinalizada duran- te exercícios ou alterações térmica ou de umidade. O cão continua a comer, permanece ativo e sem febre. Curso clínico de 7-14 dias. ☞ Forma Severa: Em geral ocorre concomitante com outras infecções e em filhotes não vacinados. Aqui, pode ocorrer broncopneumonia bacteriana, febre e risco de óbito. ➤ Diagnóstico: Evidências circunstanciais e his- tórico de exposição. O hemograma da forma suave indica apenas estresse, enquanto na forma severa já há leucocitose neutrofílica. Pode ser realizado radiografias, citologia, culturas e virologia. ➤ Tratamento: Indicado durante a forma seve- ra, ou de suporte à forma suave. Antibióticos por 10 dias, se necessário. Considerar nebulização com gentamicina 50mg em 2-3mL de soro fisioló- gico. O suporte pode ser feito com fluidoterapia e repouso. Broncodilatadores reduzem o desconfor- to e tosse, podendo ser usado aminofilina, teofili- na, terbutalina ou albuterol. Antitussígenos como codeína 0,25mg/kg, Butorfanol 0,5mg/kg ou Dro- popizina. ● Colapso de Traqueia Canina: Condição caracterizada pelo estreitamento ou deformidade da traqueia em que a membrana traqueal dorsal prolapsa para dentro do lúmen. Pode estar asso- ciada à deficiência de condroitina ou glicosamino- glicanos. É de etiologia desconhecida e pode ser adquirida em animais de meia idade. ➤ Achados Clínicos: É uma causa comum de obstrução das vias aéreas em cães da raças pe- quenas. Pode causar síndrome de angústia respi- ratória, tosse crônica de alta sonoridade (grasnar) que pode exacerbar por agitação ou alimentação. Pode ocorrer cianose e síncope. ➤ Tratamento: Emagrecimento em caso de o- besidade, uso de guias peitorais, supressores da tosse, broncodilatadores, prednisona 0,5-1,0mg/ kg em casos de crises, sulfato de condroitina. Ci- rúrgico por uso de stents. ● Bronquite Crônica Canina: Síndrome de- finida como tosse que ocorre na maioria dos dias por dois ou mais meses consecutivos no ano na ausência de outras doenças. É consequência de processo inflamatório persistente que pode ter sido iniciado por infecção, alergia, agentes irritan- tes ou toxinas inaladas. Cães de porte pequeno de meia idade costumam ser acometidos. ➤ Fisiopatologia: O ciclo contínuo de inflama- ção promove dano grave à mucosa e consequente hipersecreção de muco, causando obstrução das vias aéreas, que dificulta a limpeza mucociliar. ➤ Sinais Clínicos: Tosse áspera e sonora, po- dendo ser produtiva ou não. É progressiva, pioran- do com exercício e apresentando crises de disp- neia. Não há sinais sistêmicos. ➤ Diagnóstico: Costuma ser de exclusão. ☞ Anamnese: Característica da tosse, higieni- zação e localização do ambiente, doenças cocomi- tantes como doença valvar, exposição a agentes infecciosos. ☞ Exame Físico: Sons respiratórios altos, crepi- tações e sibilos, cliques ao final da expiração. ☞ Radiografia Torácica: Apresenta padrão bronquial com infiltrados intersticiais e alterações suaves. É importante descartas outras doenças. Padrão Bronquial: Paredes bronquiais mais espessas, com sinais característicos de donuts e li- nhas de trem. Geralmente associado com bronqui- tes e bronquiectasia. Em casos avançados, pode haver calcificação de cartilagens e infiltração peri- bronquial. ☞ Complementares: Lavado traqueal e bronco- alveolar. Broncoscopia. ➤ Tratamento: É sintomático e individualizado, sendo importante minimizar fatores de exacerba- ção, como estresse e poluentes. O tratamento pe- riodontal diminui a microbiota, a hidratação das vias aéreas pode ser feita com nebulizações e flui- doterapias. Em animais obesos é importante pro- tocolo de emagrecimento. ☞ Medicamentos: Broncodilatadores como te- ofilina, simpatomiméticos terbutalina e albuterol; glicocorticoides como prednisona; supressores da tosse como dextrometorfano, butorfanol e hidro- codona. ● Cinomose Canina: Doença viral multissistê- mica, altamente contagiosa e severa dos cães e outros carnívoros. ➤ Etiologia: Vírus da cinomose, um morbilivirus da família Paramyxoviridae, sendo um vírus que sobrevive poucas horas fora do hospedeiro e é fa- cilmente destruído por ressecamento e desinfe- tante. Incide em todas as idades em cães não vacinados. ➤ Transmissão: Secreções e excreções corpo- rais, aerossóis. A eliminação viral do portador ces- as 1-2 semanas após a recuperação do animal. ➤ Patogenia: A exposição aerógena por inala- ção permite que o vírus invada macrófagos das tonsilas e linfonodos brônquicos, alcançando e se alastrando por meio do sistema linfático até os te- cidos linfóides sistêmicos em 2 a 6 dias. O primeiro pico febril acontece e o sistema nervoso central e epitelial é acometido no período de 8-14 dias. ☞ Boa Resposta Imune: Promove a recupera- ção do animal e eliminação do vírus do organismo. ☞ Resposta Imune Lenta ou Fraca: Há ausência de sinais multissistêmicos, e o sistema nervoso central expressa encefalomielite crônica com apa- recimento retadado. ☞ Falha na Resposta Imune: Há disseminação rápida até o sistema nervoso central e sinais mul- tissistêmicos em 2-3 semanas com segundo pico febril. ➤ Sinais Clínicos: Variáveis. Geralmente há a- norexia, depressão, febre diafásica de até 41°C. O sistema respiratório expressa rinite e conjuntivite com secreção serosa a mucopurulenta; pneumo- nia intersticial que evoluir para broncopneumonia por infecção secundária. O sistema gastrintestinal apresenta vômitos e diarreia. Olhos podem ter ce- ratoconjutivite, coriorretinite e neurite. O sistema nervoso expressa encefalomielite aguda por des- truição da substância cinzenta, caracterizada por convulsões, dismetria, andar em círculos e altera- ções de comportamento; pode haver encefalomi- elite não supurativa subaguda ou crônica devido a imunimediação de anticorpos antimielina; e, caso acometa cérebro e cerebelo, há ataxia e distúrbios de equilíbrio e andadura; em caso de alteração da medula espinhal, pode haver incoordenação, pa- resia e propriocepção alterada; outros sinais são: mioclonias e neuropatias periféricas. Pode haver também, hipoplasia do esmalte dentário, hiper- queratose dos coxins e plano nasal, e dermatite pustular.➤ Diagnóstico: Sinais clínicos típicos com his- tórico de vacinações ausentes e em ambiente de risco. ☞ Hemograma: Linfopenia, leucopenia precoce que evolui para leucocitose neutrofílica, e trombo- citopenia. ☞ Radiografias: Pneumonia com infiltrados in- terticiais ou alveolares. ☞ Fator de Crescimento Epitelial: Aumento da concentração de proteínas e da contagem celular. Presença de anticorpos anti-vírus da cinomose. ☞ Outros: Virologia, sorologia. ➤ Tratamento: Antibióticos de largo espectro em caso de pneumonia, umidificação das vias aé- reas, expectorantes e broncodilatadores, suporte para vômitos e diarreia, fenobarbital para convul- sões. ● Doença Respiratória Viral Felina: Apre- senta duas formas distintas: quadro agudo de apa- recimento súbito, febre, anorexia e desidratação; e portadores crônicos com poucos sinais eviden- tes. Acomete principalmente filhotes de 8 a 10 se- manas, em regiões de alta densidade populacional em conjunto com outras doenças como FeLV. ➤ Calicivirus Felino: Apresentam muitos va- riantes sorológicos, que contaminas por fômites. É inativado por desinfecção com hipoclorito ou com- postos de amônio quaternário. ☞ Infecção: O quadro agudo é frequente em fi- lhotes não vacinados e mantidos em grandes gru- pos, visto transmissão por contato direto com se- creções orais e oculonasais. O período de incuba- ção é de 3-5 dias. O paciente portador pode ser assintomático ou com sinais de conjuntivite branda, gengivite ou doença periodontal. Sinais Clínicos Quadro Agudo: Pirexia, anorexia, fraqueza, secreção oculonasal serosa, úlceras o- rais e nasais. Pode haver pneumonia, traqueo- bronquite, diarreia, mialgia, andar rígido e hi- perestesias. ➤ Vírus da Rinotraqueíte Felina: Um alfa-her- pesvirus altamente espécie-específico, lábil no ambiente, sobrevivendo por até 18 horas no ambiente, e marcante tropismo epitelial. Estima- se que 90% do gatos já foram expostos. O princi- pal mecanismo de infecção é a transferência direta do vírus por meio de espirros. ☞ Patogenia: Inoculação oral, nasal ou conjun- tival com rápida replicação nas células epiteliais causando citólise, rinite, conjuntivite e úlcera de córnea. Pode haver ulceração da mucosa e secre- ções sanguinolentas em caso de citólise severa. Pode haver exposição de osso e cartilagem com remodelamento e sinusite crônica em caso de ero- são da mucosa nasal. ☞ Sinais Clínicos: A doença primária é autoli- mitante em 10-20 dias, e afeta somente o trato respiratório superior e olhos. Há rinite e com- juntivite com secreções serosas e sanguinolentas que podem evoluir para mucopurulentas; o animal também pode apresentar anorexia, febre, fra- queza e conjuntivite hiperêmica com úlceras de córnea. Quando recrudescente há ceratoconjunti- vite, rinosinusite e ceratite. ➤ Tratamentos: Quando de suporte, objetiva prevenir infecções secundária e manter a adequa- da nutrição e hidratação para conforto do pacien- te, se usando de ambiente aquecido e umidificado com boa ventilação. Pode ser usado soro fisiológi- co para limpeza dos olhos e nariz, nebulização por 15-30 minutos até 3x ao dia. ☞ Medicamentos: Descongestionantes nasais pediátricos como 0,25% fenilefrina, e 0,025% oxi- metazolina. Antibóticos sistêmicos e oftálmicos como Amoxicilina 22mg/kg/12h, e Cloranfenicol e Doxiciclina 5-10mg/kg BID em caso de Chlamydia ou Mycoplasma. Evitar glicocorticóides, medica- ções com DAINE podem potencializar a persistên- cia do antígeno. Agentes antivirais devem ser con- siderados quando os sinais são graves ou envolvem a córnea, podendo ser Trifluridina, Ido- xuridina, Vidarabina, Aciclovir ou Famciclovir. ● Rinosinusite Crônica: Costumam ser assin- tomáticos ou com secreção oculonasal mucopuru- lenta e episódios de espirros e respiração ruidosa. ☞ Etiologia: Rinite linfocítica plasmocitária a- lérgica ou imunomediada; fúngica por Cryptococ- cus neoformans; bacteriana secundária à fraturas, corpos estranhos, parasitas, fístulas, pólipos e tu- mores. ☞ Patogenia: Vírus e bactérias destroem a es- trutura e função imunológica da mucosa nasal, proliferando bactérias e inflamando o tecido com secreção que oclui a conexão entre o seio frontal e cavidade nasal. ☞ Tratamento: Cirúrgico possui sucesso varia- do com trepanação dos seios frontais, rinotomia ou turbinectomia, curetagem e obliteração dos seios frontais. Clínico promove alívio adequado e usa-se antibióticos, nebulização e descongestio- nante nasal pediátrico. ● Efusões Pleurais: ➤ Etiologia: Causas primárias podem ser oriun- das da própria pleura, como em pleurite supurati- va (piotórax), vasculite exsudativa (PIF) ou neopla- siaprimária da pleura (mesotelioma); ou secundá- rias a outras desordens como em neoplasias me- diastínicas e broncopulmonares, rompimento lin- fático (quilotórax), doença cardíaca e traumas. Causas raras podem ser torção de lobo pulmonar, cirrose, hipoproteinemia, pancreatite, infarto pul- monar, cistos tímicos e parasitismo por Aeluro- strongylus. ➤ Sinais Clínicos: Dispneia inspiratória com encurtamento da respiração e padrão dissincrôni- co, tosse, intolerância a exercícios, postura orto- pneica, cianose, anorexia, depressão, perda de pe- so, desidratação e anemia. ➤ Diagnóstico: ☞ Exame Físico: Inspeção visual, febre, auscul- tação com abafamento dos sons respiratórios e cardíacos, percussão, oftalmoscopia, sinais exter- nos de trauma. ☞ Radiografia Torácica: Estabelecer a priori- dade de estabilizar o animal e não o estressar. De- ve ser feito antes e depois da drenagem, em posi- ções adequadas. Características: Obscurecimento dos contor- nos cardíacos e diafragmáticos, separação dos lo- bos pulmonares da pleura parietal e esterno, preenchimento das fissuras interlobares, arredon- damento dos bordos pulmonares, alargamento do mediastino, achatamento do ângulo costo-frênico ☞ Ultrassonografia: Mais rápido e menos es- tressante, permite diferenciar líquidos de massa e serve de guia para punção. ➤ Toracocentese: Permite, além da terapêuti- ca de melhorar a respiração, coletar amostras e melhorar a visualização radiográfica. É, porém, contraindicado em casos de desordens de coagu- lação. ☞ Preparação: Sedação caso animal esteja agi- tado, posicionamento em decúbito esternal, sen- tado ou apoiado. Tricotomia, antissepsia e infiltra- ção anestésica local com lidocaína 2% subcutânea. ☞ Procedimento: Aplicação de cateter no terço ventral do 6º. 7º ou 8º espaço intercostal, logo a- baixo da articulação costo-condral, evitando a margem caudal da costela (risco de puncionar ar- téria); posicionando a agulha em ângulo de 45° para evitar laceração pulmonar. Coleta de Amostras: Tubo de EDTA para conta- gem de células e citologia, tubo para bioquímico, tubo estéril para cultura, lâminas com esfregaço. Analise do Fluido: pH <6,9 se houver infecção bacteriana. Se glicose diminuída indica piotórax ou neoplasia. Pode ser detectado peritonite in- fecciosa felina na amostra. Transudato Transudato Modificado Exsudato Asséptico Exsudato Séptico Quilo Cor Incolor ou amarelo pálido Amarelo ou róseo Amarelo ou róseo Amarelo a verme- lho tijolo Leito- so Proteína (g/dl) <1,5 2,5-5,0 3,0-6,0 3,0-7,0 2,5 - 6,0 Fibrina Ausente Ausente Presente Presente Varia Bactéria Ausente Ausente Ausente Presente Aus. Células Nucl. <1.000 1.000- 7.000 5.000- 20.000 5.000- 300.000 1.000- 20000 Citologia Célula mesotelial Macrófago PMN Neoplasias Macrófa. PMN Neopla. PMN degen. e Macróf. Peq. linfóc. PMN e Macró Doenças Assoc. Albumine- mia ICC Crônica Neoplasia PIF Neoplas. Torção Pancreat. Pleurite Séptica Piotórax Quilo- tórax ➤ Piotórax: Derrame pleural contaminado por meio de septicemia, infecções adjacentes ou in- trodução direta do agente por traumas penetran- tes. ☞ Achados: Leucocitose, exsudatopurulento do líquido peritoneal, resultados de cultura positi- va. ☞ Tratamento: Antibioticoterapia inicial focada para microrganismos anaeróbicos, como Clinda- micina ou Metronidazol, sendo primariamente in- travenosos. Deve-se combinar Penicilinas (Amoxi- cilina) para grams + com Cefalosporinas para grams -; por no mínimo 3 semanas a 3 meses. Lavagem: Usa-se um tubo de drenagem to- rácica, introduzindo-o à cavidade por meio de to- racostomia. Realiza-se lavagens 2 vezes ao dia com soro fisiológico morno. O tratamento finaliza quando a radiografia se mostrar limpa por 48h, a produção de líquido é menor que 15mL por 24h, sendo ausente e purulência e com citologia nega- tiva. ➤ Quilotórax: Acúmulo de linfa na cavidade a partir do rompimento, obstrução ou dilatação do ducto torácico. Pode ser causado por massas mediastínicas craniais, traumas, doenças cardíacas ou de maneira idiopática. ☞ Achados: Tosse, líquido rico em triglicerí- deos, corado em Sudan. ➤ Hemotórax: Acúmulo de sangue na cavidade por causa de traumas torácicos, desordens de he- mostasia ou neoplasias intratorácicas. ➤ Pneumotórax: Acúmulo de ar livre no espaço pleural por meio de trauma torácico penetrante ou fechado, podendo ser causado de maneira ia- trogênica. ☞ Classificação: Simples, aberto ou por tensão ☞ Diagnóstico: Sinais como dispneia, angústia, ortopneia, sons cardíacos e pulmonares diminuí- dos ou distantes, hiperresonância na percussão, enfisema subcutâneo e radiografia. ☞ Tratamento: Emergencial em casos de feri- das abertas e necessidade de drenagem, sendo ci- rurgico por toracotomia. O paciente deve ser mo- nitorado.
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