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E-book da Unidade - O Processo Psicodiagnóstico

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O Processo Psicodiagnóstico
Avaliação Diagnóstica 
e Psicodiagnóstico
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
JÉSSICA DE ASSIS SILVA
SHEILA MARIA PRADO SOMA
FÁBIO PEREIRA SOMA
AUTORIA
Jéssica de Assis Silva
Olá! Sou formada em Psicologia pela Universidade Federal do Pará, 
com Mestrado em Psicologia pela Universidade Federal de São Carlos 
e Doutorado em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo. 
Adicionalmente, sou especialista em Terapia Comportamental e Cognitiva 
pela USP, sendo docente em cursos de graduação e especialização. 
Sendo assim, gostaria de dividir um pouco dessa experiência com você! A 
Editora Telesapiens e eu estamos empenhados em acompanhá-lo nessa 
jornada! Conte conosco!
Sheila Maria Prado Soma
Olá! Sou Psicóloga há 22 anos, com Mestrado e Doutorado pela 
Universidade Federal de São Carlos. Tenho experiência em Psicologia 
Clínica e docência no ensino superior. Trabalhei durante todo esse tempo 
com a formação de profissionais nessa área, e também na produção 
de conteúdos e pesquisas. Psicologia é minha paixão e transmitir essa 
experiência profissional e de vida àqueles que estão em formação é um 
dos focos do meu trabalho. Por esse motivo fui convidada pela Editora 
Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito 
feliz em estar com você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte 
comigo! Vamos juntos!
Fábio Pereira Soma
Olá! Sou formado em Filosofia e Pedagogia, Mestre em Filosofia 
pela Unesp, com uma experiência técnico-profissional na área de 
educação de mais de 12 anos. Sou apaixonado pelo que faço e adoro 
transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas 
profissões. Por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu 
elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você 
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR:
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS:
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE:
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES:
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Avaliação Psicológica na Infância e na Adolescência ................. 10
Psicodiagnóstico Interventivo ................................................................................................ 10
A Participação Familiar ................................................................................................................ 14
O Desenvolvimento Infantil ...................................................................................................... 16
Avaliação Psicológica em Adultos ....................................................... 21
Possibilidades de Psicodiagnóstico em Adultos ..................................................... 21
Instrumentos de Avaliação Psicológica em Adultos .............................................23
Exemplos de Contextos de Avaliação em Adultos ................................................24
Avaliação no Trânsito .................................................................................................25
Avaliação Psicológica em Contextos de Saúde: Uma Possibilidade 
de Inserção Profissional ...........................................................................................28
Avaliação Psicológica em Idosos .........................................................32
O Envelhecimento ..........................................................................................................................32
Avaliação Psicológica em Idosos ........................................................................................34
Avaliação Neuropsicológica em Idosos ........................................................................ 40
Avaliação Psicológica em Grupos ........................................................44
Psicodiagnóstico Grupal ............................................................................................................44
Estratégias de Avaliação Psicológica em Grupo......................................................45
Alguns Contextos de Avaliação Psicológica em Grupo ......................................52
7
UNIDADE
03
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
8
INTRODUÇÃO
 Você sabia que a área de Avaliação Psicológica é uma das mais 
demandadas no exercer profissional do psicólogo, e é responsável por grande 
parte da empregabilidade de profissionais da psicologia, dessa forma trata-
se de uma das áreas mais rentáveis dentro desse campo de estudo. Sua 
principal responsabilidade é compreender como se dá a avaliação psicológica 
considerando públicos diversos. É necessário compreender quais os tipos de 
informações pertinentes para a realização de uma intervenção pautada na 
ética e na responsabilidade técnica considerando as diferentes demandas de 
avaliação para que então você realize um excelente trabalho. Discutir sobre a 
diversidade de participantes de uma avaliação implica em discutir também a 
diversidade de procedimentos adotados e a contemplação frente ao número 
de participantes, possibilidades de encaminhamentos e respeito à etapa de 
desenvolvimento a qual o indivíduo se encontra. Entendeu? Ao longo desta 
unidade letiva mergulhará neste universo!
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o 
término desta etapa de estudos:
1. Explicar o processo de avaliação psicológica na infância e na 
adolescência.
2. Debater sobre avaliação psicológica em adultos
3. Analisar os fundamentos da avaliação psicológica em idosos. 
4. Debater sobre avaliação psicológica em grupos. 
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
10
Avaliação Psicológica na Infância e na 
Adolescência
OBJETIVO:
Ao final deste, capítulo você será capaz de entender 
como funciona o processo de avaliação na infância e na 
adolescência. Isto será fundamental para o exercício de 
sua profissão. As pessoas que tentaram realizar a avaliação 
desse público sem a devida instrução encontraram 
impasses quanto ao desenvolvimento de sua prática. 
Você aprenderá sobre a importância de conhecimentos 
sobre desenvolvimento humano para adequar a prática ao 
público, bem como reflexões sobre a participação dos pais 
e o brincar no processo de avaliação. E então? Pronto para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Psicodiagnóstico Interventivo
De acordo com Rocco e Santos (2016) o psicodiagnóstico pode ser 
uma oportunidade para atender os objetivos terapêuticos, devendo ser 
entendido para além da compreensão do indivíduo. A literatura aponta que 
toda prática psicológica possui em alguma medida, uma ação terapêutica, 
e por essa razão, deve-se atentar ao desenvolvimento dessa prática como 
uma forma de favorecer o trabalho junto a queixa (DONATELLI; LOPES, 
2015; LAZZARI;SCHMIDT, 2008).
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
11
Figura 1- Avaliação infantil
Fonte: Freepik.
Mesmo em uma avaliação com crianças, o psicodiagnóstico infantil 
deve ser entendido de forma mais ampla do que reduzido a um momento 
de transição entre a chegada do indivíduo ao atendimento e o processo 
de psicoterapia ou demais tratamentos; o psicodiagnóstico já pode ser 
encarado como importante via, não só investigativa, como interventiva 
(ANCONA-LOPEZ, 2013).
Um psicodiagnóstico infantil tradicional implica em uma série de passos, 
conforme destacado por Ancona-Lopez (2013) e mostrado na figura 2. 
Figura 2 - Modelo tradicional de psicodiagnóstico
Fonte: Adaptado de Ancona-Lopez (2013).
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
12
Atualmente, o diagnóstico interventivo é uma possibilidade de 
incluir a criança no processo de maneira que a compreensão do indivíduo 
seja compartilhada. É válido destacar que os princípios éticos também 
devem ser parte da avaliação, sendo reflexo da legitimidade dos dados 
apresentados (ROCCO; SANTOS, 2016). 
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre o assunto, o texto Psicodiagnóstico 
interventivo psicanalítico, em Milani et al. (2014) descrevem 
a avaliação nos moldes psicanalíticos, debatendo sobre 
as atitudes do profissional e o viés teórico desse novo 
modo de se fazer uma avaliação. Trata-se de uma ótima 
oportunidade para conhecer mais sobre o assunto. 
Em crianças e adolescentes, tanto as entrevistas e testes quanto 
as atividades lúdicas podem ser fontes de avaliação: o psicodiagnóstico 
interventivo pode ser realizado por meio do brincar. Dessa forma, o 
brincar torna-se uma boa ocasião para a realização de intervenções, bem 
como fonte de expressão desse público. O brincar na avaliação deve 
ser traduzido para além do básico e usual, ou seja, como uma forma de 
identificação e expressão de sintomas, conflitos ou desejo. 
Figura 3 - Criança brincando em consultório
Fonte: FreeImages.
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/eip/v5n1/a06.pdf
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/eip/v5n1/a06.pdf
13
Ancona-Lopez (2013) enfatiza que a atividade lúdica na avaliação 
infantil é uma importante fonte da percepção da criança sobre si mesma, 
os outros e o mundo. Dessa forma, o ludodiagnóstico traduz-se num 
recurso singular para a atuação junto as crianças/adolescentes (ROCCO; 
SANTOS, 2016). 
A hora do jogo diagnóstico implica na observação de um brincar 
espontâneo e livre, cuja interpretação deve contemplar a etapa evolutiva, 
o desenvolvimento emocional, o grau de inibição e a sociabilidade da 
criança (ROCCO; SANTOS, 2016). 
ACESSE:
O artigo Caso clínico: avaliação psicológica de uma criança 
com capacidade lúdica inibida, de Broering e França (2007), 
exemplifica o uso da hora do jogo diagnóstico a partir da 
apresentação de um caso clínico envolvendo a avaliação 
de uma criança com a capacidade lúdica inibida. Os autores 
ressaltam tal ferramenta como importante fonte de dados 
para a avaliação infantil. 
Figura 4 - Crianças brincando de super-heróis
Fonte: Freepik.
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0360.pdf
14
A contação de histórias também pode ser um excelente recurso 
para a avaliação psicológica de crianças, pois permite o debate de uma 
avaliação para além da concretude da realidade (ROCCO; SANTOS, 2016). 
As relações no brincar podem ser vistas como uma via para a expressão 
do indivíduo (BARBIERI, 2009).
A Participação Familiar
É importante destacar que a criança normalmente é depende 
do cuidador tanto emocionalmente quanto socialmente. Muitas vezes 
o trabalho dos pais é sinônimo de um cuidado terceirizado o que pode 
impactar diretamente no comportamento da criança (ANDRADE et al., 
2012, apud ROCCO; SANTOS, 2016). 
Um dos primeiros pontos a serem abordados nas entrevistas iniciais 
deve ser justamente o funcionamento familiar, também foco de observação, 
uma vez que a dinâmica familiar pode tanto favorecer o psicodiagnóstico 
da criança, no sentido de fornecimento de informações relevantes sobre 
sua história e convívio, como também esse relacionamento entre os pais 
e a criança pode ser responsável por muitas das queixas apresentadas. 
Dessa forma, um devido encaminhamento tanto a criança quanto uma 
orientação aos pais são imperativos (ROCCO; SANTOS, 2016). 
Figura 5 - Pai e filho
Fonte: FreeImages.
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
15
IMPORTANTE:
Cabe frisar que, muitas vezes, os pais também necessitam 
de acolhimento, pois também sofrem diretamente com a 
queixa da criança e com as dificuldades em lidar com a 
mesma (SEI et al., 2008). 
Arzeno (1995) enfatiza que a participação familiar pode se dar de 
diferentes formas e quanto menor a criança/ adolescente mais significativa 
é a sua participação. A autora destaca alguns pontos importantes na 
atenção aos pais quando no atendimento ao público infanto juvenil, a 
saber: pais são modelos aos filhos, então a análise do tipo de modelo 
fornecido também é importante para a avaliação; através da entrevista 
com os pais é possível conseguir exemplos de interação familiar que 
possam constar para uma entrevista devolutiva; podem servir para o 
fornecimento de elementos relevantes para a formulação de estratégias 
terapêuticas ou participar das mesmas. 
Adicionalmente, o profissional ao incluir a família no processo deve 
atentar-se sobre os papéis estabelecidos pelos membros da família: 
quais são os papéis? Quem desempenha qual papel? Há flexibilidade/
alternância nesses papéis? Quem exerce o papel de liderança? O 
desenvolvimento da criança é favorecido/permitido ou prejudicado nessa 
interação? (ARZENO, 1995). 
Figura 6 - Família
Fonte: FreeImages.
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
16
Segundo Arzeno (1995) há de se acrescentar ainda a reflexão sobre 
possíveis identificações no processo de coleta de informação ou mesmo 
uma análise da extensão do sofrimento e carga por parte da família. 
Deve-se verificar ainda, a função dos cuidadores, tanto na transmissão 
de conhecimentos, quanto no estabelecimento de limites a criança e 
a percepção dos familiares na compreensão deles mesmos enquanto 
outrora criança e a reafirmação do papel do adulto. Por fim, uma avaliação 
das crenças familiares é de extrema importância para a compreensão 
global do indivíduo foco de análise. 
O Desenvolvimento Infantil
Para a avaliação e o tipo de procedimentos empregados, a faixa 
etária da criança deve ser considerada e os procedimentos também 
devem ser adaptados. Para a normatização de alguns testes, por exemplo, 
devem ser considerados alguns aspectos pertinentes ao público infantil, 
tal como a série escolar ou mesmo o estágio de desenvolvimento do 
indivíduo (PACICO, 2015). 
Quanto à análise da escolaridade, essa pode impactar no 
desempenho acadêmico, nos currículos estabelecidos nas instituições 
de ensino ou mesmo na sua qualidade (PACICO, 2015). 
Já o desenvolvimento infantil, pode ser contemplado na 
normatização e posterior aplicação de instrumentos, tendo como critérios 
o desenvolvimento da criança em diferentes aspectos, a exemplo da 
classificação de Piaget (1992, apud PACICO, 2015) e seus estágios de 
desenvolvimento cognitivo, conforme figura 7.
Figura 7- Estágios de desenvolvimento cognitivo propostos por Piaget
Fonte: Adaptado de Piaget (1992 apud PACICO, 2015).
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
17
SAIBA MAIS:
O livro Avaliação psicológica e desenvolvimento Humano: 
casos clínicos, de Yates et al. (2019), aborda a avaliação 
psicológica a partir da discussão de casos abordando 
diferentes fases do desenvolvimento, contemplando desde 
a infância até a terceira idade. 
Uma avaliação envolvendo crianças e adolescentes em situação de 
risco, por exemplo, deve-se atentar além do estágio de desenvolvimento 
do indivíduo, também fatores como a linguagem estabelecida, a cultura 
quepermeia essa população e o contexto imediato (HUTZ; SILVA, 2002). 
Com jovens em conflito com a lei, por vezes o trabalho é realizado 
dentro de instituições que já possuem opiniões pré-estabelecidas quanto 
ao trabalho do psicólogo ou outros profissionais. Assim, a avaliação pode 
ser um ambiente tanto para o crescimento profissional , como também 
uma maneira para que a criança/adolescente vivencie um momento para 
resgatar sua saúde (HUTZ; SILVA, 2002). 
Figura 8 - Criança testemunha de violência
Fonte: Freepik.
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
18
DEFINIÇÃO:
Situação de risco implica num desenvolvimento cujo curso 
é inesperado para a sua idade ou para o contexto cultural 
em que vive (HUTZ; SILVA, 2002). 
Quadro 1 - Modalidades de risco
TIPO DE RISCO EXEMPLOS
Risco físico Baixa nutrição; doenças.
Risco social Exposição à violência; drogas.
Risco psicológico Abuso; negligência; exploração.
Fonte: Adaptado de Hutz e Silva (2002).
O profissional deve estar atento a crianças e adolescentes em 
situação de risco, uma vez que há uma diversidade de riscos que esses 
jovens podem apresentar, conforme descrito no Quadro 1. Vale destacar 
que há ainda a discussão quanto a causas externas ou individuais 
(comportamentos de risco) no surgimento da situação de risco. Em 
linhas gerais, deve-se destacar o somatório de condições adversas no 
favorecimento do surgimento do risco (HUTZ; SILVA, 2002).
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
19
SAIBA MAIS:
O texto Avaliação Psicológica de crianças e adolescentes 
em situação de risco, de Hutz e Silva (2002), discute os 
obstáculos do profissional ao realizar a avaliação nesse 
público, considerando, sobretudo, a miséria como uma 
situação de risco. Há discussões sobre a adequação desse 
tipo de serviço a esse público. 
Figura 9 - Crianças em situação de vulnerabilidade social
Fonte: FreeImages.
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-04712002000100008
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-04712002000100008
20
RESUMINDO:
E então? Gostou do que mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir alguns pontos importantes. Você deve 
ter aprendido que uma das formas de pensar a avaliação 
psicológica em crianças e adolescentes é por meio do 
psicodiagnóstico interventivo, cuja avaliação é além 
do fornecimento de um diagnóstico, mas a própria 
avaliação torna-se uma oportunidade de intervenção, 
não somente de caráter investigativo. É válido destacar 
que o desenvolvimento humano deve ser considerado, 
uma vez que a depender do estágio de desenvolvimento 
da criança/adolescente, os procedimentos de avaliação 
devem ser readequados. Em crianças e adolescentes, 
o brincar pode ser uma via de entendimento da queixa e 
compreensão dos modos de se relacionar da criança. Em 
crianças e adolescentes em situação de risco, também 
devem ser contemplados o conjunto de estressores para 
uma análise mais fidedigna. Em crianças e adolescentes 
institucionalizadas, os valores e discursos institucionais 
também devem ser fonte de atenção. Em linhas gerais, para 
o atendimento do público infanto-juvenil, a participação da 
família é fundamental, ela é tanto fonte de informação como 
muitas vezes contribuinte no estabelecimento da queixa ou 
pode servir de meio para a aplicação de procedimentos 
e resolução da mesma. Em alguns casos, há a reflexão 
também sobre encaminhamentos não só para a criança, ao 
final da etapa da avaliação, mas também para a família, em 
função da dinâmica familiar apresentada. 
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
21
Avaliação Psicológica em Adultos
OBJETIVO:
Ao final deste capítulo, você será capaz de entender como 
funciona o processo de avaliação em adultos. Isto será 
fundamental para o exercício de sua profissão. Obstáculos 
são parte da vida profissional em atuação com esse 
público quando não se compreende a evolução dos tipos 
de psicodiagnóstico, de forma a abordar o indivíduo de 
maneira global. Adicionalmente, exemplos de contexto 
de intervenção com adultos serão abordados. E então? 
Pronto para desenvolver esta competência? Então vamos 
lá. Avante!.
Possibilidades de Psicodiagnóstico em 
Adultos
Em um contexto de avaliação psicológica, faz-se necessário 
discutir a evolução do que se entende por psicodiagnóstico. Inicialmente, 
tal prática era voltada exclusivamente para avaliação, tendo esta como 
sinônimo de investigação, tendo como uma das principais finalidades a 
realização de encaminhamentos a psicoterapia ou demais profissionais. 
Posteriormente o papel da avaliação psicológica foi se modificando ao 
longo do tempo, implicando além do diagnóstico, mas sendo entendida 
também como uma via para a intervenção (PAULO, 2006). 
Figura 10 - Profissional realizando avaliação
Fonte: FreePik.
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
22
O psicodiagnóstico compreensivo é aquele que permite uma 
compreensão psicodinâmica do sujeito e de suas dificuldades. Tal modelo 
psicodiagnóstico tem caráter dinâmico e flexível (PAULO, 2006). 
DEFINIÇÃO:
Psicodiagnóstico compreensivo é aquele que permite 
uma análise psicológica global do indivíduo, com suporte 
de algumas ferramentas como entrevistas, observações, 
testes etc. (PAULO, 2006). 
A partir de uma anamnese e avaliação da personalidade do indivíduo 
é possível o estabelecimento de conclusões a respeito de algumas 
características do indivíduo, de maneira dinâmica, conforme apontado na 
Figura 11. 
Figura 11- Possibilidades de compreensão do indivíduo a partir da avaliação
Fonte: Adaptado de Paulo (2006)
O diagnóstico é classificado como interventivo quando atrelado a 
intervenção, favorecendo além da compreensão do indivíduo, a intervenção 
sob aspectos determinantes das questões apresentadas e características 
emergentes do sujeito. Tal tipo de diagnóstico é subordinado ao raciocínio 
clínico: os resultados de testes são considerados, mas há a flexibilidade 
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
23
nessa avaliação, favorecendo a preservação da individualidade do 
indivíduo em avaliação (PAULO, 2006).
Instrumentos de Avaliação Psicológica em 
Adultos
Cabe ressaltar que, para uma avaliação, podem ser utilizados tanto 
instrumentos psicológicos como testes projetivos como suporte para a 
prática. Sobre os instrumentos psicológicos do tipo projetivo, estes têm 
pelo menos três funções, sendo de extrema utilidade para o processo de 
avaliação (PAULO, 2006), conforme apontado a Figura 12. 
Figura 12 - Funções dos instrumentos psicológicos projetivos
Fonte: Adaptado de Paulo (2006).
SAIBA MAIS:
A obra Atualizações em Métodos projetivos para avaliação 
psicológica, de Villemor-Amaral e Werlang, fornece 
detalhes estes métodos e relata exemplos de alguns testes, 
tais como os de Rorschach e Zulliger, discutindo também o 
seu caráter científico. Boa leitura!
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
24
Há também testes não projetivos e que são importantes no 
atendimento ao adulto (DOURADO, 2016). Um exemplo seria a Escala 
Weschsler de Inteligência para Adultos (WAIS-IV) ou outros instrumentos 
de avaliação como a Figura Complexa de Rey (DOURADO, 2016). 
Exemplos de Contextos de Avaliação em 
Adultos
Há a possibilidade de avaliação de adultos em diversos contextos. 
Cunha (2000) destaca que há diversas situações em que há o envolvimento 
de demandas de avaliação psicológica em adultos e desdobramentos 
envolvendo a elaboração de documentos psicológicos, tais como laudos 
e atestados.
Alguns exemplos de contextos de avaliação são a autorização para 
porte de armas, seleção em concursos públicos, entre outros (CUNHA, 
2000). De acordo com Dourado (2016), há seis campos comuns envolvendo 
a avaliação psicológica, conforme descreve a Figura 13. Embora a área 
de orientação profissional sejamais comum em adolescentes, muitos 
adultos tem demandado esse tipo de avaliação. 
Figura 13 - Contextos comuns de demanda de avaliação psicológica
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
25
SAIBA MAIS:
O texto Avaliação psicológica e contextos de atuação: 
possibilidades na relação teoria e prática, de Dourado (2016), 
contempla diferentes contextos de avaliação psicológica. 
Boa leitura! 
Avaliação no Trânsito
A avaliação psicológica quando realizada no contexto do trânsito 
normalmente enfatiza as condições do indivíduo na condução de um 
veículo. É importante destacar que o trabalho profissional depende do 
que é disposto institucionalmente por órgãos públicos, tais como o 
Conselho Nacional de Trânsito (Contran), Departamento Nacional de 
Trânsito (Denatran) e os Conselhos regionais e/ou federais de Psicologia, 
além da subordinação a alguns órgãos estatuais (MÄDER, 2016). 
Figura 14 - condutor no trânsito
Fonte: FreeImages.
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
http://revista.fametro.com.br/index.php/RDA/article/download/113/119
26
Há alguns marcos históricos em termos de normatizações no 
trânsito que são importantes para a avaliação de condutores, conforme 
disposto a seguir:
 • Resolução nº 080/1998 do Cotran – há o estabelecimento da 
Avaliação Psicológica no Trânsito e a função de perito examinador 
do trânsito, além da menção a fenômenos pertinentes para 
qualificar o candidato à carteira nacional de habilitação (CNH).
 • Resolução nº 010/2005 do Conselho Federal de Psicologia (CFP) 
– Código de Ética Profissional do Psicólogo.
 • Resolução nº 003/2007 do CFP – avaliação psicológica para a 
CNH.
 • Resolução nº 267/2008 do CFP – há um maior detalhamento 
sobre as descrições dos processos psíquicos foco de avaliação 
psicológica no exercer profissional do psicólogo no trânsito.
 • Resolução CONTRAN nº 425/2012 – exames de aptidão física e 
mental, avaliação psicológica e credenciamento de entidades 
públicas e privadas; a qualidade técnica e ética é enfatizada no 
processo de avaliação; 
 • Resolução nº 009/2018 – diretrizes para a avaliação psicológica; 
 • Regulamentação do SATEPSI – Sistema de Avaliação de Testes 
Psicológicos.
 • Resolução nº 001/2019 – estabelecimento de normas e 
procedimentos para a execução da perícia psicológica no trânsito.
 • Resolução nº 006/2019 – estabelecimento de normas para a 
elaboração de documentos psicológicos no exercício profissional.
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
27
ACESSE:
O vídeo Você sabia que a avaliação psicológica faz parte da 
sua vida? faze parte de uma série de lives disponibilizadas 
pelo Conselho Federal de Psicologia. O vídeo traz uma 
discussão sobre o quanto a avaliação psicológica pode 
estar presente no dia a dia, exemplificando a partir de um 
debate sobre a avaliação da psicologia, tanto no contexto 
do trânsito como no contexto do trabalho. Vale a pena 
conferir e saber um pouco mais sobre essa prática tão 
necessária e tão próxima de nós. 
Figura 15 - Pessoa em exame para CNH
Fonte: Freepik.
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
https://www.youtube.com/watch?v=PeHNYrTQfwM
28
Avaliação Psicológica em Contextos de Saúde: 
Uma Possibilidade de Inserção Profissional
Cada vez mais, o profissional de Psicologia atuante no campo de 
Avaliação psicológica tem sido requerido nos contextos de saúde, no qual 
se preza pela saúde do indivíduo de forma integral e não tão somente a 
saúde física. É uma área com articulação médica e com a presença de 
outros profissionais, implicando em uma prática multidisciplinar (MÄDER, 
2016). 
Na área da saúde, o profissional psicólogo pode atuar tanto com 
uma postura investigativa como com uma postura interventiva, sempre 
em prol da promoção da saúde e qualidade de vida do indivíduo, podendo 
atuar em hospitais, serviços atrelados a cirurgias – pré e pós-operatórios, 
convênios, postos de saúde, entre outros (MÄDER, 2016). 
Figura 16 - Pessoa aguardando a cirurgia
Fonte: Freepik.
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
29
Há tanto a possibilidade de orientação como de acompanhamento 
do indivíduo em situações envolvendo a sua saúde: a avaliação tem sido 
requerida, sobretudo na realização de cirurgias bariátricas, transplantes 
de órgãos, cirurgias que implicam a redesignação de sexo, laqueadura, 
vasectomia, entre outras (MÄDER, 2016).
Em linhas gerais, há uma aproximação quanto aos métodos e 
procedimentos de avaliação, bem como focos pertinentes em contextos 
cirúrgicos, tais como a necessidade da objetividade na avaliação 
psicológica e a discussão sobre as possibilidades de sucesso na cirurgia. 
Devem ser pontuadas as indicações ou contraindicações, a realização da 
cirurgia pelo indivíduo, bem como, realizada a orientação e prevenção 
(MÄDER, 2016). 
Figura 17 - Pessoa em avaliação médica
Fonte: Freepik.
Um exemplo de atuação do psicólogo em cirurgias é na cirurgia 
bariátrica. Nesse contexto cabe ao profissional verificar possíveis conflitos 
que podem inclusive impactar na evolução do caso. É importante 
investigar e orientar sobre o estilo de vida do paciente, os impactos e 
o nível de consciência do paciente sobre esses aspectos. A avaliação 
quanto à capacidade do paciente em administrar as mudanças ocorridas 
em sua vida também são fundamentais (MÄDER, 2016). 
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
30
SAIBA MAIS:
O texto Avaliação psicológica pré-cirurgia bariátrica: a 
experiência dos pacientes, de Joaquim et al. (2019), aborda a 
avaliação psicológica em contextos de saúde, contemplando 
a percepção de pacientes em avaliação no momento pré 
cirurgia bariátrica. Foram entrevistas 12 pessoas sendo 6 
pacientes do Sistema único de Saúde e todas avaliaram 
como importante essa prática. Para conhecer um pouco 
mais, realize a leitura do texto e veja a possibilidade de mais 
uma possibilidade de atuação profissional no campo de 
Avaliação Psicológica na área da saúde. 
Na área da Saúde, o profissional de psicologia também pode atuar 
na avaliação de pacientes internados em hospitais, por exemplo. Nesse 
âmbito, pode fornecer auxílio e acolhimento tanto ao paciente internado, 
em suas restrições e dificuldades em lidar com diagnósticos e situações 
cirúrgicas como também, fornecer um acolhimento à família em lidar com 
esse sofrimento (MÄDER, 2016). 
O profissional na área da saúde também pode auxiliar a equipe 
multidisciplinar no estabelecimento de diagnóstico e mesmo na condução 
da queixa identificada. Há de se considerar sempre as particularidades 
do contexto institucional e do próprio indivíduo avaliado. Em suma, a 
entrevista detalhada é uma das ferramentas mais utilizadas, embora 
nem sempre exclusiva do psicólogo nesse contexto, já que por vezes o 
profissional é atuante em equipes multidisciplinares (MÄDER, 2016). 
Figura 18- Equipe médica
Fonte: Freepik.
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-711X2019000100011
31
O profissional pode auxiliar na elaboração de protocolos de 
avaliação, experimentando a articulação entre a população, o serviço 
prestado e a conduta a ser realizada pelo profissional. A partir da avaliação 
podem ser fornecidas e desenvolvidas melhores diretrizes para o 
tratamento, tornando-o mais eficiente (MÄDER, 2016).
RESUMINDO:
E então? Gostou do que mostramos? Aprendeu mesmo, 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que a avaliação em adultos pode implicar tanto em um 
psicodiagnóstico compreensivo, em que há o entendimento 
da dinâmica global do indivíduo como um psicodiagnóstico 
interventivo, no qual o próprio contexto avaliativo torna-
se uma oportunidade de avaliação. Adicionalmente, há 
diversas possibilidades quanto a aplicação de instrumentos 
de avaliação, desde ferramentas projetivasa outros 
instrumentos, tais como o WAIS-IV voltados para a avaliação 
desse público. Há ainda a reflexão sobre os diferentes 
campos de ocorrência dessa avaliação, seja contexto de 
saúde, trânsito, carreiras. No ambiente de trânsito, há de 
se seguir não somente normas do sistema conselhos, 
mas também há a necessidade de se ficar atento a órgãos 
nacionais e estaduais de trânsito e a legislação vigente 
quanto ao uso de testes e elaboração de documentos 
psicológicos decorrentes de avaliação. Em contextos de 
saúde, o adulto pode ser avaliado desde as cirurgias em 
momentos pré e pós cirúrgicos para a garantia de um 
melhor tratamento. Adicionalmente, o trabalho de avaliação 
em hospitais pode fornecer diretrizes para diagnósticos e 
tratamentos, bem como, um melhor acolhimento junto à 
família e ao próprio paciente em internação. 
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
32
Avaliação Psicológica em Idosos
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funciona o processo de avaliação em idosos. Isto será 
fundamental para o exercício de sua profissão. A avaliação 
psicológica pode ser realizada com diversos grupos e o 
público idoso é uma importante fonte de estudo, uma vez 
que é permeado por diversas mudanças físicas, sociais, 
cognitivas. Aprender sobre essas mudanças, sobre o 
envelhecimento e formas de atuação com o idoso são 
fundamentais para um alcance maior de público atendido. 
E então? Pronto para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
O Envelhecimento
Segundo Machado et al. (2019), o envelhecimento é uma etapa de 
vida em que ocorrem diversas mudanças, sejam essas orgânicas, físicas, 
sociais. Trata-se de um público que merece atenção, sobretudo quando 
se pensa em perspectivas de envelhecimento populacional.
Figura 19 - Idosos
Fonte: Freepik.
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
33
SAIBA MAIS:
O texto Os conceitos de velhice e envelhecimento ao longo 
do tempo: contradição ou adaptação?, de Dardengo e Mafra 
(2018), aborda a discussão sobre o conceito de velhice e 
envelhecimento ao longo do tempo. Para saber mais sobre 
essas mudanças também históricas sobre a conceituação 
da velhice, faça essa leitura! 
De acordo com a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, os 
idosos podem ser classificados em pelo menos dois grandes grupos. O 
primeiro grupo é aquele cujos idosos são chamados de “independentes”, 
onde conseguem desempenhar suas funções diárias. Já o segundo grupo 
é aquele cujos indivíduos necessitam de cuidados, sendo a fragilidade 
algo comum (MACHADO et al., 2019). 
ACESSE:
A portaria nº 2.528, de 19 de outubro de 2006, do Ministério 
da Saúde, aprovou a Política Nacional de Saúde de Pessoa 
Idosa. Para saber mais detalhes acerca da portaria e 
compreender mais sobre esse marco histórico na atenção 
à saúde da população idosa. Acesse aqui.
Figura 20 - Idoso
Fonte: Freepik.
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
https://periodicos.ufv.br/RCH/article/download/8923/pdf_1
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt2528_19_10_2006.html
34
Feldman (2015) destaca as mudanças físicas e as mudanças do 
funcionamento biológico em idosos, além do decrescimento de suas 
capacidades sensoriais. Quanto ao envelhecimento físico, o mesmo autor 
aponta diferenças entre o envelhecimento por pré-programação genética 
e o envelhecimento por desgaste, conforme o Quadro 2.
Quadro 2 – Teorias de envelhecimento físico
Pré-programação Genética Envelhecimento por desgaste
As células possuem um limite 
de tempo para se reproduzir
Dificuldades de desempenhar o 
seu papel com eficiência. 
Fonte: Adaptado de Feldman (2015)
Avaliação Psicológica em Idosos
IMPORTANTE:
A avaliação psicológica é uma área de atuação do profissional 
de Psicologia que pode abarcar contextos diferenciados (a 
exemplo de saúde, educação, organizações) e públicos 
diversos, podendo ter como foco a avaliação de crianças, 
adolescentes, adultos e idosos (MÄDER, 2016). 
Alguns autores diferenciam avaliação psicológica de psicodiagnóstico, 
no sentido de que o primeiro envolve diferentes áreas e campos de atuação, 
enquanto o segundo é pertinente ao raciocínio clínico e dinâmico diante do 
processo de avaliação do indivíduo (CUNHA, 2000). 
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
35
Figura 21 Um idoso auxiliando uma idosa
Fonte: Freepik
Cunha (2000) aponta para um aumento do número de 
psicodiagnósticos realizados em idosos. Tal diagnóstico pode aferir a 
capacidade cognitiva, afetiva e motora, como também sexual e social 
(MACHADO et al., 2019). Podem ser realizados técnicas e testes que 
descrevem o funcionamento do idoso.
DEFINIÇÃO:
A capacidade funcional pode ser refletida na quantidade 
de auxílio instrumental que o idoso necessita, podendo a 
incapacidade ser classificada nos níveis leve, moderado e 
grave (FONTES, 2016).
Dentre os diagnósticos mais comuns na população idosa, tem de 
apontado o diagnóstico de depressão, muitas vezes ligado ao quadro de 
incapacidade funcional do indivíduo (MACHADO et al., 2019).
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
36
A importância de se realizar a avaliação psicológica com o público 
idoso recai não só em função das mudanças ocorridas nessa etapa de 
vida, mas também de maneira a auxiliar nas diretrizes de tratamento, bem 
como, prevenção de possíveis diagnósticos (MACHADO et al., 2019). Lobo 
et al. (2012) destacam como preditores de diagnóstico de ansiedade/
depressão nessa população fatores como luto, presença de alguma 
doença ou mesmo fatores atrelados a perdas cognitivas.
Figura 22 - casal de idosos
Fonte: Freepik.
SAIBA MAIS:
O texto O luto em adultos idosos: natureza do desafio 
individual e das variáveis contextuais em diferentes 
modelos, de Silva e Ferreira-Alves (2012), discute o 
processo de luto em idosos. Além de abordar os principais 
modelos apresentados nessa temática, há a discussão 
sobre variáveis individuais e ambientais correlacionadas as 
reações diante da perda. É uma excelente oportunidade de 
aprender um pouco mais sobre esse fator de risco para o 
aparecimento de alguns diagnósticos. 
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
https://www.scielo.br/j/prc/a/3tSjhYY3jWbg7BHGBkMwdSr
https://www.scielo.br/j/prc/a/3tSjhYY3jWbg7BHGBkMwdSr
https://www.scielo.br/j/prc/a/3tSjhYY3jWbg7BHGBkMwdSr
37
Argimon et al. (2016) destacam que no processo de psicodiagnóstico, 
a anamnese, pode ser realizada diretamente com o idoso ou pode 
contar com a participação também da família e/ou responsáveis. Cunha 
(2000) destaca a família como importante fonte de informação. A família 
pode informar sobre o espaço que o idoso ocupa bem como os papéis 
desempenhados, e o profissional deve atentar no idoso sua face, emoções, 
expressões etc. (MACHADO et al., 2019).
Figura 23 - Idoso em família
Fonte: Freepik.
Ao realizar o trabalho com a população idosa, é imperativa a 
investigação sobre as mudanças nos papéis desenvolvidos. Muitas 
vezes, o idoso antes exercia o papel de cuidador e agora necessita de 
cuidados. Por vezes ainda, cabe ao idoso lidar com perdas e uma nova 
percepção de si: seja enquanto aposentado, seja como viúvo, entre outras 
perspectivas. Nessa fase, Fontes (2016) enfatiza o valor do suporte social 
ao idoso, podendo esse suporte favorecer o desenvolvimento do idoso.
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
38
SAIBA MAIS:
O texto Avaliação do suporte familiar em idosos residentes 
em domicílio, de Reis et al. (2011), discute a avaliação do 
suporte social de idosos residentes em domicílio. Muitos 
idosos percebem os familiares como inadequados no 
exercer do cuidado, o que indica a falta de preparo dos 
familiares e da população em lidar com as demandas 
desses indivíduos. 
Outro ponto de atenção é sinalizado por Andrade et al. (2010) 
quanto ao uso de medicamentos. Normalmente essa população faz uso 
de diversos medicamentos e a combinação pode gerar efeitos contrários 
ou imprecisos ao esperado.Cabe lembrar que há muitos preconceitos que permeiam a saúde 
do idoso e mesmo o papel social que ele ocupa. O envelhecimento é parte 
do desenvolvimento humano e não se deve perceber a velhice como 
sinônimo de desistência ou ausência de papéis funcionais; trata-se de uma 
época de desenvolvimento tão importante quanto qualquer outra e com 
possibilidades de crescimento e conquistas (MACHADO et al., 2019).
Figura 24 - Idosos se divertindo
Fonte: Freepik.
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/avp/v10n2/v10n2a02.pdf
39
Muitas vezes a demanda da avaliação é oriunda dos familiares, de 
conduta médica. Tal avaliação também pode ser de exigência jurídica, o 
que exige do profissional conhecimentos específicos pertinentes da área. 
Quando de origem familiar, normalmente a demanda por avaliação chega 
a partir de alterações percebidas quanto ao comportamento, cognição ou 
questões emocionais (MACHADO et al., 2019). 
Cunha (2000) destaca a necessidade de a avaliação psicológica 
ser realizada em dois níveis: o primeiro nível é a partir da avaliação da 
cognição e posteriormente a parte dos fatores de impacto observados. O 
mesmo autor enfatiza que no processo de psicodiagnóstico o foco deve 
ser no sujeito e não nos testes quando estes são necessários.
Figura 25 - Idosa
Fonte: Freepik
Quanto às etapas do psicodiagnóstico, há a entrevista inicial com 
o idoso ou com a família. Posteriormente é realizada a seleção dos 
instrumentos de avaliação, bem como a seleção das técnicas adequadas 
a demanda apresentada e ao perfil do idoso, observado nos contatos 
iniciais. É importante destacar que a aplicação de testes ou mesmo alguns 
procedimentos depende do nível de comprometimento cognitivo ou 
demais restrições do idoso (MACHADO et al., 2019).
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
40
De maneira a finalizar a avaliação do idoso pode-se realizar a entrevista 
devolutiva, fornecendo as informações diretamente ao idoso, bem como a 
família. É possível realizar uma reavaliação periódica para comparativos dos 
resultados da primeira avaliação (MACHADO et al., 2019). 
SAIBA MAIS:
O texto Estudo de Caso – avaliação neuropsicológica: 
depressão x demência, de Steibel e Almeida (2010), 
exemplifica a avaliação neuropsicológica quanto à memória 
e aos sintomas de depressão a partir de um estudo de caso 
envolvendo uma pessoa idosa, destacando a importância 
de avaliações periódicas. 
Avaliação Neuropsicológica em Idosos
A neuropsicologia é um campo da avaliação psicológica que articula 
a Psicologia com a Neurologia. Discutem-se as relações entre o sistema 
nervoso central e funções cognitivas, bem como, o comportamento 
humano. Cabe ao neuropsicólogo uma discussão quanto às funções 
cognitivas e possíveis alterações. Para tal, é um profissional que precisa 
ter domínio dessa temática e permanecer em constante atualização 
(MÄDER, 2016).
SAIBA MAIS:
O texto Desafios para a formação do neuropsicólogo 
clínico no Brasil, de Pereira (2014), aborda os desafios 
da formação em Neuropsicologia no Brasil, discutindo 
aspectos históricos, bem como, a partir de um comparativo 
do processo em outros países. 
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-03942010000100010
https://revistas.ufpr.br/psicologia/article/download/47037/28234
41
Figura 26 - Casal de idosos
Fonte: Freepik.
A avaliação neuropsicológica em idosos é relevante, sobretudo, 
no auxílio à equipe de saúde, quanto à realização de um diagnóstico 
diferencial para outros quadros. Nesse sentido, é necessária a avaliação 
de algumas funções a partir da avaliação da cognição, sinais e sintomas 
comportamentais do indivíduo. O quadro de declínio cognitivo patológico é 
mais impactante do que aquele esperado pela etapa de desenvolvimento 
do indivíduo (MACHADO et al., 2019). 
SAIBA MAIS:
O estudo de Petry et al. (2014) – Avaliação neuropsicológica 
de idosos praticantes de capoeira – aborda as interfaces 
entre a prática de capoeira e as funções executivas do 
indivíduo, tais como a memória de trabalho ou mesmo as 
tomadas de decisão. 
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
https://www.scielo.br/j/rbme/a/56MHmp47ZhzYfxt4bShFmhH
42
O profissional de avaliação neuropsicológica pode atuar em 
hospitais, instituições acadêmicas, avaliação e perícia, atendimento 
domiciliar com foco na reabilitação. Cabe destacar que os testes e a sua 
interpretação podem auxiliar na avaliação, mas a essa avaliação deve 
ser acrescida a análise de condição atual do indivíduo, bem como, os 
impactos na vida diária (MÄDER, 2016). 
Figura 27 - Pessoa idosa
Fonte: Freepik.
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
43
RESUMINDO:
E então? Gostou do que mostramos? Aprendeu mesmo, 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que o envelhecimento é uma etapa do desenvolvimento 
em que muitas mudanças ocorrem, sejam elas biológicas, 
cognitivas ou mesmo sociais. Há diferentes formas de 
envelhecimento físico, seja aquele genético, seja aquele 
por desgaste. Você também viu que a população idosa, 
segundo a Política Nacional de Saúde da População Idosa, 
pode ser classificada como independentes ou aqueles 
com dificuldades quanto a sua capacidade funcional. 
Vocês viram que a capacidade funcional é avaliada pela 
quantidade de auxílio que o idoso precisa para desempenhar 
suas funções, sendo a incapacidade funcional podendo ser 
classificada como leve, moderada ou grave. A avaliação 
psicológica pode ser realizada em diversos contextos e 
com diversos públicos. Em idosos, há alguns fatores que 
podem alterar o comportamento do idoso e impactar a 
avaliação, como processos de luto, mudança de papéis de 
cuidador para o ser cuidado, entre outros. Cabe destacar 
ainda que independente de ser idoso, ainda sim é uma fase 
importante de desenvolvimento, logo, não há ausência 
de papel, o idoso também pode iniciar novos projetos. 
A família tem um papel importante na intervenção, pois 
pode auxiliar na entrevista inicial e ao longo da avaliação, 
além de ser um suporte ao idoso ao longo dessa fase do 
desenvolvimento marcada muitas vezes por perdas. A 
avaliação neuropsicológica é comum nesse público, mas 
deve ir além da aplicação de testes, mas contemplar a 
compreensão global do indivíduo. A neuropsicologia é um 
campo de articulação entre a Psicologia e a Neurologia 
e cabe ao profissional em avaliação nesse âmbito ter o 
domínio quanto ao sistema nervoso central bem como as 
funções cognitivas do indivíduo, entre outras habilidades a 
serem desenvolvidas.
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
44
Avaliação Psicológica em Grupos
OBJETIVO:
Ao final deste capítulo, você será capaz de entender como 
funciona o processo de avaliação em grupos. Isto será 
fundamental para o exercício de sua profissão. A avaliação 
psicológica em grupo pode ter diversas características 
particulares se comparadas com outros públicos foco 
de intervenção. Aprender sobre essas características, 
bem como sobre os diversos contextos nos quais essas 
intervenções podem ocorrer, são fundamentais para que 
haja um diferencial em sua formação profissional. E então? 
Pronto para desenvolver esta competência? Então vamos 
lá. Avante!
Psicodiagnóstico Grupal
A avaliação psicológica é uma prática profissional processual. Deve-
se enfatizar o fato de que tal prática não deve se restringir a aplicação 
e correção de testes e que essa avaliação pode ser aplicada tanto de 
maneira individual, como há a possibilidade de que essa aplicação seja 
realizada em grupo (MÄDER, 2016). 
Figura 28 - grupo de pessoas
Fonte: Freepik.
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
45
Independentemente se a avaliação é aplicada de maneira individual 
ou em grupo, há a necessidade de que o profissional nessa área avalie 
quais seriam as melhoresferramentas dentro da metodologia a ser 
empregada, compatíveis com os objetivos e demandas da avaliação, bem 
como, com o perfil do público-alvo dessa avaliação (MÄDER, 2016).
Figura 29 - Avaliação de um indivíduo
Fonte: Freepik.
Para Arzeno (1995), um psicodiagnóstico realizado de maneira 
adequada deve fornecer tanto informações concernentes ao prognóstico 
como compor a estratégia mais adequada de intervenção. 
Estratégias de Avaliação Psicológica em 
Grupo
A observação do comportamento, dentre as ferramentas a 
serem empregadas em um processo de avaliação psicológica é uma 
das estratégias fundamentais, estando presentes nos mais variados 
processos. É uma estratégia que pode proporcionar um maior número de 
informações, entretanto, trata-se de uma estratégia com um nível maior 
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
46
de exigência do profissional: é uma técnica que demanda bastante treino 
para que seja aplicada de maneira mais efetiva (MÄDER, 2016).
SAIBA MAIS:
A observação do comportamento é uma ferramenta 
fundamental não apenas para a realização do trabalho 
de avaliação psicológica, como importante estratégia de 
coleta de dados em diversas áreas de atuação profissional, 
não sendo exclusivamente usada na Psicologia. O livro 
Descrição, definição e registro de comportamento, de 
Fagundes (2015), é uma excelente leitura para conhecer 
um pouco mais sobre a importância da observação do 
comportamento bem como diferentes tipos de registro, 
objetivos e aplicações dessa técnica. 
Figura 30 - Pessoa observado.
Fonte: Freepik.
Outras técnicas comumente utilizadas em processos de avaliação 
são as dinâmicas de grupo ou a hora lúdica diagnóstica. Adicionalmente, 
podem ser utilizadas pesquisas documentais, inclusive para que essas 
corroborem os dados encontrados a partir de outras ferramentas de 
avaliação, seja individualmente ou em grupo (MÄDER, 2016). 
Há técnicas do tipo projetivas que são formuladas tanto para 
contemplar a avaliação de casais como de grupos, seja esse grupo do 
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
47
tipo filial, familiar ou de trabalho, por exemplo (ARZENO, 1995). Essas 
técnicas têm sua importância residida no fato de que podem indicar a 
capacidade do indivíduo em compor ou não, de maneira favorável, o 
grupo. As mesmas técnicas podem indicar ainda o funcionamento de um 
grupo em formação. 
Geralmente, ao se tratar de um psicodiagnóstico grupal, não há 
uma primeira entrevista inicial individual, ou, se existe, deve ser realizada 
de maneira breve. É comum a convocação do grupo para a realização de 
uma série de provas coletivas ou grupais, conforme descritas no Quadro 
3. A partir da aplicação da avaliação será decidido se o indivíduo possui ou 
não os requisitos a serem relevantes para a candidatura/aptidão para um 
cargo, por exemplo (ARZENO, 1995).
Quadro 3 - Exemplos de provas a serem realizadas em contexto de psicodiagnóstico grupal
Prova coletiva Prova grupal
Cada sujeito realiza o trabalho 
de maneira individualizada, 
simultaneamente.
Entre todos os envolvidos há uma 
elaboração de uma resposta a 
partir de uma solicitação. 
Fonte: Baseado em Arzeno (1995).
EXEMPLO
Arzeno (1995) exemplifica a avaliação de um grupo cujo enfoque 
seja a capacidade de atenção. Devem ser aplicados testes compatíveis 
com essa demanda e as pessoas serão distribuídas quanto aos seus erros 
e omissões, sendo obtida uma média do grupo, sempre refletindo sob a 
idade dos avaliados bem como outros aspectos, como os socioculturais. 
Em avaliações psicodiagnósticas grupais, pode ser que fique um 
pouco à margem o campo dinâmico. Mas há vantagens na realização de 
trabalhos envolvendo o grupo, como poder lidar com um maior número de 
pessoas em um curto espaço de tempo, a exemplo de avaliações em escolas 
ou processos seletivos. Todavia, tais avaliações são importantes na medida 
em que forneçam indicadores que podem ser aprofundados em entrevistas 
posteriores individuais ou com outros informantes (ARZENO, 1995).
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
48
Figura 31 - Família
Fonte: Freepik.
Ao se trabalhar com famílias ou crianças, por exemplo, podem ser 
realizadas entrevistas cujo envolvimento seja realizado em grupo, com o 
objetivo de verificar o grau de implicação dos membros em determinada 
patologia ou mesmo a dinâmica do grupo familiar (ARZENO, 1995).
Figura 32 - Fila de candidatos a emprego
Fonte: Freepik
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
49
A avaliação em grupo foi desenvolvida para atender a uma 
necessidade prática urgente. Os testes em grupo podem ser administrados 
a um grupo de pessoas de cada vez. Essas avaliações não só permitem o 
exame simultâneo de grandes grupos, mas também usam procedimentos 
simplificados de instrução, aplicação e avaliação.
SAIBA MAIS:
A avaliação psicológica em grupo foi desenvolvida 
especialmente em resposta à necessidade de avaliar 
muitos soldados que estavam sendo admitidos para 
o serviço na Primeira Guerra Mundial. Um comitê da 
Associação Americana de Psicologia foi estabelecido para 
fazer recomendações sobre como isso poderia ser feito. 
O resultado foi o desenvolvimento dos testes Alfa e Beta 
do Exército, que puderam ser administrados a esse grupo. 
Após a guerra, os testes foram liberados para uso civil e 
com a revisão eles se tornaram os modelos para muitos 
testes de inteligência em grupo (ANASTASI, 1982).
O Quadro 4 faz um comparativo de vantagens e desvantagens de 
seguir os testes individuais e grupais segundo Anastasi (1982). 
Quadro 4 - Vantagens e desvantagens dos testes individuais e grupais 
INDIVIDUAIS GRUPO
VANTAGENS DESVANTAGENS VANTAGENS DESVANTAGENS
Mais atenção 
no examinado
Muito 
demorado
Pode ser 
administrado 
a um grande 
número 
simultaneamente.
As informações 
obtidas pelo teste de 
grupo geralmente 
são menos precisas 
do que os testes 
individuais.
Encorajar o 
examinando
Requer 
examinador 
treinado
Papel de 
examinador 
simplificado
O examinador tem 
menos oportunidade 
de estabelecer 
relacionamento
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
50
Observar 
melhor o 
indivíduo
Custo mais alto
Pontuação 
normalmente 
mais objetiva.
Não é prontamente 
detectado se o 
examinando está 
cansado, ansioso, 
indisposto.
Amostras grandes 
e representativas.
As respostas do 
examinando são 
mais restritas.
Fonte: Baseado em Anastasi (1982).
Figura 35 - Pessoa preenchendo um teste
Fonte: Freepik
Quanto à seleção de testes de avaliação, há de se verificar não só o 
nível sociocultural do paciente como também do grupo o qual pertence. A 
aplicação de testes envolve não só a correta administração, mas também 
a compatibilidade da interpretação fornecida (ARZENO, 1995).
DEFINIÇÃO:
Na psicometria, o teste em grupo é a administração 
de testes psicológicos, como medidas de inteligência, 
medidas de desempenho etc. a grupos de pessoas, e não 
a indivíduos (ANASTASI, 1982).
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
51
Em aplicações envolvendo grupos é importante que a instrução 
fornecida seja compatível ao nível de compreensão dos indivíduos do 
grupo, sempre fazendo uma análise quanto à estatística pertinente 
ao grupo avaliado. Variáveis socioculturais devem ser consideradas. É 
importante ainda que a conduta esperada seja condizente com o grupo e 
a instrução fornecida (ARZENO, 1995). 
Figura 36 - Equipe de trabalho
Fonte: Freepik.
Ao profissional é esperado que, esse não faça parte do mesmo 
grupo sociocultural, que se aprofunde nos conhecimentos desse grupo 
para que haja uma maior adequação das ferramentas propostas. O grupo 
deve reconhecer o material como algo habitual, um exemplo seriam 
testes de vocabulário que devem se adequar a regionalidades de maneira 
que haja a familiarização com o material proposto para a intervenção. 
Seguindo essa reflexão é mais provável uma avaliação mais acurada 
(ARZENO, 1995). 
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
52Alguns Contextos de Avaliação Psicológica 
em Grupo
Figura 37 - Exemplos de campos com possibilidade de envolvimento de avaliação 
psicológica em grupo
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
Em equipes multidisciplinares no campo da saúde, a avaliação 
psicológica pode se desenvolver individualmente, além de ter como foco 
grupos de pessoas em internação, idosos em processos de reabilitação 
etc. (MÄDER, 2016). 
Há também a possibilidade de ocorrer à avaliação no campo 
organizacional, e processos envolvendo a temática de saúde do 
trabalhador ou mesmo dentro de prática de recrutamento e seleção de 
pessoas para a ocupação de algum cargo (MÄDER, 2016).
EXEMPLO
A avaliação psicológica em grupo no ambiente organizacional pode 
responder a uma ampla gama de perguntas. Por exemplo, um possível 
empregador pode fazer com que um psicólogo teste os candidatos como 
parte do processo de recrutamento para determinar quais habilidades 
eles possuem em uma determinada área.
Outro contexto em que pode haver a demanda desse tipo de 
avaliação é no campo do esporte. Podem ser avaliados alguns aspectos 
sensório-motores, volitivos ou mesmo podendo haver a discussão quanto 
a características psicológicas pertinentes a dinâmica do grupo esportivo 
em questão. Sobretudo em ambientes em que há a restrição social ou 
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períodos de isolamento em função de competições, assim a avaliação de 
aspectos ligados a motivação é importante (MÄDER, 2016). 
SAIBA MAIS:
Fora os contextos de aplicação supracitados, outros 
contextos podem fazer parte da prática de realização 
de uma avaliação psicológica em grupos, a exemplo do 
trânsito. O texto Técnica de Dinâmica de Grupo na Avaliação 
Psicológica no Contexto do Trânsito: Relato de Experiência, 
de Silva (2016), discute a dinâmica de grupo como um 
recurso a ser utilizado na psicologia no trânsito, mais 
precisamente como um recurso de avaliação psicológica 
nesse contexto. Esse artigo retrata uma experiência 
profissional tendo a dinâmica de grupo como recurso para 
informação de etapas para a retirada da Carteira Nacional 
de Habilitação, contemplando também aspectos éticos e 
técnicos. 
Figura 38 - Ambiente organizacional
Fonte: Freepik.
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
https://www.scielo.br/j/pcp/a/LbkfVPrbRSs9r5dnLBLq8Db
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RESUMINDO:
E então? Gostou do que mostramos? Aprendeu mesmo, 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que a avaliação psicológica é um processo e essa não é 
restrita ao uso de testes, podendo também ser aplicada em 
grupo. Você também deve ter notado que a observação 
do comportamento é uma das técnicas fundamentais 
no campo de avaliação e pode fornecer uma gama 
de informações embora exija mais tecnicamente do 
profissional. Em adição a técnica de observação, dinâmicas 
de grupo e testes projetivos podem ser aplicados, dentre 
outras ferramentas. Apesar de muitas vezes haver perda 
quanto a uma avaliação dinâmica dos indivíduos a avaliação 
em grupo é vantajosa no sentido de permitir a avaliação 
de um maior número de pessoas em um curto espaço 
de tempo se comparada com a avaliação individual. Cabe 
lembrar que, quando aplicados, os testes devem levar em 
conta aspectos também socioculturais e o profissional deve 
estar atento a isso, uma vez que mais importante que a 
administração do teste é a sua adequação na interpretação. 
Por fim, a avaliação em grupo pode estar presente em 
diversos contextos, seja clínico, no campo dos esportes, 
trânsito, organizações, entre outros.
Avaliação Diagnóstica e Psicodiagnóstico
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REFERÊNCIAS
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