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liquido cefaloraquidiano parte 2

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Prof. Dra Elaine Campana sanches Bornia
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO 
 (Parte 2)
Exame de Rotina do LCR
Exame Físico do Líquor
B) Exame Citológico
C) Análise Bioquímica
D) Exame Microbiológico
E) Exame Sorológico
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
C) ANÁLISE BIOQUÍMICA DO LÍQUOR
O líquor é formado por filtração seletiva do plasma (semelhante a um ultrafiltrado), somente substâncias de baixo peso molecular encontradas no plasma estão presentes no líquor, e em concentrações bem menores devido ao processo de filtração da BHE.
		LCR
(mg/dL)	Soro 
(mg/dL)	Relação
	Pré-albumina	1,7	23,8	14
	Albumina	15,5	3.600	236
	Ceruloplasmina	0,1	36,6	366
	Transferrina	1,4	204	142
	IgG	1,2	987	802
	IgA	0,13	175	1346
Correlação das Proteínas no LCR e no Soro
OBS: Uma fração da transferrina deficiente de carboidratos referida como “tau”, é vista no LCR e não no soro.
C) ANÁLISE BIOQUÍMICA DO LÍQUOR
C.1) Proteínas no LCR
 É a análise bioquímica mais realizada.
O LCR normal contém baixa quantidade de proteínas totais (15-45 mg/dL), valores mais elevados podem ser encontrados em crianças e idosos.
Como no soro, a albumina no líquor também é a proteína em maior concentração.
Fibrinogênio e lipoproteína beta , não são encontrados em condições normais no LCR, as imunoglobulinas estão presentes em concentrações quase não detectáveis.
O aumento de proteínas no LCR serve como um indicador útil porém não específico de doença.
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
C) ANÁLISE BIOQUÍMICA DO LÍQUOR
C.1) Proteínas no LCR
C.1.1) Causas Clínicas de Valores Anormais de Proteínas no LCR
 Resultados Elevados Resultados Diminuídos
 Punção traumática - Perda de LCR/trauma 
Permeabilidade aumentada da BHE - Rápida produção de LCR
 Meningite (bacterina, viral, fungica, tuberculosa) 
Hemorragia (subaracnóide ou intratecal)
Neuropatia diabética
Mielopatias hereditárias
Toxicidade medicamentosa (etanol, fenotiazinas, fenitoína)
Defeitos de circulação no LCR
Obstrução mecânica (tumores, abscessos, hérnias de disco)
Síntese aumentada de IgG
Neurossífilis, esclerose múltipla .
Síntese aumentada de IgG e aumento da permeabilidade da BHE
Síndrome de Guillain-Barré
Doenças colagenosas vasculares (p. ex. LES)
 
C) ANÁLISE BIOQUÍMICA DO LÍQUOR
C.1) Proteínas no LCR
Proteínas Plasmáticas podem ser artificialmente introduzidas no LCR por punção traumática, da mesma forma como células sanguíneas.
A correção pode ser realizada como visto anteriormente.
C.1.2) Metodologia
Proteínas Totais
As duas técnicas mais utilizadas para medir proteínas totais no LCR são:
Produção de turvação: métodos turbidimétricos (Ác. Sulfossalicílico e Ác. Tricloroacético)
Capacidade de ligação a corantes: Azul de Coomassie, Ponseu S etc.
Os métodos para determinação das concentrações de proteínas no LCR estão disponíveis para a maioria dos analisadores automáticos.
Os valores de referência variam de acordo com a metodologia e local de punção: em geral: 15-45 mg/dL
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
C) ANÁLISE BIOQUÍMICA DO LÍQUOR
C.1) Proteínas no LCR
C.1.2) Metodologia
Frações Proteicas
São importantes para definir se o aumento das proteínas totais foi em razão de uma alteração na permeabilidade da BHE (ex. meningites) ou foi devido a um aumento de produção pelo SNC (ex. esclerose múltipla aumento IgG).
Para isso devem ser feitas comparações entre os níveis séricos e liquóricos de albumina e IgG.
a) Avaliação da permeabilidade da BHE (integridade)
Índice= albumina LCR (mg/dL)
 albumina sérica (g/dL)
Índice < 9 = sugere integridade da BHE
Índice de 9 – 14 = BHE levemente prejudicada
Índice de 14 – 30 = moderadamente prejudicada
Índice de 30 – 100 = severamente prejudicada
VALORES REFERÊNCIAIS
ALBUMINA NO LÍQUOR: ATÉ 35,0 mg/dL
ALBUMINA NO SORO: DE 3,5 5,2 g/dL
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
C) ANÁLISE BIOQUÍMICA DO LÍQUOR
C.1) Proteínas no LCR
C.1.2) Metodologia
Frações Proteicas
b) Avaliação da Síntese intratecal de IgG
Índice = IgG LCR mg/dL
 IgG sérico g/dL
Índice normal = 3 – 8
Índice elevado = pode ser devido a produção intratecal de IgG ou por passagem aumentada de IgG através da BHE danificada.
Ex. esclerose múltipla a BHE geralmente está pouco danificada e o índice é elevado devido à um aumento da síntese de IgG pelo SNC.
C) ANÁLISE BIOQUÍMICA DO LÍQUOR
C.1) Proteínas no LCR
C.1.2) Metodologia
Frações Proteicas
C) Índice de IgG (correção de IgG derivada do plasma).
Índice de IgG = = (IgG LCR mg/dL)/ (IgG sérico g/dL)
 (albumina LCR mg/dL) / (albumina sérica g/dL)
Índice de IgG > 0,7 = indicativo de produção de IgG dentro do SNC.
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
VALORES REFERÊNCIAIS
ALBUMINA NO LÍQUOR: ATÉ 35,0 mg/dL
ALBUMINA NO SORO: DE 3,5 5,2 g/dL
IGG NO LÍQUOR: INFERIOR A 3,4 mg/dL
IGG NO SORO (ADULTO): DE 0,7 a 1,6 g/dL
C) ANÁLISE BIOQUÍMICA DO LÍQUOR
C.1) Proteínas no LCR
C.1.2) Metodologia
Eletroforese de proteínas
Sua principal aplicação é a pesquisa de bandas oligoclonais de IgG que representam inflamação (processos inflamatórios no SNC).
 A presença de duas ou mais bandas oligoclonais de IgG no LCR que não estejam presentes no soro pode ser um instrumento valioso para o diagnóstico da esclerose múltipla , especialmente quando acompanhado por aumento do índice de IgG.
Outras doenças neurológicas, incluindo encefalite esclerosante, neurossífilis, síndrome de Guillain-Barré e doença neoplásica também produzem bandeamento oligoclonal que pode não estar presente no soro.
Deste modo a presença de bandas oligoclonais de IgG deve ser considerada em conjunto com os sintomas clínicos.
O bandeamento oligoclonal de IgG permanece positivo no LCR durante a remissão da esclerose múltipla, mas desaparece em outras doenças.
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
C) ANÁLISE BIOQUÍMICA DO LÍQUOR
C.1) Proteínas no LCR
C.1.2) Metodologia
Proteína Básica da Mielina (PBM)
A presença da PBM no LCR é indicativa de destruição recente da bainha de mielina que protege os axônios dos neurônios (desmielinização).
Sua medida pode ser utilizada para acompanhar o curso da esclerose múltipla e a eficácia do tratamento.
Técnicas de imunoensaio são utilizadas para a dosagem.
C) ANÁLISE BIOQUÍMICA DO LÍQUOR
C.1) Proteínas no LCR
C.1.2) Metodologia
Reações para Globulinas
Ainda se usa a reação de Pandy.
Costuma dar positiva com proteínas acima de 30 mg/dL.
Se der positiva com nível de proteínas normal, pode sugerir aumento das globulinas.
Reação qualitativa (resultado em cruzes).
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Biomarcadores importantes no LCR:
Proteína tau: é axonal e estabiliza os microtúbulos, estruturas responsáveis pela formação e manutenção dos contatos interneuronais, por meio de sua ligação e seu aumento no LCR, o que reflete as degradações neuronal e axonal. 
Peptídeo Aβ1-42 é derivado de uma proteína precursora amilóide pela segmentação da mesma por enzimas denominadas secretases. Esses analitos estão envolvidos em eventos patológicos (formação das placas neuríticas) da doença de Alzheimer, e suas dosagens são de suma importância para o diagnóstico precoce.
Enzima enolase neurônio-específica (ENE): é uma enzima dimérica composta de subunidades α, β e γ e suas isoformas são sintetizadas por neurônios e tecido neuroendócrino. As isoformas α e γ são abundantes em eritrócitos, por isso também são utilizadas como biomarcadores de alguns cânceres e, mais recentemente, de doenças neurodegenerativas.
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
C) ANÁLISE BIOQUÍMICA DO LÍQUOR
C.2) Glicose no LCR
Derivada da glicose sanguínea, as concentrações de glicose no LCRem jejum são de 50-80 mg/dL (60 a 70 % dos valores plasmáticos).
As amostras devem ser testadas rapidamente, por que a glicólise ocorre rapidamente no LCR.
Valores de glicose elevados no LCR são, sempre, resultados de elevação no plasma (Hiperglicorraquia = Hiperglicemia).
A diminuição dos valores de glicose no LCR (Hipoglicorraquia) é causada, principalmente, por alterações no mecanismo de transporte de glicose através da BHE, pela maior utilização de glicose pelas células cerebrais, leucócitos e em casos de infecções bacterianas.
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
C) ANÁLISE BIOQUÍMICA DO LÍQUOR
C.2) Glicose no LCR
Valores baixos de glicose no LCR podem ser de grande valor diagnóstico para determinar os agentes causadores de meningite.
 Redução acentuada de glicose no LCR
 Aumento na contagem de leucócitos
 Maior percentual de neutrófilos
Meningite bacteriana
 Redução acentuada de glicose no LCR
 Aumento na contagem de leucócitos
 Maior percentual de linfócitos e monócitos
Meningite tuberculosa
 Glicose normal no LCR
 Aumento na contagem de leucócitos
 Maior percentual de linfócitos e monócitos
Meningite viral
 Glicose normal ou diminuída no LCR
 Aumento na contagem de leucócitos
 Maior percentual de linfócitos e monócitos
Meningite fúngica
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
C) ANÁLISE BIOQUÍMICA DO LÍQUOR
C.3) Lactato no LCR
 
A destruição do tecido dentro do SNC, por causa da privação de oxigênio (hipóxia tecidual) produz aumento dos níveis de lactato no LCR.
 DESTA FORMA A ELEVAÇÃO DE LACTATO NO LCR NÃO SE LIMITA À MENINGITE, OU SEJA, PODE RESULTAR DE QUALQUER CONDIÇÃO QUE DIMINUA O FLUXO DE OXIGÊNIO PARA OS TECIDOS.
Níveis de lactato no LCR são, em geral, utilizados para monitorar traumatismos crânianos graves e diferenciar quadros de meningites virais 
 (< 25 mg/dL) de bacterianas (>35 mg/dL).
Gvs contêm altas concentrações de lactato e resultados falsamente elevados podem ser obtidos em fluídos xantocrômicos ou hemolisados.
C) ANÁLISE BIOQUÍMICA DO LÍQUOR
C.3) Lactato no LCR
Valores de referência para adultos e crianças maiores: 9,0 a 25,0 mg/dL.
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Meningites:
Tuberculosa
Por fungos
 Elevação dos níveis de lactato no LCR > 25 mg/dL ocorrem mais rapidamente que a redução da glicose.
Meningite:
 Bacteriana
 Elevação dos níveis de lactato no LCR > 35 mg/dL.
Meningite:
 Viral
 Níveis de lactato no LCR < 25 mg/dL (normal)
Níveis de lactato no LCR permanecem elevados durante o tratamento inicial, mas caem rapidamente quando o tratamento for bem sucedido, sendo um método sensível para avaliar a eficácia do tratamento .
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
C) ANÁLISE BIOQUÍMICA DO LÍQUOR
C.4) Outras análises
Determinação de enzimas (lactato desidrogenase)
- VR adulto: 40 U/L; VR recém-nascidos:70 U/L
- Pode diferenciar punção traumática (valores normais de LD), de hemorragia intracraniana (valores aumentados de LD).
Diferencia meningite bacteriana (valores aumentados de LD) em comparação com meningite asséptica.
Proteína C reativa (níveis aumentados em infecções bacterianas)
Amônia e aminas
Eletrólitos (não são comuns)
Teste com lisado de Limulus (detecta quantidades muito pequenas de endotoxinas produzidas por BGN).
Figura 1: Extração de hemocianina de Limulus polyphemus em laboratória americano (© National Geographic).
Figura 2: Evento de acasalamento de Limulus polyphemus em uma praia dos EUA (©Gregory Breese/Flickr).
Para combater infecções, o sangue (hemocianina) dos límulos contêm amebócitos, que desempenham papel similar aos leucócitos no sangue dos vertebrados que ajudam na defesa do organismos contra patôgenos. 
Amebócitos do sangue de L. polyphemus são usados na preparação do lisado de amebócitos de Limulus (LAL) que é usado na detecção de endotoxinas  de bactérias gram negativas (reação positiva forma um gel).
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Principais Resultados Laboratoriais para o Diagnóstico Diferencial da Meningite
	Características	Bacteriana	Viral	Tuberculosa	Fúngica
	Contagem Global de GBs	Elevada	Elevada
	Elevada
	Elevada
	Diferencial de GBs	Neutrófilos presentes	Linfócitos presentes	Línfócitos e monócitos presentes	Línfócitos e monócitos presentes
	Proteínas totais	Marcada elevação	Moderada elevação	Moderada a acentuada elevação	Moderada a acentuada elevação
	Glicose	Diminuição acentuada	Normal	Diminuição	Normal para diminuída
	Lactato	> 35 mg/dL	Normal	>25 mg/dL	>25 mg/dL
	Outros testes	Bacterioscópico positivo e testes antigênicos bacterianos		Formação de película
Coloração de BAAR e Cultura
	 Cryptococcus neoformans: positivo com tinta da China e testes imunológicos
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
D) EXAME MICROBIOLÓGICO DO LÍQUOR
O diagnóstico de infecções do SNC é a principal indicação para se examinar o LCR.
As alterações da pressão, contagem celular, contagem diferencial, proteínas e glicose, permitem um diagnóstico tentativo na maioria dos casos.
Para um diagnóstico etiológico específico são necessários exames microbiológicos (cultura).
 A demora nos resultados pode levar a mortalidade significativa.
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
D) EXAME MICROBIOLÓGICO DO LÍQUOR
Cultura: Identificação do Agente Etiológico nas Meningites
 A anti-sepsia rigorosa da área de punção deve ser realizada.
Durante a coleta o médico poderá colocar 1ml do LCR em um tubo com ágar chocolate suplementado inclinado (Transgrow – transporte para crescimento).
Enviar imediatamente ao laboratório, utilizar vidraria limpa e estéril para as provas de LCR.
Chegando ao laboratório a tampa do tubo é afrouxada e este tubo é colocado na jarra de crescimento.
As outras análises microbiológicas como outros meios de cultura e as colorações serão feitas a partir do tubo 2 (microbiológico) – realizadas com o sedimento da amostra centrifugada.
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
D) EXAME MICROBIOLÓGICO DO LÍQUOR
Cultura: Identificação do Agente Etiológico nas Meningites
Para uma identificação positiva, o microorganismo deve ser recuperado a partir do fluido por crescimento em meios de cultura adequados (Agár Sangue e Ágar Chocolate Suplementado).
Tempo de espera:
24/48 horas: meningite bacteriana
6 semanas: meningite tuberculosa
Em muitos casos devido a demora para a obtenção dos resultados, a cultura do LCR, é na verdade uma confirmação, em vez de um procedimento diagnóstico.
As culturas têm sensibilidade de 80 a 90%, que cai para 30% nos casos tratados parcialmente.
No entanto o laboratório de microbiologia tem vários métodos disponíveis para fornecer um diagnóstico preliminar.
Estufa bacteriológica (35-37 oC)
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
D) EXAME MICROBIOLÓGICO DO LÍQUOR
Coloração de Gram
Usada para orientar inicialmente a terapia (Informe preliminar)
Sensibilidade de 60 a 90% dependendo do número e do tipo de bactéria presente.
A sensibilidade pode ser aumentada com uso de citocentrífuga e coloração com laranja de acridina, seguida de microscopia fluorescente, para triagem.
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
D) EXAME MICROBIOLÓGICO DO LÍQUOR
Coloração de Gram
É realizada em todos os casos suspeitos de meningite, onde seu valor reside na detecção de bactérias e fungos.
Todos os esfregaços e culturas devem ser realizados em amostras concentradas (procedimento essencial) porque, muitas vezes, apenas alguns organismos estão presentes no início da doença.
O líquor deve ser centrifugado a 1.500 rpm durante 10 min. e lâminas e culturas devem ser realizadas com o sedimento.
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
D) EXAME MICROBIOLÓGICO DO LÍQUOR
Coloração de Gram
Mesmo em amostras concentradas existe chance de que, pelo menos 10% dos casos tenham coloração de Gram e cultura negativas, assim hemoculturas também devem ser realizadas (microorganismo causador da doença também está presente no sangue).
A lâmina com coloração de Gram no LCR é uma das mais difíceis de interpretar, pois o número de microorganismo presentes pode ser pequeno e muitas vezes pode ser negligenciados (Falso-negativo).
Resultados Falso-positivos podem ser emitidos quando precipitados do corante ou detritossão confundidos com microorganismos.
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
D) EXAME MICROBIOLÓGICO DO LÍQUOR
Coloração de Gram
Microorganismos mais freqüentemente encontrados no LCR :
Neisseria meningitidis
Streptococcus pneumoniae
 Coloração de Gram de Haemophilus influenzae. As setas mostram, cocos e bacilos gram-negativos curtos e longos na mesma amostra.
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
D) EXAME MICROBIOLÓGICO DO LÍQUOR
Colorações para Bacilos Álcool Ácido-resistentes (BAAR)
Não são realizados rotineiramente, exceto se meningite tuberculosa é suspeita ( Coloração de Ziehl-Neelsen).
O diagnóstico da Meningite Tuberculosa nas fases iniciais, é extremamente difícil, onde a sensibilidade da baciloscopia no LCR, em preparações coradas pela Coloração de Ziehl-Neelsen, é de apenas 12%.
A sensibilidade das culturas pode chegar a 75 – 90%, quando grandes volumes são semeados.
Considerando o período de tempo necessário à cultura para micobactéria (6 semanas), um relatório positivo do esfregaço é valioso.
Mycobacterium tuberculosis corado com a técnica de Ziehl-Neelsen
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
D) EXAME MICROBIOLÓGICO DO LÍQUOR
Tinta da China
É realizada quando há suspeita de meningite fúngica para a confirmação da presença do Cryptococcus neoformans encapsulado, uma complicação comum de pacientes HIV positivos.
A pesquisa com tinta da china para demonstrar o halo capsular do Cryptococcus neoformans tem sensibilidade de apenas 25%, que aumenta para cerca de 50% com punções repetidas.
Devido a baixa sensibilidade, a coloração com tinta da China vem sendo substituída pela pesquisa de antígenos de Cryptococcus neoformans por aglutinação do látex, que apresenta sensibilidade entre 60 e 95% e também pode ser aumentada com punções repetidas (reações falso-positivas podem ser observadas pela interferência do fator- reumatóide).
Deve ser dada especial atenção à coloração de Gram para o clássico padrão de explosão de estrelas, produzido pelo Cryptococcus.
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Cryptococcus neoformans (tinta da china)
Coloração de Gram: clássico padrão de explosão de estrelas, produzido pelo Cryptococcus.
Coloração de Gram: clássico padrão de explosão de estrelas, produzido pelo Cryptococcus.
E) Exame Sorológico
São realizados no líquor para detectar a presença de neurossífilis.
 O exame do líquido cefalorraquidiano (LCR) deverá ser indicado nos pacientes que tenham o diagnóstico sorológico de sífilis recente ou tardia com sintomas neurais e em pacientes que mantiverem reações sorológicas sangüíneas apresentando títulos elevados após o tratamento correto. 
Nenhum teste sorológico isoladamente é seguro no diagnóstico da neurossífilis.
O diagnóstico é feito pela combinação de positividade à prova sorológica, aumento da celularidade (pleocitose de linfócitos) e proteínas no LCR (superior a 40mg/dl).
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Neurossífilis – diagnóstico: LCR
 Pela Diretriz européia:
– VDRL (+); FTA-ABS (+)
- Pleocitose no LCR (predomínio de linfócitos)
Proteínas aumentadas
 (A associação destas informações favorecem o diagnóstico)
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
E) Exame Sorológico
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
FTA-ABS (Fluorescent Treponemal Antibody Absorption) – teste treponêmico
Provas de floculação – a mais bem padronizada e mais largamente utilizada é a do VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) * teste não treponêmico – pode dar reação positiva em mononucleose infecciosa, LES, Hepatite A, Hanseníse, Malária, etc.
 Treponema pallidum
 Método: FTA- ABS
Outros exames que podem ser utilizados para identificação do meningococo (Neisseria meningitidis) é a pesquisa de antígenos no líquor, através de:
 CIE (contraimunoeletroforese)
 Fixação do látex
ELISA
Radioimunoensaio 
Reação de polimerase em cadeia (PCR) tem sido utilizada para diagnóstico, apresentando elevada sensibilidade e especificidade. 
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
E) Exame Sorológico
Entendendo Quadros Clínico-laboratoriais de LCR 
 
�  Agentes mais comuns: 
E.coli;
Streptococos grupo B (S. agalactiae) ;
Listeria sp;
Haemophilus influenzae;
S. pneumoniae;
 N. meningitidis;
BGN;
�Causas:infecções sistêmicas, traumas na cabeça, defeitos anatômicos nas meninges, CA, procedimentos neurocirúrgicos, estados de imunodepressão.
Quadro Laboratorial:
�  Leucócitos: > 1.500/mm3;
�  Presença maciça de neutrófilos;
** Linfócitos no início
�  Meningococo: diplococos intracelulares;
(N. meningitidis);
� Pneumococo:2-3 dias reação plasmocitária (S. pneumoniae);
� Listeria sp: predomínio de mononucleares;
�  Prot: 100-500mg/ dL (aumentada);
�  Glic: menor que 40mg/ dL, 
(diminuída);
�  Gram: identificação em 70-80% dos casos.
Meningites Bacterianas
 
Meningite Viral
A meningite viral normalmente é benigna, com bom prognóstico, caracterizada por um quadro clínico de alteração neurológica. 
O diagnóstico geralmente é feito por exclusão.
Entendendo Quadros Clínico-laboratoriais de LCR 
Quadro Laboratorial:
�  Leucócitos: < 1000/ mm3;
 Predomínio de linfócitos e monócitos; neutrófilos no início;
�  Após 6-12h: linfócitos;
�  Glic: normal;
�  Prot: geralmente menor que 100mg/dL.
�  Mais comum em adultos jovens masculinos (25% dos pacientes infectados evoluem para quadros de meningite).
Entendendo Quadros Clínico-laboratoriais de LCR 
Quadro Laboratorial:
�  Leucócitos: 100-1000/ mm3; 
 Predomínio de linfócitos;
�  Prot: < 200mg/ dL; 
�  Glic: diminuída;
�  VDRL e FTA-ABS: normalmente positivos
  
Meningite Sifilítica
 Quadro Laboratorial: 
LCR claro,coágulo depois de algumas horas(formação de rede de fibrina).
�  Leucócitos: 50-500/ mm3;
Predomínio de linfócitos e monócitos; neutrófilos no início;
�  Prot: 100-500mg/ dL (aumentada);
�  Glic: diminuída,
Entendendo Quadros Clínico-laboratoriais de LCR 
Meningite Tuberculosa
A meningite tuberculosa é prevalente nos grupos de alto risco, como imunocomprometidos, imigrantes de áreas endêmicas e pessoas altamente expostas (membros da família e trabalhadores da saúde). 
Pode ocorrer em qualquer idade, com suscetibilidade maior em menores de 5 anos. 
A vacina BCG protege em torno de 80% evitando a disseminação hematogênica do bacilo e o desenvolvimento das forma meningeas.
44
 Quadro Laboratorial:
�  Normalmente límpido e incolor;
�  Viscoso:presença de muito criptococos;
�  Leucócitos: até 1000/ mm3, 
Predomínio de linfócitos, neutrófilos no início;
�  Aspergillus sp: predomínio de neutrófilos;
�  Fuchs-Rosenthal: blastosporos presentes , na lâmina corada (grupamentos escuros, como bolinhas);
�  Prot: inicio normal indo até 200mg/dL;
�  Glic: normal ou diminuída;
�  Tinta da China
Entendendo Quadros Clínico-laboratoriais de LCR 
Meningite Fúngica
Causas: 
 Infecções sistêmicas, CA, uso de corticóides, drogas imunossupressoras, pacientes HIV positivos grande susceptibilidade.
Cryptococcus neoformans
 �  Taenia solium (afeta o cérebro em 60-90% dos casos);
�  Eosinofilia no sangue periférico;
Entendendo Quadros Clínico-laboratoriais de LCR 
Cisticercose
Quadro Laboratorial:
�  Leucócitos: < 100/ mm3;
 Predomínio de linfócitos e eosinófilos;
�  Prot:50-100mg/dL;
�  Glic:20-50mg/dL.
�  Sintomas: 
Cefaléia;
Distúrbios cognitivos sob forma de confusão e demência;
Invasão metastática das meninges;
� 
 
Entendendo Quadros Clínico-laboratoriais de LCR 
Meningites Neoplásicas
 Quadro Laboratorial:
�  Leucócitos: aumentado;
�  Proteínas:aumentada;
�  Glicose: diminuída;
  
Hemorragias subaracnóideas
Após uma hemorragia subaracnóide ocorre uma reação celular com os seguintes tipos:
predomínio de neutrófilos;
 algumas células plasmocitárias;
 raramente eosinófilos;
de 24 a 48 horas mais tarde, surgem os macrófagos;
Proteínas elevadas
Glicose normal
Entendendo Quadros Clínico-laboratoriais de LCR 
EXERCÍCIOS
O valor normal de proteínas no LCR é:
6 -8 g/dL
15 -45 g/dL
6 -8 mg/dL
15 -45 mg/dL
2) O LCR pode ser diferenciado do plasma pela presença de:
Albumina
Globulina
Pré-albuminaTransferrina tau
3) No plasma, a segunda proteína mais prevalente é IgG, no LCR, a segunda proteína mais prevalente é:
Transferrina
Pré-albumina
IgA
Ceruloplasmina
4) Qual a principal finalidade de se dosar lactato no LCR?
5) Valores de proteínas elevados no LCR podem ser causados por todas as situações seguintes, exceto:
Meningite
Esclerose múltipla
Perda de fluido
Neoplasia do SNC
6) A integridade da BHE é medida utilizando-se o:
Indice albumina LCR/albumina sérica
Relação globulina LCR/globulina sérica
Índice de albumina no LCR
Índice de IgG no LCR
7) Antes de ser efetuado o exame bacterioscópico no LCR, a amostra deve ser:
Filtrada
Aquecida a 37 oC
Centrifugada
Homogeinizada
8) São entregues ao laboratório três tubos com LCR com sangue visível, uniformemente distribuído, coletados de um paciente de 75 anos, com sinais de desorientação.
Resultados laboratoriais do LCR:
Contagem de GBs: 250/mm3
Proteínas: 150 mg/dL
Glicose: 70 mg/dL
Bacterioscopia: microorganismos não visualizados.
Qual é a condição mais provável indicada por esses resultados? Como confirmá-lo?
Explique o significado dos níveis elevados de GBs e de proteínas.
Nessas condições é comum a presença de macrófagos? Explique.
Quais outras duas substâncias, além dos GVs podem estar contidas no interior dos macrófagos?
Diferencial:
Neutrófilos: 68%
Monócitos:3%
Linfócitos: 28%
 Eosinófilos: 1%
Muitos macrófagos com GVs fagocitados
9) Um paciente HIV positivo é internado com sintomas de febre alta e rigidez na nuca.
Resultados laboratoriais do LCR:
Contagem de GBs: 100/mm3
Proteínas: 70 mg/dL
Glicose: 55 mg/dL
Bacterioscopia: questionável padrão 
de explosão de estrelas.
Qual exame microscópico adicional deve ser realizado?
Se o teste for positivo, qual e o diagnóstico do paciente?
Se o resultado for questionável, qual teste adicional pode ser realizado?
O que poderia causar uma reação falso-positiva nesse ensaio?
Se os testes referidos em a e c forem negativos, o nível de glicose de 35 mg/dL e uma película for observada no fluido após refrigeração, de que quadro suspeitaríamos e quais testes adicionais deveriam ser realizados?
Diferencial:
Neutrófilos: 2%
Monócitos:20 %
Linfócitos: 78%
 Presença de grupamentos escuros arredondados
REFERÊNCIAS
HENRY,John Bernard; BIANCO, Andrea, trad. Diagnósticos clínicos e tratamento por métodos laboratoriais. São Paulo: Manole, 21o ed., 2012.
STRASINGER, Susan King; DI LORENZO, Marjorie Schaub. Urinálise e fluidos corporais. São Paulo, SP. Livraria Médica Paulista, 2009.

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