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MODAIS DE TRANSPORTE NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 Sumário Unidade 1: Análise nos Modais de Transportes .................................................... 4 Seção 1.1: Introdução ................................................................................................ 4 Seção 1.2: Evolução histórica da gestão logistica do transporte de cargas................ 5 Seção 1.3: Desenvolvimento histórico dos sistemas de transporte: da concorrência à intermodalidade ......................................................................................................... 6 Seção 1.4: O surto ferroviário no século XIX .............................................................. 6 Seção 1.5: Perda de competividade das ferrovias no século XX: a opção ferroviária 7 Seção 1.6: Transportes e desenvolvimento econômico ............................................. 9 Seção 1.7: Privatização e regulação dos transportes no Brasil ................................ 11 Seção 1.8: Evolução institucional do setor de transportes ....................................... 11 Seção 1.9: Considerações ....................................................................................... 12 Unidade 2: A Utilização dos Modais de Transporte e Seus Impactos no Brasil 14 Seção 2.1: Introdução .............................................................................................. 14 Seção 2.2: Logística................................................................................................. 15 Seção 2.3: Modais de transporte.............................................................................. 15 Seção 2.4: Transporte rodoviário de cargas no Brasil .............................................. 17 Seção 2.5: Discussão e considerações .................................................................... 18 Unidade 3: A Situação Atual do Sistema de Transporte Brasileiro .................... 20 Seção 3.1: Introdução .............................................................................................. 20 Seção 3.3: Logística no Brasil .................................................................................. 21 Seção 3.3: Modal Rodoviári ..................................................................................... 23 Seção 3.4: Modal Ferroviário ................................................................................... 24 Seção 3.5: Modal Aquaviário ................................................................................... 25 Seção 4.6: Modal Dutoviário .................................................................................... 25 Seção 4.7: Modal Aéreo ........................................................................................... 26 Seção 3.8: Trabalhos Realizados sobre a Situação do Sistema de Transportes no Brasil ........................................................................................................................ 27 Unidade 4: Logística e Transportes: Uma Discussão Sobre os Modais de Transporte e o Panorama Brasileiro ..................................................................... 28 Seção 4.1: Introdução .............................................................................................. 28 Seção 4.2: Transporte .............................................................................................. 28 Seção 4.3: Transporte e logística ............................................................................. 34 Seção 4.4: Panorama Atual dos Transportes no Brasil ............................................ 35 Seção 4.5: Considerações ....................................................................................... 38 Referências............................................................................................................. 39 4 Unidade 1: Análise nos Modais de Transportes Seção 1.1: Introdução Esta unidade vem mostrar através de referencial teórico e sites demosntrando sobre os modais utilizados no Brasil e tem também suas peculiaridades, criando soluções e alternativas nas quais nossos governantes deixaram de investir e com isso vem perdendo espaço competitivo com os demais países, que é o caso do modal ferroviário que é muito importante para escoar nossos produtos que com e custos mais baratos o passar dos anos perdeu força e diversos investimentos por falta de infraestrutura, que seria um grande diferencial para ganhar mais competividade e alvancar a economia e fortalecendo nossas relações comerciais. Mostrando vantagens e desvantagens utilizadas no tema abordado e também dando ênfase que estamos perdendo competividade com os demais países subdesenvolvidos que sempre estão investindo em infraestrutura e buscando oportunidades frente aos seus concorrentes, e almejando outros mercados internacionais que tem de exemplo os Estados Unidos que investe pesado em suas ferrovias e interliga os demais modais. Um entrave muito evidente é a questão dos relevos do nosso país que possui diversas montanhas, mas seria de fundamental importância ter modal ferroviario funcionando em perfeitas condições, devidos aos baixos custos, maior capacidade de carga a ser transportada, há também alguns pontos contras como: maior necessidade de transbordo, a flexiblidade menor nos trajetos e com isso concentra-se uma grande porcentagem de locomoção no setor rodoviário, que se torna viável em curtas e longas distâncias, menor manuseio de carga e embalagem, mas seu seguro é mais caro, transporta uma quantidade de carga menor. Outro ponto que chama a atenção sobre as ferrovias desde sua expansão no XIX e que foram construídas por fazendeiros são as diferenças das bitolas que dificulta o acesso entre as propriedades e prejudica a evolução do setor. Esta abordagem vem demonstrar que modais de transportes não somente levar e buscar cargas, e sim mostrar de uma maneira ampla e geral a complexa rede de distribuição de todos os processos envolvidos, nessa complexa rede de distribuição. 5 Seção 1.2: Evolução histórica da gestão logistica do transporte de cargas Caixeta Filho (2001), a infraestrutura tem efeitos e condições bastante evidentes na economia A eficiência de um sistema produtivo irá potencializar mais ganhos elevados não basicamente as empresas. Este procedimento influi no produto final e em sua produtividade e também reduzindo o custo por unidade de insumo. Com isso estimulando o investimento e emprego através de uma elevada remuneração de fatores em uma escala maior de produção. Tendo um nível mais adequado de infraestrutura obtendo mais investimentos privados e com isso condições mais atrativas. A eficiência de um sistema logístico mais competitivo tem o princípio de ter prazode entrega, inovações, qualidade de insumo, estar atualizado as novas tecnologias para atender os mercados consumidores em vários setores da economia. Mas se os sistemas de infraestrutura não funcionarem adequadamente, haverá uma grande redução na competitividade dos produtos exportados no mercado internacional e em consequência aumento de preços no mercado interno, ocasionando uma elevação de custos e comprometimento nas atividades econômicas. Já que é muito comum ocorrer no caso dos produtos agrícolas no mercado internacional. Ao que se refere nas dificuldades internas, que os principais entraves estão relacionados a sua comercialização, mais especificamente aos custos de transporte. (Id, 2011). O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), mostra no a porcentagem do PIB investido em infraestrutura no Brasil com o passar dos anos no quadro abaixo: Figura 1: Quadro 1 - Porcentacem do PIB nos últimos anos Fonte: DNIT, 2005 Se tratando de infraestrutura de transporte, há uma variedade de efeitos benéficos para a sociedade como a distribuição geográfica, disponibilidade de bens concorrência, variedade de mercados e custos da mercadoria. Já que a função dos transportes é proporcionar a disponibilidades de bens, permitindo o acesso aos produtos disponíveis para a sociedade tendo como fator o seu preço final. Com o 6 papel fundamental de promover a integração econômica entre as sociedades e mercados de bens produzidos entre si. Destacando que um sistema de transporte eficiente tem a função econômica de expandir mercados. Gerando competição entre todos os vendedores para a melhoria dos transportes, embora que o vendedor mais distante pode competir com o mais próximo, comparando custos inferiores que há na globalização atual já que a divisão geográfica é um fator de orientação e decisivo na vantagem absoluta de custos. (Id, DNIT). Seção 1.3: Desenvolvimento histórico dos sistemas de transporte: da concorrência à intermodalidade Razzolini Filho (2009), em se tratando na velocidade e capacidade de sistema de transporte, o dutoviário aparece com consistência e confiabilidade, já que funciona 24 horas por dia, 7 dias da semana e não se prendendo a fatores climáticos, mas em contra partida o aeroviário tem custo mais elevado chega mais rápido, mas fica depende de fatores climáticos. Caixeta (2001), a evolução do sistema de transporte tem papel de suma importância numa economia em desenvolvimento em que as ferrovias aparece como alternativa de transporte e eram encaradas como concorrentes excludentes, que destacava em um período de auge e declínios associadas as modalidades. Seção 1.4: O surto ferroviário no século XIX Caixeta (2001), no século XIX as ferrovias contribuíram e desenvolveram economias em diversas atividades. Isso aconteceu porque o transporte hidroviário não suportava movimentar cargas pesadas e também em grandes distâncias, onde encontrava barreiras naturais como montanhas e não atingia os locais desejáveis. Porém as ferrovias tiveram um alto estimulo ao seu desenvolvimento e também era o único meio de transporte para atingir locais ao contrário do hidroviário que deixou a desejar no aspecto da velocidade e segurança e provocou um grande surto entre nações. Já no Brasil o governo promovia e implantava o desenvolvimento das ferrovias com o subsídio de capital privado no período de 1840 a 1889, mas encontrou entraves através de um grande volume de chuvas, escassez de carvão, clima tropical, entretanto a primeira ferrovia só entrou em operação em 1854 com cerca de 14 km de 7 extensão, que ligava Estrella, na Bahia do Rio de Janeiro ao pé da montanha, depois disso somente na segunda metade de 1870 e com novos surtos de expansão e fortemente em 1891 teve uma alavancagem na extensão da malha ferroviária e um alcance macroeconômico. Bowersox (2010) as ferrovias por ter uma extensa rede ferroviária dominam a tonelagem no transporte intermunicipal. Possuindo total superioridade e alta capacidade para transportar grandes cargas, que nesta época colocava este modal no patamar de monopolista, mas com o passar da Segunda Guerra mundial e com grande competição entre transportadoras causaram uma redução no investimento em ferrovias e suas receitas sofrer uma grande queda. Onde ocupava um lugar de destaque entre os modais existentes e também por possuir uma vasta extensão de quilometros para percursos de longa distância e transportando de maneira eficiente foi a principal razão das ferrovias ocuparem um lugar de destaque em sua receita bruta, entretanto os custos variáveis são baixos, devido à utilização de óleo diesel. Recentemente o transporte de commodities não está sendo mais transportado em grandes quantidades e vem sendo substituído por produtos específicos e também grandes tonelagem de minério de ferro outros produtos a granel. Seção 1.5: Perda de competividade das ferrovias no século XX: a opção ferroviária Para Caixeta (2001), comparando as modalidades no século XIX, as ferrovias tiveram um contínuo desenvolvimento tecnológico e cientifico que elevou a malha ferroviária ao principal modal de transporte que atuava no século XX, mas com o crescimento do setor automobilístico as rodovias ganhou mais espaço, tendo uma série de fatores que forçou a concorrência desse fato e uma crescente competividade com as ferrovias para o transporte rodoviário, embora o setor ferroviário tivesse uma grande extensão e sofria com a regulação estatal e eram tarifados no valor da mercadoria transportada. Entretanto o setor rodoviário foi aumentando a competividade entre esse modais sendo um transporte de baixa escala, fretes baseados em custos. Outro fator determinante é que implantar uma ferrovia é significativamente mais caro do que uma rodovia entre outras alternativas, tendo alto custo de implantação e mais tempo de construção e para atender as necessidades de uma economia exportadora até os portos regionais, houve opção de abandonar as 8 ferrovias e incentivando as rodovias para um processo intenso de industrialização e sem precisar de uma grande necessidade de transbordo, o rodoviário é o mais adequado de todo o processo do fabricante até o consumidor final evitando estoque de matéria prima e produto acabado. Já o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), destaca que a malha ferroviária brasileira foi implantada com o objetivo de interligar vários estados do País, principalmente nas regiões próximas aos portos de Parati, Angra dos Reis e porto de Santos. Desde 1996, quando iniciou o processo de desestatização, a quantidade de carga movimentada nas ferrovias brasileiras aumentou em cerca de 26%. Os investimentos permitiram um incremento da produção de transportes em 68% entre 1996 e 2001. As melhorias decorrentes da desestatização têm contribuído para reduzir acidentes nas malhas em funcionamento. No Brasil existem ferrovias com padrões de competitividade internacional, e a qualidade das operações permite, por exemplo, a agilidade desejada para a integração multimodal. O custo do frete, cobrado pelas operadoras nas ferrovias, é 50% mais barato em relação ao transporte rodoviário. É uma alternativa para operadores que lidam com quantidades grandes de matérias-primas que muitas vezes são perigosas, como as de empresas petroquímicas. Atualmente o sistema ferroviário brasileiro apresenta um cenário evolutivo favorável. Os constantes e progressivos investimentos nesse setor tendem a elevar o potencial de atração de novos clientes e de ampliação de sua importância nos transportes brasileiros. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) demonstra em gráfico a real porcentagem de utilização dos modais de transporte. 9 Figura 2: Demonstração da utilização dos modais de transporte.Fonte: ANTT, 2006 O Ministério dos transportes apresenta as variantes das características do transporte ferroviário de carga no brasil: Grande capacidade de carga; Adequado para grandes distâncias; Elevada eficiência energética; Alto custo de implantação; Baixo custo de transporte; Baixo custo de manutenção; Possui maior segurança em relação ao modal rodoviário visto que ocorrem poucos acidentes, furtos e roubos. Transporte lento devido às suas operações de carga e descarga; Baixa flexibilidade com pequena extensão da malha; Baixa integração entre os estados; Pouco poluente. Seção 1.6: Transportes e desenvolvimento econômico Keedi (2011), a atual globalização mostra que a logística de transporte é uma importante variável no atual contexto mundial no qual estamos envolvidos, já que o mundo está totalmente integrado e sem fronteiras comercial sendo uma atividade de 10 suma importância. Com isso as empresas são obrigadas a ter um alto grau de competividade nesse cenário de troca de mercadorias que está sendo cada vez mais disputado, já que em determinadas situações é imprescindível e fundamental para o crescimento do emprego e produção, tendo consequência renda per capita e bem estar da população e desenvolvimento econômico. Desde o momento que economia brasileira abriu as portas para outros países e empresas estrangeiras, nos proporcionou melhorar os procedimentos internos e investir mais nos processos logísticos, mas ainda há muito a ser feito nessa acirrada competividade, pois sabemos que em nosso país há grandes dificuldades econômicas e falta de vontade política. Já que possuímos inúmeras atividades, para que a logística possa se destacar frente aos demais países, para que o Brasil se destaque nessa concorrência tão acirrada com os outros países desenvolvidos, já que temos indústrias em plenas condições de competições com outros mercados, mas encontra muitas barreiras como juros altos e elevada carga tributária. (Id, 2011) De acordo com Caixeta (2001), uma boa política de desenvolvimento econômico no setor deve haver relações mútuas transporte na qual se baseia em um papel vital importância na produção em larga escala e exploração de recursos. Para se ter progresso e relações mutuas e não precedendo ao outro também propiciando de maneira intensa todos os diversos estágios e tomando decisões e investimento em qual transporte deve privilegiado para desenvolver e atingir objetivos distinguindo papeis ativos e passivos para investir de forma econômica para determinados projetos, nos quais haverá diversas dificuldades para ter um sistema ideal atingindo objetivos econômicos e objetivos não econômicos, sendo relatados como, melhoria de consumo per capita, exploração de recursos naturais, aumentado o rendimento industrial, definindo padrões sociais e uma unidade política reforçando a defesa do país. Uma estratégia bem desenvolvida tem-se que escolher sistemas alternativos de transporte e analisando qual será o mais eficaz. De acordo com Fleury (2009), o transporte vem sendo uma das principais funções da logística por ser primordial e para que chegue no destino certo alcançando a satisfação do cliente e organizações empresariais com o menor custo possível mas que também representa um alto custo logístico nas empresas. 11 Seção 1.7: Privatização e regulação dos transportes no Brasil Para Caixeta (2001), visando aumentar e descentralizar a gestão de infraestrutura para os governos estaduais, o Brasil vem intensificando o processo de reestruturação no setor de transportes para aumentar a participação privada e obter mais investimentos. Tais reformas intensificou o processo de reestruturação na década de 90, afetando a organização da indústria de transportes, eliminando restrições regulatórias e integrando operadores, e como ter mais terminais e equipamentos especializados para agilizar todos os sistemas de transportes. No âmbito internacional teve mudanças profundas de estratégia, nas áreas de operadores portuários, nas empresas aéreas, rodoviária e navegação, tendo mudanças profundas. O processo de privatização aumenta o fracionamento em mosaico de participação e interesses no processo decisório, essas decisões de investimento e uma efetiva formação de preços não garantem essas forças de mercado na rede de transporte. Bowersox (2010) possuindo frotas e obedecendo as regulamentações nessa àrea econômica e com agir de acordo com a legislação vigente estabeliciadas pelas agências reguladoras, nas quais rege a segurança dos veículos, a movimentação de mercadorias de alto risco e segurança dos funcionários, a atividade de transporte a principio precisa ser própria ou ter equipamento por meio de arrendamento e atividades na área de transportes. Com as privatizações as empresas obtiveram um aumento por volta da decada de 90 e com isso passou a controlar diretamente as suas operações, reduzindo custos de capacidade ociosa, aumento na competicvidade transportando produtos pra várias empresas e elaborando um planejamento melhor. Seção 1.8: Evolução institucional do setor de transportes Caixeta (2001) nas últimas décadas se situa o real momento que o país se encontra em termos de desenvolvimento econômico no setor de transportes, já que no século XX o Brasil teve um período de intenso crescimento de demanda no transporte inter-regional em seu processo de industrialização, onde as relações de comércio voltaram gradativamente nas regiões menos industrializadas, principalmente na região sudeste e abrangendo os estados do sul do país. Embora a demanda de transportes obteve maciços investimentos públicos no setor, que até meados da década de 60, os recursos investidos eram somente do governo empresas 12 privadas até o final da década de 70, que já correspondia a um terço. Mas em Dezembro de 1945, criou-se o Fundo Rodoviário Nacional (FRN) que até o início de 1970 concentrou em implantar a malha rodoviária nacional para motivar a integração de mercados regionais, como o sistema ferroviário já havia sido traçado anteriormente e atendendo mercados de bens primários no mercado exportador, mas a crise do petróleo no início dos anos 70, o governo federal se viu obrigado a dar mais ênfase no desenvolvimento dos modais ferroviário e hidroviário, no qual precisou desenvolver a marinha mercante, destinar mais recursos para a construção da malha ferroviária e também aos terminais de minérios e grãos. De certa maneira está se mantendo em um ciclo de evolução, que se deu início entre 1852 e 1900, através de capital privado inglês que teve concessões do governo no qual garantia o retorno de capital, taxas atraentes, mas havia produtores do Estado de São Paulo que financiaram suas próprias estradas de ferro. O setor público tem um estreito relacionamento com a história portuária brasileira, que é a porta de entrada e saída de mercadorias para o comércio exterior, que teve seu início no porto de Santos que outorgado a investidores privados e vindo a ser tornar o maior porto brasileiro e uma grande movimentação portuária em termos de valor econômico, e a primeira regulamentação de uma atividade portuária brasileira foi em 1934, onde os decretos definiam as atribuições ao porto, instalações e espaço e só completada entre 1954 e 1956 com o intermédio de uma administração regulamentando a utilização e os serviços portuários. O sucesso da história rodoviária brasileira deu-se ao financiamento público para a sua implantação e infraestrutura, através do Decreto-lei nº 8.453 de 27-12-45, onde Departamento Nacional de Estradas e Rodovias (DNER) concede total autonomia administrativa e financeira, atingindo 1.66 milhão de km dando total importância ao segmento. (Id, 2001). Seção 1.9: Considerações A unidade mostra que uma infraestrtura bem eleaborada e adequada vaipotencializar o Brasil frente aos demais países para ganhar mais eficiência e competividade no mercado internacional aprimorando ainda mais a sua cadeia produtiva e elevando o ganho das emprsas não só individualmente e sim em um amplo conjunto elevando o valor do produto final, tendo mais produtividade, reduzindo custos por unidade, gerando mais empregos e apontando deficiências a serem corrigidas, 13 essa medida agrega maior valor de remuneração dos fatores, estimulando a economia, geração de mais empregos, criando uma economia sólida e confiável. Mas quando os sistemas de infraestrutura não funcionam corretamente, o resultado será negativo e com perda de competiviadade, elevando preços do mercado interno e queda nos produtos exportados e tambem aumento de custos diretos e indiretos. E em consequência a estrutura de transportes brasileira, opera com grandes limitações e gargalos impedindo uma grande expansão e crescimento do qual esse setor necessita e é de vital importância para a economia de um país, interferindo na qualidade dos insumos e matéria prima e constantes atrasos nos prazos de entrega e falta de investimento em novas inovações tecnológicas. Outro ponto importante é a depreciação da malha ferroviária, que com o passar dos anos está cada vez mais abandonada, sucateada e com grande deteriozação, já que na sua vasta extensão de trilhos foi construída no século passado por fazendeiros, já que eles construiam suas proprias ferrovias, mas com padrões e estruturas diferentes entre si, dificultando acesso entre as outras propriedades, e atualmente vem prejudicando a escoação dos nossos produtos, mas no decorrer dos últimos anos, as atuais privatizações foram com o intuíto de modenizar esse modal que é muito importande e com custos mais baratos e aumentar a economia do país, mas perdeu espaço para o modal rodoviário que é bastante utilizado atualmente. Com principal interesse em modernizar o modal ferroviário as privatizações citadas anteriormanente, foi o caminho encontrado por nossos governates na década de 90, mas que na pratica não deu certo, já que há muitos trechos em construção abandonados e se deteriorando, outro fator que prejudica é questão do relevo brasileiro que possui muitas rotas de montanhas e que se diferencia em relação aos Estados Unidos, que tem uma grande porcentagem e transportadando em grandes qautidades e ligam vários pontos do país, no Brasil o transporte de minérios é muito utilizado, mas poderia ser mais utilizado por mais produtos. Outro diferencial é questão dos custos que são menores como frete e seguro, mas não é tão agil. Entretanto a intermodalidade possui concorrência histórica entre as diversas modalidades de transportes existentes. Já que a associação das modalidades existentes no setor de transportes identifica a recolocação de investimentos, o ponto de partida entre a origem e o destino e a definição de cargas por modal escolhido. 14 Unidade 2: A Utilização dos Modais de Transporte e Seus Impactos no Brasil Seção 2.1: Introdução A área de transportes tem forte impacto no Brasil tanto para seu desenvolvimento quanto para o Produto Interno Bruto (PIB), correspondendo a 12,7% de custos logísticos, onde a maior parte vem de custos em transporte respectivamente 6,8% do PIB (R$ 401 bilhões), seguido por custos de estoque que equivale a 4,5% do PIB ou R$ 268 bilhões, armazenagem com 0,9% do PIB ou R$ 53 bilhões e por fim o administrativo com 0,5% do PIB ou R$ 27 bilhões. Segundo dados do ILOS (Instituto de Logística e Supply Chain) (2016). No Brasil o modal rodoviário está presente em quase todas as operações de transporte de carga, por sua flexibilidade, grande variedade de veículos para se enquadrar no perfil da carga a ser movimentada e por entregar a mercadoria porta-a- porta são pontos de alta relevância desse modal de transporte, que segundo Costa (2017) no Brasil os números não são precisos, mas conforme a maioria dos apontamentos indicam pouco mais de 61% do transporte de carga e realizado por rodovias, cerca de 20% por ferrovias, 14% por hidrovias, cerca de 4% por dutovias e com menos de 1% fica o modal aéreo. Como estrutura a primeira parte deste artigo apresenta a logística, as dificuldades relacionadas a logística de transporte das pequenas e medias empresas e a colocação do Brasil em relação ao demais países em questão de desempenho logístico. Logo em seguida e apresentado os cinco modais disponíveis para movimentação de cargas, e suas necessidades e dificuldades para implantação e uso no Brasil, que possui em geral grande dependência do modal rodoviário, e ainda carece de infraestrutura suficiente para proporcionar uso rentável dos demais modais. Por fim e apontado o uso do modal rodoviário no Brasil e as principais causas de ser um pais dependente quase que unicamente desse modal para qualquer tipo de movimentação de carga. 15 Obter o conhecimento pleno dos modais de transporte e uma tarefa árdua, porém, quem alcança esse conhecimento com certeza terá vantagem competitiva em qualquer situação estratégica relacionada a transporte e também terá a maior probabilidade de obter êxito em suas escolhas. Com isso o objetivo desta pesquisa consiste em descrever e apresentar os diferentes tipos de modais, e suas principais aplicações, e seu impacto na área de transportes do Brasil. Seção 2.2: Logística Para Filho (apud Ballou, 2006), a logística atualmente e uma importante ferramenta estratégica e administrativa, que abrange todas as etapas da cadeia de suprimentos, partindo da compra da matéria-prima ao produto acabado agregando valor em cada etapa. Filho (2015) ressalta que para as pequenas e medias empresas um dos maiores custos logísticos são relacionados a transporte, além de possuir poucas chances de negociação de valores por normalmente os volumes de operações serem menores, contam com uma gestão menos especializada, que aumenta os riscos e impacta nas decisões de transporte. Segundo o Índice de Desempenho Logístico (LPI), criado pelo Banco Mundial e publicado no Instituto de Logística Supply Chain (ILOS), o Brasil ocupa a 56° posição, situação não muito diferente de dois anos atrás quando ocupava a 55° posição do ranking que reúne 160 países. Seção 2.3: Modais de transporte Para Lobo (2018) o Brasil necessita investir em transporte com construção de rodovias, ferrovias e hidrovias integrando aos portos e aeroportos, e assim buscar o máximo aproveitamento da nossa costa utilizando a cabotagem que realiza um transporte menos poluente, com custos menores e com mais segurança. Disponibilizamos de cinco modais de transporte que são o rodoviário, ferroviário, hidroviário, aéreo e dutoviário que são escolhidos através da necessidade das empresas ou do ramo em que atuam, segundo Costa (2017) com o avanço da tecnológico hoje em dia existe um sexto modal, o infoviário que e responsável pelo transito de informações que geram soluções e de produtos não físicos pela internet, como livros digitais, musicas, filmes, softwares, jogos, etc. 16 Para Francisco (2018) o transporte rodoviário é aquele feito por vias, estradas, rodovias e ruas, as quais podem ser asfaltadas ou não. Esse meio de transporte tem a função de deslocar cargas, pessoas e animais para diversos lugares. Por trazer a acessibilidade porta-a-porta e o mais utilizado em todo Brasil mesmo com custos consideráveis em manutenção que deve ser realizada frequentemente, com o alto valor do frete e o preço instável dos combustíveis. Ventura (2015) aponta que o transporte rodoviário de cargas no Brasil ainda se sobrepõe aos demais modais, com suas características de eficiência e simplicidade sempre cumprindo com seu objetivo acaba se destacando dos outros meios de transporte, sobretudo os gestores encaram um mercado exigente onde e preciso mantera qualidade de atendimento e da entrega, mesmo diminuindo seus custos. Bozoky et al (apud Coeli, 2004) afirma que o modal ferroviário consome quatro vezes menos combustível que o rodoviário, garantindo ótima eficiência em escoamento de cargas a longa distância, além de poder transportar grandes quantidades de carga em relação ao transporte em rodovias, o que pode gerar uma economia ainda maior. Dentro das funcionalidades do modal hidroviário temos a do transporte fluvial, que com a grande área de costa do Brasil pode ser uma boa opção para redução de custos, para Freitas (2018) o transporte fluvial e econômico, menos poluente e ganhou muito com as novas tecnologias, sendo movido a óleo diesel ganhou aumento de velocidade, e ainda manteve o baixo custo garantindo sua competitividade com o transporte ferroviário, que só substitui o transporte hidroviário em luares onde sua implantação e inviável. O modal dutoviário responde somente por 4% no índice de movimentação de cargas no Brasil, porém se considerarmos o setor de petróleo e gás, o transporte por duto vias se torna altamente relevante em relação aos outros modais. Costa (2015) aponta que essa relevância se destaca com a necessidade de transporte continuo de grandes volumes de fluidos, onde os dutos dispõem de alto grau de confiabilidade por se manterem indiferentes a condições meteorológicas ou congestionamentos. Ainda destaca a grande capacidade de transporte e a pouca variação de custos como aspectos que compensam o alto investimento para construção das duto vias. Para Afonso et al (2017) o maior destaque do modal aéreo e a sua agilidade e facilidade para percorrer grandes distancias tanto em território nacional quanto internacional, excelente usando a empresa considera tempo de entrega e segurança. 17 Apesar de suas limitações em relação ao volume de carga, tamanho , peso e quantidade, e ideal para produtos eletrônicos frágeis ou com curto prazo de validade. Calazans (2014) ressalta que cada modal possui suas particularidades em relação a infraestrutura e custos operacionais, como vias especificas, rotas de trafego, locais para carga e descarga, entre outros. E que deve-se analisar aspectos de custo como mostra a tabela: Figura 3: Quadro 2 – Características de custos por modal Fonte: Adaptado de Nazário (2000) Seção 2.4: Transporte rodoviário de cargas no Brasil O Brasil e o país com o maior índice de transporte rodoviário de cargas entre as principais economias mundiais. Onde a malha rodoviária responde pelo escoamento de 75% da produção do país, a marítima equivale a 9,2%, aérea 5,8%, ferroviária 5,4%, cabotagem 3% e hidroviária 0,7%, conforme dados da pesquisa de Custos Logísticos no Brasil, feito pela Fundação Dom Cabral. Em entrevista à BBC (2018) Paulo Resende Coordenador do núcleo de Logística e Infraestrutura da Fundação Dom Cabral, afirma que no Brasil os governantes nunca deram prioridade a implantação de outros sistemas de transporte, por não ter impacto eleitoral. Ressalta que os governantes adotam um pensamento de querer deixar sua marca com algo novo, e por isso assim que assumem uma candidatura, param outros projetos anteriores com a intenção de iniciarem os seus próprios, criando uma descontinuidade de projetos. Ainda aponta que o governo federal não entende a estrutura de transporte no Brasil. Onde o modal rodoviário responde por 75% do transporte de cargas no país, aponta que “o governo trabalha com uma matriz de 58% onde a logística não representa a realidade”. Resende (2018). 18 Seção 2.5: Discussão e considerações Para Costa (2017) modais de transporte são selecionados através das necessidades das empresas ou do ramo em que atuam, para gerar a movimentação mais adequada a seus produtos e ocasionalmente maior satisfação de seus clientes. Para isso a gestão de transportes deve estar alinhada com a realidade de infraestrutura de diversas regiões ficando ciente de qual modal se encaixara em sua movimentação. Neste contexto a presente unidade através de uma análise de referenciais teóricos sobre cada um dos cinco modais, demostra suas respectivas exigências para serem implantados e suas áreas de atuação, assim como demonstra a dependência do Brasil com o modal rodoviário responsável por ¾ da movimentação de cargas do país, resultado expresso devido a precariedade de investimentos em expansão de ferrovias e hidrovias, e com a falta de ligação das vias existentes aos portos e aeroportos do país. Através desta analise e possível afirmar que com investimento serio em busca de expansão e melhoria continua das vias, hidrovias e ferrovias, interligando-as aos portos e aeroportos, o Brasil será capaz de disseminar o seu escoamento de carga entre outros modais de transporte e assim minimizar sua dependência do modal rodoviário. Ao se aplicar investimento em infraestrutura das vias e aperfeiçoar as ligações entre os modais e possível otimizar e flexibilizar a movimentação de cargas no Brasil ocasionando em um escoamento menos limitado o que traz benefícios para empresas, clientes, governo e a população em geral. Analisando o quadro 1, e possível constatar a relação de custos gerados em cada um dos modais, onde o custo fixo indica a sua aplicação e o variável para sua utilização, referente ao modal ferroviário a sua implantação gera um auto custo com equipamentos, terminais e vias férreas, devido a sua grande dificuldade de construção, por outro lado tem u custo baixo para utilização. O rodoviário já possui um custo baixo para implantação além de utilizar fundos públicos em sua construção, na sua utilização gera um custo médio aos valores de frete e combustível. O hidroviário tem um custo médio para produzir navios e com equipamentos de portos, porem a sua utilização e bem rentável por movimentar grandes quantidades de uma única vez. 19 O dutoviário possui custo mais elevado devido a dificuldade de implantação por defeitos de acesso, e aparelhos para bombeamento, mas para industrias de petróleo e gás acaba sendo o melhor caminho a ser tomado por movimentar grandes quantidades continuamente a um baixo custo. Por fim o aeroviário possui alto custo tanto em sua implantação com as aeronaves e aeroportos, quanto em sua utilização com combustível e manutenção. Portanto, e necessário uma gestão eficiente de transporte para propor o melhor e mais rentável modal, onde mesmo com altos custos inicias acabam trazendo grandes rendimentos a longo prazo. Sendo assim através do desenvolvimento continuo e possível gerar aumento na competitividade nacional e internacional entre as organizações. Conforme mencionado na pesquisa acima, o transporte de cargas e dividido em cinco modais, rodoviário, ferroviário, hidroviário, aéreo e dutoviário. Onde cada um possui suas devidas particularidades, que influenciam diretamente na carga a ser transportada e no local para onde essa carga vai. Por se tratar de transporte que responde a maior parte dos custos logísticos, deve-se empregar uma gestão qualificada, pois todo tipo de erro nessa operação acaba trazendo altos custos para as empresas, por outro lado, com a utilização correta e eficaz dos modais de transporte e possível reduzir consideravelmente os custos e ainda garantir a qualidade e confiabilidade na movimentação das cargas. Aonde no Brasil a utilização do transporte rodoviário ainda se destaca mesmo com cargas que poderia ser melhor movimentadas por outros tipos de modais, que acontece pela falta de investimento em outros meios de transporte, criando uma dependência do modal rodoviário para o transporte de cargas no país. Essa pesquisa se baseou em apresentar os diferentes tipos de modais, suas aplicações e seus impactos no Brasil, onde se constatou que no país falta investimento e continuidade em projetos para implantação e aprimoramento de outros meiosde transporte, para assim poder começar a quebrar aos poucos a sua dependência do transporte rodoviário e expandir os modais de transporte pelo país. 20 Unidade 3: A Situação Atual do Sistema de Transporte Brasileiro Seção 3.1: Introdução Logística pode ser definida como o conjunto das atividades relacionadas a movimentação e armazenagem, a fim de auxiliar o fluxo de produtos desde a compra de matéria-prima até a distribuição ao consumo final, assim como os fluxos das informação necessárias à movimentação dos produtos, alcançando níveis de serviço desejados pelos clientes, a um custo acessível para a empresa, de acordo com Goebel (1996). A logística, de acordo com a Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO, 2008), é uma das áreas da Engenharia de Produção e pode ser definida como o conjunto de métodos usados nas principais questões que envolvem o transporte, a movimentação, o estoque e o armazenamento de matéria-prima e produto final. Esses métodos têm como objetivo a minimizaçao dos custos na empresa, comprometendo-se a disponibilizar o produto no momento e local exato, procurando a máxima satisfação do cliente final. Segundo Medeiros (2008), dentro de uma empresa a logística é um fator determinante que garante a competitividade da mesma, logo para uma empresa sobreviver em um ambiente altamente competitivo é necessário exigir rapidez e otimização de seu processo de movimentação de materiais, interna e externamente, pois a logística é um processo de controle de fluxos físicos, produtos e informações dentro de uma empresa. De acordo com Bowersox et al. (2006), a logística possui cinco áreas de trabalho, sendo estas: inventário; processamento de pedidos; armazenamento, manuseio de materiais e embalagem; transporte e rede de instalações. E para que ocorra uma gestão integrada de logística bem sucedida é necessário que as cinco áreas sejam integradas umas as outras. Neste trabalho será enfocada a atividade de transportes. 21 Transporte pode ser definido, de acordo com Paoleschi (2008), como a movimentação de bens de um lado a outro da rede logística. Não agrega valor aos produtos, mas é de extrema importância para que estes cheguem aos seus determinados locais de aplicação íntegros e nos prazos estabelecidos. Os transportes de cargas podem ser realizados através de cinco tipos de modais, com seus custos e características operacionais, tornando-os mais apropriados para determinados tipos de operações e produtos. Sendo estes modais o rodoviário, o ferroviário, o aquaviário, o dutoviário e o aéreo. Moreno (2000), afirma que a logística no Brasil esta ligada a intensa competitividade causada pela globalização, a mesma busca a redução dos custos da empresa otimizando sua produção. O desenvolvimento da logística em um país tão extenso em território é muito importante, portanto muitas empresas por vários motivos se instalam fora dos grandes centros, facilitando assim o abastecimento do mercado consumidor e o reabastecimento (aquisição da matéria-prima) da unidade fabril. Deste modo, o objetivo deste trabalho é apresentar os modais de transporte, suas vantagens e desvantagens, e a participação destes, atualmente, no sistema de transportes do Brasil. Este artigo é considerado uma pesquisa bibliográfica, pois foi elaborado a partir de materiais já publicados, sendo estes livros, artigos de periódicos e materiais disponibilizados na Internet. A presente unidade está estruturado em cinco seções. Na primeira seção, a contextualização e os objetivos do estudo são apresentados. A segunda seção apresenta um panorama da logística no Brasil, apresentando os modais rodoviário, ferroviário, aquaviário, dutoviário e aéreo. A terceira seção apresenta os trabalhos publicados sobre a situação do sistema de transportes no Brasil. As considerações acerca do estudo são apresentadas na seqüência. E a quinta seção apresenta as referências bibliográficas utilizadas neste estudo. Seção 3.3: Logística no Brasil A economia brasileira possui um grande potencial para se expandir e crescer, porém esse crescimento torna-se limitado devido à falta de infra-estrutura da área de transporte brasileiro, que ocorre devido a investimentos insuficientes em infra- estrutura. Como afirma Erhart e Palmeira (2006), o Brasil desperdiça bilhões de reais 22 com os problemas de transportes, como acidentes, roubos de carga, ineficiências operacionais e energéticas. Cypriano (2008), afirma que os governos, de quase todos os países, destinam seus orçamentos a gastos com segurança, saúde e educação pública e que é o setor privado quem tem o capital disponível e a capacidade técnica para construir e gerenciar com qualidade estradas, portos e usinas hidrelétricas. Porém no Brasil ainda se percebe um grande preconceito em relação à iniciativa privada. Mas se o Estado quer manter um bom ritmo de crescimento deve atrair empresários para que invistam na área de infra-estrutura ao invés de afastá-los. Lourenço (2008) salienta que, se o Brasil continuar a dificultar o seu escoamento por causa de inúmeros gargalos, os quais impedem um trânsito mais ágil dos produtos, a esperança que os produtos brasileiros entrem no mercado mais competitivos torna-se quase impossível. Um exemplo é o que ocorre no Porto de Santos, responsável por 26% do comércio exterior do País, no qual há pelo menos três mandatos presidenciais não se abre licitação para a construção de um cais maior. Uma outra alternativa que vem sendo muito utilizada pelas empresas que buscam vantagem competitiva é a terceirização dos provedores de serviços logísticos e operadores logísticos, como uma forma de reduzir custos e melhorar a eficiência dos serviços. Segundo Fleury (2006) a terceirização torna possível à empresa focar em suas competências essenciais e procurar parcerias para complementar seus objetivos estratégicos. Para Fleury (2006) a terceirização tem como objetivos diminuir custos e buscar o melhor desempenho na prestação dos serviços de logística, com uma melhor qualidade, especialização e flexibilidade nas ações gerenciais. De acordo com Hijjar (2006) apud Americano (2008), o índice de terceirização nas grandes empresas brasileiras chega a 92% no transporte de distribuição e estima-se que essa terceirização já proporciona uma redução média de 13% nos custos das empresas. No Brasil a participação dos modais hidroviário e aéreo é quase inexistente e uma parcela considerável da malha ferroviária existente, que foi construída no início do século passado, estão deterioradas a ponto de necessitarem de recuperação e não apenas de manutenção, devido a estes fatores o modal rodoviário acaba se tornando sobrecarregado. 23 De acordo com Erhart e Palmeira (2006), há falta de linhas aéreas e contêineres, há excessivo gasto no deslocamento da produção, além de perdas ocorridas por avarias no transporte. O gráfico 1: ilustra a utilização dos modais de transporte no Brasil. Figura 4: Gráfico 1 – Composição Percentual das Cargas Fonte: ANTT, 2000. Cerca de 60% dos transportes, de acordo com a ANTT (2000), são realizados através de modais rodoviários, em segundo lugar está o modal ferroviário com cerca de 20%, logo após vem o aquaviário com aproximadamente 14% e, como pode ser observado, os modais dutoviário e aéreo compõem uma pequena parcela dos transportes realizados. Seção 3.3: Modal Rodoviári O modal rodoviário, segundo Paoleschi (2008), possui vantagens e desvantagens, como vantagens destaca-se que este modal tem locais de carga e descarga definidos, maior disponibilidade de vias de acesso, maior mobilidade na movimentação das cargas, se o veículo quebrar é mais fácil a troca deste e ideal para trajetos de curta e média distâncias. Já as desvantagens são que os fretesem alguns casos são mais caros e é mais suscetível ao roubo de cargas. De acordo com Neves (2005), o modal rodoviário brasileiro enfrenta diversos problemas estruturais, como: o excessivo número de empresas ligadas a este setor, 24 o que provoca um aumento da competição e perda no poder de negociação junto aos clientes; a transformação do transporte em produto; má conservação das estradas; roubo de cargas; tempo de vida da frota dos caminhões; carga tributária alta; pouca carga de retorno; e altos tempos de espera para carga e descarga. Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT, 2000), o transporte de cerca de 60% das cargas transladadas é feito por rodovias estaduais e federais. A maior parte dessas estradas não são concessiondas e estão em condições ruins ou péssimas, causando um aumento dos custos com manutenção dos veículos. Além disso a frota utilizada para realizar estes transportes está ultrapassada. Em relação às concessionadas, as condições encontram-se em melhores estados, porém o custo agregado ao valor final para a utilização destas vias é muito alto, como mostram dados da Associação Brasileira da Infra-estrutura e das Indústrias de Base (ABDIB) que cerca de 20% do PIB detém o custo do transporte rodoviário brasileiro, enquanto que nos EUA esse valor é de 8%. Seção 3.4: Modal Ferroviário Este modal é apropriado para grandes quantidades e longas distâncias, possui menor custo de frete e é seguro. Mas também possui algumas desvantagens como diferença na largura de bitolas, menor flexibilidade no trajeto e necessidade maior de transbordo. (PAOLESCHI, 2008) Segundo Palmeira e Erhart (2006) no Brasil a malha férrea é pequena e atinge pontos isolados do território nacional, os investimentos provêm na maioria das vezes apenas do setor privado e com interesse próprio. O modal ferroviário deveria ter maior atenção por parte dos governantes, pois é o que possui um dos menores custos para o transporte de produtos e poderia aumentar o nível de competitividade do Brasil. De acordo com Paoleschi (2008), no Brasil a malha ferroviária possui cerca de 29000 km e a privatização, que começou em 1996, foi de extrema importância para que este setor voltasse a funcionar. Muitos indicadores mostram que o setor ferroviário brasileiro está enfrentando, o desafio de aumentar o seu papel no contexto da logística de transportes no Brasil, com alto dinamismo e com crescente atendimento da demanda (RESENDE, 2006). 25 Seção 3.5: Modal Aquaviário O modal aquaviário é o mais utilizado quando há a necessidade de transportes de longo trajeto e no comércio internacional, segundo Paoleschi (2008). No transporte aquaviário qualquer tipo de carga pode ser carregado e possui baixo custo de frete, porém tem maior exigência de embalagens, frequentemente encontram-se congestionamentos nos portos e necessidade de transbordo nos portos. Considerado como um dos modais mais importantes para a indústria e a logística no Brasil, como afirma Cecatto (a, 2004), o transporte marítimo ainda não é aproveitado na totalidade do seu potencial. A importância deste modal está relacionada com a intermodalidade, à geração de novos empregos, ao aumento na movimentação de cargas no país e ao fortalecimento do setor de logística no mercado nacional. De acordo com a ABDIB, cerca de 40 contêineres por hora são movimentados nos portos brasileiros e cerca de 20 pessoas são necessárias para movimentar um contêiner, enquanto nos portos europeus, a média é de 120 contêineres por hora e apenas 2 pessoas para movimentar cada contêiner; o que faz com que haja filas nos portos e consequentemente atraso na entrega dos produtos. Além disso, o modal apresenta outras dificuldades como portos inadequados, burocracia e altas tarifas. Ainda para Cecatto (a, 2004), o modal aquaviário é de extrema importância para promover e integrar o país interna e externamente. Se o transporte marítimo for modernizado e adequado às exigências de um mundo globalizado, pode-se diminuir distâncias dentro do país e ser decisivo na consolidação do Mercosul, além de aumentar o comércio com os demais continentes. Seção 4.6: Modal Dutoviário Este modal, segundo Nascimento (2007), utiliza a força da gravidade ou pressão mecânica, para através de dutos realizar o transporte dos produtos. Este transporte, para Paoleschi (2008), pode ser dividido em três tipos: oleodutos, minerodutos e gasodutos. A maioria dos oleodutos transporta petróleo, óleo combustível, gasolina, diesel, álcool, gás liquefeito de petróleo, querosene entre outros. Já os minerodutos transportam sal-gema, minério de ferro e concentrado fosfático. E os gasodutos transportam o gás natural. 26 Ainda para Paoleschi (2008), este modal de transporte está se mostrando como uma das formas mais baratas para se transportar grandes volumes, principalmente de óleo, gás natural e derivados. Apesar deste tipo de transporte não causar poluição, não ocasionar congestionamentos e ser relativamente barato, ainda não é muito conhecido, é pouco utilizado no comércio exterior brasileiro e nas exportações o uso deste modal não existe (NASCIMENTO, 2007). Gasparini (2006), afirma que a malha dutoviária brasileira é formada por 400 dutos, somando 20.000 km de extensão. Sendo que desses, 241 dutos ou aproximadamente 7.500 km, são utilizados para transportar petróleo e derivados. A maioria destes são terrestres e subterrâneos, com profundidades que podem variar de 90 centímetros a 1,5 metros. Seção 4.7: Modal Aéreo O modal aéreo, para Paoleschi (2008), é apropriado para transporte de cargas de alto valor agregado, em pequenas quantidades ou com urgência na entrega. Este tipo de transporte é mais seguro, mais rápido, não exige embalagem mais reforçada, além de possuir menores custos com seguro e armazenagem. Este modal, segundo Cecatto (b, 2003), apresenta um grande potencial de expansão e um conseqüente aumento nos lucros, porém, ainda não é utilizado da maneira mais adequada, assim como ocorre no modal aquaviário. As mudanças políticas e sociais que vêm ocorrendo, as metas de crescimento do país, as péssimas condições das rodovias, a pouca utilização dos modais ferroviário e hidroviário e a globalização, que eliminou fronteiras, acabam incentivando o uso do transporte aéreo abrindo novas oportunidades para o este tipo de transporte de cargas. Cecatto (b, 2003) afirma ainda que apesar dessas várias possibilidades, o transporte aéreo de cargas no Brasil ainda possui pouca estrutura, além da falta de empresas especializadas. Porém, pesquisas realizadas indicam que ainda há muito a ser feito, e que as possibilidades de sucesso neste modal são grandes. 27 Seção 3.8: Trabalhos Realizados sobre a Situação do Sistema de Transportes no Brasil Na revisão de literatura realizada encontrou-se apenas um trabalho que trata da situação do sistema de transporte brasileiro. Koch e Silveira (1995) elaboraram um artigo um artigo sobre a situação atual e sobre as perspectivas do sistema de transporte no Brasil. Mostram no artigo a evolução dos modais de transporte, além dos pontos críticos do sistema de transporte brasileiro. Devido às exigências estabelecidas pela nova economia, houve uma crescente capacidade de percepção de que bens e serviços de alta qualidade proporcionam uma considerável vantagem competitiva. O desempenho da uma organização pode melhorar através da qualidade, pois as receitas podem aumentar através de melhores vendas e preços mais altos. Além de que, os custos podem ser diminuídos pela melhor eficiência, produtividade e adequado uso de um sistema de distribuição eficiente. Porém, o sistema de transportes brasileiro vai mal e precisa de investimentos de todos os envolvidos para que possamos diminuir custos, proporcionando preços mais competitivos aos produtos, gerandoum maior desenvolvimento econômico, para que isso aconteça o governo deve definir políticas e planejamentos mais claros, específicos para cada modal, priorizando parcerias público-privado, porém o governo federal não está preparado para realizar um grande programa de investimentos em infra-estrutura, pois a burocracia federal é ineficiente e a máquina administrativa move-se muito devagar. O governo federal e a iniciativa privada precisam se unir para que haja desenvolvimento do sistema de transporte no Brasil com a construção de rodovias, portos e ferrovias. Se isso não ocorrer o mercado brasileiro vai ficar em segundo plano no mercado global. As empresas devem fazer melhorias em sua base de produção e implementar conceitos de logística de transportes em seus setores, para que possam competir no mesmo nível de seus concorrentes nacionais e, principalmente, com os internacionais, pois com o aumento do comércio globalizado, estão cada vez maiores as chances de produtos internacionais invadirem nosso mercado. 28 Unidade 4: Logística e Transportes: Uma Discussão Sobre os Modais de Transporte e o Panorama Brasileiro Seção 4.1: Introdução O transporte representa o elemento mais importante do custo logístico na maioria das empresas e tem papel fundamental na prestação do Serviço ao Cliente. Do ponto de vista de custos, Nazário (In: Fleury et al., 2000:126) afirma que o transporte representa, em média, cerca de 60 % das despesas logísticas. Ele pode variar entre 4% e 25% do faturamento bruto, e em muitos casos supera o lucro operacional. Dessa forma, iniciativas como a intermodalidade (integração de vários modais de transporte) e o surgimento de operadores logísticos, ou seja, de prestadores de serviços logísticos integrados, apresentam relevante importância para redução dos custos de transporte, pois geram economia de escala ao compartilhar sua capacidade e seus recursos de movimentação com vários clientes. Este trabalho visa definir, caracterizar, classificar os modais de transporte de carga, estabelecendo uma comparação entre eles, a fim de enriquecer a discussão acerca do tema. Termos como logística, multimodalidade, intermodalidade e operadores logísticos serão utilizados e rapidamente tratados, já que fazem parte da discussão do tema transportes. Será exposta também, uma breve abordagem sobre o panorama atual dos transportes no Brasil, seguido pelas conclusões finais. Para a realização do trabalho foi utilizada a pesquisa bibliográfica e de dados. Seção 4.2: Transporte Fatores de Planejamento De acordo com Alvarenga e Novaes (2000: 93), para se organizar um sistema de transporte é preciso ter uma visão sistêmica, que envolve planejamento, mas para isso é preciso que se conheça: os fluxos nas diversas ligações da rede; o nível de serviço atual; o nível de serviço desejado; as características ou parâmetros sobre a carga; os tipos de equipamentos disponíveis e suas características (capacidade, fabricante etc); e os sete princípios ou conhecimentos, referentes à aplicação do enfoque sistêmico. Quanto aos parâmetros de carga, os principais elementos são: peso e volume, densidade média; dimensão da carga; dimensão do veículo; grau de fragilidade da 29 carga; grau de perecibilidade; estado físico; assimetria; e compatibilidade entre cargas diversas. Sendo assim, pode-se observar que no transporte de produtos, vários parâmetros precisam ser observados para que se tenha um nível de serviço desejável pelo cliente. Dependendo das características do serviço, será feita a seleção de um modal de transporte ou do serviço oferecido dentro de um modal. Segundo Ballou (2001:156), a seleção de um modal de transporte pode ser usada para criar uma vantagem competitiva do serviço. Para tanto, destaca-se a seguir algumas características dos modais de transporte. Classificação dos Modais de Transporte Ferroviário No Brasil, o transporte ferroviário é utilizado principalmente no deslocamento de grandes tonelagens de produtos homogêneos, ao longo de distâncias relativamente longas. Como exemplo destes produtos estão os minérios (de ferro, de manganês), carvões minerais, derivados de petróleo e cereais em grão, que são transportados a granel. No entanto, em países como a Europa, por exemplo, a ferrovia cobre um aspecto muito mais amplo de fluxos. Como exemplos de meios de transporte ferroviário, pode-se citar o transporte com vagões, containers ferroviários (1 a 5 toneladas) e transporte ferroviário de semi-reboques rodoviário (piggyback). Segundo Ballou (1993:127) existem duas formas de serviço ferroviário, o transportador regular e o privado. Um transportador regular presta serviços para qualquer usuário, sendo regulamentado em termos econômicos e de segurança pelo governo. Já o transportador privado pertence a um usuário particular, que o utiliza em exclusividade. Com relação aos custos, o modo ferroviário apresenta altos custos fixos em equipamentos, terminais e vias férreas entre outros. Porém, seu custo variável é baixo. Embora o custo do transporte ferroviário seja inferior ao rodoviário, este ainda não é amplamente utilizado no Brasil, como o modo de transporte rodoviário. Isto se deve a problemas de infra-estrutura e a falta de investimentos nas ferrovias. Rodoviário É o mais expressivo no transporte de cargas no Brasil, atingindo praticamente todos os pontos do território nacional, pois desde a década de 50 com a implantação da indústria automobilística e a pavimentação das rodovias, esse modo se expandiu de tal forma que hoje é o mais procurado. Difere do ferroviário, pois se destina principalmente ao transporte de curtas distâncias de produtos acabados e semi- 30 acabados. Por via de regra, apresenta preços de frete mais elevados do que os modais ferroviário e hidroviário, portanto sendo recomendado para mercadorias de alto valor ou perecíveis. Não é recomendado para produtos agrícolas a granel, cujo custo é muito baixo para este modal. Em relação aos serviços, além da distinção entre transportadoras regulares e frota privada, existem também transportadores contratados e isentos. Quando os clientes desejam obter um serviço mais adequado as suas necessidades, isentando- se de despesas de capital ou problemas administrativos associados a frota própria, estes se utilizam de transportadores contratados. Os transportadores contratados são utilizados por um número limitado de usuários em contratos de longa duração. Já os transportadores isentos são aqueles livres de regulamentação econômica, como por exemplo, veículos operados e contratados por fazendeiros ou cooperativas agrícolas. O transporte rodoviário apresenta custos fixos baixos (rodovias estabelecidas e construídas com fundos públicos), porém seu custo variável (combustível, manutenção, etc.) é médio. As vantagens deste modal estão na possibilidade de transporte integrado porta a porta e de adequação aos tempos pedidos, assim como freqüência e disponibilidade dos serviços. Apresenta como desvantagem a possibilidade de transportar somente pequenas cargas. Hidroviário O transporte hidroviário é utilizado para o transporte de granéis líquidos, produtos químicos, areia, carvão, cereais e bens de alto valor (operadores internacionais) em contêineres. Os serviços hidroviários existem em todas as formas legais citadas anteriormente. Como exemplos de meios de transporte hidroviário, pode-se citar os navios dedicados, navios containers e navios bidirecionais para veículos (roll-on, roll-off, vessel). Este tipo de transporte pode ser dividido em três formas de navegação, são elas: a cabotagem que é navegação realizada entre portos ou pontos do território brasileiro, utilizando a via marítima ou entre esta e as vias navegáveis interiores (até, aproximadamente, 12 milhas da costa); a navegação interior que é realizadaem hidrovias interiores, em percurso nacional ou internacional e por fim, a navegação de longo curso, realizada entre portos brasileiros e estrangeiros. 31 Em relação aos custos, o transporte hidroviário apresenta custo fixo médio (navios e equipamentos) e custo variável baixo (capacidade para transportar grande quantidade de tonelagem). É o modal que apresenta o mais baixo custo. Este modal apresenta como vantagens a capacidade de transportar mercadoria volumosa e pesada e o fato dos custos de perdas e danos serem considerados baixos comparados com outros modais. Suas principais desvantagens são a existência de problemas de transporte no porto; a lentidão, uma vez que o transporte hidroviário é, em média, mais lento que a ferrovia e a forte influência do tempo. Sua disponibilidade e confiabilidade são afetadas pelas condições meteorológicas. Aeroviário O transporte aeroviário tem tido uma demanda crescente de usuários, embora o seu frete seja significativamente mais elevado que o correspondente rodoviário. Em compensação, seu deslocamento porta a porta pode ser bastante reduzido, abrindo um caminho para esta modalidade, principalmente no transporte de grandes distâncias. Este tipo de transporte é utilizado principalmente nos transportes de cargas de alto valor unitário (artigos eletrônicos, relógios, alta moda, etc) e perecíveis (flores, frutas nobres, medicamentos, etc). Como exemplos deste meio de transporte estão os aviões dedicados e aviões de linha. Segundo Ballou (1993:129), no modo aéreo existem os serviços regulares, contratuais e próprios. O serviço aéreo é oferecido em algum dos sete tipos: linhas- tronco domésticas regulares, cargueiras (somente cargas), locais (principais rotas e centros menos populosos, passageiros e cargas), suplementares (charters, não tem programação regular), regionais (preenchem rotas abandonadas pelas domésticas, aviões menores), táxi aéreo (cargas e passageiros entre centros da cidade e grandes aeroportos) e internacionais (cargas e passageiros). O transporte aeroviário é o que tem custo mais elevado em relação aos outros modais. Seu custo fixo é alto (aeronaves, manuseio e sistemas de carga), bem como seu custo variável, apresenta alto custo de combustível, mão-de-obra, manutenção, etc. As vantagens deste modo de transporte são a velocidade elevada, distância alcançada, segurança (roubos, danos e extravios), redução de custo com estoque. Suas principais desvantagens são o custo de frete, tempos de coleta e entrega, manuseio no solo e dimensões físicas dos porões de transporte dos aviões. 32 Dutos A utilização do transporte dutoviário é ainda muito limitada. Destina-se principalmente ao transporte de líquidos e gases em grandes volumes e materiais que podem ficar suspensos (petróleo bruto e derivados, minérios). A movimentação via dutos é bastante lenta, sendo contrabalançada pelo fato de que o transporte opera 24 horas por dia e sete dias por semana. Os direitos de acesso, construção, requisitos para controle das estações e capacidade de bombeamento fazem com que o transporte dutoviário apresente o custo fixo mais elevado. Em contrapartida, o seu custo variável é o mais baixo, nenhum custo com mão de obra de grande importância. É portanto, o segundo modal com mais baixo custo, ficando atrás apenas do modo de transporte hidroviário. Como vantagens, o transporte dutoviário se apresenta como mais confiável de todos, pois existem poucas interrupções para causar variabilidade nos tempos e os fatores meteorológicos não são significativos. Além disso, os danos e perdas de produtos são baixos. Como desvantagem está a lentidão na movimentação dos produtos, o que inviabiliza seu uso para o transporte de perecíveis. Comparação entre as características operacionais dos diversos modais Para se escolher o modal certo para o transporte do produto que se deseja entregar, deve-se observar as características operacionais relativas por modal de transporte. De acordo com Nazário (In: Fleury et al. 2000: 130), em relação aos modais, há cinco pontos importantes para se classificar o melhor transporte: velocidade, disponibilidade, confiabilidade, capacidade e freqüência. No Quadro 2, pode-se observar estas características, sendo que a pontuação menor, significa que o modal possui excelência naquela característica. Figura 4: Quadro 2 - Características Operacionais Fonte: Nazário (In: Fleury et al, 2000, p.130) 33 A velocidade é o tempo decorrido em dada rota, sendo o modal aéreo o mais rápido de todos. Já a disponibilidade é a capacidade que cada modal tem de atender as entregas, sendo melhor representado pelo transporte rodoviário, que permite o serviço porta a porta. A confiabilidade reflete a habilidade de entregar consistentemente no tempo declarado em uma condição satisfatória. Nesta característica, os dutos ocupam lugar de destaque. A capacidade é a possibilidade do modal de transporte lidar com qualquer requisito de transporte, como tamanho e tipo de carga. Neste requisito, o transporte hidroviário é o mais indicado. Finalmente, a freqüência é caracterizada pela quantidade de movimentações programadas, é liderada pelos dutos, devido ao seu contínuo serviço liderado entre dois pontos. Na pontuação total percebe-se que a preferência geral é dada ao transporte rodoviário. Este ocupa o primeiro e segundo lugar em todas as categorias, exceto em capacidade. No Brasil, ainda existe uma série de barreiras que impedem que todas as alternativas modais, multimodais e intermodais sejam utilizadas da forma mais racional. Isso ocorre devido ao baixo nível de investimentos nos últimos anos em conservação, ampliação e integração dos sistemas de transporte, pois houve mudanças pouco significativas na matriz brasileira, mesmo com as privatizações. Multimodalidade e Intermodalidade A multimodalidade pode ser definida como a integração entre modais, com o uso vários equipamentos, como conteiners. Já a intermodalidade caracteriza-se pela integração da cadeia de transporte, com o uso de um mesmo conteiner, um único prestador de serviço e documento único. No Brasil utiliza-se a multimodalidade. Segundo Nazário (In: Fleyry et al., 2000:145), uma das principais barreiras ao conceito da intermodalidade no Brasil diz respeito a sua regulamentação da prática do Operador de Transporte Multimodal (OTM). Com a implantação de um documento único de transporte, alguns estados argumentam que seriam prejudicados na arrecadação do ICMS. A integração entre modais pode ocorrer entre vários modais: aéreo-rodoviário, ferroviário-rodoviário, aquário-ferroviário, aquário-rodoviário ou ainda mais de dois modais. A utilização de mais de um modal agrega vantagens a cada modal, caracterizados pelo nível de serviço e custo. Combinados, permitem uma entrega porta a porta a um menor custo e um tempo relativamente menor, buscando equilíbrio entre preço e serviço. 34 Seção 4.3: Transporte e logística Transporte e funções logísticas Segundo Nazário (In Fleury et al, 2000: 127), um dos principais pilares da logística moderna é o conceito de logística integrada, fazendo com que as atividades e funções logísticas deixem de ser isoladas e passem a ser percebidas como um componente operacional da estratégia de marketing. Na relação Transporte e Serviço ao Cliente, o primeiro é extremamente influente no desempenho do segundo, devido às exigências de pontualidade do serviço, tempo de viagem, capacidade de prover um serviço porta a porta, à flexibilidade para o manuseio de vários tipos de cargas, gerenciamento dos riscos quanto a roubos, danos e avarias e à capacidade de o transportador oferecer mais que um serviço básico de transporte, tornando-se capaz de executar outras funções logísticas. Operadores Logísticos Embora a terceirização de serviços seja uma prática antiga,a forma que esta se apresenta hoje na logística, se constitui numa nova e importante tendência da prática empresarial moderna e que afeta o uso de transportes, pois as empresas produtoras delegam essa função, fortalecendo o setor de operadores de transportes. O Operador Logístico, de acordo com Fleury et al. (2000:134) é “um fornecedor de serviços integrados, capaz de atender a todas ou quase todas necessidades logísticas de seus clientes de forma integrada.” Com relação ao tipo de serviço oferecido, Novaes (2001: 328) classifica os operadores logísticos em três grupos: operadores baseados em ativos e operadores baseados em administração e tratamento de informação. Um terceiro grupo, formado por estes dois, é denominado híbrido. Os operadores baseados em ativos caracterizam-se por deter investimentos próprios, como transporte, armazenagem, etc e alugar estes recursos a terceiros. Já os operadores baseados em administração e tratamento de informação não possuem ativos operacionais próprios, mas fornecem recursos humanos e sistemas para administrar toda ou parte das funções logísticas. O operador híbrido ou integrado apresenta as características destes dois operadores, oferecendo serviços logísticos e físicos ao mesmo tempo. Dentre os principais fatores que têm favorecido a contratação de um operador logístico destacam-se a crescente complexidade operacional, a sofisticação 35 tecnológica e a busca pela redução de custos. Estes fatores contribuem de forma decisiva para aumentar a demanda por operadores logísticos. Porém, antes de se optar por um operador logístico, deve-se levar em consideração algumas questões relevantes. A primeira questão refere-se aos objetivos que se pretende atingir com a contratação de um operador logístico. O próximo passo identificar as características necessárias em um operador logístico. Deve-se considerar também a complexidade do relacionamento e a dinâmica de operação de instrumentos gerenciais e de controle para monitorar a operação terceirizada. Finalmente, a avaliação dos resultados é de relevante importância como mecanismo de retroalimentação, planejamento e controle das operações. Sobre as vantagens e desvantagens, existe segundo Fleury et al. (2000:138) uma controvérsia, pois há os que defendem que os operadores logísticos têm a capacidade de operar com menores custos e oferecer melhores serviços do que operações executadas internamente. Isto ocorre porque os operadores logísticos prestam serviços a diversos clientes e geram economias de escala que os permitem investir em ativos, serviços e capacitação gerencial e operacional. Além disso, por prestarem serviços a diferentes empresas em vários setores, são capazes de aprender através das experiências de seus clientes. Com relação às desvantagens, pode-se citar o risco de se perder importantes informações dos mercados e clientes, obtidas através do contato feito dia-a-dia com estes. Além disso, a falta de sintonia entre o contratante e o operador sobre os objetivos competitivos da empresa contratante, bem como a falta de capacidade do operador logístico de cumprir as metas combinadas com o contratante são alguns dos problemas observados. Finalmente, a dependência excessiva da empresa contratante por um operador logístico pode se apresentar como um fator de risco para esta empresa. Para reduzir esses problemas é preciso que as empresas sigam um procedimento analítico estruturado que permita decidir, de forma mais objetiva possível, sobre a conveniência de terceirizar e com quem terceirizar. Seção 4.4: Panorama Atual dos Transportes no Brasil Atualmente, uma das principais barreiras para o desenvolvimento da logística no Brasil está relacionado com as enormes deficiências encontradas na infra-estrutura 36 de transportes e comunicação. Dados publicados na revista As Maiores do Transporte (2001:11) mostram que o transporte brasileiro apresenta uma exagerada dependência do modal rodoviário, o segundo mais caro, atrás apenas do aéreo. Com a expressiva participação de 65 % a 75% na matriz dos transportes brasileiros, seguido por cerca de 20% da ferrovia, o transporte rodoviário é o grande eixo de movimentação de cargas no transporte brasileiro. Segundo Fleury (2001:2), em países como Austrália, EUA e China, os números são de 30%, 28% e 19% respectivamente. Para o mesmo autor, grande parte destas distorções na matriz dos transportes brasileiros e as ineficiências observadas, são explicadas pelos longos anos de estatização dos portos, ferrovias e dutos no Brasil, bem como os subsídios implícitos no passado e que ainda perduram com menor ênfase para o modal rodoviário. Neste sentido, percebe-se que o potencial para redução de custos é verificado se a participação do modal rodoviário vier a seguir os padrões internacionais, permitindo o crescimento da participação de modais mais baratos. Residem nos portos e ferrovias oportunidades para reduzir custo. Por isso, novos investimentos devem ser realizados nestes modais. As mudanças que devem ser realizadas para que o Brasil atinja os padrões internacionais são muitas, mas embora de forma lenta, observa-se que estas vem ocorrendo. Segundo Sasse (2002: A-4), em artigo publicado na revista Gazeta Mercantil, uma ampla reforma institucional na estrutura de transportes do governo federal está sendo planejada. Serão criadas duas agências regulatórias: a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a de Transportes Aquaviário (ANTAQ). A empresa de planejamento de transportes (GEIPOT) será extinta e o departamento de Estradas e Rodagem (DNER) será substituído pelo departamento Nacional de Infra Estrutura de Transportes (DENIT), que terá como vantagem nascer livre do passivo comprometido com operações irregulares da antiga autarquia. Entre as novas atribuições, estão a aplicação de recursos não só em rodovias, mas também em ferrovias, hidrovias e instalações portuárias. No setor aeroviário deve-se encaminhar ao congresso, ainda neste semestre, um novo projeto para a criação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) que regulamentará o setor no país. Toda esta reforma se faz necessário, pois de acordo com dados da mesma revista, os índices encontrados pela empresa de planejamento mostram que a falta de investimentos na área de transportes decresceram quase dez vezes na comparação dos períodos de 1971 a 1974 em relação ao compreendido entre 1997 e 2000, e provocaram estragos semelhantes ao do apagão no setor elétrico. 37 Para as empresas brasileiras, ainda há muito espaço a conquistar. Apesar de todas as dificuldades e falta de investimentos que vem sendo observadas atualmente no setor de transportes, a revista As Maiores do Transporte (2001:38-69) apresenta algumas empresas que conseguiram sobressair e enfrentar o marasmo econômico. Foram analisadas pela administradora de empresas e contabilista Eni Ribeiro dos Santos, 406 empresas do setor, sendo 256 operadores de transporte, 96 indústrias e 54 prestadores de serviços. A classificação das maiores empresas foi realizada segundo receita operacional líquida, que mede a participação de mercado da companhia no modal de transporte em que opera. Dentre as maiores do transporte, foram escolhidas as melhores de cada setor. No setor aéreo, a superioridade foi confirmada pela empresa Rio Sul, que através da adoção de uma estrutura de custos mais enxuta e investimentos em melhoria da qualidade e fidelidade dos serviços oferecidos aos clientes tem conseguido aumentar sua receita. Já no setor rodoviário de carga, destacou-se a empresa Atlas, que através do investimento em infraestrutura tecnológica, a prática de preços competitivos e aperfeiçoamento dos processos gerenciais vem garantindo a fidelidade de grandes clientes de variados segmentos. A empresa América Latina Logística do Brasil (ALL) pelo terceiro
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