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COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 1

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Costelas 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 1 
Índice 
1 - INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 4 
2 – ANATOMIA DO TÓRAX ..................................................................................................................... 6 
2.1 – Ossos do tórax ................................................................................................................................. 6 
2.1.1 – Esterno ..................................................................................................................................... 6 
2.1.2 – Costelas .................................................................................................................................... 7 
2.2 – Articulações das costelas ............................................................................................................... 10 
2.2.1 – Articulações costovertebrais .................................................................................................. 10 
2.2.2 - Articulações costotransversas. ................................................................................................ 11 
2.2.3 – Articulações costocondrais .................................................................................................... 12 
2.2.4 – Articulações esternocostais .................................................................................................... 12 
3 - FISIOLOGIA ARTICULAR DAS COSTELAS................................................................................... 13 
3.1 – Movimentos costais em relação à respiração ................................................................................ 13 
3.1.1 – Movimentos em braço de bomba ........................................................................................... 13 
3.1.2 – Movimentos em alça de balde ................................................................................................ 14 
3.2 – Movimentos costais em relação ao tronco .................................................................................... 15 
3.2.1 – Flexão e extensão do tronco ................................................................................................... 15 
3.2.2- Rotação do tronco .................................................................................................................... 16 
3.2.3 Inclinação do tronco.................................................................................................................. 17 
3.3 – Movimentos das costelas flutuantes (11 e 12) ............................................................................... 17 
4 - AVALIAÇÃO DA CAIXA TORÁCICA ............................................................................................. 18 
4.1. - Generalidades ............................................................................................................................... 18 
4.2. - Considerações sobre avaliação do quadrante superior .................................................................. 20 
4.3 - Considerações sobre avaliação do quadrante inferior .................................................................... 21 
5 - POSSÍVEIS CAUSAS DE DOR E/OU LIMITAÇÃO DE MOVIMENTOS NA CAIXA TORÁCICA
 .................................................................................................................................................................... 21 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 2 
6 - DISFUNÇÕES SOMÁTICAS DAS COSTELAS ................................................................................ 22 
6.1 - Disfunções estruturais primárias .................................................................................................... 24 
6.1.1 – Disfunções costais posteriores ............................................................................................... 24 
Diagnóstico diferencial entre disfunção costovertebral e costotransversa .................................. 28 
6.1.1.3 – Técnicas de correção das disfunções costais posteriores......................................................... 30 
Técnica de thrust balística para disfunção posterior (costotransversa) .............................................. 30 
Técnica de mobilização em extensão para articulação costotranversa ............................................... 31 
Técnica de Dog para disfunção costotransversa ................................................................................ 32 
Técnica de pisiformes cruzados para articulação costotransversa ..................................................... 32 
Técnica de Lift off para articulação costotransversa.......................................................................... 33 
Técnica de energia muscular para disfunção costotransversa ............................................................ 34 
Técnica de Dog para disfunção costovertebral .................................................................................. 34 
Técnica de lift off para articulação costovertebral ............................................................................. 35 
Técnica de lombar roll para décima-segunda costela ........................................................................ 36 
Técnica de mobilização em rotação para últimas costelas ................................................................. 37 
6.1.2 - Disfunções costais anteriores.................................................................................................. 38 
6.1.2.1 - DISFUNÇÃO COSTOCONDRAL ..................................................................................... 38 
* DIAGNÓSTICO ............................................................................................................................. 39 
* TÉCNICAS DE TRATAMENTO PARA DISFUNÇÕES COSTOCONDRAIS ........................... 40 
Técnica de Dog para disfunção costocondral ......................................................................................... 40 
Técnica direta para disfunção costocondral ........................................................................................... 41 
DISFUNÇÃO ESTERNOCONDRAL .............................................................................................. 42 
* DIAGNÓSTICO ............................................................................................................................. 42 
* TÉCNICAS DE TRATAMENTO PARA DISFUNÇÕES ESTERNOCONDRAIS ...................... 43 
Técnica direta para disfunção esternocondral ........................................................................................ 43 
Técnica articulatória esternocondral ...................................................................................................... 43 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 3 
6.2 - Disfunções costais secundárias às disfunções vertebrais ............................................................... 44 
6.2.1 – Diagnóstico das adaptações costais ....................................................................................... 45 
6.3 - Disfunções respiratórias costais ..................................................................................................... 46 
6.3.1 – Disfunções respiratórias em braço de bomba......................................................................... 47 
6.3.2 – Disfunções respiratórias em alça de balde ............................................................................. 48 
* TÉCNICAS DE TRATAMENTO DAS DISFUNÇÕES RESPIRATÓRIAS ................................ 49 
* Correção de disfunção inspiratória ................................................................................................. 50 
* Correção de disfunção expiratória ..................................................................................................51 
6.4 – Disfunções costais laterais (costocostal) ....................................................................................... 52 
6.4.1 – Diagnostico das disfunções costais laterais ........................................................................... 53 
6.4.2 – Técnicas de correção das disfunções costais laterais ............................................................. 53 
*Disfunção expiratória - inversão ...................................................................................................... 55 
* Disfunção inspiratória - eversão ..................................................................................................... 55 
* TÉCNICAS FASCIAIS PARA O TÓRAX .................................................................................... 56 
7 – REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS .................................................................................................... 59 
 
 
 
 
 
 
 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 4 
1 - INTRODUÇÃO 
 O tórax humano apresenta particularidades anatômicas e funcionais, pois 
necessita: 
 proteger órgãos vitais localizados em seu interior, 
 proporcionar estabilidade para coluna lombar e cervical, 
 auxiliar no equilíbrio pressórico essencial para a dinâmica dos fluídos, 
 adequar muita mobilidade em diversos eixos de movimento. 
As peças ósseas que compõem a caixa torácica são as costelas, as vértebras 
torácicas e o esterno. 
O gradil costal apresenta zonas de comunicação entre tórax e coluna cervical 
superiormente através do diafragma escapular, e tórax e abdome inferiormente pelo 
diafragma respiratório. Estas duas zonas de passagem são consideradas diafragmas, pois 
apresentam uma disposição transversal de tecido conjuntivo que servem para delimitar 
cavidades ou espaços. 
É importante ressaltar que tais diafragmas são formados basicamente por 
músculos, ossos, articulações e tecido conjuntivo, e que importantes estruturas 
anatômicas atravessam estas regiões, como veias cavas, artéria aorta, esôfago, etc. 
Qualquer que seja a fonte de tensão mecânica nos diafragmas, esta pode ser capaz de 
provocar prejuízos funcionais para as estruturas que as atravessam. 
Os doze pares de costelas podem ser divididos em três grupos, articulando-se 
posteriormente com a coluna torácica e anteriormente com o osso esterno ou com a 
cartilagem condral, exceto pelas duas últimas que não se articulam anteriormente. 
As costelas são ossos longos e finos que se movimentam de acordo com a 
respiração diafragmática rítmica e com os movimentos da coluna vertebral. Suas 
disfunções provocam distúrbios na mecânica do tórax, mas também podem ter 
repercussões em outros segmentos devido às fixações de grandes músculos e fascias, 
que conectam o gradil costal com o restante do esqueleto axial, e também com os 
segmentos periféricos. Também é importante ressaltar que várias vísceras se conectam 
diretamente com as costelas através de seus envoltórios conectivos (ex: pulmões, 
coração, intestino...). 
A proposta deste material é servir como suporte ao aluno do Colégio Brasileiro 
de Osteopatia, para auxiliar no aprendizado teórico e prático relacionado à avaliação e 
tratamento da caixa torácica, sempre respeitando a filosofia Osteopática. Os textos dessa 
apostila foram formulados com base nas referências bibliográficas encontradas no 
último capítulo da obra. Recomendamos e esperamos que os alunos do CBO utilizem 
essa apostila como base para seus estudos, mas que também procurem aprofundar sua 
leitura e aprendizado com as obras referenciadas e/ou outras relacionadas ao tema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 6 
2 – ANATOMIA DO TÓRAX 
2.1 – Ossos do tórax 
2.1.1 – Esterno 
O osso esterno, localizado na região anterior do tórax, consiste de 3 porções: uma 
superior chamada de manúbrio, um corpo e uma região inferior chamada de processo 
xifóide. É um osso relativamente plano, sendo convexo anteriormente e côncavo 
posteriormente. 
O manúbrio é um pequeno osso 
triangular, espesso em sua porção superior 
que se une com as clavículas formando as 
art. esternoclaviculares (sinovial), e mais 
fino inferiormente quando se articula com o 
corpo do esterno formando a art. 
manúbrioesternal (sínfise). As primeiras 
costelas articulam-se lateralmente ao 
manúbrio e as segundas costelas são unidas 
à junção entre o manúbrio e o corpo do 
esterno. O ângulo formado pela articulação 
manúbrio–esternal (sincondrose) é um 
ponto de referência utilizado para encontrar 
e palpar a segunda costela. A incisura 
jugular ou também chamada de 
supraesternal é localizada superiormente ao 
manúbrio. 
 
O corpo do esterno é fino e mais longo em seu sentido cefalo-caudal do que 
lateral. O processo xifóide é a porção mais variável e menor do esterno. A articulação 
xifoesternal formada pela união do processo xifóide com o corpo do esterno é 
considerada também uma sincondrose. Durante a infância, o processo xifóide é 
cartilaginoso e torna-se ossificado no adulto. 
 
2.1.2 – Costelas 
 As costelas são ossos longos, curvados e também muito elásticos, formando boa 
parte da caixa torácica. São leves, porém resistentes. Formadas por uma superfície de 
osso compacto, e em seu interior osso esponjoso altamente vascularizado. Seu canal 
medular contem extensa porção de medula óssea vermelha. São 12 pares de costelas que 
se articulam diretamente com toda a coluna torácica. 
Existem diferentes formas de classificação de costelas, que podem ser: (1) 
verdadeiras, falsas ou flutuantes; ou (2) típicas e atípicas. 
Em relação à classificação 1 (verdadeiras, falsas ou flutuantes): 
 Verdadeiras: as primeiras sete. 
Fixam-se diretamente ao esterno 
através de suas cartilagens 
costais próprias. 
 Falsas: da oitava à décima. Suas 
cartilagens são unidas àquela da 
costela imediatamente superior à 
elas; deste modo, sua conexão 
com o esterno é indireta. 
 Flutuantes: décima - primeira e 
décima - segunda. As cartilagens 
rudimentares destas costelas não 
se conectam, mesmo que 
indiretamente, com o esterno; ao 
contrário, terminam na 
musculatura abdominal 
posterior. 
 
As costelas também podem ser descritas como típicas e atípicas. 
As costelas típicas (terceira à nona) têm uma: 
 Cabeça: que é cuneiforme e possui duas facetas articulares em cada cabeça 
costal: uma faceta para articulação com a vértebra numericamente 
correspondente e uma faceta para a vértebra superior a ela (articulações 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 8 
costovertebrais). Entre as facetas da cabeça costal existe uma crista que se 
articula com o disco intervertebral do nível, e por isso tem potencial para 
influenciar os mecanismos e cargas do disco. 
 Colo: porção liga a cabeça ao corpo no nível do tubérculo. 
 Tubérculo: que ocorre na junção do colo e corpo e possui uma face articular lisa 
para articulação como processo transverso da vértebra correspondente, formando 
a articulação costotransversa. Na porção mais lateral e não-articular do tubérculo 
da costela fixa-se o ligamento costotransverso lateral. 
 Ângulo da costela: distalmente ao tubérculo (normalmente 5-6 cm) encontra-se o 
ângulo da costela, que é uma referência facilmente palpável. 
 Corpo: que é fino, achatado e encurvado – convexo externamente e internamente 
proporciona o sulco para o nervo intercostal que toma curso por sua porção mais 
inferior. A parte distal de uma costela típica fixa-se à cartilagem costo-condral. 
 
As costelas atípicas (primeira e segunda, décima a décima - segunda) são desiguais: 
 Primeira: é a mais curta, e a mais encurvada das sete costelas verdadeiras. Possui 
uma faceta única na sua cabeça para articulação com T1 (articulação 
costovertebral). Na sua borda superior apresenta dois sulcos: o posterior aloja a 
artéria subclávia e o tronco inferiordo plexo braquial, enquanto que o sulco 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 9 
anterior aloja a veia subclávia. Os sulcos são separados por um tubérculo, que 
serve de fixação de fixação para as fibras do músculo escaleno anterior. Não 
apresenta ângulo costal e sua curvatura interna defina a margem da entrada 
torácica, sendo que sua obliqüidade se deve a presença do ápice do pulmão. 
 Segunda: é mais fina, menos encurvada e mais longa do que a primeira. Possui 
duas facetas na sua cabeça, para articulação com os corpos de T1 e T2 
(articulações costovertebrais) e uma tuberosidade para inserção muscular. É 
considerada atípica devido a sua articulação na junção entre o manúbrio e o 
corpo do esterno. Alguns autores descrevem que a segunda costela também não 
tem ângulo, enquanto outros afirmam que apresenta, mas de forma branda. 
 
 Décima a décima – segunda: existe apenas uma faceta em suas cabeças. 
 Décima - primeira e décima - segunda: são curtas e não possuem colos ou 
tubérculos. Não se unem direta ou indiretamente com o esterno. Apresentam 
cabeças largas e apenas uma faceta que se articula com os corpos das vértebras 
correspondentes. Não apresentam colo ou tubérculo e não se articulam aos 
processos transversos. 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 10 
As cartilagens costais prolongam as costelas anteriormente se conectando ao 
osso esterno, e contribuem para a elasticidade da parede torácica. As cartilagens 
aumentam em comprimento da primeira até a sétima e depois diminuem gradualmente. 
As primeiras sete cartilagens ligam-se ao esterno; a oitava, nona e décima articulam-se 
com a cartilagem imediatamente superior a elas. Espaços intercostais separam as 
costelas e suas cartilagens costais umas das outras. Estes espaços são ocupados pelos 
músculos, vasos e nervos intercostais. 
 
2.2 – Articulações das costelas 
*Articulações posteriores 
Uma costela típica se une com a coluna vertebral posteriormente em duas articulações: 
2.2.1 – Articulações costovertebrais 
São as articulações formadas pela cabeça das costelas com as facetas dos corpos 
das vértebras torácicas. São normalmente classificadas como articulações sinoviais 
planas. A cabeça de cada costela típica articula-se com semifacetas costais de duas 
vértebras adjacentes e com o disco intervertebral entre elas. 
A cabeça articula-se com a parte superior da vértebra correspondente, a parte 
inferior da vértebra superior a ela e o disco que une as duas vértebras. Exceções a este 
arranjo geral ocorrem com as cabeças da primeira, da décima (algumas vezes), e 
normalmente com a décima-primeira e décima-segunda costelas; elas se articulam 
apenas com os corpos de uma única vértebra. 
Os ligamentos associados com esta articulação são principalmente o radiado, 
capsular e intra-articular. Os ligamentos radiados ligam uma costela com os corpos 
vertebrais (anteriormente) e também com um disco intervertebral. Somente nas 
articulações costevertebrais que se articulam com 2 vértebras existe um ligamento intra-
articular. Este ligamento divide a articulação em 2 compartimentos. 
 
2.2.2 - Articulações costotransversas. 
O tubérculo de uma costela (1-10) articula-se com a face anterior do processo 
transverso de sua própria vértebra. As costelas 11 e 12 não apresentam estas 
articulações. São articulações sinoviais praticamente planas. Estas pequenas articulações 
são envolvidas por cápsulas articulares finas que se fixam nas bordas das facetas 
articulares. 
 
Um ligamento costotransverso, que passa do colo da costela para o processo 
transverso, e um ligamento costotransverso lateral, que passa do tubérculo da costela 
para a ponta do processo transverso, reforçam as faces anterior e posterior da articulação 
respectivamente. 
Um ligamento costotransversário superior é uma faixa larga que une a crista do 
colo da costela ao processo transverso superior a ela. A abertura entre este ligamento e a 
vértebra permite a passagem do nervo espinhal e do ramo dorsal da artéria intercostal. 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 12 
 
*Articulações anteriores 
2.2.3 – Articulações costocondrais 
Cada costela possui uma depressão caliciforme na sua extremidade esternal na 
qual a cartilagem costal se ajusta. A costela e sua cartilagem são firmemente unidas pela 
continuidade do periósteo da costela com o pericôndrio da cartilagem. Pode ser local de 
problemas primários, como entorses, estiramentos ou irritações (costocondrite); ou 
dores secundárias causadas por disfunções da caixa torácica. 
2.2.4 – Articulações esternocostais 
A primeira à sétima costelas 
articulam-se através de suas cartilagens 
costais com as margens laterais do 
esterno. A cartilagem costal da primeira 
costela forma uma sincondrose com o 
manúbrio. A cartilagem da segunda 
costela articula-se através de 2 facetas 
na junção do manúbrio com o esterno, 
onde existem 2 articulações sinoviais 
com ligamento intra-articular. As 
costelas verdadeiras restantes fixam-se 
ao esterno através de articulações 
sinoviais. 
 
3 - FISIOLOGIA ARTICULAR DAS COSTELAS 
Dois eixos de movimento que possibilitam os movimentos das costelas: 
 Eixo ântero-posterior: que passa 
pela parte anterior do tórax no 
nível da articulação 
condroesternal, e pela parte 
posterior entre o tubérculo e 
ângulo costal. É por este eixo 
que as costelas realizam os 
movimentos em alça de balde. 
 Eixo oblíquo: que segue em 
direção do colo das costelas e 
passa entre a articulação 
costotransversa e a 
costovertebral. Este eixo permite 
que ocorram os movimentos de 
braço de bomba. 
 
3.1 – Movimentos costais em relação à respiração 
Todas as costelas realizam movimentos combinados em alça de balde e braço de 
bomba durante a respiração diafragmática. O grupo de costelas superiores (1 – 5) tem 
um predomínio do movimento de braço de bomba, enquanto o grupo de costelas 
inferiores (6 – 10) tem predomínio do movimento em alça de balde. 
 
3.1.1 – Movimentos em braço de bomba 
É um movimento de deslizamento ântero-posterior da costela. 
 Na inspiração, a parte anterior sobe e desloca-se anteriormente enquanto a parte 
posterior baixa e se adianta. 
 Na expiração, a parte posterior sobe e retrocede e a parte anterior baixa e 
retrocede. 
 
 
3.1.2 – Movimentos em alça de balde 
 Na inspiração a costela se eleva lateralmente e sua face externa fica voltada para 
cima (eversão). 
 Durante a expiração a costela desce lateralmente e apresenta para baixo sua face 
externa (inversão). 
Este movimento predomina nas costelas inferiores, já que as cinco primeiras tem 
cartilagem própria e podem se movimentar mais no sentido braço de bomba, enquanto 
que as inferiores tem uma cartilagem comum que limita este movimento e também as 
inserções do diafragma aumentam os movimentos de alça de balde. 
 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 15 
 Os movimentos que ocorrem seguindo o eixo de alça de balde podem ter a 
seguinte nomenclatura: 
1. Eversão: corresponde a fase inspiratória da respiração, ou a uma inclinação 
contralateral do tronco 
2. Inversão: corresponde a fase expiratória da respiração, ou a uma inclinação 
homolateral do tronco 
 
3.2 – Movimentos costais em relação ao tronco 
3.2.1 – Flexão e extensão do tronco 
Durante o movimento de flexão 
do tronco, a região anterior das costelas 
move-se inferiormente enquanto a 
região posterior desloca-se 
superiormente. Além disso, as costelas 
realizam um deslizamento posterior na 
flexão, de tal forma que seus aspectos 
anteriores e posteriores se deslocam 
para trás. Quando o gradil costal atinge 
sua amplitude de movimento máxima, 
as vértebras torácicas continuam seu 
movimento de flexão sobre as costelas 
estacionárias. 
No movimento de extensão do 
tronco, a região anterior das costelas é 
deslocada superiormente e a regiãoposterior é deslocada para baixo. Além 
disso, a costelas realizam um 
deslizamento anterior, de tal forma que 
seus aspectos anteriores e posteriores se 
deslocam para frente. 
- Extensão = Inspiração 
- Flexão = Expiração 
 
3.2.2- Rotação do tronco 
Durante a rotação do tronco, as 
costelas seguem as vértebras. Do lado 
da rotação se movem posteriormente, e 
do lado contrário anteriormente. Deve-
se lembrar que os movimentos de 
inclinação e rotação ocorrem de forma 
combinada na coluna torácica, 
dependendo da posição no plano sagital 
(neutra, flexão ou extensão). É possível 
que ocorram movimentos seguindo os 
princípios I e II de Fryette. Sendo 
assim, as costelas seguem o movimento 
dos processos transversos vertebrais nas 
inclinações e rotações. 
 
 
 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 17 
3.2.3 Inclinação do tronco 
Do lado da inclinação as costelas baixam, e no lado oposto sobem. 
 
 
3.3 – Movimentos das costelas flutuantes (11 e 12) 
 Os movimentos respiratórios e do tronco também repercutem nas costelas 
flutuantes, sendo que basicamente estas realizam movimentos de pinça. Em boa parte da 
respiração, as últimas duas costelas servem de ponto fixo para as fibras diafragmáticas. 
Durante a rotação do tronco, a costela homolateral à rotação desloca-se no sentido 
posterior, enquanto a costela contralateral desloca-se no sentido anterior. 
 
 
Movimentos das costelas flutuantes 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 18 
* Aplicação prática 
Entendendo a mecânica dos movimentos costais em relação ao tronco, é 
importante respeitar esses fatores para realizar as correções de disfunções mecânicas do 
gradil costal. 
 
No caso de uma disfunção posterior, por exemplo, a costela se encontra mais alta e 
posterior, e para correção deve-se impor os parâmetros: 
- extensão para deslocar a costela no sentido anterior. 
- rotação contralateral para aumentar a anteriorização. 
- inclinação homolateral para deslocar a costela no sentido caudal. 
 
No caso de uma disfunção anterior se invertem os parâmetros: 
- flexão para posteriorizar a costela. 
- rotação homolateral para aumentar a posteriorização. 
- inclinação contralateral para subir a costela. 
 
4 - AVALIAÇÃO DA CAIXA TORÁCICA 
4.1. - Generalidades 
 Para avaliar a caixa torácica é necessário importante conhecimento anatômico e 
biomecânico da região, visto que esta zona difere-se das regiões lombar e cervical, pois 
sua mecânica é influenciada diretamente pela presença das costelas e do esterno. 
 Sintomas na caixa torácica podem ser causados por disfunções somáticas 
vertebrais/costais, e também por repercussões de outros segmentos (cervical, vísceras, 
sistema mastigador...). O avaliador deve compreender a mecânica local, mas também 
deve estar atento ao fato que algumas patologias orgânicas manifestam-se nessa região. 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 19 
 Nesses casos os achados mecânicos não são significativos e os sinais de alerta 
devem ser respeitados. Quando o avaliador exclui as contraindicações absolutas ao 
tratamento Osteopático, seu objetivo é buscar as possíveis disfunções mecânicas locais 
e saber relacionar estas com o restante do corpo. Na busca das disfunções somáticas, 
deve-se procurar: 
 Assimetrias palpatórias 
 Deficiências de mobilidade (barreira restritiva) 
 Alterações da textura tecidual 
 Aumento da sensibilidade dos tecidos adjacentes 
 A provocação dos sintomas durante a avaliação pode ser útil para saber as 
relações mecânicas com os sintomas e também para ser uma comparação pré e pós-
atendimento e tratamento. 
 O diagnóstico mecânico estrutural pode envolver: 
(1) testes ativos: em que o paciente realiza o movimento e o avaliador palpa referências 
anatômicas sentindo o movimento; 
(2) testes passivos: o avaliador impõe os movimentos enquanto palpa as referências; 
(3) testes posicionais: nos quais o avaliador palpa referências anatômicas em 
determinadas situações (ex: Mitchell – neutro, flexão e extensão); e 
(4) testes passivos de mobilidade acessória: quando o avaliador exerce pressões 
(normalmente posteroanteriores) em estruturas posicionadas de forma passiva para o 
paciente. 
 A palpação do tórax no intuito de sentir sua mobilidade deve ser feita 
inicialmente com o paciente sentado ou em pé, para evitar o contato do tronco em 
decúbito ventral ou decúbito dorsal. A palpação deve ser feita anterior e posteriormente, 
assim como lateralmente e superiormente no caso das primeiras costelas. 
 Deve-se sentir o formato, simetria e a mobilidade das costelas durante (1) os 
movimentos do tronco e (2) a respiração diafragmática. O avaliador deve estar atento às 
alterações na densidade e temperatura tecidual, e também às zonas restritas/hipomóveis. 
Costelas 
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A referência palpatória mais utilizada na região posterior das costelas é seu ângulo, que 
é seu aspecto mais posterior e normalmente apresenta certa convexidade. 
 A assimetria significativa no posicionamento dos ângulos costais (um mais 
posterior que outro) normalmente está ligada à presença de disfunções somáticas 
costais. Mas é importante lembrar que a palpação estática não é soberana, sendo 
necessário aplicar os testes de mobilidade para chegar ao diagnóstico funcional. As 
assimetrias palpatórias dos ângulos costais podem ser secundárias às disfunções 
unilaterais torácicas (NSR, ERS e FRS), pois nesses casos existem posterioridades 
vertebrais que levam a adaptações de posicionamento costais. 
 A palpação também deve buscar diferenças nos espaços intercostais, sugerindo 
disfunções somáticas costais e espasmo dos músculos intercostais. Da mesma forma, 
deve-se buscar o diagnóstico diferencial entre problemas costais e vertebrais. 
Anteriormente podem-se palpar as costelas na sua região mais medial próxima às 
cartilagens, assim como as próprias cartilagens na busca de assimetrias, aumento de 
densidade ou sensibilidade, e restrições de mobilidade primárias. Aumento de 
sensibilidade na junção costocondral pode ser causada por costocondrite (síndrome de 
Tietze). 
 As disfunções costais podem ser classificadas como estruturais, respiratórias ou 
adaptativas, sendo que em muitos casos os diferentes tipos de disfunções podem estar 
associados. As disfunções em grupo podem ser causadas por alterações tônicas de 
músculos respiratórios ou por adaptação às disfunções vertebrais em grupo. 
 
4.2. - Considerações sobre avaliação do quadrante superior 
Nos pacientes que apresentam sintomas na caixa torácica/coluna dorsal é 
importante que o avaliador realize testes da coluna cervical e dos membros superiores 
para analisar se existe participação destes, o que é muito frequente. No caso de sintomas 
radiculares, sabe-se que os discos cervicais (em sua região anterior) e ligamentos 
associados podem provocar dores referidas na região torácica média. 
Costelas 
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Também sempre é necessário pensar na possibilidade de sintomas referidos 
viscerais ou disfunções costais secundárias ao sistema visceral. Caso seja excluída esta 
situação, o avaliador pode focar seus testes exclusivamente na região torácica. 
 
4.3 - Considerações sobre avaliação do quadrante inferior 
 Normalmente os sintomas são reproduzidos distalmente ao seu local de origem, 
por isso, problemas na região torácica inferior geralmente não serão resultados de 
problemas distais na maioria das vezes. 
 Dois testes podem ser úteis, o slump test e o Fabere. O slump pode ser utilizado 
para determinar comprometimento neural nas extremidades inferiores, e o teste de 
Fabere é aplicado para analisar a presença de envolvimento da pelve nos sintomas. 
 
5 - POSSÍVEIS CAUSAS DE DOR E/OU LIMITAÇÃO DE 
MOVIMENTOS NA CAIXA TORÁCICA 
 TRAUMA 
o Fratura: processo espinhoso, processo transverso,arco vertebral, corpo 
vertebral; 
o Estiramento/ruptura ligamentar; 
o Estiramento/ruptura muscular 
 CONDIÇÕES DEGENERATIVAS 
o Espondilólise: degeneração do disco intervertebral; 
o Artrose: degeneração das articulações zigoapofisária; 
o Doença de Scheuermann 
 INFLAMATÓRIA – Espondilite anquilosante 
 METABÓLICA 
Costelas 
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o Osteoporose; 
o Doença de Paget; 
o Osteomalácia 
 INFECÇÕES 
o Tuberculose 
 TUMORES – benignos e malignos 
 SÍNDROMES 
o Síndrome de T4; 
o Síndrome do desfiladeiro torácico 
 DOR TORÁCICA POSTURAL 
 DISFUNÇÕES MECÂNICAS LOCAIS 
o Disfunções somáticas vertebrais; 
o Disfunções somáticas costais. 
 DOR REFERIDA CERVICAL, LOMBAR OU VISCERAL (vesícula biliar, 
estômago, fígado, coração, baço, pulmões...) 
 
6 - DISFUNÇÕES SOMÁTICAS DAS COSTELAS 
As disfunções das costelas podem ser: 
1) Disfunções estruturais primárias: 
 disfunção posterior 
o costovertebral ou costotransversa 
 disfunção anterior 
o costocondral ou condroesternal. 
 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 23 
2) Disfunções adaptativas ou secundárias a uma disfunção vertebral não-neutra 
(ERS ou FRS). 
 
3) Disfunções laterais (costocostal): hiperatividade dos músculos intercostais com 
aumento de densidade fascial. 
 
4) Disfunções respiratórias em grupo: 
- em inspiração. 
- em expiração. 
 
Conceitos de hipo e hipermobilidade aplicados às costelas 
Seguindo os princípios que as hipomobilidades podem proporcionar uma 
adaptação mecânica com excesso de movimento, podemos encontrar algumas 
possibilidades no que se refere às disfunções costais: 
- fixação de alguma articulação posterior de uma costela, com hipermobilidade 
reacional anterior. 
- fixação de alguma articulação costal anterior, com hipermobilidade reacional 
posterior. 
- fixação lateral costal (espasmo intercostal) com hipermobilidade reacional anterior 
e/ou posterior. 
*** é muito frequente que as disfunções costais causem sintomas localizados 
desencadeados por movimentos respiratórios, do tronco e/ou dos membro superiores. 
 
 
 
Costelas 
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6.1 - Disfunções estruturais primárias 
As costelas podem se bloquear isoladamente no sentido anterior ou no sentido 
posterior. Estas disfunções ocorrem geralmente por movimento de rotação forçada do 
tronco ou por traumatismo direto ou indireto sobre a costela. 
Os variados músculos e fascias que se fixam em todo o gradil costal conectando 
este com outros segmentos, também podem ter influencia no aparecimento das 
disfunções costais. 
Normalmente, um trauma na parte anterior do tronco, exercendo uma força no 
sentido anteroposterior, pode produzir uma disfunção costal posterior e vice-versa. As 
disfunções posteriores são mais frequentes. 
 
6.1.1 – Disfunções costais posteriores 
6.1.1.1 - Generalidades 
Os mecanismos disfuncionais mais frequentes das disfunções costais posteriores 
são: 
- traumas anteriores no tórax que deslocam a costela em seu sentido posterior 
nas articulações costotransversa e/ou costovertebral, 
- movimentos rotacionais do tronco, 
- expiração explosiva causada por tosse/espirro. 
Acidentes automobilísticos e traumas desportivos podem causar estas 
disfunções. 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 25 
 
 As disfunções posteriores podem ocorrer em conjunto nas 2 articulações 
(costovertebral e costransversária) ou apenas numa delas. Quando a fixação ocorre na 
articulação costovertebral, a costela perde a capacidade de deslizamento nesta 
articulação. No caso de fixação na articulação costotransversa a costela perde 
principalmente a capacidade de realizar movimentos de abertura e fechamento desta 
faceta. 
Após o reconhecimento de uma disfunção primária posterior, o próximo passo é 
avaliar se a fixação se encontra na articulação costovertebral, constotransversária, ou 
nas duas. É essencial reconhecer o local da restrição para que se possa aplicar a técnica 
de correção adequada. 
 
6.1.1.2 - Diagnóstico das disfunções costais posteriores 
Estas disfunções são diagnosticadas por: 
 Costela sensível (palpável no ângulo costal) 
 Costela mais proeminente posteriormente e menos proeminente anteriormente. 
 A assimetria costal não é alterada nos movimentos na extensão da coluna 
torácica, e desaparece na flexão do tronco. 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 26 
 Restrição do movimento da costela principalmente na inspiração, pois a costela 
recusa-se deslocar-se anteriormente. 
 Tensão palpável nos músculos e tecidos adjacentes. 
 
Quick scann costal 
 O quick scann costal é realizado 
na região posterior muito similar às 
vértebras torácicas. 
O paciente encontra-se sentado a 
cavalo na maca como os membros 
superiores em “duplo V”. 
O avaliador toma contato com 
sua mão anterior nos cotovelos do 
paciente para fixar seu tronco e sua mão 
posterior toma contato com a face 
dorsal das falanges dos quatro últimos 
dedos nos ângulos costais. Seu 
antebraço posterior deve estar situado 
no sentido posteroanterior em relação 
ao paciente. Sua mão anterior fixa o 
tronco enquanto a mão posterior realiza 
movimentos posteroanteriores nas 
costelas sentindo as barreiras 
fisiológicas ou restritivas. 
 
Teste de Mitchell para costelas 
Após encontrar uma costela fixada no teste de quick scan, o avaliador deve 
eralizar o teste de Mitchell para saber se a assimetria costal é primária ou adaptativa a 
uma fixação vertebral. 
O paciente deve estar sentado como os membros superiores em “duplo V”. 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 27 
O avaliador deve ficar em pé atrás do paciente e deve palpar os ângulos das 
costelas assimétricas do mesmo nível, ou seja, uma mais posterior e outra anterior. 
 
Logo após deve-se solicitar que o paciente realize os movimentos de flexão e 
extensão do tronco (para as costelas médias e inferiores) ou da coluna cervical (para as 
costelas superiores), e avaliar se a posição da costela posteriorizada se altera nos 
movimentos. 
Se for uma disfunção costal primária, a assimetria se mantém em posição neutra 
e na extensão, desaparecendo na flexão. 
* A costela que esta fixada posteriormente não se desloca no sentido anterior na 
extensão como a contralateral, por isso a assimetria se mantém nessa fase. 
* A costela que está livre se desloca posteriormente na flexão, por isso a 
assimetria desaparece nessa fase. 
No caso de uma disfunção vertebral torácica em ERS a direita: a costela direita 
se encontra mais posterior que a esquerda em posição neutra. A assimetria costal 
desaparece tanto na flexão como na extensão. Neste caso, a posição da costela é 
adaptativa à disfunção vertebral. 
Costelas 
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 A partir do momento que o avaliador reconhece uma disfunção costal primária 
posterior, o próximo passo é realizar o diagnóstico diferencial para determinar se a 
disfunção encontra-se na articulação costovertebral, costotransversa, ou em ambas. 
 
Diagnóstico diferencial entre disfunção costovertebral e costotransversa 
Teste de mobilidade 
Utiliza-se a rotação do tronco para realizar os deslocamentos anteroposteriores 
da costela. Tomar contato com a costela e realizar rotação contralateral ou homolateral, 
dependendo se a disfunção é costovertebral ou costotransversa. 
A costotransversa tem movimento de dobradiça com ponto fixo na 
costovertebral, isto é produzido principalmente nas rotações contralaterais do tronco. 
Na costovertebral se produzem movimentos de deslizamento. O eixo deste 
movimento passa pelo colo da costela. 
 
 
 
Costelas 
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 TESTE DA ART. COSTOTRANSVERSÁRIA 
Com o paciente sentado, tomar contato com o polegar no ângulo costal que se 
deseja testar, realizar uma rotação contrária esimultaneamente empurrar a costela no 
sentido anterior. Se a costela recusar a fazer o deslizamento anterior, existe uma 
disfunção da costotransversária. 
 
 
 TESTE DA ART. COSTOVERTEBRAL 
Com o paciente sentado, realizar rotação homolateral do tronco. Tomar contato 
com o ângulo da costela (entre primeiro e segundo dedos) e realizar um deslizamento 
puramente anteroposterior da costela enquanto estabiliza o tronco. Se a costela recusa 
realizar este movimento, existe uma disfunção costovertebral. 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 30 
 
 
6.1.1.3 – Técnicas de correção das disfunções costais posteriores 
Técnica de thrust balística para disfunção posterior (costotransversa) 
Paciente sentado a cavalo na maca, com as mãos cruzadas atrás do pescoço e 
cotovelos próximos. Osteopata em pé, no lado contralateral à disfunção. A mão anterior 
toma contato no ombro contralateral (lado da disfunção). A mão posterior toma contato 
pisiforme na costela sendo que os dedos e o antebraço ficam direcionados para fora. 
O Osteopata coloca parâmetros de flexão até o nível e rotação contralateral. No 
final da expiração realizar um thrust aumentando a rotação do tronco e levar a costela 
no sentido anterior. 
Esta técnica é útil da quinta costela para baixo e atua na articulação 
costotransversa. Para costelas mais altas é melhor utilizar a técnica de dog. 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 31 
 
Técnica de mobilização em extensão para articulação costotranversa 
Paciente sentado com antebraços 
sobre o ombro do Osteopata. O 
Osteopata se encontra em pé na frente 
do paciente. 
 Tomar contato na costela 
posterior e impor parâmetros de 
extensão e um pouco de rotação 
contralateral do tronco. Realizar 
movimentos rítmicos em extensão para 
anteriorizar a costela. 
Técnica de Dog para disfunção costotransversa 
Paciente em decúbito dorsal próximo da beira da maca, com os braços em “v”. 
Osteopata em pé do lado contrário à posterioridade. Com a mão externa faz uma 
rotação do tronco do paciente para apresentar a coluna dorsal, e toma contato com a 
região tênar da mão interna no ângulo da costela, lateralmente ao processo transverso. 
Levar o paciente de volta a posição neutra. A mão externa agora toma contato 
nos cotovelos do paciente e a região abdominal do osteopata sobrepõe este contato. 
Reduzir o slack na direção da maca e do ombro oposto do paciente. O thrust é 
realizado no final da expiração, com body drop e impulso na direção do ombro oposto 
do paciente. 
 
 
Técnica de pisiformes cruzados para articulação costotransversa 
Paciente em decúbito ventral. 
Osteopata em pé do lado contrário à disfunção. A mão cefálica toma contato 
pisiforme na transversa da vértebra do mesmo nível no lado contrário à costela em 
disfunção. 
A mão caudal toma contato pisiforme no ângulo costal, lateralmente ao processo 
transverso. Seu antebraço deve estar direcionado no sentido da maca e lateralmente. 
No final da expiração, realizar um thrust com a mão caudal no sentido do 
antebraço (obliquamente para a maca e para fora). 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 33 
 
 
Técnica de Lift off para articulação costotransversa 
Paciente sentado com braços em “v”. 
Osteopata em pé atrás com os braços envolvendo o paciente e as mãos tomando 
contato nos cotovelos do paciente. O esterno toma contato com a costela posterior por 
fora da transversa. 
Pedir ao paciente para realizar 
flexão da coluna cervical. O Osteopata 
faz translação posterior do tronco e 
impõe compressão com o esterno e com 
suas mãos. 
No final da expiração, realizar 
um thrust explosivo aumentando a 
compressão do esterno e das mãos. 
Técnica de energia muscular para disfunção costotransversa 
Paciente sentado com os membros superiores em “v”. 
Osteopata em pé contralateral à disfunção. A mão anterior toma contato por 
baixo dos cotovelos do paciente. A mão posterior toma contato com o polegar sobre a 
costela posterior. 
Levar até a barreira motriz em extensão de tronco e empurrar a costela 
anteriormente com o polegar. Realizar os ciclos de contração de 3 a 5 segundos em 
flexão do tronco, e no final de cada ciclo aumentar a extensão do tronco e levar cada vez 
mais a costela anteriormente com o polegar. Finalizar a técnica quando não for mais 
possível deslocar a costela anteriormente. 
 
Técnica de Dog para disfunção costovertebral 
Para manipular esta articulação, deve-se realizar um impulso seguindo o eixo do 
colo da costela, tomando um contato no ângulo da costela. 
Paciente em decúbito dorsal com membros superiores formando um quadrado. 
Osteopata em pé do mesmo lado da disfunção. Girar o paciente para apresentar a 
disfunção, tomar contato com a mão caudal (entre primeiro e segundo dedo) ao redor da 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 35 
costela e levar o paciente de volta até que se obtenha o ângulo adequado (encontrar a 
barreira) sem perder a obliquidade. 
A mão cefálica toma contato no cotovelo do paciente e seu tronco sobrepõe este 
contato. O thrust é realizado no final da expiração com body drop na direção da maca. 
 
 
Técnica de lift off para articulação costovertebral 
Paciente sentado com braços em “v”. 
Osteopata em pé atrás do paciente. Inicialmente deve-se realizar rotação 
homolateral do tronco do paciente para tomar contato com o esterno no ângulo da 
costela e respeita o ângulo da articulação costovertebral. 
 Os membros superiores devem envolver o paciente e as mãos tomando contato 
nos braços. O esterno toma contato com a costela posterior por fora da transversa. 
Pedir ao paciente para realizar flexão da coluna cervical. O Osteopata faz 
translação posterior do tronco e impõe compressão com o esterno e com suas mãos. 
No final da expiração, realizar um thrust explosivo aumentando a compressão do 
esterno e das mãos. 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 36 
 
Técnica de lombar roll para décima-segunda costela 
Paciente em decúbito lateral com disfunção para cima. 
Osteopata em pé na altura da coluna lombar, levemente voltado para cabeça do 
paciente. 
Colocar parâmetros de flexão até a transição toracolombar pelas alavancas 
superior e inferior, rotação pelas alavancas superior e inferior até o nível. 
A mão cefálica toma contato no sulco delto-peitoral. 
A mão caudal toma contato pisiforme na costela (lateralmente ao proc. 
transverso) e direciona o contato para a cabeça do paciente. 
O membro inferior cefálico fica apoiado na beira da maca e o membro inferior 
caudal adota a posição de kick. 
O thrust é realizado no final da expiração dando um golpe de kick e levando a 
costela na direção cefálica com a mão caudal. 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 37 
 
 
Técnica de mobilização em rotação para últimas costelas 
Paciente em decúbito ventral. 
Osteopata em pé na altura da 
pelve no lado contralateral ao que vai 
ser tratado. Tomar contato pisiforme 
com a mão cefálica no ângulo da costela 
e fixá-la na direção da maca. 
A mão caudal toma contato na 
EIAS do mesmo lado e leva ela na 
direção do teto estirando em rotação. 
Esta técnica é mais adequada para 
costelas inferiores. 
 
 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 38 
6.1.2 - Disfunções costais anteriores 
Na região anterior das costelas é possível que ocorram dois tipos de fixações: 
 Costocondral: deslocamento anterior de toda a costela com restrição na 
articulação entre a costela e a cartilagem condral. 
 Esternocondral: problema mais raro que ocorre por motivo trauma na 
face anterior do tórax. Ocorre um “afundamento” na cartilagem entre 
esterno e costela. 
 
6.1.2.1 - DISFUNÇÃO COSTOCONDRAL 
Translação anterior da costela e da cartilagem em relação ao esterno. Os 
mecanismos disfuncionais mais frequentes destas disfunções podem ser: movimentosrotacionais do tronco de maneira brusca; traumas na região dorsal do tórax que 
deslocam a costela em seu sentido anterior. 
Na palpação a costela está saliente na parte anterior e “afundada” na parte 
posterior, comparando-se ao lado oposto. Pode ter debilidade no teste muscular segundo 
o nível da disfunção: 
- peitoral maior: primeira à quinta costela. 
- reto anterior do abdome: da sexta à décima. 
 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 39 
* DIAGNÓSTICO 
Estas disfunções são diagnosticadas por: 
 Assimetria palpatória da costela: ângulo costal mais anteriorizado, e região 
anterior da costela mais proeminente. 
 No teste de Mitchell, a assimetria costal que foi encontrada em posição neutra, 
não é alterada no movimento de flexão do tronco, e desaparece na extensão. 
 Restrição do movimento da costela principalmente na expiração, pois a costela 
não se desloca posteriormente. 
 Tensão e sensibilidade na articulação costocondral anteriormente. 
 
Teste de Mitchell para região anterior das costelas 
Palpar a costela em sua região anterior bilateralmente com o paciente sentado, 
buscar uma assimetria palpatória. 
 
Caso exista a assimetria (uma costela anterior e outra posterior), solicitar os 
movimentos de flexão e extensão do tronco. 
 
Uma costela em disfunção anterior não se movimenta quando são realizados os 
movimentos do tronco, ou seja, a assimetria costal é encontrada em posição neutra e 
flexão do tronco, pois recusa deslizar no sentido posterior. Na extensão do tronco a 
assimetria desaparece, pois a costela em disfunção já está anteriorizada e a costela livre 
aceita realizar o movimento fisiológico. 
 
* TÉCNICAS DE TRATAMENTO PARA DISFUNÇÕES COSTOCONDRAIS 
Técnica de Dog para disfunção costocondral 
Paciente em decúbito dorsal próximo da beira da maca com o membro superior 
do lado sadio com a mão fechada sobre a costela em disfunção. A mão do lado da 
disfunção toma contato no ombro contralateral e o cotovelo fica sobre a mão 
contralateral. 
 
O Osteopata fica em pé do lado contrário à disfunção na altura da coluna lombar 
em direção cefálica. 
Costelas 
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A mão externa roda o paciente para apresentar a coluna e tomar contato com a 
região tênar da mão interna na costela (lateralmente à transversa) subjacente à que se 
encontra em disfunção. 
O cotovelo do Osteopata fica apoiado na maca pra dar estabilidade. 
Depois, a mão externa toma contato no cotovelo do paciente e gera uma 
alavanca na direção da maca para levar a costela posteriormente. Deve-se reduzir os 
parâmetros e depois realizar um thrust no final da expiração, na direção da maca e do 
ombro (do lado da disfunção) com body drop. 
 
 
Técnica direta para disfunção costocondral 
Paciente em decúbito dorsal. Osteopata em pé no mesmo lado da disfunção 
voltado para cabeça do paciente. 
A mão lateral toma contato com o polegar ao longo da costela anterior e reforça 
com o pisiforme da mão medial. 
Deve-se colocar o centro de gravidade sobre a disfunção e reduzir os parâmetros 
levando a costela no sentido posterior até chegar à barreira restritiva. Em seguida deve-
se realiza thrusts na direção posterior (com mão medial) no final da expiração. Pode 
repetir 3 vezes. 
Costelas 
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DISFUNÇÃO ESTERNOCONDRAL 
É mais rara, resulta de trauma direto anterior sobre a cartilagem (acidente 
automobilístico, esportes de contato, soco). 
A costela pode parecer estar “afundada” na parte posterior e saliente na parte 
anterior. Mas ao palpar próximo do esterno, a cartilagem está fundida e é muito 
dolorosa à pressão. A cartilagem se deslocou posteriormente em relação à costela. 
É comum que o paciente que apresente esse tipo de disfunção chegue ao 
consultório com a queixa principal a dor na face anterior do tórax. 
 
* DIAGNÓSTICO 
Estas disfunções são diagnosticadas por: 
 Histórico de trauma no tórax. 
 Cartilagem aprofundada e sensível à palpação. 
 
Costelas 
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* TÉCNICAS DE TRATAMENTO PARA DISFUNÇÕES ESTERNOCONDRAIS 
Técnica direta para disfunção esternocondral 
Paciente em decúbito dorsal. Osteopata em pé no lado contrário à disfunção, 
perpendicular ao tronco do paciente na altura da coluna torácica. 
A mão cefálica toma contato com a polpa dos dedos no nível do esterno próximo 
da cartilagem e a palma da mão fica espalmada no tórax do paciente. Esse contato deve 
bloquear o esterno no sentido da maca.. 
A mão caudal toma contato pisiforme na costela do nível em disfunção, sendo 
que o antebraço fica numa direção oblíqua (sentido posterior e lateral). 
Deve-se reduzir o slack levando a costela no sentido posterior e lateral até 
atingir a barreira motriz. O thrust é realizado no final da expiração com a mão caudal, a 
mão cefálica só fixa. 
 
 
Técnica articulatória esternocondral 
Paciente sentado e Osteopata em pé atrás do paciente que fica com a cabeça 
rodada para o lado oposto ao tratado. 
Deve-se tomar contato com as polpas do primeiro e segundo dedos na costela e 
outro no osso esterno, deixando a cartilagem entre os contatos. 
O esterno do Osteopata deve estar em contato com o tronco do paciente e os 
antebraços em contato com os ombros. 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 44 
O Osteopata deve encontrar a barreira motriz na cartilagem com os movimentos: 
1. combinados de separação dos dedos, 
2. posteriorização dos antebraços e 
3. deslocamento anterior do esterno. 
 
6.2 - Disfunções costais secundárias às disfunções vertebrais 
São adaptações no posicionamento das cotelas em relação às disfunções 
torácicas não-neutras (ERS ou FRS) ou neutras em grupo (NSR). Deve-se levar em 
consideração que no caso de uma disfunção primária vertebral torácica, as costelas se 
adaptam espacialmente de maneira tridimensional seguindo a posição da vértebra. 
Exemplo: 
- ERS esquerda de T5: a 5ª costela esquerda encontra-se posterior e baixa 
comparando a com a 5ª costela direita que se encontra anterior e alta. Quando a 
mobilidade das 5ªs costelas é testada, nenhuma restrição real é encontrada. 
Inicialmente essa adaptação posicional das costelas geralmente não apresenta 
uma verdadeira restrição de mobilidade entre a costela e a vértebra, porém a 
Costelas 
COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 45 
permanência dessa adaptação ao longo do tempo pode gerar uma verdadeira disfunção 
somática costal. Por isso, é necessário realizar o diagnóstico diferencial para buscar o 
problema primário entre as vértebras torácicas e as costelas correspondentes. Esse 
diagnóstico será descrito a seguir. 
 
6.2.1 – Diagnóstico das adaptações costais 
Palpação 
O avaliador palpa a assimetria costal posterior e/ou anteriormente em posição 
neutra, e solicita que o paciente realize os movimentos de flexão e extensão do tronco – 
teste de Mitchell. 
No caso das disfunções costais adaptativas a uma vértebra torácica, 
normalmente a assimetria palpatória costal encontrada em posição neutra desaparece 
tanto na flexão quanto na extensão do tronco. Isso ocorre, pois inicialmente a costela 
está assimétrica devido à posição da vértebra, mas apresenta sua mobilidade fisiológica 
livre. 
Após certo período de tempo, que é variável e imprevisível, pois dependo do 
indivíduo, a costela pode deixar de ser apenas uma adaptação tornando-se uma 
verdadeira fixação ou disfunção. Nesse caso seria necessário tratamento para a 
disfunção costal certamente. 
 
Teste de Mitchell para as costelas 
Com o paciente em posição neutra deve-se buscar uma assimetria costal. 
Quando é encontrada a assimetria deve-se solicitar ao paciente que realize flexão 
e extensão do tronco. Caso a posição da costela se altere tanto na flexão quanto na 
extensão, isso mostra que existe uma adaptação em relação à vértebra. 
 
CostelasCOLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 46 
6.3 - Disfunções respiratórias costais 
Disfunções respiratórias costais ocorrem em grupos de costelas devido às 
tensões miofasciais no tronco causadas por disfunções articulares costais isoladas. São 
as consequências funcionais que afetam os movimentos respiratórios de grupos de 
costelas causadas por bloqueios articulares de uma ou mais costelas que pertencem a 
esse grupo funcional. 
Provocam restrições de mobilidade costal de um grupo, na inspiração ou na 
expiração. Tais disfunções geralmente não representam sintomas importantes locais, 
porém o prejuízo mecânico causado por estas disfunções repercutem nos gastos 
energéticos corporais e também nas cadeias miofasciais. 
Uma disfunção estrutural de uma única costela pode ser a causadora de 
restrições de um grupo de costelas em inspiração ou expiração. Quando esta disfunção 
estrutural identificada corretamente é tratada, o grupo em disfunção respiratória pode ter 
sua mobilidade automaticamente restaurada. Mas nos casos de adaptações que perduram 
ao tempo, normalmente é necessário também aplicar técnicas que busquem corrigir as 
tensões fasciais envolvidas no intuito de devolver a capacidade fisiológica respiratória 
das costelas. É um complemento ao trabalho de restauração da mobilidade articular. 
Existem 2 grupos funcionais de costelas: 
- grupo superior: 1ª a 5ª costela. 
- grupo inferior: 6ª a 10ª costela. 
Nas disfunções em grupo, sempre existe uma costela chave responsável pelo 
grupo não ter a capacidade de desempenhar sua mobilidade fisiológica na inspiração ou 
na expiração. 
 As costelas chave para disfunções expiratórias são sempre as costelas 
inferiores do grupo. Ex: grupo superior – 4ª ou 5ª costela; grupo inferior 
– 9ª ou 10ª costela. 
 As costelas chave para disfunções inspiratórias são sempre as costelas 
superiores do grupo. Ex: grupo superior – 1ª ou 2ª costela; grupo inferior 
– 6ª ou 7ª costela. 
Costelas 
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Deve-se lembrar de que as costelas têm movimentos combinados de braço de 
bomba e alça de balde, e que as disfunções respiratórias respeitam essa mecânica de 
movimento. 
 As costelas flutuantes (11 e 12) são excluídas dessas condições pois sua 
mecânica difere por completo das primeiras 10 costelas. 
 
6.3.1 – Disfunções respiratórias em braço de bomba 
Estas disfunções ocorrem principalmente nas costelas superiores (1ª a 5ª). Na 
inspiração as costelas devem deslocar-se para frente e para cima, e na expiração devem 
se deslocar para baixo e para trás. 
 
* Diagnóstico – teste de mobilidade 
O grupo superior é testado com as mãos posicionadas na parte ântero-superior 
do tórax. 
Deve-se solicitar ao paciente que realize respirações profundas: 
 na inspiração as costelas devem se deslocar na direção anterior (direção 
do teto) 
 na expiração devem se deslocar na direção posterior (direção do solo). 
Quando um hemitórax não se desloca na direção anterior na fase inspiratória, 
sugere que este grupo apresente disfunção expiratória. Neste caso, deve-se testar e tratar 
as costelas chave do grupo, para que em seguida possam ser aplicadas técnicas para 
corrigir eventuais desequilíbrios fasciais do grupo. 
Quando os dois hemitórax se deslocam na direção anterior na inspiração, mas 
um hemitórax recusa a se deslocar no sentido posterior na expiração, este grupo 
encontra-se em disfunção inspiratória. Da mesma forma é necessário avaliar a 
mobilidade das costelas consideradas chave para em seguida buscar o equilíbrio fascial. 
Algumas técnicas fasciais para o tórax serão descritas no final dessa apostila. 
 
Costelas 
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6.3.2 – Disfunções respiratórias em alça de balde 
Na inspiração, as costelas sobem lateralmente, realizando uma eversão. 
Na expiração, as costelas baixam lateralmente, realizando uma inversão. 
São disfunções de lateralidade, mantidas pelo espasmo dos intercostais e 
aumento da densidade das fascias locais. 
 
* Diagnóstico – teste de mobilidade 
O grupo inferior é testado com contato das mãos na parte lateral e inferior do 
tórax. 
Na inspiração as costelas devem se deslocar no sentido cefálico e na expiração 
devem se deslocar no sentido caudal. 
No caso dos dois hemitórax se deslocarem no sentido cefálico na inspiração, 
mas um deles se recusar a deslocar no sentido caudal na expiração, este grupo encontra-
se em disfunção respiratória inspiratória. Neste caso deve-se analisar a mobilidade das 
costelas superiores dos grupos (1ª ou 2ª - grupo superior e 6ª ou 7ª no grupo inferior), 
principalmente o inferior onde este movimento predomina. 
Costelas 
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No caso de um grupo em disfunção expiratória o avaliador deve buscar 
disfunções isoladas nas costelas inferiores dos grupos (4ª ou 5ª - grupo superior e 9ª ou 
10ª no grupo inferior), principalmente o grupo inferior que apresenta predomínio deste 
movimento. 
 
 
* TÉCNICAS DE TRATAMENTO DAS DISFUNÇÕES RESPIRATÓRIAS 
Técnica de energia muscular para disfunções expiratórias 
Essa técnica pode ser aplicada para o grupo superior na 4ª ou 5ª costela e para o 
grupo inferior na 9ª ou 10ª costela. A única modificação é o contato da mão caudal que 
deve ser posterior para disfunções do grupo superior (braço de bomba), e lateral para o 
grupo inferior (alça de balde). 
Paciente em decúbito dorsal. Osteopata em pé no lado contrário à disfunção, na 
altura da coluna lombar voltado para cabeça do paciente. A mão caudal toma contato 
com a costela que vai ser tratada (como descrito acima) A barreira motriz e as 
contrações são diferentes dependendo da disfunção: 
- Alça de balde: a mão cefálica leva o membro superior do paciente em abdução até 
sentir o movimento na costela com a mão interna. As contrações isométricas são feitas 
no sentido da adução. Contrações de 3-5 segundos. No final de cada ciclo, aumentar a 
barreira motriz. 
Costelas 
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- Braço de bomba: a mão cefálica leva o membro superior do paciente em flexão até o 
movimento chegar na costela palpada pela mão caudal. As contrações isométricas agora 
são em extensão de ombro, pedindo para o paciente levar o cotovelo no sentido do teto. 
 
 
Técnicas de thrust para disfunções respiratórias 
Primeiro deve-se encontrar a costela chave em disfunção do grupo e realizar os 
testes respiratórios. 
 
* Correção de disfunção inspiratória 
Pode ser aplicada para a 2ª costela no grupo superior e 6ª ou 7ª no grupo inferior. 
A 1ª costela é tratada de maneira distinta que será descrita em outro módulo. 
Paciente em decúbito ventral, e Osteopata ao seu lado em finta anterior na 
direção cefálica, do lado contrário à disfunção. 
Sua mão cefálica toma contato com o polegar na margem inferior da costela, 
sendo reforçado pelo pisiforme da mão caudal. Antebraço da mão caudal no sentido da 
correção – anterior e superior. 
Costelas 
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Reduzir os parâmetros levando o ângulo costal na direção cefálica e anterior. 
Solicitar respiração profunda e no final da expiração, realizar um thrust na direção 
cefálica. 
 
* Correção de disfunção expiratória 
Pode ser aplicada para a 4ª ou 5ª costela no grupo superior e 9ª ou 10ª no grupo 
inferior. 
Paciente em decúbito ventral, e Osteopata ao seu lado em finta anterior na 
direção caudal, do lado da disfunção. 
Sua mão caudal toma contato com o polegar na margem superior da costela, 
sendo reforçado pelo pisiforme da mão cefálica. Antebraço da mão cefálica no sentido 
da correção – anterior e inferior. 
Reduzir os parâmetros levando o ângulo costal na direção caudal e anterior. 
Solicitar respiração profunda e no final da expiração, realizar um thrust na direção 
caudal.
 
 
6.4 – Disfunções costais laterais (costocostal) 
 Estas disfunções estão ligadasdiretamente ao aumento da densidade das 
aponeuroses intercostais, estreitando o espaço intercostal e impedindo sua abertura 
durante os movimentos do tronco e a respiração diafragmática. 
 
Está puramente ligada a um problema miofascial e não existe fixação das 
articulações anteriores ou posteriores. 
No grupo inferior de costelas, onde o movimento lateral de alça de balde é 
predominante, estas disfunções são mais frequentes. 
Costelas 
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6.4.1 – Diagnostico das disfunções costais laterais 
O avaliador deve realizar uma palpação estática inicialmente na busca de um 
espaço intercostal fechado, aumento da densidade das aponeuroses intercostais e 
aumento da sensibilidade dos tecidos. Quando encontrar estes sinais, o avaliador deve 
avaliar este hemitórax com uma palpação lateralizada. 
Com o paciente sentado o avaliador toma contato com a polpa de quatro dedos 
em quatro espaços intercostais e com sua outra mão que controla os movimentos do 
tronco do paciente, deve impor os movimentos de inclinação homolateral e 
contralateral. Na inclinação homolateral do tronco as costelas devem se aproximar 
fechando o espaço intercostal, e na inclinação contralateral as costelas devem se afastar 
aumentando o espaço intercostal. O contato também pode ser tomado nas próprias 
costelas. 
 
 
6.4.2 – Técnicas de correção das disfunções costais laterais 
Técnica de liberação dos intercostais em decúbito lateral 
Paciente em decúbito lateral com a disfunção voltada para o teto, flexão de 
quadril e joelhos de 90 graus. 
Costelas 
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Osteopata em pé de frente para o paciente na altura da coluna torácica. A mão 
caudal toma contato (entre primeiro e segundo dedos) na costela inferior do espaço 
comprometido. O antebraço cefálico passa por baixo do cotovelo do paciente para 
controlar a alavanca do membro superior. A mão caudal fixa a costela e a mão cefálica 
aumenta a abdução do braço do paciente para abrir o espaço intercostal, com 
movimentos rítmicos e oscilatórios que devem ser realizados ate que se perceba a 
redução da densidade dos tecidos e aumento do espaço intercostal. 
 
 
Técnica direta para disfunções costais laterais 
Existem duas opções: 
- levar a costela inferior na direção caudal, se está em disfunção inspiratória. 
- levar a costela superior na direção cefálica, se está em disfunção expiratória. 
Os objetivos das técnicas são os mesmos, abrir o espaço intercostal e reduzir a 
densidade dos tecidos moles. Para isto, deve-se definir o tipo de disfunção. 
Costelas 
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*Disfunção expiratória - inversão 
Esta técnica tem como objetivo fazer com que a costela superior do espaço 
intercostal fechado possa ascender. O paciente fica em decúbito lateral com o lado em 
disfunção para cima. O Osteopata fica em finta anterior voltado para os pés do paciente. 
Toma contato com a polpa dos dedos na margem inferior da costela superior do 
espaço intercostal que está fechado, e reduz o slack na direção cefálica. Pedir respiração 
profunda para o paciente e no final da inspiração realizar thrusts na direção cefálica. 
Pode repetir algumas vezes. 
 
 
* Disfunção inspiratória - eversão 
Esta técnica tem como objetivo fazer com que a costela inferior do espaço 
intercostal fechado possa descender. 
O paciente se encontra na mesma posição da técnica anterior. O Osteopata fica 
em finta anterior voltado para a cabeça do paciente. Toma contato com a polpa dos 
dedos na margem superior da costela inferior do espaço que se encontra fechado, e 
reduz o slack na direção caudal. Pedir respiração profunda e no final da expiração, 
realizar thrusts na direção caudal. Pode repetir algumas vezes. 
Costelas 
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* TÉCNICAS FASCIAIS PARA O TÓRAX 
 Essa categoria de técnicas pode e deve ser aplicada em conjunto as 
normalizações das fixações articulares vertebrais e costais, sejam elas anteriores, laterais 
ou posteriores. 
 Cabe ao Osteopata selecionar a técnica com o contato mais adequado na sua 
percepção. É interessante agregar essas abordagens especialmente nas disfunções 
respiratórias costais, e nesses casos, eh interessante aplicar nas áreas nas quais sejam 
encontradas maiores densidades/restrições e também seguindo o padrão disfuncional 
inspiratório/expiratório no grupo superior (braço de bomba) ou inferior (alça de balde). 
 Todas essas técnicas descritas a seguir podem ser aplicadas seguindo os 
princípios: 
- direto: na restrição 
- indireto: na facilidade 
 Em todas as técnicas que serão descritas, o principio eh tomar o contato 
buscando a profundidade ideal para que em seguida sejam impostos movimentos em 
Costelas 
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todas as direções de espaço (cefálico-caudal; lateral direita-esquerda; anterior-posterior; 
rotação horária ou anti horária). Dependendo da opção escolhida elo osteopata, deve-se 
seguir a fluidez dos tecidos (técnica indireta) ou levar os tecidos nas suas barreiras 
funcionais (técnica direta). 
 
Técnica fascial para o tórax - contato anterior 
 
Técnica fascial para o tórax – contato lateral 
 
Costelas 
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Técnica fascial para o tórax – contato posterior 
 
 
Técnica fascial para o tórax – mediastino 
 
 
Costelas 
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7 – REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS 
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