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Semântica em tirinhas

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Análise Semântica De Tirinhas
O humor desta tirinha é construído com base na relação de homonímia entre as palavras "sexta", "sesta" e "cesta", que ao serem enunciadas verbalmente, soam como uma mesma palavra, apesar da grafia diferente. Não só estas palavras soam idênticas, como também acompanham um mesmo verbo ("adoro"), o que passa a impressão de que uma mesma oração é utilizada nos três quadrinhos. No entanto, além da diferença de grafia entre os três vocábulos, as imagens retratadas nos quadrinhos, correspondentes ao sentido destas palavras, reforçam a ideia de que os vocábulos realmente têm sentidos diferentes, apesar de sua pronúncia ser a mesma, o que os torna homônimos homófonos.
Vale destacar a construção do sentido do texto através da relação entre os elementos verbais (as falas nos balões) e os não-verbais considerados vitais na compreensão do significado dos vocábulos em questão: a cesta (recipiente) no primeiro quadrinho, onde o garoto e o sapo se encontram sentados; o sofá e os olhos fechados dos personagens no segundo, que remetem à ideia de "descanso" ou "cochilo", que seriam sinônimos de "sesta"; o traje de banho que eles vestem no último quadrinho, remetendo à sexta feira como um dia propício para a diversão. Dessa forma, o autor brinca com a concepção popular da sexta-feira como o melhor dia da semana para descansar e se divertir.
Nesta tirinha, há ambiguidade na expressão “tatuei uma borboleta”. Se o personagem do primeiro quadrinho tivesse dito "Tatuei uma borboleta na minha perna", por exemplo, não haveria essa dupla interpretação, mas também não haveria o humor que se espera em textos como esse. O autor então parece dar um sentido inusitado a essa oração, na qual geralmente o complemento do verbo "tatuar" se refere à imagem que a pessoa quer deixar gravada em sua pele. A borboleta nesse caso, em vez de ser um símbolo a ser tatuado na pele de alguém, passa a ser o indivíduo que recebe a tatuagem em uma parte de seu corpo (a asa), o que realmente não é esperado pelo provável leitor. Além disso, o autor ironiza o arrependimento de algumas pessoas por terem tatuado de forma permanente em suas peles nomes de pessoas com as quais não nutrem mais um vínculo afetivo (ex-namorado(a), ex-marido, ex-esposa). Por conta disso, tentam ocultar o rompimento desta relação fazendo outras tatuagens na mesma região do corpo, o que nem sempre traz um bom resultado estético, além de fazer com que o indivíduo seja alvo de chacota pela exposição de sua intimidade, o que não acontece nessa tirinha.

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