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WBA1035_v1.0 Bioquímica clínica Técnicas bioquímicas para detecção de alterações hepáticas Perfil Bioquímico Hepático Bloco 1 Veronica Cristina Gomes Soares Introdução • O fígado é o grande órgão metabolizador do organismo. • A veia porta hepática drena o sangue do sistema digestório em direção ao fígado. A artéria hepática leva o sangue rico em oxigênio do coração direto ao fígado. Figura 1 – Funções Hepáticas Fonte: Shutterstock.com. Sistema Reticuloendotelial • O sistema realiza a remoção do complexo-antígeno anticorpo da circulação. • Contribui para a defesa contra patógenos e excreção de Imunoglobulina A (IgA) para o sistema digestório. Figura 2 – Sistema reticuloendotelial Fonte: Shutterstock.com. Testes de função hepática • Avaliar anormalidades da função hepática. • Diagnosticar doenças como hepatite. • Monitorar a evolução de patologias. • Monitorar a evolução do tratamento. • Avaliar o prognóstico de disfunção e de doenças hepáticas. As principais manifestações clínicas de alterações hepáticas são: • Icterícia. • Hipertensão portal. • Distúrbios na homeostasia. • Liberação de enzimas em vários líquidos corporais. Técnicas bioquímicas para detecção de alterações hepáticas Perfil das Enzimas Hepáticas Bloco 2 Veronica Cristina Gomes Soares Dosagens de ALT/ AST Enzima Outros testes Significado clínico Intervalo de referência (UI/L) 5x (UI/L) 10x (UI/L) ALT alta Normais Doença hepática 6-37 185 370 AST alta Normais Doença Muscular Hemólise Doença cardíaca 5-34 170 340 Fonte: adaptada de Brown (2018). Tabela 1 – Interpretação clínica de aumentos dos níveis de ALT e AST Fosfatase Alcalina (FA) • A função da FA é remover grupos fosfatos de algumas proteínas, nucleotídeos e alcaloides. • Existem alterações que elevam a FA fisiologicamente, como 3º trimestre da gestação, adolescência e menopausa. • O aumento de FA isolado: • Doenças ósseas. • Doenças intestinais. • Obstrução de canalículos biliares. Gama-GT • Esta enzima é distribuída em: fígado, pâncreas e rins. • Elevação de Gama-GT: são distúrbios hepáticos. • Não é específica. • Gama-GT + FA – aumentadas: • Doença hepática, obstrução biliar, cirrose biliar primária e doenças infiltrativas. LDH Aumento ALT + LDH Aumento AST + LDH Aumento FA + LDH Insuficiência hepática Pancreatite biliar Lesão hepática Inflamação devido a cálculos biliares Carcinoma metastático Carcinoma hepatocelular primário Fonte: adaptado de Brown (2018). Quadro 1 – LDH Albumina/ Amônia Alterações nas concentrações de albumina ocorrem devido a: • Desidratação. • Choque. • Hemoconcentração. São causas do aumento de amônia: • Hepatopatias ou derivações portossistêmicas. • Insuficiência hepática aguda – causada por edema cerebral. • Insuficiência hepática crônica – encefalopatias. Técnicas bioquímicas para detecção de alterações hepáticas Metabolismo do Ferro Bloco 3 Veronica Cristina Gomes Soares Metabolismo do Ferro • As hemácias, em média após 120 dias de vida, começam a apresentar rigidez em suas membranas, muito devido à peroxidação dos fosfolipídios, tornando-se uma importante fonte de hemeproteínas. • O metabolismo ocorre em várias etapas. Hiperbilirrubinemia • É o acúmulo de bilirrubina ou de seus conjugados no plasma, causado pelo desequilíbrio entre a síntese e a excreção. • O paciente começa a ter uma pigmentação amarelada da pele, da esclerótica e do frênulo da língua, denominada icterícia. Fonte: Shutterstock.com. Figura 3 – Icterícia Causas de Hiperbilirrubinemia • Hepatite aguda ou crônica. • Obstrução das vias biliares. • Hepatite tóxica. • Icterícia neonatal. • Anomalias congênitas de enzimas hepáticas: síndromes de Dubin-Johnson, Rotor, Gilbert e Crigler-Najjar. Alterações de Bilirrubina Tipo Causa Predomínio Superprodução Hemólise Indireta Baixa captação Medicamentos, jejum, doença hepatocelular. Indireta Baixa conjugação Deficiência de glicuronil- transferase e icterícia neonatal fisiológica (neonatos). Indireta Alteração da excreção Hepatite viral, hepatite alcoólica, hepatite por drogas, cirrose, gravidez. Direta Obstrução biliar Estenose, tumor, calculose, corpo estranho. Direta Fonte: adaptado de Brown (2018). Quadro 2 – Alterações de bilirrubina Teoria em Prática Bloco 4 Veronica Cristina Gomes Soares Aplicação da Bioquímica Clínica Já imaginou não beber, manter uma vida regrada e mesmo assim desenvolver esteato-hepatite não alcoólica (NASH), uma condição na qual o fígado acumula ácidos graxos e inflama e prontamente passa à cirrose? A NASH acomete indivíduos com variações genéticas e predisposição a alterações hepáticas. O diagnóstico precoce melhora o prognóstico. Francisco, 32 anos, não bebe, não é tabagista, não apresenta hipertensão nem diabetes. Cultiva hábitos saudáveis, mas tem apresentado olhos e pele amarelados, dor de cabeça e náuseas frequentes. Quais exames poderiam ser solicitados? Reflita sobre a seguinte situação Considere os valores de referência para homens. Norte para a resolução Os exames a serem solicitados são as enzimas marcadoras de perfil hepático, como segue: • ALT = 6 – 37 UI/L. • AST = 5 – 34 UI/L. • FA = 42 – 98 UI/L. • Gama-GT = 8 – 55 UI/L. Para caracterizar NASH, os valores devem estar acima dos de referência. Vale lembrar que as enzimas podem não ser específicas e a relação entre elas deve ser considerada. Dicas do(a) Professor(a) Bloco 5 Veronica Cristina Gomes Soares Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o login por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na construção da sua carreira profissional. Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso! Leitura Fundamental Este artigo apresenta formas de diagnóstico e tratamento para alterações hepáticas. Referência MINCIS, M.; MINCIS, R. Doença hepática alcoólica: diagnóstico e tratamento. Prática Hospitalar, [s.l.], v. 48, n. 1, p. 113-118, 2006. Indicação de leitura 1 Este artigo demonstra os perigos e as consequências do álcool para o fígado. Referência VIZOTTO, I. D. et al. Doença hepática alcoólica. Revista Multidisciplinar em Saúde, [s.l.], v. 2, n. 4, p. 64-64, 2021. Indicação de leitura 2 Aplicativos para Android e iOS • Cuide-se bem – Para pacientes portadores de hepatite C e HIV. • Hep-C Help – Desenvolvido para auxiliar no tratamentos de hepatite. Dica do(a) Professor(a) BELLÉ, L. P.; SANDRI, S. Bioquímica aplicada: Reconhecimento e Caracterização de Biomoléculas. São Paulo: Érica, 2014. BROWN, T. A. Bioquímica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. CAMPBELL, M. K.; FARRELL, S. O. Bioquímica. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015. PINTO, W. J. Bioquímica clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. SOUZA, D. G.; BRAGHIROLLI, D. I.; SCHNEIDER, A. P. H. Bioquímica aplicada. Porto Alegre: SAGAH, 2018. VOET, D. et al. Bioquímica. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. Referências Bons estudos!