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APOSTILA - GESTÃO DA OPERAÇÃO DE IMPORTAÇÃO (1)

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Prévia do material em texto

Gestão da Operação 
de Importação
Professor Me. Alexsandro Cordeiro Alves da Silva
Diretor Geral 
Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino e Pós-graduação
Daniel de Lima
Diretor Administrativo 
Eduardo Santini
Coordenador NEAD - Núcleo
de Educação a Distância
Jorge Van Dal
Coordenador do Núcleo de Pesquisa
Victor Biazon
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Projeto Gráfico e Editoração
André Oliveira Vaz
Revisão Textual
Kauê Berto
Web Designer
Thiago Azenha
UNIFATECIE Unidade 1
Rua Getúlio Vargas, 333,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 2
Rua Candido Berthier
Fortes, 2177, Centro
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 3
Rua Pernambuco, 1.169,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 4
BR-376 , km 102, 
Saída para Nova Londrina
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
www.fatecie.edu.br
As imagens utilizadas neste 
livro foram obtidas a partir
do site ShutterStock
FICHA CATALOGRÁFICA
FACULDADE DE TECNOLOGIA E 
CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ. 
Núcleo de Educação a Distância;
SILVA, Alexsandro Cordeiro Alves da.
Gestão da Operação de Importação.
Alexsandro. Cordeiro Alves da Silva.
Paranavaí - PR.: Fatecie, 2020. 94 p.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária
Zineide Pereira dos Santos.
AUTOR
Professor Me. Alexsandro Cordeiro Alves da Silva
●	 Mestre em Desenvolvimento de Tecnologia, UFPR/Lactec (universidade Federal 
do Paraná);
●	 Licenciado em Letras - Port./Inglês Plena, UEM (Universidade Estadual de 
Maringá);
●	 Bacharel em Administração, FAPAN (Faculdade de Paraíso do Norte);
●	 Graduando em Pedagogia, UniFCV (Centro Universitário Cidade Verde);
●	 Graduando em Ciências Econômicas, UniFCV (Centro Universitário Cidade 
Verde);
●	 Especialização em Comércio Exterior pela UNIFAMMA (União de Faculdades 
Metropolitanas de Maringá);
●	 Docente do Curso de Direito, Administração, Marketing, Logística, Ciências 
Econômicas, Processos Gerenciais, Letras, Engenharia Civil, Arquitetura e 
Urbanismo e Ciências Contábeis da UniFCV;
●	 Coordenador do Curso de Administração presencial/EAD (UniFCV);
●	 Coordenador do Curso de Ciências Econômicas presencial/EAD (UniFCV);
●	 Coordenador do Curso de Letras presencial/EAD (UniFCV);
●	 Coordenador do Curso de Marketing presencial/EAD (UniFCV);
●	 Coordenador do Curso de Logística presencial/EAD (UniFCV);
●	 Coordenador do Curso de Empreendedorismo presencial/EAD (UniFCV);
●	 Coordenador do Curso de Comércio Exterior EAD (UniFCV);
●	 Coordenador	Científico	em	Ciclos	de	Estudos	do	UniFCV;	
●	 Gestor Educacional do Colégio Axia;
●	 Docente de pós-graduação no Centro Universitário Cidade Verde (UniFCV). 
Ampla experiência como analista de Comércio Exterior (10 anos), produtor de ma-
terial didático, tradutor, coordenação de cursos superiores, e grupos de estudos. 
http://lattes.cnpq.br/8228698800793385
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo(a)!
Prezado(a) aluno(a), que bom que você escolheu aprender mais sobre o tema que 
mais tem crescido nos últimos tempos no Brasil! Proponho um compartilhar de informações 
que	te	ajudará	a	trilhar	o	caminho	de	sua	graduação.	Este	material	são	reflexões	de	nossa	
experiência, acertos, processos e acima de tudo, um pedaço de muitas etapas que pode-
mos construir sobre o Comércio e a Gestão da Operação de Importação.
Na unidade I iniciaremos nosso trajeto pelo conceito aduaneiro, custos logísticos, 
tipos de pagamentos, os tratamentos administrativos as Licenças de Importação (LI), e 
os tipos de importação de material usado, assim como a legislação que respalda cada 
processo.
Já na unidade II vamos ampliar nossos conhecimentos sobre as operações espe-
ciais de importação. Veremos algumas possibilidades de isenção e benefícios encontrados 
na legislação aduaneira, em destaque trataremos da admissão temporária, EX-tarifário, os 
acordos internacionais, os tipos de despachos aduaneiros, os procedimentos documentais 
e	físicos	nas	aduanas	nacionais,	os	tipos	de	desembaraço	aduaneiro	e	finalizaremos	com	
a análise dos pagamentos dos tributos incidentes na importação.
Na sequência, nas unidade III e IV, trataremos das peculiaridades dos tributos que 
envolvem os produtos importados, as defesas comerciais e a nova proposta de sistema 
único de importação. Nessa etapa você verá que o sistema de importação tem mudado 
e	os	profissionais	da	área	de	comércio	exterior	terão	novas	oportunidades	para	oferecer	
recentes	serviços,	como	é	o	caso	do	profissional	em	Perícia	Aduaneira.	
Venha conosco conhecer mais sobre o Comércio Exterior (COMEX)! É uma área 
fascinante e repleta de possibilidades. Esperamos contribuir para o seu crescimento pro-
fissional	e	aguçar	a	vontade	de	continuar	pela	busca	do	conhecimento.	Seja	curioso,	cada	
assunto tratado neste material abre a possibilidade de muita pesquisa e temos certeza que 
você estará à frente no mercado de trabalho.
Muito obrigado e bom estudo!
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 6
Métodos de Importação
UNIDADE II ................................................................................................... 28
Operações Especiais de Importação
UNIDADE III .................................................................................................. 53
Tratamento Tributário das Importações
UNIDADE IV .................................................................................................. 73
Despacho de Importação
6
Plano de Estudo:
• Conceitos aduaneiros
• Tratamento administrativo 
• Tipos de licenciamento e material usado
• Pagamentos internacionais e custos logísticos 
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar as teorias da Importação
• Compreender os tipos de tratamentos na Importação
• Estabelecer a importância da Legislação Aduaneira
UNIDADE I
Métodos de Importação
Professor Mestre Alexsandro Cordeiro Alves
7UNIDADE I Métodos de Importação
INTRODUÇÃO
Caro (a) aluno (a), bem vindo (a) a primeira unidade do livro.
Vamos dar início ao estudo sobre os Métodos de Importação. Essa é uma área 
do conhecimento que estuda as regras e implicações da importação relacionada com o 
Comércio	Exterior.	Os	métodos	da	 importação	são	 importantes	devido	ao	 impacto	finan-
ceiro e de planejamento no processo de importação. No entanto, antes de iniciar o estudo 
dos métodos de importação, foi abordado neste primeiro momento os conceitos gerais da 
importação, ou seja, as regras gerais aduaneiras.
Com o propósito de atingir o crescimento das importações, mas dentro dos contro-
les fronteiriços, foram estabelecidas regras de importação para que os órgãos responsáveis 
pudessem	ter	maior	controle	dos	processos	e	dos	produtos	importados.	Após	a	verificação	
da necessidade de parâmetros que respeitassem as normas internacionais da Organização 
Mundial	do	Comércio	(OMC),	surgiram	legislações	específicas	para	determinados	tipos	de	
produtos e serviços. 
A partir do Decreto nº 6759 – Planalto, foram criadas inúmeras Instruções Norma-
tivas (IN) e estabelecidos os órgãos responsáveis por cada tipo/categoria de produtos e 
serviços	a	serem	importados.	Para	cada	setor	as	regras	são	evidenciadas	com	a	finalidade	
de	auxiliar	o	 importador	e	a	fiscalização	na	entrada	de	produtos	no	país.	A	discrepância	
entre legislação e a importação pode gerar custos adicionais, como multas, perdas da 
mercadoria e devolução do produto à origem, se for o caso.
Em	seguida,	serão	apresentadas	as	legislações	específicas	para	o	Licenciamen-
to de Importação de Produtos e Serviços, os tratamentos administrativos, os custos na 
importação, os impostos incidentes e os tipos de pagamento internacional, assim como o 
conceito aduaneiro no processo de importação.
Desejamos um ótimo estudo a todos!
8UNIDADE I Métodos de Importação
1 CONCEITOS ADUANEIROS
Em linhas gerais o conceito aduaneiro está ligado ao comércio exterior que se 
relaciona com a compra e vendade produtos e serviços entre empresas e governos de 
diferentes países ao redor do mundo. Essa correlação acompanha os acontecimentos 
internacionais (políticos e econômicos), logo a legislação aduaneira vem ao encontro da 
definição	de	tratativas	administrativas	e	processuais,	ou	seja,	tudo	está	sendo	acompanha-
do desde a saída do produto - na origem - até a chegada no país - destino -, e, as regras 
devem ser observadas criteriosamente.
Assim como as tendências de consumo, a legislação aduaneira também pode so-
frer alterações, por meio de emendas, Instruções Normativas, etc, para que os tratamentos 
de cada caso sejam coerentemente assertivos no que diz respeito ao cumprimento da 
legislação e ao que ela propõe. Ainda, é importante ressaltar que as questões aduaneiras 
do	país	estabelecem	regras	de	estocagem,	fretes,	classificação	fiscal	de	mercadorias,	tipos	
de pagamento, produtos permitidos e proibidos de serem importados, e, dentro outros, os 
impostos incidentes na importação.
É na Legislação Aduaneira (LA), por meio do Decreto nº 6759 de 5 de fevereiro de 
2009, que encontramos	também	os	órgãos	governamentais	responsáveis	pela	fiscalização	
e execução dos procedimentos legais estabelecidos no processo de importação. Para 
tanto,	tudo	começa	pela	classificação	fiscal	do	produto	por	meio	da	Nomenclatura	Comum	
9UNIDADE I Métodos de Importação
do	Mercosul	(NCM)	e	consequentemente	a	verificação	do	tratamento	administrativo	que	a	
legislação prevê para cada produto. 
Contudo, há regras gerais que devem ser observadas na importação, mas é a partir 
da	classificação	fiscal	da	mercadoria	que	serão	consultadas	as	tratativas	aduaneiras	para	
cada tipo de Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM).
De início, a legislação é observada antes da importação da mercadoria, mas é na 
aduana	que	todo	o	processo	é	verificado,	ou	seja,	antes	da	entrada	da	mercadoria	no	país	
e apenas em raros casos é permitido que o produto seja vistoriado diretamente na empresa 
importadora, mas no geral, mesmo nessas situações a aduana é o primeiro contato com o 
produto estrangeiro.
Segundo Assumpção (2007), o conceito de aduana é semelhante a Alfândega (do 
árabe:	قدنفلا;	transl.:	al-fundaq, “hospedaria”, “estalagem”) ou aduana	(do	árabe:	ناويدلا;	
transl.: ad-dīwān, “registro”, “escritório”). Para a autora, trata-se de uma repartição governa-
mental	e	oficial	para	o	controle	de	movimentos	de	entrada	e	saída	de	mercadorias	do	país,	
ou seja, entradas (importações) e saídas (exportações). 
É inclusive nesse local (aduana) que os órgãos como ANVISA, INMETRO, 
fiscalização	da	Receita	Federal	e	Estadual,	dentre	outros,	fazem	a	verificação	das	condições	
da	mercadoria.	É	importante	ressaltar	que	esses	órgão	tratam	apenas	da	fiscalização	de	
produtos e serviços e não do controle de tráfego de pessoas, para isso, há outras regras e 
legislações que é regido pela polícia de fronteira.
É na aduana (escritório) que são cumpridas as regras dispostas no decreto 6759/09 
e na alfândega (local de hospedagem) que são armazenados os produtos que serão 
exportados ou importados. Pensando assim, por isso que se denomina a legislação de 
importação como legislação aduaneira, ou seja, órgãos governamentais fazendo cumprir 
determinações legais do país sobre determinado processo de importação. Já a estocagem 
e armazenamento podem ser contempladas pela legislação aduaneira, possuindo assim 
as regras alfandegárias de armazenagem, como local propício para determinados produtos 
perecíveis, perigosos, muito pesados, muito leves, etc.
Na	 organização	 geral	 e	 fiscalização	 das	 aduanas	 encontramos	 a	 Secretaria	 da	
Receita Federal do Brasil, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, ambos estipulados 
com os devidos poderes no Regulamento aduaneiro do Brasil (dec. 6759/09).
Antes de prosseguirmos, é extremamente importante que você estudante entenda a 
lógica e organização de atuação aduaneira na gestão da operação de importação. Sabendo 
10UNIDADE I Métodos de Importação
quais	órgão	estão	envolvidos	na	aduana	e	seus	processos,	ficará	mais	fácil	saber	a	quem	
recorrer nos casos de organização de uma importação.
No mesmo decreto 6759/09 estão esclarecidos os órgãos intervenientes e os anuen-
tes. Os intervenientes têm relacionamento com comércio exterior de alguma forma, mas 
nem sempre são impeditivos de importação (banco do exportador, vendedor, despachante, 
dentre outros); nem sempre trabalham somente com comércio exterior. Já os anuentes 
legislam e tem papel de permitir a importação, ou seja, diretamente ligado à importação 
(órgãos como DECEX, MAPA, EXÉRCITO, dentre outros). 
De modo geral, os órgãos anuentes trabalham diretamente no país em que a mer-
cadoria se encontra no momento da análise, por isso, a estrutura do comércio no Brasil 
tem como seu maior organizador o próprio governo. Já os demais órgãos analisam os 
produtos e comparam com a legislação. Por exemplo, se um importador está trazendo um 
cavalo, será de responsabilidade do importador juntamente com o (Ministério da Agricultura 
Pecuária	e	Abastecimento	 (MAPA)	verificar	a	classificação	e	após	a	permissão,	 trazer	a	
mercadoria - sempre respaldado pela legislação aduaneira.
Dentre os órgãos anuentes e intervenientes, destacam-se: Conselho Monetário Na-
cional (CMN), Câmara de Comércio Exterior (CAMEX), Ministério das Relações Exteriores 
(MRE), Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) - atual Ministério da 
Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Ministério da Fazenda (MF), Ministério 
das Comunicações (MC), Ministério da Agricultura Pecuária e do Abastecimento (MAPA), 
Agência de Promoção de Exportações S/A (APEX), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro 
e Pequenas Empresas (SEBRAE), Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação S/A 
(SBCE), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Associação de Comércio Exterior do 
Brasil (AEB), Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (FUNCEX), Federações 
Estaduais, Câmaras de Comércio, dentre outros.
Ainda, cada órgão acima pode se subdividir, dependendo da necessidade e da 
legislação. Obviamente você não precisa saber de todos eles, mas é importante saber 
que cada setor desse é um órgão responsável para determinadas ações na importação. 
Importante: esta é a distribuição geral, mas é devemos acompanhar os acontecimentos 
do governo, pois cada presidente reorganiza suas partes, podendo renomear, adicionar, 
subtrair ou até mesmo incluir em outras pastas alguns órgãos de atuação. 
Nem sempre todos os órgãos estarão envolvidos em todas as importações, mas 
dependendo	do	tipo	de	produto	será	necessário	verificar	com	esses	departamentos	o	que	
deve fazer para que o processo de importação não seja barrado no momento da entrada no 
11UNIDADE I Métodos de Importação
país. Todos eles estão interligados e respondem a legislação aduaneira e é na aduana que 
serão efetivamente observados. Para resumir, observe a estrutura de atuação e conceito 
aduaneiro:
Figura 1 - Estrutura da Presidência da República na aduana
Fonte: o autor (2020)
A presidência da república, Figura 1, estabelece e assina decretos sobre a impor-
tação e exportação interna de acordo com a legislação nacional e internacional. O MRE 
(Ministério das Relações Exteriores ou Itamaraty) está diretamente ligado as relações in-
ternacionais e responsável pelas políticas internacionais (Bilateral, regional e Multilateral). 
Já o MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços) atua nas políticas de 
desenvolvimento do comércio exterior.
Por sua vez, o Ministério da Fazenda fórmula e regulamenta as políticas econô-
micas do país, ou seja, é um órgão administrativo do comércio exterior; é nele que estão 
os	órgãos	relacionados	ao	fisco,	como	Receita	Federal	(responsável	também	pela	vistoria	
e	parametrização	da	mercadoria)	e	BACEN	(responsável	pelas	verificações	de	contratos,	
câmbio e pagamentos). Estes últimos são responsáveispela parte tributária da União.
Como citado anteriormente, cada órgão acima ainda tem sob sua responsabilidade 
outras subdivisões de departamentos, como pode ser observado na Figura 2.
12UNIDADE I Métodos de Importação
Figura 2 – Subdivisão de responsabilidades aduaneiras
Fonte: o autor (2020)
Observe que cada departamento acima atua de maneira direta ou indireta na impor-
tação e por isso é importante relembrar que cada órgão tem seu regimento e normativas. 
Essas normativas é que estabelecem critérios na importação aduaneira de determinados 
produtos. Dependendo do tipo de tratamento administrativo é que teremos que observar a 
Instrução Normativa (IN) para a importação de determinado produto.
13UNIDADE I Métodos de Importação
2 TRATAMENTO ADMINISTRATIVO
O tratamento administrativo é a base para a sequência da importação. Antes mes-
mo	 de	 começar	 a	 importar	 o	 interessado	 deve	 começar	 a	 classificação	 da	mercadoria;	
é somente a partir dela que é possível consultar os procedimentos a serem tomados, a 
saber,	podemos	definir	os	três	primeiros	passos:	1)	escolhe-se	o	produto	a	ser	importado;	
2)	classifica	o	número	NCM	(Nomenclatura	Comum	do	Mercosul);	3)	consulta	o	tratamento	
administrativo do NCM do produto. 
Dependendo	do	produto	e	sua	classificação	poderá	ser	observado	se	aquele	produto	
será analisado pelo INMETRO, ou pelo MAPA, ou pela ANVISA, etc. Ainda, se é permitido 
importar aquele produto, se o país de origem está autorizado a enviar determinado produto 
para o Brasil, se os impostos serão maior de determinadas empresas de origem, ou, se 
precisa ter autorização para o embarque (mas esses tipos de autorizações trataremos em 
tópico	específico).
No	passo	1,	classificação	do	NCM,	verifica-se	o	tipo	de	produto,	sua	constituição	e	sua	
finalidade	(Revenda,	uso	e	consumo	ou	ativo	e	imobilizado).	É	sabido	que	os	países	possuem	
sua cultura e códigos linguísticos que nem os maiores linguistas do mundo seriam capazes de 
entender a todos. Imagine agora relacionar cultura e produtos. Pense em uma caneta! Simples 
assim. Mas nos EUA se diz “pen”, já na china se diz (bi), ou seja, para diminuir o número de 
erros	é	melhor	tratar	os	produtos	com	códigos	numéricos	em	que	cada	um	deles	signifique	uma	
coisa,	como	seu	peso,	sua	composição,	sua	função,	sua	finalidade,	material	constituinte,	etc. 
14UNIDADE I Métodos de Importação
O NCM está presente tanto na Tarifa Externa Comum (TEC) como na Tabela de Incidência 
do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), podendo ser consultado no site do MDIC 
e junto com o NCM, encontra-se as alíquotas de II, IPI, PIS e COFINS, além é claro do 
manual	de	classificação	de	mercadorias,	assim	como	o	tratamento	administrativo	do	NCM.	
A	Receita	Federal	(RF)	ajuda	na	classificação	da	mercadoria	por	meio	de	consulta	
pública (item a item), mas seria impossível importar se todas as vezes fosse preciso esperar 
a	RF	classificar	para	o	cliente	os	produtos,	por	isso,	é	de	domínio	público	a	lista	de	NCMs	
dos produtos comuns nas transações de comércio exterior. Mas e os produtos que vão 
surgindo no decorrer do tempo? E os produtos que deixam de existir? Bem, para esses 
casos,	a	classificação	é	feita	por	associação	ou	aproximação	de	produtos.
Se	fosse	necessário	classificar	um	disco	voador,	por	exemplo,	não	há	número	de	
NCM para esse produto, mas há um relacionado: 8803.30.00 - Aeronaves e aparelhos 
espaciais,	 e	 suas	 partes.	 Mesmo	 sendo	 estabelecido	 números	 para	 a	 classificação	 da	
mercadoria,	na	prática	é	comum	os	fornecedores	enviarem	documentos	com	classificação	
distintas,	pois	muitas	vezes	no	país	de	origem	o	número	não	está	atualizado	ou	a	fiscaliza-
ção	é	mais	branda	quanto	a	classificação	fiscal.	
A	saber,	a	classificação	 incorreta,	para	o	Brasil,	é	passiva	de	multas	altíssimas,	
onerando o importador/exportador; este sistema é adotado desde 1995 pelo Sistema Har-
monizado	(SH),	criado	pela	OMC	e	define	o	tratamento	administrativo.
Observando	 o	 número	 de	 classificação	 do	 produto,	 é	 possível	 constatar	 que	 a	
classificação	fiscal	é	composta	por	4	dígitos:	0000	(xxxx).	Entretanto,	para	o	Brasil,	deve-se	
atentar	para	a	classificação	mais	específica	do	produto.	No	exemplo	da	caneta,	seu	material	
constituinte poderia ser de madeira, logo o tratamento administrativo seria pelo Ministério 
da agricultura (MAPA), poderia dar choque (ANVISA), poderia ser banhada à ouro, poderia 
ser de plástico, etc. 
Para	cada	tipo	de	caneta	há	uma	subclassificação.	Há	livros	específicos	e	discipli-
nas	detalhadas	para	a	classificação	da	mercadoria,	mas	para	você	entender	a	estrutura	da	
classificação	que	designa	o	tratamento	administrativo	de	um	produto	você	pode	observar	
a Figura 3
15UNIDADE I Métodos de Importação
Figura 3 – Estrutura do NCM
Fonte: o autor (2020)
Na estrutura anterior é notório que dependendo do tipo da caneta haverá uma 
classificação	específica	e	a	classificação	incorreta	pode	gerar	multas	na	importação.	Isso	
acontece pelo motivo de que cada tipo de caneta haverá um custo envolvido, logo, a tri-
butação	sofrerá	variações.	A	classificação	de	mercadoria	é	um	trabalho	árduo	até	mesmo	
para	os	profissionais	do	comércio	exterior.	Alguns	produtos	possuem	também	uma	defesa	
chamada Antidumping, para tornar o produto concorrente, outras simplesmente podem não 
seguir os padrões nacionais de segurança estabelecidos pelo INMETRO.
Para Assumpção (2007), o controle administrativo nas importações é realizado pelo 
tratamento administrativo, podendo ser consultado no site do MDIC e nele consta se o 
produto pode ser trazido livremente ou se precisa de autorização, ou seja, por meio da 
Licença de Importação (LI) sujeita a anuência de órgãos do governo ou podem ser trazidos 
para o tratamento administrativo já estabelecido na NCM de cada produto. Sobre a Licença 
de importação trataremos mais adiante.
16UNIDADE I Métodos de Importação
3 TIPOS DE LICENCIAMENTO E MATERIAL USADO
De acordo com o art. 13 da Portaria SECEX nº 23/2011, de modo geral, as “importa-
ções brasileiras estão dispensadas de licenciamento, exceto nas hipóteses de importações 
sujeitas ao tratamento de Licenciamento Automático, Licenciamento Não-Automático ou 
Impedimento”. Desse modo, cabe aos importadores e despachantes aduaneiros a obser-
vação	da	classificação	dos	produtos	e	seus	tratamentos	administrativos.	
Em caso de autorização automática, o importador pode trazer a mercadoria e pro-
videnciar o registro da Declaração de Importação (DI) no Sistema Integrado de Comércio 
Exterior (SISCOMEX), e, consequentemente proceder com o Despacho Aduaneiro junto à 
Receita Federal do Brasil.
A Receita Federal disponibiliza aplicativos como o “importador” e no site da RF 
para simular se o produto está sujeito a liberação automática ou Licenciamento prévio, ou 
seja, se precisará de autorização de algum órgão anuente para a importação. Ainda, para 
auxiliar o importador, a RF também disponibiliza uma tabela de informativa a respeito do 
Tratamento Administrativo aplicado às Importações denominada “bens sujeitos à Licença 
ou Proibição na Importação”.
A Licença de Importação (LI), é um documento ou informação na Nomenclatura 
Comum do Mercosul (NCM - explicada anteriormente) emitido pelo SISCOMEX que libe-
ra a importação de mercadoria. Todo produto tem o processo de licenciamento, sendo 
a maioria automático e liberado diretamente no NCM indicado. Dependendo do produto, 
17UNIDADE I Métodos de Importação
deverá passar pela liberação por meio do licenciamento. Vejamos a seguir os principais 
Licenciamentos de Importação (LI).
3.1 Importações Dispensadas de Licenciamento
A maioria dos produtos não precisam de Licença de Importação (LI). São produ-
tos que geralmente já são trazidos para o país com certa frequência e também já foram 
analisadas as possibilidades de comercialização, ou que não ferem nenhuma legislação 
estabelecida.	Isso	não	significa	que	um	produtoque	não	tenha	LI	será	sempre	assim,	pois	
em algum momento o governo pode entender que determinado produto ou país começou a 
ir contra a legislação interna do país de origem ou destino.
3.2 Importações Sujeitas a Licenciamento Automático
Os	 produtos	 classificados	 nesta	 modalidade	 são	 liberados	 automaticamente.	 A	
diferença em relação com a anterior é que neste caso irá precisar registrar a LI no sistema 
do órgão anuente, mas assim que for registrado aparecerá que está liberada. Essa moda-
lidade normalmente é usada apenas para que os órgãos anuentes tenham maior controle 
de quantidade de determinado produto está entrando no país, ou para acompanharem 
determinados desempenhos econômicos do produto. Normalmente uma LI com licencia-
mento automático passa a ter licenciamento obrigatório dependo do que for constatado no 
processo de análise. 
Costumeiramente o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) 
considera móveis de madeira com o Licenciamento automático e quando a mercadoria 
chega é feita a vistoria da carga. Alguns licenciamentos automáticos podem levar alguns 
dias	para	a	liberação;	isso	ocorre	quando	o	sistema	irá	verificar	alguns	dados	do	registro	da	
LI e se estão de acordo, por exemplo país de origem e tipo de material constituinte.
3.3 Importações Sujeitas a Licenciamento Não Automático
Nesta modalidade a mercadoria não poderá embarcar para o Brasil até que o órgão 
anuente analise o caso. Ainda, o tempo de deferimento é maior, pois o produto está sob 
análise. Essa análise pode estar relacionada a diversos motivos, desde sub preços (para 
prevenir defesa comercial), cargas perigosas, venenos, produtos de marca, alimentos, san-
ções internacionais pela Organização Mundial do Comércio (OMC) feitas a alguns países, 
dentre outras.
Produtos dessa categoria estão sob controle do governo principalmente no que se 
diz respeito a qualidade e quantidade de produtos importados (alimentos, medicamentos, 
18UNIDADE I Métodos de Importação
brinquedos etc.), visando sempre a proteção do mercado interno. Os produtos mais comuns 
que	constam	com	impeditivo	são	os	que	precisam	de	certificações	do	MAPA,	INMETRO,	
ANVISA,	DECEX,	IBAMA,	dentre	outros.	Por	fim,	mesmo	após	a	liberação	da	importação	
pelos órgãos anuentes, a maioria dos produtos deste tratamento administrativo (constantes 
na	NCM)	passam	por	uma	vistoria	física	assim	que	chegam	na	alfândega	com	a	finalidade	
de	verificação	de	irregularidade,	como	é	o	caso	de	pneus,	bebidas,	brinquedos,	animais,	
ferramentas, etc.
3.4 Importações de Material Usado (Licenciamento)
Em consonância com o art. 13 da Portaria SECEX nº 23/2011, de modo geral é 
proibido a importação de Material usado. Entretanto, o governo abre exceção para alguns 
produtos, e, obviamente esses produtos passam pelo tratamento administrativo da LI não 
automático, uma vez que será analisado caso a caso. 
Para as exceções destacamos (apenas algumas) do que pode ser importado como 
material usado: a) Máquinas, equipamentos, aparelhos, instrumentos, ferramentas, moldes 
e contêineres para utilização como unidade de carga, na condição de usados, desde que 
não sejam produzidos no país (Brasil), ou seja, que não tem similar aqui em nosso país 
para atender a demanda; b) partes e peças de equipamentos de produtos importados e que 
somente o fabricante possui; c) equipamentos, partes e peças que sejam destinados para 
a reconstrução do país (em caso de catástrofes); d) veículos antigos para colecionadores, 
desde	que	classificados	nas	NCMs	8701,	8702,	8703,	8704,	8705,	8709,	8711	e	8716,	e	no	
sub item 8903.91.00 da NCM; e) Instrumentos para a aeronáutica ou marinha; f) Importação 
de equipamentos, partes e peças de regime drawback, ou seja, de equipamentos que serão 
trazidos para fabricação de produtos a serem exportados; g) importação de vestuário para 
desfiles	e	equipamentos	para	utilização	em	jogos	olímpicos,	dentre	outras	situações.
Por	fim,	cabe	ressaltar	que	o	prazo	de	liberação	de	cada	modalidade	de	Licença	de	
Importação vai depender de sua categoria, ou seja, deferimento diferente para cada tipo de 
LI. Os processos mais ágeis são os do MAPA e DECEX (de 3 a 5 dias), já os processos com 
deferimento pela ANVISA e INMETRO levam mais tempo (de 20 a 30 dias) para análise, 
uma vez que precisarão de mais tempo para a aferição do que é exigido na importação. 
Os registros e acompanhamentos são feitos por meio do Sistema Integrado de Comércio 
Exterior (SISCOMEX).
19UNIDADE I Métodos de Importação
4 PAGAMENTOS INTERNACIONAIS E CUSTOS LOGÍSTICOS INTERNACIONAIS
O	 transporte	 da	mercadoria	 oriunda	 de	 outros	 países	 fica	 a	 cargo	 dos	 agentes	
logísticos, muitas vezes conhecidos como “agentes de carga”. Trata-se de um grupo de 
empresas responsáveis pela logística das empresas e para entender melhor o seu funda-
mental papel no translado de mercadorias e serviços é importante entender as regras que 
regem o transporte de mercadorias e a responsabilidade de cada envolvido.
De modo geral, há dois momentos envolvendo custos internacionais. Primeiro o 
momento em que se paga a mercadoria ao fornecedor; e, o segundo momento em que 
se paga pelo transporte da mercadoria. No primeiro, a negociação é entre o comprador 
e vendedor e o pagamento da mercadoria é feita por intermédio dos canais bancários 
devidamente	 credenciados	 para	 esse	 fim.	 Já	 no	 segundo	momento,	 pode	 ou	 não	 estar	
envolvido o fornecedor, trata-se do transporte da mercadoria. Nesse caso, o fornecedor só 
será	envolvido	caso	a	modalidade	de	transporte	necessite	sua	influência,	a	saber,	chama-
dos essa modalidade de transporte de Incoterms (International Commercial Terms / Termos 
Internacionais de Comércio).
Segundo o site governamental (http://www.aprendendoaexportar.gov.br/), os 
Incoterms	 servem	para	definir	 as	 responsabilidades	e	obrigações	de	 cada	envolvido	na	
importação, logo, entende-se que o custo logístico deve ser assumido pelos envolvidos no 
processo e delimitados pelas regras de transporte de mercadorias, assim como a respon-
sabilidade de cada envolvido. Importante saber que essas regras não são leis, mas foram 
20UNIDADE I Métodos de Importação
editadas	 e	 reunidas	 pela	Câmara	 de	Comércio	 Internacional	 (CCI)	 com	 a	 finalidade	 de	
ajudar os negociadores internacionais.
Vigente desde 2010, em resumo, os principais Incoterms que devem aparecer na 
fatura	de	compra	podem	ser	classificados	como:	a)	EX	WORKS	-	EXW	(Local de Entrega 
Nomeado) em que o fornecedor apenas fabrica ou vende a mercadoria e o comprador paga 
o transporte desde a fábrica, na origem, até a empresa do comprador, no destino; b) já no 
FREE CARRIER - FCA (Livre no Transportador) o vendedor entrega a mercadoria em local 
combinado, para que o comprador retire e dali em diante o vendedor não tem mais res-
ponsabilidade de custos de transporte pela mercadoria; c) FREE ALONGSIDE SHIP - FAS 
(Livre ao Lado do Navio) como o nome já diz, o combinado será o exportador deixar a mer-
cadoria não em um local qualquer, mas sim ao lado do navio para embarque. Nesse caso, 
os custos da alfândega são incorporados ao exportador, uma vez que a mercadoria será 
entregue livre para embarcar; d) FREE ON BOARD - FOB (Livre Embarcado) o exportador 
fica	responsável	pelos	custos	logísticos	até	o	momento	em	que	a	mercadoria	embarcar	no	
transporte internacional. A diferença deste Incoterms é que é utilizado unicamente para 
transportes marítimos; e) COST AND FREIGHT - CFR (Custo e Frete) nesta modalidade o 
custo e o frete é pago pelo exportador, ou seja, na negociação o exportador já considerará 
os custos que terá para o translado da mercadoria e incluirá no valor da mercadoria, desta-
cando na nota o que é valor de mercadoria e o que é valor de frete internacional; f) COST, 
INSURANCE AND FREIGHT - CIF (Custo, Seguro e Frete), nesta modalidade o seguro da 
mercadoria, os custos dos bens e frete são incluídosna nota, destacando cada um deles 
devidamente, além é claro de combinar o local de entrega da mercadoria. Em suma, temos:
Tabela 1 – Resumo do Incoterms
GRUPO INCOTERMS 2010 PONTO DE TRANFERÊNCIA DO CUSTO PONTO DE TRANFERÊNCIA DO RISCO
E EXW	-	EX-WORK ORIGEM ARMAZÉM NA ORIGEM
F
FAS - FREE ALONG SIDE SHIP TRANSPORTE PRINCIPAL NÃO PAGO AO LADO DO NAVIO
FOB - FREE ON BOARD TRANSPORTE PRINCIPAL NÃO PAGO PRIMEIRA MURADA DO NAVIO
FCA - FREE CARRIER TRANSPORTE PRINCIPAL NÃO PAGO PRIMEIRO TRANSPORTE INTERNACIONAL
C
CFR - COST AND FREIGHT TRANSPORTE PRINCIPAL PAGO PRIMEIRA MURADA DO NAVIO
CIF - COST, INSURANCE AND 
FREIGHT TRANSPORTE PRINCIPAL PAGO PRIMEIRA MURADA DO NAVIO
CPT - COST AND FREIGHT TRANSPORTE PRINCIPAL PAGO PRIMEIRO TRANSPORTE INTERNACIONAL
CIP - COST, INSURANCE AND 
FREIGHT PAID TRANSPORTE PRINCIPAL PAGO
PRIMEIRO TRANSPORTE 
INTERNACIONAL
DAP - DELIVERY AT PLACE DESPESAS ATÉ LOCAL DE ENTREGA LOCAL DETERMINADO DO DESTINO
D
DAT - DELIVERY AT TERMINAL DESPESAS ATÉ TERMINAL DE ARMAZENAMENTO
LOCAL DETERMINADO DO 
DESTINO
DDP - DELIVERY DUTY PAID DESPESAS INCLUINDO IMPOSTOS ATÉ LOCAL FINAL DE ENTREGA
LOCAL DETERMINADO DO 
DESTINO
Fonte: o autor (2020)
21UNIDADE I Métodos de Importação
Os	 termos	 EXW,	 FCA,	 CIP,	 CPT,	 DAP,	 DAT,	 DDP	 são	 utilizados	 para	 qualquer	
modalidade de transporte (terrestre, marítimo, aéreo e ferroviário), incluindo multimodal. 
Já os termos FAS, FOB, CFR, CIF são utilizados somente para transporte de mercadorias 
via	marítima	ou	fluvial.	Os	termos	do	Grupo	“F”	e	do	Grupo	“E”	correspondem	ao	transporte	
internacional não pago. Os do Grupo “D” (Delivered) e os do Grupo “C” correspondem ao 
transporte pago.
Além desses Incoterms destacados há uma lista que pode ser consultado no site 
da Receita Federal, e, é importante esclarecer que cada Incoterms destaca as responsa-
bilidades e deveres de cada envolvido, além de delimitar a modalidade de transporte de 
cada um, ou seja, alguns só podem ser usados para o transporte marítimo, outros para o 
transporte aéreo e outros para os rodoviários. Além disso, a logística internacional prevê as 
questões de armazenagem, viabilidade de modalidade, seguro da mercadoria, transporte 
interno e externo, além é claro das responsabilidades e riscos das partes envolvidas.
Considerando as modalidades de transporte, é importante que o importador tenha 
em mente que dependendo do modo que trata a mercadoria terá mais ou menos custos. 
Entretanto, há transportes que são mais rápidos e mais custosos o que pode ajudar o 
importador em iminente necessidade de determinada mercadoria.
Os custos internacionais dependem da distância em que a mercadoria irá percorrer, 
para isso, há a necessidade de uma cotação de frete internacional que pode ser feita dire-
tamente pelos agentes de carga. Logo, os agentes de carga terão tabelas internacionais de 
origem e destinos logísticos e é calculado pelo peso e cubagem da mercadoria. Somente 
com o peso e a cubagem é possível fazer uma cotação de preço de transporte, além é claro 
da origem e destino da mercadoria.
Você deve estar se perguntando: mas e como se faz o pagamento dessa mercado-
ria e transporte? Bem, vamos por partes! Pense assim: primeiro devo pagar a mercadoria 
ao fornecedor e segundo pagar pelo transporte dessa mercadoria. Szabo (2016) citando 
Ballou	(2004)	esclarece	que	a	“logística	é	lida,	além	de	bens	materiais,	como	o	fluxo	de	ser-
viços,	(...)	o	que	significa	que	inclui	todas	as	atividades	importantes	para	a	disponibilização	
de bens e serviços”. 
Considerando isso, para enviar o dinheiro pela mercadoria o comprador deve ser 
cadastrado regularmente como importador e cumprir as regras de envio de valor constantes 
na Resolução n° 3.568, de 29.05.2008 do Banco Central. Se a negociação doméstica é cheia 
de	regras	e	parametrizações,	imagine	no	comércio	exterior!	Os	fatores	que	mais	influenciam	
na	negociação	são	os	fatores	culturais,	pois	a	confiança	da	modalidade	de	pagamento	varia	
22UNIDADE I Métodos de Importação
de país para país. No momento em que se prepara para entrar no comércio internacional, 
deve-se ter em mente que os costumes estarão envolvidos também na negociação, por 
isso, a distância e a língua pode ser impeditivos para o sucesso de uma relação comercial.
Normalmente	os	próprios	bancos	“fecham	o	câmbio”	por	meio	das	regras	específicas	
de câmbio que são regulamentadas pela Lei 4.595, de 1964, Resolução CMN 3.265, 2005, 
dentre	 outras,	 sempre	 com	a	 fiscalização	 e	 atualizações	 feitas	 pelo	Sistema	Financeiro	
Nacional, Conselho Monetário Nacional (CMN) e Banco Central.
Em regras gerais os pagamentos da mercadoria são feitos pelos bancos via con-
tratos internacionais nas seguintes modalidades: Antecipado (antes do embarque), À vista 
(do momento do embarque até o registro da Declaração de Importação (DI)), A prazo (após 
o registro da mercadoria), ou, ROF (Registro sobre Operação Financeira) para os casos 
de negociação com pagamento acima de 360 dias. O cálculo de custo de cada operação é 
feito exclusivamente pelos bancos e deve ser consultado de acordo com o montante a ser 
enviado,	logo	não	há	fórmula	prévia	estabelecida	para	essa	movimentação	financeira.
Para	cada	contrato	os	bancos	ou	agentes	financeiros	cobram	uma	pequena	taxa	
de operação e o custo maior está na observação da taxa cambial no dia do pagamento. 
Logo,	o	acompanhamento	do	mercado	financeiro	e	a	cotação	do	dólar	é	fundamental	para	
o momento em que for pagar uma mercadoria internacional. Normalmente as empresas 
importadoras	combinam	com	seus	agentes	 financeiros	 (bancos)	para	que	acompanhem	
o melhor momento para envio do dinheiro. Após o envio é obrigatoriamente necessário 
declarar à Receita Federal o motivo do envio e após a mercadoria Registrada, vincular o 
valor na nota de registro.
Nesse momento é importante pensar em mercadoria como o bem tangível che-
gando até o destino. Já no caso de serviços, por exemplo, um molde ou hora trabalhada 
no produto, caso seja cobrado à parte, também deve ser negociado à parte e pago em 
contratos distintos, pois um contrato será na modalidade de ferramental e serviços e outro 
de mercadoria a ser embarcada, o que está previsto nas normal da Lei 4.595, de 1964, 
Resolução CMN 3.265, 2005.
Os custos logísticos internacionais, segundo Szabo (2016) citando Ballou (2004), 
“é uma somatória dos custos dos elementos-chaves dessa cadeia, como por exemplo, o 
custo de transporte, o custo de armazenagem, processamento de pedido, ou seja, todos os 
custos ligados direta ou indiretamente aos produtos”.
Devemos considerar as variáveis de custos na separação da mercadoria, embala-
gem e marcação dos produtos, além das licenças necessárias junto aos órgão anuentes, 
23UNIDADE I Métodos de Importação
taxas e tributos envolvidos no manuseio, documentações de transporte e desembaraço da 
mercadoria, seguros e frete internacional/nacional, modal de transporte e monitoramen-
to de saída e chegada da mercadoria (Follow-up). Só é possível calcular os custos da 
mercadoria por meio de uma previsão de despesas! Normalmente tudo é calculado pela 
cubagem da mercadoria, como a seguir: Cubagem x custo da armazenagem + cubagem x 
frete + cubagem x taxas. O cálculo que fazemos entre custos internacionais e impostos de 
mercadoria chega a 80% do valor real do produto.
É comum entre os importadores a previsão de despesas para que tenham uma 
estimativa	 de	 custos.	 Sendo	 assim,	 os	 custos	 logísticos	 podem	 ser	 classificados	 como	
variáveis e invariáveis, sendo os variáveis de acordo com o volume da atividade (arma-
zenagem	nos	portos	e	aeroportos)	e	os	fixos	que	não	variam	de	acordo	com	o	volume	da	
atividade (armazenagem própria). 
Cada tributo na previsão de despesas deve ser considerado como internacional 
e nacional e ambos estão envolvidos no custo da mercadoria e a divisão entre eles é 
proporcionalmente regido por legislação própria, que serão vistos em outrasunidades.
Para que se comece a entender a previsão de despesas é importante fazer a classi-
ficação	da	mercadoria,	após,	cotar	o	valor	do	frete,	considerar	o	valor	do	seguro,	escolher	a	
modalidade de importação, consultar os impostos incidentes no tipo de importação e tipo de 
produto. Separadamente da taxa de câmbio utilizada para o envio de pagamento ao exterior, 
é necessário consultar a taxa PTAX, que será usada na nacionalização da mercadoria. É 
considerando essa taxa para os cálculos dos impostos na incidentes na importação. A taxa 
PTAX é uma média da variação do dólar calculado em determinado período de tempo, ou 
seja, é uma taxa de câmbio calculada durante o dia pelo Banco Central do Brasil. Consiste 
na média das taxas informadas pelos dealers de dólar durante 4 janelas do dia. É a taxa de 
referência para o valor do Dólar de D2 (em dois dias úteis).
Para facilitar o entendimento elaboramos uma previsão de despesas padrão consi-
derando uma importação FOB marítimo de USD 150000,00:
24UNIDADE I Métodos de Importação
Tabela 2 - Proposta de previsão de despesas
Fonte: o autor (2020).
Observe que o custo internacional está inserido no valor aduaneiro (Custo, Seguro 
e Frete); as taxas incidentes no processo, mesmo que internacional, entram na base de 
cálculo para os impostos nacionais. Sobre cada imposto nacional trataremos nas unidades 
seguintes e ajudará a entender o fato gerador de cada imposto.
25UNIDADE I Métodos de Importação
SAIBA MAIS
Você pode fazer uma simulação dos impostos e do custo de importação. Para isso, a 
Receita	Federal	disponibiliza	dois	aplicativos	 importantes	para	verificação	da	NCM	e	
também dos possíveis custos de importação. Além disso, nestes aplicativos (Importa-
dor) pode ser consultado o tratamento administrativo, ou seja, se a mercadoria precisa 
de Licença de Importação e se é permitido importar. Consulte a NCM de algum produto 
no site do MDIC e faça um teste do App:
Fonte: Receita Federal em <http://www4.receita.fazenda.gov.br/simulador/> (2020).
 
REFLITA 
“Existe o risco que você não pode jamais correr, e existe o risco que você não pode 
deixar de correr.” 
Peter Drucker.
26UNIDADE I Métodos de Importação
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro aluno, nesta unidade percebemos que o método de importação é vasto e cheio 
de detalhes a serem observados. Em uma importação, vimos que é importante considerar 
a	classificação	fiscal	da	mercadoria	ou	do	serviço	por	meio	da	Nomenclatura	Comum	do	
Mercosul (NCM). É a partir dela que poderemos começar a entender os tratamentos admi-
nistrativos de cada serviço ou produto, ou seja, se é um produto novo, usado, para uso e 
consumo,	revenda,	industrialização,	ou	para	ativo	e	imobilizado.	Partindo	da	classificação,	
é importante observar o local de origem e destino da mercadoria e se há Licenciamento da 
Importação e o tipo de licenciamento (automático, não automático).
Em	um	segundo	momento,	após	a	mercadoria	ser	devidamente	classificada	e	estar	
pronta para o embarque, chega o momento de pagar, nesse sentido, observamos nesta uni-
dade que há regras e modalidades para o envio do pagamento. Na sequência é o momento 
de fazer a cotação do frete internacional, pois é dele que dependemos dos valores para a 
verificação	dos	custos	internacionais.	Os	custos	internacionais	devem	ser	considerados	de	
acordo com a negociação, ou seja, por meio dos Incoterms previstos na legislação.
Por	fim,	o	método	de	 importação	mais	 inteligente	é	aquele	que	antes	de	 tudo	é	
respaldado por cálculos aduaneiros, para isso, é importante que o importador faça uma 
previsão de despesas. É nela que o importador terá uma ideia dos gastos que terá em uma 
determinada importação. Normalmente quem faz as previsões de despesas são os des-
pachantes	aduaneiros,	profissionais	de	comércio	exterior	que	estão	aptos	a	buscarem	as	
informações do agente de carga, exportador e importador, unindo todas as informações em 
uma tabela simples de cálculos dos impostos e despesas aduaneiras. Sobre os impostos 
incidentes	na	importação	trataremos	em	uma	unidade	específica.
Foi um prazer passar alguns processos de importação! Saiba que o campo de 
trabalho para os estudantes envolvidos nesta temática é vasto. Espero você em nossas 
próximas unidades desse curso.
27UNIDADE I Métodos de Importação
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
Título: Captain Phillips (Original)
Ano produção:	2013	|	Duração:	134	minutos	|	Classificação:	14	
anos | Gênero: Ação 
Sinopse: Richard Phillips (Tom Hanks) é um comandante naval 
experiente, que aceita trabalhar com uma nova equipe na missão 
de entregar mercadorias e alimentos para o povo somaliano. Logo 
no início do trajeto, ele recebe a mensagem de que piratas têm 
atuado com frequência nos mares por onde devem passar. A si-
tuação não demora a se concretizar, quando dois barcos chegam 
perto do cargueiro, com oito somalianos armados, exigindo todo o 
dinheiro a bordo. Uma estratégia inicial faz com que os agressores 
recuem, apenas para retornar no dia seguinte. Embora Phillips uti-
lize todos os procedimentos possíveis para dispersar os inimigos, 
eles conseguem subir à bordo, ameaçando a vida de todos. Quan-
do pensa ter conseguido negociar com os piratas, o comandante 
é levado como refém em um pequeno bote. Começa uma longa e 
tensa negociação entre os sequestradores e os serviços especiais 
americanos, para tentar salvar o capitão antes que seja tarde.
LIVRO 
Título: Noções Básicas De Importação
Autor: João Dos Santos Bizelli E Ricardo Barbosa
Editora: Aduaneiras
Sinopse: A obra apresenta, de forma prática, todas as informa-
ções	básicas	para	uma	visão	ampla	dos	principais	aspectos	fiscais	
e administrativos do processo de importação, analisando, após a 
definição	 da	 política	 brasileira	 das	 últimas	 décadas,	 a	 estrutura	
governamental com a indicação dos principais órgãos intervenien-
tes, inclusive da Camex, que deve estabelecer uma política de co-
mércio	exterior	mais	uniforme	e	eficaz,	os	principais	conceitos	da	
área, inclusive o Incoterms, o regime cambial vigente, a estrutura 
das nomenclaturas utilizadas no País (NCM, NBM e Naladi) com 
as regras	de	classificação	fiscal,	o	sistema	administrativo	para	o	
Licenciamento Não-Automático (LI) ou Automático (DI) das opera-
ções no Siscomex, os principais tributos e encargos que oneram 
as importações (I.I, IPI, ICMS e outros), transporte obrigatório, 
regimes aduaneiras especiais (drawback, admissão temporária, 
entreposto aduaneiro, etc) e atípicos (DEA, ZFM, Free Shop, Re-
cof, Recom, Repex, Repetro, etc.) os acordos internacionais que 
o Brasil é membro (GATT-OMC, NCPD, SGPC, Aladi e Mercosul). 
Conta também com o demonstrativo detalhado do cálculo dos tri-
butos de uma importação, incluindo a nova sistemática de cálculo 
por dentro do ICMS, e uma planilha de preço para compreensão 
mais adequada dos impostos e outros encargos que oneram estas 
operações. Traz informações sobre a solicitação de “Ex-tarifário” e 
estruturas (organogramas): MF-SRF e BCB, MDIC, Camex; e dos 
organismos internacionais OMC, Mercosul e Aladi.
28
Plano de Estudo:
• Admissão temporária, importação triangular, EX-tarifário e acordos
• Despacho aduaneiro e desembaraço aduaneiro
• Peculiaridades das operações de importação
• Pagamentos dos tributos e AFRMM
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar os casos especiais
• Compreender os tipos de tratamentos especiais
• Estabelecer a importância dos processos especiais
UNIDADE II
Operações Especiais de Importação
Professor Mestre Alexsandro Cordeiro Alves
29UNIDADE II Operações Especiais de Importação
INTRODUÇÃO
Caro (a) aluno (a), bem vindo (a) a segunda unidade do livro.
Vamos dar início ao estudo sobre as operações especiais de importação. Esta é 
uma unidade muito interessante, pois trataremos aqui dos processos individualmente e os 
momentos em que eles ocorrem. Em uma importação comum, já estão estabelecidas algu-
mas	regras	vigentes	para	que	o	governoacompanhe	a	importação	do	começo	ao	fim.	Como	
vimos	na	unidade	anterior,	cada	órgão	anuente	ou	envolvido	no	processo	fica	responsável	
por uma parte da importação, então nesta unidade veremos alguns dos procedimentos 
especiais para casos diferenciados na importação.
Com o propósito de agilizar o processo de importação, o governo estabeleceu por 
meio de Instruções Normativas ou até mesmo leis como proceder nos casos em que os 
produtos ou modalidades de importação fogem do estabelecido. Dessa forma, o principal 
agente	para	a	verificação	dos	casos	especiais	é	a	Receita	Federal.	É	ela	que	irá	conferir	
os documentos e o respaldo da legislação vigente, desde o momento que a mercadoria for 
embarcada até o desembaraço da mercadoria.
Surge	neste	processo	a	persona	do	despachante,	profissional	da	área	de	comércio	
exterior que monta o processo, como um advogado, e entrega à Receita Federal que a 
partir deste momento interage com o despachante, que responde junto com o importador 
às exigências legais previstas.
Começaremos por tratar dos casos especiais, alguns, e chegaremos ao momento 
do desembaraço da mercadoria, ou seja, quando a mercadoria está liberada para a utiliza-
ção de acordo com o exposto na Declaração de Importação (DI).
Em	seguida,	serão	apresentadas	as	legislações	específicas	para	cada	caso	espe-
cial elencado nesta unidade. É importante salientar que os casos especiais estão previstos 
em lei, entretanto, como o próprio nome já diz, são especiais e a Receita Federal poderá 
a qualquer momento solicitar comprovações e estabelecer regras que auxiliem no cumpri-
mento da lei.
Desejamos um ótimo estudo a todos!
30UNIDADE II Operações Especiais de Importação
1 ADMISSÃO TEMPORÁRIA, IMPORTAÇÃO “TRIANGULAR”, EX-TARIFÁRIO E ACOR-
DOS COMERCIAIS
Para entender o que são casos especiais de importação precisamos pensar em 
algumas situações! Imagine que você é um esportista e competidor em várias campeonatos 
de tiro ao alvo. Um dia você é convidado para participar de um evento no Brasil. No primeiro 
momento	 você	 fica	muito	 feliz,	 pois	 poderá	 competir	 em	 outro	 país	 e	 além	 disso	 pode	
mostrar	 seus	 talentos	a	 todo	o	mundo,	 afinal	 esta	é	uma	competição	mundial	 que	está	
acontecendo no Brasil e transmitido em diversas redes sociais. Você tem um agente no 
Brasil	que	te	ajudará	a	alugar	um	hotel,	e	você	fica	responsável	por	trazer	todos	os	seus	
instrumentos de competição. Mas para trazer no avião deverá despachar a mercadoria, 
pois são muitos instrumentos. Nesse caso, o seu agente aqui no Brasil terá que trazer seus 
pertences temporariamente e depois devolver ao país de origem.
Agora	 imagine	que	você	é	um	profissional	que	promove	feiras	e	eventos	em	um	
grande evento em São Paulo. Você quer trazer o que há de mais novo no mercado mundial, 
por exemplo, os carros que ainda nem foram lançados aqui no Brasil. Então organiza tudo 
e	 traz	um	carro	híbrido	único	que	deverá	ficar	no	Brasil	somente	no	período	da	 feira.	O	
embarque	dessa	mercadoria	não	é	definitivo,	logo,	não	é	uma	importação	comum	e	se	trata	
de uma importação em regime especial.
31UNIDADE II Operações Especiais de Importação
1.1 Importação Temporária
Nesses casos, a Instrução Normativa (IN) número 1600, de 14 de dezembro de 
2015 irá respaldar que essa mercadoria entre e saia do Brasil de forma adequada e seu 
evento ocorra conforme o planejado. Entretanto, na feira, um investidor gostou muito do 
carro híbrido e agora fez uma proposta irrecusável a você. Ele vai comprar o carro, mas 
legalmente você não fez a importação para revenda e sim para exposição. Bem nesse caso 
é	possível	você	fazer	a	importação	definitiva	da	mercadoria,	desde	que	previsto	em	lei.
Esse exemplo que foi dado é um caso de importação temporária, segundo o site 
da Receita Federal, uma importação temporária é um regime aduaneiro que possibilita a 
entrada	de	algumas	mercadorias	no	país	 com	uma	finalidade	específica	e	 com	período	
previamente determinado de permanência em território nacional. Para esses casos os im-
postos	ficarão	suspensos	e	o	importador	terá	que	assinar	um	termo	de	compromisso	com	
data prevista de devolução da mercadoria ao país de origem. 
Basicamente essas exportação são feitas para feiras, exposições, congressos, 
eventos	(de	caráter	científico,	comercial,	técnico,	cultural	ou	esportivo)	que	visem	a	promoção	
comercial	e/ou	para	o	uso	individual	em	exercício	temporário	de	atividade	profissional	de	
não residente (que não more no país).
Segundo a IN 1600/14, o processo para a importação temporária, por ser uma 
importação especial deve seguir basicamente os seguintes passos: a) pode ser solicitado 
por pessoa física ou jurídica mediante a solicitação; b) o pedido deve ser feito diretamente 
na unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) pelo importador ou seu re-
presentante legal, nesse caso o despachante; c) assinar o Termo de Responsabilidade em 
que consta multa e penalidades legais se o regime de importação temporária for descum-
prida; d) será realizada uma importação de importação simplificada, ou seja, Declaração 
Simplificada de Importação (DSI) -eletrônica ou em papel; e) caso a mercadoria venha 
junto com o exportador para a feira ou evento deverá declarar a situação por meio da 
Declaração de Bagagem Acompanhada/Desacompanhada, a Declaração de Importação 
(DI) ou outras documentações solicitadas pela Receita Federal; f) o prazo para a concessão 
ou indeferimento do regime tem prazo estabelecido de até 30 dias, caso toda a documen-
tação e exigências estiverem corretas na solicitação; g) por fim, a legislação defende que 
a fiscalização pode solicitar vistoria da mercadoria, inclusive no evento para a constatação 
da finalidade da mercadoria.
Caso o interesse secundário da mercadoria também seja para venda, o solicitante 
deve esclarecer nos documentos de importação temporária, alertando que caso a mercado-
32UNIDADE II Operações Especiais de Importação
ria seja vendida fará a nacionalização normal do produto; seguindo os procedimento de uma 
importação para revenda e novo processo administrativo será aberto para a nacionalização 
da mercadoria.
1.2 Importação “triangular” 
Também conhecido como importação por conta e ordem, a importação triangular 
tem respaldo legal e são estabelecidas regras por meio da Instrução Normativa nº 1.861, 
de 27 de dezembro de 2018. Segundo esta IN, nota-se que:
Art. 2º Considera-se operação de importação por conta e ordem de terceiro 
aquela em que a pessoa jurídica importadora é contratada para promover, em 
seu nome, o despacho aduaneiro de importação de mercadoria estrangeira, 
adquirida no exterior por outra pessoa jurídica. § 1º Considera-se adquirente 
de mercadoria estrangeira importada por sua conta e ordem a pessoa jurí-
dica que realiza transação comercial de compra e venda da mercadoria no 
exterior, em seu nome e com recursos próprios, e contrata o importador por 
conta e ordem referido no caput para promover o despacho aduaneiro de im-
portação. § 2º O objeto principal da relação jurídica de que trata este artigo é 
a prestação do serviço de promoção do despacho aduaneiro de importação, 
realizada pelo importador por conta e ordem de terceiro a pedido do adqui-
rente de mercadoria importada por sua conta e ordem, em razão de contrato 
previamente	firmado,	que	poderá	compreender,	ainda,	outros	serviços	rela-
cionados com a operação de importação, como a realização de cotação de 
preços, a intermediação comercial e o pagamento ao fornecedor estrangeiro. 
(IN 1.861/18)
De acordo com a legislação, uma empresa importadora pode ser contratada para 
trazer uma mercadoria, em sua totalidade, para outra empresa no Brasil que não é impor-
tadora. A negociação é simples: o cliente entra em contato com a empresa importadora e 
compra uma carga inteira de determinado produto, entretanto esta empresa compradora, 
por algum motivo, não pode importar diretamente o produto.Então essa empresa estabelece 
que pagará por toda a importação, inclusive o recolhimento dos impostos, mas o nome do 
importador será o da empresa que tem o know-how ou capacidade de importação junto ao 
RADAR (departamento responsável pelo credenciamento de uma empresa importadora).
O	 RADAR	 define	 inclusive	 a	 quantidade	 em	 valor	 de	 moeda	 (USD)	 que	 uma	
empresa pode importar, logo a empresa passa por um momento de análise e a Receita 
Federal acompanha a capacidade de importação da importadora. Normalmente o Radar 
inicialmente é Limitado e após determinado tempo passa a ser ilimitado, dependendo da 
frequência da importação.
Para que a importação por conta e ordem (triangular) aconteça, a empresa contra-
tada como importadora precisa atuar também no seguimento do produto que está sendo 
embarcado, caso contrário deve solicitar a liberação temporária do tipo de produto a ser 
embarcado, ou seja, se uma empresa é importadora de papel toalha, não pode importar 
33UNIDADE II Operações Especiais de Importação
carros para uma concessionária, por isso terá que explicar para a Receita Federal que se 
trata de uma compra por conta e ordem.
Todos os documentos de importação terão em sua declaração que trata-se de uma 
compra triangular, uma vez que os impostos e demais tratativas devem ser observadas 
diretamente	com	o	comprador	final	do	produto	importado.
Para entender melhor, observe:
Figura 1 – Fluxo da Operação Triangular
Fonte: o autor (2020)
Observe que em todo momento os três agentes do processo estão envolvidos e a 
Receita Federal precisa saber deste processo. O comprador pode enviar o dinheiro ao ex-
portador por meio do importador. O mesmo acontece com os impostos e os custos totais da 
importação que é pago pelo Comprador do produto, mas por intermédio do importador. Na 
Figura	1	fica	claro	que	o	importador,	nessa	situação,	é	apenas	um	facilitador	no	processo	
e este recebe pelos seus serviços conforme previsto na da Instrução Normativa nº 1.861 
que	define	“a	transação	comercial	de	compra	e	venda	de	mercadoria	nacionalizada,	me-
diante	contrato	previamente	firmado	entre	o	importador	por	encomenda	e	o	encomendante	
predeterminado”. Note que como a legislação é precisa, ambas as empresas devem estar 
cadastradas no Sistema de Comércio Exterior conforme RFB nº 1.603, de 15 de dezembro 
de	2015,	que	estipulam	os	limites	financeiros	de	importação.
Exportador
ImportadorComprador
34UNIDADE II Operações Especiais de Importação
1.3 EX-tarifário 
O regime de EX-tarifário (ou “exceção tarifária”) é um sistema governamental para 
a estimulação ou desestimulação de importação de determinados produtos. Basicamente 
tem objetivo para rever as questões tributárias de determinados insumos ou máquinas 
importadas. 
O	EX-tarifário	 não	 é	 imutável,	 por	 isso	 o	 importador	 que	 quer	 se	 beneficiar	 de	
reduções	de	tributos	devem	observar	sempre	as	modificações	que	são	feitas	pelo	governo,	
por exemplo, pode ocorrer a isenção tributária na área de determinados medicamentos, 
com o objetivo de suprir o mercado brasileiro com alguma medicação que esteja com falta 
de demanda, entretanto um tempo depois não existe mais essa redução devido à saturação 
de mercado. As últimas portarias revisadas pelo governo foram as de número 309, de 24 de 
junho de 2019, e número 324, de 29 de agosto de 2019.
De modo geral, o EX-tarifário consiste na redução por um determinado tempo da 
alíquota do imposto de importação (II) de bens de capital (BK), de informática e telecomuni-
cação (BIT), na Tarifa Externa Comum do Mercosul (TEC) que pode ser encontrado na lista 
de Nomenclatura (NCM), quando não houver a produção nacional equivalente. No ano de 
2019 o Ministério da Economia promoveu a redução a 0% (zero), ao amparo do Ex-Tarifário. 
Caso o importador não opte pelo EX-tarifário, as importações de BK têm incidência de 14% 
de Imposto de Importação, e as de BIT 16%. 
É notório que o regime especial de EX-tarifário ajuda no investimento do país, uma 
vez	que	o	custo	da	importação	fica	melhor	com	o	recolhimento	do	II	reduzido.	A	promoção	
desse regime visa: a) investimento em bens de capital (BK); b) investimento em informática 
e telecomunicação (BIT) - desde que não tenham produção considerável no país; c) ino-
vação e tecnologia; d) estimula a empregabilidade e renda sobre diferentes segmentos da 
economia nacional.
Ainda, algumas máquinas, segundo a legislação, podem ser importadas com o 
benefício do EX-tarifário, uma vez que comprovada que a entrada desse maquinário irá 
produzir produtos inovadores, inéditos ou mesmo a empregabilidade das pessoas. 
Para essa comprovação, o importador pode pedir EX-tarifário excepcional, caso 
não	 esteja	 na	 classificação	 da	mercadoria	 que	 aquele	 produto	 pode	 gerar	 emprego	 ou	
inovações de mercado. Para isso o importador precisa passar por um processo rigoroso de 
análise. Já na nova tratativa, as Portarias do Ministério da Economia nº 309, de 24 de junho 
de 2019, e nº 324, de 29 de agosto de 2019 estabelecem as regras para a solicitação de 
análise de EX-tarifário.
35UNIDADE II Operações Especiais de Importação
Para conhecimento, o modelo simples disponibilizado para análise deve conter em 
carta:
Assunto: Redução do Imposto de Importação - EX-tarifário 
Prezados Senhores: 
A (nome da Empresa ou Entidade), nos termos da Resolução nº 35, de 22 de novembro de 
2006, da Câmara de Comércio Exterior, vem solicitar a essa Secretaria de Desenvolvimento 
da Produção a redução do imposto de importação na forma de EX-tarifário, para o produto 
sem produção nacional abaixo descrito. 
I - Da entidade de classe ou empresa: 
a) Razão Social: 
b) CNPJ: 
c) Pessoa de contato (representante): 
d) Endereço: 
e) Telefone: 
f) Fax: 
g) e-mail: 
Obs.: As comunicações entre o MDIC e a empresa sobre o processo serão efetuadas apenas por meio dos endereços, 
telefones e fax listados aqui. É de responsabilidade da empresa mantê-los atualizados. Se a pessoa de contato não for 
um funcionário da empresa legalmente competente para representá-la, anexar procuração específica para pleitos desta 
natureza. 
II - Dos produtos: 
Obs.: Cada requerimento deve se referir a um único produto, em papel timbrado da empre-
sa requerente, não se admitindo pedido por meio de fax, telegrama ou semelhantes. No 
caso de a entidade de classe ou a empresa pretender mais de um produto, deve solicitar 
em requerimentos separados. 
a) Código da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM): (que entende ser classificado 
o produto.) b) Sugestão de descrição para o produto: (utilizando o padrão da NCM, sem 
incluir marca comercial, modelo ou tipo de equipamento ou procedência do mesmo.) c) 
Especificações técnicas detalhadas, descrição do funcionamento e informações adicionais: 
(tudo aquilo que se julgar necessário para a análise do pleito, acompanhado de catálogos 
técnicos originais e/ou literatura técnica pertinente.) c.1) Os documentos que instruírem o 
pleito de redução tarifária, não escritos no idioma português, deverão estar acompanhados 
de tradução. c.2) Quando o bem se apresentar em um único corpo e possuir mais de uma 
função, detalhar a função principal e as demais funções; c.3) Quando o bem se apresentar 
em vários corpos, especificar a função do conjunto, bem assim a função de cada corpo e 
como tais corpos estão integrados, observado o disposto no subitem anterior. 
III - Da previsão de importação: 
a) Previsão do valor FOB unitário do produto em US$: 
b) Quantidade de produtos a serem importados: 
c) Data prevista de embarque do produto a ser importado: 
d) Previsão de chegada em portos brasileiros: 
IV - Dos investimentos: 
a) Objetivos específicos do projeto: (especialmente os vinculados ao aumento das exporta-
ções, à substituição de importações, ao aumento da oferta de produtos ao mercado interno, 
aos ganhos de competitividade, aos avanços tecnológicos e à melhoria da infraestrutura 
e dos serviços. Sempre que possívelquantificar os objetivos mencionados neste item) b) 
Investimentos totais em bens importados, em dólares dos Estados Unidos (US$) e em reais 
36UNIDADE II Operações Especiais de Importação
(R$): (= FOB x Quantidade de produtos a serem importados) c) Investimentos em obras, 
instalações e bens nacionais, em reais (R$) d) Investimentos globais vinculados ao pleito, 
em dólares dos Estados Unidos (US$) e em reais (R$): 
ANEXOS: (citar a relação de documentos que acompanham o processo) 
Atenciosamente, 
Pessoa Responsável / Cargo
O prazo para a análise do pedido varia de acordo com a complexidade das caracte-
rísticas do produto. Ainda, uma vez conseguido o EX-tarifário para determinada importação, 
o prazo da liberação é por aproximadamente dois anos de validade, logo, se precisar im-
portar novamente o produto deverá ser observado a vigência da liberação, que consta em 
órgão	oficial	do	governo.
O EX-tarifário é um regime que tem característica de planejamento, pois a importa-
ção de produtos dessa modalidade devem começar bem antes de sua comercialização ou 
utilização para geração de empregos. Desse modo, o governo prevê alguns maquinários 
e	produtos	com	EX-tarifário	no	momento	em	que	o	importador	vai	fazer	a	classificação	da	
mercadoria e pode ser observado em Tratamento Administrativo. Os demais casos não 
previstos	na	classificação	devem	ser	pleiteados	junto	aos	órgãos	competentes.
1.4 Acordos Comerciais
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) desde 1990 atua para que o Brasil 
tenha planejamento estratégico na comercialização e a redução de barreiras, em sua maio-
ria a redução tarifária, entre países com relacionamento comercial. Além das reduções 
tarifária, os acordos estabelecem regras e disciplinas, condições iguais de competição em 
mercados estratégicos, maior participação do Brasil nas cadeias de produção internacional, 
e, maior acesso ao conhecimento de novas tecnologias.
Tem como objetivos também as reformas domésticas, maior produtividade em es-
cala	e	redução	do	custo	de	produção,	e	finalmente	a	competitividade.	Os	acordos	servem	
para a não discriminação de produtos oriundos do Brasil. Os acordos comerciais recente-
mente analisados pela CNI são:
37UNIDADE II Operações Especiais de Importação
Tabela 1 – Principais acordos com o Brasil (em andamento)
ENVOLVIDOS OBJETIVO
União Europeia
Defender a conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Euro-
peia com a inclusão dos pleitos de maior impacto para a indústria, 
sobretudo em acesso a mercados e regras de origem.
México
Defender a conclusão de um acordo de livre comércio ou de um 
acordo parcial – o mais amplo possível na cobertura de bens – que 
inclua regras de origem satisfatórias para a indústria e capítulos so-
bre	barreiras	técnicas,	medidas	sanitárias	e	fitossanitárias,	compras	
governamentais, facilitação de comércio e serviços.
Mercosul
Defender a importância do Mercosul para a indústria; apresentar e 
defender	propostas	para	influenciar	e	estimular	o	avanço	da	agenda	
econômica e comercial do bloco, em particular para a ampliação do 
livre comércio intrabloco e negociação de acordos em serviços e fa-
cilitação de comércio; e defender o aperfeiçoamento da governança 
técnica e administrativa do Mercosul.
Aliança	do	Pacífico
Apresentar e defender propostas para o aprofundamento da inte-
gração	 entre	 o	Mercosul	 e	 a	Aliança	 do	Pacífico,	 prioritariamente	
em acumulação de origem e facilitação de comércio; e defender o 
aprofundamento dos acordos bilaterais com o México e a Colômbia.
Estados Unidos e 
Japão
Defender o lançamento de negociações para acordos de livre co-
mércio com os Estados Unidos e o Japão com base nos roadmaps 
apresentados pelo setor privado brasileiro e pelas suas contrapartes 
americana e japonesa.
Tarifa Externa Co-
mum do Mercosul
Elaborar posicionamento para a defesa da abertura comercial do 
Brasil via acordos comerciais e, em paralelo, avaliar as opções para 
a racionalização da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul e suas 
exceções, com o intuito de aumentar a competitividade industrial.
OCDE
Elaborar e apresentar propostas que contribuam para a acessão do 
Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Eco-
nômico (OCDE), sobretudo nos temas de comércio, investimentos 
e tributação internacional; e defender, junto às congêneres da Con-
federação Nacional da Indústria (CNI) no exterior, o apoio dos seus 
respectivos governos para o processo de acessão do Brasil.
Fonte: o autor (2020)
Embora os supracitados estejam em andamento, sempre antes da importação é 
importante consultar a vigência dos mesmos, uma vez que os acordos tem características 
de serem por um determinado e tempo e posteriormente renovados, conforme o caso.
Os	acordos	mais	comuns	firmados	pelo	Brasil	são	Mercado	Comum	do	Sul	-	MER-
COSUL, Associação Latino-Americana de Integração - ALADI, NAFTA - Acordo de Livre 
38UNIDADE II Operações Especiais de Importação
Comércio da América do Norte, OPEP - Organização dos Países Produtores de Petróleo, 
Sistema Geral de Preferências - SGP, SGPC - Sistema Global de Preferências Comerciais. 
Já os acordos comerciais e negociações internacionais são os estabelecidos com a Organi-
zação Mundial do Comércio - OMC, União Europeia - EU, UNCTAD, Área de Livre Comércio 
das Américas - ALCA, Ministério da Economia e o Grupo dos 77. Todos os acordos estão 
disponíveis	nos	canais	eletrônicos	e	também	em	legislações	específicas.	
Já os acordos com preferência tarifárias, destacamos os de Regimes de Origem, 
Certificado	de	Origem,	Certificado	de	Origem	Digital	(COD),	ABC	das	Regras	de	Origem	e	
Pesquisa de Mercado. Caso queira consultar o que prevê cada um deles é importante que 
leia os acordos na íntegra. 
Os	acordos	firmados	exclusivamente	com	países	são:	Acordo	de	Sementes	entre	
países da ALADI (AG-02), Acordo de Bens Culturais entre países da ALADI (AR-07), Brasil - 
Uruguai (ACE-02), Brasil - Argentina (ACE-14), Mercosul (ACE-18), Mercosul - Chile (ACE-
35), Mercosul - Bolívia (ACE-36), Brasil - México (ACE-53), Mercosul - México (ACE-54), 
Automotivo Mercosul - México (ACE-55), Mercosul - Peru (ACE-58), Mercosul - Colômbia, 
Equador e Venezuela (ACE-59), Brasil/Guiana/São Cristóvão e Névis(AAP.A25TM 38), 
Brasil - Suriname (ACE-41), Brasil - Venezuela (ACE-69), Mercosul - Colômbia (ACE-72), 
Mercosul - Cuba (ACE-62), Mercosul/ Índia, Mercosul/ Israel, Mercosul/ SACU, Mercosul/
Egito, Mercosul/Palestina - AINDA SEM VIGÊNCIA, Acordo de Ampliação Econômico-Co-
mercial Brasil – Peru (AINDA SEM VIGÊNCIA) e Brasil - Paraguai (ACE-74).
Todos os acordos comerciais estão respaldados por regras de ambas as partes, 
por isso, não cabe aqui a análise de cada um deles, mas é importante esclarecer que em 
caso de importação os acordos internacionais devem ser consultados para a facilitação das 
negociações e possíveis benefícios tributários.
39UNIDADE II Operações Especiais de Importação
2 DESPACHO ADUANEIRO E DESEMBARAÇO ADUANEIRO
Para Tripoli e Prates (2016), a organização do processo de importação vai além 
da atividade entre importador e exportador, dessa forma podemos garantir que os órgãos 
governamentais,	por	sua	complexidade,	estabelecem	alguns	critérios	para	a	verificação	da	
mercadoria e também estabelecem os respondentes em cada fase do processo. 
O	despacho	aduaneiro	fica	a	cargo	do	despachante	aduaneiro,	pessoa	responsável	
pela tratativa com a Receita Federal e a entrega de todo documento solicitado. Normalmen-
te,	é	o	representante	legal	da	empresa	junto	a	aduna.	Esse	profissional	passa	por	provas	
específicas	e	somente	após	comprovado	o	período	de	experiência	na	profissão	é	que	pode	
atuar como despachante. Primeiro deve começar como ajudante de despachante, por uma 
média de 5 anos, após, realiza uma prova nacional de despachante e daí começa a atuar 
como despachante aduaneiro.
É dele a função de acompanhar o desembaraço aduaneiro que é feito exclusiva-
mente	pela	Receita	Federale	órgãos	envolvidos	na	importação	do	produto	específico.	Em	
suma, o despacho aduaneiro é a reunião de informações sobre a importação e a declaração 
de todas as informações em um sistema denominado Siscomex (Sistema de Comércio 
Exterior). Somente o despachante e a Receita Federal tem acesso às informações cons-
tantes no despacho aduaneiro.
O	Despacho	Aduaneiro	trata-se	do	procedimento	de	fiscalização	que	toda	merca-
doria deve passar, seja na importação ou exportação, no caso da importação é o momento 
40UNIDADE II Operações Especiais de Importação
em que se solicita a autorização da nacionalização da mercadoria. Tem o objetivo de uma 
verificação	precisa	de	todos	os	dados	que	foram	fornecidos	previamente	pelo	importador	
em relação a mercadoria importada, pois com base nessas informações que são cobrados 
os tributos e taxas de importação.
O regulamento aduaneiro, estudado na unidade anterior, estabelece os tipos de 
documentos e prazos necessários para o despacho da mercadoria e consequentemente 
culmina	no	desembaraço	da	mercadoria,	feito	pela	fiscalização.	
Para	 que	 o	 despacho	 aduaneiro	 siga	 um	 fluxo	 de	 tempo	 razoável	 é	 importante	
seguir alguns passos como: 01. Conclusão da Transação Comercial, envio da FATURA 
PROFORMA	ou	PROFORMA	INVOICE;	02.	Classificação	da	Mercadoria	(NCM)	e	descri-
ção	de	acordo	com	a	NCM	definida;	03.	Verificar	se	a	NCM	tem	L.I.,	e	se	o	deferimento	
é	antes	ou	após	o	embarque;	04.	Confirmar	com	o	 importador	se	o	Credenciamento	no	
RADAR,	procuração	e	Tela	RADAR	estão	ok;	05.	Verificar	a	modalidade	de	transporte	e	
fazer a cotação de frete; 06. Solicitar o seguro internacional provisório; 07. Enviar instrução 
de embarque para o exportador com dados do agente, NCM’s e demais dados a serem 
mencionados nos conhecimentos; 08. Enviar dados do exportador para o agente de carga 
do Brasil enviar para o agente na origem; 09. Solicitar ao exportador a cópia da Invoice 
e Packing para conferência do DRAFT do B/L; 10. Acompanhar o embarque e conferir 
DRAFT do B/L; 11. Fazer Follow up da posição dos processos para o cliente; 
Seguindo temos os passos: 12. Conferência Documental - solicitar ao exportador 
para enviar a cópia dos documentos originais e assinados por e-mail, antes do envio dos 
originais para o Brasil; 13. Solicitação dos documentos originais de importação para desem-
baraço; 14. Acompanhar com o agente de carga e SISCARGA a chegada da mercadoria 
no	Brasil;	 15.	 Verificar	 o	 local	 onde	 será	 o	 desembaraço	 aduaneiro;	 16.	 Verificar	 se	 os	
documentos	originais	chegaram;	17.	Solicitar	o	Seguro	Internacional	definitivo;	18.	Cotar	
o	frete	do	transporte	Rodoviário;	19.	Fazer	a	Solicitação	de	Numerários;	20.	Confirmar	a	
atracação	porto/Aeroporto;	21.	Verificar	se	houve	AVARIAS	para	comunicar	a	seguradora/
cliente;	 22.	Pagar	 taxas	e	providenciar	 a	 liberação	do	BL/AWB;	23.	Providenciar	 a	DTA	
(caso seja remoção para EADI) e ADTA no MAPA para container ou mercadorias que te-
nham deferimento da L.I. pelo MAPA, ANVISA e outros; 24. Providenciar o deferimento da 
L.I.	(se	houver);	25.	Registrar	a	D.I.	e	verificar	parametrização;	26.	Acompanhamento	de	
desembaraço junto a Receita Federal; 27. Mercadoria desembaraçada, informar ao cliente; 
28. Providenciar o carregamento; 29. Acompanhar até a entrega no cliente; 30. Separar 
41UNIDADE II Operações Especiais de Importação
processo	no	operacional	e	enviar	para	o	financeiro;	31.	Prestação	de	contas	da	Operação;	
32. Fim do processo.
Com	esses	procedimentos	provavelmente	a	mercadoria	seguirá	o	fluxo	corretamen-
te	de	importação.	Para	Melhor	entendimento	do	fluxo	e	tempo	do	processo	de	despacho,	
observe o esquema:
Figura 2 – Fluxo da importação
Fonte:	http://www.techimpex.com.br/tech_servicos/conteudo/fluxogramas/importacao_maritima_amarelo-
-vermelho.htm (2020)
O desembaraço da mercadoria acontece logo após o registro da Declaração de Im-
portação	(DI).	No	primeiro	momento,	o	desembaraço	envolve	a	verificação	dos	documentos	
que	acompanham	a	mercadoria,	com	a	finalidade	de	verificação	legal	dos	procedimentos	
documentais,	ou	seja,	se	tem	a	Invoice	(nota	fiscal	de	compra),	o	Packing	List	(romaneio)	e	
certificações,	se	for	o	caso.
O	 desembaraço	 aduaneiro	 pode	 envolver	 dois	 procedimentos:	 1)	 a	 verificação	
documental;	e,	a	verificação	da	carga	(física).	Os	documentos	necessários	para	o	desem-
baraço	e	também	a	verificação	física	da	carga	estão	estabelecidos	no	Decreto	4.543/2002.
42UNIDADE II Operações Especiais de Importação
Assim	que	a	mercadoria	chega	no	Brasil,	a	carga	é	colocada	em	uma	fila	de	espera,	
é	neste	momento	que	a	aduana	verifica	junto	aos	portos	e	aeroportos	a	“presença	de	carga”,	
ou seja, se o peso e dimensões fornecidas na documentação está correta. 
O sistema Siscomex é usado para completar o Registo da Mercadoria. Após o 
Registro da mercadoria o próprio sistema emite um documento denominado Declaração de 
Importação (DI). Após este registro a carga é parametrizada, para isso, usa-se um sistema 
de código para saber se está tudo correto com a mercadoria a ser nacionalizada. É no 
momento do registro da DI que são recolhidos automaticamente os impostos previstos em 
lei.
Na	parametrização	da	mercadoria	a	carga	pode	ser	classificada	como:	canal	Verde	
(não há análise); canal amarelo (conferência documental), vermelho (conferência documen-
tal e física), e canal cinza (todas as conferências anterior e também a consulta legal dos 
produtos e também possível auditoria da carga ou na empresa). Nesse último normalmente 
acontece em caso de suspeita de sonegação ou irregularidades na arrecadação do imposto.
Em resumo temos: 1º os bens chegam à alfândega nos portos ou aeroportos; 2º 
verificação	 e	 registro	 da	mercadoria;	 3	 º	 após	 desembaraço	 da	DI	 e	 desembaraçada	 a	
mercadoria	é	liberada	com	o	Certificado	de	Importação	(CI)	e	a	mercadoria	pode	ir	para	a	
empresa.
Em consonância com o decreto 6.759/06 visto na unidade anterior, a Instrução 
Normativa (IN) 680/06 os tipos de despacho aduaneiro como sendo: Art. 2º - I) despacho 
para consumo/revenda; a) ingressada no País com o benefício de drawback (aquele que 
é industrializado e devolvido); b) destinada à ZFM (Zona Franca de Manaus), à Amazônia 
Ocidental ou a ALC; c) contida em remessa postal internacional ou expressa ou, ainda, con-
duzida por viajante, se aplicado o regime de importação comum; e d) admitida em regime 
aduaneiro especial ou aplicado em áreas especiais, na forma do disposto no inciso II, que 
venha a ser submetida ao regime comum de importação; e III - despacho para admissão 
em regime aduaneiro especial ou aplicado em áreas especiais, de mercadoria que ingresse 
no País nessa condição.
43UNIDADE II Operações Especiais de Importação
3 PECULIARIDADES DAS OPERAÇÕES DE IMPORTAÇÃO
Durante o processo de desembaraço da mercadoria há algumas peculiaridades a 
serem observadas na INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF Nº 680, DE 02 DE OUTUBRO DE 
2006.	Dentre	elas	destacam-se:	Verificação	de	Mercadoria	pelo	Importador,	Declaração	de	
Importação, Registro Antecipado da DI, Documentos de Instrução da DI, Exame Documen-
tal,	Agendamento	da	Verificação	da	Mercadoria,	Formalização	de	Exigências	E	Retificação	
da DI, Desembaraço Aduaneiro, e Comprovante de Importação. A seguir, algumas especi-
ficações	considerando	a	IN	680/06	(recorte nosso):
3.1 Verificação de Mercadoria pelo Importador
No	Art.	10,	o	importador	poderá	requerer,	previamente	ao	registro	da	DI,	a	verifi-
cação das mercadorias efetivamente recebidas do exterior, para dirimir dúvidas quanto ao 
tratamento	tributário	ou	aduaneiro,	inclusive	no	que	se	refere	à	sua	perfeita	identificação	
com	vistas	à	classificação	fiscal	e	à	descrição	detalhada.	Isso	ocorre	nos	casos	de	descon-
fiança	se	o	exportador	realmente	enviou	a	mercadoria	com	os	critérios	estabelecidos.
3.2 Declaração de Importação
Art. 4º, a Declaração de Importação (DI) será formulada pelo importador

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