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O apelo das ideias marxistas vem de sua ampla interpretação do capitalismo e, mais especificamente, do capital (ou economia-política burguesa) e sua mensagem de transformação. A obra é uma teoria descritiva, explicativa e crítica ao capitalismo. O Manifesto comunista de 1848 influenciou profundamente a política do século XX. As ideias de Marx influenciaram muitos governos e movimentos revolucionários. · Contexto e Principais obras⭐ · 380 a.C. Platão argumenta que a sociedade ideal limita bastante a propriedade privada. · 1807 Georg Hegel desenvolve uma filosofia da história que inspira as teorias de Marx. · 1819 O escritor francês Henri de Saint-Simon defende uma forma de socialismo. · 1842 Engels, filho de um industrial alemão, conheceu Marx. · ⭐ Manuscritos econômico-filosóficos são uma série de notas escritas em 1844. Publicação somente em 1932 na então União Soviética, quase 50 anos após sua morte. Esboçou como a organização capitalista flagelou a vida dos trabalhadores. Um problema do capitalismo, para Marx, é a organização do trabalho. Nos Manuscritos desenvolveu a ideia de “trabalho estranhado”, a separação dos seres humanos de sua verdadeira natureza e de seu potencial para satisfação. Isso porque, Marx acreditava que o trabalho tinha potencial para a satisfação humana. Sob o capitalismo, o trabalho torna-se uma mercadoria a ser comprada e vendida, e os trabalhadores — que não possuem nada além de sua força de trabalho — são contratados pelos capitalistas — donos dos recursos produtivos, como fábricas e máquinas — para produzir bens que são vendidos com lucro. Marx argumentava que isso tirava a qualidade de satisfação do trabalho, levando ao “estranhamento” e, por conseguinte, à insatisfação. Uma das formas desse estranhamento vem do fato de esses bens feitos pelos trabalhadores não pertencerem a eles e não poderem ser mantidos por eles. Conforme cria mais bens, sua vida interior se encolhe, e sua satisfação atrofia. O trabalhador talvez produza lindos objetos para outras pessoas usarem e desfrutarem, mas, para si, só cria tédio e limitação. Além disso, outra forma desse estranhamento vem do próprio ato do trabalho. Seu trabalho é dirigido por outra pessoa que o trata como uma mera ferramenta de produção. Para Marx, a identidade humana está enraizada na habilidade das pessoas em transformar as matérias-primas da natureza em objetos. Os trabalhadores no sistema capitalista perdem a conexão com essa identidade básica — a atividade econômica faz da atividade produtiva um meio para um fim. Marx acreditava que a propriedade privada estava na raiz do estranhamento do trabalhador. A divisão da sociedade entre capitalistas que detêm a propriedade e trabalhadores sem propriedade é o que leva ao estranhamento dos trabalhadores. Um aspecto do sistema de propriedade privada é a troca e a “divisão do trabalho”. O estranhamento tornou o trabalho e as interações entre as pessoas meios de ganho econômico em vez de fins em si mesmos. Em trabalhos posteriores, Marx desenvolveu uma visão de história. Ele acreditava que os desenvolvimentos históricos eram determinados por fatores “materiais” — ou econômicos. Os seres humanos têm necessidades materiais e possuem a habilidade de produzir bens que as satisfaçam. A produção desses bens pode ser organizada de modos diferentes, cada um deles dando origem a diferentes arranjos sociais e políticos que, por sua vez, levam a ideologias (crenças) específicas. O capitalismo é uma forma específica de organizar a produção desses bens. Surgiu ao mesmo tempo em que velhas formas feudais de produção chegavam ao fim. ⭐ “Trabalho estranhado e propriedade privada” p. 79-90 ❖ “o trabalhador baixa à condição de mercadoria e à de mais miserável mercadoria, que a miséria do trabalhador põe-se em relação inversa à potência e à grandeza de sua produção” p. 79; ❖ “O trabalhador se torna tanto mais pobre quanto mais riqueza produz, quanto mais sua produção aumenta em poder de extensão. O trabalhador se torna uma mercadoria tão mais barata quanto mais mercadorias cria. Com a valorização do mundo das coisas aumenta em proporção direta a desvalorização do mundo dos homens. O trabalho não produz somente mercadorias, ele produz a si mesmo e ao trabalhador como uma mercadoria, e isto na medida em que produz, de fato, mercadorias em geral” p. 80; ❖ “o trabalho produz maravilhas para os ricos, mas produz privação para o trabalhador” p. 82; ❖ O trabalho “aparece ao trabalhador como se não fosse próprio, mas de outro (...) como se ele no trabalho não pertencesse a si mesmo, mas a um outro” p. 83; ❖ Trabalho estranho: redução da atividade vital humana (consciente) a apenas um meio para sua existência p. 85. ⭐ “Para a crítica da economia política” p. 107-140 ⊂ Contexto e pressupostos da teoria de Marx: o trabalho e a contradição produto x apropriação (“Trabalho estranhado e propriedade privada” p. 79-90) ❖ Decomposição das sociedades em suas classes: proprietários e trabalhadores sem propriedade; ❖ Economia clássica: Propriedade privada como fato dado e acabado. Isso porque, a economia clássica oculta essa relação pois não analisa a relação entre o trabalhador (o trabalho) e a produção. Determinações do trabalho estranhado: ❖ Relação trabalhador versus produtos do trabalho: 1) Alienada: Separação entre produtor e produto, entre produção e apropriação. Forma de apropriação alienada; 2) Estranhada: “Objeto que o trabalho produz, o seu produto, se lhe defronta como um ser estranho, como um poder independente do produtor”; 3) Objetificada: Produto do trabalho se fixa no objeto; ❖ Relação trabalhador versus ato da produção (trabalho): Trabalho externo (não lhe pertence); Trabalho em que não se afirma ou se realiza; Não voluntário, mas forçado; O trabalho “aparece ao trabalhador como se não fosse próprio, mas de outro (...) como se ele no trabalho não pertencesse a si mesmo, mas a um outro” (p. 83); ❖ Relação trabalhador versus gênero humano. Análise da sociedade burguesa e a crítica da economia política (“Para a crítica da economia política” p. 107-140) · A ideologia alemã: crítica da mais recente filosofia alemã em seus representantes Feuerbach, B. Bauer e Stirner, e do socialismo alemão em seus diferentes profetas, é um conjunto de manuscritos que foram redigidos entre os anos de 1845 e 1846. Publicação somente em 1932 na então União Soviética, quase 50 anos após sua morte. ⭐ “Feuerbach e a História” p. 29-39 ❖ “alimentação, bebida, habitação, vestimenta” p. 29; ❖ “capta somente o ‘palpável’ ou a ‘verdadeira essência’” p. 30; ❖ “atividade sensível dos homens” p. 31; ❖ “fazer história” p. 33; ❖ “A produção da vida, tanto da própria no trabalho, como da alheia, na procriação, aparece desde já como uma relação dupla — de um lado, como relação natural, de outro, como relação social — no sentido de que por ela se entende a cooperação de vários indivíduos, sejam quais forem as condições, o modo, a finalidade” p. 34; ❖ “consciência” p. 34; ❖ “emancipar-se do mundo real e lançar-se à construção da teoria” p. 35; ❖ “portanto, está dada a propriedade, que já tem seu embrião, sua primeira forma, na família, onde a mulher e os filhos são escravos do homem. A escravidão na família (...) é a primeira propridade, que aqui, diga-se de passagem, coresponde já à definição dos economistas morenos, segundo a qual a propriedade é o poder de dispor de força de trabalho alheia” p. 37; ❖ "Caçar pela manhã, pescar à tarde, à noite dedicar-me à criação de gado, criticar após o jantar (...) sem que eu jamais me tornar caçador, pescador, pastor ou crítico” p. 38. ⭐ “Feuerbach e a História” p. 40-78 ❖ “permanecer constantemente sobre o solo da história real, não de explicar a práxis partindo da ideia, mas de explicar as formações ideais a partir da produção material…” p. 43; ❖ “As ideias da classe dominante são, em cada época, as ideias dominantes, isto é, a classe que é força material dominante da sociedade é, ao mesmotempo, sua força espiritual dominante. A classe que tem à sua disposição os meios de produção material dispõe também dos meios da produção espiritual, de modo que a ela estão submetidos aproximadamente ao mesmo tempo os pensamentos daqueles aos quais faltam os meios da produção espiritual. As ideias dominantes não são nada mais do que a expressão ideal das relações materiais dominantes, são as relações materiais dominantes apreendidas como idéias, portanto, são a expressão das relações que fazem de uma classe a classe dominante, são as ideias de sua dominação” p. 47; ❖ “Os indivíduos singulares formam uma classe social a partir na medida em que têm de promover uma luta contra outra classe, de resto, eles se posicionam uns contra os outros, como inimigos, na concorrência” p. 63. ⭐ “Ad Feuerbach” p. 533-535 ⊂ Contexto e pressupostos da teoria de Marx: o trabalho e a contradição produto x apropriação (“Feuerbach e a História” p. 29-39) ❖ Crítica materialista ao idealismo; ❖ Condições materiais — forças produtivas e acesso a atendimento de necessidades; ❖ Crítica à Ludwig Feuerbach, neo-hegeliano de esquerda que também propôs a criticar o idealismo alemão. Marx apontava suas insuficiências. A concepção materialista de Feuerbach seria contemplativa. Mundo ao redor tomado como dado. Objetos de “certeza sensível”, como, por exemplo, a cerejeira, nem sempre estiveram ali — historicidade. Produção material da vida e historicidade (“Feuerbach e a História” p. 40-78 e “Ad Feuerbach” p. 533-535) ❖ Sociedade burguesa — permite captar passado e futuro (p. 250); ❖ Práxis — conceito marxista teoricamente mais importante (p. 255). · Manifesto do partido comunista, publicado em 1848. ⭐ Partes I “Burgueses e Proletários” · Em meados do século XIX, Karl Marx fez uma análise do capitalismo jamais tentada antes. Ele quis revelar as leis governando a transição de sociedades entre diferentes sistemas econômicos como parte de sua investigação sobre a natureza do trabalho e suas implicações para a satisfação humana. Em síntese: A transição entre diferentes sistemas econômicos ⊂ investigação sobre a natureza do trabalho; · Salário, preço e lucro é a transcrição de palestras proferidas à Primeira Associação Internacional de Trabalhadores em 1865. 31 p. ⊂ A teoria valor-trabalho e as relações de exploração · Marx foi expulso da Prússia, da Bélgica e de Paris antes de se fixar em Londres, onde estudou profundamente a economia e a história. Isso resultou em sua principal obra, O Capital. Marx faleceu antes que os dois volumes finais do Capital fossem publicados. · ⭐ O Capital. Crítica da Economia Política é um conjunto de livros que constituem uma análise crítica do capitalismo. O Livro Primeiro, ‘O Processo de Produção do Capital’, foi publicado em 1867. ⭐ “A mercadoria” p. 113-158 ⭐ Cap. V “Processo de trabalho e processo de produzir mais valia” p. 237-242 ⭐ Cap. VII “A taxa de mais valia” p. 237-242 ⭐ Cap. X “Conceito de mais valia relativa” p. 359-369 ⭐ Cap XII “Cooperação” p. 370-385 ⭐ Cap. XII “A maquinaria e a indústria moderna” p. 423-476 ⊂ A teoria valor-trabalho e as relações de exploração (Cap. V “Processo de trabalho e processo de produzir mais valia” p. 237-242, Cap. VII “A taxa de mais valia” p. 237-242 e Cap. X “Conceito de mais valia relativa” p. 359-369) Análise da sociedade burguesa e a crítica da economia política (“A mercadoria” p. 113-158) A divisão social do trabalho, a produção mecanizada e suas implicações (Cap XII “Cooperação” p. 370-385 e Cap. XII “A maquinaria e a indústria moderna” p. 423-476) · 1917 Vladimir Lenin lidera a Revolução Bolchevique na Rússia inspirado pelas ideias de Marx. · Década de 1940 O comunismo se espalha pelo mundo e começa a Guerra Fria. · 1991 A União Soviética se dissolveu, e os países do Leste Europeu adotaram sistemas econômicos capitalistas. · Questões para Marx · 1) Com base na afirmação de Marx de que “o trabalhador se torna tanto mais pobre quanto mais riqueza produz”, explique qual o entendimento de Marx sobre a relação contraditória entre produção e apropriação no capitalismo. ❖ Quanto mais produz, menos coisas que produz são do trabalhador; ❖ Aumento de produção não significa aumento do salário; ❖ Trabalho estranhado = cada vez produz mais, mas não se vê como produtor. A compreensão de Marx sobre a relação contraditória entre produção e apropriação no capitalismo, o trabalhador se torna mais pobre quanto mais riqueza produz, quanto mais sua produção aumenta. Sob o capitalismo, o trabalho torna-se uma mercadoria a ser comprada e vendida, e os trabalhadores — que não possuem nada além de sua força de trabalho — são contratados pelos capitalistas — donos dos recursos produtivos, como fábricas e máquinas — para produzir bens que são vendidos com lucro. Marx argumentava que isso tirava a qualidade de satisfação do trabalho, levando ao “estranhamento” e, por conseguinte, à insatisfação. Uma das formas desse estranhamento vem do fato de esses bens feitos pelos trabalhadores não pertencerem a eles e não poderem ser mantidos por eles. Além disso, outra forma desse estranhamento vem do próprio ato do trabalho. Assim sendo, o trabalhador se torna uma mercadoria tão mais barata quanto mais mercadorias cria. A valorização do mundo das coisas aumenta a desvalorização do mundo dos homens Karl Marx · 2) Em sua crítica à economia política clássica, por que é possível afirmar que para Marx a propriedade privada tem um caráter social e o capitalismo, um caráter histórico? ❖ Propriedade privada = consequência do sistema capitalista. Marx criticou a economia política clássica, porque considerava que ela não conseguia capturar a essência das relações sociais sob o capitalismo. De acordo com Marx, a propriedade privada sob o capitalismo não era uma condição natural, mas sim uma construção social e histórica. Segundo Marx, a propriedade privada tinha um caráter social porque dividia a sociedade entre classes, entre capitalistas que detêm a propriedade e trabalhadores sem propriedade. Marx acreditava que os desenvolvimentos históricos eram determinados por fatores “materiais” — ou econômicos. Os seres humanos têm necessidades materiais e possuem a habilidade de produzir bens que as satisfaçam. A produção desses bens pode ser organizada de modos diferentes, cada um deles dando origem a diferentes arranjos sociais e políticos que, por sua vez, levam a crenças específicas. O capitalismo é uma forma específica de organizar a produção desses bens. · 3) Em sua análise sobre a relação imediata entre trabalhador e trabalho, o que Marx entende por trabalho estranho? ❖ Trabalho estranhado = trabalhador não se reconhece no produto produzido, não se vê como produtor das mercadorias que circulam. Marx, nos Manuscritos econômico-filosóficos, série de notas escritas em 1844, desenvolveu a ideia de “trabalho estranhado”, a separação dos seres humanos de sua verdadeira natureza e de seu potencial para satisfação. Isso porque, Marx acreditava que o trabalho tinha potencial para a satisfação humana. Sob o capitalismo, a relação imediata entre trabalhador e trabalho, de acordo com Marx, era estranho pois o trabalho torna-se uma mercadoria a ser comprada e vendida, e os trabalhadores — que não possuem nada além de sua força de trabalho — são contratados pelos capitalistas — donos dos recursos produtivos, como fábricas e máquinas — para produzir bens. Marx argumentava que isso tirava a qualidade de satisfação do trabalho, levando ao “estranhamento” e, por conseguinte, à insatisfação. Além disso, o fruto do trabalho, que tinha potencial para a realização humana, torna-se estranho, pois não satisfaz as necessidades imediatas dos trabalhadores. Sob essa lógica, o fruto do trabalho satisfaz as necessidades capitalistas de vender mercadorias e gerar lucro. · 4) Nas palavras de Karl Marx “homens têm de estar em condições de viver para poder fazer história”. Com base nisso, explique a concepção de materialismoem Marx. ❖ Produção de consciência -> ligada a vida material -> a materialidade é o real, o concreto; ❖ O homem produz a realidade material pelo trabalho, ao mesmo tempo que é produzido por ela. Em “A ideologia alemã”, Marx desenvolveu suas ideias sobre o materialismo histórico a partir da crítica a Hegel e, em especial, a Feuerbach, neo-hegeliano. Segundo Marx, o pensamento feuerbachiano limita-se porque ele não vê como o mundo é um produto histórico. Marx parte do pressuposto de que os desenvolvimentos históricos eram determinados por fatores materiais, isto significa, os homens têm de estar em condições de viver para fazer história. Mas, para viver, precisa-se, antes de tudo, satisfazer as necessidades, como, por exemplo, comida, moradia e algumas coisas mais. Os seres humanos têm necessidades materiais e possuem a habilidade de produzir bens que as satisfaçam transformando a natureza. Com isso, novas necessidades surgem — e essa produção de novas necessidades constitui um ato histórico, a título de exemplo. No pensamento feuerbachiano, não se leva em consideração esses desenvolvimentos históricos. Com base nisso, a concepção de materialismo em Marx, diferente do pensamento materialista de sua época, pois parte de pressupostos históricos e materiais. Responde a 5. · 5) Qual é, de acordo com Marx, o limite da concepção materialista de Feuerbach? ❖ Tese 11 = Não basta compreender a história, tem que transformá-la. Em “A ideologia alemã", Marx criticou o materialismo existente em sua época. Segundo Marx, a concepção materialista em sua época, especialmente a de Feuerbach, seria contemplativa. De acordo com Marx, o pensamento feuerbachiano limita-se porque ele não vê como o mundo é um produto histórico. Marx parte do pressuposto de que os desenvolvimentos históricos eram determinados por fatores materiais, isto significa, os homens têm de estar em condições de viver para fazer história. No entanto, o pensamento materialista em sua época e, em especial, o pensamento feuerbachiano não leva em consideração esses desenvolvimentos históricos. · 6) Qual é a medida do valor das mercadorias para Karl Marx? Explique demonstrando como o autor entende o processo de construção de equivalências entre elas. ❖ Mercadoria -> Precisa = quantidade de trabalho + meio de produção + matéria prima; ❖ O que gera equivalência = quantidade de trabalho; ❖ A mercadoria pode ser trocada porque há uma grandeza equivalente, isso faz com que mercadorias de diferentes valores de uso tenham uma medida equivalente para serem trocadas. Para Karl Marx, a medida do valor das mercadorias é a quantidade de trabalho socialmente necessário ou o tempo de trabalho socialmente necessário para a produção dessa mercadoria. Nesse sentido, o autor entende o processo de construção de equivalências entre as mercadorias como quantidade de trabalho empenhado para produzi-las. Nesse contexto, a mercadoria pode ser trocada porque há uma grandeza equivalente — o tempo de trabalho necessário para a produção da mercadoria. Sob essa lógica, mercadorias têm uma grandeza equivalente para serem trocadas. · 7) Como Karl Marx diferencia valor de uso e valor de troca? Explique caracterizando cada um deles. ❖ Valor de uso = utilidade; ❖ Valor de troca = mercado, é específico do capitalismo. Sob o capitalismo, Marx diferencia valor de uso e valor de troca como duas características distintas das mercadorias. Nesse contexto, o valor de uso de uma mercadoria refere-se à sua utilidade, ou seja, à capacidade que ela possui de satisfazer necessidades humanas ou atender a determinado propósito prático, como, por exemplo, um carro tem valor de uso como meio de transporte. Já o valor de troca de uma mercadoria está relacionado à sua capacidade de ser trocada por outras mercadorias e não implica em satisfazer necessidades humanas ou atender a determinado propósito, como, por exemplo, um pé de alface esquecido na geladeira teve seu valor de troca, mas não teve valor de uso como alimento. Sob essa lógica, o valor de troca é uma característica social que está vinculada à quantidade de trabalho socialmente necessário ou o tempo de trabalho socialmente necessário para produzir a mercadoria. · 8) Como Karl Marx explica a formação de excedentes na sociedade capitalista? Explique diferenciando lucro de mais-valia e identificando em que esferas cada um se forma. ❖ Produção = é para virar mercadoria e circular no mercado, não visa a subsistência/utilidade; ❖ Mais valia = produção; ❖ Lucro = circulação. Karl Marx explica a formação de excedentes na sociedade capitalista através do conceito de mais-valia. A mais-valia representa o valor excedente gerado na produção quando os trabalhadores produzem mais valor do que recebem como preço do trabalho. Sob o capitalismo, o trabalho torna-se uma mercadoria a ser comprada e vendida, e os trabalhadores — que não possuem nada além de sua força de trabalho — vendem sua força de trabalho aos capitalistas — donos dos recursos produtivos, como fábricas e máquinas — em troca de um preço do trabalho. Nesse contexto, o valor do preço do trabalho é determinado pelas necessidades básicas dos trabalhadores para sua subsistência. Porém, os trabalhadores produzem mais valor durante sua jornada de trabalho do que o valor equivalente ao seu preço do trabalho. Essa diferença entre o valor que os trabalhadores criam ao produzir mercadorias e o valor que recebem por seu trabalho — o preço do trabalho — é a mais-valia. O lucro, por sua vez, é obtido pelos capitalistas ao vender as mercadorias produzidas pelos trabalhadores a um preço superior ao custo total de produção, incluindo os preços dos trabalhos pagos aos trabalhadores e os custos dos meios de produção. · 9) O que é a mais valia e por que ela é fundamental para a compreensão do conceito de exploração em Karl Marx? ❖ Mais valia = é o valor do trabalho que o dono do meio de produção se apropria; ❖ Todo trabalho no capitalismo é explorado porque não é totalmente pago, ou seja, não volta tudo pro trabalhador e isso chama mais valor. A mais-valia refere-se sobre o tempo de trabalho despendido na produção e representa o valor excedente gerado na produção quando os trabalhadores produzem mais valor do que recebem como salário. Sob o capitalismo, o trabalho torna-se uma mercadoria a ser comprada e vendida, e os trabalhadores — que não possuem nada além de sua força de trabalho — vendem sua força de trabalho aos capitalistas — donos dos recursos produtivos, como fábricas e máquinas — em troca de um salário. Nesse contexto, o valor do salário é determinado pelas necessidades básicas dos trabalhadores para sua subsistência. Porém, os trabalhadores produzem mais valor durante sua jornada de trabalho do que o valor equivalente ao seu salário. Essa diferença entre o valor que os trabalhadores criam ao produzir mercadorias e o valor que recebem por seu trabalho — o salário — é a mais-valia. Nesse cenário, os capitalistas buscam maximizar a mais-valia ao aumentar a intensidade de trabalho, prolongar a jornada de trabalho e reduzir os salários. Assim sendo, todo trabalho é explorado, sob o capitalismo, porque não é totalmente pago, ou seja, os trabalhadores produzem muito mais do que o valor equivalente ao seu salário. · 10) O que significa o conceito de fetichismo da mercadoria de Karl Marx? ❖ Fetichismo = atribuir características humanas para um produto do trabalho, como, por exemplo, máquinas e chat gpt. ❖ FORMA MERCADORIA: “Não é mais nada que determinada relação social entre os próprios homens que para eles aqui assume a forma fantasmagórica de uma relação entre coisa”; ❖ COISA: Produtor do trabalho; ❖ FETICHISMO: Não é um fenômeno psicológico. Não é um fenômeno da consciência; ❖ Dinheiro é uma forma específica de mercadoria. É a forma equivalente da relação de troca; ❖ À primeira vista, a mercadoria parece uma coisa trivial, evidente. Contudo, analisando-a, vê-se que ela é uma coisa muito complicada,cheia de características, de acordo com Karl Marx, fantasmagóricas. Como valor de uso, não há nada misterioso nela, quer eu a observe sob o ponto de vista de que satisfaz necessidades humanas pelas suas propriedades, ou que ela somente recebe essas propriedades como produto do trabalho humano. O caráter fantasmagórico da mercadoria provém do ocultamento das relações sociais e econômicas estabelecidas entre os homens; ❖ Sob o capitalismo, as relações entre as pessoas vai ser sempre mediada por um produto do trabalho, i. e., por uma coisa. À primeira vista, a mercadoria parece uma coisa trivial, evidente. Contudo, analisando-a, vê-se que ela é uma coisa muito complicada, cheia de características, de acordo com Karl Marx, fantasmagóricas. O caráter fantasmagórico da mercadoria provém do ocultamento das relações sociais e econômicas estabelecidas entre as pessoas que, sob o mundo das mercadorias, vai ser sempre mediada por um produto do trabalho humano. Sob o capitalismo, as mercadorias parecem figuras autônomas que mantêm relações com os seres humanos, como, por exemplo, o Chat GPT. · 11) De que maneira Karl Marx relaciona a implantação de maquinaria na produção industrial com o processo de exploração? ❖ Máquina contém trabalho morto que economiza tempo de produção, isso faz com que a jornada fique mais intensa pois o trabalhador produz mais no mesmo tempo de trabalho. Karl Marx relaciona a implantação de maquinaria na produção industrial com o processo de exploração dentro do sistema capitalista. De acordo com Marx, a introdução de maquinaria na produção industrial tem como objetivo aumentar a produtividade e, por conseguinte, obter maiores lucros. Isso porque, as máquinas são capazes de produzir uma quantidade maior de mercadorias em um menor período de tempo, o que resulta em uma produção ampliada. Contudo, a implantação de maquinaria não diminui o processo de exploração. Isso pois, com a implantação de maquinaria, os capitalistas buscam reduzir os custos relacionados à força de trabalho, como, por exemplo, substituindo trabalhadores por máquinas, aumentando o exército de reserva e, consequentemente, aumentando a velocidade e a intensidade do trabalho ou reduzindo os salários dos trabalhadores, intensificando, assim, a exploração capitalista. · 12) Pode-se dizer que a implantação de maquinaria no processo de produção capitalista tem como finalidade “aliviar a labuta”? Por quê? ❖ Não, porque é usada dentro dos interesses capitalistas, não diminui horas de trabalho, apenas faz o trabalhador produzir mais no mesmo tempo. Sob o capitalismo, a implantação de maquinaria no processo de produção não tem como finalidade “aliviar a labuta”. Isso porque, a implantação de maquinaria no processo de produção tem como objetivo aumentar a produtividade a fim de obter maiores lucros, e não “aliviar a labuta” dos trabalhadores.
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