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Resumo Direito Processual do Trabalho

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Lívia Fortini deMello
Conceitos e fontes do D. Processual
do trabalho
Formas de solução de Conflitos
♦Autodefesa: solução direta entre os litigantes pela
imposição de um sobre o outro (greve e locaute)
♦Autocomposição: a solução do conflito se dá
entre as partes em comum acordo (acordos e
convenções coletivas)
♦Heterocomposição: uma fonte suprapartes decide
o conflito (jurisdição, mediação e arbitragem):
♦Arbitragem (novo art. 507-A da CLT), desde
que:
a) remuneração do empregado seja superior a
duas vezes o limite máximo estabelecido
para os benefícios do Regime Geral de
Previdência Social; e
b) A cláusula compromissória seja pactuada
por iniciativa do empregado ou mediante
sua concordância expressa, nos termos
previstos na Lei da Arbitragem.
-Arbitragem é muito comum em contratos de
jogadores de futebol
-Há muitas controvérsias: Lei da arbitragem diz
que não pode arbitrar sobre direitos indisponíveis,
porém o D. do Trabalho é composto por diversos
direitos indisponíveis.
Conceito Direito Processual Trabalhista
♦É o ramo do Direito Processual destinado à
solução, pela via judicial, de conflitos trabalhistas.
♦É, portanto, o conjunto de princípios e regras
destinados a regular a atividade jurisdicional, a
atuação de juízes e das partes, na busca de solução
de conflitos individuais ou coletivos pertinentes à
relação do trabalho.
Posição do Direito Processual do Trabalho no
Direito Processual
♦Teoria Monista: o direito processual é um só,
guiado por normas que não diferem
substancialmente a ponto de justificar-se o
desdobramento e a autonomia dos diversos ramos
processuais (penal, civil, trabalhista)
♦Teoria Dualista: Teoria mais adotada. O Direito
Processual do Trabalho é autônomo em relação ao
direito processual comum.
♦Teoria da Autonomia relativa: tendo em vista a
aplicabilidade de forma subsidiária das normas do
código de processo civil, seria uma autonomia
relativa.
Fontes do Direito Processual
♦Fontes formais heterônomas: aquelas no qual
durante o seu processo de produção não há a
participação de seus principais destinatários
♦Fontes formais autônomas: aquelas que durante
seu processo de produção há a participação direta
de seus principais destinatários. Ex: acordos e
convenções coletivas de trabalho.
♦São fontes do Direito Processual do Trabalho:
- As leis próprias e subsidiárias;
- A jurisprudência - Súmulas e OJs
- Os atos regimentais dos tribunais
Fonte: Constituição Federal
♦A primeira e mais importante fonte formal do
direito processual do trabalho.
♦Na CF de 46 inclui-se entre órgão do Poder
Judiciário, a Justiça do Trabalho, fixando regras
básicas de composição e competência.
♦O mesmo aconteceu na CF de 67 E 88. Essa
última ampliou a organização e competência da
JT.
♦Artigos da Constituição que tratam do Processo
do trabalho:
Lívia Fortini deMello
- Competência da União para legislar → art.
22, I
- Disposições sobre o Poder Judiciário →
art. 93 a 100
- Dispõe sobre os Tribunais e Juízes do
Trabalho → art. 111, 112 e 113
- Competência da Justiça do Trabalho →
114
- Investidura dos Juízes → art. 115
- Composição das Varas do Trabalho → art.
116
Fonte: Leis Ordinárias
♦A primeira delas é a CLT, depois vem o CPC.
♦CPC tem aplicação subsidiária nos casos de
omissões da CLT, desde que haja compatibilidade
entre as suas disposições e as finalidades do
processo trabalhista.
♦O fundamento da subsidiariedade resulta do
disposto no art. 769 da CLT.
Art. 769 - Nos casos omissos, o direito
processual comum será fonte subsidiária do
direito processual do trabalho, exceto naquilo
em que for incompatível com as normas deste
Título.
O que é subsidiariedade?
♦O direito comum é aplicável ao processo do
trabalho de maneira subsidiária.
♦Leva-se, portanto, do direito comum normas
processuais quando a CLT é omissa.
♦São necessários dois requisitos para a utilização
das normas de Direito comum:
- Omissão da legislação trabalhista
- a compatibilidade da norma de Direito
Comum com o Direito do Trabalho.
Fonte: decretos, regimentos internos, súmulas,
precedentes normativos, resoluções
administrativas, portarias, OJs
♦Súmulas: Compilação da Jurisprudência
dominante do Tribunal
♦OJ: aponta as diretrizes predominantes a respeito
dos temas escolhidos pela comissão de
Jurisprudência.
♦A jurisprudência cumpre um papel relevante no
Direito do Trabalho e Processual do Trabalho,
tendo como papel orientar os Tribunais Regionais,
bem como tem a função seletiva para o
processamento ou não de recursos. Não se aplica,
no caso de Súmulas, o princípio da irretroatividade
das Leis.
Lívia Fortini deMello
Peculiaridades do proc. do trabalho
♦A jurisdição trabalhista distingue-se da comum
por algumas peculiaridades:
♦Especialidade
♦Dissídios Coletivos e Sentenças Normativas
♦Simplificação dos atos processuais
♦Irrecorribilidade das decisões interlocutórias
(NOVO CPC traz isso após a reforma de 2015) →
de decisões interlocutórias só pode protestar
♦Inexistência de agravo de instrumento como
recurso, sendo utilizado tão somente para
destrancar recurso não admitido
♦Conciliação como regra (Novo CPC traz isso
após reforma de 2015)
♦Linguagem própria: reclamante, reclamado,
dissídio individual ou coletivo
Princípios do proc. do trabalho
Princípios gerais do processo
♦Princípio do Devido Processo Legal
♦Princípio do Juiz Natural
♦Princípio do Duplo Grau de Jurisdição
♦Princípio da Isonomia
♦Princípio do Contraditório
♦Princípio da Ampla Defesa
♦Princípio da Imparcialidade do Juiz
♦Princípio da Motivação das Decisões
♦Princípio da Indeclinabilidade de Jurisdição
♦Princípio da Celeridade e Economia Processual
Princípios comuns ao Direito Processual Civil e
Direito Processual do Trabalho
♦Princípio Dispositivo (art. 2º CPC): aquele que se
sente lesado ou ameaçado é quem deve procurar o
Poder Judiciário para exercer sua pretensão
♦Princípio Inquisitivo ou do Impulso Oficial (art.
2º, 139 e 370 do CPC e art. 765 CLT): apesar de o
ajuizamento da ação competir à parte, cabe ao juiz
dar andamento ao processo com uso de seus
poderes, inclusive instrutórios
♦Princípio da Instrumentalidade ou finalidade (188
e 277 CPC): o processo deve ser um meio para se
garantir a aplicação do direito material
♦Princípio da Impugnação Especializada (art. 341
CPC): no processo do trabalho, também vige o
princípio de que a parte reclamada deve impugnar
especificamente todos os pontos da petição inicial,
não se admitindo a defesa por negativa geral, sob
pena de tais fatos se tornarem incontroversos.
♦Princípio da Estabilidade da Lide (art. 329 CPC):
a alteração do pedido ou da causa de pedir sem a
concordância do réu só será possível até o
momento de apresentação de defesa em audiência,
uma vez que, no processo civil, o marco da citação
existe, porque é a partir dali que a defesa é
apresentada diretamente no cartório. Da mesma
forma, o aditamento da inicial não seria mais
possível , nem mesmo com a concordância da
parte, a partir do início da instrução processual.
♦Princípio da Eventualidade (art. 336 do CPC): na
defesa o réu deve alegar todas as suas razões,
ainda que de maneira sucessiva, o que é
decorrência lógica do princípio da impugnação
especificada
♦Princípio da Preclusão (art. 278 do CPC e 795
CLT):o processo deve ter sua marcha para Frente,
não podendo haver retrocesso aos atos processuais
já consumados. No processo do trabalho, a
irresignação quanto a uma decisão interlocutória
deve ser feita por meio de protesto nos autos, a fim
de se evitar a preclusão. Divide-se em preclusão
consumativa, temporal, lógica, ordinatório,
máxima (coisa julgada) e pro judicato;
♦Princípio da Identidade Física do Juiz (não esta
no CPC): a competência fixada nos curso da
demanda não mais se modifica, exceto pela
supressão do órgão judiciário e alteração de
competência absoluta. Vale para o juizo, e não
para o juiz;
♦Princípio da Oralidade: os atos processuais
devem ser realizados de forma verbal, na própria
Lívia Fortini deMello
audiência. É de se perceber que o princípio tem
vasta aplicação na seara trabalhista, como na
leiturada inicial e apresentação da defesa oral (art.
847 da CLT) e de razões finais orais (art. 850 da
CLT)
♦Princípio da Imediatidade (arts. 370, 385, 481 do
CPC e art. 765 e 820/CLT): a prova deve ser
produzida perante o juiz, que buscará os elementos
necessários para formar o seu livre convencimento
motivado.
♦Princípio da Identidade Física do Juiz (não tem
no CPC): como decorrência da imediatidade, o
juiz que produziu a prova oral é o que deve julgar
o processo, principalmente porque ele está mais
apto para tal. O juiz que presidiu a audiência teve
percepções que nem sempre podem ser registradas
em ata, pelo que é importante que ele seja o
julgador do processo.
♦Princípio da Concentração (artigos 849 e 852-C
da CLT):os atos processuais devem ser praticados
de forma concentrada, preferencialmente em uma
única audiência.
-Dessa forma, o juiz só deve adiar a audiência em
hipóteses excepcionais, como nas do art. 825,
parágrafo único, 849 e 852-C da CLT:
♦Princípio da Irrecorribilidade das Decisões
Interlocutórias (art 893, § 1. ° da CLT).
♦Princípio da Conciliação (artigos 831, 846 850,
852-E e 860 a 864 da CLT)
Princípios Específicos do Direito Processual do
Trabalho
♦Princípio da Proteção: o direito do trabalho tem
como finalidade proteger o trabalhador, parte
hipossuficiente da relação laboral → o princípio
da proteção também tem a sua vertente no
processo do trabalho, pois o desequilíbrio entre as
partes também se revela no campo processual
Exemplos:
- A ausência do empregado na audiência
inaugural implica no arquivamento do feito
(pagar 2%), permitindo-se o ajuizamento
de nova ação. A ausência do reclamado
implica na revelia (com a reforma, a
presença do advogado com defesa afasta a
revelia)
- O benefício da justiça gratuita atinge
apenas os empregados, e não os
empregadores – corrente predominante
○ a reforma trabalhista dificultou a concessão da justiça
gratuita
○empregador pode comprovar a situação de miserabilidade
para conseguir o benefício
- impulso oficial nas execuções – art. 878 da
CLT
○Com a reforma trabalhista, o juiz não pode mais iniciar a
execução de ofício
- obrigatoriedade de depósito recursal
apenas para o reclamado
- para facilitar a prova, a ação deve ser
ajuizada no local da prestação de serviços
♦Princípio da Finalidade social: permite que o juiz
atue de forma proteger o hipossuficiente, na
ausência de disposição legal específica (se
confunde com proteção)
♦Princípio da Indisponibilidade: o processo do
trabalho tem por finalidade o cumprimento dos
direitos trabalhistas indisponíveis
♦Princípio da normatização coletiva: a Justiça do
Trabalho exerce o poder normativo, pelo qual
substitui as partes na resolução de um conflito
coletivo de natureza econômica, o dissídio
coletivo. Na prática, pode-se estabelecer normas e
condições de trabalho.
♦Princípio da busca da verdade real: está muito
ligado com o princípio da primazia da realidade
sobre a forma → o que importa é o que acontece
de fato → por isso que testemunha tem um papel
muito importante para o processo do trabalho
♦Princípio da Extrapetição: o juiz pode condenar a
reclamada em pedidos não contidos na petição
Lívia Fortini deMello
inicial, nos casos previstos em lei → não pode ser
sobre matéria fática. Pode ser, por exemplo,sobre
juros → baseado na celeridade, informalidade e
simplicidade do processo do trabalho.
Competência
Conceito
♦É a parte da jurisdição que é conferida ao juiz
pela CF mediante lei a fim de que sejam dirimidas
controvérsias em casos concretos
♦Ao Juiz do Trabalho, por exemplo, é dada a
competência para solucionar causas trabalhistas
conforme dispõe o art. 114 da CF
Competência Absoluta
♦Estabelecida em razão da matéria ou da pessoa
ou do critério funcional, não podendo ser
derrogada por convenção entre as partes.
♦A incompetência absoluta pode ser reconhecida
de ofício pelo juiz e/ou alegada pela parte, a
qualquer tempo e grau de jurisdição,
independentemente de exceção.
♦A competência absoluta não preclui
Competência Relativa
♦Estabelecida em razão do valor da causa ou do
critério territorial, podendo ser modificada por
acordo entre as partes ou por conexão ou
contingência.
♦A competência relativa preclui.
♦A incompetência relativa não pode ser
reconhecida de ofício pelo juiz, salvo nulidade da
cláusula de eleição de foro em contrato de adesão,
devendo ser arguida pela parte, por meio de
exceção, no prazo legal, sob pena de prorrogação
→ art.64 CPC
Competência material da justiça do trabalho: art.
114 → Inc I: Especifica que a justiça do trabalho
será competente em julgar todas as relações de
trabalho.
Competência em razão da matéria - absoluta
♦A competência será fixada em razão do pedido e
da causa de pedir. Assim, se o objeto da demanda
tiver origem em uma relação de trabalho entre as
partes, mesmo que, o direito material que tutela
aquela demanda não seja de direito material
trabalhista, a competência será atribuída à Justiça
Trabalhista. → art. 114 CF
Lívia Fortini deMello
Competência em razão das pessoas- absoluta
♦A justiça do Trabalho tem competência para
dirimir conflitos entre trabalhadores e
empregadores, que farão parte, respectivamente,
do povo ativo e passivo da reclamação trabalhista.
♦Para fins legais, o trabalhador é toda pessoa
natural que presta serviços ao tomador. Como a
relação de emprego é espécie da relação de
trabalho, todas as questões levadas a juízo pelo
empregado referente às condições laborais e
verbas rescisórias devidas pelo empregador serão
julgadas pelas varas trabalhistas. Quanto aos
empregados estão abrangidos não só os urbanos
como também os rurais que têm seus direitos
disciplinados na Lei n° 5.889/73.
♦Os trabalhadores domésticos também terão seus
direitos assegurados pela Justiça do Trabalho
conforme dispõe o decreto n° 1.885/73.
♦Os trabalhadores temporários que são contratados
por empresa para prestar serviços também poderão
pleitear por seus direitos face à Jurisdição
Trabalhista. Os conflitos entre a empresa que
fornece mão de obra temporária e a contratante
serão dirimidos na Justiça Comum.
♦Servidores públicos:
Funcionário público é aquele ocupante de cargo
público, por conta de aprovação em concurso
público de provas ou provas e títulos e regido por
lei estatutária. Empregado público é aquele que
presta serviços à Administração Pública mediante
contrato de trabalho. → só os empregados
públicos são acolhidos pela Justiça do Trabalho
Competência em razão do lugar - relativa
♦A competência em razão do lugar é relativa →
deve ser arguida pelas partes de plano através de
exceção de incompetência, caso contrário o juízo
se tornará competente para dirigir o litígio
trabalhista.
♦O art. 651 da Consolidação das Leis Trabalhistas
traz a regra geral a ser aplicada para definir a
competência territorial, qual seja, o local de
prestação de serviços, mesmo que o empregado
tenha sido contratado em outro local ou no
exterior.
Art. 651 - A competência das Juntas de
Conciliação e Julgamento é determinada pela
localidade onde o empregado, reclamante ou
reclamado, prestar serviços ao empregador,
ainda que tenha sido contratado noutro local ou
no estrangeiro.
♦Essa regra constante do caput do art. 651 da CLT,
comporta três exceções:
- quando o empregado for agente ou viajante
comercial
- quando o empregado brasileiro estiver
trabalhando no estrangeiro
- quando o empregador promove a
realização de atividade fora do lugar do
contratado.
♦Viajante comercial: empregado que presta
serviço de vendas em mais de um local, agindo em
nome do empregador, sem se fixar em um local.
- Será competente para resolver a lide a vara
da localidade em que a empresa tenha
agência ou filial e, na falta será competente
a Vara da localidade em que o empregado
tenha domicílio ou a localidade mais
próxima.
Art. 651 § 1º - Quando for parte de dissídio
agente ou viajante comercial, a competência
será da Junta da localidade em que a empresa
tenha agência ou filial e a esta o empregado
esteja subordinado e, na falta, será competente
a Junta da localização em que oempregado
tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
♦De acordo com o § 2° do art. 651 da CLT a
competência estende-se nas situações onde
ocorram dissídios em agência ou filial no
estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro
e não haja tratado internacional dispondo o
contrário.
§ 2º - A competência das Juntas de
Conciliação e Julgamento, estabelecida neste
artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em
agência ou filial no estrangeiro, desde que o
empregado seja brasileiro e não haja
convenção internacional dispondo em
contrário.
Lívia Fortini deMello
♦Por fim, o art. 651, § 3° da CLT prevê que as
empresas que promovem atividades fora do lugar
do contrato estão sujeitas ao ajuizamento, pelos
empregados, de reclamações trabalhistas no foro
da celebração do contrato ou no da prestação dos
respectivos serviços.
Exceção de incompetência
♦A exceção de incompetência, neste caso, deverá
ser apresentada em peça própria, em até 5 (cinco)
dias da notificação inicial. A apresentação da
exceção suspenderá o processo (incluindo a
audiência designada), sendo que não poderá haver
audiência de julgamento, até que a exceção seja
decidida.
♦Recebida a exceção, os autos serão
imediatamente conclusos ao juiz, que deverá
intimar o reclamante e eventuais litisconsortes,
para se manifestarem no prazo comum de 5
(cinco) dias.
♦Havendo necessidade de produção de prova oral,
o juiz deverá designar audiência para esse fim. O
excipiente e suas testemunhas poderão ser ouvidos
por carta precatória, no juízo em que este houver
indicado como competente.
♦Com a decisão sobre a incompetência, o processo
deve retomar seu curso normal, com a designação
de audiência, apresentação de defesa e produção
de provas, perante o juízo competente.
♦O oferecimento da exceção de incompetência nos
moldes da CLT, art. 800 é uma faculdade do
reclamado.
Prorrogação de competência
♦deslocamento da competência de um para outro
juízo, que passa a ser o competente para processar
e julgar uma causa que, a princípio, não lhe era
atribuída. Essa prorrogação pode ter duas
naturezas distintas:
a) decorrente da convenção das partes;
b) decorrente de determinação de lei;
♦Conexão (art. 55 do CPC): São conexas duas ou
mais ações quando apresentarem a mesma causa
de pedir ou pedido, mas as partes,
necessariamente, não são as mesmas. Juízo
competente será aquele que onde a primeira ação
foi distribuída.
♦Continência (art. 56 do CPC): Continência ocorre
quando em duas ou mais ações houver identidade
de partes e de causa de pedir, mas o pedido de
uma abrange o pedido da outra. Juízo
competente será aquele que onde a primeira ação
foi distribuída.
♦Prevenção – art. 58 do CPC: é a concentração,
em um órgão jurisdicional, da competência que
abstratamente já pertencia a dois ou vários,
inclusive a ele
Conflito de competência
♦Os possíveis conflitos de competência no âmbito
da justiça do trabalho serão julgados pelos
seguintes órgãos:
TRT, em casos de conflito:
- Entre varas do trabalho da mesma região.
TST, em casos de conflito:
- Entre TRTs;
- Entre varas do trabalho de regiões
diferentes;
- Entre TRT e vara do trabalho a ele não
vinculada.
STJ, em casos de conflito:
- Entre TRT e TJ;
- Entre TRT e TRF;
- Entre juiz do trabalho e juiz de direito não
investido na jurisdição trabalhista (estadual
ou federal);
- Entre juiz do trabalho e TJ;
- Entre juiz do trabalho e TRF;
- Entre juiz estadual e TRT;
- Entre juiz federal e TRT;
STF, em casos de conflito:
- Entre TST e qualquer tribunal.
Lívia Fortini deMello
Organização Judiciária Trabalhista
Contexto histórico
♦Com surgimento do D. do trabalho e das
inúmeras demandas trabalhistas → surge a justiça
do trabalho
♦No Brasil, no início, as questões trabalhistas
eram solucionadas por Juízes de Direito
♦Os primeiros órgãos da Justiça do Trabalho
foram os Tribunais Rurais (1922) → compostos
por um Juiz de Direito, um representante dos
trabalhadores e um dos fazendeiros.
♦O modelo fracassou → os “árbitros” acabavam
pendendo sempre para um lado e a decisão recaia
para o juiz.
♦Início da revolução industrial no Brasil → 1930
→ várias mudanças na estrutura do trabalho →
criou-se as Juntas de Conciliação e Julgamento e
as Comissões Mistas de Conciliação (órgãos
administrativos do poder Executivo)
- juntas de conciliação e Julgamento
cuidavam de conflitos individuais
- Comissões Mistas de Conciliação
cuidavam dos conflitos coletivos.
♦Somente os empregados Sindicalizados tinham
direito de ação
♦Não havia segunda instância, as Juntas eram a
solução definitiva da demanda.
♦As C.F. de 1934 e 1937 falavam na criação de
uma Justiça do Trabalho, mas não a estruturaram.
♦A C.F. de 1946 passou a dispor que a Justiça
do Trabalho compunha o Poder Judiciário.
♦Em todas as Constituições é que a Justiça do
Trabalho sempre teve com papel conciliar e julgar
as ações oriundas dos conflitos existentes nas
relações de trabalho
♦Juízes Classistas: também chamados de vogais,
que eram eleitos pelos Sindicatos para representar
patrões e empregados → em conjunto com os
Juízes togadas, eram responsáveis pela solução das
demandas, atuando majoritariamente na fase de
conciliação → estavam presentes nas Juntas de
Conciliação, nos Tribunais Regionais e no
Tribunal Superior do Trabalho→ em igualdade de
representação entre os representantes dos
empregados e dos empregadores.
- Foram presentes até a Até a Emenda 24/99
♦Emenda 45/04 trouxe maior prestígio à Justiça do
Trabalho, aumentando-lhe a competência para
apreciar não só os conflitos entre empregados e
empregadores, mas todos oriundos das relações de
trabalho e as questões que circundam as relações
de emprego, como as greves, questões sindicais
Órgãos da Justiça do Trabalho
♦O art. 111 da Constituição determina quais são os
órgãos da JT
Art. 111. São órgãos da Justiça do
Trabalho:
I - o Tribunal Superior do Trabalho;
II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
III - Juízes do Trabalho.
♦A Justiça do Trabalho integra o Poder Judiciário
da União, tendo sua estrutura federalizada.
♦Órgãos da 1ª instância: são os Juízes que atuam
nas Varas do Trabalho.
♦Órgãos da 2ª instância: são os Tribunais
Regionais do Trabalho, compostos por
Juízes/Desembargadores
♦Órgão do 3º grau da jurisdição: Tribunal Superior
do Trabalho
Do Juiz e das Varas do Trabalho
♦O órgão da primeira instância, o Juiz do
Trabalho, nos termos do art. 166 da Constituição
Federal, atuará nas Varas do Trabalho, seja como
titular ou como substituto.
♦Art. 112 CF:
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho,
podendo, nas comarcas não abrangidas por sua
jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso
para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.
Lívia Fortini deMello
♦A antiga redação do art. 112 da CF/88 dizia:
“Haverá pelo menos um Tribunal Regional do
Trabalho em cada Estado e no Distrito Federal, e a
lei instituirá as Varas do Trabalho, podendo, nas
comarcas onde não forem instituídas, atribuir sua
jurisdição aos juízes de direito”
♦Ou seja, a EC 45 eliminou a necessidade de pelo
menos um Tribunal Regional do Trabalho para
cada Estado → estabeleceu expressamente que o
recurso da decisão do juiz de direito investido de
jurisdição trabalhista será apreciado pelo TRT
Dos Tribunais Regionais do Trabalho
♦composto por juízes de carreiras, promovidos por
antiguidade e merecimento, com a participação de
1/5 de seus membros oriundos do MPT e da
Advocacia → art. 115 da CF
♦Compete aos TRTs julgar:
- os recursos ordinários interpostos em face
das decisões proferidas pelos juízes de
primeiro grau
E também, originariamente:
- as ações rescisórias,
- dissídios coletivos e de greve,
- mandados de segurança impetrados em
face de juízes das varas do trabalho,
- entre outras ações previstas em lei ou no
seu regimento interno.
♦Brasil possui 24 Tribunais Regionais do
Trabalho, sendo que em São Paulo há dois TRTs: o
da 2ª Região e o da 15º Região (Campinas e
algumas cidades do Interior)
♦O TRT de Minas é o da 3ª Região e possui 48
desembargadores em sua composição.
Do Tribunal Superiordo Trabalho (TST)
♦é o órgão de cúpula da Justiça do Trabalho, tendo
jurisdição em todo território nacional
♦responsabilidade de uniformizar a interpretação
das leis trabalhistas, cumprindo, ainda, dar a
última palavra na ordem administrativa da JT.
♦Será composto de 27 Ministros, escolhidos dentre
brasileiros com mais + 35 anos -65 anos,
nomeados pelo Presidente da República após
aprovação pela maioria absoluta do Senado
Federal, sendo:
- Um quinto dentre advogados com mais de
10 anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público do
Trabalho com mais de 10 anos de efetivo
exercício, observado o disposto no art. 94;
- os demais dentre juízes dos Tribunais
Regionais do Trabalho, oriundos da
magistratura da carreira, indicados pelo
próprio Tribunal Superior.
♦Art. 111-A da CF:
§ 3º Compete ao Tribunal Superior do
Trabalho processar e julgar, originariamente,
a reclamação para a preservação de sua
competência e garantia da autoridade de suas
decisões.
Dos serviços auxiliares da Justiça do Trabalho
♦As varas e os Tribunais do Trabalho contam com
a presença dos servidores da Justiça do Trabalho e
dos órgãos de auxílio, que realizam os atos
processuais e os serviços burocráticos da Justiça,
são as secretarias das Varas e das Turmas.
♦Os Desembargadores e Ministros ainda contam
com o assessoramento de servidores.
♦Os arts. 710 a 717 da CLT tratam dos serviços
auxiliares da Justiça.
♦O art. 711 diz:
Art. 711 - Compete à secretaria das Juntas: a)
o recebimento, a autuação, o andamento, a
guarda e a conservação dos processos e outros
papéis que lhe forem encaminhados; b) a
manutenção do protocolo de entrada e saída
dos processos e demais papéis; c) o registro
das decisões; d) a informação, às partes
interessadas e seus procuradores, do
andamento dos respectivos processos, cuja
consulta lhes facilitará; e) a abertura de vista
dos processos às partes, na própria secretaria;
f) a contagem das custas devidas pelas partes,
nos respectivos processos; g) o fornecimento
de certidões sobre o que constar dos livros ou
do arquivamento da secretaria; h) a realização
das penhoras e demais diligências
processuais; i) o desempenho dos demais
trabalhos que lhe forem cometidos pelo
Presidente da Junta, para melhor execução
dos serviços que lhe estão afetos.
Lívia Fortini deMello
♦As secretarias das Varas compõe-se:
- Um diretor de Secretaria
- um assistente de Diretor (substitui o diretor
nas ausências deste)
- um assistente de juiz (auxilia o juiz
diretamente
- um secretário de Audiência (digitador)
- e demais serventuários (analistas e técnicos
judiciários).
♦A secretaria, sob responsabilidade do Diretor,
pode proferir alguns despachos no processo,
como mera juntada de documentos e concessão de
prazos para as partes, sempre sob supervisão do
juiz.
Ministério Público do Trabalho
♦É o ramo do MPU que tem como atribuição
fiscalizar o cumprimento da legislação trabalhista
quando houver interesse público, procurando
regularizar e mediar as relações entre empregados
e empregadores.
♦Cabe ao MPT:
- promover a ação civil pública no âmbito
da Justiça do Trabalho para defesa de
interesses coletivos, quando
desrespeitados direitos sociais
constitucionalmente garantidos aos
trabalhadores.
- manifestar-se em qualquer fase do
processo trabalhista, quando entender
existente interesse público que justifique.
- ser árbitro ou mediador em dissídios
coletivos e pode fiscalizar o direito de
greve nas atividades essenciais.
- propor as ações necessárias à defesa dos
direitos e interesses dos menores,
incapazes e índios, decorrentes de
relações de trabalho, além de recorrer das
decisões da Justiça do Trabalho tanto nos
processos em que for parte como naqueles
em que oficie como fiscal da lei.
♦Assim como os demais ramos do MP, o MPT
exerce importante papel na resolução
administrativa (extrajudicial) de conflitos.
♦ Com o recebimento de denúncias,
representações, ou por iniciativa própria → pode
instaurar inquéritos civis e outros procedimentos
administrativos, notificar as partes envolvidas para
que compareçam a audiências, forneçam
documentos e outras informações necessárias.
♦Estrutura do MPT:
- Procurador-Geral;
- Procuradorias Regionais;
- Conselho Superior;
- Câmara de Coordenação e Revisão;
- Corregedoria Geral, Ouvidoria
- Colégio de Procuradores.
Lívia Fortini deMello
Partes no Direito Processual do
Trabalho
Partes
♦As partes são quem ajuíza e em face de quem a
ação é ajuizada
♦Partes não é a mesma coisa que sujeito → sujeito
é mais amplo → juiz, perito, etc.
♦No processo do trabalho: reclamante e reclamado
Sindicato
♦Corrente ampliativa: O sindicato representa os
interesses da categoria como todo. Associado ao
sindicato ou não → vendo sendo adotado no TST
♦Corrente restritiva: interpretação literal do art.
513 A da CLT: sindicato somente pode representar
os empregados associados
Litisconsórcio
♦Litisconsórcio ativo: na Justiça do Trabalho é
possível desde que se trate de reclamações contra
o mesmo empregador e haja identidade de matéria,
proporcionando uma solução mais rápida e
uniforme no conflito
♦Litisconsórcio passivo: aquele no qual figuram
várias pessoas como reclamadas. Ex: solidariedade
entre empreendedores que compõem grupo
econômico
♦Litisconsórcio misto: vários autores contra vários
réus.
Capacidade das partes
♦A capacidade processual divide-se em:
- capacidade de direito ou de ser parte:
tendo personalidade civil a pessoa tem
capacidade de ser parte → no nascimento a
pessoa já adquiri a personalidade civil
- Capacidade de fato ou ad processum: é a
capacidade de estar em juízo, sem
necessidade de representação ou
assistência
- Capacidade postulatória: Na seara
trabalhista, o Ius Postulandi pertence ao
empregado e ao empregador. → Isto é, na
Justiça do Trabalho ambas as partes podem
postular sem a presença de advogado →
art. 791 CLT
♦Somente tem capacidade para estar em juízo, na
Justiça do Trabalho, as pessoas maiores de 18 anos
♦Incapazes: representados
♦Relativamente incapazes: assistidos
♦Os menores emancipados têm capacidade
postulatória na JT.
Representação e Assistência
♦Representação processual: quando alguém vem a
juízo, autorizado por lei, a postular em juízo em
nome de outrem, defendendo em nome alheio
interesse alheio
♦art. 8º do CPC: prevê que os incapazes serão
representados ou assistidos por seus pais, tutores
ou curadores, na forma da lei civil
♦Representação: menores de 16 anos
♦Assistência: entre 16 e 18 anos, ébrios eventuais
e viciados em tóxicos, aqueles que, por causa
transitória ou permanente, não puderem exprimir
sua vontade, os pródigos
♦Tipos de representação:
- legal: decorre da lei
- voluntária/convencional: decorre da
vontade, através de mandato, procuração
Preposto
Art. 843 - Na audiência de julgamento
deverão estar presentes o reclamante e o
reclamado, independentemente do
comparecimento de seus representantes
salvo, nos casos de Reclamatórias Plúrimas
ou Ações de Cumprimento, quando os
empregados poderão fazer-se representar
pelo Sindicato de sua categoria.
§ 1º É facultado ao empregador fazer-se
substituir pelo gerente, ou qualquer outro
preposto que tenha conhecimento do fato, e
cujas declarações obrigarão o proponente.
♦Preposto não precisa ser empregado, apenas
conhecer os fatos → reforma trabalhista
♦Antes da reforma trabalhista: súmula 377 do
TST: Exceto quanto à reclamação de empregado
doméstico, ou contra micro ou pequeno
empresário, o preposto deve ser necessariamente
Lívia Fortini deMello
empregado do reclamado → Essa súmula deixará
de existir em novembro
♦Preposto não precisa defender a matéria de
direito, somente os fatos → tem que seguir a tese
de defesa da empresa
Em relação ao empregado
Art. 791 - Os empregados e os empregadores
poderão reclamar pessoalmente perante a
Justiça do Trabalho e acompanhar as suas
reclamações até o final.
§ 1º - Nos dissídios individuais os
empregados e empregadores poderão
fazer-se representar por intermédio do
sindicato, advogado, solicitador, ou
provisionado, inscrito na Ordem dosAdvogados do Brasil.
Empregado menor de 18 anos
♦O menor, entre 16 e 18 anos, será assistido na
Justiça do Trabalho por seus representantes legais
e, na falta deles, pelos demais constantes do art.
793 do CLT:
- Procuradoria da Justiça do Trabalho
- sindicato
- Ministério Público estadual
- curador nomeado em juízo.
♦Menor de 16 será representado
Intervenção de Terceiros
♦Ingresso como PARTE (e não como sujeito) de
um indivíduo em processo já existente entre
outros. É ingressar na relação processual,
fazendo-se parte.
♦Terceiro interessado é aquele autorizado por lei a
participar do processo, quando há interesse
jurídico na demanda. Só é terceiro até ingressar no
processo → após isso, se torna parte.
♦No processo trabalho, a intervenção de terceiros
não é tão comum como no processo civil
♦A intervenção por ser inicial (fase postulatória)
ou superveniente (após a fase postulatória)
♦Em razão das peculiaridades do processo de
trabalho, muitos questionam a possibilidade de
intervenção de terceiros no processo do trabalho
♦No processo sumaríssimo não cabe intervenção
de terceiros devido a celeridade processual → esse
também é o entendimento da Lei 9.099
♦E nos processos ordinários → antes da Emenda
45/04 tinha a jurisprudência entendia pelo não
cabimento:
- A JT não tinha competência para resolver
controvérsias entre terceiros, estranhos às
controvérsias entre empregado e
empregador.
- Incompatibilidade da intervenção com os
princípios da celeridade, simplicidade e
oralidade.
- Perda do foco central da demanda, com a
criação de complicadores processuais,
impedindo a efetivação do crédito
trabalhista (Jorge Luiz Souto Maior)
- Obrigar o reclamante a litigar contra quem
não quer.
Mas alguns entendiam pelo cabimento →
argumentos:
- Compatibilidade do instituto com o
processo do trabalho.
- Omissão da CLT (subsidiariedade art. 769
CLT).
- Economia Processual
- Maior efetividade do processo e
pacificação dos conflitos.
- Possibilidade de existência de decisões
conflitantes entre a justiça comum e a do
trabalho.
♦Depois da 45/04 → ainda há divergência. Há
quem entenda que cabe a intervenção de terceiros
e há quem entenda que não cabe → quem acha ser
cabível defende que essa deve ocorrer quando for
útil ao processo, e trouxer benefícios à satisfação
do crédito do reclamante, sem que prejudique a
celeridade processual
Das espécies de intervenção
♦Assistência: é cabível quando alguém tem
interesse jurídico em que a sentença seja favorável
a uma das partes litigantes e intervém no processo
para assisti-la.
- Só é admissível se demonstrado o interesse
jurídico e não meramente econômico
- Cabe assistência em qualquer espécie de
processo, mesmo na execução (embargos à
Lívia Fortini deMello
execução e embargos de terceiros) → Não
cabe no rito sumaríssimo
♦Denunciação de lide: objetivo de assegurar o
direito de regresso contra o terceiro, na própria
sentença.
- Ocorre exclusivamente no processo de
conhecimento
- intervenção provocada
- Com a ampliação da competência, quando
houver denunciação de pessoas de direito
público responsáveis pelo fato, será a
Justiça do Trabalho competente para o
julgamento da lide.
♦Chamamento ao processo: Consiste em o réu
trazer ao processo como litisconsorte passivo os
demais coobrigados para exercer o direito de
sub-rogação.
- Ocorre exclusivamente no processo de
conhecimento
- intervenção provocada
- é, dentre as intervenções de terceiro, uma
das mais viáveis no âmbito trabalhista.
- Exemplos: sócios de empresas insolventes,
empresa do mesmo grupo econômico;
subempreiteiro, quando a demanda é
proposta apenas em face do empreiteiro
principal.
♦Incidente de Desconsideração da personalidade
jurídica: art. 855 do CLT
- Via de regra, com o descumprimento do
contrato pela pessoa jurídica
- adota a teoria menor: não precisa
demonstrar a confusão patrimonial →
basta demonstrar que esgotou os meios de
execução
Art. 855-A §1º: § 1o Da decisão
interlocutória que acolher ou rejeitar o
incidente:
I - na fase de cognição, não cabe recurso de
imediato, na forma do § 1o do art. 893
desta Consolidação;
II - na fase de execução, cabe agravo de
petição, independentemente de garantia
do juízo;
Lívia Fortini deMello
Tipos de procedimento: Ordinário, Sumaríssimo e Sumário
Procedimento ordinário
♦Acima de 40 salários mínimos
♦A pretensão dos legislador foi imprimir
celeridade aos seus ritos, inclusive no rito
ordinário (era o único) → pensou na concentração
dos atos processuais, ou seja, as ações propostas
perante a justiça do trabalho deveriam ser
resolvidas em uma ÚNICA AUDIÊNCIA → UNA
→conciliação, instrução e julgamento
♦Contudo, devido a complexidade, a celeridade
idealizada pelo legislador era inalcançável
♦O procedimento ordinário é divido em:
- a audiência inicial para tentativa de
conciliação + entrega de defesa
- Audiência de intrução: tentativa de
conciliação + produção de provas +
tentativa de conciliação + razões finais
- Audiência de julgamento
♦Na audiência inicial o juiz poderá ouvir uma das
partes
♦Entre a audiência inicial e de instrução tem a
realização da perícia, impugnação da perícia, etc.
♦Quando é audiência UNA e tem perícia → divide
a audiência una para a perícia
Audiência Inicial
♦Nesta ocasião, deverão comparecer as partes,
sendo que o reclamado deverá estar munido de sua
defesa escrita e dos documentos que a instruem
♦Caso não tenha defesa escrita, poderá
apresentá-la oralmente em até 20 minutos →
previsão legal.
♦Na maioria das vezes: defesa escrita
♦Aberta a audiência, o juiz deverá propor a
conciliação
- conciliando: será lavrado o respectivo
termo, onde constará valor, prazo e demais
condições para seu cumprimento.
- Não conciliando, o juiz abrirá prazo para o
autor manifestar-se sobre a contestação, no
prazo hábil, geralmente em 10 dias, bem
como já intimará as partes para a audiência
de instrução.
-
Audiência de Instrução
♦As partes não necessitam apresentar com
antecedência rol de testemunhas, comparecendo
independente de intimação → não precisa de rol
de testemunha
♦Nesta audiência deverão comparecer as partes,
sob pena de confissão quanto à matéria de fato,
bem como as testemunhas, no máximo de 03 para
cada parte
♦Nesta ocasião, prestarão depoimento as partes e
as testemunhas
♦as partes poderão requerer a produção de prova
pericial.
♦Pode acontecer da audiência de instrução ser
suspensa por qualquer motivo, como, por
exemplo, o cumprimento de carta precatória para a
oiva de testemunha → será designada uma
audiência chamada de encerramento, que é uma
continuação e conclusão da instrução.
♦Encerrada a instrução, as partes poderão
apresentar suas razões finais, pelo prazo máximo
de 10 minutos cada um → juiz deve renovar a
proposta de conciliação e se esta não for obtida →
designará a data para audiência de julgamento
Audiência de Julgamento
♦Na verdade, nesta tiaudiência as partes não
comparecem. Mais que uma audiência é um prazo
que o juiz fixa para proferir sua decisão e
publicação da sentença, do qual as partes ficam
desde logo intimadas.
Lívia Fortini deMello
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
♦Até 40 salários mínimos
♦Não se aplica a Fazenda Pública → só aplica o
procedimento ordinário
♦O pedido deverá ser certo ou determinado e
indicará valor correspondente→ a escolha do
procedimento sumaríssimo não é uma vontade da
parte, porque depende do valor → se não informar,
arquiva
♦Não faz citação por edital → incube ao autor
indicar o nome e o endereço do reclamado→ se
não informar, arquiva
♦A apreciação da reclamação deverá ocorrer no
prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento,
podendo constar em pauta especial, se necessário,
de acordo com o movimento judiciário
♦A audiência não pode ser em um intervalo menor
do que 5 dias entre a notificação do reclamado →
isso serve para o ordinário e o sumaríssimo
♦As demandas sujeitas ao rito sumaríssimo serão
instruídas e julgadas em audiência UNA
♦A audiência UNA pode ser fracionada, como é o
caso da perícia
♦Só pode ouvir duas testemunhas
♦não há intimação da testemunha → ela
compareceindependentemente de intimação
- só será deferida a intimação da testemunha
que, comprovadamente intimada, deixar de
comparecer → se mesmo assim não
comparece, juiz pode determinar a
condução coercitiva
♦quem dirige o processo é o juiz → determina
quais provas são importantes ou não
♦Juiz abre a audiência esclarecendo para as partes
as vantagens da conciliação
♦Na ata de audiência deve constar somente os atos
essenciais
♦Serão decididos, de plano, todos os incidentes e
exceções que possam interferir no prosseguimento
da audiência e do processo. As demais questões
serão decididas na sentença.
♦Na audiência há impugnação das preliminares e
dos documentos
♦Somente quando a prova do fato existir, ou for
legalmente imposta, será deferida prova técnica,
incumbindo ao juiz, desde logo, nomear o perito
♦No rito sumaríssimo, a sentença resume os fatos
relevantes e dispensa o relatório → no rito
ordinário tem o relatório
Inquérito judicial
♦Para apuração de justa causa de dirigente sindical
♦até 6 testemunhas
Lívia Fortini deMello
Petição Inicial
♦Não precisa de advogado nas instâncias
ordinárias → jus postulandi até a 2º instância
♦Princípio Dispositivo (art. 2º CPC): aquele que se
sente lesado ou ameaçado é quem deve procurar o
Poder Judiciário para exercer sua pretensão
Considerações Gerais
♦Modalidades de reclamação: escrita ou verbal
(art. 840 da CLT) - redução a termo
- se escrita, a reclamação deverá conter a
designação do juízo, a qualificação das
partes, a breve exposição fatos que deverá
ser certo, determinado e com indicação de
seu valor, a data e a assinatura do
reclamante ou de seu representante → se
não atender, é extinto sem julgamento do
mérito (art. 840, §1º)
- Se verbal, a reclamação será reduzida a
termo, em duas vias datadas e assinadas
pelo escrivão ou secretário, observado, no
que couber, os critérios da reclamação
escrita
♦Deve apresentar todos os documentos → só pode
apresentar depois, se forem novos
♦Art. 319 do CPC
Pedidos
♦Pedido deve ser certo, determinado e com
indicação dos valores
♦Classificação dos pedidos: simples x cumulado
♦Pedido principal: compreende-se no principal os
juros legais, a correção monetária e as verbas de
sucumbência, inclusive os honorários advocatícios
→ se não tiver na petição inicial, juiz pode
condenar mesmo assim
♦Pedido acessório: tem que pedir para haver a
condenação → ex: reflexo das verbas
♦Pedidos alternativos: a obrigação pode ser
cumprida de formas distintas
♦Pedidos sucessivos: caso não reconheça um
pedido, pode reconhecer outro → subsidiariamente
Valor da Causa
♦impugnação ao valor da causa: preliminar de
contestação
Indeferimento da petição inicial
♦É possível, mas considerando o princípio da
celeridade e economia processual é difícil
Resposta do Réu
♦É o conjunto de atos que podem ser praticados
pelo reclamado, previstos na lei processual, para
resistir à pretensão formulada pelo reclamante na
inicial
♦A principal resposta do réu é a Contestação ou
Defesa. A defesa deve trazer as preliminares e
defesa de mérito
♦Preliminares na contestação → art. 337 CPC
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o
mérito, alegar:
I - inexistência ou nulidade da citação;
II - incompetência absoluta e relativa;
III - incorreção do valor da causa;
IV - inépcia da petição inicial;
V - perempção;
VI - litispendência;
VII - coisa julgada;
VIII - conexão;
IX - incapacidade da parte, defeito de
representação ou falta de autorização;
X - convenção de arbitragem;
XI - ausência de legitimidade ou de interesse
processual;
XII - falta de caução ou de outra prestação
que a lei exige como preliminar;
XIII - indevida concessão do benefício de
gratuidade de justiça.
♦Não há tanto formalismo no direito do trabalho
→ a alegação da preliminar não quer dizer que
será acolhida e anulará o processo → celeridade e
economia processual
♦Alegação da prescrição (mérito): qualquer
momento das instâncias ordinárias
♦É vedado a alegação da prescrição de ofício →
princípio da proteção
♦Impugnação especificada → tem que impugnar
tudo → impugnação genérica: confissão
Lívia Fortini deMello
♦Princípio da Eventualidade (art. 336 do CPC): na
defesa o réu deve alegar todas as suas razões,
ainda que de maneira sucessiva, o que é
decorrência lógica do princípio da impugnação
especificada
♦Compensação: só pode ser arguida como matéria
de defesa, desde que a dívida seja de natureza
trabalhista.
♦Reconvenção: pode no processo do trabalho
→desde que a cobrança seja de natureza
trabalhista → prazo: contestação
Exceções
♦Nas causas da Justiça do Trabalho somente podem ser
opostas, com suspensão do feito, as exceções de
suspeição ou incompetência
♦exceção de incompetência: Até 05 dias após a
notificação
Suspeição
♦É uma condição que o juiz tem que o impede de
proferir naquele processo uma decisão isenta
♦Situações de suspeição (art. 801 da CLT):
a) inimizade pessoal;
b) amizade íntima;
c) parentesco por consanguinidade ou
afinidade até o terceiro grau civil
d) interesse particular na causa
♦Se o juiz não se declarar suspeito → o advogado
pode arguir a suspeição
♦Prazo: pode arguir a qualquer momento
♦Se sabia da suspeição e não arguiu →não pode
mais alegar
Revelia
♦É a contumácia do réu em não atender ao
chamado judicial para defender-se. Contumácia
como gênero do qual a revelia é uma espécie
♦Contra o revel que não tenha patrono nos autos,
correrão os prazos independentemente de
intimação, a partir da publicação de cada ato
decisório
♦O não-comparecimento do reclamante à
audiência importa o arquivamento da reclamação,
e o não comparecimento do réu importa a revelia e
a confissão da matéria
♦Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz
suspender o julgamento, designando nova
audiência.
♦Na hipótese de ausência do reclamante, este será
condenado ao pagamento das custas calculadas na
forma do art. 789 (2% do valor da causa) desta
Consolidação, ainda que beneficiário da justiça
gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze
dias, que a ausência ocorreu por motivo
legalmente justificável → o pagamento é condição
para a propositura de nova demanda
♦a revelia não produz o efeito se:
- havendo pluralidade de reclamados, algum
deles contestar a ação
- o litígio versar sobre direitos indisponíveis
→ crítica: o direito do trabalho não é
direito indisponível?
- a petição inicial não estiver acompanhada
de instrumento que a lei considere
indispensável à prova do ato;
- as alegações de fato formuladas pelo
reclamante forem inverossímeis ou
estiverem em contradição com prova
constante dos autos.
♦Ainda que ausente o reclamado, presente o
advogado na audiência, serão aceitos a contestação
e os documentos eventualmente apresentados.
♦Dessa forma, para o processo civil, a revelia é a
falta de resposta do réu e no processo do trabalho a
revelia é a ausência do réu
Efeitos da revelia
♦No processo civil: um dos principais efeitos da
revelia é a não intimação dos atos processuais,
caso não haja advogado constituído.
.♦No processo trabalho: se o reclamado não tiver
advogado só será notificado da decisão
pessoalmente. Se constituir advogado, será
intimado de todos os atos
Art. 852 - Da decisão serão os litigantes
notificados, pessoalmente, ou por seu
representante, na própria audiência. No caso de
revelia, a notificação far-se-á pela forma
estabelecida no § 1º do art. 841.
Lívia Fortini deMello
Atos processuais
♦Atos processuais são aqueles atos oriundos da
vontade humana, que têm importância jurídica
para a relação processual. → são praticados pelas
partes ou pelo juiz que visam um determinado
efeito processual (constituição, conservação,
desenvolvimento, modificação ou cessação da
relação processual)
♦Os atos processuais estão previstos de maneira
exemplificativa no art. 200 do CPC
Art. 200. Os atos das partes consistentes em
declarações unilaterais ou bilaterais de vontade
produzem imediatamente a constituição,
modificação ou extinção de direitos
processuais.
Parágrafo único. A desistência da ação só
produzirá efeitos após homologação judicial.
♦São exemplos de atos processuaisdas partes:
petição inicial, contestação, recursos, depoimento
pessoal, transação, etc.
♦Atos processuais praticados pelo juiz →
exemplificativo:
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz
consistirão em sentenças, decisões
interlocutórias e despachos.
§ 1º Ressalvadas as disposições expressas
dos procedimentos especiais, sentença é o
pronunciamento por meio do qual o juiz,
com fundamento nos arts. 485 e 487, põe
fim à fase cognitiva do procedimento
comum, bem como extingue a execução.
§ 2º Decisão interlocutória é todo
pronunciamento judicial de natureza
decisória que não se enquadre no § 1º.
§ 3º São despachos todos os demais
pronunciamentos do juiz praticados no
processo, de ofício ou a requerimento da
parte.
§ 4º Os atos meramente ordinatórios,
como a juntada e a vista obrigatória,
independem de despacho, devendo ser
praticados de ofício pelo servidor e
revistos pelo juiz quando necessário.
♦Além disso, o juiz ainda preside audiência,
supervisiona os trabalhos da secretaria, atende
advogados, etc.
Princípios dos atos processuais no Processo do
Trabalho
Publicidade
Art. 770 - Os atos processuais serão públicos
salvo quando o contrário determinar o interesse
social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6
(seis) às 20 (vinte) horas.
♦Esse princípio não é absoluto, sendo certo que
quando houver questões íntimas, pode decidir o
juiz pela restrição da publicidade dos atos
processuais, nos termos do art. 5º, inc. LX da CF:
“A lei só poderá restringir a publicidade dos atos
processuais quando a defesa da intimidade ou o
interesse social o exigirem”
Limites Temporais
♦O art. 770 estabelece os dias e horários em que os
atos processuais podem ser praticados no processo
do trabalho. Com a aplicação subsidiária ao
processo do trabalho, o art. 212 do CPC:
Art. 212. Os atos processuais serão realizados
em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.
§ 1º Serão concluídos após as 20 (vinte) horas
os atos iniciados antes, quando o adiamento
prejudicar a diligência ou causar grave dano.
§ 2º Independentemente de autorização
judicial, as citações, intimações e penhoras
poderão realizar-se no período de férias
forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias
úteis fora do horário estabelecido neste artigo,
observado o disposto no art. 5º, inciso XI, da
Constituição Federal .
§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado por
meio de petição em autos não eletrônicos, essa
deverá ser protocolada no horário de
funcionamento do fórum ou tribunal, conforme
o disposto na lei de organização judiciária
local.
♦No PJE não tem nenhuma restrição
Lívia Fortini deMello
Formas
♦O ato processual deve seguir a fora constantes do
art. 771 da CLT, ou seja, deve ser escritos
Art. 771 - Os atos e termos processuais
poderão ser escritos a tinta, datilografados ou a
carimbo.
Documentação
♦Os atos processuais serão documentados e
juntados aos autos, devidamente assinados pelas
partes ou procuradores
Preclusão
♦É a perda do direito de praticar uma faculdade
processual, pelo decurso do tempo previsto na lei
ou pelo juiz (temporal), por já ter sido exercido
(consumativa) ou por ser um ato incompatível com
outro já praticado (lógica)
Termo Processual
♦São atos de documentação do processo, ou seja, o
instrumento pelo qual o ato processual será
retratado e juntado aos autos.
♦No caso do processo do trabalho, os termos serão
escritos.
♦É a expressão do ato processual, expressa,
escrita, a redução a escrita do termo processual, a
reprodução gráfica de um ato processual, levar
para o papel aquilo que é dito
Prazos processuais
♦Prazos processuais é o tempo no qual deve ser
praticado um ato processual, é, portanto, o limite
temporal estabelecido em lei, pelas partes ou pelo
juiz, para a prática de um ato processual
Quanto à origem
♦Prazos legais: aqueles fixados em lei. Ex: os
prazos para a interposição de recursos,
normalmente 8 dias no processo do trabalho
♦Prazos judiciais: estabelecidos pelo juiz
♦Prazos convencionais: prazos estabelecidos pelas
partes
Quanto à natureza
♦Prazos peremptórios: são prazos improrrogáveis
pela vontade das partes, chamados fatais,
normalmente - art. 222 CPC
♦Prazos dilatórios: são aqueles prorrogáveis pelo
juiz, a pedido de uma ou das partes - art. 190 do
CPC
Quanto aos destinatários
♦Prazos próprios: são aqueles prazos destinados às
partes do processo, reclamante e reclamado, autor
e réu.
♦Prazos impróprios: prazos destinados aos outros
agentes que participam do processo, que não sejam
o autor e réu. Ex; prazo destinado ao perito para a
apresentação de laudo.
Contagem dos prazos processuais
♦Igual ao Civil
♦Antes da reforma eram em dias corridos
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título
serão contados em dias úteis, com exclusão
do dia do começo e inclusão do dia do
vencimento.
§ 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo
tempo estritamente necessário, nas seguintes
hipóteses:
I - quando o juízo entender necessário;
II - em virtude de força maior, devidamente
comprovada.
Lívia Fortini deMello
♦Conforme preconiza o art. 775 da CLT, os prazos
são contínuos, contudo, podem ser suspensos ou
interrompidos:
- Suspensão: o prazo é paralisado e retorna
do ponto de onde parou. Recessos e Férias
Forenses. Nos casos de morte ou perda da
capacidade também.
- Interrupção o prazo é paralisado e quando
retorna conta-se ele todo novamente. Ex:
embargos de declaração
♦CLT sobre as férias forense
Art. 775-A. Suspende-se o curso do prazo
processual nos dias compreendidos entre 20
de dezembro e 20 de janeiro, inclusive.
§ 1º Ressalvadas as férias individuais e os
feriados instituídos por lei, os juízes, os
membros do Ministério Público, da Defensoria
Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares
da Justiça exercerão suas atribuições durante o
período previsto no caput deste artigo.
§ 2º Durante a suspensão do prazo, não se
realizarão audiências nem sessões de
julgamento.
♦CPC sobre férias forense:
Art. 214. Durante as férias forenses e nos
feriados, não se praticarão atos processuais,
excetuando-se: I - os atos previstos no art. 212,
§ 2o; II - a tutela de urgência.
Art. 215. Processam-se durante as férias
forenses, onde as houver, e não se suspendem
pela superveniência delas: I - os
procedimentos de jurisdição voluntária e os
necessários à conservação de direitos, quando
puderem ser prejudicados pelo adiamento; II -
a ação de alimentos e os processos de
nomeação ou remoção de tutor e curador; III -
os processos que a lei determinar.
Art. 216. Além dos declarados em lei, são
feriados, para efeito forense, os sábados, os
domingos e os dias em que não haja
expediente forense.
Comunicação dos atos processuais trabalhistas
♦A comunicação dos atos processuais ocorre
através de dois institutos: Citação e Intimação
♦Citação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém
da existência de ação proposta em seu desfavor,
para que possa, dentro do prazo legal, se defender.
- No caso do processo do trabalho, o prazo
para a apresentação da defesa será a
primeira audiência.
♦Intimação é o ato de informar a alguém da
ocorrência de um ato processual.
♦O processo do Trabalho utiliza a expressão
Notificação, que é um gênero que abrange tanto a
citação e a intimação.
- A notificação inicial (citação) é feita pelos
correios, com aviso de recebimento.
- Quando a parte não é localizada é
determinado que seja feito por oficial de
justiça. Se estiver em local incerto e não
sabido, a notificação se dará por edital.
♦Os advogados são intimados através do Diário
Oficial.
Nulidades processuais
♦Nulidade é vício ou defeito de um ato processual.
♦Para que um ato seja considerado válido é
necessário que ele seja praticado livremente, por
um sujeito capaz, tenha por objeto algo lícito e
possível, com forma prescrita ou não defesa em
lei.
♦O vício se dará, justamente, na não observância
de algum desses elementos.
Classificação dos vícios - Bezerra Lima
♦Irregularidade sem consequência: são aqueles
pequenos erros materiais que podem ser sanados
através de simples manifestação da parte ou por
simples documento. Muito comum quandose vai
inserir datas ou valores nas petições
♦Irregularidades que geram sanção
extraprocessual: são os comportamentos
inadequados, normalmente praticados por
advogados ou por algum outro sujeito do processo,
visando a protelação do feito. Ex: Ficar de posse
Lívia Fortini deMello
de autos por tempo superior ao determinado pelo
juiz.
♦Irregularidades que geram um ato inexistente:
o ato praticado torna-se sem efeito. Exemplo: atos
processuais apócrifos. (sem assinatura: com o
processo eletrônico não é possível)
♦Irregularidades que geram nulidade: são os
vício com um grande grau de repercussão
processual.
- Se a nulidade for absoluta ela pode ser
declarada de ofício, se for relativa é
necessário ser suscitado pela parte.
Classificação dos vícios - Sérgio Pinto Martins
♦Os sanáveis são a nulidade relativa, a
anulabilidade e as irregularidades.
♦Os vícios insanáveis são a inexistência e a
nulidade absoluta.
Classificação dos vícios - José Augusto Rodrigues
Pinto
♦Irregularidades: Meras irregularidades, podem
ser facilmente corrigidas.
♦Atos inexistentes: não geram efeito, não existem
para o processo.
♦Nulidades: são os vícios com repercussão
expressiva no processo, havendo necessidade da
participação do juiz e das partes para que a
nulidade seja sanada.
Princípios da nulidade
Princípio do Prejuízo ou da Transcendência:
(artigo 794 CLT)
♦A declaração de nulidade só ocorrerá se gerar
manifesto prejuízo de ordem processual.
Art. 794 - Nos processos sujeitos à apreciação
da Justiça do Trabalho só haverá nulidade
quando resultar dos atos inquinados manifesto
prejuízo às partes litigantes.
Princípio do Preclusão ou Convalidação: (artigo
795 CLT)
♦Diz respeito às nulidades relativas, que devem
ser arguidas na primeira oportunidade que a parte
tiver para manifestar nos autos.
Art. 795 - As nulidades não serão declaradas
senão mediante provocação das partes, as quais
deverão argui-las à primeira vez em que
tiverem de falar em audiência ou nos autos.
§ 1º - Deverá, entretanto, ser declarada ex
officio a nulidade fundada em incompetência
de foro. Nesse caso, serão considerados nulos
os atos decisórios.
§ 2º - O juiz ou Tribunal que se julgar
incompetente determinará, na mesma ocasião,
que se faça remessa do processo, com
urgência, à autoridade competente,
fundamentando sua decisão.
Princípio da Economia Processual: (artigo 796, a,
da CLT)
♦Quando for possível suprir o vício ou repetir o
ato, o juiz, visando a economia processual, não
declarará a nulidade, concedendo prazo para que
tal irregularidade seja sanada.
Princípio do Interesse: (artigo 796, b, da CLT)
♦A nulidade não será pronunciada quando arguida
por quem lhe tiver dado causa.
Princípio da Utilidade (artigo 797 e 798 CLT)
♦a nulidade do ato prejudicará os posteriores que
dele dependam.
Lívia Fortini deMello
Provas no processo do trabalho
Conceito
♦É o meio lícito para demonstrar a veracidade ou
não de determinado fato com a finalidade de
convencer o juiz da sua existência ou inexistência
Princípios
Princípio do contraditório e da ampla defesa
♦aos litigantes é conferido o direito recíproco de
trazer seus elementos probatórios e de se
manifestarem reciprocamente acerca deles,
observada a igualdade os momentos processuais
adequados
♦diferente do direito dos EUA em que a parte
chega na audiência com uma prova/testemunha
nova
Princípio da necessidade da prova
♦é dever da parte fazer prova de suas alegações,
cabendo ao juiz a análise da relevância e
necessidade daquela prova para o deslinde da
causa e para a comprovação do que se formula
como pretensão ou o que se pretende provar
Princípio da proibição da prova obtida ilicitamente
♦Só serão consideradas como válidas as provas
obtidas por meio lícitos
Princípio do livre convencimento e da persuasão
racional
♦O magistrado fará a análise e valoração da prova,
aferindo o seu grau de veracidade e a capacidade
de comprovação dos fatos alegados no processo,
nos termos do art. 832 da CLT e CPC - art. 371
Art. 832 - Da decisão deverão constar o nome
das partes, o resumo do pedido e da defesa, a
apreciação das provas, os fundamentos da
decisão e a respectiva conclusão.
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante
dos autos, independentemente do sujeito que a
tiver promovido, e indicará na decisão as
razões da formação de seu convencimento.
Princípio de Oralidade
♦No processo do trabalho a produção de provas
ocorre na audiência de instrução e julgamento
Art. 845 - O reclamante e o reclamado
comparecerão à audiência acompanhados das
suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião,
as demais provas.
Art. 852 - Da decisão serão os litigantes
notificados, pessoalmente, ou por seu
representante, na própria audiência. No caso de
revelia, a notificação far-se-á pela forma
estabelecida no § 1º do art. 841.
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas
na audiência de instrução e julgamento, ainda
que não requeridas previamente.
Princípio da imediatidade
♦Permite ao magistrado colher diretamente e
determinar as provas cuja produção entenda
necessárias.
♦Quem colhe as provas, decide
Princípio da aquisição processual
♦Impossibilita a livre disposição dos elementos de
provas pelas partes quando estes já estão
incorporados ao processo. Impede a retirada e seu
descentramento
Princípio in dúbio pro misero
♦Na dúvida, interpretar em benefício do
trabalhador.
Objeto e ônus da prova
Art. 818. O ônus da prova incumbe:
I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo
de seu direito;
II - ao reclamado, quanto à existência de fato
impeditivo, modificativo ou extintivo do
direito do reclamante.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de
peculiaridades da causa relacionadas à
impossibilidade ou à excessiva dificuldade
de cumprir o encargo nos termos deste artigo
ou à maior facilidade de obtenção da prova do
fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da
prova de modo diverso, desde que o faça por
decisão fundamentada, caso em que deverá dar
à parte a oportunidade de se desincumbir do
Lívia Fortini deMello
ônus que lhe foi atribuído. → inversão do
ônus da prova
§ 2º A decisão referida no § 1o deste artigo
deverá ser proferida antes da abertura da
instrução e, a requerimento da parte, implicará
o adiamento da audiência e possibilitará provar
os fatos por qualquer meio em direito
admitido.
§ 3º A decisão referida no § 1o deste artigo não
pode gerar situação em que a desincumbência
do encargo pela parte seja impossível ou
excessivamente difícil. → não pode inverter
quando também for impossível para o
reclamado provar também
Exceções para as regras do ônus da prova
♦Art. 374: Não dependem de prova os fatos:
- notórios;
- afirmados por uma parte e confessados
pela parte contrária;
- admitidos, no processo, como
incontroversos;
- em cujo favor milita presunção legal de
existência ou de veracidade.
♦A inversão do ônus de prova ocorre no processo
do trabalho, mas não é a regra.
♦Nos casos de comprovação de horário para fins
de pleito de pagamento de horas extras → Súmula
338 do TST
É ônus do empregador que conta com mais
de 10 (dez) empregados o registro de
jornada de trabalho na forma do art. 74, §
2º, da CLT. A não apresentação
injustificada dos controles de frequência
gera presunção relativa de veracidade da
jornada de trabalho, a qual pode ser elidida
por prova em contrário.
Meios de prova
♦Além do artigo 5º, inciso LVI da Constituição e
do artigo 369 do CPC, pelos quais “qualquer
prova, desde que legítimas, são admitidas”,
aponta-se como meios de prova:
- Depoimento das partes;
- Depoimento testemunhal;
- Documentos;
- Perícia
- Inspeção Judicial.
Depoimento das partes
♦Confissão real: reconhecimento por uma das
partes sobre a veracidade dos fatos apontados pela
outra.
- É de caráter absoluto, e mesmo que diante
de elemento que possa elidi-la, goza de
presunção jure et de jure1
♦Confissão ficta: decorre, por exemplo, do não
comparecimento da parte na audiência onde
deveria prestar depoimento, ou mesmo que
comparecendo, tenha se recusado a responder aos
questionamentos.
- Produz presunção relativae, ao contrário
da real, pode ser elidida por prova em
contrário.
♦Súmula 74 do TST:
I - Aplica-se a confissão à parte que,
expressamente intimada com aquela cominação,
não comparecer à audiência em prosseguimento,
na qual deveria depor.
II - A prova pré-constituída nos autos pode ser
levada em conta para confronto com a confissão
ficta, não implicando cerceamento de defesa o
indeferimento de provas posteriores.
III- A vedação à produção de prova posterior pela
parte confessa somente a ela se aplica, não
afetando o exercício, pelo magistrado, do
poder/dever de conduzir o processo.
Depoimento de testemunhas
♦Meio de prova mais utilizado no Processo do
Trabalho, tendo grande peso nas decisões
judiciais.
♦Não serve como testemunhas aquelas que se
enquadram no art. 447 do novo CPC (incapazes,
impedidas ou suspeitas) e 829 da CLT
Art. 829 - A testemunha que for parente até
o terceiro grau civil, amigo íntimo ou
inimigo de qualquer das partes, não
prestará compromisso, e seu depoimento
valerá como simples informação
1 estabelecido como verdade e não admite prova em
contrário
Lívia Fortini deMello
♦Caso se enquadrem em uma dessas situações,
podem ser ouvidas como meros informantes.
♦Não torna suspeita a testemunha o simples fato
de estar litigando ou de ter litigado contra o
mesmo empregador.
♦Contradita a testemunha: antes de depor, a
testemunha será qualificada e informará suas
relações de de parentesco com a parte parte ou
interesse no objeto do processo → a parte
contrária poderá contraditar a testemunha →
arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou a
suspeição, bem como, caso a testemunha negue os
fatos que lhe são imputados, provar a contradita
com documentos ou com testemunhas, até 3 (três),
apresentadas no ato e inquiridas em separado.
- Sendo provados ou confessados os fatos, o
juiz dispensará a testemunha ou lhe tomará
o depoimento como informante.
♦Número de testemunhas:
- procedimento ordinário: 3
- procedimento sumário: 2
- inquérito de apuração de falta grave: 6
♦Ordem dos depoimentos: O juiz inquirirá as
testemunhas separadas e sucessivamente → 1º as
do autor e 2º as do réu, e providenciará para que
uma não ouça o depoimento das outras.
- juiz poderá alterar a ordem estabelecida no
caput se as partes concordarem
♦Intimação das testemunhas: As
testemunhas comparecerão à audiência
independentemente de notificação ou
intimação.
- As que não comparecerem serão intimadas,
ex officio ou a requerimento da parte,
ficando sujeitas a condução coercitiva,
além das penalidades do art. 730, caso,
sem motivo justificado, não atendam à
intimação
Impugnação dos documentos
Art. 852-H. Todas as provas serão
produzidas na audiência de instrução e
julgamento, ainda que não requeridas
previamente.
§ 1º Sobre os documentos apresentados por
uma das partes manifestar-se-á
imediatamente a parte contrária, sem
interrupção da audiência, salvo absoluta
impossibilidade, a critério do juiz
♦Documento novo: É lícito às partes, em
qualquer tempo, juntar aos autos documentos
novos, quando destinados a fazer prova de fatos
ocorridos depois dos articulados ou para
contrapô-los aos que foram produzidos nos autos.
- Admite-se também a juntada posterior de
documentos formados após a petição
inicial ou a contestação, bem como dos que
se tornaram conhecidos, acessíveis ou
disponíveis após esses atos, cabendo à
parte que os produzir comprovar o motivo
que a impediu de juntá-los anteriormente e
incumbindo ao juiz, em qualquer caso,
avaliar a conduta da parte
♦Incidente de falsidade: A falsidade deve ser
suscitada na contestação, na réplica ou no prazo de
15 dias, contado a partir da intimação da juntada
do documento aos autos.
- Uma vez arguida, a falsidade será resolvida
como questão incidental, salvo se a parte
requerer que o juiz a decida como questão
principal
Lívia Fortini deMello
♦Exibição de documentos:
Art. 396. O juiz pode ordenar que a parte
exiba documento ou coisa que se encontre
em seu poder.
Art. 397. O pedido formulado pela parte
conterá:
I - a descrição, tão completa quanto
possível, do documento ou da coisa, ou das
categorias de documentos ou de coisas
buscados;
II - a finalidade da prova, com
indicação dos fatos que se relacionam com
o documento ou com a coisa, ou com suas
categorias;
III - as circunstâncias em que se
funda o requerente para afirmar que o
documento ou a coisa existe, ainda que a
referência seja a categoria de documentos
ou de coisas, e se acha em poder da parte
contrária.
Art. 398. O requerido dará sua
resposta nos 5 dias subsequentes à sua
intimação.
Parágrafo único. Se o requerido
afirmar que não possui o documento ou a
coisa, o juiz permitirá que o requerente
prove, por qualquer meio, que a declaração
não corresponde à verdade.
Art. 400. Ao decidir o pedido, o juiz
admitirá como verdadeiros os fatos que,
por meio do documento ou da coisa, a
parte pretendia provar se:
I - o requerido não efetuar a exibição
nem fizer nenhuma declaração no prazo do
art. 398 ;
II - a recusa for havida por ilegítima.
Parágrafo único. Sendo necessário, o
juiz pode adotar medidas indutivas,
coercitivas, mandamentais ou
sub-rogatórias para que o documento seja
exibido.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art398
Lívia Fortini deMello
Recursos
♦É o ato jurídico pelo qual se procura a reforma, a
invalidação, o esclarecimento ou a integração de
decisão judicial a que se impugna.
♦É uma forma de controle dos atos jurisdicionais
pelas instâncias superiores.
Classificação dos Recursos
Segundo à autoridade à qual se dirigem
♦Próprios: julgados pelo órgão hierarquicamente
superior
♦Impróprios: julgados pela mesma autoridade
que proferiu a decisão impugnada
Segundo ao assunto
♦Ordinários: são aqueles que objetivam a revisão
do julgado devolvendo ao Tribunal ad quem o
exame de toda a matéria impugnada → Recurso
ordinário, embargos de declaração, agravo de
instrumento e o pedido de revisão
♦Extraordinários: são os recurso que versam
sobre matéria exclusivamente de direito, sendo
vedado ao julgador o reexame de fatos e provas →
recurso de revista e recurso de embargos no TST
Segundo a extensão da matéria
♦Total
♦Parcial
Segundo à forma de recorrer
♦Principal
♦Adesivo
Princípios Recursais
Princípio do Duplo Duplo Grau de Jurisdição
♦Assegura às partes envolvidas em um processo,
bem como a eventual terceiro que tenha sido
prejudicado com uma decisão, a possibilidade de
recorrer buscando um novo julgamento ou a
modificação da decisão.
Princípio da Unirrecorribilidade
♦impossibilidade de interposição de mais de um
recurso contra uma mesma decisão, isto é, é
vedada a interposição de vários recursos
simultaneamente → mas podem ser interpostos de
forma sucessiva.
♦Exceções:
- caso de sucumbência recíproca;
- casos de dissídios coletivos → quando o
acórdão não tiver sido publicado nos 20
dias subsequentes ao julgamento →
qualquer dos litigantes ou o Ministério
Público do Trabalho pode interpor recurso
ordinário findado tão somente na certidão
do julgamento.
Princípio da Fungibilidade ou conversibilidade
♦Autoriza que o juiz conheça de um recurso que
foi interposto de forma errônea como se fosse o
recurso pertinente.
♦Tal atitude busca atingir os princípios da
finalidade e da simplicidade aplicados ao processo
do trabalho
♦3 requisitos:
- inexistência de erro grosseiro
- existência de dúvida convincente sobre
qual recurso seria cabível
- que o recurso interposto de forma errônea
obedeça ao prazo do recurso cabível.
Princípio da Voluntariedade
♦O órgão julgador não pode conhecer de matéria
não levantada no recurso
♦Exceto quando se tratar de matéria de ordem
pública, outra exceção comportada neste princípio
é acerca do reexame necessário.
Princípio da proibição do reformatio in pejus
♦O tribunal não pode modificar para pior a
situação do recorrente, podendo manter os termos
da decisão já proferida ou diminuir a condenação.
Efeitos dos recursos
Devolutivo
♦levar ao conhecimento do Tribunal a matéria
objeto do recurso
♦devolutivo em extensão: somenteserão
analisadas as partes da sentença que forem
impugnadas, transitando em julgado os demais →
A parte recorrente fixa a extensão do recurso,
fazendo com que o apelo seja classificado em total
Lívia Fortini deMello
ou parcial, caso impugna toda a decisão
desfavorável ou apenas um ou alguns pontos.
♦devolutivo em profundidade: os fundamentos
da petição inicial e defesa são automaticamente
levados ao conhecimento do Tribunal, mesmo que
não analisados pela sentença, não se aplicando em
relação aos pedidos não julgados pela sentença. →
Todos os fundamentos lançados aos autos são
reanalisados, mesmo sem pedido da parte
recorrente. → Súmula 393 do TST
Suspensivo
♦esse efeito não é regra, é exceção
♦O art. 899 da CLT prevê que os recursos serão
recebidos apenas no efeito devolutivo, permitindo
desde logo a execução/liquidação provisória.
♦Súmula 414 do TST:
A tutela provisória concedida na sentença não
comporta impugnação pela via do mandado de
segurança, por ser impugnável mediante recurso
ordinário → É admissível a obtenção de efeito
suspensivo ao recurso ordinário mediante
requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou
ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal
recorrido
Translativo
♦Relacionado à possibilidade do Tribunal, ao
analisar o recurso, conhecer as matérias de ordem
pública de ofício, ou seja, mesmo sem pedido da
parte recorrente
♦pode ser aplicada ao reconhecimento de ausência
das condições da ação, pressupostos processuais
(tais como litispendência, coisa julgada,
perempção, etc), incompetência absoluta
Regressivo
♦Caso o Magistrado entenda que sua decisão está
equivocada, poderá reconsiderá-la, julgando
prejudicado o apelo manejado.
♦Ex: agravo de instrumento
Substitutivo
♦A decisão a ser proferida por aquele órgão, por
razões lógicas, substituirá a decisão anterior, caso
o mérito do recurso seja analisado, seja para
manter a decisão ou reformá-la
Extensivo
♦O recurso interposto por um litisconsorte
aproveitará aos demais → isto é, se estenderá
automaticamente aos outros litisconsortes, caso os
interesses sejam comuns.
♦Exceção: se os interesses e defesas forem
distintos.
♦Segundo doutrina e jurisprudência majoritárias,
tal situação somente é possível na hipótese de
litisconsórcio unitário, no qual a decisão a ser
proferida é a mesma para os litisconsortes.
Pressupostos recursais genéricos
Legitimidade
♦A legitimidade recursal é a habilitação legal dada
a determinada pessoa, natural ou jurídica, para
recorrer de certa decisão judicial
♦Como regra, é conferida às partes que atuaram no
processo, ao Ministério Público, enquanto parte ou
custus legis, e a terceiros prejudicados pela
decisão recorrida.
♦Hipóteses em que terceiros poderão interpor
recurso trabalhista:
- o sucessor ou herdeiro
- a empresa condenada solidária ou
subsidiariamente
- o subempreiteiro, o empreiteiro principal
ou o dono da obra
- os sócios de fato nas sociedade não
juridicamente constituídas, além das
pessoas físicas e jurídicas, por força de
normas de direito civil, que se vinculem à
parte que figurou na demanda
- os litisconsortes e assistentes (simples ou
litisconsorciais);
- o substituto processual.
Capacidade
♦O recorrente deve ser plenamente capaz, nos
termos dos arts. 3º, 4º e 5º do Código Civil, no
momento de interposição do recurso.
Interesse
♦O interesse recursal repousa no binômio
utilidade/necessidade:
- A necessidade relaciona-se à
imprescindibilidade do recurso para o
sucesso da pretensão do recorrente,
indeferida pela sentença impugnada.
Lívia Fortini deMello
- A utilidade refere-se à permanência do
gravame imposto ao recorrente pela
decisão atacada, ou seja, que o objeto da
ação não tenha se perdido, por exemplo,
pela satisfação espontânea por parte do
recorrido.
Pressupostos recursais objetivos
Recorribilidade do ato
♦São irrecorríveis as sentenças proferidas nas
causas de alçada, os despachos de mero expediente
e as decisões interlocutórias.
Adequação
♦O recurso interposto deve ser adequado à decisão
confrontada, tendo em vista que cada espécie de
decisão desafia uma espécie de recurso legalmente
previsto.
Tempestividade
♦a interposição fora do prazo (intempestiva)
acarreta a preclusão do direito de recorrer da parte
interessada.
♦No processo do trabalho, o prazo para recorrer é
de 8 dias, exceto para os embargos de declaração,
cujo prazo é de cinco dias
♦MP e pessoas jurídicas do direito público →
prazo em dobro
♦Litisconsortes com procuradores diferentes não
tem prazo em dobro
♦Contagem do prazo é da prolação da sentença nas
hipóteses em que ela é proferida em audiência →
exceto quando há revelia e nos casos em que a ata
de audiência, com a respectiva sentença, não é
juntada aos autos dentro de quarenta e oito
horas→ as partes devem ser intimadas
pessoalmente
Preparo
♦corresponde ao recolhimento e à comprovação do
respectivo pagamento das custas processuais e do
depósito recursal
♦exigível apenas do empregador, nas ações em que
há condenação pecuniária → serve para garantir
uma futura execução, no caso de sucumbência do
empregador recorrente
♦A interposição do recurso antes do término do
prazo legal não impede a realização do depósito
recursal até o fim desse prazo → exceto nos casos
de agravo de instrumento, para os quais o § 7º do
art. 899 da CLT exige a comprovação do depósito
recursal no ato de interposição do recurso
♦O depósito recursal será necessário na execução
apenas nos casos em que houver elevação do valor
do débito, para compensar esse acréscimo. → isso
porque, em regra, o depósito recursal não é
exigível, pois o juízo já encontra-se garantido com
a penhora
♦Diferente do depósito recursal, o empregado deve
arcar com o pagamento das custas processuais,
salvo se for beneficiário da justiça gratuita
♦Isentos do pagamento das custas:
- pessoas jurídicas de direito público interno;
- MP;
- Inss;
- massa falida
- sindicatos nas ações coletivas → salvo em
caso de comprovada má-fé
♦As entidades fiscalizadoras do exercício
profissional devem pagar as custas
♦a multa por litigância de má-fé não precisa ser
recolhida juntamente com as custas processuais
como forma de garantir admissão do recurso.
♦Se pagar valor insuficiente das custas ou
depósito, somente haverá deserção do recurso se,
concedido o prazo de 5 dias, o recorrente não
complementar e comprovar o valor devido.
♦O valor das custas judiciais é de 2% sobre o
valor arbitrado provisoriamente na sentença →
teto: 4 vezes o limite dos benefícios do Regime
Geral de Previdência Social
Art. 789. Nos dissídios individuais e
nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e
procedimentos de competência da Justiça do
Trabalho, bem como nas demandas propostas
perante a Justiça Estadual, no exercício da
jurisdição trabalhista, as custas relativas ao
processo de conhecimento incidirão à base de
2% (dois por cento), observado o mínimo de
R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro
centavos) e o máximo de quatro vezes o limite
máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, e serão calculadas:
Lívia Fortini deMello
I – quando houver acordo ou
condenação, sobre o respectivo valor;
II – quando houver extinção do processo,
sem julgamento do mérito, ou julgado
totalmente improcedente o pedido, sobre o
valor da causa;
III – no caso de procedência do pedido
formulado em ação declaratória e em ação
constitutiva, sobre o valor da causa;
IV – quando o valor for indeterminado,
sobre o que o juiz fixar.
Depósito recursal
♦Intuito de garantir o juízo;
♦O depósito recursal será feito em conta vinculada
ao juízo e corrigido com os mesmos índices da
poupança.
♦Qual o valor? depende:
- É preciso ter em mente os valores máximos
considerados pela CLT.
- No caso de recurso ordinário, por exemplo,
o valor máximo do depósito recursal
trabalhista é de R$ 12.296,38
Isso quer dizer que caso a condenação em 1ª
instância seja de R $20.000,00, a garantia
necessária para recorrer à condenação é de R
$12.296,38, que é o valor máximo.
Contudo, caso a condenação seja de R$8.000,00,
a garantia necessária para recorrer à condenação

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