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Lívia Fortini deMello Conceitos e fontes do D. Processual do trabalho Formas de solução de Conflitos ♦Autodefesa: solução direta entre os litigantes pela imposição de um sobre o outro (greve e locaute) ♦Autocomposição: a solução do conflito se dá entre as partes em comum acordo (acordos e convenções coletivas) ♦Heterocomposição: uma fonte suprapartes decide o conflito (jurisdição, mediação e arbitragem): ♦Arbitragem (novo art. 507-A da CLT), desde que: a) remuneração do empregado seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social; e b) A cláusula compromissória seja pactuada por iniciativa do empregado ou mediante sua concordância expressa, nos termos previstos na Lei da Arbitragem. -Arbitragem é muito comum em contratos de jogadores de futebol -Há muitas controvérsias: Lei da arbitragem diz que não pode arbitrar sobre direitos indisponíveis, porém o D. do Trabalho é composto por diversos direitos indisponíveis. Conceito Direito Processual Trabalhista ♦É o ramo do Direito Processual destinado à solução, pela via judicial, de conflitos trabalhistas. ♦É, portanto, o conjunto de princípios e regras destinados a regular a atividade jurisdicional, a atuação de juízes e das partes, na busca de solução de conflitos individuais ou coletivos pertinentes à relação do trabalho. Posição do Direito Processual do Trabalho no Direito Processual ♦Teoria Monista: o direito processual é um só, guiado por normas que não diferem substancialmente a ponto de justificar-se o desdobramento e a autonomia dos diversos ramos processuais (penal, civil, trabalhista) ♦Teoria Dualista: Teoria mais adotada. O Direito Processual do Trabalho é autônomo em relação ao direito processual comum. ♦Teoria da Autonomia relativa: tendo em vista a aplicabilidade de forma subsidiária das normas do código de processo civil, seria uma autonomia relativa. Fontes do Direito Processual ♦Fontes formais heterônomas: aquelas no qual durante o seu processo de produção não há a participação de seus principais destinatários ♦Fontes formais autônomas: aquelas que durante seu processo de produção há a participação direta de seus principais destinatários. Ex: acordos e convenções coletivas de trabalho. ♦São fontes do Direito Processual do Trabalho: - As leis próprias e subsidiárias; - A jurisprudência - Súmulas e OJs - Os atos regimentais dos tribunais Fonte: Constituição Federal ♦A primeira e mais importante fonte formal do direito processual do trabalho. ♦Na CF de 46 inclui-se entre órgão do Poder Judiciário, a Justiça do Trabalho, fixando regras básicas de composição e competência. ♦O mesmo aconteceu na CF de 67 E 88. Essa última ampliou a organização e competência da JT. ♦Artigos da Constituição que tratam do Processo do trabalho: Lívia Fortini deMello - Competência da União para legislar → art. 22, I - Disposições sobre o Poder Judiciário → art. 93 a 100 - Dispõe sobre os Tribunais e Juízes do Trabalho → art. 111, 112 e 113 - Competência da Justiça do Trabalho → 114 - Investidura dos Juízes → art. 115 - Composição das Varas do Trabalho → art. 116 Fonte: Leis Ordinárias ♦A primeira delas é a CLT, depois vem o CPC. ♦CPC tem aplicação subsidiária nos casos de omissões da CLT, desde que haja compatibilidade entre as suas disposições e as finalidades do processo trabalhista. ♦O fundamento da subsidiariedade resulta do disposto no art. 769 da CLT. Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título. O que é subsidiariedade? ♦O direito comum é aplicável ao processo do trabalho de maneira subsidiária. ♦Leva-se, portanto, do direito comum normas processuais quando a CLT é omissa. ♦São necessários dois requisitos para a utilização das normas de Direito comum: - Omissão da legislação trabalhista - a compatibilidade da norma de Direito Comum com o Direito do Trabalho. Fonte: decretos, regimentos internos, súmulas, precedentes normativos, resoluções administrativas, portarias, OJs ♦Súmulas: Compilação da Jurisprudência dominante do Tribunal ♦OJ: aponta as diretrizes predominantes a respeito dos temas escolhidos pela comissão de Jurisprudência. ♦A jurisprudência cumpre um papel relevante no Direito do Trabalho e Processual do Trabalho, tendo como papel orientar os Tribunais Regionais, bem como tem a função seletiva para o processamento ou não de recursos. Não se aplica, no caso de Súmulas, o princípio da irretroatividade das Leis. Lívia Fortini deMello Peculiaridades do proc. do trabalho ♦A jurisdição trabalhista distingue-se da comum por algumas peculiaridades: ♦Especialidade ♦Dissídios Coletivos e Sentenças Normativas ♦Simplificação dos atos processuais ♦Irrecorribilidade das decisões interlocutórias (NOVO CPC traz isso após a reforma de 2015) → de decisões interlocutórias só pode protestar ♦Inexistência de agravo de instrumento como recurso, sendo utilizado tão somente para destrancar recurso não admitido ♦Conciliação como regra (Novo CPC traz isso após reforma de 2015) ♦Linguagem própria: reclamante, reclamado, dissídio individual ou coletivo Princípios do proc. do trabalho Princípios gerais do processo ♦Princípio do Devido Processo Legal ♦Princípio do Juiz Natural ♦Princípio do Duplo Grau de Jurisdição ♦Princípio da Isonomia ♦Princípio do Contraditório ♦Princípio da Ampla Defesa ♦Princípio da Imparcialidade do Juiz ♦Princípio da Motivação das Decisões ♦Princípio da Indeclinabilidade de Jurisdição ♦Princípio da Celeridade e Economia Processual Princípios comuns ao Direito Processual Civil e Direito Processual do Trabalho ♦Princípio Dispositivo (art. 2º CPC): aquele que se sente lesado ou ameaçado é quem deve procurar o Poder Judiciário para exercer sua pretensão ♦Princípio Inquisitivo ou do Impulso Oficial (art. 2º, 139 e 370 do CPC e art. 765 CLT): apesar de o ajuizamento da ação competir à parte, cabe ao juiz dar andamento ao processo com uso de seus poderes, inclusive instrutórios ♦Princípio da Instrumentalidade ou finalidade (188 e 277 CPC): o processo deve ser um meio para se garantir a aplicação do direito material ♦Princípio da Impugnação Especializada (art. 341 CPC): no processo do trabalho, também vige o princípio de que a parte reclamada deve impugnar especificamente todos os pontos da petição inicial, não se admitindo a defesa por negativa geral, sob pena de tais fatos se tornarem incontroversos. ♦Princípio da Estabilidade da Lide (art. 329 CPC): a alteração do pedido ou da causa de pedir sem a concordância do réu só será possível até o momento de apresentação de defesa em audiência, uma vez que, no processo civil, o marco da citação existe, porque é a partir dali que a defesa é apresentada diretamente no cartório. Da mesma forma, o aditamento da inicial não seria mais possível , nem mesmo com a concordância da parte, a partir do início da instrução processual. ♦Princípio da Eventualidade (art. 336 do CPC): na defesa o réu deve alegar todas as suas razões, ainda que de maneira sucessiva, o que é decorrência lógica do princípio da impugnação especificada ♦Princípio da Preclusão (art. 278 do CPC e 795 CLT):o processo deve ter sua marcha para Frente, não podendo haver retrocesso aos atos processuais já consumados. No processo do trabalho, a irresignação quanto a uma decisão interlocutória deve ser feita por meio de protesto nos autos, a fim de se evitar a preclusão. Divide-se em preclusão consumativa, temporal, lógica, ordinatório, máxima (coisa julgada) e pro judicato; ♦Princípio da Identidade Física do Juiz (não esta no CPC): a competência fixada nos curso da demanda não mais se modifica, exceto pela supressão do órgão judiciário e alteração de competência absoluta. Vale para o juizo, e não para o juiz; ♦Princípio da Oralidade: os atos processuais devem ser realizados de forma verbal, na própria Lívia Fortini deMello audiência. É de se perceber que o princípio tem vasta aplicação na seara trabalhista, como na leiturada inicial e apresentação da defesa oral (art. 847 da CLT) e de razões finais orais (art. 850 da CLT) ♦Princípio da Imediatidade (arts. 370, 385, 481 do CPC e art. 765 e 820/CLT): a prova deve ser produzida perante o juiz, que buscará os elementos necessários para formar o seu livre convencimento motivado. ♦Princípio da Identidade Física do Juiz (não tem no CPC): como decorrência da imediatidade, o juiz que produziu a prova oral é o que deve julgar o processo, principalmente porque ele está mais apto para tal. O juiz que presidiu a audiência teve percepções que nem sempre podem ser registradas em ata, pelo que é importante que ele seja o julgador do processo. ♦Princípio da Concentração (artigos 849 e 852-C da CLT):os atos processuais devem ser praticados de forma concentrada, preferencialmente em uma única audiência. -Dessa forma, o juiz só deve adiar a audiência em hipóteses excepcionais, como nas do art. 825, parágrafo único, 849 e 852-C da CLT: ♦Princípio da Irrecorribilidade das Decisões Interlocutórias (art 893, § 1. ° da CLT). ♦Princípio da Conciliação (artigos 831, 846 850, 852-E e 860 a 864 da CLT) Princípios Específicos do Direito Processual do Trabalho ♦Princípio da Proteção: o direito do trabalho tem como finalidade proteger o trabalhador, parte hipossuficiente da relação laboral → o princípio da proteção também tem a sua vertente no processo do trabalho, pois o desequilíbrio entre as partes também se revela no campo processual Exemplos: - A ausência do empregado na audiência inaugural implica no arquivamento do feito (pagar 2%), permitindo-se o ajuizamento de nova ação. A ausência do reclamado implica na revelia (com a reforma, a presença do advogado com defesa afasta a revelia) - O benefício da justiça gratuita atinge apenas os empregados, e não os empregadores – corrente predominante ○ a reforma trabalhista dificultou a concessão da justiça gratuita ○empregador pode comprovar a situação de miserabilidade para conseguir o benefício - impulso oficial nas execuções – art. 878 da CLT ○Com a reforma trabalhista, o juiz não pode mais iniciar a execução de ofício - obrigatoriedade de depósito recursal apenas para o reclamado - para facilitar a prova, a ação deve ser ajuizada no local da prestação de serviços ♦Princípio da Finalidade social: permite que o juiz atue de forma proteger o hipossuficiente, na ausência de disposição legal específica (se confunde com proteção) ♦Princípio da Indisponibilidade: o processo do trabalho tem por finalidade o cumprimento dos direitos trabalhistas indisponíveis ♦Princípio da normatização coletiva: a Justiça do Trabalho exerce o poder normativo, pelo qual substitui as partes na resolução de um conflito coletivo de natureza econômica, o dissídio coletivo. Na prática, pode-se estabelecer normas e condições de trabalho. ♦Princípio da busca da verdade real: está muito ligado com o princípio da primazia da realidade sobre a forma → o que importa é o que acontece de fato → por isso que testemunha tem um papel muito importante para o processo do trabalho ♦Princípio da Extrapetição: o juiz pode condenar a reclamada em pedidos não contidos na petição Lívia Fortini deMello inicial, nos casos previstos em lei → não pode ser sobre matéria fática. Pode ser, por exemplo,sobre juros → baseado na celeridade, informalidade e simplicidade do processo do trabalho. Competência Conceito ♦É a parte da jurisdição que é conferida ao juiz pela CF mediante lei a fim de que sejam dirimidas controvérsias em casos concretos ♦Ao Juiz do Trabalho, por exemplo, é dada a competência para solucionar causas trabalhistas conforme dispõe o art. 114 da CF Competência Absoluta ♦Estabelecida em razão da matéria ou da pessoa ou do critério funcional, não podendo ser derrogada por convenção entre as partes. ♦A incompetência absoluta pode ser reconhecida de ofício pelo juiz e/ou alegada pela parte, a qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de exceção. ♦A competência absoluta não preclui Competência Relativa ♦Estabelecida em razão do valor da causa ou do critério territorial, podendo ser modificada por acordo entre as partes ou por conexão ou contingência. ♦A competência relativa preclui. ♦A incompetência relativa não pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, salvo nulidade da cláusula de eleição de foro em contrato de adesão, devendo ser arguida pela parte, por meio de exceção, no prazo legal, sob pena de prorrogação → art.64 CPC Competência material da justiça do trabalho: art. 114 → Inc I: Especifica que a justiça do trabalho será competente em julgar todas as relações de trabalho. Competência em razão da matéria - absoluta ♦A competência será fixada em razão do pedido e da causa de pedir. Assim, se o objeto da demanda tiver origem em uma relação de trabalho entre as partes, mesmo que, o direito material que tutela aquela demanda não seja de direito material trabalhista, a competência será atribuída à Justiça Trabalhista. → art. 114 CF Lívia Fortini deMello Competência em razão das pessoas- absoluta ♦A justiça do Trabalho tem competência para dirimir conflitos entre trabalhadores e empregadores, que farão parte, respectivamente, do povo ativo e passivo da reclamação trabalhista. ♦Para fins legais, o trabalhador é toda pessoa natural que presta serviços ao tomador. Como a relação de emprego é espécie da relação de trabalho, todas as questões levadas a juízo pelo empregado referente às condições laborais e verbas rescisórias devidas pelo empregador serão julgadas pelas varas trabalhistas. Quanto aos empregados estão abrangidos não só os urbanos como também os rurais que têm seus direitos disciplinados na Lei n° 5.889/73. ♦Os trabalhadores domésticos também terão seus direitos assegurados pela Justiça do Trabalho conforme dispõe o decreto n° 1.885/73. ♦Os trabalhadores temporários que são contratados por empresa para prestar serviços também poderão pleitear por seus direitos face à Jurisdição Trabalhista. Os conflitos entre a empresa que fornece mão de obra temporária e a contratante serão dirimidos na Justiça Comum. ♦Servidores públicos: Funcionário público é aquele ocupante de cargo público, por conta de aprovação em concurso público de provas ou provas e títulos e regido por lei estatutária. Empregado público é aquele que presta serviços à Administração Pública mediante contrato de trabalho. → só os empregados públicos são acolhidos pela Justiça do Trabalho Competência em razão do lugar - relativa ♦A competência em razão do lugar é relativa → deve ser arguida pelas partes de plano através de exceção de incompetência, caso contrário o juízo se tornará competente para dirigir o litígio trabalhista. ♦O art. 651 da Consolidação das Leis Trabalhistas traz a regra geral a ser aplicada para definir a competência territorial, qual seja, o local de prestação de serviços, mesmo que o empregado tenha sido contratado em outro local ou no exterior. Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. ♦Essa regra constante do caput do art. 651 da CLT, comporta três exceções: - quando o empregado for agente ou viajante comercial - quando o empregado brasileiro estiver trabalhando no estrangeiro - quando o empregador promove a realização de atividade fora do lugar do contratado. ♦Viajante comercial: empregado que presta serviço de vendas em mais de um local, agindo em nome do empregador, sem se fixar em um local. - Será competente para resolver a lide a vara da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e, na falta será competente a Vara da localidade em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. Art. 651 § 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que oempregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. ♦De acordo com o § 2° do art. 651 da CLT a competência estende-se nas situações onde ocorram dissídios em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja tratado internacional dispondo o contrário. § 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. Lívia Fortini deMello ♦Por fim, o art. 651, § 3° da CLT prevê que as empresas que promovem atividades fora do lugar do contrato estão sujeitas ao ajuizamento, pelos empregados, de reclamações trabalhistas no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços. Exceção de incompetência ♦A exceção de incompetência, neste caso, deverá ser apresentada em peça própria, em até 5 (cinco) dias da notificação inicial. A apresentação da exceção suspenderá o processo (incluindo a audiência designada), sendo que não poderá haver audiência de julgamento, até que a exceção seja decidida. ♦Recebida a exceção, os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que deverá intimar o reclamante e eventuais litisconsortes, para se manifestarem no prazo comum de 5 (cinco) dias. ♦Havendo necessidade de produção de prova oral, o juiz deverá designar audiência para esse fim. O excipiente e suas testemunhas poderão ser ouvidos por carta precatória, no juízo em que este houver indicado como competente. ♦Com a decisão sobre a incompetência, o processo deve retomar seu curso normal, com a designação de audiência, apresentação de defesa e produção de provas, perante o juízo competente. ♦O oferecimento da exceção de incompetência nos moldes da CLT, art. 800 é uma faculdade do reclamado. Prorrogação de competência ♦deslocamento da competência de um para outro juízo, que passa a ser o competente para processar e julgar uma causa que, a princípio, não lhe era atribuída. Essa prorrogação pode ter duas naturezas distintas: a) decorrente da convenção das partes; b) decorrente de determinação de lei; ♦Conexão (art. 55 do CPC): São conexas duas ou mais ações quando apresentarem a mesma causa de pedir ou pedido, mas as partes, necessariamente, não são as mesmas. Juízo competente será aquele que onde a primeira ação foi distribuída. ♦Continência (art. 56 do CPC): Continência ocorre quando em duas ou mais ações houver identidade de partes e de causa de pedir, mas o pedido de uma abrange o pedido da outra. Juízo competente será aquele que onde a primeira ação foi distribuída. ♦Prevenção – art. 58 do CPC: é a concentração, em um órgão jurisdicional, da competência que abstratamente já pertencia a dois ou vários, inclusive a ele Conflito de competência ♦Os possíveis conflitos de competência no âmbito da justiça do trabalho serão julgados pelos seguintes órgãos: TRT, em casos de conflito: - Entre varas do trabalho da mesma região. TST, em casos de conflito: - Entre TRTs; - Entre varas do trabalho de regiões diferentes; - Entre TRT e vara do trabalho a ele não vinculada. STJ, em casos de conflito: - Entre TRT e TJ; - Entre TRT e TRF; - Entre juiz do trabalho e juiz de direito não investido na jurisdição trabalhista (estadual ou federal); - Entre juiz do trabalho e TJ; - Entre juiz do trabalho e TRF; - Entre juiz estadual e TRT; - Entre juiz federal e TRT; STF, em casos de conflito: - Entre TST e qualquer tribunal. Lívia Fortini deMello Organização Judiciária Trabalhista Contexto histórico ♦Com surgimento do D. do trabalho e das inúmeras demandas trabalhistas → surge a justiça do trabalho ♦No Brasil, no início, as questões trabalhistas eram solucionadas por Juízes de Direito ♦Os primeiros órgãos da Justiça do Trabalho foram os Tribunais Rurais (1922) → compostos por um Juiz de Direito, um representante dos trabalhadores e um dos fazendeiros. ♦O modelo fracassou → os “árbitros” acabavam pendendo sempre para um lado e a decisão recaia para o juiz. ♦Início da revolução industrial no Brasil → 1930 → várias mudanças na estrutura do trabalho → criou-se as Juntas de Conciliação e Julgamento e as Comissões Mistas de Conciliação (órgãos administrativos do poder Executivo) - juntas de conciliação e Julgamento cuidavam de conflitos individuais - Comissões Mistas de Conciliação cuidavam dos conflitos coletivos. ♦Somente os empregados Sindicalizados tinham direito de ação ♦Não havia segunda instância, as Juntas eram a solução definitiva da demanda. ♦As C.F. de 1934 e 1937 falavam na criação de uma Justiça do Trabalho, mas não a estruturaram. ♦A C.F. de 1946 passou a dispor que a Justiça do Trabalho compunha o Poder Judiciário. ♦Em todas as Constituições é que a Justiça do Trabalho sempre teve com papel conciliar e julgar as ações oriundas dos conflitos existentes nas relações de trabalho ♦Juízes Classistas: também chamados de vogais, que eram eleitos pelos Sindicatos para representar patrões e empregados → em conjunto com os Juízes togadas, eram responsáveis pela solução das demandas, atuando majoritariamente na fase de conciliação → estavam presentes nas Juntas de Conciliação, nos Tribunais Regionais e no Tribunal Superior do Trabalho→ em igualdade de representação entre os representantes dos empregados e dos empregadores. - Foram presentes até a Até a Emenda 24/99 ♦Emenda 45/04 trouxe maior prestígio à Justiça do Trabalho, aumentando-lhe a competência para apreciar não só os conflitos entre empregados e empregadores, mas todos oriundos das relações de trabalho e as questões que circundam as relações de emprego, como as greves, questões sindicais Órgãos da Justiça do Trabalho ♦O art. 111 da Constituição determina quais são os órgãos da JT Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho: I - o Tribunal Superior do Trabalho; II - os Tribunais Regionais do Trabalho; III - Juízes do Trabalho. ♦A Justiça do Trabalho integra o Poder Judiciário da União, tendo sua estrutura federalizada. ♦Órgãos da 1ª instância: são os Juízes que atuam nas Varas do Trabalho. ♦Órgãos da 2ª instância: são os Tribunais Regionais do Trabalho, compostos por Juízes/Desembargadores ♦Órgão do 3º grau da jurisdição: Tribunal Superior do Trabalho Do Juiz e das Varas do Trabalho ♦O órgão da primeira instância, o Juiz do Trabalho, nos termos do art. 166 da Constituição Federal, atuará nas Varas do Trabalho, seja como titular ou como substituto. ♦Art. 112 CF: Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. Lívia Fortini deMello ♦A antiga redação do art. 112 da CF/88 dizia: “Haverá pelo menos um Tribunal Regional do Trabalho em cada Estado e no Distrito Federal, e a lei instituirá as Varas do Trabalho, podendo, nas comarcas onde não forem instituídas, atribuir sua jurisdição aos juízes de direito” ♦Ou seja, a EC 45 eliminou a necessidade de pelo menos um Tribunal Regional do Trabalho para cada Estado → estabeleceu expressamente que o recurso da decisão do juiz de direito investido de jurisdição trabalhista será apreciado pelo TRT Dos Tribunais Regionais do Trabalho ♦composto por juízes de carreiras, promovidos por antiguidade e merecimento, com a participação de 1/5 de seus membros oriundos do MPT e da Advocacia → art. 115 da CF ♦Compete aos TRTs julgar: - os recursos ordinários interpostos em face das decisões proferidas pelos juízes de primeiro grau E também, originariamente: - as ações rescisórias, - dissídios coletivos e de greve, - mandados de segurança impetrados em face de juízes das varas do trabalho, - entre outras ações previstas em lei ou no seu regimento interno. ♦Brasil possui 24 Tribunais Regionais do Trabalho, sendo que em São Paulo há dois TRTs: o da 2ª Região e o da 15º Região (Campinas e algumas cidades do Interior) ♦O TRT de Minas é o da 3ª Região e possui 48 desembargadores em sua composição. Do Tribunal Superiordo Trabalho (TST) ♦é o órgão de cúpula da Justiça do Trabalho, tendo jurisdição em todo território nacional ♦responsabilidade de uniformizar a interpretação das leis trabalhistas, cumprindo, ainda, dar a última palavra na ordem administrativa da JT. ♦Será composto de 27 Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais + 35 anos -65 anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: - Um quinto dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; - os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. ♦Art. 111-A da CF: § 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, originariamente, a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões. Dos serviços auxiliares da Justiça do Trabalho ♦As varas e os Tribunais do Trabalho contam com a presença dos servidores da Justiça do Trabalho e dos órgãos de auxílio, que realizam os atos processuais e os serviços burocráticos da Justiça, são as secretarias das Varas e das Turmas. ♦Os Desembargadores e Ministros ainda contam com o assessoramento de servidores. ♦Os arts. 710 a 717 da CLT tratam dos serviços auxiliares da Justiça. ♦O art. 711 diz: Art. 711 - Compete à secretaria das Juntas: a) o recebimento, a autuação, o andamento, a guarda e a conservação dos processos e outros papéis que lhe forem encaminhados; b) a manutenção do protocolo de entrada e saída dos processos e demais papéis; c) o registro das decisões; d) a informação, às partes interessadas e seus procuradores, do andamento dos respectivos processos, cuja consulta lhes facilitará; e) a abertura de vista dos processos às partes, na própria secretaria; f) a contagem das custas devidas pelas partes, nos respectivos processos; g) o fornecimento de certidões sobre o que constar dos livros ou do arquivamento da secretaria; h) a realização das penhoras e demais diligências processuais; i) o desempenho dos demais trabalhos que lhe forem cometidos pelo Presidente da Junta, para melhor execução dos serviços que lhe estão afetos. Lívia Fortini deMello ♦As secretarias das Varas compõe-se: - Um diretor de Secretaria - um assistente de Diretor (substitui o diretor nas ausências deste) - um assistente de juiz (auxilia o juiz diretamente - um secretário de Audiência (digitador) - e demais serventuários (analistas e técnicos judiciários). ♦A secretaria, sob responsabilidade do Diretor, pode proferir alguns despachos no processo, como mera juntada de documentos e concessão de prazos para as partes, sempre sob supervisão do juiz. Ministério Público do Trabalho ♦É o ramo do MPU que tem como atribuição fiscalizar o cumprimento da legislação trabalhista quando houver interesse público, procurando regularizar e mediar as relações entre empregados e empregadores. ♦Cabe ao MPT: - promover a ação civil pública no âmbito da Justiça do Trabalho para defesa de interesses coletivos, quando desrespeitados direitos sociais constitucionalmente garantidos aos trabalhadores. - manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, quando entender existente interesse público que justifique. - ser árbitro ou mediador em dissídios coletivos e pode fiscalizar o direito de greve nas atividades essenciais. - propor as ações necessárias à defesa dos direitos e interesses dos menores, incapazes e índios, decorrentes de relações de trabalho, além de recorrer das decisões da Justiça do Trabalho tanto nos processos em que for parte como naqueles em que oficie como fiscal da lei. ♦Assim como os demais ramos do MP, o MPT exerce importante papel na resolução administrativa (extrajudicial) de conflitos. ♦ Com o recebimento de denúncias, representações, ou por iniciativa própria → pode instaurar inquéritos civis e outros procedimentos administrativos, notificar as partes envolvidas para que compareçam a audiências, forneçam documentos e outras informações necessárias. ♦Estrutura do MPT: - Procurador-Geral; - Procuradorias Regionais; - Conselho Superior; - Câmara de Coordenação e Revisão; - Corregedoria Geral, Ouvidoria - Colégio de Procuradores. Lívia Fortini deMello Partes no Direito Processual do Trabalho Partes ♦As partes são quem ajuíza e em face de quem a ação é ajuizada ♦Partes não é a mesma coisa que sujeito → sujeito é mais amplo → juiz, perito, etc. ♦No processo do trabalho: reclamante e reclamado Sindicato ♦Corrente ampliativa: O sindicato representa os interesses da categoria como todo. Associado ao sindicato ou não → vendo sendo adotado no TST ♦Corrente restritiva: interpretação literal do art. 513 A da CLT: sindicato somente pode representar os empregados associados Litisconsórcio ♦Litisconsórcio ativo: na Justiça do Trabalho é possível desde que se trate de reclamações contra o mesmo empregador e haja identidade de matéria, proporcionando uma solução mais rápida e uniforme no conflito ♦Litisconsórcio passivo: aquele no qual figuram várias pessoas como reclamadas. Ex: solidariedade entre empreendedores que compõem grupo econômico ♦Litisconsórcio misto: vários autores contra vários réus. Capacidade das partes ♦A capacidade processual divide-se em: - capacidade de direito ou de ser parte: tendo personalidade civil a pessoa tem capacidade de ser parte → no nascimento a pessoa já adquiri a personalidade civil - Capacidade de fato ou ad processum: é a capacidade de estar em juízo, sem necessidade de representação ou assistência - Capacidade postulatória: Na seara trabalhista, o Ius Postulandi pertence ao empregado e ao empregador. → Isto é, na Justiça do Trabalho ambas as partes podem postular sem a presença de advogado → art. 791 CLT ♦Somente tem capacidade para estar em juízo, na Justiça do Trabalho, as pessoas maiores de 18 anos ♦Incapazes: representados ♦Relativamente incapazes: assistidos ♦Os menores emancipados têm capacidade postulatória na JT. Representação e Assistência ♦Representação processual: quando alguém vem a juízo, autorizado por lei, a postular em juízo em nome de outrem, defendendo em nome alheio interesse alheio ♦art. 8º do CPC: prevê que os incapazes serão representados ou assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da lei civil ♦Representação: menores de 16 anos ♦Assistência: entre 16 e 18 anos, ébrios eventuais e viciados em tóxicos, aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade, os pródigos ♦Tipos de representação: - legal: decorre da lei - voluntária/convencional: decorre da vontade, através de mandato, procuração Preposto Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado, independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria. § 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente. ♦Preposto não precisa ser empregado, apenas conhecer os fatos → reforma trabalhista ♦Antes da reforma trabalhista: súmula 377 do TST: Exceto quanto à reclamação de empregado doméstico, ou contra micro ou pequeno empresário, o preposto deve ser necessariamente Lívia Fortini deMello empregado do reclamado → Essa súmula deixará de existir em novembro ♦Preposto não precisa defender a matéria de direito, somente os fatos → tem que seguir a tese de defesa da empresa Em relação ao empregado Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final. § 1º - Nos dissídios individuais os empregados e empregadores poderão fazer-se representar por intermédio do sindicato, advogado, solicitador, ou provisionado, inscrito na Ordem dosAdvogados do Brasil. Empregado menor de 18 anos ♦O menor, entre 16 e 18 anos, será assistido na Justiça do Trabalho por seus representantes legais e, na falta deles, pelos demais constantes do art. 793 do CLT: - Procuradoria da Justiça do Trabalho - sindicato - Ministério Público estadual - curador nomeado em juízo. ♦Menor de 16 será representado Intervenção de Terceiros ♦Ingresso como PARTE (e não como sujeito) de um indivíduo em processo já existente entre outros. É ingressar na relação processual, fazendo-se parte. ♦Terceiro interessado é aquele autorizado por lei a participar do processo, quando há interesse jurídico na demanda. Só é terceiro até ingressar no processo → após isso, se torna parte. ♦No processo trabalho, a intervenção de terceiros não é tão comum como no processo civil ♦A intervenção por ser inicial (fase postulatória) ou superveniente (após a fase postulatória) ♦Em razão das peculiaridades do processo de trabalho, muitos questionam a possibilidade de intervenção de terceiros no processo do trabalho ♦No processo sumaríssimo não cabe intervenção de terceiros devido a celeridade processual → esse também é o entendimento da Lei 9.099 ♦E nos processos ordinários → antes da Emenda 45/04 tinha a jurisprudência entendia pelo não cabimento: - A JT não tinha competência para resolver controvérsias entre terceiros, estranhos às controvérsias entre empregado e empregador. - Incompatibilidade da intervenção com os princípios da celeridade, simplicidade e oralidade. - Perda do foco central da demanda, com a criação de complicadores processuais, impedindo a efetivação do crédito trabalhista (Jorge Luiz Souto Maior) - Obrigar o reclamante a litigar contra quem não quer. Mas alguns entendiam pelo cabimento → argumentos: - Compatibilidade do instituto com o processo do trabalho. - Omissão da CLT (subsidiariedade art. 769 CLT). - Economia Processual - Maior efetividade do processo e pacificação dos conflitos. - Possibilidade de existência de decisões conflitantes entre a justiça comum e a do trabalho. ♦Depois da 45/04 → ainda há divergência. Há quem entenda que cabe a intervenção de terceiros e há quem entenda que não cabe → quem acha ser cabível defende que essa deve ocorrer quando for útil ao processo, e trouxer benefícios à satisfação do crédito do reclamante, sem que prejudique a celeridade processual Das espécies de intervenção ♦Assistência: é cabível quando alguém tem interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma das partes litigantes e intervém no processo para assisti-la. - Só é admissível se demonstrado o interesse jurídico e não meramente econômico - Cabe assistência em qualquer espécie de processo, mesmo na execução (embargos à Lívia Fortini deMello execução e embargos de terceiros) → Não cabe no rito sumaríssimo ♦Denunciação de lide: objetivo de assegurar o direito de regresso contra o terceiro, na própria sentença. - Ocorre exclusivamente no processo de conhecimento - intervenção provocada - Com a ampliação da competência, quando houver denunciação de pessoas de direito público responsáveis pelo fato, será a Justiça do Trabalho competente para o julgamento da lide. ♦Chamamento ao processo: Consiste em o réu trazer ao processo como litisconsorte passivo os demais coobrigados para exercer o direito de sub-rogação. - Ocorre exclusivamente no processo de conhecimento - intervenção provocada - é, dentre as intervenções de terceiro, uma das mais viáveis no âmbito trabalhista. - Exemplos: sócios de empresas insolventes, empresa do mesmo grupo econômico; subempreiteiro, quando a demanda é proposta apenas em face do empreiteiro principal. ♦Incidente de Desconsideração da personalidade jurídica: art. 855 do CLT - Via de regra, com o descumprimento do contrato pela pessoa jurídica - adota a teoria menor: não precisa demonstrar a confusão patrimonial → basta demonstrar que esgotou os meios de execução Art. 855-A §1º: § 1o Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente: I - na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1o do art. 893 desta Consolidação; II - na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do juízo; Lívia Fortini deMello Tipos de procedimento: Ordinário, Sumaríssimo e Sumário Procedimento ordinário ♦Acima de 40 salários mínimos ♦A pretensão dos legislador foi imprimir celeridade aos seus ritos, inclusive no rito ordinário (era o único) → pensou na concentração dos atos processuais, ou seja, as ações propostas perante a justiça do trabalho deveriam ser resolvidas em uma ÚNICA AUDIÊNCIA → UNA →conciliação, instrução e julgamento ♦Contudo, devido a complexidade, a celeridade idealizada pelo legislador era inalcançável ♦O procedimento ordinário é divido em: - a audiência inicial para tentativa de conciliação + entrega de defesa - Audiência de intrução: tentativa de conciliação + produção de provas + tentativa de conciliação + razões finais - Audiência de julgamento ♦Na audiência inicial o juiz poderá ouvir uma das partes ♦Entre a audiência inicial e de instrução tem a realização da perícia, impugnação da perícia, etc. ♦Quando é audiência UNA e tem perícia → divide a audiência una para a perícia Audiência Inicial ♦Nesta ocasião, deverão comparecer as partes, sendo que o reclamado deverá estar munido de sua defesa escrita e dos documentos que a instruem ♦Caso não tenha defesa escrita, poderá apresentá-la oralmente em até 20 minutos → previsão legal. ♦Na maioria das vezes: defesa escrita ♦Aberta a audiência, o juiz deverá propor a conciliação - conciliando: será lavrado o respectivo termo, onde constará valor, prazo e demais condições para seu cumprimento. - Não conciliando, o juiz abrirá prazo para o autor manifestar-se sobre a contestação, no prazo hábil, geralmente em 10 dias, bem como já intimará as partes para a audiência de instrução. - Audiência de Instrução ♦As partes não necessitam apresentar com antecedência rol de testemunhas, comparecendo independente de intimação → não precisa de rol de testemunha ♦Nesta audiência deverão comparecer as partes, sob pena de confissão quanto à matéria de fato, bem como as testemunhas, no máximo de 03 para cada parte ♦Nesta ocasião, prestarão depoimento as partes e as testemunhas ♦as partes poderão requerer a produção de prova pericial. ♦Pode acontecer da audiência de instrução ser suspensa por qualquer motivo, como, por exemplo, o cumprimento de carta precatória para a oiva de testemunha → será designada uma audiência chamada de encerramento, que é uma continuação e conclusão da instrução. ♦Encerrada a instrução, as partes poderão apresentar suas razões finais, pelo prazo máximo de 10 minutos cada um → juiz deve renovar a proposta de conciliação e se esta não for obtida → designará a data para audiência de julgamento Audiência de Julgamento ♦Na verdade, nesta tiaudiência as partes não comparecem. Mais que uma audiência é um prazo que o juiz fixa para proferir sua decisão e publicação da sentença, do qual as partes ficam desde logo intimadas. Lívia Fortini deMello PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO ♦Até 40 salários mínimos ♦Não se aplica a Fazenda Pública → só aplica o procedimento ordinário ♦O pedido deverá ser certo ou determinado e indicará valor correspondente→ a escolha do procedimento sumaríssimo não é uma vontade da parte, porque depende do valor → se não informar, arquiva ♦Não faz citação por edital → incube ao autor indicar o nome e o endereço do reclamado→ se não informar, arquiva ♦A apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento, podendo constar em pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário ♦A audiência não pode ser em um intervalo menor do que 5 dias entre a notificação do reclamado → isso serve para o ordinário e o sumaríssimo ♦As demandas sujeitas ao rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência UNA ♦A audiência UNA pode ser fracionada, como é o caso da perícia ♦Só pode ouvir duas testemunhas ♦não há intimação da testemunha → ela compareceindependentemente de intimação - só será deferida a intimação da testemunha que, comprovadamente intimada, deixar de comparecer → se mesmo assim não comparece, juiz pode determinar a condução coercitiva ♦quem dirige o processo é o juiz → determina quais provas são importantes ou não ♦Juiz abre a audiência esclarecendo para as partes as vantagens da conciliação ♦Na ata de audiência deve constar somente os atos essenciais ♦Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam interferir no prosseguimento da audiência e do processo. As demais questões serão decididas na sentença. ♦Na audiência há impugnação das preliminares e dos documentos ♦Somente quando a prova do fato existir, ou for legalmente imposta, será deferida prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, nomear o perito ♦No rito sumaríssimo, a sentença resume os fatos relevantes e dispensa o relatório → no rito ordinário tem o relatório Inquérito judicial ♦Para apuração de justa causa de dirigente sindical ♦até 6 testemunhas Lívia Fortini deMello Petição Inicial ♦Não precisa de advogado nas instâncias ordinárias → jus postulandi até a 2º instância ♦Princípio Dispositivo (art. 2º CPC): aquele que se sente lesado ou ameaçado é quem deve procurar o Poder Judiciário para exercer sua pretensão Considerações Gerais ♦Modalidades de reclamação: escrita ou verbal (art. 840 da CLT) - redução a termo - se escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição fatos que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante → se não atender, é extinto sem julgamento do mérito (art. 840, §1º) - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, os critérios da reclamação escrita ♦Deve apresentar todos os documentos → só pode apresentar depois, se forem novos ♦Art. 319 do CPC Pedidos ♦Pedido deve ser certo, determinado e com indicação dos valores ♦Classificação dos pedidos: simples x cumulado ♦Pedido principal: compreende-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios → se não tiver na petição inicial, juiz pode condenar mesmo assim ♦Pedido acessório: tem que pedir para haver a condenação → ex: reflexo das verbas ♦Pedidos alternativos: a obrigação pode ser cumprida de formas distintas ♦Pedidos sucessivos: caso não reconheça um pedido, pode reconhecer outro → subsidiariamente Valor da Causa ♦impugnação ao valor da causa: preliminar de contestação Indeferimento da petição inicial ♦É possível, mas considerando o princípio da celeridade e economia processual é difícil Resposta do Réu ♦É o conjunto de atos que podem ser praticados pelo reclamado, previstos na lei processual, para resistir à pretensão formulada pelo reclamante na inicial ♦A principal resposta do réu é a Contestação ou Defesa. A defesa deve trazer as preliminares e defesa de mérito ♦Preliminares na contestação → art. 337 CPC Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: I - inexistência ou nulidade da citação; II - incompetência absoluta e relativa; III - incorreção do valor da causa; IV - inépcia da petição inicial; V - perempção; VI - litispendência; VII - coisa julgada; VIII - conexão; IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; X - convenção de arbitragem; XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. ♦Não há tanto formalismo no direito do trabalho → a alegação da preliminar não quer dizer que será acolhida e anulará o processo → celeridade e economia processual ♦Alegação da prescrição (mérito): qualquer momento das instâncias ordinárias ♦É vedado a alegação da prescrição de ofício → princípio da proteção ♦Impugnação especificada → tem que impugnar tudo → impugnação genérica: confissão Lívia Fortini deMello ♦Princípio da Eventualidade (art. 336 do CPC): na defesa o réu deve alegar todas as suas razões, ainda que de maneira sucessiva, o que é decorrência lógica do princípio da impugnação especificada ♦Compensação: só pode ser arguida como matéria de defesa, desde que a dívida seja de natureza trabalhista. ♦Reconvenção: pode no processo do trabalho →desde que a cobrança seja de natureza trabalhista → prazo: contestação Exceções ♦Nas causas da Justiça do Trabalho somente podem ser opostas, com suspensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência ♦exceção de incompetência: Até 05 dias após a notificação Suspeição ♦É uma condição que o juiz tem que o impede de proferir naquele processo uma decisão isenta ♦Situações de suspeição (art. 801 da CLT): a) inimizade pessoal; b) amizade íntima; c) parentesco por consanguinidade ou afinidade até o terceiro grau civil d) interesse particular na causa ♦Se o juiz não se declarar suspeito → o advogado pode arguir a suspeição ♦Prazo: pode arguir a qualquer momento ♦Se sabia da suspeição e não arguiu →não pode mais alegar Revelia ♦É a contumácia do réu em não atender ao chamado judicial para defender-se. Contumácia como gênero do qual a revelia é uma espécie ♦Contra o revel que não tenha patrono nos autos, correrão os prazos independentemente de intimação, a partir da publicação de cada ato decisório ♦O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não comparecimento do réu importa a revelia e a confissão da matéria ♦Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julgamento, designando nova audiência. ♦Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas calculadas na forma do art. 789 (2% do valor da causa) desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável → o pagamento é condição para a propositura de nova demanda ♦a revelia não produz o efeito se: - havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação - o litígio versar sobre direitos indisponíveis → crítica: o direito do trabalho não é direito indisponível? - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato; - as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos. ♦Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados. ♦Dessa forma, para o processo civil, a revelia é a falta de resposta do réu e no processo do trabalho a revelia é a ausência do réu Efeitos da revelia ♦No processo civil: um dos principais efeitos da revelia é a não intimação dos atos processuais, caso não haja advogado constituído. .♦No processo trabalho: se o reclamado não tiver advogado só será notificado da decisão pessoalmente. Se constituir advogado, será intimado de todos os atos Art. 852 - Da decisão serão os litigantes notificados, pessoalmente, ou por seu representante, na própria audiência. No caso de revelia, a notificação far-se-á pela forma estabelecida no § 1º do art. 841. Lívia Fortini deMello Atos processuais ♦Atos processuais são aqueles atos oriundos da vontade humana, que têm importância jurídica para a relação processual. → são praticados pelas partes ou pelo juiz que visam um determinado efeito processual (constituição, conservação, desenvolvimento, modificação ou cessação da relação processual) ♦Os atos processuais estão previstos de maneira exemplificativa no art. 200 do CPC Art. 200. Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais. Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeitos após homologação judicial. ♦São exemplos de atos processuaisdas partes: petição inicial, contestação, recursos, depoimento pessoal, transação, etc. ♦Atos processuais praticados pelo juiz → exemplificativo: Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. § 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. § 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1º. § 3º São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte. § 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário. ♦Além disso, o juiz ainda preside audiência, supervisiona os trabalhos da secretaria, atende advogados, etc. Princípios dos atos processuais no Processo do Trabalho Publicidade Art. 770 - Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. ♦Esse princípio não é absoluto, sendo certo que quando houver questões íntimas, pode decidir o juiz pela restrição da publicidade dos atos processuais, nos termos do art. 5º, inc. LX da CF: “A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem” Limites Temporais ♦O art. 770 estabelece os dias e horários em que os atos processuais podem ser praticados no processo do trabalho. Com a aplicação subsidiária ao processo do trabalho, o art. 212 do CPC: Art. 212. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. § 1º Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano. § 2º Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras poderão realizar-se no período de férias forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5º, inciso XI, da Constituição Federal . § 3º Quando o ato tiver de ser praticado por meio de petição em autos não eletrônicos, essa deverá ser protocolada no horário de funcionamento do fórum ou tribunal, conforme o disposto na lei de organização judiciária local. ♦No PJE não tem nenhuma restrição Lívia Fortini deMello Formas ♦O ato processual deve seguir a fora constantes do art. 771 da CLT, ou seja, deve ser escritos Art. 771 - Os atos e termos processuais poderão ser escritos a tinta, datilografados ou a carimbo. Documentação ♦Os atos processuais serão documentados e juntados aos autos, devidamente assinados pelas partes ou procuradores Preclusão ♦É a perda do direito de praticar uma faculdade processual, pelo decurso do tempo previsto na lei ou pelo juiz (temporal), por já ter sido exercido (consumativa) ou por ser um ato incompatível com outro já praticado (lógica) Termo Processual ♦São atos de documentação do processo, ou seja, o instrumento pelo qual o ato processual será retratado e juntado aos autos. ♦No caso do processo do trabalho, os termos serão escritos. ♦É a expressão do ato processual, expressa, escrita, a redução a escrita do termo processual, a reprodução gráfica de um ato processual, levar para o papel aquilo que é dito Prazos processuais ♦Prazos processuais é o tempo no qual deve ser praticado um ato processual, é, portanto, o limite temporal estabelecido em lei, pelas partes ou pelo juiz, para a prática de um ato processual Quanto à origem ♦Prazos legais: aqueles fixados em lei. Ex: os prazos para a interposição de recursos, normalmente 8 dias no processo do trabalho ♦Prazos judiciais: estabelecidos pelo juiz ♦Prazos convencionais: prazos estabelecidos pelas partes Quanto à natureza ♦Prazos peremptórios: são prazos improrrogáveis pela vontade das partes, chamados fatais, normalmente - art. 222 CPC ♦Prazos dilatórios: são aqueles prorrogáveis pelo juiz, a pedido de uma ou das partes - art. 190 do CPC Quanto aos destinatários ♦Prazos próprios: são aqueles prazos destinados às partes do processo, reclamante e reclamado, autor e réu. ♦Prazos impróprios: prazos destinados aos outros agentes que participam do processo, que não sejam o autor e réu. Ex; prazo destinado ao perito para a apresentação de laudo. Contagem dos prazos processuais ♦Igual ao Civil ♦Antes da reforma eram em dias corridos Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. § 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses: I - quando o juízo entender necessário; II - em virtude de força maior, devidamente comprovada. Lívia Fortini deMello ♦Conforme preconiza o art. 775 da CLT, os prazos são contínuos, contudo, podem ser suspensos ou interrompidos: - Suspensão: o prazo é paralisado e retorna do ponto de onde parou. Recessos e Férias Forenses. Nos casos de morte ou perda da capacidade também. - Interrupção o prazo é paralisado e quando retorna conta-se ele todo novamente. Ex: embargos de declaração ♦CLT sobre as férias forense Art. 775-A. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive. § 1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça exercerão suas atribuições durante o período previsto no caput deste artigo. § 2º Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de julgamento. ♦CPC sobre férias forense: Art. 214. Durante as férias forenses e nos feriados, não se praticarão atos processuais, excetuando-se: I - os atos previstos no art. 212, § 2o; II - a tutela de urgência. Art. 215. Processam-se durante as férias forenses, onde as houver, e não se suspendem pela superveniência delas: I - os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de direitos, quando puderem ser prejudicados pelo adiamento; II - a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor e curador; III - os processos que a lei determinar. Art. 216. Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito forense, os sábados, os domingos e os dias em que não haja expediente forense. Comunicação dos atos processuais trabalhistas ♦A comunicação dos atos processuais ocorre através de dois institutos: Citação e Intimação ♦Citação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém da existência de ação proposta em seu desfavor, para que possa, dentro do prazo legal, se defender. - No caso do processo do trabalho, o prazo para a apresentação da defesa será a primeira audiência. ♦Intimação é o ato de informar a alguém da ocorrência de um ato processual. ♦O processo do Trabalho utiliza a expressão Notificação, que é um gênero que abrange tanto a citação e a intimação. - A notificação inicial (citação) é feita pelos correios, com aviso de recebimento. - Quando a parte não é localizada é determinado que seja feito por oficial de justiça. Se estiver em local incerto e não sabido, a notificação se dará por edital. ♦Os advogados são intimados através do Diário Oficial. Nulidades processuais ♦Nulidade é vício ou defeito de um ato processual. ♦Para que um ato seja considerado válido é necessário que ele seja praticado livremente, por um sujeito capaz, tenha por objeto algo lícito e possível, com forma prescrita ou não defesa em lei. ♦O vício se dará, justamente, na não observância de algum desses elementos. Classificação dos vícios - Bezerra Lima ♦Irregularidade sem consequência: são aqueles pequenos erros materiais que podem ser sanados através de simples manifestação da parte ou por simples documento. Muito comum quandose vai inserir datas ou valores nas petições ♦Irregularidades que geram sanção extraprocessual: são os comportamentos inadequados, normalmente praticados por advogados ou por algum outro sujeito do processo, visando a protelação do feito. Ex: Ficar de posse Lívia Fortini deMello de autos por tempo superior ao determinado pelo juiz. ♦Irregularidades que geram um ato inexistente: o ato praticado torna-se sem efeito. Exemplo: atos processuais apócrifos. (sem assinatura: com o processo eletrônico não é possível) ♦Irregularidades que geram nulidade: são os vício com um grande grau de repercussão processual. - Se a nulidade for absoluta ela pode ser declarada de ofício, se for relativa é necessário ser suscitado pela parte. Classificação dos vícios - Sérgio Pinto Martins ♦Os sanáveis são a nulidade relativa, a anulabilidade e as irregularidades. ♦Os vícios insanáveis são a inexistência e a nulidade absoluta. Classificação dos vícios - José Augusto Rodrigues Pinto ♦Irregularidades: Meras irregularidades, podem ser facilmente corrigidas. ♦Atos inexistentes: não geram efeito, não existem para o processo. ♦Nulidades: são os vícios com repercussão expressiva no processo, havendo necessidade da participação do juiz e das partes para que a nulidade seja sanada. Princípios da nulidade Princípio do Prejuízo ou da Transcendência: (artigo 794 CLT) ♦A declaração de nulidade só ocorrerá se gerar manifesto prejuízo de ordem processual. Art. 794 - Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes. Princípio do Preclusão ou Convalidação: (artigo 795 CLT) ♦Diz respeito às nulidades relativas, que devem ser arguidas na primeira oportunidade que a parte tiver para manifestar nos autos. Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argui-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos. § 1º - Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em incompetência de foro. Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios. § 2º - O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma ocasião, que se faça remessa do processo, com urgência, à autoridade competente, fundamentando sua decisão. Princípio da Economia Processual: (artigo 796, a, da CLT) ♦Quando for possível suprir o vício ou repetir o ato, o juiz, visando a economia processual, não declarará a nulidade, concedendo prazo para que tal irregularidade seja sanada. Princípio do Interesse: (artigo 796, b, da CLT) ♦A nulidade não será pronunciada quando arguida por quem lhe tiver dado causa. Princípio da Utilidade (artigo 797 e 798 CLT) ♦a nulidade do ato prejudicará os posteriores que dele dependam. Lívia Fortini deMello Provas no processo do trabalho Conceito ♦É o meio lícito para demonstrar a veracidade ou não de determinado fato com a finalidade de convencer o juiz da sua existência ou inexistência Princípios Princípio do contraditório e da ampla defesa ♦aos litigantes é conferido o direito recíproco de trazer seus elementos probatórios e de se manifestarem reciprocamente acerca deles, observada a igualdade os momentos processuais adequados ♦diferente do direito dos EUA em que a parte chega na audiência com uma prova/testemunha nova Princípio da necessidade da prova ♦é dever da parte fazer prova de suas alegações, cabendo ao juiz a análise da relevância e necessidade daquela prova para o deslinde da causa e para a comprovação do que se formula como pretensão ou o que se pretende provar Princípio da proibição da prova obtida ilicitamente ♦Só serão consideradas como válidas as provas obtidas por meio lícitos Princípio do livre convencimento e da persuasão racional ♦O magistrado fará a análise e valoração da prova, aferindo o seu grau de veracidade e a capacidade de comprovação dos fatos alegados no processo, nos termos do art. 832 da CLT e CPC - art. 371 Art. 832 - Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão. Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento. Princípio de Oralidade ♦No processo do trabalho a produção de provas ocorre na audiência de instrução e julgamento Art. 845 - O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência acompanhados das suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais provas. Art. 852 - Da decisão serão os litigantes notificados, pessoalmente, ou por seu representante, na própria audiência. No caso de revelia, a notificação far-se-á pela forma estabelecida no § 1º do art. 841. Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente. Princípio da imediatidade ♦Permite ao magistrado colher diretamente e determinar as provas cuja produção entenda necessárias. ♦Quem colhe as provas, decide Princípio da aquisição processual ♦Impossibilita a livre disposição dos elementos de provas pelas partes quando estes já estão incorporados ao processo. Impede a retirada e seu descentramento Princípio in dúbio pro misero ♦Na dúvida, interpretar em benefício do trabalhador. Objeto e ônus da prova Art. 818. O ônus da prova incumbe: I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante. § 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do Lívia Fortini deMello ônus que lhe foi atribuído. → inversão do ônus da prova § 2º A decisão referida no § 1o deste artigo deverá ser proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido. § 3º A decisão referida no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. → não pode inverter quando também for impossível para o reclamado provar também Exceções para as regras do ônus da prova ♦Art. 374: Não dependem de prova os fatos: - notórios; - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; - admitidos, no processo, como incontroversos; - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade. ♦A inversão do ônus de prova ocorre no processo do trabalho, mas não é a regra. ♦Nos casos de comprovação de horário para fins de pleito de pagamento de horas extras → Súmula 338 do TST É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro de jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. Meios de prova ♦Além do artigo 5º, inciso LVI da Constituição e do artigo 369 do CPC, pelos quais “qualquer prova, desde que legítimas, são admitidas”, aponta-se como meios de prova: - Depoimento das partes; - Depoimento testemunhal; - Documentos; - Perícia - Inspeção Judicial. Depoimento das partes ♦Confissão real: reconhecimento por uma das partes sobre a veracidade dos fatos apontados pela outra. - É de caráter absoluto, e mesmo que diante de elemento que possa elidi-la, goza de presunção jure et de jure1 ♦Confissão ficta: decorre, por exemplo, do não comparecimento da parte na audiência onde deveria prestar depoimento, ou mesmo que comparecendo, tenha se recusado a responder aos questionamentos. - Produz presunção relativae, ao contrário da real, pode ser elidida por prova em contrário. ♦Súmula 74 do TST: I - Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor. II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a confissão ficta, não implicando cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores. III- A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica, não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o processo. Depoimento de testemunhas ♦Meio de prova mais utilizado no Processo do Trabalho, tendo grande peso nas decisões judiciais. ♦Não serve como testemunhas aquelas que se enquadram no art. 447 do novo CPC (incapazes, impedidas ou suspeitas) e 829 da CLT Art. 829 - A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes, não prestará compromisso, e seu depoimento valerá como simples informação 1 estabelecido como verdade e não admite prova em contrário Lívia Fortini deMello ♦Caso se enquadrem em uma dessas situações, podem ser ouvidas como meros informantes. ♦Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador. ♦Contradita a testemunha: antes de depor, a testemunha será qualificada e informará suas relações de de parentesco com a parte parte ou interesse no objeto do processo → a parte contrária poderá contraditar a testemunha → arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou a suspeição, bem como, caso a testemunha negue os fatos que lhe são imputados, provar a contradita com documentos ou com testemunhas, até 3 (três), apresentadas no ato e inquiridas em separado. - Sendo provados ou confessados os fatos, o juiz dispensará a testemunha ou lhe tomará o depoimento como informante. ♦Número de testemunhas: - procedimento ordinário: 3 - procedimento sumário: 2 - inquérito de apuração de falta grave: 6 ♦Ordem dos depoimentos: O juiz inquirirá as testemunhas separadas e sucessivamente → 1º as do autor e 2º as do réu, e providenciará para que uma não ouça o depoimento das outras. - juiz poderá alterar a ordem estabelecida no caput se as partes concordarem ♦Intimação das testemunhas: As testemunhas comparecerão à audiência independentemente de notificação ou intimação. - As que não comparecerem serão intimadas, ex officio ou a requerimento da parte, ficando sujeitas a condução coercitiva, além das penalidades do art. 730, caso, sem motivo justificado, não atendam à intimação Impugnação dos documentos Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente. § 1º Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta impossibilidade, a critério do juiz ♦Documento novo: É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos. - Admite-se também a juntada posterior de documentos formados após a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à parte que os produzir comprovar o motivo que a impediu de juntá-los anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer caso, avaliar a conduta da parte ♦Incidente de falsidade: A falsidade deve ser suscitada na contestação, na réplica ou no prazo de 15 dias, contado a partir da intimação da juntada do documento aos autos. - Uma vez arguida, a falsidade será resolvida como questão incidental, salvo se a parte requerer que o juiz a decida como questão principal Lívia Fortini deMello ♦Exibição de documentos: Art. 396. O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que se encontre em seu poder. Art. 397. O pedido formulado pela parte conterá: I - a descrição, tão completa quanto possível, do documento ou da coisa, ou das categorias de documentos ou de coisas buscados; II - a finalidade da prova, com indicação dos fatos que se relacionam com o documento ou com a coisa, ou com suas categorias; III - as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa existe, ainda que a referência seja a categoria de documentos ou de coisas, e se acha em poder da parte contrária. Art. 398. O requerido dará sua resposta nos 5 dias subsequentes à sua intimação. Parágrafo único. Se o requerido afirmar que não possui o documento ou a coisa, o juiz permitirá que o requerente prove, por qualquer meio, que a declaração não corresponde à verdade. Art. 400. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia provar se: I - o requerido não efetuar a exibição nem fizer nenhuma declaração no prazo do art. 398 ; II - a recusa for havida por ilegítima. Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz pode adotar medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias para que o documento seja exibido. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art398 Lívia Fortini deMello Recursos ♦É o ato jurídico pelo qual se procura a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração de decisão judicial a que se impugna. ♦É uma forma de controle dos atos jurisdicionais pelas instâncias superiores. Classificação dos Recursos Segundo à autoridade à qual se dirigem ♦Próprios: julgados pelo órgão hierarquicamente superior ♦Impróprios: julgados pela mesma autoridade que proferiu a decisão impugnada Segundo ao assunto ♦Ordinários: são aqueles que objetivam a revisão do julgado devolvendo ao Tribunal ad quem o exame de toda a matéria impugnada → Recurso ordinário, embargos de declaração, agravo de instrumento e o pedido de revisão ♦Extraordinários: são os recurso que versam sobre matéria exclusivamente de direito, sendo vedado ao julgador o reexame de fatos e provas → recurso de revista e recurso de embargos no TST Segundo a extensão da matéria ♦Total ♦Parcial Segundo à forma de recorrer ♦Principal ♦Adesivo Princípios Recursais Princípio do Duplo Duplo Grau de Jurisdição ♦Assegura às partes envolvidas em um processo, bem como a eventual terceiro que tenha sido prejudicado com uma decisão, a possibilidade de recorrer buscando um novo julgamento ou a modificação da decisão. Princípio da Unirrecorribilidade ♦impossibilidade de interposição de mais de um recurso contra uma mesma decisão, isto é, é vedada a interposição de vários recursos simultaneamente → mas podem ser interpostos de forma sucessiva. ♦Exceções: - caso de sucumbência recíproca; - casos de dissídios coletivos → quando o acórdão não tiver sido publicado nos 20 dias subsequentes ao julgamento → qualquer dos litigantes ou o Ministério Público do Trabalho pode interpor recurso ordinário findado tão somente na certidão do julgamento. Princípio da Fungibilidade ou conversibilidade ♦Autoriza que o juiz conheça de um recurso que foi interposto de forma errônea como se fosse o recurso pertinente. ♦Tal atitude busca atingir os princípios da finalidade e da simplicidade aplicados ao processo do trabalho ♦3 requisitos: - inexistência de erro grosseiro - existência de dúvida convincente sobre qual recurso seria cabível - que o recurso interposto de forma errônea obedeça ao prazo do recurso cabível. Princípio da Voluntariedade ♦O órgão julgador não pode conhecer de matéria não levantada no recurso ♦Exceto quando se tratar de matéria de ordem pública, outra exceção comportada neste princípio é acerca do reexame necessário. Princípio da proibição do reformatio in pejus ♦O tribunal não pode modificar para pior a situação do recorrente, podendo manter os termos da decisão já proferida ou diminuir a condenação. Efeitos dos recursos Devolutivo ♦levar ao conhecimento do Tribunal a matéria objeto do recurso ♦devolutivo em extensão: somenteserão analisadas as partes da sentença que forem impugnadas, transitando em julgado os demais → A parte recorrente fixa a extensão do recurso, fazendo com que o apelo seja classificado em total Lívia Fortini deMello ou parcial, caso impugna toda a decisão desfavorável ou apenas um ou alguns pontos. ♦devolutivo em profundidade: os fundamentos da petição inicial e defesa são automaticamente levados ao conhecimento do Tribunal, mesmo que não analisados pela sentença, não se aplicando em relação aos pedidos não julgados pela sentença. → Todos os fundamentos lançados aos autos são reanalisados, mesmo sem pedido da parte recorrente. → Súmula 393 do TST Suspensivo ♦esse efeito não é regra, é exceção ♦O art. 899 da CLT prevê que os recursos serão recebidos apenas no efeito devolutivo, permitindo desde logo a execução/liquidação provisória. ♦Súmula 414 do TST: A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário → É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido Translativo ♦Relacionado à possibilidade do Tribunal, ao analisar o recurso, conhecer as matérias de ordem pública de ofício, ou seja, mesmo sem pedido da parte recorrente ♦pode ser aplicada ao reconhecimento de ausência das condições da ação, pressupostos processuais (tais como litispendência, coisa julgada, perempção, etc), incompetência absoluta Regressivo ♦Caso o Magistrado entenda que sua decisão está equivocada, poderá reconsiderá-la, julgando prejudicado o apelo manejado. ♦Ex: agravo de instrumento Substitutivo ♦A decisão a ser proferida por aquele órgão, por razões lógicas, substituirá a decisão anterior, caso o mérito do recurso seja analisado, seja para manter a decisão ou reformá-la Extensivo ♦O recurso interposto por um litisconsorte aproveitará aos demais → isto é, se estenderá automaticamente aos outros litisconsortes, caso os interesses sejam comuns. ♦Exceção: se os interesses e defesas forem distintos. ♦Segundo doutrina e jurisprudência majoritárias, tal situação somente é possível na hipótese de litisconsórcio unitário, no qual a decisão a ser proferida é a mesma para os litisconsortes. Pressupostos recursais genéricos Legitimidade ♦A legitimidade recursal é a habilitação legal dada a determinada pessoa, natural ou jurídica, para recorrer de certa decisão judicial ♦Como regra, é conferida às partes que atuaram no processo, ao Ministério Público, enquanto parte ou custus legis, e a terceiros prejudicados pela decisão recorrida. ♦Hipóteses em que terceiros poderão interpor recurso trabalhista: - o sucessor ou herdeiro - a empresa condenada solidária ou subsidiariamente - o subempreiteiro, o empreiteiro principal ou o dono da obra - os sócios de fato nas sociedade não juridicamente constituídas, além das pessoas físicas e jurídicas, por força de normas de direito civil, que se vinculem à parte que figurou na demanda - os litisconsortes e assistentes (simples ou litisconsorciais); - o substituto processual. Capacidade ♦O recorrente deve ser plenamente capaz, nos termos dos arts. 3º, 4º e 5º do Código Civil, no momento de interposição do recurso. Interesse ♦O interesse recursal repousa no binômio utilidade/necessidade: - A necessidade relaciona-se à imprescindibilidade do recurso para o sucesso da pretensão do recorrente, indeferida pela sentença impugnada. Lívia Fortini deMello - A utilidade refere-se à permanência do gravame imposto ao recorrente pela decisão atacada, ou seja, que o objeto da ação não tenha se perdido, por exemplo, pela satisfação espontânea por parte do recorrido. Pressupostos recursais objetivos Recorribilidade do ato ♦São irrecorríveis as sentenças proferidas nas causas de alçada, os despachos de mero expediente e as decisões interlocutórias. Adequação ♦O recurso interposto deve ser adequado à decisão confrontada, tendo em vista que cada espécie de decisão desafia uma espécie de recurso legalmente previsto. Tempestividade ♦a interposição fora do prazo (intempestiva) acarreta a preclusão do direito de recorrer da parte interessada. ♦No processo do trabalho, o prazo para recorrer é de 8 dias, exceto para os embargos de declaração, cujo prazo é de cinco dias ♦MP e pessoas jurídicas do direito público → prazo em dobro ♦Litisconsortes com procuradores diferentes não tem prazo em dobro ♦Contagem do prazo é da prolação da sentença nas hipóteses em que ela é proferida em audiência → exceto quando há revelia e nos casos em que a ata de audiência, com a respectiva sentença, não é juntada aos autos dentro de quarenta e oito horas→ as partes devem ser intimadas pessoalmente Preparo ♦corresponde ao recolhimento e à comprovação do respectivo pagamento das custas processuais e do depósito recursal ♦exigível apenas do empregador, nas ações em que há condenação pecuniária → serve para garantir uma futura execução, no caso de sucumbência do empregador recorrente ♦A interposição do recurso antes do término do prazo legal não impede a realização do depósito recursal até o fim desse prazo → exceto nos casos de agravo de instrumento, para os quais o § 7º do art. 899 da CLT exige a comprovação do depósito recursal no ato de interposição do recurso ♦O depósito recursal será necessário na execução apenas nos casos em que houver elevação do valor do débito, para compensar esse acréscimo. → isso porque, em regra, o depósito recursal não é exigível, pois o juízo já encontra-se garantido com a penhora ♦Diferente do depósito recursal, o empregado deve arcar com o pagamento das custas processuais, salvo se for beneficiário da justiça gratuita ♦Isentos do pagamento das custas: - pessoas jurídicas de direito público interno; - MP; - Inss; - massa falida - sindicatos nas ações coletivas → salvo em caso de comprovada má-fé ♦As entidades fiscalizadoras do exercício profissional devem pagar as custas ♦a multa por litigância de má-fé não precisa ser recolhida juntamente com as custas processuais como forma de garantir admissão do recurso. ♦Se pagar valor insuficiente das custas ou depósito, somente haverá deserção do recurso se, concedido o prazo de 5 dias, o recorrente não complementar e comprovar o valor devido. ♦O valor das custas judiciais é de 2% sobre o valor arbitrado provisoriamente na sentença → teto: 4 vezes o limite dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e procedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e o máximo de quatro vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, e serão calculadas: Lívia Fortini deMello I – quando houver acordo ou condenação, sobre o respectivo valor; II – quando houver extinção do processo, sem julgamento do mérito, ou julgado totalmente improcedente o pedido, sobre o valor da causa; III – no caso de procedência do pedido formulado em ação declaratória e em ação constitutiva, sobre o valor da causa; IV – quando o valor for indeterminado, sobre o que o juiz fixar. Depósito recursal ♦Intuito de garantir o juízo; ♦O depósito recursal será feito em conta vinculada ao juízo e corrigido com os mesmos índices da poupança. ♦Qual o valor? depende: - É preciso ter em mente os valores máximos considerados pela CLT. - No caso de recurso ordinário, por exemplo, o valor máximo do depósito recursal trabalhista é de R$ 12.296,38 Isso quer dizer que caso a condenação em 1ª instância seja de R $20.000,00, a garantia necessária para recorrer à condenação é de R $12.296,38, que é o valor máximo. Contudo, caso a condenação seja de R$8.000,00, a garantia necessária para recorrer à condenação
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