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GEOGRAFIA AGRÁRIA DO BRASIL - REVISÃO - AP2

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AULA 11 - Do complexo rural à formação do complexo agroindustrial 
Introdução: Fase cafeeira. A própria fazenda fornecia o que era necessário para o seu processo produtivo (autonomia) toda produção era voltada para o mercado exterior. Com a crise no início do século XX, a demanda por exportação caiu drasticamente, e o mercado precisou se reinventar (descentralização da produção). Até então, o Brasil produzia basicamente UM SÓ PRODUTO (Café) para UM ÚNICO MERCADO (externo), com a descentralização da produção, ressurgem os produtores de cana-de-açúcar, novas áreas produtoras de algodão e um surto de industrialização. 
A agricultura foi se integrando aos setores urbanos e industriais. O CRÉDITO RURAL foi um dos fatores determinantes para a modernização da agricultura, conforme o plano de desenvolvimento do Governo Federal. Conforme a fazenda ia se modernizando, ela mesma começou a demandar produtos industriais 
PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO GOVERNO >> CRÉDITO RURAL >> MERCADO FINANCEIRO: PRINCIPAL FINANCIADOR >> MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA
RESULTADO DA TRANSFORMAÇÃO - A AGRICULTURA SE TORNOU:
MERCADO CONSUMIDOR PARA A INDÚSTRIA DE INSUMOS AGRÍCOLAS
PRODUTOR DE ALIMENTOS PARA POPULAÇÃO URBANA 
FORNECEDOR DE MATÉRIA PRIMA PARA A INDÚSTRIA EM GERAL 
O COMPLEXO RURAL BRASILEIRO
Principais produtos: Borracha, café e cana-de-açúcar 
Características: 
· baixa divisão do trabalho dentro das unidades de produção agrícola (Principal)
· vínculo com o mercado exterior
· Confeccionavam todos os bens necessários para a mercadoria 
· Responsáveis pela reprodução da força de trabalho que estava envolvida com o processo produtivo
Havia uma ligação direta entre a demanda formada pelo mercado externo e aquilo que era produzido na fazenda.Se o preço de venda de um produto era bom, todos os recursos eram empregados para a produção daquele produto. Se o preço não fosse atrativo, os recursos eram redirecionados. 
O Complexo Rural é marcado pela capacidade de a fazenda suprir internamente suas necessidades de produção >> Consequência >> Não fortalece o mercado interno >> fica dependente exclusivamente do mercado externo. 
Fatores que marcam a queda do Complexo Rural brasileiro: 
· Lei de Terras
· Fim do tráfico negreiro 
COMPLEXO RURAL CAFEEIRO: PERÍODO DE TRANSIÇÃO
Em meados do séc. XIX, o café se tornou o principal produto da economia brasileira. 
O principal marco foi o estabelecimento do Colonato (imigrantes europeus) como a principal forma de trabalho.
Manteve-se a característica de se confeccionar dentro da fazenda boa parte dos insumos necessários à produção agrícola porém, O novo regime de trabalho criou uma nova divisão social do trabalho (trabalhadores que também eram potenciais consumidores e compradores de terras) formando um pequeno mercado consumidor, que demandou o surgimento do setor urbano. 
Entre 1890 e 1930 ocorre o processo de urbanização. A necessidade de novas máquinas para beneficiamento e de outros insumos, fizeram com que o complexo cafeeiro mobilizasse atividades complementares, fora da fazenda. O próprio capital do café serviu para financiar tais atividades: Estradas de ferro, indústrias têxteis, bancos etc. A urbanização modificou novamente as relações de trabalho. 
A CRISE DE 30 
Com a crise da bolsa de 1929, o Brasil que era totalmente dependente do mercado externo, foi forçado a diversificar sua produção agrícola e investir em industrialização. Retomou-se a produção de cana-de-açúcar além de novas culturas como algodão trigo e arroz. 
O Estado nacional começar a pôr em prática o seu plano de desenvolvimento econômico através da MODERNIZAÇÃO DE BASE CONSERVADORA abrindo caminho para o Complexo Agroindustrial. 
A ESTRUTURAÇÃO DO COMPLEXO AGROINDUSTRIAL 
Principal característica do processo de industrialização: SUBSTITUIÇÃO DAS IMPORTAÇÕES >> Demanda do Mercado interno
Outras características: 
•	 A revalorização do café no mercado internacional (estagnação da diversificação)
•	 A concentração excessiva das indústrias na Região Sudeste; 
•	 A sobrevalorização do câmbio em favor da moeda nacional
Apesar do crescimento da produção agrícola, sua base técnica permaneceu sem grandes alterações até a década de 1960. 
A década de 1960 foi marcada por diversas reformas administrativa, política, bancária, fiscal e agrária. A questão agrária era o centro das discussões. O governo (ditadura militar) optou pela MODERNIZAÇÃO DE BASE CONSERVADORA (Modernizar sem alterar a estrutura agrária - grandes latifúndios em posse de poucos)
O SISTEMA NACIONAL DE CRÉDITO RURAL foi o principal mecanismo responsável pela integração da agricultura com o mercado internacional e a economia urbana e industrial 
A Modernização da produção agrícola começou a demandar insumos industriais ao mesmo tempo que fornecia alimentos para a população urbana e matéria-prima para a própria indústria. 
Três momentos da modernização da agricultura:
•	 constituição dos complexos agroindustriais (CAIs); 
•	 industrialização da agricultura e 
•	 integração dos capitais intersetoriais sob o comando do capital financeiro. 
A constituição dos CAIs se caracteriza por uma fusão entre os capitais de diferentes setores da economia nacional – agrário, industrial e financeiro. 
AULA 12 - Agricultura Familiar
No Brasil, se considera agricultura familiar a produção e que os trabalhadores são da família podendo haver até dois funcionários contratados, salvo os trabalhadores sazonais. 
É necessário que a agricultura familiar tenha como objetivo uma produção que lhe garanta subsistência, progresso social e econômico.
Principal característica: A família, ao mesmo tempo em que é proprietária dos meios de produção, é também a força de trabalho do estabelecimento.
Os agricultores familiares representam o maior número de estabelecimentos agropecuários no Brasil (cerca de 82,5%) porém, ocupam um pequeno percentual das terras dedicadas à agropecuária (30,5%). A maior parte das terras é ocupada pela agricultura comercial. A agricultura familiar gera mais empregos que a comercial, compreendendo cerca de 76,9% dos postos de trabalho, sendo a maioria os próprios familiares. 
Em relação à distribuição sobre o território nacional, está espelhada em todo o Brasil porém pouco presente no centro-oeste, onde há domínio da agricultura comercial, e em áreas da região norte devido à floresta tropical. 
A agricultura familiar aparece como principal fonte de ocupação no meio rural nas regiões mais carentes do país. (Ou seja, as áreas mais férteis do centro oeste, predominam a agricultura comercial, e as áreas mais carentes, predomina a agricultura familiar). 
As regiões Sul, Nordeste e Norte são as áreas que possuem o maior percentual de ocupação pela agricultura familiar. Na região sul, se concentra nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Já na região Norte, encontra-se espalhada por todos os lugares de baixa densidade populacional. 
Os agricultores familiares ocupam menor quantidade de terra e possuem menos acesso ao crédito. 
Distribuição de renda: Há disparidades enormes no faturamento entre agricultores da classe. Os estabelecimentos da região norte e nordeste possuem os menores índices de geração de renda comparados às regiões sul e sudeste. 
Outro aspecto é o acesso à tecnologias para a produção. 87,1% dos estabelecimento das regiões norte e 61,1 % da região nordeste, não possuem nenhum tipo de ferramenta tecnológica, apenas a enxada. O mesmo padrão se repete quanto à utilização de adubos e corretivos e acesso à assistência técnica.
A região sul foi a que mais abraçou o modelo proposto pela revolução verde e é a região onde o cooperativismo e o associativismo estão mais presentes. 
Especialização / Diversificação 
Sabe-se que a diversificação da produção é uma das mais importantes estratégias de produtores, pois o risco decorrente de fatores climáticos aumenta quando o grau de especialização é excessivo. No entanto, o aumento da especialização viabiliza a entrada dos agricultores no mercado, melhorando a rendados mesmos. Por isso, pensa-se numa investidura na especialização com o objetivo de aumentar a renda e, consequentemente, a qualidade de vida dos agricultores familiares, visto que foi constatado que quanto mais especializado um agricultor for, maior é a sua renda.
Os caminhos da agricultura familiar
O Pronaf tem como objetivo principal promover o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar, através de créditos rurais e programas de assistência técnica e de extensão rural (Ater).
•integrar o mercado; 
•aumentar a capacidade produtiva; 
•gerar emprego e renda à população rural;
•reduzir as desigualdades sociais no campo brasileiro.
O Governo vem dando mais atenção à agricultura familiar, exemplo PNAE (programa nacional de alimentação escolar)
AULA 13 - Desenvolvimento rural sustentável
A partir dos anos 1980, inicia-se um movimento de crítica ao modelo conservador. Ideias relacionadas ao questionamento relativo ao consumo desenfreado dos recursos naturais, da degradação ambiental e o desenvolvimento centrado no desenvolvimento financeiro. 
O conceito de desenvolvimento foi sendo questionado e ganhou novas características, dando origem ao termo desenvolvimento sustentável. 
Ganha destaque a agroecologia, dando visibilidade àqueles que estiveram excluídos do processo deflagrado a partir da modernização conservadora. 
A definição de Desenvolvimento Sustentável está relacionada à suprir as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das futuras gerações de suprir suas próprias necessidades. O Desenvolvimento Sustentável tenta resolver a contradição entre produção e ecologia, fazendo com que a produção transforme-se em ecologicamente sustentável. 
Porém, Desenvolvimento Sustentável não pode ser atingido através de um enfoque restrito, nem somente no ambiente, nem somente na economia. Também está relacionado às questões sociais, econômicas, ecológicas e políticas, com especial preocupação com a qualidade de vida das classes menos favorecidas. 
Triangulação viva: Proteção ambiental / Desenvolvimento econômico / Desenvolvimento social. 
Quadrado real:Sustentabilidade cultural / Proteção ambiental / Desenvolvimento econômico / Desenvolvimento social. 
Pentágono Crítico: Dimensão Política / Sustentabilidade cultural / Proteção ambiental / Desenvolvimento econômico / Desenvolvimento social. 
Desenvolvimento Sustentável não é um produto entregue pronto a uma comunidade, mas sim é resultado de um processo de construção que parte dos esforços da comunidade e dependendo dos recursos disponíveis. Portanto pode ser definido como sendo um modo de vida. 
Modernização Ecológica: Quando se mantém as premissas da modernização conservadora (imposição de um pacote), porém em nome de questões ecológicas. Dessa forma, se ignora a participação democrática, a população não está envolvida, e o conhecimento local não é levado em consideração.
A agroecologia e o desenvolvimento sustentável no campo
Os cinco pressupostos do Desenvolvimento Sustentável versam sobre: 
1. as questões de proteção ao ambiente e aos recursos naturais; (Ambiental)
2. o crescimento econômico e o aumento da renda no campo; (Econômica)
3. as conquistas sociais nas áreas rurais; (Social)
4. o respeito e o aprimoramento do saber do trabalhador rural passado de gerações em gerações; (Cultural)
5. a autonomia desses trabalhadores no processo de tomada de decisões.(Política)
Assim, a agroecologia, por se preocupar com questões ecossociais, parece representar o caminho para dirimir os embates provocados pelos preceitos da modernização da agricultura. 
Dessa maneira, se opõe à fé cega no progresso científico como sendo um novo “dogma” a ser amplamente divulgado e seguido para a resolução dos problemas do campo. Representa a união entre o saber produzido na academia e o saber popular. A partir daquilo já amplamente conhecido e divulgado pelas populações rurais, é que se aprimora nas pesquisas desenvolvidas pelo saber científico.
Agroecologia seria a disciplina ou conhecimento científico que apresenta uma série de princípios, conceitos e metodologias, para estudar, analisar, dirigir, desenhar e avaliar agroecossistemas. Isto tudo com a finalidade de se implantar uma forma de produção que privilegie uma maior sustentabilidade.
Ou seja, muito além de ser uma fórmula, a agroecologia se caracteriza como sendo uma forma de se pensar e de se fazer a agricultura. BASES DA AGROECOLOGIA: 
1 - conservação da natureza
2 - aumento e na distribuição da renda
3 - bem estar social, 
4 - valorização e aprimoramento do saber local, 
5 - autonomia do poder de decisão sobre o que plantar, 
6 - promoção da associação e da autonomia da forma de se comercializar. 
Dessa forma, atende preceitos inerentes ao desenvolvimento sustentável, tão bem caracterizado pela figura do pentágono crítico e se coloca como alternativa sustentável ao modelo clássico (modernização conservadora). 
AULA 14 - Multifuncionalidade e pluriatividade: novos atores no rural brasileiro
Período Fordista = Espaço rural como fornecedor de matéria-prima. 
Pós fordismo = Espaço rural incorpora novas atividades >> multifuncionalidade do meio rural
Com os evidentes impactos da revolução verde, surge a necessidade de reinventar as atividades rurais a fim de se apresentar o espaço rural como uma “vitrine” combatendo os problemas socioeconômicos causados pelo desequilíbrio gerado pela revolução verde (reverter o êxodo rural com alternativas para a sobrevivência). 
Com a ênfase ao discurso ecológico, o modelo da agricultura tradicional familiar passa a ser vinculado à ideia de qualidade de vida e respeito ao meio ambiente. 
As quatro funções das famílias rurais:
· Agricultura
· Conservação dos recursos naturais
· Conservação do patrimônio natural
· Qualidade dos alimentos 
Com a multifuncionalidade, o meio rural passaria a ter duas funções principais: 
· Produção de bens públicos ou serviços imateriais, ligados ao bem-estar das pessoas; 
· Rrespeito ambiental
Mesmo que a multifuncionalidade seja na teoria algo secundário, em muitos casos ela acaba a substitiundo. Ou seja, a função principal de diversos estabelecimentos agrícolas deixa de ser a produção de alimentos. 
Há um forte discursso em favor da agricultura familiar, mas na prática, o governo continua privilegiando o modelo produtivista, voltado para exportação.Sendo assim, há contradição entre a teoria e prática a respeito de multifuncionalidade, pois o modelo produtivista não se preocupa com questões ambientais e abastecimento do mercado interno.
PLURATIVIDADE: crescimento de atividades não agrícolas no meio rural e das ocupações da população rural em novas atividades produtivas, econômicas, sociais e de mercadorias das áreas rurais. 
Está ligado à agricultura familiar e / ou espaços periurbanos, pois a pluriatividade trabalha com a existência de uma ou mais atividades agrícolas desenvolvidas na propriedade, combinada(s) à(s) outra(s) atividade(s) não agrícola(s), desenvolvida(s) dentro ou fora da propriedade. >> A pluriatividade permite ao pequeno produtor manter-se no meio rural e exercer outras atividades como forma de complementação da renda familiar.
SEGURANÇA ALIMENTAR 
DUAS TEORIAS: PESSIMISTA E OTIMISTA 
Pessimista: medo do futuro onde o planeta não consiga produzir alimentos suficientes para acompanhar o crescimento da populacao
Otimista: acredita que o ser humano é criativo e capaz de promover descobertas científicas e tecnologicas que supram a necessidade 
Ambas as teorias influenciaram o processo de modernização da agricultura pois as duas concordam em que há necessidade de se tomar medidas para um modelo mais eficaz
A fome não é apenas um problema sobre produção e produtividade de alimentos mas é um problema político, ligados a questões de acesso à terra e distribuição de renda 
As medidas a serem tomadas contra a fome são de curto e longo prazo. A curto prazo, atender as pessoas que estão em situação de emergência e a longo prazo, tomar medidas que criem um ambiente

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