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FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO IV - REVISÃO AP1

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FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO IV 2023.1 - Resumo Aulas 1 a 7 
AULA 1 - SOCIOLOGIA E SENSO COMUM
Senso comum: É o conhecimento baseado em observações da realidade cujos fundamentos são as experiências subjetivas, o saber imediato, conhecimentos cotidianos acumulados, socialização dos indivíduos, tradição, crenças e mitos. 
A Sociologia é um campo de conhecimento científico que tem como objetivo compreender os fenômenos sociais, os indivíduos e suas formas de coesão social; examinar as estruturas sociais (organizações, comunidades); identificar as categorias sociais (classe, gênero, raça), as instituições (parentesco, economia, política e religião). Compreender como essas forças sociais formam nossas vidas, especialmente aquelas que afetam nossa consciência ou ignorância, nossas atitudes, ações e oportunidades é o objetivo principal da Sociologia. 
SENSO COMUM:
1. Visões do senso comum são freqüentemente baseadas nas experiências imediatas e limitadas das pessoas. Por exemplo: as pessoas podem perceber um aumento na criminalidade baseadas em suas experiências pessoais com o problema da violência. Um familiar assaltado, um parente assassinado, uma vizinha ameaçada por traficantes.
2. Visões do senso comum são freqüentemente mutantes, simples e podem refletir algum grau de preconceito. Por exemplo: os mendigos são um perigo para a sociedade e devem ser retirados da rua.
3. Visões do senso comum tendem a refletir tradições e convenções sociais e em muitos casos resistir às mudanças sociais. Por exemplo: as crianças serão melhor formadas se suas mães conservam a estrutura de família nuclear ou as empregadas domésticas de crença protestante são mais honestas.
4. Visões do senso comum quase sempre se baseiam em estereótipos que são reforçados pela mídia. Por exemplo: a maioria dos assaltantes é de cor preta.
5. Visões do senso comum tendem a enfatizar explicações individualistas e naturalizadas do comportamento. Por exemplo: estudantes com desempenho ruim na escola são rebeldes e carecem de inteligência. 
6. Visões de senso comum carecem de verificação e validade científica. 
SOCIOLOGIA:
1. Visões sociológicas são baseadas em rigorosa pesquisa e em evidências. Podem ser baseadas em pesquisa quantitativa ou qualitativa. Por exemplo: 1) o relatório do IPEA (Instituto de pesquisa Econômica Apliacada) sobre as desigualdades sociais faz uso de estatísticas oficiais sobre níveis de desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres na sociedade brasileira. 2) professores da UFRJ identificaram, através de entrevistas informais com estudantes de universidades públicas, um alto índice de rejeição à privatização do ensino público.
2. Visões sociológicas são baseadas em teorias que informam algumas conclusões complexas. Por exemplo: os funcionalistas acreditam que a religião é a maior agência de socialização para a transmissão de normas e valores morais.
3. As abordagens sociológicas sobre conflito podem muitas vezes estimular a mudança social. Por exemplo: 1) marxistas ressaltam o conflito de classes baseado na exploração do proletariado pela burguesia. Marx argumentava que a classe trabalhadora deveria se unir para derrotar a classe dominante. 2) feministas radicais levantam sérias críticas às sociedades patriarcais que pressionam e exploram as mulheres, sugerindo que essas sociedades devam ser radicalmente mudadas. 
4. Visões sociológicas desafiam os estereótipos. Por exemplo: sociólogos que estudam violência nos Estados Unidos reconhecem que alguns negros roubam por razões econômicas. Contudo, eles também sugerem que o fenômeno da criminalidade entre os negros tem sido exagerado e ampliado pelas agências de controle social, pela mídia e pela polícia. 
5. Visões sociológicas sugerem que poderosas forças sociais explicam o comportamento humano. Por exemplo: Durkheim acreditava que o suicídio ocorria devido a muito pouco ou ao exagerado constrangimento imposto ao indivíduo pela sociedade. 
6. Visões sociológicas baseadas em dados quantitativos são em geral altamente confiáveis. Por exemplo: dados do IBGE sobre população estão baseados em entrevistas que cobrem quase a totalidade do domicílios brasileiros.
CONCLUSÃO:
Ao contrário do senso comum, podemos pensar que o saber sociológico possui disciplina, natureza científica, regras de verificação, conceitos, estatísticas e um quadro de referências com limites rigorosos. É a partir desse complexo repertório metodológico e do controle de preconceitos e de preferências pessoais que o sociólogo compreende o mundo e se diferencia da compreensão que o senso comum tem desse mesmo mundo. 
AULA 2: SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Quando a Sociologia surgiu, no século XIX, herdou a influência do pensamento do francês Auguste Comte: Positivismo. Dispensa crenças e religião, a verdade é apenas o que pode ser comprovado com dados extraídos da realidade de forma empírica através de argumentação lógica.
Trindade divina da Sociologia: Durkheim + Marx + Weber 
O PENSAMENTO DURKHEIMNIANO (Funcionalismo): A Ciência Social deve estudar os “fatos sociais” , isto é, o conjunto de ações e relações que são criadas coletivamente e impõem aos indivíduos uma coerção. A vida social é regida por normas e padrões que existem de acordo com as necessidades e interesses coletivos. Há preponderância do coletivo sobre o individual. Conceitos como moral, a religião, o casamento, a justiça, a política, a educação e o trabalho.
Educação: como parte do processo de socialização dos indivíduos e grupos, assumindo as formas de comportamento social previstas pela ordem estabelecida e fazendo com que cada um seja parte de um todo organicamente estruturado. Em conseqüência, temos o desempenho de papéis como funções sociais que são representados por nós, tais como os de professor, aluno, pai, mãe, etc. Sendo assim, a educação contribui para a adaptação do indivíduo na sociedade. 
PENSAMENTO MARXISTA (crítica): Está baseada nas relações de produção, que ele entendia como fundamentais e determinantes. Isso significa dizer que a maneira pela qual os homens organizam a produção econômica (produção, distribuição e consumo), a fim de satisfazer as suas necessidades básicas, cria a infra-estrutura do edifício social e influencia a organização dos níveis (chamados de superestrutura), tais como o político, o jurídico e o cultural.
Capitalismo: Conflito entre as classes dominante (burguesia) e dominada (proletáriado). A Burguesia domina a economia, o poder político, o aparato legal a cultura e difunde suas ideias por meio da familia, religião, escolas e comunicação social . 
Educação: um instrumento para formar os indivíduos segundo a mentalidade burguesa e prepará-los com as capacidades para o trabalho que atenda aos objetivos de acumulação de capital, lucro e competitividade das empresas. Por isso, a escola é um órgão responsável pela reprodução dos valores e do saber dominante e da reprodução da força de trabalho, por meio da qualificação profissional. A escola é organizada para manter a desigualdade das condições de classe. 
PENSAMENTO WEBERIANO (interacionista): baseado no conceito de ação social. Ele as qualificou como todas as ações humanas dotadas de sentido. Este é construído pelo ator (indivíduo ou grupo) e está relacionado ao sentido atribuído por outro(s) ator(res). Neste caso, a vida social é um conjunto complexo de interações entre indivíduos e grupos que se influenciam reciprocamente na maneira de pensar e agir.
Educação como ação social: quando um professor ensina uma determinada disciplina, ele está realizando uma ação social, que tem a ver com o(s) sentido(s) construído(s) por ele e seus colegas; por sua vez, isso está relacionado ao(s) sentido(s) atribuído(s) pelos demais atores envolvidos nesse contexto: estudantes, responsáveis, patrões, governantes e população. A educação se manifesta na organização da escola, hábitos, valores etc.	
QUESTÕES SOCIOLÓGICAS CONTEMPORÂNEAS NA EDUCAÇÃO
1) Concepções funcionalistas: justificam a maneira pela qual o sistema social capitalista deve funcionar,tal como ele tem sido ao longo dos anos, e o papel que a Educação desempenha nele
2) Concepções críticas: criticam a função da escola na estrutura capitalista. Esta concepção se subdivide em: 
a) perspectivas reprodutivistas: Ideia de que a Escola é um fator essencial para que a estrutura social se mantenha como tal. A finalidade da escola é reproduzir a cultura e assegurar a manutenção da divisão entre as classes. 
b) perspectivas gramscianas: A Educação como processo de formação e conscientização dos dominados sobre a sua verdadeira condição social, para que possam, como classe, transformá-la e chegar a uma nova forma de estrutura social, que para ele seria o socialismo.
c) perspectivas frankfurtianas: A Educação é pensada como um mecanismo de conformidade a tal situação, pois os indivíduos estudam para alcançar um padrão de consumo considerado invejável
d) perspectivas foucaultianas: Educação é percebida como um mecanismo de produção de sujeitos para exercerem papéis que sejam considerados dóceis e úteis para o sistema social. Mas também é possível a criação de estratégias de atuação capazes de promover transformação da situação vigente
3) Concepções interacionistas: preocupam-se em centrar as análises nas interações existentes na interação entre os membros de uma comunidade e a maneira como eles constroem os significados da vida coletiva.
A NOVA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
A Nova Sociologia da Educação é uma decorrência das concepções clássicas, fazendo um certo tipo de cruzamento entre elas para tratar dos temas como o currículo, o sucesso/fracasso escolar, as identidades culturais e os papéis existentes no universo educacional.
AULA 3 - A INSTITUIÇÃO DA ESCOLA NO MUNDO MODERNO
O início da era moderna é marcada pelo rompimento da humanidade com o mundo medieval. O homem passa a procurar explicações lógicas para os fenômenos da natureza, deixando a explicação preconcebida de que tudo que acontece no mundo se dá, simplesmente, pela vontade de Deus. Cresce o Antropocentrismo, ou seja, o pensamento de que o Homem é o centro do universo, e dessa forma, a busca por riquezas e conhecimento passam a permear as atividades humanas. O fortalecimento da burguesia e o enfraquecimento da nobreza vão consolidar o modo de produção capitalista e a Reforma e Contra-reforma iniciam uma disputa pedagógica, espalhando colégios ao redor mundo. Logo a educação começa a ser vista como fator importante para o fortalecimento da nova forma de pensar, de produzir, de viver em sociedade. A demanda por trabalhadores para atender o modelo capitalista faz crescer o interesse do Estado em estabelecer uma escola pública, ideia que se fortalece ainda mais com a Revolução Industrial que potencializa a demanda por mão de obra qualificada, e abre de vez as portas da escola para as massas sociais. A necessidade de intervenção do Estado institucionaliza a educação e a escola se torna base fundamental para sustento da sociedade contemporânea. 
AULA 4 - A SOCIOLOGIA DO CONSENSO: O OTIMISMO PEDAGÓGICO E O PESSIMISMO PEDAGÓGICO
O entusiasmo pela educação surge em um cenário marcado por uma demanda de redução quantitativa das taxas de analfabetismo. É um movimento onde se considera a educação como a esperança da salvação nacional, ou seja, acredita-se que todos os problemas do país podem ser resolvidos com educação. 
O Otimismo Pedagógico é marcado por profissionais da educação preocupados com a qualidade do ensino fixados em uma perspectiva unilateral da educação, se importam com questões pedagógicas porém, não se preocupam com a reflexão sobre questões sociais. 
O Realismo da Educação se preocupa tanto com a qualidade de ensino quanto às questões sociais. É formado quatro grupos: 
A) profissionais da educação liberais: ênfase na qualidade do ensino e à reforma do sistema educativo, porém não absolutizam essas questões e não perderam de vista a perspectiva externa em suas análises e ações. 
B) Defensores de posições educativas ligadas à esquerda marxista: procuraram analisar a forma como a atuação educativa poderia contribuir para a transformação da sociedade e para a revolução proletária
C) esquerdistas não-marxistas: surge do intercâmbio ideológico entre cristãos e marxistas como consequência da evolução do pensamento social no seio da Igreja Católica. Deram maior importância à cultura e à educação como fatores indispensáveis para a mudança social. O principal teórico desse grupo é Paulo Freire.
ESSES TRÊS GRUPOS TINHAM EM COMUM:
•	Preocupação humanista – educação como meio para a realização do homem; 
•	Defesa da educação – obrigatória e gratuita para todos; 
•	Preocupação em promover a participação popular nas decisões políticas tanto o caráter dessa participação quanto a forma de sua promoção variam de um grupo para o outro.
D) tecnocratas da educação: provenientes principalmente do campo da economia e seu aparecimento deve-se à tecnificação do território educacional. Esse grupo está comprometido politicamente com a ordem vigente e interessa aos seus membros saber de que modo podem fazer do sistema ou dos movimentos educacionais instrumentos eficazes de modernização, de funcionamento adequado das estruturas socioeconômicas vigentes e de fortalecimento dos grupos políticos dominantes
Na Sociologia do consenso, as teorias, apesar de suas diferenças, concordam em um ponto fundamental: não criticam o modelo educacional vigente. No Otimismo Pedagógico, por exemplo, apesar da preocupação com a qualidade do ensino, não há estímulo ao pensamento crítico. 
PESSIMISMO PEDAGÓGICO: é uma cabal percepção da dependência da educação em relação à sociedade. Entretanto, como na análise que desenvolvem chegam invariavelmente à conclusão de que a função própria da educação consiste na reprodução da sociedade em que ela se insere.
TEORIA DO SISTEMA DE ENSINO ENTENDIDA COMO VIOLÊNCIA SIMBÓLICA: a origem social marca de maneira inevitável e irreversível a carreira escolar e, depois, a vida profissional dos indivíduos.
TEORIA DA ESCOLA ENQUANTO APARELHO IDEOLÓGICO DO ESTADO: a escola constitui o instrumento mais acabado de reprodução das relações de produção de tipo capitalista. Para tanto, a escola toma para si todas as crianças de todas as classes sociais e lhes inculca, durante anos, o fio da audiência obrigatória: saberes práticos envolvidos na ideologia dominante.
TEORIA DA ESCOLA DUALISTA: a escola, embora aparente ser unitária, está dividida em duas grandes redes, que correspondem à divisão da sociedade capitalista em duas classes fundamentais: a burguesia e o proletariado. A divisão social do trabalho é a responsável pelo insucesso escolar em massa da imensa maioria que inicia a escolaridade mas não consegue prosseguir.
AULA 5: SOCIOLOGIA DO CONFLITO: VISÃO CRÍTICA. 
Denomina-se teoria do conflito, no campo da Sociologia da Educação, o conjunto de teorias que concebe a sociedade e a realidade social a partir das contradições de classe e de suas relações com a reprodução da dominação e da ideologia.
Enquanto as teorias do consenso estão centradas na problemática da integração social e do equilíbrio, as teorias do conflito colocam os conflitos de classe no cerne da explicação da realidade social, na qual se circunscreve o espaço da educação.
Para as primeiras teorias (as do consenso), o conceito-chave é o de ordem, enquanto para as teorias do conflito é o de controle.
REPRODUÇÃO SOCIAL 
Ideologia e aparelhos ideológicos de Estado (AIE) - Louis Althusser
Interpretação política e marxista da escola. Reprodução das relações de produção capitalistas. Sociedade constituída por duas instâncias: Infra-estrutura (base econômica) e superestrutura (jurídico-político + ideologia), como um prédio de dois andares. A superestrutura não pode sustentar-se por si só. O primeiro aparelho (ou primeiro andar = jurídico - político) ocupa-se em conservar o poder político de forma direta, ou seja, o direito de coerção - utilizar a violência, quando necessário. Já os aparelhos ideológicos do Estado (AIE) são integrados a um conjunto deinstituições: Religioso, escolar, familiar, jurídico (pertence aos dois aparelhos), político (nos diferentes partidos), sindical, de informação (imprensa, tv etc.) e cultural. Todos os aparelhos funcionam mediante, em primeiro lugar, a ideologia e, em segundo lugar, repressão. A diferença entre os dois aparelhos está no peso diferente em que atribuem à violência e repressão. 
A escola como Aparelho Ideológico de Estado, passa a desempenhar uma função prioritária na manutenção das relações sociais e econômicas existentes. A instituição educativa é, de todos os aparelhos ideológicos de Estado, aquele que cumpre a função dominante na reprodução das relações de exploração capitalistas, já que é, além disso, o que dispõe de mais anos de audiência obrigatória e, inclusivamente, gratuita para a totalidade das crianças e jovens da sociedade. A escola é vista como uma “caixa negra” onde na realidade não se passa nada; tudo segue uma linearidade perfeita; não existem verdadeiras possibilidades de analisar e modificar esses objetivos e conteúdos da educação. A escola, como tal, não pode contribuir em nada na luta pela transformação das estruturas de produção e das relações sociais existentes. No pensamento althusseriano, é muito difícil o aparecimento de um pensamento e de práticas contra-hegemônicas, caindo assim num determinismo de base econômica.
Segundo Althusser, a manutenção do atual sistema de produção e das relações de poder depende tanto do uso da força quanto do uso da ideologia. Assim, a produção das condições de produção baseia-se na produção de valores que sustentam as relações de produção, no uso da força e da ideologia, que apóiam as classes dominantes em todos os espaços de controle e na produção do conhecimento e das habilidades importantes para as formas específicas de trabalho.
TEORIA DA CORRESPONDÊNCIA - Samuel Bowles e Herber Gintis
Ênfase na importância política do currículo oculto, especialmente da forma do currículo como recurso para a reprodução, coesão e estabilidade das relações sociais de produção e distribuição. Defendem um maior radicalismo político. Não aceitam mudanças parciais ou progressivas. Com isso, apoiam um movimento socialista revolucionário nos Estados Unidos por considerar uma alternativa socialista capaz de proporcionar o único acesso a um futuro progresso real em termos de justiça, libertação pessoal e bem-estar social.
A teoria da correspondência, postulada por Bowles e Gintis, parte do argumento de que os padrões hierarquicamente estruturados de valores, normas e habilidades, característicos das sociedades capitalistas, refletem-se na dinâmica social do cotidiano da escola. As relações sociais estabelecidas na escola inculcam nos estudantes as atitudes e disposições necessárias para a ocultação dos imperativos da lógica do capital.
REPRODUÇÃO CULTURAL - Pierre Bourdieu
As sociedades humanas estão divididas de forma hierárquica em classes e esta hierarquização se mantém e perpetua através da violência simbólica. 
 Violência simbólica. É uma forma de coação que se apoia no reconhecimento de uma imposição determinada, seja esta econômica, social, cultural, institucional ou simbólica. A violência simbólica se funda na fabricação contínua de crenças no processo de socialização, que induzem o indivíduo a se posicionar no espaço social seguindo critérios e padrões do discurso dominante. Devido a esse conhecimento do discurso dominante, a violência simbólica é manifestação desse conhecimento através do reconhecimento da legitimidade desse discurso dominante. Para Bourdieu, a violência simbólica é o meio de exercício do poder simbólico.
O processo de socialização vai criar em cada pessoa um habitus. Este é produto de uma interiorização de princípios da cultura dominante, das suas categorias de percepção e de apreciação da realidade e vai ter efeitos reprodutores. O habitus se constrói através de um processo educativo e constitui a garantia da sobrevivência de uma cultura
A teoria da reprodução cultural, elaborada por Bourdieu e Passeron, começa com o pressuposto de que a estratificação das sociedades e as configurações ideológicas e materiais nas quais elas se sustentam estão mediadas e são reproduzidas através do que eles chamam de violência simbólica. Assim, a educação é concebida como uma relevante força social e política no processo de reprodução das classes, já que se coloca como transmissora neutra dos benefícios da cultura dominante, permitindo que as escolas promovam a desigualdade em nome da justiça e da objetividade. 
AULA 6: A RELAÇÃO HEGEMONIA IDEOLOGIA E PODER NA EDUCAÇÃO I
IDEOLOGIA::
Destutt de Tracy: Ele preocupou-se com a elaboração de uma ciência sobre a origem e as leis de formação das idéias, queria explicar a relação entre o corpo humano e o meio ambiente, mostrando como esta relação constrói idéias. Ele pretendia revelar a materialidade das idéias, acreditando que essa revelação produzisse um conhecimento verdadeiro e universal da natureza humana. 
Auguste Comte: analisa a ideologia sob dois ângulos: 
1º - como uma atividade filosófico-científica, que estuda a formação das idéias, observando as relações entre o corpo humano e o meio ambiente, por meio das sensações, 
2º - como o conjunto de idéias de uma época, ou melhor, o conjunto de opiniões de uma época ou das idéias dos pensadores de uma época.
Émile Durkheim: “noções vulgares ou fantasmas que o pensador acolhe porque fazem parte de toda a tradição social onde está inserido”. Defende a ideologia como uma pré-noção, uma concepção pré-científica. 
Hegel: preocupar-se-á em discutir a relação entre as idéias e a história, entre o conhecimento e o mundo. Sua questão fundamental era a relação entre o real e o racional. 
 
Marx: “não é a consciência que determina a vida, mas é a vida que determina a consciência”. Marx diz que devemos considerar a historicidade de nossa consciência e das idéias, mostrando que as produções da consciência estão vinculadas, mesmo que indiretamente, à produção material.
Gramsci: seguirá o pensamento marxista, ou seja, não considerará a ideologia como falsa consciência. Para Gramsci, a ideologia está inserida no complexo infra-estrutura/superestrutura. Uma ideologia pode contribuir para a consolidação ou transformação de uma estrutura. (ideologia dominante)
Louis Althusser: Metáfora do edifício. A ideologia e a política são consideradas níveis da superestrutura de uma formação social.
Constatamos que o estudo sobre a ideologia tem como eixos fundamentais a relação entre as idéias produzidas pelos homens e o contexto social e histórico e o grau de consciência que temos da realidade que está à nossa volta
HEGEMONIA, PODER E EDUCAÇÃO - Lênin e Gramsci
Conclui-se que para (a classe dominante) realizar a hegemonia (ideológica) é necessário o consenso, o convencimento e, portanto, a ideologia é fundamental no processo de construção de hegemonia. Quando uma classe social domina apenas na base da coerção, da repressão, ela é dominante, mas não hegemônica.
A hegemonia é ao mesmo tempo o conjunto de domínio e direção exercido por uma classe social.
A hegemonia trabalha com a persuasão, por isso é necessário estabelecer mecanismos e estratégias na sociedade que permitam construir a hegemonia. A classe dominante tende a imprimir uma direção cultural e ideológica no contexto sociocultural, seus intelectuais elaboram um sistema de idéias que tem um forte poder de convencimento, por isso é fundamental que as classes dominadas organizem e sistematizem a sua visão de mundo para que não permaneçam desestruturadas e passivas. Elas devem lutar para construir uma nova hegemonia. 
O processo educacional é fundamental para manter ou construir uma nova hegemonia.
AULA 7: A RELAÇÃO HEGEMONIA IDEOLOGIA E PODER NA EDUCAÇÃO II
Destutt de Tracy, criador do conceito de ideologia, foi um dos responsáveis pelo Instituto de França, entidade que tinha como missão difundir os ideais do Iluminismo. Ele defende a necessidade de uma nova ciência das idéias, uma ideologia, queseria a base de todas as outras ciências. A necessidade deste novo conceito anda a par com a necessidade de explicar a forma como se constroem as nossas ideias. Antoine Destutt de Tracy defende que as nossas idéias se baseiam em sensações físicas, pelo que podem ser estudadas de forma empírica, com os métodos próprios da ciência, com o que as parcialidades e as idéias preconcebidas poderiam ser eliminadas. É através da investigação que podemos ficar a saber que essas idéias têm origem nas necessidades e nos desejos humanos. Essas necessidades e, consequentemente, essas idéias deverão constituir o fundamento da estrutura das leis reguladoras da sociedade.
Filosofia Alemã: Hegel - as ideias dominantes são relativas pois dependem de contextos históricos e estão sujeitas a modificações. 
Marx (discípulo de Hegel) - As ideias sociais e políticas se transformam de acordo com as dinâmicas da relação entre as classes sociais de cada país. Para Marx, ideologia é um sistema elaborado de representações ou de idéias da vida em sociedade (consciência dos homens) que se manifesta de forma invertida, porque elas não representam a consciência da maioria das pessoas, mas de uma classe social predominante (minoria detentora do poder). Dessa forma, as relações dos homens com o mundo aparecem como ilusão, como mentira, como sonho, porque elas estão em oposição ao mundo real, às condições materiais da vida. A ideologia tem aqui o sentido de mascaramento da realidade ou deformação da realidade
1. Como surge o conceito de ideologia? 
2. Por que as idéias da vida em sociedade, que representam a consciência do homem, aparecem de forma invertida? 
3. Comente o conceito de ideologia elaborado por Chauí (1985). 
4. Cite uma função da ideologia. 
5. Qual é o papel da crítica da ideologia? 
6. Comente o conceito de hegemonia ideológica elaborado por Gramsci.
1 - Destutt de Tracy, criador do conceito de ideologia, foi um dos responsáveis pelo Instituto de França, entidade que tinha como missão difundir os ideais do Iluminismo. Ele defende a necessidade de uma nova ciência das idéias, uma ideologia, que seria a base de todas as outras ciências. A necessidade deste novo conceito anda a par com a necessidade de explicar a forma como se constroem as nossas ideias.
2 - Para Marx, ideologia é um sistema elaborado de representações ou de idéias da vida em sociedade (consciência dos homens) que se manifesta de forma invertida, porque elas não representam a consciência da maioria das pessoas, mas de uma classe social predominante, ou seja, da minoria detentora do poder.
3 - A ideologia é um conjunto de ideias, valores, normas ou regras que indicam como os membros de uma sociedade devem pensar e agir. Sua função, é dar aos membros da sociedade uma explicação racional para as diferenças sociais, políticas e culturais, porém, sem jamais atribuir tais diferenças à divisão da sociedade, pelo contrário, a ideologia deve apagar as diferenças entre as classes e fornecer aos membros da sociedade um sentimento de identidade social. Em síntese, a ideologia possui o sentido de mascaramento da realidade ou deformação da realidade para que o trabalhador não perceba a real situação que se encontra. 	
4 - A função da ideologia é manter e justificar as estruturas sociais existentes. 
5 - Cabe à crítica da ideologia desmascarar os processos de formação de idéias e de pensamentos mostrando as suas raízes e causas histórico-sociais.
6 - O objetivo da hegemonia é reproduzir no plano ideológico as condições para a dominação de classe e para a perpetuação das relações sociais de produção e distribuição. A hegemonia acontece quando a classe dominadora conquista o consenso da classe dominada. Porém o conceito de hegemonia ideológica não exclui a possibilidade de gerar uma contra-hegemonia.

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