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RETO Na pelve, o colo sigmoide se une ao reto, que desce ao longo da metade inferior do sacro em uma posição retroperitoneal. O reto não possui tênias; sua camada muscular longitudinal é completa e bem desenvolvida, de modo que ele consegue gerar fortes contrações para a defecação. Apesar do nome “reto”, ele possui, na realidade, várias curvas fechadas. Internamente, essas curvas são representadas como três pregas transversas do reto (ou válvulas retais), que evitam que as fezes sejam eliminadas junto com o flato (gases). CANAL ANAL A última subdivisão do intestino grosso é o canal anal. Com cerca de 3 m de comprimento, ele começa onde o reto atravessa o músculo levantador do ânus, o músculo que forma o assoalho da pelve. Uma parte do levantador do ânus é responsável por manter o ângulo da junção anorretal, um ângulo agudo entre o ânus e o reto que contribui para a continência fecal. O canal anal situa -se inteira mente externo à cavidade abdominopélvica no períneo. Internamente, a metade superior do canal anal contém pregas longitudinais de mucosa, as colunas anais. Essas colunas contêm as porções terminais da artéria e veia retais superiores (os vasos hemorroidais). As colunas anais vizinhas se juntam umas às outras inferiormente em pregas transversas com a forma de lua crescente, chamadas válvulas anais. Os bolsos imediatamente superiores a essas válvulas são os seios anais, que liberam muco quando são comprimidos pelas fezes, proporcionando lubrificação que facilita a sua passagem durante a defecação. A linha horizontal ao longo da qual as válvulas anais se situam se chama linha pectinada (“em forma de pente”). Como a mucosa superior a essa linha é inervada por fibras sensitivas viscerais, ela é relativamente insensível à dor. Inferior à linha pectinada, a mucosa é sensível à dor por ser suprida pelos nervos somáticos. A parede do canal anal contém dois músculos esfíncteres: o esfíncter interno do ânus de músculo liso e o esfíncter externo do ânus de músculo esquelético O primeiro é um espessamento da camada circular da muscular, enquanto que o último é um músculo diferente O esfíncter externo contrai voluntariamente para inibir a defecação, enquanto que o esfíncter interno contrai involuntariamente, tanto para impedir que as fezes saiam do ânus entre as defecações quanto para inibir a defecação durante o estresse emocional. Quando treinam para aprender a usar o banheiro, as crianças aprendem a controlar o esfíncter externo do ânus. O canal anal é uma zona de transição epitelial na qual o epitélio simples prismático do intestino muda abruptamente para epitélio estratificado pavimentoso perto da linha pectinada. Na extremidade mais inferior do canal anal, a mucosa se funde com a pele verdadeira que circunda o ânus. Se refere à defecação difícil, infrequente ou aparentemente incompleta persistente. A maioria das pessoas tem pelo menos três evacuações por semana; entretanto apenas uma frequência reduzida das evacuações não é um critério suficiente para o diagnóstico de constipação. Muitos pacientes com constipação têm frequência normal de evacuações, mas queixam-se de esforço excessivo, fezes endurecidas, plenitude abdominal inferior ou sensação de evacuação incompleta. Defecação insatisfatória caracterizada por reduzido número de evacuações e dificuldade para evacuar, pelo menos nos últimos 3 meses • fezes endurecidas ou em cíbalos; • necessidade de esforço para evacuar; • sensaça ̃o de evacuac ̧a ̃o incompleta; • sensaça ̃o de obstruc ̧a ̃o anorretal; • necessidade de usar manobras manuais para facilitar a evacuaça ̃o. A forma e a consistência das fezes correlacionam-se bem com o intervalo de tempo transcorrido desde a defecação anterior. Fezes endurecidas e em pelotas ocorrem com trânsito lento, enquanto fezes aquosas e amolecidas estão associadas a um trânsito rápido. É mais difícil expelir tanto fezes em pelotas quanto um volume fecal muito grande que eliminar fezes normais. A percepção de fezes endurecidas ou esforço excessivo é mais difícil de avaliar de maneira objetiva, e a necessidade de enemas ou desobstrução digital é um meio clinicamente útil para confirmar as percepções do paciente de defecação difícil. Fatores psicossociais ou culturais também podem ser importantes. Uma pessoa cujos pais atribuíam muita importância à evacuação diária ficará muito preocupada quando não conseguir evacuar 1 vez por dia; algumas crianças prendem a evacuação para chamar a atenção ou por medo de dor decorrente da irritação anal; e alguns adultos costumam ignorar ou adiar a defecação. EPIDEMIOLOGIA A constipaça ̃o intestinal é um dos sintomas mais comuns em Medicina. Constitui a segunda queixa mais frequente na gastrenterologia atra ́s apenas da dor abdominal Nos EUA, estima-se em 2,5 milhões de consultas anuais devido a ̀ constipaça ̃o intestinal. A ocorrência aumenta muito após os 60 anos. Estatísticas revelam que 21 a 34% das mulheres e 9 a 26% dos homens, após 65 anos, são constipados. É interessante ressaltar que isso não representa uma consequência fisiológica do envelhecimento. A etiologia nestes casos e ́ multifatorial, incluindo comorbidades, diminuiça ̃o da moti- lidade, defecac ̧a ̃o e medicamentos. Meninos em geral apresentam maior incidência do que meninas. Essa situaça ̃o se inverte na idade adulta, sendo até duas vezes mais frequente na mulher. Pessoas sedenta ́rias têm maior dificuldade para evacuar e o fazem com menor frequência. ETIOPATOGENIA Fisiopatologicamente, a constipação crônica geralmente resulta da ingestão inadequada de fibra ou líquidos, ou de distúrbios do trânsito colônico ou da função retal. Essas alterações são causadas por distúrbios neurogastrenterológicos, determinados fármacos e idade avançada, ou estão associadas a um grande número de doenças sistêmicas que afetam o trato GI. Constipação de início recente pode ser um sintoma de doença orgânica significativa, inclusive tumor, irritação ou estenose. Com a constipação idiopática, um subgrupo de pacientes tem esvaziamento tardio dos cólons ascendente e transverso com prolongamento do trânsito (frequentemente no cólon proximal) e frequência reduzida das CPAA propulsivas. A obstrução da via de saída para defecação é responsável por cerca de um quarto dos casos de constipação atendidos no nível de cuidado terciário e pode retardar o trânsito colônico, o que é geralmente corrigido pela reeducação da defecção desordenada por biofeedback. A constipação de qualquer etiologia pode ser exacerbada por hospitalização ou doenças crônicas que acarretam comprometimento físico ou mental e resultam em inatividade ou imobilidade física. CONSTIPAÇÃO INTESTINAL PRIMÁRIA Provocada por situações inerentes aos ha ́bitos de vida do paciente ou por outras circunsta ̂ncias, geralmente banais. Neste caso, a anatomia do órga ̃o esta ́ preservada. • Ingesta alimentar inadequada • Sedentarismo • Gravidez • Perda do reflexo da evacuaça ̃o • Postura • Viagens • Pouca disponibilidade de sanita ́rios CONSTIPAÇÃO INTESTINAL SECUNDÁRIA Ocasionada por uma doença sistêmica, por iatrogenia ou, enta ̃o, por problemas psicossociais. As situações mais frequentes sa ̃o: • Doenças do Cólon: Extraluminais (tumores, vólvulos crônicos, hérnias), Luminais (tumores, estenoses, diverticulite, sífilis, tuberculose, colite isquêmica, endometriose), Alterações da Musculatura e da Inervaça ̃o, Lesões do reto e canal anal. • Doenças neurológicas: Doença de Hirschsprung, Doença de Chagas, Tumores, Acidente vascular cerebral, Parkinson, Esclerose múltipla • Distúrbios endócrinos: Hipotireoidismo, Feocromocitoma, Diabetes, Hipercalcemia, Hipopotassemia, Acidose Desidrataça ̃o, Uremia •Medicamentos: Analgésicos Anestésicos Antia ́cidos, Antiarrítmicos Anticolinérgicos Antidepressivos Anti-hipertensivos Antiparkinsonianos Bismuto Diuréticos • Distúrbios psiquia ́tricos: depressão, ansiedade, psicose, neurose, anorexia nervosa CONSTIPAÇÃO INTESTINAL IDIOPÁTICA OU FUNCIONAL Nesta situaça ̃o, na ̃o ha ́ nenhuma alteraça ̃o estrutural ou metabólica, nem qualquer alteraça ̃o na rotina diária do paciente que possa justificar o sintoma. Geralmente, o problema é crônico, muitas situações remontam à infa ̂ncia, e responde mal ao tratamento convencional. • Constipaça ̃o intestinal com tra ̂nsito normal: É a forma mais comum na prática clínica. Neste caso, o tra ̂nsito colônico e a frequência das evacuações sa ̃o normais. Entretanto, os pacientes consideram-se constipados. Sentem dificuldade para evacuar e/ou apresentam fezes endurecidas. • Constipaça ̃o intestinal com tra ̂nsito lento/inércia colônica: caracteriza-se por um prolongado tempo no tra ̂nsito das fezes através do cólon. Esta lentida ̃o do tra ̂nsito pode ser devida a uma disfunça ̃o da musculatura colônica (miopatia), ou na inervaça ̃o intrínseca (neuropatia). Estas alterac ̧ões acarretarão uma diminuição na peristalse normal, em decorrência de uma reduc ̧a ̃o no número e amplitude das contrações que sa ̃o responsa ́veis pelo movimento de massa. A ausência ou diminuiça ̃o destes movimentos resulta em prolongada permanência do bolo fecal no interior do cólon, sobretudo ascendente. • Defecação dissinérgica ou obstrutiva: falência do mecanismo de coordenaça ̃o da evacuaça ̃o. Este defeito funcional tem recebido va ́rios nomes: obstruça ̃o da via de saída, defecaça ̃o obstrutiva, disquesia anorretal, anismus; dissinergia do assoalho pélvico.. Do ponto de vista prático, o que ocorre é uma contraça ̃o da musculatura da pelve, em vez de relaxamento, durante a evacuaça ̃o, resultando em acúmulo do bolo fecal na regia ̃o retossigmoidiana DIAGNÓSTICO Uma anamnese minuciosa deve explorar os sintomas do paciente e confirmar se ele realmente está com constipação com base na frequência (p. ex., menos de três evacuações por semana), consistência (endurecida), esforço excessivo, tempo de defecação prolongado ou necessidade de apoiar o períneo ou manipular o segmento anorretal para facilitar a evacuação das fezes. Uma história detalhada da ingestão dietética e dos fármacos usados e a consideração dos aspectos psicossociais são fundamentais. O exame físico e, particularmente, um exame retal devem excluir impacção fecal e a maior parte das doenças importantes que se apresentam com a constipação e podem indicar alterações sugestivas de um distúrbio da evacuação (p. ex., hipertonia do esfincter anal, falha na descida perineal ou contração paradoxal do músculo puborretal durante o esforço para estimular a evacuação de fezes). Emagrecimento, sangramento retal ou anemia com constipação tornam obrigatória uma sigmoidoscopia flexível com enema de bário ou colonoscopia isolada, principalmente em pacientes com > 40 anos, para excluir doenças estruturais, como câncer ou estenoses. A colonoscopia isolada tem uma relação de custo- benefício mais favorável nesse contexto, porque oferece a oportunidade de biopsiar lesões da mucosa, realizar polipectomia ou dilatar estenoses. O clister opaco apresenta vantagens sobre a colonoscopia no paciente com constipação isolada, porque é menos dispendioso e identifica a dilatação colônica e todas as lesões ou estenoses significativas da mucosa, que estão possivelmente implicadas na constipação. A melanose colônica, ou pigmentação da mucosa do cólon, indica o uso de laxantes do tipo antraquinona, como cáscara ou sene; Um distúrbio inesperado, como megacólon ou cólon catártico, também pode ser detectado por meio de radiografias do intestino grosso. A determinação dos níveis séricos de cálcio, potássio e hormônio estimulante da tireoide identifica os raros pacientes com distúrbios metabólicos. Os pacientes com constipação mais problemática podem não responder apenas à suplementação de fibras e podem melhorar com um esquema de treinamento do intestino, que envolve tomar um laxante osmótico (p. ex., sais de magnésio, lactulose, sorbitol, polietilenoglicol) ou evacuar com enema ou supositório (p. ex., glicerina ou bisacodil) quando necessário. Depois do desjejum, o paciente deve ser incentivado a ficar um período de 15 a 20 minutos sem distração no vaso sanitário e sem fazer esforço. O esforço excessivo pode levar ao desenvolvimento de hemorroidas e, quando há fraqueza do assoalho pélvico ou lesão do nervo pudendo, pode resultar em obstrução da defecação em consequência da síndrome do períneo descendente vários anos depois. Determinaça ̃o do tempo de tra ̂nsito colônico: administração, por via oral, de um marcador radiopaco. Radiografias seriadas diariamente. TRÂNSITO NORMAL. Quando, ao final do 5o dia, restaram menos de 20% dos marcadores no cólon. TRÂNSITO LENTO OU INÉRCIA COLÔNICA. Observam- se, após o 5o dia, mais de 20% dos marcadores espalhados pelo cólon ou concentrados no cólon ascendente. PADRÃO OBSTRUTIVO. Retença ̃o de mais de 20% dos mar- cadores na região retossigmoidiana com um tra ̂nsito pratica- mente normal no restante do cólon FATORES DE MELHORA Chamar a atenção para eventos que induzam constipaça ̃o • necessidade de aderência ao tratamento; • atentar para a variabilidade das funções intestinais, e que na ̃o é obrigatório evacuar diariamente; • Importância de se estabelecer uma rotina evacuatória; • investigar causas específicas de constipac ̧a ̃o intestinal e trata ́-las; • esclarecer sobre o abuso e o uso inadequado de laxativos. • Ritual de defecação • Aumento da ingestão de fibras A doença hemorroida ́ria surge quando há congesta ̃o, dilataça ̃o e aumento dos corpos cavernosos do canal anal formando grandes emaranhados vasculares, submucosos e/ou subcuta ̂neos, flexíveis, que se enchem de sangue, constituindo os mamilos hemorroidários. EPIDEMIOLOGIA As hemorroidas sintomáticas afetam mais de 1 milhão de indivíduos a cada ano no Ocidente. A prevalência de doença hemorroidária não é seletiva para idade ou sexo. No entanto, sabe-se que a idade é um fator de risco. A prevalência é menor nos países em desenvolvimento. A dieta ocidental típica pobre em fibras e rica em gorduras está associada à constipação, ao esforço excessivo para defecar e ao desenvolvimento de hemorroidas sintomáticas. FISIOPATOLOGIA Os plexos hemorroidários são uma parte normal do canal anal. As estruturas vasculares contidas nesse tecido ajudam na continência e impedem que o músculo esfinctérico seja danificado. Três complexos hemorroidários principais atravessam o canal anal – o lateral esquerdo, o anterior direito e o posterior direito. O ingurgitamento e o esforço excessivo para defecar levam ao prolapso desse tecido para dentro do canal anal. Com o passar do tempo, o sistema de apoio anatômico do complexo hemorroidário enfraquece, expondo esse tecido ao segmento externo do canal anal, onde é suscetível a uma possível lesão. ETIOPATOGENIA • Veia varicosa: Representada pela dificuldade do esvazia- mento sanguíneo do canal anal no ato defecatório, com con-gesta ̃o e dilataça ̃o dos corpos cavernosos. • Degenerativa: Presença de prolapso anormal do plexo hemorroidário interno, durante a evacuaça ̃o, por deficiência de sua fixaça ̃o pela musculatura longitudinal da submucosa (músculo de Treitz). • Meca ̂nica: Caracterizada pelo excessivo esforço defecató-rio e/ou pela dieta pobre em resíduos (fibras) e pouca ingesta ̃o de líquidos, que pode acarretar o endurecimento das fezes e aumentar ainda mais o esforço evacuatório.• Hiperplasia vascular: A presença de hiperplasia dos cor- pos cavernosos do canal anal que poderá ocasionar sua dilataça ̃o e aumento. • Hemodina ̂mica: Pela presença das comunicações arterio- venosas, muito calibrosas, na submucosa do canal anal, facilitando o aumento e dilataça ̃o dos corpos cavernosos. • Disfunção do esfíncter anal interno: Hiperatividade do esfíncter anal interno do a ̂nus com hipertonia ocasionando distensa ̃o dos corpos cavernosos. Fatores agravantes esta ̃o relacionados com ha ́bitos defecatórios errôneos, tais como: insistência em evacuar todos os dias, esforçar-se para defecar em um determinado hora ́rio por conveniência ou forçar o esvaziamento total do conteúdo retal de uma só vez. Fatores desencadeantes sa ̃o: constipaça ̃o intestinal, abuso de laxativos (em especial, os cata ́rticos), diarreia crônica, gravidez (pelo aumento da pressão intra- abdominal), e a posiça ̃o bípede do ser humano. Na ̃o ha ́ remissa ̃o esponta ̂nea para a doença hemorroida ́- ria; uma vez manifestada e sem tratamento, sua evoluça ̃o é progressiva. CLASSIFICAÇÃO Relacionada com a localizaça ̃o do mamilo hemorroidário no canal anal e com a presença ou na ̃o de seu prolapso. As hemorroidas são classificadas geralmente como internas ou externas. As hemorroidas externas originam- se abaixo da linha denteada, são cobertas por epitélio escamoso e estão associadas a um componente interno, são dolorosas quando há trombose. As hemorroidas internas se originam acima da linha denteada, são cobertas por mucosa e epitélio da zona de transição e são responsáveis pela maioria dos casos. A classificação padronizada da doença hemorroidária baseia-se na progressão da doença, que começa nas estruturas internas e sofre prolapso para a posição externa. Os mamilos podem ser: internos, externos ou mistos no canal anal. Apresentam consistência amolecida e forma abaulada. Devido a ̀ ramificação arterial da retal superior, pode haver três mamilos internos, de localizaça ̃o anterior direita, posterior direita e lateral esquerda, denominados principais, e os demais, quando existentes, sa ̃o ditos secunda ́rios MAMILO HEMORROIDÁRIO INTERNO: situado acima da linha pectínea, na parte interna ou proximal do canal anal, é chamado de interno. É subclassificado, de acordo com a presença ou ausência de seu prolapso para o exterior do canal anal, em: 1º GRAU.: na ̃o prolaba pelo canal anal quando da evacuaça ̃o ou aos esforços 2º GRAU: Quando ele prolaba através do canal anal durante o esforço evacuatório, exteriorizando-se pelo a ̂nus, porém retraindo-se, espontaneamente, cessado esse esforço 3º GRAU: Mamilo que prolaba à evacuaça ̃o e/ou aos esforços e na ̃o retorna espontaneamente, necessitando ser recolocado digitalmente para o interior do canal anal 4º GRAU: Mamilo interno permanentemente prolabado pelo canal anal (lado externo), sem possibilidade de ser reco MAMILO HEMORROIDÁRIO EXTERNO: localizado abaixo da linha pectínea, no anoderma (porção externa ou distal do canal anal). Caracteriza-se por dilatações dos vasos subcuta ̂neos do anoderma, formando um abaulamento de consistência mole, indolor e, às vezes, de colorac ̧a ̃o vinhosa. MAMILO HEMORROIDÁRIO MISTA: existência, concomitante, de mamilos internos e externos. Essa classificaça ̃o é importante para orientar a escolha dos va ́rios tratamentos existentes para a doença hemorroida ́ria, objetivando sua melhor efica ́cia QUADRO CLÍNICO pode ser assintoma ́tica e só diagnosticada ao exame físico. Porém, a maioria dos enfermos apresenta diferentes sintomas e sinais, com vários graus de in- tensidade. Sa ̃o eles: sangramento, prolapso, exsudaça ̃o perianal e desconforto anal • Sangramento: principal sinal e o mais frequente, e, às vezes, o primeiro a manifestar-se. O sangue pode ser observado somente no papel higiênico durante a higiene anal e/ou gotejando ou ocorrendo em jato no vaso sanita ́rio durante e/ou imediatamente após a evacuaça ̃o. Caracteriza-se pela sua cor vermelho-rutilante. Esta ́ associado a ̀ passagem de fezes endurecidas pelo canal anal que podem traumatizar o mamilo hemorroida ́rio ou pelo tipo de higiene anal utilizado pelo enfermo, como o uso de papel higiênico. Ele é espora ́dico, em geral acontecendo em crises curtas de dias, pouco volumoso e relacionado com a evacuaça ̃o. Essa perda sanguínea, discreta e contínua, quando frequente, pode acarretar anemia ferropriva. Por serem bastante similares, é fundamental diferenciar esse sangramento originado da doenc ̧a hemorroida ́ria daquele ocasionado pelos tumores colorretais, pelas doenças inflamatórias intestinais, pela fissura anal • Prolapso: exteriorização do mamilo hemorroida ́rio interno, para fora do canal anal, durante o ato evacuatório ou durante as atividades físicas. Ele deve ser diferenciado da papila anal hipertrófica prolapsada, do pólipo retal baixo que se exterioriza pelo canal anal e da procidência retal que se caracteriza pela protrusão de todas as camadas do reto para o exterior do a ̂nus (no prolapso, há apenas a exteriorizaça ̃o da mucosa retal). • Exsudaça ̃o perianal: umidade da pele perianal causada pela presença de muco nessa regia ̃o, decorrente, sobretudo, da irritaça ̃o da mucosa dos mamilos hemorroida ́rios internos prolabados. Acompanha-se, em geral, pela dermatite e pelo prurido anal • Desconforto anal: durante ou após a evacuaçõa, porém sem dor anal, porque a simples presença de doença hemorroida ́ria na ̃o dói. A presença de dor no canal anal concomitante a ̀ doença hemorroida ́ria ou é causada pelas suas complicações, como a trombose vascular (endoflebite), o hematoma, ou pela presença concomitante de outras enfermidades dolorosas dessa regia ̃o, como a fissura anal, a infecça ̃o perianal (criptite, papilite ou abscesso), as lesões inflamatórias ou tumorais. DIAGNÓSTICO É realizado por meio de anamnese pormenorizada dos sintomas e sinais anteriormente mencionados, além da avaliação dos ha ́bitos evacuatórios e alimentares dos pacientes, do uso de laxativos, da existência de doenc ̧as anteriores ou de cirurgias no trato digestivo. Deve-se questionar, também, a existência de doenc ̧as gastrintestinais nos familiares. Nas enfermidades agudas e dolorosas, como na trombose hemorroida ́ria, o exame proctológico deverá limitar-se ao mínimo necessa ́rio para confirmar o diagnóstico, sem agravar o sofrimento do paciente. Exame físico: médico faz a inspeção da região perianal para possível evidência de trombose ou escoriação, seguida por um exame digital minucioso. A anoscopia é realizada com a devida atenção à posição conhecida da doença hemorroidária. Durante o exame, o médico pede ao paciente que faça esforço significativo para evacuar. Se isso for difícil para o paciente, a manobra pode ser executada com o paciente sentado no vaso sanitário. O médico observa o prolapso tecidual. É importante diferenciar o aspecto circunferencial de um prolapso retal de espessura total da natureza radial das hemorroidas que sofrem prolapso. Esse exame define o estágio e a localização dos complexos hemorroidários. TRATAMENTO Tratamento para as hemorroidas sangrantes baseia-se no estágio da doença. Em todos os pacientes com sangramento, deve ser considerada a possibilidade de outras causas. Nos pacientes jovens sem história familiar de câncer colorretal, a doença hemorroidária pode ser tratada primeiro e, depois, realiza-se um exame colonoscópico caso o sangramento continue. Os pacientes de mais idade que ainda não foram submetidos a uma triagem para câncer colorretal devem fazer uma colonoscopia ou sigmoidoscopia flexível. Com raras exceções, as tromboses hemorroidárias agudas podem ser retiradasno transcorrer das primeiras 72 horas realizando-se uma excisão elíptica. São prescritos banhos de assento, suplementos de fibras e emolientes fecais. Outros tratamentos para hemorroidas sangrantes são os procedimentos realizados no consultório, incluindo ligadura elástica, coagulação com infravermelho e escleroterapia. Para o tratamento cirúrgico da doença hemorroidária, os procedimentos de escolha são hemorroidectomia excisional, desarterialização trans-hemorroidária (THD) ou hemorroidectomia com grampeador (“o procedimento para prolapso ou hemorroidas” [PPH]). Todos os métodos cirúrgicos são igualmente eficazes no tratamento das hemorroidas sintomáticas de terceiro e quarto graus. No entanto, levando-se em consideração que a hemorroidectomia suturada envolve a remoção do tecido redundante até a margem anal, devem ser removidos também os pólipos cutâneos anais de aspecto desagradável. JAMESON, J L.; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; et al. Manual de medicina de Harrison. Grupo A, 2021. 9786558040040. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978655 8040040/. DANI, Renato; PASSOS, Maria do Carmo F. Gastroenterologia Essencial, 4ª edição . [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2011. E-book. ISBN 978-85-277- 1970-4. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85- 277-1970-4/. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786558040040/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786558040040/
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