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APG 21 - GESTAÇÃO

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O organismo feminino sofre mudanças anatômicas e 
funcionais durante a gravidez, adaptando-se para a 
presença do feto em desenvolvimento. Essas alterações 
se dão nas esferas molecular, bioquímica, hormonal, 
celular e tecidual dos mais variados órgãos e sistemas. 
As adaptações cardiovasculares se instalam logo no início 
da gestação 
HEMATOLÓGICAS: A partir da 8ª semana de gestação 
ocorre um rápido aumento do volume sanguíneo 
materno (1.500 ml - 35 a 40%). O aumento do volume 
plasmático é relativamente maior que o das hemácias, o 
que leva a hemodiluição com aparente diminuição dos 
eritrócitos e hemoglobina. Produz-se a chamada anemia 
fisiológica da gravidez. Muito embora esta anemia 
dilucional possa diminuir o transporte de oxigênio, outros 
fatores como a hiperventilação materna e 
consequentemente o aumento da PO2 arterial, a 
diminuição da viscosidade sanguínea, resultante da 
hemodiluição a vasodilatação e o aumento do fluxo 
sanguíneo atuam melhorando a oferta de oxigênio. 
A grávida a termo está num estado de hipercoagulação 
devido a um aumento dos fatores VII, VIIl, X e do 
fibrinogênio plasmático. As plaquetas apresentam uma 
pequena queda ao final da gravidez, mas conservam sua 
adesividade. 
 
 
 
Aumenta necessidade de ferro devido: consumo pela 
unidade fetoplacentária, utilização para produção de 
hemoglobina e de mioglobina para aumento da massa 
eritrocitária e da musculatura uterina, e depleção por 
perdas sanguíneas e pelo aleitamento. 
 
CORAÇÃO: diafragma se eleva por conta do aumento 
do volume abdominal e altera a posição cardíaca, 
desviado para cima e para a esquerda, ligeiramente 
rodado para a face anterior do tórax. 
 
FREQUÊNCIA CARDÍACA: O aumento da frequência 
cardíaca basal, geralmente em 15 a 20 bpm, e a elevação 
do volume sistólico determinam aumento do débito 
cardíaco. Já nas primeiras semanas de gestação observa-
se um aumento gradativo de frequência cardíaca que 
atinge o pico máximo entre as 28ª e 36ª semanas após 
o que retorna a valores menores, não voltando, contudo, 
aos níveis normais 
DÉBITO CARDÍACO: A mais importante modificação 
funcional sobre o sistema cardiocirculatório produzida 
pela gravidez é, sem dúvida, o significativo aumento do 
débito cardíaco. 
A partir do segundo mês de gestação observa-se uma 
elevação do débito cardíaco que atinge um máximo de 
30 - 40% entre a 28ª e 36ª semana, quando se estabiliza 
até o parto. Durante o trabalho de parto ocorre aumento 
do débito em torno de 30% durante a fase ativa e 45% 
no período expulsivo, quando comparado aos valores 
iniciais. 
A elevação do débito cardíaco deve-se a um aumento 
conjunto da frequência cardíaca e do volume sistólico. 
Cada contração uterina eleva o débito em torno de 10 - 
25%. O maior aumento ocorre imediatamente após o 
nascimento, quando pode atingir até 80% dos valores 
iniciais. Este aumento está relacionado com o mecanismo 
de autotranfusão, aumento do retorno venoso pela 
descompressão da veia cava e involução do corpo 
uterino. A partir desta fase, o débito cardíaco diminui 
gradativamente voltando aos valores normais, em 
aproximadamente duas semanas. 
A significativa queda do débito cardíaco, a partir da 28ª 
semana, está relacionada com a posição adotada pela 
paciente, uma vez que na posição supina há uma 
compressão importante da veia cava inferior com 
redução do retorno venoso ao coração direito. A partir 
do segundo trimestre, à medida que o volume uterino 
aumenta, a simples adoção da posição supina induz à 
hipotensão em aproximadamente 15% das gestantes, 
com palidez, sudorese, náuseas e vômitos caracterizando 
a Síndrome de Hipotensão Supina. 
 
RESISTÊNCIA VASCULAR PERIFÉRICA TOTAL: está 
reduzida em até 30% a partir da 8ª-12ª semana de 
gestação, mantendo-se nestes níveis até o termo. Esta 
alteração é decorrente tanto da ação hormonal como 
das prostaciclinas, resultando num aumento do fluxo 
sanguíneo renal, uterino e das extremidades. Tal 
modificação fisiológica aumenta a oferta de oxigênio e 
dissipa o calor gerado pelo aumento do metabolismo 
materno e fetal. Após a dequitação, os valores da 
resistência vascular periférica voltam praticamente aos 
níveis basais 
O aumento relativo da produção de prostaciclina, em 
comparação à produção de tromboxano A2, ocasiona 
vasodilatação sistêmica. Em associação aos altos níveis de 
progesteronal, a prostaciclina não só gera, como também 
mantém a vasodilatação generalizada que se observa na 
gestante. 
O surgimento da circulação uteroplacentária, de baixa 
resistência, contribui para diminuir a resistência vascular 
periférica 
As adaptações circulatórias se iniciam com 6 semanas de 
gestação e estão completamente instaladas entre o fim 
do primeiro trimestre e o início do segundo. A 
distribuição do fluxo sanguíneo se modifica durante a 
gravidez e vai sendo desviada com prioridade para útero, 
rins, mamas e pele. 
 
Não se observam modificações dos volumes pulmonares 
até o 5º mês de gestação, após o que se nota uma 
diminuição gradativa do volume de reserva expiratório 
(VRE), volume residual (VR) e da capacidade residual 
funcional (CRF) Ao termo, a VRE está de 100-150 ml 
menor e o VR também está diminuído em 
aproximadamente 200 ml. Consequentemente, a CRF 
está 20% mais baixa que a da não grávida. Estas 
alterações se acentuam nos decúbitos, na obesidade e 
nas patologias da válvula mitral. 
 
As alterações metabólicas são inúmeras, sendo as mais 
significativas a retenção hídrica, o ganho ponderal e as 
alterações do metabolismo glicídico. 
Fisiologicamente, ao longo da gravidez, existe retenção 
hídrica aproximada de 8 a 10 litros, havendo aumento do 
volume plasmático e dos volumes intra e extra celular. O 
principal envolvido no aumento da retenção hídrica é o 
hiperaldosteronismo secundário da gravidez 
METABOLISMO DE CARBOIDRATOS E LIPÍDEOS 
Observa-se redução da glicemia em jejum e da glicemia 
basal materna em favor do armazenamento de gordura 
glicogênese hepática e transferência de glicose para o 
feto. 
Essas alterações são observadas na fase anabólica da 
gestação e são desencadeadas pelos hormônios sexuais 
placentários (estrógeno e progesterona). 
A partir da segunda metade da gravidez, inicia-se o 
período catabólico, com lipólise, neoglicogênese e 
resistência periférica à insulina, a qual é secundária à 
produção placentária de hormônios diabetogênicos, 
como GH, CRH, progesterona e, especialmente, 
hormônio lactogênico placentário (hLP), também 
chamado de somatoma-motropina coriônica. 
É a partir de 30 semanas gestacionais que a mulher 
começa a mobilizar suas reservas energéticas para se 
adequar ao crescimento fetal. Para garantir o aporte de 
glicose necessário visando o crescimento e o 
desenvolvimento do produto conceptual, ocorre 
aumento da resistência periférica à insulina, criando um 
ambiente de hiperglicemia pós-prandial e consequente 
hiperinsulinemia, resultante da hipertrofia e da hiperplasia 
das células beta pancreáticas mediadas pela prolactina e 
pelo Hlp 
Para manter o desvio de glicose para o produto 
conceptual, o metabolismo da gestante passa a utilizar 
mais lipídeos como fonte energética 
A redução da sensibilidade à insulina é um fenômeno 
materno observado de forma mais evidente a partir de 
26 semanas de gestação, período em que há aumento 
progressivo do nível de hLP. É nesse momento, 
portanto, que qualquer desequilíbrio no metabolismo de 
carboidratos pode gerar quadro de diabetes mellitus 
gestacional, em especial se a oferta de glicose no sangue 
materno ultrapassar a capacidade pancreática de 
produção de insulina. 
METABOLISMO DE PROTEÍNAS 
Incremento de aminoácidos no organismo materno 
esteja relacionado ao melhor aproveitamento dietético e 
à menor taxa de excreção. A insulina exerce importante 
função no armazenamento de aminoácidos para 
reservas maternas e, com o desenvolvimento da 
capacidade fetal de produzi-la, tambémpara reservas do 
concepto. 
Com relação às proteínas plasmáticas, observam-se 
aumento da albumina total e redução de sua 
concentração plasmática. Os níveis circulantes de 
gamaglobulina também estão maiores, mas em pequena 
proporção, o que aumenta a relação albumina-
globulina.83 
Outras proteínas como fibrinogênio e alfa e 
betaglobulinas também apresentam níveis aumentados 
 
Quase todas as glândulas endócrinas não sexuais 
maternas reagem também de modo acentuado à 
gravidez, o que resulta basicamente do aumento da 
carga metabólica da mãe, mas também, até certo ponto, 
dos efeitos dos hormônios placentários na hipófise e 
outras glândulas. 
SECREÇÃO HIPOFISÁRIA: aumenta pelo menos 50% 
durante a gravidez e aumenta sua produção de 
corticotropina, tireotropina e prolactina. Por sua vez, a 
secreção hipofisária do hormônio foliculoestimulante e do 
hormônio luteinizante é quase totalmente suprimida, 
como consequência dos efeitos inibidores dos 
estrogênios e progesterona da placenta. 
SECREÇÃO DE CORTICOSTEROIDE AUMENTADA.: 
glicocorticoides ajudem a mobilizar aminoácidos dos 
tecidos maternos, de maneira que possam ser usados na 
síntese de tecidos no feto. Geralmente, a gestante 
apresenta aumento de cerca de duas vezes na secreção 
de aldosterona, atingindo o pico no final da gravidez. Isto, 
em conjunto com as ações dos estrogênios, causa 
tendência, mesmo na gestante normal, de reabsorver o 
excesso de sódio de seus túbulos renais e, portanto, 
reter líquido, levando ocasionalmente à hipertensão 
induzida pela gravidez. 
SECREÇÃO DA GLÂNDULA TIREOIDE AUMENTADA: 
aumenta até 50% e eleva sua produção de tiroxina em 
quantidade correspondente. A maior produção de 
tiroxina é causada pelo menos parcialmente por efeito 
tireotrópico da gonadotropina coriônica humana, 
secretada pela placenta e por pequenas quantidades do 
hormônio específico estimulante da tireoide, a 
tireotropina coriônica humana, também secretada pela 
placenta. 
SECREÇÃO DA GLÂNDULA PARATIREOIDE 
AUMENTADA: dieta deficiente em cálcio. O aumento 
dessas glândulas causa absorção de cálcio dos ossos 
maternos, mantendo, assim, a concentração normal de 
íons cálcio no líquido extracelular materno, mesmo 
quando o feto remove cálcio para ossificar seus próprios 
ossos. Essa secreção do hormônio paratireóideo é ainda 
mais intensificada durante a lactação após o nascimento 
do bebê, porque o bebê em crescimento requer mais 
cálcio do que o feto. 
Em média, a gestante engorda durante a gravidez cerca 
de 11 kg a 15 kg, e grande parte desse ganho de peso 
ocorre nos últimos dois trimestres. Desse peso adicional, 
cerca de 3,5 kg são do feto e 2 kg do líquido amniótico 
da placenta e das membranas fetais. 
 
O aumento do volume uterino contribui para um 
deslocamento cefálico do estômago, modificando o 
ângulo da junção gastroesofágica, em prejuízo da 
função do esfíncter esofágico. 
A diminuição da função do cárdia, acompanhada do 
aumento da secreção do suco gástrico observado na 
gravidez, propiciam a ocorrência de refluxo 
gastroesofágico que leva a um quadro de pirose e até 
mesmo de esofagite. 
Devido a ação da progesterona e do aumento uterino 
que desloca o piloro para cima e para trás, o 
esvaziamento gástrico é mais lento. Esta situação se 
agrava durante o trabalho de parto devido à dor, à 
ansiedade, e ao uso de opióides. 
Como a pressão do esfíncter esofágico inferior está 
diminuída e a pressão intragástrica está muito elevada, a 
possibilidade de regurgitação é muito grande, 
principalmente quando o decúbito dorsal for adotado. 
 
O fluxo plasmático renal e a filtração glomerular elevam-
se rapidamente durante o primeiro trimestre de 
gestação, atingindo no quarto mês valores de até 50% 
daqueles observados nas não grávidas. Durante o último 
trimestre, estes valores decrescem lentamente em 
direção aos valores normais. O clearance da creatinina 
usualmente está aumentado e, portanto, o limite superior 
dos valores normais sanguíneos da ureia e creatinina 
estão mais baixos na mulher grávida. 
Nos últimos meses, observa-se uma dilatação dos cálices 
renais, pelve e ureteres, devida a ação da progesterona. 
Mais tarde, o crescimento uterino, que comprime as 
estruturas pélvicas, também contribui para a dilatação, 
responsável pela estase urinária que frequentemente 
leva a infecção do trato urinário durante a gravidez. 
 
 
Dentre as alterações osteoarticulares existe mudança do 
centro de gravidade materno, aumento da lordose 
lombar e ampliação da base de sustentação decorrente 
do crescimento uterino e aumento de peso da gestante. 
Em função dessas alterações, existe mudança do padrão 
de marcha da mulher, que adquire o padrão de marcha 
anserina, semelhante ao andar de um ganso. 
 
A produção placentária de estrógenos leva à 
proliferação da microvasculatura de todo o tegumento, 
fenômeno conhecido como angiogênese. Associado ao 
estado hiperprogestogênico, ocorre vasodilatação de 
toda a periferia do organismo. Observam-se, assim, 
eventos vasculares da pele e dos anexos, como eritema 
palmar, telangiectasias, hipertricose e aumento de 
secreção sebácea e da sudore-se. 
A hiperpigmentação da pele da gestante também está 
relacionada aos altos níveis de progesterona, que 
parecem aumentar a produção e a secreção do 
hormônio melanotrófico da hipófise. Agindo sobre 
moléculas de tirosina da pele, induz a produção excessiva 
de melanina, o que provoca máculas hipercrômicas 
denominadas cloasmas ou melasma 
Entre os locais de maior incidência estão face, fronte, 
projeção cutânea da linha alba (que passa a ser 
denominada linha nigra), aréola mamária e regiões de 
dobras.. Podem piorar com a exposição solar e costumam 
desaparecer após a gravidez. 
O sinal de Hunter nada mais é que a pigmentação 
periareolar que determina o surgimento da aréola 
secundária nas gestantes. 
As estrias são mais frequentes devido hiperfunção das 
glândulas adrenais, portanto, ao hipercortisolismo típico da 
gravidez. 
 
• Mastalgia 
• Aréolas primárias hiperpigmentadas (sinal de 
Hunter) 
• Hipertrofia de glândulas sebáceas do mamilo 
(tubérculos de Montgomery) 
• ↑ Vascularização → rede de Haller 
 
• Crescimento → hipertrofia e hiperplasia 
• Hipertrofia e hiperplasia dos ligamentos de 
sustentação uterina 
• ↑ Vascularização de vasos linfáticos 
• Sinal de Hegar → flexão do corpo uterino sobre 
o colo decorrente de amolecimento do útero, 
sobretudo na região do istmo 
• Sinal de Piskacek → assimetria uterina 
decorrente da nidação (abaulamento e 
amolecimento do local) 
• Sinal de Noble-Budin → preenchimento do 
fundo de saco pelo útero gravídico 
• Arroxeado e amolecido → edema + ↑ 
vascularização 
• Ectocérvice friável e sangrante 
• Muco cervical viscoso e mais espesso que não 
cristaliza (rolha de Schröeder) 
• Proteção pelo tampão mucoso 
• Regra de Goodell → amolecimento do colo 
uterino percebido ao toque vaginal 
Vulva/Vagina 
• Sinal de Kluge → arroxeamento da mucosa 
vaginal 
• Sinal de Osiander → pulsação da artéria vaginal 
• Sinal de Jacquemier-Chadwick → arroxeamento 
da mucosa vulvar 
• Hipertrofia de células musculares e papilas da 
mucosa 
• ↑ Secreção vaginal • pH vaginal mais ácido 
 
DIAGNÓSTICO CLÍNICO 
Os sintomas da gravidez são classificados em de 
presunção, de probabilidade e de certeza. 
SINAIS DE PRESUNÇÃO 
QUATRO SEMANAS 
• Amenorreia - É o sinal mais precoce. Em 
mulheres jovens, com ciclos menstruais 
regulares e vida sexual ativa, a ausência da 
menstruação pressupõe gravidez. 
CINCO SEMANAS 
• Náuseas - Durante o primeiro trimestre da 
gestação, mais de 50% das mulheres sofrem de 
náuseas, geralmente matutinas, tendo como 
consequência imediata vômitos e anorexia. 
Outras, ao contrário, apresentam maior apetite, 
não sendo rara sua perversão (pica ou malacia) 
ou extravagância alimentar. 
• Congestão mamária - Com 5 semanas, as 
pacientes relatamque as mamas estão 
congestas e doloridas. Na 8ª semana, a aréola 
primária torna-se mais pigmentada e surgem os 
tubérculos de Montgomery; em torno de 16 
semanas, é produzida secreção amarela 
(colostro), e pode ser obtida por expressão 
mamária correta. Além disso, o aumento da 
circulação venosa é comum – rede de Haller. 
Em torno da 20ª semana, surge a aréola 
secundária, que aumenta a pigmentação em 
volta do mamilo. 
SEIS SEMANAS 
• Polaciúria - No segundo e no terceiro mês de 
gestação, o útero, com maior volume e em 
anteflexão acentuada, comprime a bexiga, 
levando à micção frequente, com emissão de 
quantidade reduzida de urina. No segundo 
trimestre, tal sintomatologia cessa, retornando 
nas duas últimas semanas, ao insinuar a 
apresentação fetal. 
Highlight
tampão mucoso
sinal precoce de gravidez
sintomas mãe/mama/pele
SINAIS DE PROBABILIDADE 
SEIS SEMANAS 
• Amenorreia- Após 10 a 14 dias de atraso 
menstrual, considera-se provável sinal de 
amenorreia, o que nem sempre indica gravidez, 
pois esse sintoma também ocorre em diversas 
circunstâncias fisiológicas e patológicas. O 
aleitamento e a menopausa determinam 
amenorreia; contudo, muitas mulheres 
concebem durante o aleitamento ao se intercalar 
o ciclo ovulatório. Dentre as amenorreias 
patológicas, destacam-se as de origem 
emocional e as vigentes durante o uso dos 
anovulatórios.Embora seja mais escassa, a perda 
sanguínea cíclica semelhante à menstruação não 
exclui gravidez, pois isso pode ocorrer nos 
primeiros meses (hemorragia de implantação 
ovular). 
• Aumento do volume uterino - O toque 
combinado infere as alterações que a gravidez 
imprime ao útero. Fora da gestação, o órgão é 
intrapélvico, localizado abaixo do estreito 
superior; na gravidez, expande-se; com 6 
semanas, apresenta volume de tangerina; com 
10 semanas, de uma laranja; e com 12 semanas, 
o tamanho da cabeça fetal a termo, sendo 
palpável logo acima da sínfise púbica. 
OITO SEMANAS 
• Alteração da consistência uterina - O útero vazio 
é firme; na gravidez, com 8 semanas, adquire 
consistência cística, elástico-pastosa, 
principalmente no istmo (sinal de Hegar). Por 
vezes, o amolecimento intenso dessa região faz 
parecer que o corpo está separado do colo. 
• Alteração do formato uterino - Inicialmente, o 
útero cresce de modo assimétrico, 
desenvolvendo-se mais acentuadamente na 
zona de implantação. A sensação tátil é de 
abaulamento e amolecimento no local, sendo 
possível notar, eventualmente, sulco separando 
as duas regiões (sinal de Piskacek). Na ausência 
de gravidez, em geral, os fundos de saco estão 
vazios; a partir de 8 semanas, quando a matriz 
de piriforme assume o formato globoso, o dedo 
que examina encontra-os ocupados pelo corpo 
uterino (sinal de Nobile-Budin). Há percepção dos 
batimentos do pulso vaginal nos fundos de saco 
(sinal de Osiander) devido à hipertrofia do 
sistema vascular. Ao entreabrir a vulva, destaca-
se a coloração violácea da sua mucosa (vestíbulo 
e meato uretral), denominada sinal de 
Jacquemier ou de Chadwick; a mesma 
tonalidade da mucosa vaginal constitui o sinal de 
Kluge. 
DEZESSEIS SEMANAS 
• Aumento do volume abdominal - Conforme já 
mencionado, o útero torna-se palpável com 12 
semanas e nota-se o aumento do volume 
abdominal progressivo em torno de 16 semanas. 
SINAIS DE CERTEZA 
São dados pela existência do concepto, anunciada pelos 
batimentos cardiofetais e pela sua movimentação ativa; a 
ultrassonografia é capaz de rastreá-los com 7 a 8 
semanas. 
QUATORZE SEMANAS 
• Sinal de Puzos - Trata-se do rechaço fetal 
intrauterino, que se obtém ao impulsionar o feto 
com os dedos dispostos no fundo de saco 
anterior. Dessa maneira, ocorre impressão de 
rechaço quando o concepto se afasta e quando 
ele retorna. 
DEZOITO SEMANAS 
• Percepção e palpação dos movimentos ativos 
do feto - Inicialmente discretos, tornam-se 
vigorosos com o evoluir da gestação. 
• Palpação dos segmentos fetais- Nesse período, 
o volume do feto é maior e começa-se a palpar 
cabeça e membros. 
VINTE SEMANAS 
• Auscultação - Trata-se da identificação dos 
batimentos cardíacos fetais (BCF), o mais 
fidedigno dos sinais de gravidez. Sua 
comprovação, com o estetoscópio de Pinard, 
atualmente é obtida com sonar Doppler. 
DIAGNÓSTICO HORMONAL 
Constitui, atualmente, o melhor parâmetro para o 
diagnóstico de gravidez incipiente, de acordo com sua 
precocidade e exatidão. 
Apoia-se na produção de gonadotrofina coriônica 
humana (hCG) pelo ovo. Uma semana após a fertilização, 
o trofoblasto, implantado no endométrio, começa a 
útero/vagina/vulva
utero assimetrico
fundo de saco preenchidos
produzir a hCG em quantidades crescentes, que podem 
ser encontradas no plasma ou na urina maternos. 
Há basicamente três tipos de testes para a identificação 
de hCG: imunológico, radioimunológico (RIA) e enzima-
imunoensaio (ELISA). 
Imunológico: 
• primeiro trimestre: até 150.000 UI/L; 
• segundo trimestre: 3.500 a 20.000 UI/L; 
• terceiro trimestre: 5.000 a 50.000 UI/L. 
DIAGNÓSTICO ULTRASSONOGRÁFICO 
Com 4 a 5 semanas, na parte superior do útero, começa 
a aparecer formação arredondada, anelar, de contornos 
nítidos, que corresponde à estrutura ovular, denominada, 
em ultrassonografia, saco gestacional (SG). A partir de 5 
semanas, é possível visualizar a vesícula vitelina (VV) e, 
com 6 semanas, o eco embrionário e a sua pulsação 
cardíaca (BCF). 
Em torno de 10 a 12 semanas, nota-se espessamento no 
SG, que representa a placenta em desenvolvimento e 
seu local de implantação no útero. Com 12 semanas, a 
placenta pode ser facilmente identificada e apresenta 
estrutura definida com 16 semanas. 
TEMPORÁRIOS/REVERSÍVEIS 
HORMONAIS: 
• Orais: Combinados Monofásicos Bifásicos 
Trifásicos Minipílulas 
• Injetáveis: Mensais Trimestrais 
• Implantes subcutâneos 
• Percutâneos Adesivos 
• Vaginais: Comprimidos, Anel 
• Sistema liberador de levonorgestrel (SIU) 
Os contraceptivos orais, também chamados de pílulas de 
controle da natalidade, baseiam-se em várias 
combinações de estrogênio e progesterona, que inibem 
a secreção de gonadotrofinas pela hipófise. Sem níveis 
adequados de FSH e de LH, a ovulação é suprimida. Além 
disso, a progesterona presente nas pílulas contraceptivas 
torna o muco cervical espesso e ajuda a impedir a 
penetração dos espermatozoides. 
Estes métodos hormonais de contracepção são muito 
eficazes quando usados corretamente, mas também 
trazem alguns riscos, como o aumento na incidência de 
formação de coágulos sanguíneos (trombos) e de 
acidente vascular encefálico (principalmente em 
mulheres fumantes) 
Contraceptivos orais combinados: 1 comprimido ativo por 
via oral uma vez ao dia por 21 dias consecutivos, seguido 
de intervalo de 7 dias sem pílula (ou pílula de placebo), 
embora esquemas alternativos com períodos 
prolongados de hormônio ativo pareçam seguros e 
eficazes. Os efeitos adversos podem incluir padrões de 
sangramento alterados e alterações de humor. Os 
anticoncepcionais hormonais combinados também 
podem ser administrados na forma de adesivo ou anel 
vaginal. 
Pílulas só de progestógeno: 1 pílula ativa por via oral uma 
vez ao dia (sem placebo ou intervalo sem pílula). 
Também podem ser administrados como injeções de 
longa duração , implantes ou dispositivo intrauterino (DIU) 
.Um padrão de sangramento alterado é o efeito adverso 
mais comum. 
BARREIRA: 
• Diafragma, Espermaticida, Esponjas, Capuz 
cervical, Preservativo feminino e masculino 
Os métodos de barreira são menos eficazes do que os 
métodos hormonais ou DIU 
INTRAUTERINOS: 
• DIU de cobre, Diu com levonorgestrel 
Alguns métodos contraceptivos não impedem a 
fertilização, mas impedem que o ovócito fertilizado se 
implante no endométrio. Eles incluem tanto os dispositivos 
intrauterinos (DIUs) quanto o uso de compostos químicos 
que mudam as propriedades do endométrio 
COMPORTAMENTAIS OU NATURAIS: 
• Tabelaou calendário (Ogino-Knaus): estima o 
momento da ovulação documentando as 
durações mais longas e mais curtas do ciclo em 
um período de 6 a 12 meses 
• Curva térmica basal ou de temperatura: estima 
os tempos de ovulação medindo o BBT 
diariamente até que leituras elevadas por ≥ 3 
dias indiquem que a ovulação ocorreu 
• Sintotérmico: combinação do billings, 
temperaura e calendário 
• Billings (mucocervical): estima o momento da 
ovulação avaliando as secreções de muco 
cervical ao longo do ciclo 
• Coito interrompido 
DEFINITIVOS (ESTERILIZAÇÃO) 
• Feminino (ligadura tubária) 
• Masculino (vasectomia) 
CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA 
é usada para evitar a gravidez após uma relação sexual 
desprotegida ou uma possível falha contraceptiva. Deve 
ser iniciada o mais rápido possível após a relação sexual 
desprotegida, pois a eficácia diminui com o aumento do 
atraso entre a relação sexual e o tratamento. 
As opções incluem DIU de cobre, levonorgestrel (Plano 
B), acetato de ulipristal (UPA) e contraceptivos orais 
combinados. 
Todos os contraceptivos de emergência podem ser 
usados até 5 dias após a relação sexual desprotegida. 
Pílulas anticoncepcionais de emergência previnem a 
gravidez atrasando a ovulação; portanto, a abstinência ou 
controle de natalidade adequado após o uso das pílulas é 
importante para garantir a eficácia. 
Sem dúvida, existem evidências a indicar que há uma 
série de riscos para a saúde relacionados com a gravidez 
na adolescência, tanto para a mãe quanto para o bebê. 
Sabe-se, também, que as demandas da gestação e da 
maternidade implicam diversas transformações no modo 
de vida das adolescentes, o que acaba limitando ou 
prejudicando o seu envolvimento em atividades 
importantes para o seu desenvolvimento durante esse 
período da vida, como escola e lazer. 
Em camadas sociais mais abastadas, por exemplo, a 
gravidez na adolescência tende a não prejudicar tanto o 
percurso de escolarização e profissionalização das jovens 
quanto nas camadas menos favorecidas, em virtude da 
maior disponibilidade de recursos e apoios para lidar com 
essa situação e suas demandas. Dessa forma, a 
perspectiva de futuro das adolescentes grávidas de 
classe média não é afetada tão intensamente quanto a 
perspectiva das adolescentes de classe baixa, 
considerando-se os aspectos de escolarização e 
profissionalização. 
As pesquisas mostram que, muitas vezes, a gravidez 
pode ser desejada pelas jovens, pois é tida como uma 
via de acesso a um novo estatuto de identidade e de 
reconhecimento através do papel materno. A 
maternidade, nesses casos, pode ser vista como uma 
ocupação, um papel que dá um sentido à vida da jovem. 
Na falta de outros projetos de vida, ou frente à dificuldade 
em vislumbrar a possibilidade de efetivar planos 
alternativos, a gravidez pode ser percebida pela 
adolescente como uma forma de reconhecer a si 
mesma, de marcar seu próprio espaço na família e de 
ser reconhecida nos seus ambientes de convívio. 
Portanto, é preciso cuidado ao se emitir juízos de valor 
a respeito da gravidez na adolescência. Ainda que, do 
ponto de vista da saúde pública, esse seja um fenômeno 
com repercussões negativas, na medida em que implica 
riscos de saúde para mães e bebês, riscos de cuidados 
inadequados aos bebês e riscos de empobrecimento nas 
perspectivas de escolarização, trabalho e renda das 
adolescentes e suas famílias, ele também pode ter 
consequências consideradas positivas pelas adolescentes. 
. Assim, pensar a gravidez na adolescência como algo 
não desejado ou fora do esperado corresponde a uma 
perspectiva normativa da adolescência que exclui a 
maternidade precoce como uma alternativa de vida. As 
evidências sugerem, contudo, que podem existir - e 
certamente existem - outros modos de ser adolescente 
e viver a adolescência, sendo que a maternidade pode 
fazer parte desses diferentes modos de ser adolescente, 
ainda que isso possa trazer consequências negativas, 
dependendo do ângulo sob o qual se analisa a questão. 
 
 
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