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IESC IV - PUERICULTURA

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1 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
↠ Puericultura é a consulta periódica de uma criança feita 
com o propósito de avaliar seu crescimento e 
desenvolvimento de maneira próxima. Durante essas 
consultas deve-se realizar orientações educativas, ações 
de promoção da saúde, ações relacionadas à prevenção 
de doenças e observação dos riscos e vulnerabilidades 
sob a qual está submetida a respectiva criança (SANAR). 
↠ Além disso, é papel da puericultura observar fatores 
de risco e vulnerabilidades que cercam as diferentes fases 
do processo de crescimento e desenvolvimento da 
criança (SANAR). 
FREQUÊNCIA DE CONSULTAS 
Nos primeiros 2 anos de vida as consultas são mais frequentes devido 
ao processo de crescimento e desenvolvimento ser mais intenso, por 
isso, no 1° ano de vida é recomendado um mínimo de 7 consultas de 
rotina, na 1°/2°/4°/6°/9° e 12° mês (SANAR). 
No 2° ano de vida, deve se ter um mínimo de 2 consultas de rotina: 
no 18°e 24° mês. A partir dos 2 anos de idade as consultas podem se 
tornar anuais (SANAR). 
Além da oportunidade de avaliar o desenvolvimento da criança, tal 
organização da frequência de consultas adotada pelo Ministério da 
Saúde toma como base o calendário de vacinação, permitindo a 
verificação do cartão vacinal em meses oportunos: ao nascimento, 
com 1, 2, 3, 4, 5, 6, 12 e 15 meses (SANAR). 
Monitorização do Crescimento 
↠ O crescimento é um processo dinâmico e contínuo, 
expresso pelo aumento do tamanho corporal. Constitui 
um dos indicadores de saúde da criança. O processo de 
crescimento é influenciado por fatores intrínsecos 
(genéticos) e extrínsecos (ambientais), entre os quais se 
destacam a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e 
os cuidados gerais com a criança, que atuam acelerando 
ou restringindo tal processo. 
 O acompanhamento sistemático do crescimento e do 
ganho de peso permite a identificação de crianças com maior risco de 
morbimortalidade por meio da sinalização precoce da subnutrição e 
da obesidade. 
↠ O melhor método de acompanhamento do 
crescimento infantil é o registro periódico do peso, da 
estatura e do IMC da criança na Caderneta de Saúde da 
Criança. 
↠ A Caderneta de Saúde da Criança utiliza como 
parâmetros para avaliação do crescimento de crianças 
(menores de 10 anos) os seguintes gráficos: 
• perímetro cefálico (de zero a 2 anos); 
• peso para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 
anos e de 5 a 10 anos); 
• comprimento/estatura para a idade (de zero a 2 
anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos); 
• índice de massa corporal (IMC) para a idade (de 
zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos). 
 
 A inclusão do IMC como parâmetro de avaliação permite que a 
criança seja mais bem avaliada na sua relação peso vs. comprimento 
(para menores de 2 anos) ou peso vs. altura (para maiores de 2 anos). 
 
Tal parâmetro auxilia na classificação de crianças que em um 
determinado período estiveram desnutridas e tiveram o 
comprometimento de sua estatura, possibilitando uma melhor 
identificação de crianças com excesso de peso e baixa estatura. Já o 
peso por idade limita-se a mostrar se a criança está com peso abaixo 
do recomendado para a sua idade, mas não mostra se a sua estatura 
já foi comprometida. 
↠ As tabelas a seguir apresentam os pontos de corte 
para a avaliação do crescimento da criança que podem 
ser avaliados a partir do registro dos dados 
antropométricos nas curvas disponíveis na Caderneta de 
Saúde da Criança e pelo Sistema de Vigilância Alimentar 
e Nutricional (Sisvan), do MS. 
 
 
IESC IV – CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
2 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
 
CONDUTAS RECOMENDADAS PARA ALGUMAS SITUAÇÕES DE 
DESVIO NO CRESCIMENTO 
↠ Manejo de situações de desvio no crescimento da 
criança com até 5 anos de idade: 
Sobrepeso ou obesidade 
• Verifique a existência de erros alimentares, identifique 
a dieta da família e oriente a mãe ou o cuidador a 
administrar à criança uma alimentação mais adequada, 
de acordo com as recomendações para uma 
alimentação saudável para a criança; 
• Verifique as atividades de lazer das crianças, como o 
tempo em frente à televisão e ao videogame, 
estimulando-as a realizar passeios, caminhadas, andar 
de bicicleta, praticar jogos com bola e outras 
brincadeiras que aumentem a atividade física. 
Magreza ou peso baixo para a idade 
Para crianças menores de 2 anos: 
• Investigue possíveis causas, com atenção especial 
para o desmame. 
• Oriente a mãe sobre a alimentação complementar 
adequada para a idade. 
Para crianças maiores de 2 anos: 
• Investigue possíveis causas, com atenção especial 
para a alimentação, para as intercorrências 
infecciosas, os cuidados com a criança, o afeto e a 
higiene. 
• Trate as intercorrências clínicas, se houver. 
• Encaminhe a criança para o serviço social, se isso for 
necessário. 
Magreza acentuada ou peso muito baixo para a 
idade 
• Investigue possíveis causas, com atenção especial 
para o desmame (especialmente para os menores 
de 2 anos), a alimentação, as intercorrências 
infecciosas, os cuidados com a criança, o afeto e a 
higiene. 
• Trate as intercorrências clínicas, se houver. 
O acompanhamento do crescimento de crianças pré-termo ou com 
baixo peso para a idade gestacional exige um cuidado maior, pois elas 
não tiveram seu crescimento intrauterino adequado. 
O acompanhamento ideal das crianças pré-termo exige a utilização de 
curvas específicas ou que se corrija a idade cronológica até que 
completem 2 anos de idade para a utilização das curvas-padrão. A 
idade corrigida (idade pós-concepção) traduz o ajuste da idade 
cronológica em função do grau de prematuridade. Considerando-se 
que o ideal seria nascer com 40 semanas de idade gestacional, deve-
se descontar o número de semanas que faltaram para o feto atingir 
essa idade gestacional, ou seja, para uma criança nascida com 36 
semanas, o peso aos 2 meses será registrado na idade de um mês. A 
maioria dos autores recomenda utilizar a idade corrigida na avaliação 
do crescimento e desenvolvimento de crianças pré-termo no mínimo 
até os 2 anos de idade, para não subestimá-los na comparação com 
a população de referência. 
Acompanhamento do Desenvolvimento 
↠ O conceito de desenvolvimento é amplo e refere-se 
a uma transformação complexa, contínua, dinâmica e 
progressiva, que inclui, além do crescimento, maturação, 
aprendizagem e aspectos psíquicos e sociais. 
↠ Durante os dois primeiros anos, um aspecto 
importantíssimo do seu desenvolvimento é o 
desenvolvimento afetivo, caracterizado no apego, que é 
o vínculo afetivo básico. 
 
 
 
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Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
 
 
 
↠ A manifestação de dificuldades no desenvolvimento é 
muito variável e pode ser de ordem mental, física, auditiva, 
visual ou relacional. O deficit mental caracteriza-se por um estado 
de redução notável do funcionamento intelectual significativamente 
inferior à média, que se inicia durante o período de desenvolvimento 
da criança e está associado a limitações em pelo menos dois aspectos 
do funcionamento adaptativo: comunicação, cuidados pessoais, 
atividades de vida diária, habilidades sociais, utilização dos recursos 
comunitários, autonomia, aptidões escolares, lazer e trabalho. 
 
 
 
 
 
 
Referências 
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da criança: 
crescimento e desenvolvimento. Cadernos de Atenção 
Básica, nº 33. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.

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