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Acidentes ósseos Os ossos apresentam acidentes característicos, que consistem em aspectos estruturais adaptados ou remodelados para funções específicas. Existem dois tipos principais de acidentes ósseos: a) Depressões e aberturas: permitem a passagem de tecidos moles, como vasos sanguíneos, nervos, ligamentos e tendões ou formam articulações; b) Projeções ou protuberâncias: ajudam a formar articulações ou servem de pontos de fixação para tecido conjuntivo (como ligamentos e tendões). A nomenclatura dada para esses acidentes ósseos derivam do seu formato, como: um processo do osso, uma espinha, um tubérculo, uma fóvea, um forame, um canal. Exemplo: processo zigomático do osso temporal. Depressões e aberturas Fissura Fenda estreita entre partes adjacentes de ossos pelo qual passam nervos e vasos sanguíneos Forame Abertura através da qual passam vasos sanguíneos, nervos e ligamentos Fossa Depressão rasa Sulco Depressão ao longo da superfície óssea que acomoda vaso sanguíneo, nervo ou tendão Meato Abertura tubular Processos que formam articulações ou pontos de fixação para tecido conjuntivo Côndilo Grande protuberância arredondada com uma superfície articular lisa na extremidade do osso Face Superfície articular lisa, plana e discretamente côncava ou convexa Cabeça Projeção articular normalmente arredondada apoiada no colo Processos que formam pontos de inserção de tecido conjuntivo Crista Crista proeminente ou projeção alongada Epicôndilo Projeção tipicamente rugosa acima do côndilo Linha Margem ou crista estreita e longa (menos proeminente que a crista) Processo espinhoso Projeção pontuada e delgada Trocanter Grande projeção Tubérculo Projeção arredondada de tamanho variável Tuberosidade Projeção de tamanho variável que apresenta superfície rugosa e áspera Crânio O crânio é o arcabouço ósseo da cabeça que contém 22 ossos, que estão agrupados em duas categorias: a) Ossos do crânio: 8 ossos → formam a cavidade craniana, que encerra e protege o encéfalo; b) Ossos da face ou crânio visceral: 14 ossos → relação direta com sistema respiratório (formação da cavidade nasal) e sistema digestório (formação da cavidade oral). Ossos do crânio São oito ossos, dos quais: a) 1 osso frontal; b) 2 ossos parietais; c) 2 ossos temporais; d) 1 osso occipital; e) 1 osso esfenoide; f) 1 osso etmoide. Ossos da face São 14 ossos, dos quais: a) 2 ossos nasais; b) 2 maxilas; c) 2 ossos zigomáticos; d) 1 mandíbula; e) 2 ossos lacrimais; f) 2 ossos palatinos; g) 2 conchas nasais inferiores; h) 1 osso vômer. Ossos do crânio Ossos parietais O par de ossos parietais forma a maior porção das partes laterais e teto da cavidade craniana. As superfícies internas dos parietais contêm muitas protusões e depressões que acomodam os vasos sanguíneos que suprem a dura-máter e o tecido conjuntivo superficial (meninge), que recobre o encéfalo. Ossos temporais O par de ossos temporais forma as faces inferiores e laterais do crânio e parte do seu assoalho. O tronco + cabeça e pescoço formam o torço, que é formado pelo esqueleto axial (vai ser formado pela cabeça, coluna vertebral etc.) Uma depressão chamada de fossa mandibular está localizada na superfície posteroinferior do processo zigomático de cada temporal. Anteriormente à fossa mandibular, é possível observar uma elevação arredondada, o tubérculo articular. A fossa mandibular e o tubérculo articular se articulam com a mandíbula para formar a articulação temporomandibular (ATM). Osso occipital o occipital forma a parte posterior e a maior parte da base do crânio. Osso esfenoide O esfenoide se encontra na parte média da base do crânio. Ele é chamado de pedra fundamental do assoalho craniano, porque se articula com todos os outros ossos do crânio, mantendo-os unidos. O esfenoide se articula anteriormente com os ossos frontal e etmoide, lateralmente com os temporais e posteriormente com o occipital. O esfenoide repousa posterior e discretamente acima da cavidade nasal e forma parte do assoalho, das paredes laterais e da parede posterior da órbita. Osso etmoide É um osso delicado, de aparência esponjosa, localizado na parte anterior do assoalho do crânio, medialmente às órbitas. Situa-se anteriormente ao esfenoide e posteriormente aos ossos nasais. Ele forma: a) Parte da porção anterior do assoalho craniano; b) Parede medial das órbitas; c) Parte superior do septo nasal; d) A maior parte das paredes laterais superiores da cavidade nasal. O etmoide constitui uma grande extensão da cavidade nasal, sendo sua principal estrutura superior de suporte. Osso frontal Forma a fronte (parte anterior do crânio), o teto das órbitas e a maior parte da região anterior do assoalho craniano. Ossos da face Ossos nasais O par de ossos nasais consiste em pequenos ossos achatados com forma retangular que formam a ponte do nariz. Esses pequenos ossos protegem a entrada superior da cavidade nasal e oferecem ponto de fixação para um par de finos músculos de expressão facial. Ossos lacrimais O par de ossos lacrimais lembra o tamanho e o formato de uma unha. São os menores ossos do rosto, posteriores e laterais aos ossos nasais, e formam uma parte da parede medial de cada órbita. Cada osso lacrimal contém uma fossa lacrimal, que consiste em um túnel vertical formado com a maxila, que acolhe o saco lacrimal (estrutura que acumula lágrimas e as conduz à cavidade nasal). Ossos palatinos Os dois palatinos em formato de L formam a parte posterior do palato duro, parte do assoalho da parede lateral da cavidade nasal e uma pequena porção do assoalho da órbita. Conchas nasais inferiores As duas conchas nasais inferiores são ossos em formato de espiral, que compõe uma parte da parede lateral inferior da cavidade nasal e se projetam na cavidade nasal. Vômer É um osso triangular no assoalho da cavidade nasal que se articula superiormente com a lâmina perpendicular de etmoide com esfenoide e inferiormente com ambas as maxilas e palatinos ao longo da linha média. Maxilas O par de maxilas se une para formar o maxilar. As maxilas se articulam com todos os ossos da face (exceto a mandíbula) e elas formam parte do assoalho das órbitas, parte das paredes laterais e do assoalho da cavidade nasal e a maior parte do palato duro. Ossos zigomáticos Os dois zigomáticos formam as proeminências laterais da face e parte da parede lateral e do assoalho de cada órbita. Articulam-se com os ossos frontal, maxila, esfenoide e temporal. Mandíbula É o maior e mais forte osso da face, além de ser o único osso móvel do crânio. Cada ramo apresenta um processo condilar anterior que se articula com a fossa mandibular e com o tubérculo articular do temporal para formar a ATM. A mandíbula realiza quatro movimentos básicos: depressão, elevação, retração e protusão: Articulações do crânio Os ossos do crânio são unidos através das articulações do crânio, que são articulações fibrosas e têm uma nomenclatura própria: suturas. As suturas são articulações imóveis que mantêm a maioria dos ossos do crânio unidos nos adultos. As suturas do crânio do recém-nascido / lactente e crianças, muitas vezes, são imóveis e funcionam como importantes centros de crescimento do crânio em desenvolvimento. As suturas recebem o nome de acordo com a sua posição anatômica. Sutura sagital Une os dois ossos parietais na linha média superior do crânio. Sutura coronal Une o osso frontal aos ossos parietais. Sutura lambóidea Une os dois parietais ao occipital e é assim chamada porque parece com a letra grega lambada.Sutura escamosa Unem os ossos parietal e temporal nas faces laterais do crânio. Sutura occiptomastóidea Sulco entre o osso occipital e o processo mastóideo do osso temporal. Sutura parietomastóidea Funtículos ou fontanelas A sutura sagital é assim chamada, porque, no bebê, antes de os ossos do crânio se unirem firmemente, a sutura e os funtículos (fontanelas, que significa “pequena fonte”) associados a ela parecem uma seta. O crânio de um embrião em desenvolvimento consiste em cartilagem e mesênquima distribuído em finas lâminas ao redor do encéfalo em desenvolvimento, de modo que a ossificação ocorre de forma gradativa e lentamente. Ao nascimento, a ossificação dos ossos é incompleta e os espaços preenchidos pelo mesênquima se tornam regiões de tecido conjuntivo denso entre os ossos do crânio ainda não totalmente desenvolvidos chamadas de fontículos, muitas vezes conhecidas como “moleiras”. Com a continuação da formação óssea depois do nascimento, os fontículos, por fim, são substituídas por osso por ossificação intramembranosa e as finas junções de tecido conjuntivo colágeno que permanecem entre os ossos vizinhos passam a ser as suturas. Coluna vertebral A coluna vertebral, também chamada de espinha ou coluna espinal, é composta por uma série de ossos chamados de vértebras. Junto com o esterno e as costelas, forma o tronco do corpo humano. A coluna atua como uma forte haste flexível com elementos que podem promover movimentos em direção anterior, posterior, lateral e de rotação. Além de encerrar e proteger a medula espinal, a coluna vertebral sustenta a cabeça e serve de ponto de fixação para as costelas, o cíngulo dos membros inferiores e os músculos do dorso e membros superiores. Vértebras O número de vértebras durante o desenvolvimento incial é de 33 e, conforme a criança vai crescendo, várias vértebras na regão sacral e coccígea se fundem. Sendo assim, a coluna vertebral adulta possui 26 vértebras: a) 7 vértebras cervicais na região do pescoço; b) 12 vértebras torácicas posteriores à cavidade torácica; c) 5 vértebras lombares que sustentam a parte inferior da coluna; d) 1 sacro que consiste em 5 vértebras sacrais difundidas; e) 1 cóccix que é composto por 4 vértebras coccígeas fundidas. As vértebras cervicais, torácicas e lombares são móveis, mas as sacrais e o coccígeas, não. 1. Disco intervertebral Os discos intervertebrais são encontrados entre os corpos de vértebras adjacentes, desde a segunda vértebra cervical até o sacro. Cada disco apresenta um anel fibroso externo composto de fibrocartilagem chamado de anel fibroso e uma substância interna macia e altamente elástica chamada de núcleo pulposo. As faces superior e inferior do disco são cobertas por uma fina lâmina de cartilagem hialina. Os discos formam articulações fortes, possibilitam vários movimentos da coluna vertebral e absorvem impactos verticais. Sob compressão, se achatam e se alargam. 2. Corpo vertebral É a parte que sustenta o peso da vértebra, uma espessa porção anterior em forma de disco. Suas faces superior e inferior são rugosas para a fixação dos discos intervertebrais cartilaginosos. As faces anterior e lateral contêm os forames nutrícios, aberturas para os vasos sanguíneos que fornecem nutrientes e oxigênio e removem dióxido de carbono do tecido ósseo. 3. Arcos vertebrais Dois processos curtos e espessos, os pedículos, se projetam posteriormente a partir do corpo vertebral e, em seguida, se unem às lâminas planas para formar o arco vertebral. O arco vertebral se estende para trás a partir do corpo da vértebra; juntos, o corpo vertebral e o arco vertebral circundam a medula espinal, formando o forame vertebral. Vértebras cervicais Caracteres regionais cervicais: a) 7 vértebras; b) 8 raízes nervosas; c) 7 discos intervertebrais; d) Ligamentos; e) Musculatura; f) Suprimento vascular. Todas as vértebras cervicais formam três forames: um forame vertebral e dois forames transversos. As duas primeiras vértebras cervicais são diferentes das outras. O atlas (CI) é a primeira vértebra cervical abaixo do crânio, sendo um anel ósseo com arco anterior e arco posterior e grandes massas laterais, sem apresentar corpo nem processo espinhoso. As superfícies superiores das massas laterais, chamadas faces articulares superiores, são côncavas e se articulam com os côndilos occipitais do occipital para formar o par de articulações atlantoccipitais. Essas articulações possibilitam o movimento de anuência. As superfícies inferiores das massas laterais, as faces articulares inferiores, se articulam com a segunda vértebra cervical. Os processos transversos e os forames transversos do atlas são bastante grandes. A segunda vértebra cervical (áxis – CII) apresenta corpo vertebral. Um processo chamado dente ou processo odontoide se projeta superiormente pela porção anterior do forame vertebral do atlas. O dente serve de eixo em torno do qual a cabeça faz rotação. Esse arranjo possibilita o movimento lateral da cabeça, como quando se quer fazer o sinal de “não”. A articulação formada entre o arco anterior do atlas e o dente do áxis, e entre suas faces articulares, é chamada de articulação atlantoaxial. Das vértebras CIII à CVI, ocorre padrão estrutural de vértebra cervical típica. A CVII, chamada de vértebra proeminente, tem um processo espinhoso grande e não bífido que pode ser palpado, mas nos outros parâmetros é típica. Vértebras torácicas Caracteres regionais torácicos: a) 12 vértebras; b) 12 raízes nervosas; c) 12 discos intervertebrais; d) Ligamentos; e) Musculatura; f) Suprimento vascular. A característica das vértebras torácicas que as distingue das outras vértebras é o fato de se articularem com as costelas. Com exceção de T XI e T XII, os processos transversos das vértebras torácicas possuem fóveas costais que se articulam com os tubérculos das costelas. As superfícies articulares nos corpos vertebrais são chamadas de fóveas costais. As articulações entre vértebras torácicas são chamadas de articulações costovertebrais. Vértebras lombares Caracteres regionais lombares: a) 5 vértebras; b) 5 raízes nervosas; c) 5 discos intervertebrais; d) Ligamentos; e) Musculatura; f) Suprimento vascular. São os maiores e mais resistentes ossos não fundidos da coluna vertebral, porque a quantidade de peso corporal sustentada pelas vértebras aumenta a direção à extremidade inferior da coluna vertebral. Sacro É um osso triangular formado pela união de 5 vértebras sacrais (SI a SV). Oferece forte sustentação para o cíngulo dos membros inferiores. A face pélvica do sacro, anterior e côncava, fica de frente para a cavidade pélvica, é lisa e contém quatro linhas transversas (cristas) que marcam a fusão dos corpos vertebrais do sacro. A parte inferior estreita do sacro é conhecida como ápice. A porção superior larga do sacro é chamada de base. Nas duas faces laterais, o sacro apresenta uma superfície similar a uma orelha, a face auricular, que se articula com o ílio de cada osso do quadril para formar a articulação sacroilíaca. Cóccix É formado pela fusão de 4 vértebras coccígeas. A face dorsal do corpo do cóccix contém dois cornos coccígeos longos conectados aos cornos sacrais por ligamentos. Os cornos coccígeos são os pedículos e os processos articulares superiores da primeira vértebra coccígea. Encontram-se nas faces laterais do cóccix, formados por uma série de processos transversos; o primeiro par é o maior. Articulações da coluna vertebral Os ligamentos são de origem do tecido conjuntivo denso e servem para estabilização entre as articulações, ligando ossosa outros ossos ou estabilizando um sobre o outro. Ligamentos Os ligamentos longitudinais recobrem desde a cervical até a lombar: a) Ligamento longitudinal posterior: recebem posteriormente o corpo vertebral; b) Ligamento longitudinal anterior: recebem anteriormente o corpo da vértebra. Os ligamentos que se interpõe entre o processo espinhoso: a) Ligamento amarelo: estabiliza os arcos vertebrais posteriores; b) Ligamento interespinal: entre as espinhas; c) Ligamento supraespinhal: sobre as espinhas vertebrais. Articulações dos corpos vertebrais Estabiliza o corpo de uma vértebra sobre a outra. Ela é do tipo sínfise e existem os discos intervertebrais e ligamentos. O ligamento longitudinal anterior cobre a face anterolateral da vértebra e os discos, impedindo a hiperextensão da coluna e o ligamento longitudinal posterior fornece resistência (impedindo que haja uma flexão demasiada da coluna). Articulações dos arcos vertebrais São articulações do tipo sinoviais planas e relacionadas aos processos articulares superiores e inferiores, possuindo cápsula articular frouxa para permitir o movimento. Ligamentos acessórios das articulações intervertebrais a) Ligamentos amarelos: lâminas dos arcos vertebrais; b) Ligamentos interespinais: processos espinhosos; c) Ligamento supra-espinal: ápices dos processos espinhosos, a partir da C7 e funde-se ao ligamento nucal; d) Ligamentos intertransversários: processos transversos. Articulações craniovertebrais É uma articulação do tipo sinovial. a) Articulações atlantoccipitais: entre o osso occipital e vértebra atlas, formada por membranas atlantoccipitais (anteriores e posteriores), permitindo o movimento do sim e pequena rotação; b) Articulações atlantoaxial: existem as laterais (que une os processos articulares superior do áxis e inferior do atlas) e a mediana (entre as duas vértebras). O principal ligamento é o cruciforme, formado pelo ligamento transverso do atlas, fascículo longitudinal superior e fascículo longitudinal inferior. A mediana é formada por 3 ligamentos → cruciforme, alares e membrana tecórica. Articulações costovertebrais As articulações costovertebrais (sinoviais) caracterizam a junção entre as vértebras torácicas e as costelas. Um dos tipos de articulações costovertebrais (articulação costocorporal) une a cabeça das costelas com as facetas costais de dois corpos vertebrais adjacentes (T2-T9), um superior e outro inferior. Articulações sacroilíacas O sacro da coluna vertebral e os ossos ilíacos estão envolvidos na formação das articulações sacroilíacas. Elas ocorrem entre as superfícies auriculares correspondentes e as tuberosidades desses dois ossos. Os ossos sacroilíacos permitem muito pouca mobilidade, estando envolvidos na transmissão do peso da parte superior para a parte inferior do corpo.
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