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Maria Clara Zanin UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 1 PROPEDÊUTICA MÉDICA [INTRODUÇÃO] propedeutica exame fisico pulmonar Anatomia Pulmão ☑ o pulmão é o órgão vital da respiração e a sua principal função é oxigenar o sangue colocando o ar inspirado bem próximo do sangue venoso nos capilares pulmonares. ↳ um pulmão saudável em pessoas vivas é normalmente leve, macio e esponjoso, e ocupa totalmente as cavidades pulmonares, além de ser elástico e retrair-se a aproximadamente ⅓ do tamanho original quando a cavidade torácica é aberta cada pulmão é revestido e envolvido por um saco pleural seroso formado por duas membranas contínuas: a pleura visceral, que reveste toda a superfície pulmonar, formando sua face externa brilhante, e a pleura parietal, que reveste as cavidades pulmonares • o pulmão direito possui fissuras denominadas: oblíqua e horizontal direita que o dividem em 03 lobos direitos: superior, médio e inferior • o pulmão direito é maior e mais pesado do que o esquerdo, porém é mais curto e mais largo, porque a cúpula direita do diafragma é mais alta e o coração e o pericárdio estão mais voltados para a esquerda • o pulmão esquerdo tem uma única fissura oblíqua esquerda, que o divide em 02 lobos esquerdos, superior e inferior A a margem anterior do pulmão esquerdo: incisura cardíaca profunda, uma os pulmões são separados um do outro pelo mediastino! OBS: Pleura Maria Clara Zanin UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 2 PROPEDÊUTICA MÉDICA impressão deixada pelo desvio do ápice do coração para o lado esquerdo. Maria Clara Zanin UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 3 PROPEDÊUTICA MÉDICA Fisiopatologia pulmão Pneumonia ↳ significa “infecção do parênquima pulmonar com expressão clínica” os agentes infecciosos chegam aos pulmões sobretudo pelo ar inalado, embora possam atingi-los também pela corrente sanguínea Classificação Pneumonia ✓ as pneumonias podem ser classificadas de acordo com vários parâmetros: (a) origem (hospitalar ou da comunidade) (b) etiologia (bactérias, vírus, fungos ou protozoários) (c) lesões morfológicas (específicas ou inespecíficas) (d) distribuição anatômica → de acordo com o padrão de lesões no território pulmonar, as pneumonias podem ser: ■ Pneumonia lobar: o processo inflamatório tem disseminação uniforme nos lobos pulmonares, dando ao parênquima padrão homogêneo de acometimento; o microrganismo mais associado à pneumonia lobar é o pneumococo (Streptococcus pneumoniae) ■ Pneumonia lobular ou broncopneumonia: a infecção apresenta-se como focos inflamatórios múltiplos que acometem lóbulos pulmonares, caracterizando disseminação do agente através das pequenas vias aéreas distais; trata-se de doença infecciosa muito frequente na prática médica e que acomete mais comumente crianças, idosos e indivíduos debilitados ■ Abscesso pulmonar: trata-se de uma lesão destrutiva do parênquima pulmonar cuja cavidade fica preenchida por material purulento; abscessos são causados por bactérias na pneumonia, os bronquíolos respiratórios e alvéolos são preenchidos por exsudato inflamatório, o que compromete a função de trocas gasosas (O2 e CO2) • qualquer agente infeccioso – bactérias, vírus, fungos, parasitos e outros microrganismos, pode provocar pneumonias, embora a maioria delas seja causada por bactérias! Maria Clara Zanin UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 4 PROPEDÊUTICA MÉDICA ■ Pneumonia intersticial: caracteriza-se por uma reação inflamatória que afeta predominantemente o interstício pulmonar; diversos vírus e Mycoplasma sp. são os agentes infecciosos mais associados a pneumonias com padrão intersticial Pneumonia por aspiração ↳ a pneumonia aspirativa resulta da penetração de alimentos ou conteúdo gástrico nos pulmões → a aspiração pulmonar ocorre nas formas: (1) broncoaspiração aguda, que resulta de vômitos em indivíduos com redução do nível de consciência (lesões encefálicas, estados de coma, anestesia, etc...) ou com transtornos no reflexo de tosse.; nesses casos, há aspiração de grande quantidade de conteúdo gástrico; ou doenças do esôfago em que há retenção do bolo alimentar no órgão ou fístulas tráqueo/brônqueo-esofágicas, que ajudam a penetração do material deglutido nas vias aéreas (2) broncoaspiração crônica, associada geralmente a refluxo gastroesofágico OBS: como nesta o material é aspirado em pequena quantidade, a agressão não é suficiente para provocar comprometimento grave dos pulmões, embora cause tosse e pneumonia recorrente de pequena intensidade → as consequências de aspiração pulmonar são de dois tipos: (1) lesão química provocada pela secreção ácida gástrica em contato com o epitélio respiratório, capaz de causar dano alveolar difuso (2) infecção pulmonar por microrganismos da microbiota bucal, especialmente microrganismos anaeróbios Tuberculose ↳ é provocada pelo Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch); é uma doença da imunidade, ou seja, da capacidade de cada indivíduo de se defender contra um microrganismo, porém, ao mesmo tempo, a capacidade de defesa do organismo é responsável pelas lesões destrutivas que acontecem na doença; a transmissão da infecção faz-se de pessoa a pessoa, por meio de aerossóis NOTA: • os pulmões são, portanto, o primeiro órgão a entrar em contato com a bactéria e a sofrer lesões. ↳ a infecção resulta em reação de hipersensibilidade a antígenos do bacilo, que pode ser avaliada pelo teste cutâneo à tuberculina (PPD)! Maria Clara Zanin UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 5 PROPEDÊUTICA MÉDICA Bronquite crônica ↳ é definida clinicamente como tosse persistente com produção excessiva de muco na maioria dos dias de um período de 3 meses, por pelo menos 2 anos consecutivos → de forma característica, tosse e expectoração são mais intensas pela manhã e nos meses de inverno; indivíduos com tosse produtiva sem sinais de obstrução ao fluxo aéreo têm bronquite crônica simples. cerca de 20% dos fumantes desenvolvem obstrução crônica ao fluxo aéreo e têm evidências de enfisema, o que caracteriza a bronquite crônica obstrutiva! Enfisema ↳ é definido como o aumento anormal e permanente do tamanho dos ácinos pulmonares associado à destruição dos septos alveolares, sem fibrose evidente é a destruição dos alvéolos, sendo classificado como um quadro clínico) → de acordo com a distribuição anatômica das lesões, o enfisema é classificado em quatro tipos: 1) centroacinar ou centrolobular, 2) panacinar ou panlobular, 3) parasseptal e 4) irregular o ácino pulmonar, que compreende a porção de parênquima distal a um bronquíolo terminal, é constituído por bronquíolo respiratório, ductos e sacos alveolares e alvéolos; o conjunto de três a cinco bronquíolos terminais e seus ácinos constitui um lóbulo pulmonar! . ↳ não existe troca de O2 e CO2: vai entrar sangue venoso e vai continuar sangue venoso na circulação • a doença é causada por exposição prolongada a agentes irritantes inalados, sobretudo produtos do tabaco (a grande maioria dos bronquíticos crônicos é fumante), além de poluentes atmosféricos. ↳ inflamação das vias aéreas e do parênquima pulmonar secundária à esses agentes é a grande responsável pelas alterações estruturais, clínicas e funcionais encontradas na doença! • a lesão básica e inicial no enfisema é a destruição de septos alveolares. ↳ a teoria mais aceita para explicar tal destruição é o mecanismo protease-anti- protease; segundo esta, o enfisema resulta do desbalanço entre proteases e antiproteases, com predomínio de proteases, o que causa destruição de septos alveolares. ↳as principais fontes de enzimas proteolíticas no trato respiratório baixo são neutrófilos e macrófagos alveolares, ambos presentes em maior número em pulmões de fumantes Maria Clara Zanin UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 6 PROPEDÊUTICA MÉDICA Asma ↳ é uma doença inflamatória crônica das vias respiratórias caracterizada por hiper- reatividade brônquica (broncoconstrição) e hipersecreção de muco em resposta a inúmeros estímulos → clinicamente, os pacientes apresentam episódios recorrentes de dispneia, sibilos (chiado) e tosse associados a broncoconstrição, manifestações que desaparecem, pelo menos em parte, espontaneamente ou por tratamento entre as crises, os pacientes são assintomáticos, contudo, em algumas pessoas as crises são persistentes (duram dias ou semanas) e podem ser fatais, caracterizando a asma grave ou status asmaticus! . Embolia pulmonar ↳ as artérias pulmonares recebem o sangue de todo o organismo, dentro de um sistema que se estreita de forma progressiva à medida que se aproxima do território alveolar → partículas sólidas, líquidas ou gasosas trafegando no território arterial (êmbolos) impactam-se em algum segmento do leito arterial pulmonar, caracterizando o quadro de embolia pulmonar Tromboembolia pulmonar (TEP) ▶ é a segunda causa mais frequente de doença cardiovascular aguda depois do infarto agudo do miocárdio e a incidência de TEP aumenta progressivamente com a idade, sendo a TEP a terceira causa de óbito cardiovascular depois do infarto do miocárdio e do acidente vascular cerebral → em 80% dos casos de TEP, os trombos são formados em veias profundas dos membros inferiores (trombose venosa profunda – TVP); menos frequentemente, os trombos estão no coração direito ou em cateteres venosos centrais. embolia pulmonar e TVP são componentes de um mesmo processo patológico de tromboembolismo venoso, devendo a doença de base ser tratada para prevenção de novos fenômenos embólicos! • inflamação nas vias aéreas é o principal fator responsável pela hiper-reatividade brônquica (broncoconstrição por estímulos com pouco ou nenhum efeito em pessoas não asmáticas) e pela cronicidade da doença • embolia pulmonar pode ter origem trombótica (tromboembolia), gordurosa ou gasosa! • trombos venosos formam-se quase sempre quando existem fatores predisponentes ↳ na maioria dos casos, estão presentes os componentes da tríade de Virchow: hipercoagulabilidade do sangue, estase sanguínea e lesão endotelial. Maria Clara Zanin UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 7 PROPEDÊUTICA MÉDICA Trombos venosos formam-se quase sempre! → trombose venosa profunda (TVP) surge sobretudo em pacientes com: (1) hipercoagulabilidade sanguínea, por condições hereditárias (p. ex., fator V de Leiden, síndrome antifosfolipídeo) ou adquiridas (gravidez, câncer, anticoncepcionais hormonais, obesidade, doenças mieloproliferativas) (2) estase sanguínea, por insuficiência cardíaca, obstrução vascular local ou imobilização prolongada no leito, como após cirurgias ou em pacientes com doenças ortopédicas ou neurológicas (3) lesão endotelial, como em estados inflamatórios (localizados ou sistêmicos), traumatismos, alterações no fluxo sanguíneo, fumaça do cigarro e lesões em veias, como na doença venosa crônica dos membros inferiores. menos frequentemente, os trombos estão no coração direito (sobretudo na endocardite infecciosa, em arritmias cardíacas e na doença de Chagas) ou em cateteres venosos centrais! Doenças pulmonares intersticiais difusas ↳ as doenças pulmonares intersticiais difusas (DPID) têm como característica comum a inflamação e a fibrose predominantemente no interstício pulmonar → o interstício pulmonar, que é o espaço entre as membranas basais epitelial e endotelial, é o sítio primário de agressão e as DPIDs, que podem ser agudas ou crônicas, representam 15% das doenças pulmonares não infecciosas e, muitas vezes, afetam não somente o interstício como também os espaços aéreos, as vias aéreas periféricas e os vasos adjacentes → a fase final da doença, podem ocorrer alterações fibrosas difusas, levando ao chamado pulmão terminal ou em favo de mel! pulmão • os componentes do pulmão são: traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos NOTA 1: nem sempre uma queixa é pulmonar, podendo ser também uma queixa de mediastino, de coração, de pleura, ou seja, não é exclusivamente um quadro pulmonar! NOTA 2: quando pensamos em pulmão, não devemos nos restringir apenas em brônquio, O pulmão é um dos componentes do tórax – arcabouço osteomuscular que abriga órgãos como: coração, pulmão, mediastino e pleuras • as alterações funcionais são de caráter restritivo e caracterizam-se por redução da capacidade de difusão, dos volumes pulmonares e da complacência pulmonar ↳ os pacientes apresentam dispneia, taquipneia, estertores crepitantes, mas sem sibilâncias ou outros sinais de doença obstrutiva Maria Clara Zanin UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 8 PROPEDÊUTICA MÉDICA bronquíolo ou alvéolos; o aparelho respiratório inicia-se na fossa nasal ↳ batimento das asas nasais é o alargamento da abertura das narinas durante a respiração e é um sinal de dificuldade respiratória no exame físico pulmonar, deve- se considerar como referência anatômica os espaços intercostais (cada espaço intercostal recebe o nº do arco costal superior)! REVISÃO Sequência do exame físico: ① inspeção estática: verificar pele, tecido subcutâneo, músculos, presença de retração ou abaulamento e classificação do tipo morfológico ② inspeção dinâmica: avaliar movimento respiratório, frequência, ritmo, apneia e alterações no espaço intercostal ③ palpação: avaliar a parede torácica, sensibilidade, elasticidade, expansibilidade, vibrações e frêmito (ruído, vibração sentida pela mão do examinador) em um quadro pulmonar, há a presença de batimento de asa de nariz Maria Clara Zanin UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 9 PROPEDÊUTICA MÉDICA Manobra de Lasègue – avalia-se a elasticidade pulmonar Manobra de Ruault – avalia-se a expansibilidade pulmonar Avaliação do frêmito – sensação vibratória percebida pela mão do examinador no tórax do paciente Frêmito Toracovocal: emite som Frêmito Pleural ou Brônquico: respiração ④ percussão Maria Clara Zanin UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 10 PROPEDÊUTICA MÉDICA ⑤ ausculta: propagação do som do fluxo aéreo através da árvore traqueobrônquica Sons Respiratórios Normais ① Som Traqueal ou Laringotraqueal: som audível do tipo tubular sobre a traqueia ou laringe, localizado nas regiões anterolateral ao pescoço e acima da fúrcula (apófise espinhosa da 7ª vértebra cervical); ② Som Broncovesicular: é o som entre o traqueal e o murmúrio vesicular, audível nas regiões de projeção da traqueia e dos brônquios ③ Murmúrio Vesicular: som do tipo suave audível sobre a parte periférica do pulmão Ruídos adventícios ① Estertores: é um som abrupto ou explosivo, de curta duração, resultado da pressão dos gases dentro de 2 compartimentos do pulmão; são classificados quanto à fase (inspiratório, expiratório, precoce ou tardio) e quanto ao timbre (fino ou grosso) Maria Clara Zanin UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 11 PROPEDÊUTICA MÉDICA Estertor Fino: surge no final da inspiração, tom mais alto, amplitude baixa e duração curta; relaciona-se com a abertura das vias aéreas, que colapsam na expiração devido à perda do parênquima elástico pulmonar Estertor grosso: tem duração maior e menor frequência; são auscultados desde o início da inspiração até o final da expiração; presente em pessoas com bronquite crônica Estertor inspiratório inicial: presente em doentes com obstrução grave das vias aéreas (doençaobstrutiva), além de pacientes com asma, enfisema e bronquite crônica Estertor inspiratório tardio: presente em doentes com doença pulmonar restritiva; origina-se de vias aéreas periféricas, podendo estar associado ao sibilo curto no final da inspiração; pode se apresentar em pacientes com pneumonia, congestão pulmonar da insuficiência cardíaca e na fibrose intersticial ② Sibilos: causados pela rápida passagem de do fluxo aéreo por uma via com baixo calibre; presente em pacientes com asma, bronquiolite, DPOC e rinite alérgica; popularmente conhecido como “chiado no peito” ou “miado de gato” ③ Roncos: som grosseiro e de alta intensidade, provocado pela passagem de ar por meio de vias aéreas de grande calibre que possuem secreções acumuladas e ocorre na inspiração e expiração ④ Atrito Pleural: ruído produzido pelo atrito entre os folhetos pleurais alterados devido à um processo inflamatório e corresponde à ausculta do frêmito pleural identificado na ausculta ⑤ Cornagem: é produzido nas vias aéreas superiores quando estas apresentam obstrução parcial da passagem do ar (fluxo aéreo); só é possível ouvir quando o médico se aproxima da região cervical do paciente; está presente nos processos inflamatórios das vias aéreas superiores, tumores ou aspiração de corpo estranho ⑥ Sopro Tubário: ocorre na condensação pulmonar e apresenta as mesmas características do som traqueal/respiração brônquica, porém com intensidade maior e em locais comuns de haver murmúrio vesicular, o que sugere pneumonia ⑦ Sopro Pleural: é encontrado na transição entre o parênquima normal e área com interposição líquida; pode ser auscultado durante a respiração ou quando o paciente diz “trinta e três” Maria Clara Zanin UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 12 PROPEDÊUTICA MÉDICA Síndromes Pulmonares Maria Clara Zanin UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 13 PROPEDÊUTICA MÉDICA Antecedentes PESSOAIS E FAMILIARES Idosos: o sistema imunológico perde a sua capacidade e fica mais susceptível a quadros infecciosos O que é fibrose intersticial? Fibrose Intersticial: é a irritação da árvore brônquica ↳ ex: cabeleireiro usando formol Homens • mais susceptível à enfisema pulmonar e câncer de pulmão → homens fumam mais que as mulheres Mulheres • adenoma brônquico Negros • mais susceptível a ter tuberculose e sarcoidose Brancos • colagenoses ↳ colagenoses ou doenças reumatológicas são um grupo de doenças autoimunes caracterizadas por processos inflamatórios e degenerativos que atacam o tecido conjuntivo do corpo, o qual é constituído de fibras, como o colágeno, e, por isso, a colagenose também é chamada de “doença do colágeno” Traumas • pneumotórax, hemotórax Perda da Consciência • pneumonia aspirativa Imunossupressores e Diabéticos • tuberculose Tromboflebite • tromboembolismo pulmonar e derrame Maria Clara Zanin UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 14 PROPEDÊUTICA MÉDICA a pneumonite actínica caracteriza- se como uma complicação precoce da radiação torácica advinda da radioterapia realizada no tratamento de câncer de mama, podendo evoluir para fibrose pulmonar. Antecedentes PESSOAIS E FAMILIARES 1) doenças preexistentes 2) medicações em uso 3) imunização Curiosidades ☑ medicamentos como amiodarona são indicados para tratamento de problemas no coração e como efeito colateral: quadro de pneumonite intersticial ☑ pacientes cardiopatas que recebem betabloqueador podem ter broncoespasmo HÁBITOS DE VIDA 1) tabagismo – além de enfisema pulmonar, pode dar câncer de pulmão e câncer de bexiga ↳ as sustâncias presentes no cigarro são excretadas no xixi 2) álcool: pneumonia por Klebsiella 3) heroína: edema pulmonar INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO • serve para saber se a doença é primária pulmonar ou se o pulmão funciona como espelho de uma doença geral ↳ ex 1: câncer de mama com metástase pulmonar ↳ ex 2: rinite crônica na asma alérgica – rinite se refletiu no pulmão com quadro de asma ↳ ex 1: senhora com varizes tem mais chances de fazer trombose – o trombo gruda no pulmão, causando derrame pleural ou embolia pulmonar ↳ ex 2: paciente com câncer que recebe radioterapia desenvolve pneumonia actínica ( por efeito radiológico) pessoa com alergia, pode desenvolver um quadro pulmonar – quadro alérgico, sendo classificada como pessoa atópica uma substância injetável chega na veia cava (átrio direito) – usuários de substâncias fazem alteração na valva tricúspide com reflexo cardiológico e pulmonar (ventrículo direito enche de sangue) Maria Clara Zanin UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 15 PROPEDÊUTICA MÉDICA Drogas oncológicas: causa fibrose pulmonar Diabéticos ou imunossuprimidos pelo câncer: são mais susceptíveis a pneumopatia por germe oportunista QUEIXA E DURAÇÃO 1) dor torácica 2) tosse 3) expectoração 4) hemoptise: catarro com sangue 5) vômica: saída rápida de pus ou abcesso através da glote SINAIS E SINTOMAS 1) dispneia 2) sibilância 3) rouquidão ou disfonia 4) cornagem 2.1 Tosse ↳ definição: é uma inspiração rápida, com fechamento da glote e contração da musculatura, com rápida abertura da glote com ruído 2.2 Causas: inflamação (secreção, edema) Mecânica: poeira, corpo estranho Aumento ou diminuição da pressão pleural: derrame, atelectasia Química: gases irritantes Térmica: frio ou calor excessivo 2.3 Pontos a serem observados na tosse: 1) frequência 2) intensidade 3) como é a tosse (seca, catarrenta) 4) expectoração 5) relação com decúbito (paciente com derrame pleural assume posição do lado do derrame, para não deixar o pulmão mais aerado e respirar melhor) 6) que horas a tosse aparece 3.1 Expectoração ↳ definição: expulsão, por meio da tosse, de secreções provenientes da traqueia, brônquios e pulmões, e tem como produto o catarro câncer de ovário se manifesta com ascite e derrame pleural - câncer determinando o aparecimento do derrame pleural A tosse é um mecanismo de defesa das vias respiratórias Maria Clara Zanin UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 16 PROPEDÊUTICA MÉDICA 3.2 Pontos a serem observados na expectoração 1) volume 2) cor 3) odor 4) se é transparente ou mucoide 4.1 Hemoptise ↳ definição: sai sangue pela boca quando passa pela glote 5.1 Vômica ↳ definição: sai uma quantidade de material pútrido e dentro do pulmão fica cheio de pus 6.1 Dispneia ↳ definição: é a dificuldade de respirar, podendo o paciente ter ou não consciência desse estado 6.2 Tipos de Dispneia: Subjetiva: quando só o paciente percebe que está cansado Objetiva: quando tem outras manifestações no exame físico, como por ex: 1) cianose 2) frequência respiratória aumentada 3) batimento de asa de nariz 4) tiragem da fúrcula 5) tiragem dos arcos intercostais ↳ paciente bronquítico crônico acorda de manhã e começa a tossir com escarro – sinal de pneumonia bacteriana com expectoração amarelo-esverdeada, pegajosa e densa ↳ paciente que escarra sangue – quadro clínico de tuberculose ou câncer (adulto) ↳ paciente jovem – infecção bacteriana mais ou menos grave ou por algum corpo estranho Causa mais frequente de vômica é o abcesso pulmonar insuficiência cardíaca (dispneia progressiva) Maria Clara Zanin UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 17 PROPEDÊUTICA MÉDICA relembrando Sístole: é a contração ventricular ↳ abrir a artéria aorta e fechar a válvula mitral e tricúspide • o átrio esquerdo hipertrofia e a veia pulmonar não consegue segurar o fluxo sanguíneo e como consequência volta sangue; a pequena circulação é lesada 6.3 Dispneia está relacionada com: 1) atividadefísica 2) grande esforço 3) médio esforço 4) pequeno esforço • a dispneia pode ser acompanhada por taquipneia (frequência aumentada) e hiperpneia (amplitude aumentada) Mais termos propedêuticos: Ortopneia: paciente não consegue ficar deitado Trepopneia: aparece em decúbito lateral em pacientes com derrame pleural (paciente se deita do lado do derrame para que o outro lado possa fazer uma troca respiratória eficiente) 6.4 Causas da Dispneia 1) causa atmosférica: por alteração da pressão 2) causa parenquimatosa: é a condensação pulmonar 3) causa toracopulmonar: o paciente não consegue expandir o pulmão (ex: fratura de costela) 4) causa obstrutiva: ocorre a obstrução da traqueia (ex: linfoma de mediastino) Exame Físico Pulmonar INSPEÇÃO GERAL - estado de consciência - grau de hidratação - coloração da pele - presença de lesões CONFIGURAÇÃO DO TÓRAX TIPOS: ① tórax em barril ② cifose ③ escoliose ④ cifoescoliose COMO FAZ A Inspeção ESTÁTICA • observar o tórax sem roupa por todos os ângulos A) normal ou chato Maria Clara Zanin UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 18 PROPEDÊUTICA MÉDICA B) tonel ou barril C) infundibuliforme ou pectus escavaturum D) cariniforme ou pectus carinatum avaliar cicatrizes de cirurgias/traumas prévios, tatuagens (medicina legal), proporção das mamas e do tórax, se tem abaulamento, etc... COMO FAZ A Inspeção dinâmica A) sensibilidade: dorso das mãos B) elasticidade C) expansibilidade: maior no ápice do pulmão COMO FAZ A PALPAÇÃO? • palpação torácica: frêmito toracovocal Gânglio de fossa esquerda – drenagem de barriga Gânglio de fossa direita – drenagem de mediastino frêmito aumenta na condensação e diminui no derrame e pneumotórax Broncofonia: é a expressão auditiva do frênico toracovocal Murmurio vesicular: é a turbulência do ar que entra no nosso pulmão ↳ definir o murmúrio vesicular de forma completa, como por ex: Murmúrio vesicular presente e regularmente distribuído por todo o tórax Sons Ausculta Pulmonar • som anormal: pneumonia – alvéolo está cheio de pus ↳ estertor fino ou crepitante: aparece no fim da inspiração ↳ estertor grosso: aparece em fumantes no início da inspiração até toda a expiração – ronco ↳ Sibilo: é o que aparece no asmático – chiado ↳ estridor: é o fechamento de laringe ↳ sopro – tuberculose no 2º espaço intercostal do lado esquerdo tem a ausculta pulmonar do lado direito tem a ausculta aórtica Comparar um lado com o outro para ver se não tem nenhuma patologia Condensação - pneumonia Percutir em cima do 2º espaço intercostal ↳ o murmúrio vesicular é diminuído em casos de pneumotórax, derrame e pneumonia Maria Clara Zanin UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 19 PROPEDÊUTICA MÉDICA ↳ ressonância vocal: é o “33” que escutamos na ausculta BIBLIOGRAFIA Semiologia Médica – Porto & Porto 8ª edição capítulo 39 Propedêutica Médica da Criança ao Idoso: capítulo 7
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