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Comunicacao_e_Linguagem_Unidade_1

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unidade 
1
Ângela Kroetz dos Santos
Gilberto Fonseca
LINGUAGEM
Comunicação e
O Processo da Comunicação
Prezado estudante,
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem 
foram organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com 
um conteúdo completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, 
realize as atividades e tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com 
certeza, alcançará os objetivos propostos para essa disciplina.
OBJETIVO GERAL 
Estudar noções do processo comunicativo e seus elementos, as funções 
da linguagem e os gêneros textuais, com o objetivo de compreender a 
estrutura da comunicação e seus componentes essenciais.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
• Refletir sobre a origem da comunicação e sua importância; 
• Compreender os elementos da comunicação e suas funções; 
• Refletir sobre o papel do interlocutor e a adequação da linguagem à 
situação comunicativa; 
• Estudar os gêneros textuais e suas características.
QUESTÕES CONTEXTUAIS
1. Você já refletiu sobre o papel da comunicação na sua vida? 
2. Como você supõe estar estruturado o processo comunicacional? Você 
sabia que a linguagem desempenha funções de acordo com a situação em 
que é empregada? 
3. Você conhece os gêneros textuais?
unidade 
1
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca10
1.1 Introdução
Você já parou para pensar sobre a maneira como se comunica com as outras 
pessoas? Esse processo, que parece intuitivo, não tem nada de aleatório e se 
organiza por meio de elementos essenciais. Entender esses elementos e suas 
funções contribuirá para que você se aproxime do universo da linguagem e se 
expresse de forma mais efetiva. 
Você se comunica desde sempre. Quando bebê, ao chorar, manifestava aos outros 
as suas necessidades básicas. Suas primeiras palavras faladas e, posteriormente, 
escritas fizeram parte de um processo evolutivo que o conduziu até aqui, 
permitindo que, neste momento, você curse o ensino superior. A comunicação 
está intimamente ligada ao seu processo de socialização e de crescimento 
pessoal e profissional. Nesse sentido, é importante que você reflita de forma 
crítica sobre como interage com a linguagem e sobre o papel dela na sua vida. 
Este ebook, além de contribuir para o seu processo de formação, objetiva 
problematizar aspectos da linguagem que extrapolam o ambiente acadêmico, 
permitindo que você tenha uma relação mais ativa e efetiva com a língua. 
Dessa forma, conhecer o que contribui e o que impede o sucesso do processo 
comunicativo, bem como entender as múltiplas possibilidades da linguagem e 
como esta se organiza por meio de gêneros textuais, fará com que você, enquanto 
sujeito que tem sua identidade construída pela linguagem, seja protagonista do 
seu aprendizado. 
Pretende-se, muito mais do que ensinar uma disciplina, mostrar que a 
comunicação, a leitura e a escrita, objetos que serão aqui abordados, extrapolam 
os limites da educação formal (como encontros em universidades), uma vez que 
servirão como base para a realização de qualquer uma das atividades que fazem 
parte da sua formação. Esperamos conseguir! Boa leitura! Bons estudos! 
O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 11
Na Figura 1.1, está contemplada a sequência didática da Unidade 1.
Figura 1.1 – Sequência Didática.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Comunicação e
Gêneros Textuais
Origem do 
processo 
comunicativo
Os Elementos
da Comunicação
Ruído na
Comunicação
As Funções 
da Linguagem
A Noção
de Interlocutor
Adequação da
Linguagem
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca12
1.2 Origem do Processo Comunicativo
Sem a comunicação não haveria a cultura humana. Todo o processo histórico 
da comunicação confunde-se com o processo de evolução do ser humano. 
Hoje, nos comunicarmos com outro semelhante por meio da fala ou da escrita 
não passa de uma atividade cotidiana e quase automática. Mas é necessário 
recuperarmos que, antes de juntarmos letras ou fonemas em algo que fizesse 
algum sentido para nosso interlocutor, o gesto era o recurso mais utilizado.
O filósofo Rousseau supôs que a linguagem humana evoluiu gradualmente a 
partir da necessidade do homem primitivo de expressar sentimentos. Para ele, 
a primeira linguagem do homem foi o “grito da natureza”, usado pelos primeiros 
seres humanos para implorar socorro em situações de perigo ou como alívio de 
dores violentas.
É importante entender que a comunicação é uma necessidade inerente a 
qualquer ser humano. No momento em que duas ou mais pessoas se encontram, 
necessariamente a comunicação passa a ser vital para a convivência e manutenção 
desse grupo social. Agora, quanto mais organizada for uma sociedade humana 
mais complexos serão os seus sistemas de comunicação e sua compreensão.
Essa complexidade, muito provavelmente, teve origem há cerca de oito mil 
anos, na pré-história, quando surgiram os primeiros indícios de escrita com 
os desenhos das cavernas. O progresso da escrita está ligado à transformação 
das sociedades, porque possibilitou o desenvolvimento das civilizações e 
permitiu transmitir o conhecimento no espaço e no tempo. Quando o homem 
passa de nômade e caçador a sedentário e agricultor, sente a necessidade 
de medir a colheita e os animais e, para isso, usa representações gráficas. 
Os sinais pictóricos (símbolos/desenhos) foram substituídos por conjuntos de 
letras entre 1700 e 1500 a.C., com o alfabeto hebraico. Por volta de 400 a.C. 
surgiu o alfabeto grego, do qual provém o alfabeto latino, que usamos hoje nas 
línguas ocidentais.
O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 13
Figura 1.2 – Pintura rupestre.
Fonte: Pixabay (2019).
Figura 1.3 – Alfabeto Fenício.
Fonte: Adaptado por Universidade La Salle EaD.
Z
zayin
W
waw
E
he
G
gimel
L
lamedh
K
kaph
A
aleph
N
nun
M
mem
P
peh
S
sadeh
Q
qoph
R
resh
SH
shin
T
taw
H
heth
T
teth
Y
yodh
L
lamedh
K
kaph
S
samekh
O/Pausa
ayin
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca14
Figura 1.4 – Hieróglifos.
Fonte: Pixabay (2019).
O processo rudimentar de escrita transformou-se, ao longo do tempo, em 
modernas formas que possibilitam a disseminação em massa do conhecimento 
obtido pelo homem. Assim, pode-se dizer que a tecnologia trouxe novas percepções 
sobre a comunicação, sendo que a sociedade passou de uma perspectiva oral 
para uma dimensão de escrita. Basta verificar os hábitos sociais: antigamente, 
predominavam as narrativas orais, e hoje prevalece o romance, que é escrito; 
se antes as pessoas usavam telefone para se comunicar, hoje utilizam as redes 
sociais/whatsapp; se antes o ensino era totalmente presencial, hoje uma parte 
significativa ocorre em EaD, que depende, em grande parte, da comunicação 
escrita; por fim, se antes as interações pessoais eram mais próximas, face a face, 
hoje predominam as interações virtuais, possibilitadas pelos meios eletrônicos 
de comunicação.
O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 15
Figura 1.5 – A evolução da comunicação.
Fonte: http://gg.gg/cvlca.
As muitas interações possibilitadas pelas formas modernas de comunicação, 
claro, passaram a ser objeto de pesquisa das mais diversas áreas. A seguir, 
apresentamos os tópicos mais significativos que embasam esse estudo.
Ficou interessado em saber um pouco mais sobre 
esse assunto? O vídeo no link mostra, de modo bem 
objetivo, o desenvolvimento da escrita, partindo dos 
desenhos rupestres até chegar à escrita de hoje. Acesse: 
http://gg.gg/cvlcf.
VÍDEO
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca16
1.3 Os Elementos da Comunicação
Uma das maneiras mais fáceis de entender o processo comunicativo é utilizando 
“o modelo comunicativo de Jakobson”, proposto pelo linguista de origem russa 
Roman Jakobson. Ele organizou, baseado no artigo “Uma teoria matemática da 
comunicação”, de Claude Shannon, a comunicação humana em seis elementos:
• O emissor (ou remetente)é o ser responsável por dar início ao processo 
comunicativo, direcionando uma mensagem a um interlocutor.
• O receptor (ou destinatário) é para quem a mensagem é enviada. Falaremos 
mais tarde sobre a relevância desse personagem dentro do processo.
• A mensagem é o conjunto de informações que o emissor deseja enviar ao 
receptor.
• O canal é o meio pelo qual o emissor e o receptor se comunicam e por onde 
circula a mensagem.
• O código é um sistema de signos comuns partilhados (total ou parcialmente) 
entre emissor e receptor que permite a compreensão da mensagem.
• O contexto (ou referente) é o assunto da mensagem, aquilo que permeia a 
situação comunicativa.
Para que a comunicação efetivamente ocorra, é fundamental que os seis 
elementos componham de fato uma interlocução, ou seja, que emissor e receptor 
se entendam.
Um elemento não previsto por Jakobson, mas que merece a nossa atenção é o 
feedback. Sendo o processo comunicativo um processo interacional, ele não se 
sustentaria sem a resposta do interlocutor ao emissor.
O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 17
Figura 1.6 – Os elementos da comunicação.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Uma maneira de você compreender o processo comunicativo dentro de uma 
situação cotidiana é imaginando o seguinte cenário:
Você recebe um e-mail com orientações de acesso ao LEX de seu tutor. O tutor, 
neste caso, é o emissor da mensagem e você, logicamente, o receptor. O canal 
comunicativo escolhido foi o e-mail, e o conteúdo da mensagem, as instruções 
necessárias para o acesso ao ambiente virtual de aprendizagem. O código, 
comum entre emissor e receptor, é a língua portuguesa. O contexto, aquilo que 
circunda a mensagem, o assunto, é o início das aulas e a necessidade de acesso 
ao LEX.
Quando você responde ao e-mail está dando o feedback, fechando, dessa forma, 
o processo comunicativo, que poderá ser reaberto com alguma dúvida que você 
possa ter, invertendo, assim, os papéis de emissor e receptor entre você e seu 
tutor.
Contexto
Canal Código ReceptorEmissor
Mensagem
Feedback
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca18
1.4 Ruído na Comunicação
Se por algum motivo o processo comunicativo é prejudicado por uma falha em 
qualquer um dos seus elementos, acontece o ruído. Ele pode se manifestar das 
mais diversas formas: um emissor com problemas de dicção ou que fale muito 
baixo, um receptor desatento, um código não comum entre ambos, um canal de 
comunicação falho, entre outras possibilidades.
Figura 1.7 – Tirinha a evolução da comunicação.
Fonte: http://gg.gg/cvlf6.
Na tirinha anterior, você pode perceber que a comunicação não se efetiva. 
Embora todos os elementos necessários estejam presentes, há um ruído, e a 
mensagem não é compreendida conforme a intenção do emissor. Vamos analisar 
mais detalhadamente esses elementos?
Assim, você poderia perguntar: se todos os elementos estão presentes, o que deu 
errado? Por que há ruído nessa comunicação? 
Com a presença da Helga, mulher de Hagar, no ambiente comunicativo, 
e a ausência do objeto de troca, o barco, o vendedor interpreta equivocadamente 
Quem é o emissor? Hagar
Quem é o receptor? O homem com o cachimbo
O que Hagar pretende comunicar? Qual é a mensagem? A compra de um barco novo 
e a possibilidade de troca para efetivar o negócio.
Qual o canal de comunicação escolhido? Uma conversa presencial.
Qual o código utilizado? A Língua Portuguesa.
Qual é o contexto? Uma negociação. 
O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 19
a mensagem, pensando que o objeto de troca fosse a mulher. Nesse contexto, 
o ruído causa o humor na tira.
No entanto, nem sempre o ruído resulta em uma situação divertida. É muito 
comum, principalmente no ambiente empresarial, que a dificuldade de 
comunicação cause prejuízos e descontentamentos. Conforme o mestre e 
especialista em Gestão de Comunicação Marcos Scharf,
[...] ruído de comunicação é toda a forma de interferência na 
transmissão de uma mensagem. Algo que prejudica a compreensão 
de uma ideia compartilhada. As fotografias fora de foco, o celular 
inaudível, os dados imprecisos de um relatório e os erros de 
português de um e-mail podem atrapalhar a comunicação entre 
as pessoas. Outro dia um gerente de vendas confirmou com a 
diretoria da empresa X que a reunião nacional com os vendedores 
aconteceria no dia 16. Distraído, digitou na intranet e repassou para 
os vendedores a seguinte mensagem: “confirmada a reunião para 
o dia 26”. A troca do “1” pelo “2” fez toda a diferença; a empresa 
teve que arcar com o prejuízo de passagens aéreas, diárias de hotéis, 
coffee break [...] (SCHARF, 2018)
Como você pode perceber, uma simples falha em qualquer um dos elementos da 
comunicação pode colocar em risco todo o processo. 
Quer conhecer mais exemplos de Ruído na Comunicação? 
Veja no link: http://gg.gg/cvlfl.
VÍDEO
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca20
1.5 As Funções da Linguagem
O modelo comunicativo de Jakobson também procurou trazer luz a uma questão: 
por que as pessoas se comunicam? Se voltarmos ao início desta unidade, 
no texto que trata sobre a origem do processo comunicativo, podemos entender 
que a comunicação possuía um caráter predominantemente informativo, 
sendo que a sociedade evoluiu a partir das informações que nossos antepassados 
nos deixaram. Mas, então, o objetivo da comunicação é informar? Também. 
Porém, como se enquadram situações como um pedido de socorro ou um grito de 
dor? E como explicar a música, a poesia, ou mesmo uma conversa descontraída 
com um amigo?
Jakobson criou o conceito de seis funções da linguagem, cada uma ligada a um 
elemento da comunicação, ou seja, em cada situação comunicativa, a ênfase 
recai sobre um dos elementos, e, consequentemente, a função relacionada 
predomina sobre as demais. Sim, é bem possível que uma situação comunicativa 
apresente mais de uma função da linguagem (quem sabe as seis?), mas sempre 
haverá o predomínio de uma. Procuraremos explicar a seguir.
A função da linguagem que prevalece na maioria das situações comunicativas 
é a função referencial (ou denotativa); ela está relacionada ao contexto 
justamente pela sua característica informativa e sua linguagem objetiva. 
Essa função é encontrada, principalmente, nos textos informativos, como as 
matérias de jornais e sites de notícias, e na maioria dos textos acadêmicos que 
você irá ler durante sua formação.
Já a função emotiva (ou expressiva) apresenta uma característica totalmente 
contrária, pois está centrada no emissor e relacionada aos sentimentos 
particulares deste, por isso nela predomina o emprego da primeira pessoa 
do discurso e a linguagem subjetiva. Como exemplo, podemos citar toda a 
manifestação de um ponto de vista do emissor sobre um assunto, como um 
comentário feito pelo leitor sobre uma notícia, no qual ele critica ou apoia o 
conteúdo. Também podemos citar os comentários cotidianos: “O dia está lindo!”, 
“Que blusa feia!” etc.
A função apelativa (ou conativa) está diretamente relacionada ao receptor, 
e sua principal característica é a persuasão do interlocutor, a fim de que ele tome 
determinada atitude. Um exemplo claro do uso da linguagem apelativa são as 
propagandas.
O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 21
A função poética, ligada à mensagem, destaca que a maneira de comunicar 
é tão importante quanto a comunicação em si. Ou seja, com a função poética, 
a linguagem é mais elaborada do que no seu uso cotidiano. São exemplos: 
a poesia, a letra de uma música, a linguagem literária, entre outros.
A função fática diz respeito ao início, à manutenção e ao fechamento de uma 
situação comunicativa. Está relacionada ao canal e é sempre breve, como um 
“Alô?” ao atender uma ligação, um “Está entendendo?” ou um “Até breve”. 
No primeiro exemplo, o “alô” abre uma comunicação, enquanto a expressão 
seguinte, “está entendendo”, testa a sua eficiência e, obviamente, o “até breve” 
dá um fim à comunicação.
Por fim,quando a linguagem comunicativa é utilizada para falar sobre ela 
mesma, a predominância é da função metalinguística, focada no código. 
Imagine a seguinte situação: você precisa gravar um vídeo para uma atividade 
e procura dicas de como gravar e editar esse vídeo no YouTube. Percebeu? 
Para gravar um vídeo, você assiste a um vídeo. Da mesma forma, se você 
precisa do significado de determinada palavra e consulta um dicionário, 
você está procurando uma palavra para explicar outra palavra.
Figura 1.8 – Os elementos da comunicação e as funções da linguagem.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Mensagem
Canal
função fática
função poética
função referencial
função emotiva função apelativa
função 
metalinguística
Código
ReceptorEmissor
Contexto
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca22
1.6 A Noção de Interlocutor
Dentro do processo comunicativo, é bastante comum delegar toda 
responsabilidade ao emissor, uma vez que é dele que parte a comunicação. 
Essa é uma premissa que coloca o receptor num papel de inteira passividade. 
Só que a comunicação é um processo interacional, você se recorda? Emissor e 
receptor devem assumir as suas responsabilidades para que a comunicação seja 
efetivada, uma vez que eles mudam de papel constantemente.
A compreensão de uma mensagem está ligada diretamente ao repertório 
comunicativo que os interlocutores carregam como bagagem. Se, por um lado, 
o emissor parte do seu conhecimento de mundo para contextualizar uma 
situação, por outro, o receptor age da mesma forma, apoiando-se no seu 
repertório particular para compreender a mensagem e respondê-la.
Observe as situações:
Figura 1.9 – Tirinhas.
Fonte: http://gg.gg/cvlh6.
Nos dois exemplos, é evidente a presença de ruído na comunicação, causado pela 
condição passiva ou descuidada do interlocutor, que coloca a responsabilidade 
do sucesso da comunicação no emissor. Veja:
O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 23
Na primeira tira, Hagar, enquanto receptor, seleciona o que lhe interessa dentre 
todos os eventos informados pelo outro personagem, focando somente naquilo 
que lhe é conveniente, deixando clara a sua falta de atenção.
Já na segunda, a mensagem é direcionada a Hagar, mas o outro interlocutor, 
Eddie Sortudo, é quem responde ao questionamento de Helga, mesmo não sendo 
ele o destinatário.
A partir dos exemplos, você pode verificar que a compreensão da mensagem e, 
consequentemente, o sucesso do processo comunicativo requer a participação 
ativa e colaborativa entre emissor e receptor.
Escutatória - Rubem Alves
Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. 
Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em 
oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar 
é complicado e sutil. Faz muito tempo, nunca me esqueci. Eu ia de ônibus. Atrás duas 
mulheres conversavam. Uma dela contava do marido hospitalizado, dos médicos, 
dos exames complicados, das injeções na veia – a enfermeira nunca acertava – dos 
vômitos e das urinas. Era um relato comovente de dor. Até que o relato chegou ao 
fim esperando, evidentemente, o aplauso, admiração, uma palavra de acolhimento na 
alma da outra que, supostamente, ouvia. Mas o que a sofredora ouviu foi o seguinte: 
“Mas isso não é nada…” A segunda iniciou, então, uma história de sofrimentos 
incomparavelmente mais terríveis e dignos de uma ópera que os sofrimentos da 
primeira. Daí a dificuldade: a gente não aguenta ouvir o que o outro diz sem logo dar 
um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. 
Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse 
ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. No fundo 
somos todos iguais às duas mulheres do ônibus.
Fonte: http://gg.gg/cvlhb. (adaptado)
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca24
1.7 Adequação da Linguagem à 
Situação Comunicativa
Cada situação comunicativa, oral ou escrita, apresenta uma intenção. 
Não há comunicação sem objetivo: até mesmo por trás das famosas conversas 
de elevador há um propósito, ainda que este seja espantar o tédio ou evitar 
um silêncio constrangedor. Essa intenção, esse propósito, é mais facilmente 
atendido quando o emissor se vale da linguagem adequada ao interlocutor com 
quem está em contato. O emissor deve sempre acolher o receptor, jamais afastá-
lo, por isso conhecer o seu público e prever a qual tipo de linguagem ele é mais 
suscetível é o recomendado.
A língua é como a roupa, cada situação requer uma escolha. Imagine que você 
está em um ambiente que exige um traje específico, como uma solenidade 
de formatura, em que se espera que os formandos e os professores estejam 
usando togas. A linguagem, nesse ambiente, também tenderá a ser mais formal. 
Da mesma forma, em um ambiente informal, como um churrasco entre amigos, 
imagina-se que as vestimentas sejam confortáveis e descontraídas e que a 
linguagem também o seja.
Você consegue compreender essa relação proposta entre linguagem e roupa? 
Procure responder à questão abaixo:
Vamos supor que você recebeu de um amigo de infância e seu colega de escola um 
pedido, por escrito, nos seguintes termos:
“Venho mui respeitosamente solicitar-lhe o empréstimo de seu livro de 
Redação para Concurso, para fins de consulta escolar.”
Essa solicitação em tudo se assemelha à atitude de uma pessoa que:
a) comparece a um evento solene vestindo smoking completo e cartola.
b) vai a um piquenique engravatado, vestindo terno completo, calçando sapatos de 
verniz.
c) vai a uma cerimônia de posse usando um terno completo e calçando botas.
d) frequenta um estádio de futebol usando sandálias de couro e bermudas de 
algodão.
e) veste terno completo e usa gravata para proferir uma conferência internacional.
O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 25
Antes de revelarmos a resposta correta, vamos compreender o contexto: você 
recebeu um bilhete (meio de comunicação escrito, mas de caráter informal) de 
um colega de escola, de quem espera-se informalidade, mas escrito em uma 
linguagem extremamente erudita, formal. Percebe que há um equívoco nessa 
escolha?
Então, se você respondeu a letra B, acertou! Um piquenique é uma situação 
informal, que requer, portanto, uma roupa informal. Ninguém pensaria em 
vestir um terno completo e calçar sapatos de verniz, um traje, convenhamos, 
bastante formal, em uma situação de lazer. No caso exposto, o piquenique é a 
situação, o meio de comunicação; já a roupa é a linguagem.
A adequação da linguagem à situação comunicativa requer investimento em 
repertório (vale a insistência nisso por ser de extrema relevância). Quanto mais 
possibilidades comunicativas você tiver, maiores serão as chances de que você 
consiga sucesso em sua comunicação. Um bom comunicador não é somente 
aquele que se vale do uso formal da língua, mas aquele que conhece as suas 
variações e é capaz de conversar com os mais diferentes públicos.
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca26
1.8 Comunicação e Gêneros Textuais
Até agora falamos sobre a comunicação em situações genéricas para explicar 
os vários elementos que fazem parte do processo comunicativo. Mas como é 
que, de fato, nos comunicamos? Conforme Marcuschi (2008), a comunicação 
humana acontece sempre por meio de textos, dos mais variados gêneros, que 
vamos utilizando a cada situação, formal ou informal, com que nos deparamos. 
Assim, de maneira bem simples, texto é toda e qualquer expressão comunicativa 
resultante de uma interação entre emissor e receptor. Um texto pode ser verbal 
(um romance, uma crônica etc.), visual (um quadro, uma escultura etc.) ou verbo-
visual (um filme, uma propaganda etc.). Nesse sentido, ao visitar um museu, 
por exemplo, você é levado a fazer uma “leitura” das obras (textos visuais ou 
verbo-visuais), deslocando-se para diferentes épocas e espaços,compreendendo 
criações humanas que expressam ideologias de hoje ou de outros tempos. 
O mesmo acontece quando você lê um romance ou vê um filme, que podem ser 
atuais ou se reportarem a épocas com costumes e concepções diferentes das 
suas. A relação com essas realidades distintas é muito importante, pois permite 
que você busque elementos para compreender a evolução e a realidade humana.
Os textos se organizam em gêneros, tipos e domínios textuais. O objetivo do 
estudo dos gêneros é que você compreenda que a comunicação se efetiva por 
meio de diferentes textos, cada qual com um objetivo comunicacional específico.
1.8.1 Gênero, Tipo e Domínio Textuais
Ao longo da sua vida, você já leu uma série de textos, certo? Mesmo aqueles 
que assumem não gostar de ler têm alguma experiência leitora. Alguns textos 
são mais corriqueiros, como o romance, a música, o e-mail. Considerando esses 
exemplos que citamos, você percebe que há diferença de formato entre eles? 
E quanto ao objetivo comunicacional, é possível dizer que cada um deles tem 
uma finalidade própria?
De acordo com Marcuschi (2008, p. 154), os gêneros textuais explicam o 
funcionamento da sociedade, uma vez que “toda a manifestação verbal se dá 
sempre por meio de textos realizados em algum gênero”. Nessa perspectiva, 
é possível dizer que a linguagem organiza nossas práticas sociais cotidianas, 
nossas formas de vida e nossas relações.
No contexto dos gêneros, é importante que você entenda a diferença entre 
gênero textual, tipo textual e domínio textual. O conceito de gênero textual 
O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 27
contempla os diversos textos, escritos ou orais, que você encontra no dia 
a dia, como por exemplo o e-mail, o artigo, o resumo, o cartaz publicitário, 
o romance, a palestra etc. Cada um desses textos apresenta uma estrutura 
própria, relativamente estável, o que permite visualizar mais facilmente as suas 
características. Os gêneros são tão numerosos quanto os eventos comunicativos 
em que o ser humano se envolve. De acordo com Guimarães (2011), os gêneros 
são relativamente estáveis porque os textos que correspondem a cada gênero 
possuem algumas características comuns, conforme apresenta a Figura 1.10:
Figura 1.10 – Características dos Gêneros Textuais.
Fonte: Adaptado de Guimarães (2011).
Quanto aos tipos textuais, você não pode confundi-los com os gêneros, 
já que são categorias ligadas à natureza linguística da composição (aspectos 
lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas, estilo), ou seja, à maneira 
de construir o texto. Marcuschi (2008) os define como modos textuais e os 
classifica em narração, argumentação, exposição, descrição, injunção. 
Um gênero pode ser formado por mais de um tipo textual. De acordo com Koch 
e Elias (2008, p. 120), “a presença de vários tipos textuais em um gênero é 
denominada de heterogeneidade tipológica”. Mais adiante você verá um exemplo 
dessa ocorrência.
Por fim, o domínio textual diz respeito a uma “esfera da atividade humana”, 
evidenciando as instâncias discursivas em que determinado gênero circula. 
Objetivo Intenção do gênero: carta comercial → negócio I propaganda → vender
Tema Assunto do gênero: propaganda→ mostrar vantagens de um item I carta → falar de assuntos pessoais
Estrutura
Estrutura característica do gênero: texto argumentativo
→ introdução, desenvolvimento e conclusão I propaganda 
→associação de texto verbal e não verbal
Linguagem Linguagem adequada ao gênero: conversa → informal I palestra acadêmica → formal
Esfera de
Circulação
Área típica de circulação do gênero: oração/canção →
típicos da esfera religiosa I editorial/artigo de opinião
→ típicos da esfera jornalística
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca28
Nesse sentido, existem gêneros próprios do discurso jurídico, como por exemplo 
leis, contratos e editais, ou do discurso jornalístico, como editoriais, notícias e 
artigos de opinião. Alguns gêneros podem circular em mais de um domínio ou 
esfera, como, por exemplo, as leis, que são textos corriqueiros nos domínios 
jurídico e político.
O Infográfico da Figura 1.11 mostra os principais gêneros textuais, classificados 
nos respectivos domínios discursivos. A listagem não é definitiva, visto que outros 
gêneros e domínios podem ser acrescentados, tendo em vista a dinamicidade das 
atividades que envolvem a vida humana. Perceba que no Infográfico os gêneros 
estão segmentados em escritos e orais.
O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 29
Figura 1.11 – Gêneros Textuais e Domínios Discursivos.
Fonte: Adaptado de Marcuschi (2008).
GÊNEROS TEXTUAIS
Instrucional
Jornalístico
Religioso
Saúde
Comercial
Industrial
Jurídico
Publicitário
Lazer
Interpessoal
Militar
Ficcional
Político
Artístico/Cultural
Esportivo
LEGENDA:
Artigos Científicos, verbetes de 
enciclopédia, relatórios, diários 
de campo, resumos, resenhas, teses/
dissertações, manuais de ensino, 
curriculum vitae, atas de reunião, 
provas, biografias, memoriais
 Editoriais, notícias, reportagens, artigos 
de opinião, histórias em quadrinhos, 
cartas do leitor, classificados, crônicas, 
boletim do tempo, resumo de filme,
 programação semanal, capa de revista, 
agenda de viagem
Entrevistas (TV e rádio), 
notícias (TV e rádio), programa 
de rádio, boletim do tempo, 
reportagens ao vivo
 Conferências, debates, 
exposições, aulas, 
entrevistas, arguição, 
seminário/colóquio
Sermões, confissões, 
cantorias, orações, homilias
Orações, catecismo, canções 
religiosas, bulas papais, encíclicas
Consulta, 
entrevista médica, 
conselho médico
Receita médica, 
bula de remédio, parecer 
médico, receitas culinárias
Publicidade de feira, 
rádio e TV
Rótulos, nota de compra/venda, 
publicidade, carta comercial, 
memorando, carta de representação, 
certificado de garantia, atestado de 
qualidade, balanço comercial
Ordens
Instruções de montagem, descrição 
de obras, código de obras, avisos, 
controle de estoque, atestado de 
validade, manuais de instrução
Depoimentos, declarações, 
inquérito judicial/policial, 
ordem de prisão
Contratos, leis, regimentos e 
estatutos, certidões, atestados, 
certificados, diplomas, boletim de 
ocorrência, editais, alvarás
Publicidade de rádio e TV
Propagandas, publicidades, 
anúncios, cartazes, folhetos,
 outdoors, placas, inscrições em 
muros
Fofocas, piadas, adivinhas, 
teatro
Piadas, jogos, adivinhas, 
história em quadrinhos,
 palavras cruzadas, horóscopo
Recados, conversações 
espontâneas, telefonemas, 
bate-papo virtual, avisos, 
ameaças
Cartas pessoais, cartão de visita, 
e-mail, bilhetes, telegramas, convites, 
diário pessoal, lista de compras, auto-
biografias, diários, relatos de viagem, 
blogs
Ordem do dia
Ordem do dia, roteiro de 
cerimônia oficial, roteiro de
 formatura, lista de tarefas
Fábulas, contos, 
lendas, teatros
Épico/lírico/dramático, poemas, 
contos, fábulas, histórias em 
quadrinhos, romances
Discurso, debatePanfleto, santinho, plano
 de governo, leis
Palestras, eventos culturais
Letra de música, painel de museu, 
roteiro de teatro, roteiro de viagem, 
romance, quadro, obra de arte, 
roteiro de evento
Narração de jogos, 
programas esportivos de 
TV e rádio, entrevistas
Roteiro de eventos esportivos
Escritos Orais
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca30
Como você pode perceber, os gêneros permeiam todas as atividades humanas, e 
isso significa que a comunicação, tanto escrita quanto oral, sempre se efetiva por 
meio de um gênero. Para que você compreenda bem a diferença entre gênero, 
tipo e domínio, apresentamos um exemplo de gênero com suas respectivas 
classificações.
Figura 1.12 – Gênero reportagem | Domínio discursivo jornalístico | Os emojis são a linguagem 
universal?.
Fonte: Adaptado de Revista Galileu, abr 2015.
 GÊNERO REPORTAGEM I DOMÍNIO DISCURSIVO JORNALÍSTICO I
OS EMOJIS SÃO A LINGUAGEM UNIVERSAL?
Giovanna Rossin I Revista Galileu I Abr 2015 
Seteanos depois de darem as caras (literalmente) no teclado dos 
smartphones ocidentais, eles são considerados uma espécie de 
idioma universal pela Geração Z. Seria o emoji um esperanto que 
deu certo?
Em janeiro, o julgamento de Ross Ulbrich mal tinha começado na
corte de Nova York quando foi interrompido pela defesa. Uma 
informação tinha sido omitida e precisava ser levada em conta pelo júri: um emoji. 
“É parte da prova do documento”, concordou a juíza responsável. Ulbricht, acusado de 
comandar o mercado negro online Silk Road, tinha postado em um chat uma mensagem 
seguida de um emoji sorridente, que foi ignorado na transcrição oficial do texto. Pouco 
tempo depois, o jovem Osiris Aristy foi preso por ser uma “ameaça terrorista”. Seu crime? 
Escrever mensagens de repúdio a policiais acompanhadas de emojis. Os dois casos 
provocam reflexão sobre até que ponto os emojis são uma ferramenta legítima de 
comunicação no mundo real. Mesmo a tradicional Biblioteca do Congresso 
(Washington) incluiu em seu acervo em 2013 o primeiro livro escrito em emoji – Emoji 
Dick, uma tradução do clássico Moby Dick, de 1851. “Achei que seria um ótimo 
desafio”, diz o autor, Fred Benenson, sobre o curioso projeto coletivo realizado 
online. Benenson, que se autointitula um aficionado do emoji, reuniu 800 pessoas para 
traduzir as cerca de 10 mil frases de Moby Dick. O processo levou um ano e meio.
A PALAVRA ESCRITA MAIS POPULAR DE
2014 NÃO FOI UMA PALAVRA, MAS SIM
O EMOJI DE CORAÇÃO VERMELHO
MEIO UNIVERSAL
Criado no Japão no final dos anos 1990, o emoji – palavra japonesa formada por e 
(“figura”, picture), mo (“escrita”, writing) e ji (“sinal”, character) – começou a se 
popularizar na cultura ocidental por volta de 2009 [...]. Tanto a linguagem já foi 
incorporada por usuários do mundo todo que a palavra escrita mais popular de 2014 
não foi uma palavra, mas sim o emoji de coração vermelho. Para elaborar a lista, a 
Global Language Monitor analisou blogs, redes sociais e 275 mil mídias de notícias no 
mundo todo, e pela primeira vez ela foi liderada por um símbolo. “Os emoji produzem 
sentido nas práticas discursivas no meio digital e são capazes de tornar a 
interação virtual mais afetiva e dinâmica, propiciando rapidez nas trocas de 
informações”, dizem as especialistas em ciências da linguagem Renata Fonte e 
Roberta Caiado.
Como pictogramas, os emojis são usados para transmitir emoções, substituir um objeto 
ou sugerir ideias abstratas construídas de acordo com o contexto social e cultural. Mas, 
apesar do sucesso entre os usuários de smartphones, especialmente os da geração 
Z (nascidos a partir de 1990), Renata e Roberta não acreditam nos emojis como 
uma linguagem: “Eles podem substituir, complementar ou enfatizar o texto 
escrito, e ainda representar a gestualidade corporal e facial presente nas 
interações face a face, mas não vemos nenhum potencial no emoji para tornar-se 
um idioma, muito menos universal”. [...]. “Mas a linguagem está em constante 
evolução, [...] e não é difícil imaginar uma gramática emoji em desenvolvimento”.
sequência 
narrativa
LEGENDA TEXTO
sequência 
argumentativa
sequência 
expositiva
O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 31
O texto que você acabou de ler pertence ao gênero reportagem e se refere ao 
domínio discursivo jornalístico. O gênero em questão é constituído por vários 
tipos textuais, a saber, narrativo, expositivo e argumentativo, dispostos de forma 
intercalada. Também é interessante que você observe as características formais 
do gênero reportagem evidenciadas no exemplo:
a. interação entre linguagem verbal e não verbal (entre imagens e texto);
b. manchete, em destaque, que apresenta uma espécie de resumo da 
reportagem; no caso do exemplo, a manchete apresenta uma pergunta, 
que deverá ser respondida ao longo do texto (Seria o emoji um esperanto 
que deu certo?);
c. segmentação do texto em etapas, com presença de subtítulo;
d. repetição de parte importante do texto, destacada em fonte maior para 
chamar atenção do leitor;
e. entrevistas com especialistas da área noticiada;
f. abordagem de temática atual e relevante, de interesse público, com o 
objetivo de informar o leitor;
g. uso de pergunta norteadora e argumentos com o objetivo de munir o leitor 
para que este possa se posicionar frente à temática discutida.
Ao longo das próximas Unidades, você visualizará muitos exemplos de gêneros 
e poderá conhecer a estrutura característica de diferentes textos.
Você sabe o que é Esperanto, termo que está na manchete da reportagem? 
Esperanto é uma língua artificial, criada em 1887 pelo polonês Ludovico 
Zamenhof, com o objetivo de ser uma língua universal. Ludovico morava 
em uma cidade em que viviam muitas comunidades linguísticas distintas 
e quis criar uma língua que pertencesse igualmente a todos os homens. 
O Esperanto possui gramática simples e regular, e utiliza raízes de línguas 
europeias, latinas e gregas. (HOUAISS, 2009). Para saber mais, acesse o 
site: http://gg.gg/cvljp.
GLOSSÁRIO
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM | Ângela Kroetz dos Santos e Gilberto Fonseca32
SÍNTESE DA UNIDADE
Nesta unidade, você foi convidado a refletir sobre a origem da comunicação e 
sobre os elementos que constituem o processo comunicativo (emissor, receptor, 
mensagem, canal, código e contexto, além do feedback, responsável por tornar 
esse processo interacional). Você ainda foi apresentado ao conceito de ruído e 
pôde, a partir dos exemplos apresentados, problematizar as dificuldades que 
atrapalham a comunicação. Além disso, aprendeu as funções da linguagem 
(emotiva, apelativa, poética, fática, metalinguística e referencial) e compreendeu 
o papel do interlocutor e sua importância para que a comunicação, de fato, 
aconteça. Por meio dos exemplos propostos, refletiu sobre a relevância da 
adequação da situação comunicativa ao leitor e foi apresentado aos gêneros 
textuais, entendendo como funciona a articulação textual para a construção de 
sentidos.
O Processo da Comunicação | UNIDADE 1 33
REFERÊNCIAS
FIORIN, J. L.; SAVIOLI, F. P. Lições de Texto: leitura e redação. 5. ed. São Paulo: 
Ática, 2009.
GOULART, C. R.; BOTH, J. T. Interpretação e compreensão de textos. In: AIUB, T 
NIA. (Org). Português: práticas de leitura e escrita. Porto Alegre: Penso, 2015.
GOULART, C. R.; AIUB, T. O Texto e os fatores de textualidade. 
In: AIUB, T N. (Org). Português: práticas de leitura e escrita. Porto Alegre: 
Penso, 2015.
GUIMARÃES, T. C. Comunicação e Linguagem. São Paulo: Pearson, 2011.
HOUAISS, A. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 
2009.
KOCH, I. V.; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. 2. ed. 
São Paulo: Contexto, 2008.
MARCUSCHI, L. A. Produção Textual, análise de gêneros e compreensão. São 
Paulo: Parábola, 2008.
SCHARF, M. G. O ruído na comunicação afeta as relações humanas. Disponível 
em: http://gg.gg/cvlka. Acesso em: 18 de nov. 2018.
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	unidade 1
	O Processo da Comunicação
	Objetivo Geral 
	Objetivos Específicos 
	QUESTÕES CONTEXTUAIS
	1.1 Introdução
	1.2 Origem do Processo Comunicativo
	1.3 Os Elementos da Comunicação
	1.4 Ruído na Comunicação
	1.5 As Funções da Linguagem
	1.6 A Noção de Interlocutor
	1.7 Adequação da Linguagem à
Situação Comunicativa
	1.8 Comunicação e Gêneros Textuais
	1.8.1 Gênero, Tipo e Domínio Textuais
	Síntese da unidade
	Referências
	unidade 2
	Da Leitura à Compreensão Textual
	Objetivo Geral 
	Objetivos Específicos 
	QUESTÕES CONTEXTUAIS
	2.1 Introdução
	2.2Leitura e suas Interfaces
	2.3 Leitura e Compreensão: o Papel do Leitor
	2.3.1 Estratégias de Leitura: Existe uma
Fórmula Eficaz?
	2.3.2 Estratégias de Leitura: Aplicação
	2.4 Esquemas de Leitura
	2.5 Interpretação e Intertextualidades
	2.6 Interpretação de Textos Não Verbais
	2.7 Interpretação de Questões Modelo ENADE
	2.7.1 Questão Modelo ENADE 1
	2.7.2 Questão Modelo ENADE 2:
	Síntese da unidade
	Referências
	unidade 3
	A Articulação da Escrita
	Objetivo Geral 
	Objetivos Específicos 
	QUESTÕES CONTEXTUAIS
	3.1 Introdução
	3.2 A Escrita na Contemporaneidade
	3.3 Estruturas Básicas da Escrita:
Frase e Parágrafo
	3.4 Texto e Fatores de Textualidade
	3.4.1 A Coesão
	3.4.2 A Coerência
	3.5 Estrutura do Texto Argumentativo
	3.6 A Construção do Texto Argumentativo: Passo a Passo
	Síntese da unidade
	Referências
	unidade 4
	O Texto em Ação
	Objetivo Geral 
	Objetivos Específicos 
	QUESTÕES CONTEXTUAIS
	4.1 Introdução
	4.2 Gêneros Acadêmicos
	4.2.1 Resenha
	4.2.2 Resumo
	4.2.3 Ensaio
	4.2.4 Mapa Mental
	4.2.5 Seminário e Apresentação de Trabalho
	4.3 Dúvidas Gramaticais Recorrentes
	Síntese da unidade
	Referências

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