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1 AVALIAÇÃO DA CENA DO LOCAL DO CRIME 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 1. INTRODUÇÃO ................................................................................ 3 2. CONCEITO LOCAL DO CRIME ..................................................... 5 3. AVALIAÇÃO DO LOCAL DO CRIME ............................................. 7 3.1 Como é feita a perícia em locais de crime? ................................... 9 3.2 Principais orientações para a perícia em local de crime............ 10 3.3 Principais equipamentos utilizados pelos peritos no local de crime 11 4. CUSTÓDIA POLICIAL DO LOCAL DE CRIME............................. 12 5. LOCAL DE CRIME ....................................................................... 14 5.1 CLASSIFICAÇÃO DO LOCAL DE CRIME ................................... 16 5.1.1 Classificação quanto a localização ........................................ 16 5.1.2 Classificação quanto a preservação ...................................... 17 5.2 Idoneidade do local do crime ..................................................... 17 6. CROQUI DO LOCAL .................................................................... 18 7. PRESERVAÇÃO E ISOLAMENTO DO LOCAL DE CRIME ......... 19 7.2 A responsabilidade do primeiro policial ..................................... 20 7.3 Autoridade policial em local de crime ........................................... 23 8. PERÍCIA NO LOCAL DE CRIME .................................................. 24 8.1 Do levantamento pericial no local de crime .................................. 25 9. CONCLUSÃO ............................................................................... 28 REFERENCIAS ..................................................................................... 29 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 1. INTRODUÇÃO A partir do século XIX, a interpretação dos vestígios dos crimes passou a se traçar pelo rigor científico, sendo a medicina legal, a pioneira deste tipo de investigação, pois além de executar exames de integridade física do corpo humano, buscou estudar os instrumentos utilizados no crime, bem como outros elementos relacionados com a materialidade do fato penal. A primeira grande fonte das provas materiais ou objetivas é a constituída pelos locais de crime. Nessa primeira fonte de provas, podem ser encontrados elementos materiais úteis, para a constatação da existência de crimes, para a verificação de meios e modos e, também, para indicação de autoria (Cobra, 1987). No levantamento de local de crime contra pessoa, na coleta de vestígios efetuada pelos peritos criminais, há de se mencionar a importância da correta preservação desses vestígios, para que não se percam dados fundamentais que servirão de base para o trabalho dos médicos e odonto-legistas. As autoridades policiais, representadas pelos delegados, responsáveis que são pela preservação do local de crime, segundo o que determina o Código de Processo Penal vigente, que data de 1941, devem estar atentos para a importância desta atribuição no caso de um evento criminoso, facilitando o trabalho pericial. Por ser muito frágil e suas evidências de fáceis de alterações, esse local necessita de uma preservação apropriada, pois a integridade de seus elementos seja mantida a fim de alcançar a obtenção do resultado buscado e a devida preservação do local. O policial, ao isolar o local, garante a sua preservação, não permitindo nenhum acesso ao interior daquela área. Deve ainda sempre que possível, rememorar a sua movimentação na área do delito, a fim de informar aos peritos para que dispendam tempo analisando possíveis vestígios (ilusórios) deixados pelo policial levando à conclusão errônea por parte do perito. Quando ocorre um evento de natureza criminosa ou não, seja acidente ou proposital, neste local, encontraremos elementos materiais para resolução do 4 ocorrido. A interpretação correta desses acontecimentos fará com que possamos entender esse ponto no espaço. O profissionalismo associado ao cuidado nas ações iniciais será um fator fundamental para a admissibilidade das evidências, tanto para fins judiciais como para eventuais investigações. Infelizmente, em nosso País, não há uma cultura que se importe com a sistemática do fato, prejudicando em sua grande maioria a devida apuração. O objetivo principal da preservação do local do crime é a inalteração do local, prestando suporte aos Peritos Criminais, mesmo que sejam profissionais “Ad hoc”. Ressalta-se que no local de crime serão examinados elementos físicos que configurarão as provas materiais para a tipificação do delito e a busca de sua autoria, sendo definidos como sendo, os vestígios que determinada ação criminosa deixa. Conforme o artigo 158 do Código de Processo Penal: Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. A perícia no local de crime trata-se de uma atividade processual penal transmitida em um laudo, diagnosticando o demarcador da causa jurídica. Por isso, devendo haver uma preservação rigorosa, a fim de resguardar todas as evidências, evitando ao máximo, alterações. Sendo assim, o cuidado e respeito à legalidade dos procedimentos necessários de inquérito e processuais, sendo metas do profissional, posto que as provas devam ser obtidas de modo lícito. A investigação criminal é um dos componentes de grande importância, na preservação do local do crime fica evidente, que o conjunto de procedimentos e de tarefas que são capazes de criar as condições necessárias para o esclarecimento do crime. Dessa forma, percebemos a importância dos procedimentos de isolamento e preservação do local de crime, para a ocorrência de um trabalho pericial que proporcione a máxima exatidão no que é relacionado com a análise 5 dos vestígios eliminando a possibilidade de conclusões conflitantes, pois na esfera superior, evidentemente que o resultado não seria revestido de imparcialidade. Sendo assim, a investigação da cena do crime deve ser realizada de forma sistemática, sequencial por pesquisadores treinados e qualificados, a fim de assegurar que todas as provas são identificadas, documentadas com precisão, e efetivamente recuperadas e preservadas, de modo a permitir ao laboratório ou ao perito realizar a análise das provas. 2. CONCEITO LOCAL DO CRIME O local de crime pode ser estabelecido, genericamente, como sendo uma área física onde ocorreu um fato, não esclarecido até então, que apresente características e/ou configurações de um delito. Tem-se, assim, que o local de crimecorresponde a toda área física ou geográfica, seja ela interna ou externa, onde se sucedeu acontecimento cuja ocorrência resultou na produção de vestígios, os quais, por sua natureza ou circunstâncias que o revestem, reclama a presença policial para seu fiel e cabal esclarecimento. Considerando a extensão territorial e os vestígios por ela espalhados, de acordo com o Caderno Temático de Referência do Ministério da Justiça "Investigação Criminal de Homicídios" (2014, p. 41/42), é possível estabelecer uma classificação dos locais de crime em: 1. Local imediato: aquele abrangido pelo corpo de delito e o seu entorno, sendo, em regra, onde está depositada a maioria dos vestígios materiais que servirão de base para as atividades periciais que subsidiarão o esclarecimento do delito; 6 2. Local mediato: é a área adjacente, espacialmente próxima, ao local imediata e a ele geograficamente ligada, passível de conter vestígios relacionados com o crime e que também serão foco da atividade pericial; 3. Local relacionado: qualquer local que possa conter vestígios relacionados ao crime, mas que não guarde relação de continuidade espacial com os locais imediato e mediato. Deste modo, deve-se abandonar a ideia corriqueira de que o local de crime constitui apenas a região onde constatou-se o fato, devendo ser ampliada para todo e qualquer local onde existam vestígios relacionados com o evento, procedendo à salvaguarda da totalidade de vestígios do crime. É notório que o local do crime equivale ao prelúdio fundamental de qualquer investigação criminal, não sendo aceitável qualquer procedimento investigatório que prescinda do prévio comparecimento ao sítio dos fatos. De acordo com o “Guide for law enforcement” (2000, p.13) do Federal Bureau of Investigation (FBI), os investigadores devem abordar a investigação da cena do crime como se fosse a única oportunidade de preservar e recuperar essas pistas físicas, considerando outras informações de caso ou declarações de testemunhas ou suspeitos cuidadosamente em sua avaliação objetiva da cena. Tendo em vista que, as investigações podem mudar de curso na medida em que pistas físicas, inicialmente consideradas irrelevantes, podem tornar-se cruciais para uma resolução bem-sucedida do caso. Sendo assim, a investigação de local é o ponto de encontro entre a ciência, a lógica e a lei, cujo o transcurso temporal é o maior inimigo, pois o tempo institui regência no meio social e em matéria penal é fulcral na estrutura da “persecutio criminis”. Na medida em que tanto cria como mata o direito, ou seja, o avançar do tempo simboliza o escape da realidade e a perda da pretensão punitiva estatal, diante do desaparecimento dos efeitos do crime para a sociedade. 7 3. AVALIAÇÃO DO LOCAL DO CRIME Ao chegar ao local do crime, existem certas etapas que tem de ser realizados com rapidez e competência, de forma a termos o controle da cena do crime, que passo a citar: - hora dos registos, data e condições climatéricas; a data, hora e as condições climatéricas no local do crime devem ser observadas por investigadores imediatamente após a chegada. Estes detalhes aparentemente pequenos podem tornar-se importantes semanas ou meses mais tarde, quando álibis de potenciais suspeitos são verificados e quando forem depor em tribunal. As condições climatéricas podem contribuir para a causa ou efeito do incidente, e estas possibilidades tem de ser analisadas. 8 - realizar uma observação inicial da cena do crime (natureza da cena; suspeitos, vítimas e testemunhas; polícia ou outras entidades). Várias avaliações da cena devem ser realizadas por diferentes peritos à chegada ao local, de modo a avaliar o perigo, cena, controlar os indivíduos no local, e a coordenação de responsabilidades. - localizar autoridade policial ou testemunha mais relevante Localizar a autoridade policial é urgente de modo a evitar interferências na segurança e investigação da cena do crime e desta forma colocar barreiras físicas no local cena de forma a permitir aos profissionais de saúde e investigadores realizarem a sua avaliação. (standing bear, 1999). Após termos reunido todas as condições e elementos mencionados anteriormente seria lógico prosseguir a nossa investigação, mas assim teríamos deixado alguns detalhes fundamentais para a nossa pesquisa por explorar. Antes de fazermos uma abordagem física devemos ter alguns aspectos em conta. Temos de realizar entrevistas preliminares, tirarmos fotografias da cena no global, determinar o método de pesquisa. Existem sete tipos de método de pesquisa (standing bear, 1999): - método em linha ou faixa usada em áreas extensas e no exterior; - método em grelha usa uma pesquisa dupla; é eficaz, mas demorado; - método em dupla grelha é uma pesquisa linear dupla em ângulos de 90 graus, é usado em cenas de crime ao ar livre onde a vegetação pode dificultar a visão; - método em espiral usada em cenas de crime ao ar livre e sem barreiras físicas. - método por zona usada em cenas de crime no interior de habitações, em áreas ou zonas bem definidas; 9 - método de ligação baseado na teoria da ligação, não é mais usado pelos pesquisadores experientes, devido à sua falta de uma abordagem sistemática para a cena, um indicio leva a outro é experimental, lógico pode ser usado no meio interior e exterior; - método de roda ou raio usado em situações especiais, aplicação é limitada e é mais usado em cenas de crime pequenas e circulares. Resumindo é tão importante a descoberta, como a recuperação e preservação de evidências físicas da cena do crime. É necessário abordar e processar a cena de uma forma sequencial para não se perder ou danificar elementos chave. Embora não seja da responsabilidade direta dos profissionais de saúde, são habitualmente estes a chegar primeiro ao local (cena do crime) por isso tem responsabilidade de manter a cena do crime integra e segura assim como de antecipar necessidades dos diferentes investigadores. Só se consegue uma boa avaliação da cena do crime se existir um trabalho em equipe coordenado. 3.1 Como é feita a perícia em locais de crime? A perícia em locais de crime deve ser minuciosa e seguir os seguintes procedimentos: 1. Isolar e preservar o local de crime; 2. Avaliar se o local de crime está devidamente isolado e preservado; 3. Observar minunciosamente o local do crime antes de entrar no espaço; 4. Reunir com a equipe de peritos para analisarem e definirem a melhor forma de iniciar o processamento do local. No local do crime deve haver no mínimo dois peritos para executar o trabalho; 10 5. Escolher o método de busca de vestígios: linha, linha cruzada, espiral ou quadrante. 6. Marcar os vestígios encontrados; 7. Anotar, registrar e documentar todos vestígios encontrados, por meio de: fotografia, descrição narrativa (escrita, áudio ou vídeo), e croqui da cena; 8. Coletar os vestígios de acordo com as técnicas adequadas para preservar as características de cada item, seja ele biológico, físico ou químico; 9. Após a coleta, reunir com a equipe para checar se o trabalho realizado até então foi suficiente; 10. Encaminhar o material coletado para análise pericial em laboratório de criminalística; 11. Lembrar de cumprir a cadeia de custódia; 12. Liberar o local. 3.2 Principais orientações para a perícia em local de crime Ter cautela; Registrar todos os vestígios antes da coleta e constatações; Analisar criticamente se os vestígios são vulneráveis à degradação; Utilizar materiais adequados para coletar os vestígios; Embalar e transportar os vestígios adequadamente; A cadeia de custódia tem uma relevância fundamental na perícia em locais de crime, visto que, a documentação cronológica dos vestígiospoderá ser utilizada como prova. 11 3.3 Principais equipamentos utilizados pelos peritos no local de crime Para realizar a perícia em locais de crime em ambiente físico, os peritos contam com uma maleta composta com os seguintes materiais e ferramentas: Cianoacrilato e pós diversos para revelação de impressões digitais, lâminas, fitas adesivas e outros materiais para a coleta de impressões digitais; Lanternas com diferentes comprimentos de onda para visualizar vestígios latentes (não visíveis a olho nú) Luminol e outros materiais para testes e identificação de sangue; Trena digital; Paquímetro; GPS; Embalagens para coleta e transporte de vestígios; Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) para cada tipo de ocorrência (luva, máscara, óculos, jaleco, etc.); Lupa; Pincéis, pinças, tesoura; Escalas; Marcadores de vestígios; Pranchetas e canetas; Reagentes para análise e identificação de entorpecentes; Materiais para suporte; 12 Máquina fotográfica; Notebook. 4. CUSTÓDIA POLICIAL DO LOCAL DE CRIME A preservação e isolamento correto e completo do local é fulcral para a investigação, pois é através do guarnecimento que se propiciam as condições necessárias para o levantamento eficaz e apto à obtenção de elementos probatórios. Sob este prisma procedimental é possível classificar os locais de crime como (STUMVOLL, 2014, p. 58): 1. Preservados, idôneos ou não violados – mantidos na integralidade e originalidade como foram deixados pelo agente, após a prática criminosa, até a chegada dos peritos criminais; 2. Não preservados, inidôneos ou violados – foram devassados após a prática da infração e antes do comparecimento pericial. Ante o disposto no Código de Processo Penal, a Autoridade Policial, tão logo tome conhecimento da ocorrência de suposta infração penal, deverá dirigir- se ao local, providenciando para que não sejam alterados o estado e conservação das coisas até a chegada da equipe pericial. Além disso, deverão ser apreendidos todos os objetos que tiverem relação com o fato, após estes serem liberados pelos peritos (vide arts. 6º, I, II e 169 do CPP). É importante salientar que a negativa de atuação por parte do corpo técnico-pericial ante a alterações de vestígios não poderá ser invocada, pois se houve a alteração de alguns elementos, outros tantos encontram-se presentes no sítio, cuja análise poderá ser, ainda, cabal para a compreensão da dinâmica dos fatos. 13 O isolamento é o ato de impossibilitar o acesso de pessoa não autorizada à área considerada cena do crime, para que seja garantida a preservação dos vestígios deixados pela ação delituosa. Deste modo, a preservação é uma consequência do isolamento. No tocante à cadeia de custódia de vestígios, e os procedimentos nela envolvidos, a Secretaria Nacional de Segurança Pública editou a Portaria n.º 82 em 16 de julho de 2014, por meio da qual estabeleceu diretrizes de atuação, tendo em vista sua fundamental função para a garantia da idoneidade e a rastreabilidade dos vestígios, com vistas a preservar a confiabilidade e a transparência da produção da prova pericial até a conclusão do processo judicial. De acordo com a Portaria em questão, a cadeia de custódia é o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. O seu início se dá com a preservação do local de crime e/ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio e compreende o rastreamento do vestígio nas etapas externas e internas. Em relação à fase externa, esta compreende todos os passos entre a preservação do local de crime ou apreensões dos elementos de prova e a chegada do vestígio ao órgão pericial encarregado de processá-lo, compreendendo a preservação do local de crime, bem como a busca, reconhecimento, fixação, coleta, acondicionamento, transporte e recebimento do vestígio. No que tange a fase interna, depreende todas as etapas entre a entrada do vestígio no órgão pericial até sua devolução juntamente com o laudo pericial, ao órgão requisitante da perícia, ou seja, a recepção, conferência, classificação, guarda e/ou distribuição do vestígio, análise pericial propriamente dita, guarda e devolução do vestígio de prova, guarda de vestígios para contra perícia e, por fim, o registro da cadeia de custódia. 14 5. LOCAL DE CRIME O local de crime compõe-se em uma investigação essencial na Criminalística atual. Preservá-lo constitui garantir a sua integridade para a relação de operações para obtenção de vestígios que esclarecerão e auxiliarão no esclarecimento dos movimentos e as forças que provocam os fatos. Há de se ter harmonia entre os órgãos de segurança pública para garantir o sucesso da perícia. Esta sequência de trabalhos a serem executados, envolvem situações rotineiras, mas de importância significante para a investigação. Cada local de crime tem suas peculiaridades, qualquer lugar pode ser local de ato criminoso. Cada ambiente é único e exige do profissional pericial uma série de cuidados na sua preparação e na organização de suas funções buscando alcançar a veracidade dos fatos. Durante o decorrer do exame pericial, os requisitos podem mudar conforme novos indícios sejam reconhecidos e o Perito Criminal terá que se adaptar ao novo cenário. Acerca do isolamento, Dorea (2010, p.60). O isolamento daquela área será mantido por quanto tempo se mostre necessário, ficando a Polícia com a posse das chaves que fecham os meios de acesso. Sempre que se julgue indispensável, esses meios de acesso (portas, janelas, etc.) serão lacrados. Impede-se dessa forma que detalhes que necessitem ser examinados mais acuradamente possam vir a ser alterados. Em relação à conservação do local, pode ser classificado como idôneo e inidôneo. Sendo o idôneo aquele que não sofreu alteração após o crime e inidôneo àquele que foi alterado. O isolamento, segundo Ludwing (1995, p 32): Isso significa que, para preservar os vestígios da infração, o local deve ser isolado, isto é, separado da interferência de pessoas não-credenciadas, de animais e de fenômenos naturais. É uma medida muito importante, pois a autoridade encarregada das 15 investigações, e os técnicos por ela requisitados, precisam do local tal como foi deixado após a ocorrência delituosa. Caso contrário, terá que ser declarado inidôneo o local, embora não seja motivo para o não exame. Conforme, dispõe o artigo 6º, do CP, que: considera-se praticado o crime no momento da ação, ou da omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Assim dispõe o artigo 70, do CPP: A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. O Código Penal considera como local onde praticada a infração penal, o lugar onde tenha o agente praticado o crime e o onde resultado se produziu ou deveria ter se produzido. Já o Código de Processo Penal diz que o local do crime será o da consumação, ou do último ato praticado quando tratar-se de crime tentado. Com essa confusão na interpretação para se identificar o local do crime devemos antes de tudo analisar três teorias, a fim de obtermos clareza sobre a matéria. 1ª Teoria da Ação – lugar do crime é aquele em que a ação foi praticada (ou omissão); 2ª Teoria do Resultado – tanto importa o local da eficácia da conduta e sim, o lugar onde foi gerado o resultado; 3ª Teoria Mista – também chamada de teoria da Ubiquidade, esta teoria mescla a teoria da ação e do resultado e é a mais usada na área criminal, nos dias atuais. A preservação do local decrime mediante seu isolamento e demais cuidados com os vestígios é uma garantia de que o Perito encontrará a cena do crime condizente com o que ocorreu de fato, devido à ação do infrator, assim, como pela vítima, tendo com isso, a possibilidade de analisar todos os vestígios seguramente. 16 Para que não seja prejudicado o inquérito policial, a preservação do local e vestígios por lá encontrados, deixados de maneira delituosa devem ser preservados para que não ocorra a alteração e não podem de lá ser retirados sem o profissional responsável, pois assim estará sendo corretamente coletados e desta forma garantindo a realização de justiça. 5.1 CLASSIFICAÇÃO DO LOCAL DE CRIME A doutrina majoritária aponta para uma classificação do local do crime conforme o ambiente da ação criminosa podendo ser interna ou externa, sendo mediata ou imediata, locais relacionados, idôneos ou preservados, inidôneos ou violados, contudo, não é unânime tal classificação. 5.1.1 Classificação quanto a localização Internos ou fechados: são caracterizados quando o fato ocorreu em um ambiente fechado, circunscrito por paredes ou outras formas de fechamento 17 como residências, fábricas, interiores de veículos, prédios, dentre outros, que também divide em: Área Mediata Aberta: são consideradas as vias de acesso ao ambiente onde ocorre o fato delituoso, como corredores, os ambientes ao redor do cômodo, os jardins e demais áreas vizinhas; Área Imediata Interna: consiste no espaço físico onde ocorreu o fato delituoso, como um quarto ou um cômodo qualquer. 5.1.2 Classificação quanto a preservação Preservados, Idôneos ou não violados: são aqueles em que os locais de crime são mantidos nas condições originais que foram deixados pelo seu autor envolvido, sem alteração do estado das coisas, após a prática da infração penal até a chegada dos peritos. Não Preservados, Inidôneos ou Não violados: são aqueles em que, após a prática de uma infração penal e antes da chegada e assunção dos peritos no local, apresentam-se alterados, quer nas posições originais dos vestígios, quer na subtração ou acréscimos destes, modificado de qualquer forma o estado das coisas. 5.2 Idoneidade do local do crime Local de crime idôneo seria aquele que estaria completamente intocável, preservado os seus vestígios e mantidas todas as condições deixadas pelos agentes do delito (vítimas e agressor). 18 6. CROQUI DO LOCAL O croqui do local do crime tem como essência da visualização do fato ocorrido, abaixo temos um exemplo, o croqui, quando acompanhado ao laudo pericial dá uma visão ampla àqueles que se utilizem do conjunto probatório para entender o que ocorreu no local, especialmente em acidentes de trânsito. Conforme figura. Nesta figura constata-se uma colisão entre um veículo automotor e uma motocicleta com vítima fatal, expõe a direção e como ocorreu o fato, assim como foi encontrado o local do fato no momento que a perícia chegou. Existem três etapas para o levantamento do local de acidente de trânsito: 1. O exame do local propriamente dito; 2. O levantamento fotográfico; 3. O croqui do local; Nessas etapas recomenda-se que o trabalho pericial se inicie pelo levantamento fotográfico, visto que, para a sua realização, necessitará de a maior observação, em relação a todos os ângulos. Assim efetivando o relatório final do Perito Criminal. 19 Para se definir o local do crime, deve-se analisar o fato concreto e seus institutos, mesmo sendo quase que tênue a diferença entre ambos, contudo vale dizer, que o local do crime abrange muito mais do que uma área exposta. O croqui do local dos fatos será de suma importância na visão do magistrado quando houver a necessidade de acolhimento do laudo pericial. 7. PRESERVAÇÃO E ISOLAMENTO DO LOCAL DE CRIME O processo bem-sucedido de um caso pode depender do estado da evidência física no momento em que são coletadas. A proteção da cena começa com a chegada do primeiro oficial de polícia na cena do crime e termina quando a cena é liberada da custódia da polícia. Objetivando a preservação do local de crime é necessária à atenção especial aos vestígios encontrados cuidando para que não sejam destruídos nem alterados as posições e localizações dos mesmos. Porém para que seja realizada uma correta preservação desse local, é preciso que o mesmo seja isolado. Faz parte do procedimento de preservação do local de crime a vigilância por partes das autoridades policiais a fim de impedir a entrada de pessoas no local e impedir que as ações de agentes naturais, como a chuva alterem o local. A norma que rege o artigo 6º, incisos I, II e III, do Código de Processo Penal, que determina: Artigo 6º: I – se possível e conveniente, dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e conservação das coisas, enquanto necessário; I - dirigir-se ao local 20 II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; IV - ouvir o ofendido; V - ouvir o indiciado; VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; IX - averiguar a vida pregressa do indiciado; Um esforço deve ser feito para não modificar as provas, para que seja possível avaliar a situação. Particular atenção deve ser dada para o chão, uma vez que este é o depósito mais comum para a evidência e representa o maior potencial de contaminação. 7.2 A responsabilidade do primeiro policial Muitas vezes a chegada de pessoal adicional pode causar problemas na proteção da cena. Apenas aquelas pessoas responsáveis pela investigação imediata do crime devem estar presentes. Pessoas não essenciais nunca devem ser permitidas em uma cena de crime, garantido ao menos que possam acrescentar algo (que não seja contaminação) para a investigação da cena. Uma maneira de dissuadir as pessoas de entrar desnecessariamente é ter apenas uma entrada e saída na cena do local a ser periciado. A polícia militar tem papel fundamental na preservação e isolamento do local do crime, impedindo que as evidências sejam contaminadas ou introduzias no local fazendo que a eficácia na perícia criminal seja mais atuante e 21 discriminada evitando qualquer dano e também na forma importante no que tange chegar ao local do crime primeiramente. Se pessoas estranhas tiverem que entrar na cena, certifique de que sejam escoltados por alguém que está trabalhando na cena. Isso será necessário para que haja a possibilidade de que inadvertidamente destruam qualquer evidência de valor ou deixe qualquer evidência inútil. A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 144 trata da Segurança Pública, tem por fim, entre outros indicadores, demarcar a atuação dos órgãos policiais no exercício da função policial que é encargo do Estado. A responsabilidade primária pela Segurança Pública foi atribuída aos Estados e ao Distrito Federal. O Código de Processo Penal (CPP), em seu artigo 6º, que prevê a atribuição ao responsável pela investigação/inquérito. Esse tipo de entendimento está gerando atualmente uma grande divergência entre a polícia civil e militar, devido a Resolução SSP 57/15 PC/PM que dispõe sobre o atendimento e o registro de ocorrências e dá outras providências. Artigo 1º – Os policiais militares e civis de serviço terão atendimento preferencial em todas as ocorrências criminais apresentadas à Polícia Civil, devendo ainda ser observado: I – No acionamento de policial militar para comparecimento em hospitais, prontos socorros ou congêneres relacionados à entrada de vítimasde crimes diversos e, verificando não haver campo para ações da Polícia Militar ou pessoas a serem presas e não estando o ofendido com alta médica, deverá ser elaborado o BO/PM e informado à Polícia Civil; II – Em caso de flagrante delito, deverão ser adotadas posturas para a rápida liberação dos policiais militares, previamente lavrando-se as peças complementares que dependam de suas assinaturas, buscando a pronta liberação da guarnição após as suas oitivas e a entrega do recibo de preso; 22 III – Nas ocorrências de constatação de morte natural, ou seja, não havendo indícios da prática de crime, o policial militar deverá realizar o registro do BO/PM, comunicar o distrito policial com circunscrição local e retornar ao policiamento preventivo. Parágrafo único – Nas situações previstas nos incisos I e III deste artigo, o BO/PM será enviado ao órgão da Polícia Civil com atribuição para os atos de polícia judiciária, sem prejuízo da prévia comunicação do fato pelo COPOM para o CEPOL ou centro de comunicação equivalente. Artigo 2º – Nas ocorrências criminais de mera transmissão de dados, a Polícia Militar deverá tão somente elaborar BO/ PM, devendo encaminhar cópia ao órgão da Polícia Civil, com atribuição do local dos fatos. Parágrafo único – Nessas hipóteses, o policial militar notificará as pessoas envolvidas na ocorrência para que compareçam àquele órgão ou, por questões de segurança, prestará o apoio para que isso ocorra, devendo retornar, em ambos os casos, imediatamente ao policiamento preventivo. Esta resolução afeta diretamente o isolamento do local do crime, pois deixa em vão no atendimento da ocorrência, no sentido de custódia de evidências e no aguardo da Perícia até o local. 23 7.3 Autoridade policial em local de crime Para Rabello, (1996, p. 15): Foi, assim, na Polícia, inicialmente de participação inglória no setor da investigação criminal, onde, via de regra, apenas lhe eram atribuídas tarefas subalternas menos nobres, mas que havia, já, incorporado ao seu quadro funcional o médico-legista e resolvera, em definitivo, o problema da verificação e da prova da identidade física do criminoso, inclusive através dos vestígios materiais deixados, por este, no local do crime e (ou) em objetos vinculados à infração, que se processou, afinal, de fato, a evolução que culminou no reconhecimento atual da Criminalística como disciplina autônoma de caráter e finalidade eminentemente judiciários. A Teoria mista ou da ubiquidade é adotada pelo Código Penal brasileiro, de acordo com o art. 6º: “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.” Assim que o policial tiver ciência de todo o local a ser periciado, deverá seguir todo o procedimento na coleta de evidências e provas a fim de esclarecer a real situação poderá de imediato proceder a denúncia. Deverá ouvir a pessoa que sofreu a ofensa, salvo se vítima de homicídio, para que esclareça se souber por que foi praticada a infração criminal contra ele. Não constitui nulidade se a autoridade policial não atender a essa regra, mesmo porque o que consubstancia a infração penal é todo o conjunto de provas recolhidas durante as diligências investigativas e não só a palavra do ofendido. A palavra do ofendido sem outras provas que a sustentem quase ou nenhum valor tem. Para que a palavra do ofendido possa merecer crédito e dar suporte ao julgamento do juiz, deve ser corroborada por outras provas dignas de fé, como objetos e ou documentos periciados e testemunhos válidos. Deverão ser aceitas, com reservas, todas as confissões extrajudiciais, “extraídas” nas delegacias de polícia. O que condena ou absolve não é, à evidência, a confissão do acusado em qualquer das esferas (policial ou judicial), 24 mas sim, as provas coletadas contra ele. Portanto, a confissão espontânea ou não, se serventia tem, no conjunto probatório, esta não é necessária. A confissão espontânea serve apenas e tão-somente como atenuante na dosimetria da pena, embora muito pouco aplicada. Assim a confissão de autoria vale não pelo lugar em que é prestada, mas pela força de convencimento que possui. Por outro lado, nem mesmo o cumprimento em sua inteireza do inciso V, em que o respectivo termo deve ser assinado por duas testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura, em nosso entendimento valida a confissão. Entretanto a regra descumprida ocasiona nulidade que deve ser apontada por ocasião da defesa prévia. Se apontada e não observada pelo juiz, ocorrerá no andamento do processo a nulidade insanável pelo descumprimento do texto legal. Entretanto, há ocasiões em que, em virtude da ausência de Peritos oficiais, o art. 159, §1º deste código estabelece a realização do exame por duas pessoas, necessariamente portadoras de curso superior, de preferência que tenham habilitação técnica referente ao caso concreto. E conforme o seu §2º, os Peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, o que não ocorre com os oficiais, pois os mesmos prestam compromisso na investidura no cargo. 8. PERÍCIA NO LOCAL DE CRIME Ocorrendo o crime a perícia é acionada ao local, que automaticamente se apresenta no local já isolado, a equipe que se apresentar deverá de pronto verificar se há realmente o isolamento adequado, caso isso não corra deverá executar este procedimento. Após a devida preservação, serão coletados todos o tipos de evidências que podem ajudar na resolução de caso, dando a atenção a registro de coleta de evidências, poderá essa equipe em caso de morte no local fazer o exame perinecroscópico8 a fim de visualizar qualquer tipo de lesões no cadáver antes mesmo da autópsia. 25 Com o auxílio do fotógrafo pericial criminal o perito deverá indicar aonde será fotografadas as evidências e partes complementares do local, isso quando for necessário, pois assim no momento da confecção do laudo será de suma importância. A conclusão da perícia na fundamentação da decisão é relatada por Aranha (2007.p,193). A perícia é a lanterna que ilumina o caminho do juiz que, por não a ter quanto a um determinado fato, está na escuridão. A lente que corrige a visão deficiente pela falta de um conhecimento especial. 8.1 Do levantamento pericial no local de crime O crime de homicídio é um exemplo claro de aplicação deste dispositivo, haja vista que, regra geral, deixa, por exemplo, sangue e cadáver visíveis, aptos à produção da referida prova. Salienta-se que todas as provas devem ser submetidas ao contraditório, devendo também ser produzidas diante do juiz, na instrução. Todavia, em algumas ocasiões se faz necessário à imediata produção da prova pericial, antes do encerramento da fase de investigação, a fim de comprovar-se cabalmente a materialidade do delito e identificação de sua autoria. Em virtude disso, quando da realização das provas de natureza cautelar não será possível à participação da defesa, sob o entender do Professor Artulino Ludwig, quando se refere às providencias iniciais do perito em local de crime, diz: Antes de penetrar no local propriamente dito, seja ao ar livre, dentro de vegetação, residência, firma comercial ou caserna, deve-se fixar, fotograficamente e por escrito, as vizinhanças do mesmo; ainda, objetivar fotograficamente uma ou mais visitas gerais, amplas, que proporcionem uma boa ideia do local e de suas imediações às autoridades que irão utilizar-se do levantamento de ser inviabilizada a persecução penal [...] (LUDWIG. 1995, p 32). 26 Nesse sentido, quando da produção da prova pericial, o contraditório somente será realizado em juízo (artigo 155, caput do Código de Processo Penal Brasileiro), limitando-se ao exame acerca da idoneidade do profissional responsável pela perícia,e, também, das conclusões alcançadas, quando já perecido o material periciado. Em consequência disso, o objeto da prova, na maioria das vezes, será a qualidade técnica do laudo, e, especialmente, o cumprimento das normas legais a ele pertinentes, por exemplo, a exigência de motivação, de coerência, de atualidade e idoneidade dos métodos, dentre outros. O material pericial analisado será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, desde que, possa ser conservado de maneira correta e mantida sob a responsabilidade do órgão oficial, afim de que os assistentes tenham acesso a ele, podendo, dessa forma, elaborar os pareceres pertinentes (artigo 159, parágrafo 6º do Código de Processo Penal Brasileiro). Capez (2012, p, 292), ensina que: Existem infrações que não deixam vestígios, como nos crimes contra a honra praticados oralmente, no desacato etc. Mas, por outro lado, existem as infrações que deixam vestígios materiais como o homicídio, o estupro, a falsificação etc. Neste caso, é necessária a realização de um exame de corpo de delito, ou seja, a comprovação dos vestígios materiais deixados. O exame de corpo de delito é um auto em que os peritos descrevem suas observações e se destina a comprovar a existência do delito (CP, art. 13, Caput): o corpo de delito é o próprio crime em sua tipicidade. Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). As normas processuais que compreende o artigo 158 do CPP, relativas ao corpo de delito, estabelece como dever ser periciado. O Instituto de Criminalística e o Instituto Médico Legal agem de forma direta nestas perícias, pois tem grande importância probatória na expedição dos laudos, podendo pedir prorrogação nos casos mais complexos. 27 Geralmente as requisições periciais são solicitadas pela autoridade policial, logo no início do inquérito policial e devem ser seguir a forma do direito processual penal. Nucci (2010, p. 101) consolida: “ultrapassar o prazo legal e mesmo a prorrogação fixada pelo juiz, não constitui nulidade, mas mera irregularidade”. Para Santos (1996, p. 69): [...] ainda que, no caso de homicídio culposo, a necropsia poderá ser desobrigada, pois poderá ser contatado por lesões externas, sendo suficiente, portanto, apenas o exame externo do cadáver. Mas só será a necropsia completa no cadáver inteiro, interna e externamente. Segue Nucci (2010, p. 125): [...] a exumação é o ato de desenterrar o cadáver da sepultura com a devida autorização legal. Consiste sempre que houver dúvidas sobre a causa mortis, que anteriormente não havia. Ora, se houvesse qualquer tipo de dúvida, antes do enterro, não haveria motivo para enterrar sem a realização da perícia médica sobre o corpo, portanto, a exumação só existe porque a dúvida é posterior à inumação, que vem a ser o ato de enterrar ou sepultar [...] França (2011, p.12) explica que: Por mais avançado que esteja o estado de decomposição, sempre é possível num exame cuidadoso chegar-se a algumas evidências bem significativas. Ás vezes, mesmo tendo sido o corpo inumado há bastante tempo, seu estado de conservação é bom. Outras vezes, o processo transformativo já se encontra na fase de esqueletização. Existem outros artigos do CPP que diretamente estão relacionados com o tema. Exemplo os artigos 164 e 165, que se referem a provas auxiliares que ajudarão na perícia do médico legista e na solução do caso concreto. As fotos realizadas no local do crime, Isso ocorre porque, às vezes um corpo que é encontrado será de um crime, podendo ser morte natural ou outros fatores naturais. 28 9. CONCLUSÃO A idoneidade do local do crime, decorrente de sua correta preservação, é imprescindível à credibilidade das perícias realizadas. Através da aplicação de ciências forenses por profissionais qualificados- peritos criminais-, valendo-se da criminalística como ciência auxiliar, pode-se buscar esclarecimentos quanto a elucidação de crimes e sua autoria, que são as provas materiais. A perícia criminal é de suma importância, pois irá esclarecer o fato em si, por meio do competente laudo, no qual serão apresentadas todas as percepções do ato delituoso, levando em consideração toda e qualquer evidência, vestígios e demais elementos que possibilitem acrescentar informações que contribuam na resolução do ato criminoso. Vale concluir que a perícia criminal muito contribuirá no êxito da investigação criminal, contribuindo de forma objetiva e direta no caso concreto e nas decisões judiciais 29 REFERENCIAS BRASIL. DECRETO-LEI Nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. promulgada em 5 de outubro de 1988. BRASIL. Decreto-Lei 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, 31 dez. 1940. CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal, 11. Ed., Editora Saraiva. 2014. CAVALCANTI, Ascendino. Criminalística Básica. 3. ed. Sagra-Luzzatto, 1995. COBRA, C. N. Manual de investigação policial, 7ª. ed., ver. e atual. São Paulo, 1987 CORDERO, Franco. Procedimento penal. Trad. Jorge Guerrero. Santa Fé de Bogotá: Temis, 2000 DOREA, Luiz Eduardo. Criminalística. 5. ed. Millemmium. 2010. Federal Bureau of Investigation. 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