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Estado de necessidade
última modificação: 14/05/2021 14:41
Tema criado em 30/4/2021.
Doutrina
"O art. 24 do Código Penal considera em estado de necessidade quem pratica o fato criminoso
para salvar de perigo atual (que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar)
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
Existe estado de necessidade, portanto, quando alguém, para salvar um bem jurídico próprio ou
de terceiro (exposto a uma situação de perigo), atinge outro bem jurídico.
10.3.1. Requisitos para que a situação de risco configure a excludente 
a) O perigo deve ser atual.
É o perigo presente, a ameaça concreta ao bem jurídico.
Discute-se se é possível o reconhecimento da excludente quando o perigo for apenas iminente.
Para alguns, a resposta é negativa porque o art. 24 só menciona expressamente o perigo atual,
não abrangendo o perigo iminente. Na legítima defesa, ao contrário, a lei é expressa ao permiti-
la contra agressão atual ou iminente. Assim, se a lei nada mencionou a respeito da iminência de
perigo, significa que o legislador não a quis abranger no estado de necessidade. (...). No
entanto, existem os que sustentam que a lei deve ser interpretada com bom senso, não sendo
aceitável que o agente permaneça de braços cruzados esperando que o perigo iminente
transforme-se em atual para, então, agir. Assim, estaria abrangida também a situação do risco
iminente. Preferimos este último entendimento (...).
b) O perigo deve ameaçar direito próprio ou alheio.
A palavra 'direito' está empregada em sentido amplo, de forma a abranger qualquer bem
protegido pelo ordenamento jurídico. É imprescindível, portanto, que o bem esteja tutelado pelo
ordenamento. Se não estiver, não se admite o estado de necessidade.
Quando a ameaça for a direito próprio, haverá o estado de necessidade próprio. É o que ocorre
quando o agente, por exemplo, subtrai pequena quantia de alimento para não morrer de fome
(furto famélico) ou quando há um naufrágio e existem menos coletes salva-vidas do que o
necessário e uma pessoa mata outra para ficar com um colete e se salvar.
Quando a ameaça for a direito de terceiro, haverá estado de necessidade de terceiro. Exemplos:
subtrair pequena quantidade de alimento para alimentar e salvar a vida do filho pequeno; para
evitar o atropelamento de uma criança que atravessou a rua correndo, o motorista desvia o
veículo em direção ao muro de uma casa. Nesse caso, o agente não responde pelo crime de
dano por ter agido em estado de necessidade de terceiro.
Saliente-se que, no caso de defesa do direito de terceiro, é desnecessária a prévia autorização
deste, já que a lei não exige esse requisito. Não precisa também haver ratificação posterior pelo
terceiro.
c) Que a situação de perigo não tenha sido causada voluntariamente pelo agente.
Para ser cabível a excludente do estado de necessidade, também é necessário que a situação
de perigo não tenha sido causada voluntariamente (entenda-se dolosamente) pela própria
pessoa. Seguindo essa orientação, Damásio de Jesus , Cezar Roberto Bitencourt e Fernando
Capez sustentam que se o agente deu causa culposamente ao perigo, pode invocar o estado
de necessidade em seu favor, pois a lei só proíbe tal invocação quando a situação de perigo
tiver sido causada intencionalmente por ele. Para essa corrente, se o piloto de uma lancha faz
uma manobra imprudente e a embarcação afunda, pode alegar estado de necessidade se tiver
matado algum passageiro para se apoderar do único pedaço de madeira que boiava no oceano
para se salvar.
Há, entretanto, entendimento em sentido contrário, excluindo o estado de necessidade em
relação àquele que, culposamente, produziu a situação de risco. (...).
d) Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo.
Aqueles que têm por lei a obrigação de enfrentar o perigo não podem optar pela saída mais
cômoda, deixando de enfrentar o risco, a pretexto de proteger bem jurídico próprio. Um
bombeiro não pode, por exemplo, alegar estado de necessidade (risco à sua vida) e deixar de
tentar salvar a vida de pessoas que estão em um prédio em chamas. É evidente, entretanto, que
essa regra deve ser interpretada com bom senso, ou seja, quando o socorro às pessoas é
impossível, não se pode exigir que o bombeiro se sacrifique desnecessariamente.
10.3.2. Requisitos para o reconhecimento do estado de necessidade no caso concreto 
a) Inevitabilidade da conduta.
O comportamento (lesão ao bem jurídico alheio) deve ser absolutamente inevitável para salvar
o direito próprio ou de terceiro que está sofrendo a situação de risco.
(...)
b) Razoabilidade do sacrifício.
É preciso que a ofensa ao bem jurídico alheio seja razoável, de acordo com o senso comum. É o
requisito da proporcionalidade entre a gravidade do perigo que ameaça o bem jurídico do
agente ou de terceiro e o dano que será causado em outro bem para afastá-lo. (...).
(...)
c) Conhecimento da situação justificante.
Não se aplica a excludente quando o sujeito não tem conhecimento de que age para salvar um
bem jurídico próprio ou alheio. O conhecimento acerca da situação de risco é chamado de
elemento subjetivo da excludente de ilicitude. Veja-se, por exemplo, que qualquer pessoa pode
realizar aborto para salvar a vida da gestante de perigo atual. Cuida-se, na hipótese, de estado
de necessidade em que um bem jurídico é eliminado (a vida do feto) para salvar outro (a vida da
gestante) que se encontra em situação de risco. Se alguém, todavia, realiza o aborto meramente
por dinheiro e só depois disso se descobre que a gravidez em andamento estava prestes a
provocar uma grave hemorragia na gestante (gravidez tubária), não se mostra presente o
elemento subjetivo da excludente em estudo, e o sujeito incorre em crime de aborto.
32 33
34
10.3.3. Espécies de estado de necessidade
Quanto à titularidade, o estado de necessidade pode ser próprio quando o agente protege bem
próprio, ou de terceiro, quando o sujeito protege bem de terceiro.
Quanto ao elemento subjetivo do agente, o estado de necessidade pode ser real, quando existe
efetivamente a situação de perigo, ou putativo quando a situação de risco é imaginada por erro
do agente (...).
Quanto à pessoa que sofre a ofensa, o estado de necessidade pode ser defensivo quando se
sacrifica bem jurídico que pertence à própria pessoa que criou a situação de perigo ou agressivo
quando se sacrifica bem de terceiro inocente, de pessoa que não criou a situação de perigo."
(GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Curso de Direito Penal: Parte Geral: arts. 1º a 120. 4. ed. São
Paulo: Saraiva Educação, 2020. p. 149-151). (grifos no original)
..........................................................................................................................................................
.............................
"Característica fundamental do estado de necessidade é que o perigo seja inevitável, bem como
seja imprescindível, para escapar da situação perigosa, a lesão a bem jurídico de outrem.
Podendo afastar-se do perigo ou podendo evitar a lesão, deve o autor do fato necessário fazê-
lo. No campo do estado de necessidade, impõe-se a fuga, sendo ela possível. Por isso, o estado
de necessidade tem o caráter subsidiário.
Exemplo: alguém se vê atacado por um cachorro feroz, embora possa, fechando um portão,
esquivar-se da investida; não pode matar o cão, a pretexto de estar em estado de necessidade.
O perigo era evitável, assim como a lesão causada. Concordamos com o alerta feito por Aníbal
Bruno no sentido de que o agente do fato necessário deve atuar de modo a causar o menor
estrago possível. Assim, entre o dano à propriedade e a lesão a alguém, o correto é a primeira
opção; entre a lesão a várias pessoas e a uma só, melhor esta última (Direito Penal, t. I, p. 395).
(...)
5.2.6 Dever legal de enfrentar o perigo
O dever legal é o resultante de lei, considerada esta em seu sentido lato. Entretanto, deve-se
ampliar o sentidoda expressão para abranger também o dever jurídico, aquele que advém de
outras relações previstas no ordenamento jurídico, como o contrato de trabalho ou mesmo a
promessa feita pelo garantidor de uma situação qualquer. (...).
No prisma da ampliação do significado, pode-se citar o disposto na Exposição de Motivos da
Parte Geral de 1940 (não alterada pela atual), item 23: 'A abnegação em face do perigo só é
exigível quando corresponde a um especial dever jurídico'. Por isso, tem o dever de enfrentar o
perigo tanto o policial (dever advindo de lei), quanto o segurança particular contratado para a
proteção do seu empregador (dever jurídico advindo do contrato de trabalho). (...)." (NUCCI,
Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 16. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020. p. 194-
195).
..........................................................................................................................................................
.............................
"O estado de necessidade é classificado em:
a) estado de necessidade defensivo: (...);
b) estado de necessidade agressivo: (...).
A distinção acima não tem relevância para o Direito Penal (ambos excluem a ilicitude), mas
repercute na órbita cível. O sujeito que age em estado de necessidade agressivo deverá reparar
o dano causado ao terceiro inocente pela sua conduta, tendo direito de regresso contra o
causador do perigo. O reconhecimento do estado de necessidade defensivo, por outro lado,
afasta até mesmo a obrigação de reparar o dano causado pelo crime (a sentença penal que o
reconhecer impedirá eventual ação civil ex delicto);" (ESTEFAM, André. Direito Penal: Parte
Geral: arts. 1º a 120. 9. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020. p. 305).
..........................................................................................................................................................
.............................
"No estudo do fato necessitado, impõe-se a análise da ponderação de bens, leia-se, a
proporcionalidade entre o bem protegido e o bem sacrificado.
Duas teorias discutem a matéria:
(i) Teoria diferenciadora – se o bem jurídico sacrificado tiver valor menor ou igual ao do bem
jurídico salvaguardado, haverá estado de necessidade justificante (excludente da ilicitude); se o
bem sacrificado tiver valor maior que o bem protegido, haverá estado de necessidade
exculpante (excludente da culpabilidade).
(ii) Teoria unitária – não reconhece o estado de necessidade exculpante, mas apenas o
justificante (que exclui a ilicitude). Assim, se o comportamento do agente, diante de um perigo
atual, busca evitar mal maior, sacrificando direito de igual ou menor valor que o protegido, pode-
se invocar a descriminante do estado de necessidade; se o bem jurídico sacrificado for mais
valioso que o protegido, haverá redução de pena.
(...)
O Código Penal, como se percebe da redação do § 2º, do art. 24, adotou a teoria unitária: '§2º.
Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito quando ameaçado, a pena poderá ser
reduzida de um a dois terços'
(...)
Exigindo a lei como requisitos o perigo atual, a inevitabilidade do comportamento lesivo e a não
razoabilidade de exigência do sacrifício do direito ameaçado, referindo-se às 'circunstâncias' do
fato, não se tem admitido estado de necessidade nos delitos habituais (que demandam, para
sua configuração, reiteração de atos) e permanentes (cuja consumação de se prolonga no
tempo, perdurando enquanto não cessada a permanência).
Dentro desse espírito, não pode alegar estado de necessidade quem exercita ilegalmente a
medicina (crime habitual), ainda que tenha como fim suprir a falta de profissional em zona
distante do centro urbano, ou a mãe que submete o filho ao cárcere privado (delito permanente)
para impedi-lo de continuar usando drogas. Esses comportamentos, porém, apesar de típicos e
ilícitos, conforme as circunstâncias do caso concreto podem configurar inexigibilidade de
175.
conduta diversa, excluindo a culpabilidade do seu autor." (CUNHA, Rogério Sanches. Manual de
Direito Penal: Parte Geral: arts. 1º ao 120. 8. ed. Salvador: Juspodivm, 2020. p. 329-331). (grifos
no original)
..........................................................................................................................................................
.............................
"Perigo é a exposição do bem jurídico a uma situação de probabilidade de dano.
Sua origem pode vir de um fato da natureza (ex: uma inundação, subtraindo o agente um barco
para sobreviver), de seres irracionais (ex: ataque de um cão bravio) ou mesmo de uma atividade
humana (ex: motorista que dirige em excesso de velocidade e atropela um transeunte, com o
objetivo de chegar rapidamente a um hospital e socorrer um enfermo que se encontra no
interior do veículo).
A propósito, o perigo pode advir inclusive de conduta praticada pelo próprio agente, como no
caso do suicida arrependido que, depois de se lançar ao mar, subtrai uma embarcação alheia
para não morrer afogado.
(...)
Para a proteção de bem jurídico de terceiro, a lei não reclama a existência de uma relação de
parentesco ou intimidade, pois a eximente se funda na solidariedade que deve reinar entre os
indivíduos em geral. Destarte, é possível o estado de necessidade para a defesa de bens
jurídicos pertencentes a pessoas desconhecidas, e, inclusive, de pessoas jurídicas, que também
são titulares de direitos.
(...)
22.5.2.2. Proporcionalidade
Também conhecido como razoabilidade, refere-se ao cotejo de valores, ou seja, à relação de
importância entre o bem jurídico sacrificado e o bem jurídico preservado no caso concreto. Não
se pode, previamente, estabelecer um quadro de valores, salvo em casos excepcionais (ex: a
vida humana, evidentemente, vale mais do que o patrimônio). Deve o magistrado decidir na
situação real que lhe for apresentada, utilizando como vetor o juízo do homem médio.
(...)
22.8. ESTADO DE NECESSIDADE RECÍPROCO
É perfeitamente admissível que duas ou mais pessoas estejam, simultaneamente, em estado de
necessidade, umas contra as outras. É o que se convencionou chamar de estado de
necessidade recíproco, hipótese em que deve ser afastada a ilicitude do fato, sem a
interferência do Estado que, ausente, permanece neutro nesse conflito.
A literatura é farta ao indicar acontecimentos em que, fática ou hipoteticamente, se concretizou
essa espécie de estado de necessidade, destacando-se a famosa obra 'O caso dos exploradores
de cavernas'. (...):
(...)
22.10. COMUNICABILIDADE DO ESTADO DE NECESSIDADE
O estado de necessidade justificante exclui a ilicitude do fato típico, afastando,
consequentemente, a infração penal.
E, desaparecendo o crime ou a contravenção penal em relação a algum dos envolvidos, o estado
de necessidade se comunica a todos os coautores e partícipes da infração penal, pois no
tocante a eles o fato também será lícito.
(...)
22.12. ESTADO DE NECESSIDADE E ERRO NA EXECUÇÃO
O estado de necessidade é compatível com a aberratio ictus (CP, art. 73), na qual o agente, por
acidente ou erro no uso dos meios de execução, atinge pessoa ou objeto diverso do desejado,
com o propósito de afastar a situação de perigo a bem jurídico próprio ou de terceiro.
Exemplificativamente, configura-se o estado de necessidade no caso em que alguém, no
momento em que vai ser atacado por um cão bravio, efetua disparos de arma de fogo contra o
animal, e, por erro na execução, atinge pessoa que passava nas proximidades do local, ferindo-
a. Não poderá ser responsabilizado pelas lesões corporais produzidas, em face da exclusão da
ilicitude.
22.13. ESTADO DE NECESSIDADE E DIFICULDADES ECONÔMICAS
Deve ser diferenciado o estado de necessidade, como causa de exclusão da ilicitude, da
dificuldade econômica, relacionada à debilidade da capacidade aquisitiva.
No estado de necessidade, o agente é compelido a praticar o fato típico, para afastar a situação
de perigo atual ou iminente, involuntário e inevitável,capaz de afetar bem jurídico próprio ou de
terceiro, cujo sacrifício é inexigível. Por sua vez, na dificuldade econômica supõe-se, ou que o
indivíduo deva conformar-se com a privação, porque não se cuida do suprimento de
necessidade vital ou primária, ou, ainda que disso se trate, que lhe seja possível satisfazer a
carência por meio de atividade lícita, em uma ou outra hipótese, não se justificando a lesão ao
interesse de outrem.
(...)
Em casos excepcionais, admite-se a prática de um fato típico como medida inevitável, ou seja,
para satisfação de necessidade estritamente vital que a pessoa, nada obstante seu empenho,
não conseguiu superar de forma lícita. Portanto, se o agente podia laborar honestamente, ou
então quando se apodera de bens supérfluos ou em quantidade exagerada, afasta-se a
justificativa." (MASSON, Cléber. Direito Penal Esquematizado: Parte Geral: arts. 1.º a 120. 7. ed.
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2013. v. 1. p. 401, 403-404, 406 e 408-410). (grifos
no original) 
32 Damásio de Jesus. Código Penal anotado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2004, p. 109.
33 Cezar Roberto Bitencourt. Tratado de direito penal, Parte Geral. 17. ed. São Paulo: Saraiva,
2012, p. 411.
34 Fernando Capez. Curso de direito penal, Parte Geral. 15. ed. São Paulo: Saraiva, v. 1, p. 302.
175. O Código Penal Militar, por sua vez, acolheu a teoria diferenciadora (art. 39 e art. 45,
parágrafo único).
Jurisprudência
TJDFT
Ausência de perigo atual e inevitável – não reconhecimento do estado de necessidade
"IV - Demonstrado nos autos a ausência de o perigo atual e inevitável, não há que se falar no
reconhecimento da excludente de ilicitude do estado de necessidade."
Acórdão 1294767 (https://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj?
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ternet=1&numeroDoDocumento=1294767), 00017570320188070010, Relatora: NILSONI DE
FREITAS CUSTODIO, Terceira Turma Criminal, data de julgamento: 22/10/2020, publicado no
PJe: 14/11/2020.
Morte de animal – estado de necessidade – dono do cachorro culpado pelo perigo –
indenização incabível 
"3. Nos termos do artigo 927 do Código Civil, aquele que causar dano a outrem, por ato ilícito,
fica obrigado a reparar.
3.1. Mesmo em estado de necessidade, o causador do dano é obrigado a reparar a vítima, em
vista do dever geral de não lesar e de reparação, desde que o dono da coisa lesada não seja
culpado pelo perigo. Inteligência do artigo 929 do Código Civil.
3.2. Restando demonstrado nos autos que o dono do cachorro não observou o dever de
custódia da coisa, permitindo que o animal escapasse do imóvel e adentrasse em residência de
terceiro, causando perigo a outrem, resta constatada a sua culpa, não havendo que se falar em
indenização."
Acórdão 1252946 (https://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj?
visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&controla
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ternet=1&numeroDoDocumento=1252946), 07045165720178070001, Relator: ROMULO DE
ARAUJO MENDES, Primeira Turma Cível, data de julgamento: 27/5/2020, publicado no DJE:
9/6/2020.
Estado de necessidade por furto famélico – alegação de dificuldades financeiras – insuficiência
para a exclusão da ilicitude
"3. Para que haja o reconhecimento do estado de necessidade pelo furto famélico deve haver a
comprovação de condição extrema do agente, em que não há outra forma de agir para
satisfazer a necessidade, não sendo suficiente a mera alegação de dificuldades financeiras."
https://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj?visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&controladorId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.ControladorBuscaAcordao&visaoAnterior=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&nomeDaPagina=resultado&comando=abrirDadosDoAcordao&enderecoDoServlet=sistj&historicoDePaginas=buscaLivre&quantidadeDeRegistros=20&baseSelecionada=BASE_ACORDAOS&numeroDaUltimaPagina=1&buscaIndexada=1&mostrarPaginaSelecaoTipoResultado=false&totalHits=1&internet=1&numeroDoDocumento=1294767
https://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj?visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&controladorId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.ControladorBuscaAcordao&visaoAnterior=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&nomeDaPagina=resultado&comando=abrirDadosDoAcordao&enderecoDoServlet=sistj&historicoDePaginas=buscaLivre&quantidadeDeRegistros=20&baseSelecionada=BASE_ACORDAOS&numeroDaUltimaPagina=1&buscaIndexada=1&mostrarPaginaSelecaoTipoResultado=false&totalHits=1&internet=1&numeroDoDocumento=1252946
Acórdão 1233690 (https://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj?
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ternet=1&numeroDoDocumento=1233690), 00002447220198070007, Relator: SEBASTIÃO
COELHO, Terceira Turma Criminal, data de julgamento: 27/2/2020, publicado no PJe: 17/3/2020.
Porte ilegal de arma de fogo – não comprovação de perigo atual e concreto – estado de
necessidade não caracterizado
"1. Para caracterizar o estado de necessidade, não basta o mero receio de que o agente possa
vir a sofrer um dano futuro e incerto, sendo imprescindível a presença de perigo atual e
concreto.
2. A alegação de aquisição de arma de fogo com intuito de proteção não atrai a incidência da
causa excludente de ilicitude do estado de necessidade."
Acórdão 1207499 (https://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj?
visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&controla
dorId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.ControladorBuscaAcordao&visa
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ternet=1&numeroDoDocumento=1207499), 20160210004497APR, Relator: CRUZ MACEDO,
Primeira Turma Criminal, data de julgamento: 10/10/2019, publicado no DJE: 17/10/2019.
STJ
Furto de mais de quinze quilos de carne – estado de necessidade não configurado
"4. Não há se falar também na hipótese de consideração do estado de necessidade, tendo em
vista a expressiva quantidade de carne furtada (15,501 kg)."  HC 394.663/SP
(https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?
num_registro=201700746481&dt_publicacao=23/06/2017)Estelionato previdenciário – recebimento de pensão após o óbito da titular – período superior a
cinco anos – inexistência de perigo inevitável atual ou iminente
"2. A alegação de dificuldades financeiras, por si só, não é idônea a comprovar o estado de
necessidade, principalmente se o acórdão registrou que o crime foi praticado durante mais de
cinco anos, situação fática incompatível com a tese de perigo atual ou iminente, que os
recorrentes não podiam de outro modo evitar."  AgRg no AREsp 832.864/SP
(https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?
num_registro=201600014740&dt_publicacao=05/09/2016)
https://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj?visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&controladorId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.ControladorBuscaAcordao&visaoAnterior=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&nomeDaPagina=resultado&comando=abrirDadosDoAcordao&enderecoDoServlet=sistj&historicoDePaginas=buscaLivre&quantidadeDeRegistros=20&baseSelecionada=BASE_ACORDAOS&numeroDaUltimaPagina=1&buscaIndexada=1&mostrarPaginaSelecaoTipoResultado=false&totalHits=1&internet=1&numeroDoDocumento=1233690
https://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj?visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&controladorId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.ControladorBuscaAcordao&visaoAnterior=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&nomeDaPagina=resultado&comando=abrirDadosDoAcordao&enderecoDoServlet=sistj&historicoDePaginas=buscaLivre&quantidadeDeRegistros=20&baseSelecionada=BASE_ACORDAOS&numeroDaUltimaPagina=1&buscaIndexada=1&mostrarPaginaSelecaoTipoResultado=false&totalHits=1&internet=1&numeroDoDocumento=1207499
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=201700746481&dt_publicacao=23/06/2017
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=201600014740&dt_publicacao=05/09/2016
STF
Violência contra militar em serviço – tentativa de evasão do quartel – pai necessitando de
assistência médica – comportamento evitável – estado de necessidade não reconhecido
"(...). 3. Não se reconhece a excludente de ilicitude do estado de necessidade quando o agente
pode escolher outras maneiras de agir para resolver a situação excepcional. (...)"  HC
128.323/RS (http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=9575980)
Veja também
Porte ilegal de arma de fogo - estado de necessidade
(https://www.tjdft.jus.br/consultas/jurisprudencia/jurisprudencia-em-temas/jurisprudencia-
reiterada-1/direito-penal/porte-ilegal-de-arma-de-fogo-estado-de-necessidade)
�
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=9575980
https://www.tjdft.jus.br/consultas/jurisprudencia/jurisprudencia-em-temas/jurisprudencia-reiterada-1/direito-penal/porte-ilegal-de-arma-de-fogo-estado-de-necessidade

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