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sobreleituras.com.br O Homem Estranho da Casa ao Lado Trechos para discussão Primeiro trecho: “Uma vez Hermano ergueu-se; foi até a platibanda, colheu uma flor, um lírio, e, tornando a seu lugar, conservou-o na mão com o gesto expressivo de quem o mostrasse a outrem sentado à sua direita.” Trecho do livro de José de Alencar – Página 53 “Houve um momento em que ele foi até o canteiro, pegou uma flor, cheirou e se ajoelhou em frente ao banco como se estivesse oferecendo aquela flor para uma pessoa sentada nele. Fiquei arrepiada só de ver. Será que o cara era mais louco do que eu imaginava?” Página 54 A ideia é que desperte a discursão dos pontos em comum entre os personagens do livro e da vida de Nanda. Que eles percebam que depois que o Hermano, do livro de Alencar, perdeu sua esposa por causa de um aborto ele passou a viver assombrado com a imagem dela e sentindo a presença dela em todos os locais que frequentava, assim como o Hermano, vizinho de Nanda, passa a agir dessa forma. Por isso que nesses dois trechos eles agem como se elas estivessem lá. sobreleituras.com.br Segundo trecho: “Mas o que eu vi quando o raio clareou tudo não saiu da minha cabeça. Eu fechava os olhos e enxergava, nitidamente, aquela mulher morena, de cabelos lisos, de vestido azul-escuro e batom bem vermelho, reclinada no pequeno sofá branco. Estava dormindo. Ou pelo menos parecia está.” Página 78 A ideia é despertar a discursão da relação entre o trecho em que Nanda descreve a imagem vista na janela do quarto da cortina verde com a capa do livro. A mulher da capa, que está no quarto, é a suposta morena de cabelos lisos que na verdade é apenas um manequim só que nesse trecho do livro Fernanda ainda não sabe. sobreleituras.com.br Terceiro trecho: “Eu já ia me levantando do chão para voltar para o meu quarto, quando meu pé esbarrou nas fotos espalhadas. Apontei a lanterna acesa para o chão com uma das mãos e, com a outra, comecei a juntar as fotografias e colocar na caixa, sem olhar direito para elas. Entretanto, não sei por quê, uma em especial chamou a minha atenção. Não tinha muita certeza, mas era a minha mãe comigo no colo, um homem que parecia demais com o Henrique, outro que lembrava o Hermano e uma mulher que eu não sabia quem era. Talvez fosse a Júlia. Resolvi pegar a foto “emprestada” para ver melhor quando a luz voltasse.” Página 80 sobreleituras.com.br A ideia seria questionar o motivo de Nanda, dentre tantas fotografias, ter escolhido essa. Qual seria o motivo por essa imagem ter chamado tanto a atenção da menina. Até esse trecho é perceptível que exista algo entre dona Amália e Hermano, porém a menina não sabe de nada, apenas desconfia. Seria interessante despertar além da imaginação dos alunos a discursão se teria algum interesse da autora, já que assim como no romance de Alencar em que Amália se apaixona por seu vizinho Hermano, isso estaria acontecendo com a mãe de Nanda. Esse poderia ser um possível motivo. Quarto trecho: “Nesse impulso, Hermano se lançara na realidade, fascinado pela beleza da desconhecida, mas em breve a ilusão desvanecera-se. O homem regenerado pelo amor casto de Julieta não podia corromper-se numa lição impura. Passada a alucinação, tornara ao seu culto.” Trecho do livro de José de Alencar – Página 98 A ideia é comparar esse trecho da obra de José de Alencar com a imagem da mulher no século XXI, que é o que retrata na obra de Sandra Pina. sobreleituras.com.br José de Alencar, na sua obra, destaca a força de caráter, a garra das personagens femininas que são protagonistas de sua história, em uma sociedade que reconhecia exclusivamente a autoridade do homem. Ele conta a história de Amália, uma mulher casada com um viúvo que cultua neuroticamente a lembrança da primeira mulher. A força que a protagonista feminina expressa o amor vital e sadio na tentativa de despertar em Hermano amor igual ao que ele sentia por Julieta. Já Sandra Pina descreve a história de Nanda e sua mãe. Mostra como tem sido difícil à vida das duas desde que seu pai morreu, mas ela, assim com Alencar, não retrata a imagem de uma mulher considerada frágil e que deva sempre receber as ordens e comando da figura masculina. Pelo contrario, retrata a imagem da mulher do século XXI. Quinto trecho: “Já sou um morto. Metade do meu ser há cinco anos desceu à sepultura. A outra metade que ficou nesse mundo, para expiação de suas culpas, não teria perturbado a sua felicidade, se estivesse reunida àquela e restituída ao pó.” Trecho do livro de José de Alencar – Página 125 “O novo vizinho já estava morando ali havia quase dois meses, e as poucas notícias que tínhamos dele vinham do Henrique.” Página 32 “Fazia tempo que eu não via minha mãe tão animada para sair. E, sinceramente tão arrumada.” Página 39 sobreleituras.com.br “Amália viva no salão; só o deixava para repousar. Seu dia era à noite com os lustres por astros. Quando em toda a cidade não havia divertimento algum que a atraísse, ela passava a noite em casa; mas com o seu piano, o seu contentamento e a sua graça improvisava uma festa.” Trecho do livro de José de Alencar – Página 20 A ideia é mostrar que nas duas obras há um relação de igualdade entre ambos personagens. Por exemplo: os protagonistas masculinos gravitam em torno da morte, ainda estão ligados ao passado e talvez empenhados a não deixar o tempo fluir. Já as protagonistas femininas representam a esperança, a vida e o futuro. Representam a renovação e o renascimento.