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GERENCIAMENTO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO II

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E-BOOK
GERENCIAMENTO DE 
UNIDADES DE 
CONSERVAÇÃO II
Corredor ecológico como unidade de 
planejamento e estratégia Integradora 
na gestão de ecossistemas
APRESENTAÇÃO
Você sabia que os Corredores Ecológicos unem Unidades de Conservação ou fragmentos 
florestais separados por alguma interferência humana? Daí a sua importância, pois a criação 
desses corredores serve como base em estudos sobre o deslocamento de espécies, distribuição de 
suas populações, assim como sua área de vida. A partir da coleta de dados para gerar as 
informações necessárias, são estabelecidas as regras para utilização dessas áreas, a fim de 
ordenar e amenizar o impacto ambiental das interferências humanas. Os Corredores Ecológicos 
também contribuem para o uso saudável do solo, principalmente por adotar diretrizes, planejar e 
gerenciar a conservação da paisagem diversa, proteger solos, águas e a biodiversidade, 
proporcionando caminhos, com o maior cuidado possível, entre os ambientes construídos. Além 
disso, facilitam o fluxo genético entre populações, aumentando as chances de sobrevivência, a 
longo prazo, das comunidades biológicas, assim possibilitando a gestão integrada dos 
ecossistemas. 
 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o conceito de Corredores Ecológicos e suas 
formas, além de conhecer como se dá a criação de um Corredor Ecológico e sua gestão 
integrada. 
 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar o conceito e a legislação aplicável aos Corredores Ecológicos.•
Reconhecer os aspectos de planejamento estratégico para implantação dos Corredores 
Ecológicos.
•
Desenvolver a gestão integrada de ecossistemas em um Corredor Ecológico. •
DESAFIO
A criação de um Corredor Ecológico, muitas vezes, se faz necessária por conta do risco de 
extinção de determinadas espécies de animais e plantas, e precisa ser pautada na legislação. 
 
Veja como isso pode ocorrer na situação a seguir:
 
Sabendo que os mananciais da região cruzam as quatro unidades, mas que muitas áreas de 
preservação permanente (APP) estão impactadas, ou seja, sem vegetação, indique uma ação 
imediata para tentar salvar a população de primatas da região, baseada na legislação 
referente à implementação de Corredores Ecológicos.
INFOGRÁFICO
Todo Corredor Ecológico está associado a uma Unidade de Conservação definida por um 
regramento. 
Sendo assim, é de extrema importância que as informações obtidas a partir dos estudos sobre o 
deslocamento de espécies, a distribuição de suas populações e sua área de vida amenizem e 
ordenem o impacto ambiental das atividades humanas. 
 
Veja a seguir os critérios biológicos para distribuição da biodiversidade em Corredores 
Ecológicos.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
CONTEÚDO DO LIVRO
As Unidades de Conservação são áreas com importantes características naturais oficialmente 
protegidas pela legislação brasileira, mas com administração independente. Nesse contexto, a 
ligação existente entre Unidades de Conservação é chamada de Corredor Ecológico. Esses 
corredores são porções ambientais naturais ou quase naturais que, por meio dessa ligação, 
fornecem o deslocamento dos animais, ajudam no repovoamento onde a vegetação está se 
regenerando, contribuindo assim para a sobrevivência de animais e plantas que precisam de uma 
área maior para reprodução ou alimentação, possibilitando a manutenção da paisagem. 
Na obra Gerenciamento das Unidades de Conservação, base teórica para esta Unidade de 
Aprendizagem, leia o capítulo Corredores Ecológicos. 
 
Boa leitura.
GERENCIAMENTO 
DE UNIDADES DE 
CONSERVAÇÃO
Fabiane de Oliveira
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Bióloga 
Mestre e Doutora em Ciências 
Professora do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
G367 Gerenciamento de unidades de conservação / Anderson Soares 
Pires... [et al.]; [revisão técnica : Vanessa de Souza
Machado]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
304 p. :il.. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-339-0
1. Gestão ambiental. I. Pires, Anderson Soares.
CDU 502.13
1_Iniciais.indd 2 22/02/2018 11:33:46
U N I D A D E 3
Corredor ecológico como 
unidade de planejamento 
e estratégia integradora 
na gestão de ecossistemas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identifi car o conceito e a legislação aplicável a corredores ecológicos.
  Reconhecer os aspectos de planejamento estratégico para implan-
tação dos corredores ecológicos.
  Desenvolver a gestão integrada de ecossistemas em um corredor 
ecológico.
Introdução
Os corredores ecológicos unem unidades de conservação ou fragmentos 
florestais separados por alguma interferência humana. Os corredores 
servem como base nos estudos sobre o deslocamento de espécies, 
distribuição de suas populações e suas áreas de vida. O corredor ecoló-
gico contribui para o uso saudável do solo, principalmente por adotar 
diretrizes e planejar, assim como gerenciar a conservação da paisagem, 
proteger solos, águas e a biodiversidade, proporcionando caminhos, com 
o maior cuidado possível, entre os ambientes construídos. Além disso, 
facilita o fluxo genético entre populações, aumentando as chances de 
sobrevivência das comunidades biológicas e possibilitando a gestão 
integrada dos ecossistemas.
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 173 22/02/2018 11:16:04
Neste capítulo, você vai estudar o conceito de corredores ecológicos 
e suas formas, além de conhecer como se dá a criação de um corredor 
ecológico e sua gestão integrada.
Corredores ecológicos e sua legislação 
Na literatura jurídica, encontramos relatos sobre corretores ecológicos 
nos seguintes textos: no Decreto nº 750, de 10 de fevereiro de 1993; na 
Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) nº 9, de 24 
de outubro de 1996; em Portarias do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente 
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de 1998 e 2000; em materiais 
da Conservação Internacional (Conservation International) de 2000; na 
Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, conhecida como do Lei do Sistema 
Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), e na publicação sem data 
do Ministério do Meio Ambiente/Programa Piloto para a Proteção das 
Florestas Tropicais do Brasil (MMA/PPG7), formado por um grupo de 
sete países industrializados (G7).
Após muitos debates na comunidade científica, surgiu o conceito durante 
os anos 1990, o qual é considerado uma das principais estratégias para a 
conservação da biodiversidade. À legislação brasileira, foi incorporado 
pelo Decreto nº 750/1993, já revogado, que define: “o corte, a exploração 
e a supressão de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de 
regeneração da Mata Atlântica” (BRASIL, 1993). No decreto mencionado, 
havia a proibição de “exploração de vegetação que tenha a função de for-
mar corredores entre remanescentes de vegetação primária ou em estágio 
avançado e médio de regeneração”.
Na Resolução Conama nº 9/1996, o corredor ecológico foi definido como 
“remanescente”, caracterizado como uma faixa de cobertura vegetal existente 
entre remanescentes de vegetação primária em estágio médio e avançado de 
regeneração, tendo como finalidade propiciar hábitat ou servir de área de 
trânsito para a fauna residente nos remanescentes (BRASIL, 1996).
O Ibama (2002) definiu que um corredor ecológico é um conjunto de ecossis-
temas que conectam as populações biológicas e as áreas protegidas, compondo 
uma ecorregião denominada unidade de planejamento para promover o uso 
sustentável dos recursos naturais, visando conservar a biodiversidade a partir 
de sua gestão. 
A Lei Federal nº 9.985/2000, que instituiu o SNUC, define o conceito de 
corredor ecológico. Enfatiza que eles são porções de ecossistemas naturais ou 
Corredor ecológico como unidade de planejamento e estratégia integrador...174Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 174 22/02/2018 11:16:04
seminaturais, englobando as unidades de conservação (UCs) e as áreas com 
diferentes usos da terra, que possibilitam o fluxo de genes e o movimento da 
biota entre elas. Com isso, facilitam a dispersão de espécies e a recolonização 
de áreas degradadas, na qual o manejo é integrado para garantir a sobrevivência 
de todas as espécies e a manutenção de processos ecológicos e evolutivos, 
além do desenvolvimento de uma economia regional forte, baseada no uso 
sustentável dos recursos naturais (BRASIL, 2000).
De acordo com a Conservation International (2000), os corredores eco-
lógicos, também chamados de corredores de biodiversidade, são espaços 
geográficos que servem para concentrar esforços e ações para garantir maior 
eficiência nos recursos investidos em conservação. Eles também auxiliam 
no trabalho de investigar a diversidade de espécies, verificar o grau de 
substituição de espécies nos fragmentos florestais, tanto nos gradientes 
latitudinal como longitudinal, e sobre a riqueza e composição de comunidades 
biológicas ao longo do corredor.
De acordo com o Ibama (BRASIL, 2002), os corredores ecológicos são 
grandes extensões que têm a prioridade de conservar a biodiversidade, 
organizados por conjuntos de unidades existentes para a conservação. O 
intuito é que o manejo desses corredores, de forma integrada, facilite o 
fluxo de genes e indivíduos entre as populações, para que a sobrevivência 
das espécies possa ser possibilitada, e ajude na manutenção e recuperação 
do funcionamento do conjunto do ecossistema. 
Após comparar alguns dos conceitos acima, podemos apresentar o con-
ceito trabalhado pela Lei do SNUC e verificar que houve, da melhor forma 
possível, a preocupação de estender a ideia sobre as funções e os objetivos 
dos corredores. O maior objetivo seria a intenção de conservar a biodiver-
sidade do Brasil de maneira efetiva. De acordo com esse entendimento, 
estão incluídas as UCs previstas na Lei do SNUC, tanto no âmbito federal 
como no estadual e municipal, assim como as reservas particulares e as 
terras indígenas.
Depois de apresentar tantas leis e abordagens diferentes, vamos sim-
plificar: corredores ecológicos, ou corredores de biodiversidade, são áreas 
formadas por fragmentos florestais ou UCs, somente separados por inter-
ferência do homem (atividade madeireira, agricultura, estradas, etc.). Os 
principais objetivos de um corredor ecológico são permitir o aumento da 
cobertura vegetal, a dispersão dos ecossistemas e o livre deslocamento de 
animais, fazendo com que diminua o efeito da fragmentação entre espécies 
da fauna e da flora. Todo esse trânsito permite que o desenvolvimento na 
região ocorra e concilia a conservação da biodiversidade. Todo corredor 
175Corredor ecológico como unidade de planejamento e estratégia integrador...
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 175 22/02/2018 11:16:05
ecológico está associado a uma UC, definida pelo regramento de um plano de 
manejo. Sendo assim, é de extrema importância que as informações obtidas 
a partir dos estudos sobre o deslocamento de espécies, a distribuição de suas 
populações e sua área de vida amenizem e ordenem os impactos ambientais 
das atividades humanas. 
Após a conclusão dos estudos e de todas as etapas acima mencionadas, 
os corredores ecológicos precisam ser reconhecidos pelo Ministério do Meio 
Ambiente (MMA) para se tornarem oficiais. No ano 2000, o MMA apresentou 
a primeira versão de um projeto de corredores ecológicos que tinha como 
foco as iniciativas centradas na proteção ou recuperação da conectividade 
das Florestas Tropicais brasileiras, sendo este o objeto principal do Programa 
Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7). 
Um grande diferencial desse programa é a iniciativa brasileira na utilização 
do termo “corredores”, diferenciando da iniciativa mesoamericana e sem 
precedentes nos demais projetos até então. O projeto inicial contemplava a 
abordagem de grandes espaços de conservação que tivessem o papel de co-
nectividade entre as áreas protegidas, utilizando um conjunto de estratégias 
que foi incorporado à Lei do SNUC. Inicialmente, o projeto dos corredores 
ecológicos do PPG7 incluía apenas o ambiente amazônico e, mais tarde, 
incorporou a Mata Atlântica, para que ocorresse a busca pela proteção das 
Florestas Tropicais brasileiras (FONSECA et al., 2004). 
O MMA reconheceu três corredores principais: o Corredor Capivara-
-Confusões (Portaria nº 76, de 11 de março de 2005), que conecta o Parque 
Nacional da Serra da Capivara ao Parque Nacional da Serra das Confusões; o 
Corredor Caatinga (Portaria nº 131, de 4 de maio de 2006), cuja área engloba 
oito UCs entre os Estados de Bahia, Sergipe e Pernambuco, e o Corredor 
Santa Maria (Portaria nº 137, de 9 de outubro de 2001), que conecta a faixa 
de proteção do reservatório da Itaipu e o Parque Nacional do Iguaçu nos 
municípios de Santa Terezinha de Itaipu e São Miguel do Iguaçu. 
No Ibama, atualmente, existem outros sete corredores ecológicos em fase 
de implementação ou estudo. Desses sete, dois estão na Mata Atlântica 
(Corredor Central da Mata Atlântica e Corredor Sul da Mata Atlântica) 
e os outros cinco estão na Amazônia (Corredor Central da Amazônia, 
Corredor Norte da Amazônia, Corredor Oeste da Amazônia, Corredor 
Sul da Amazônia e Corredor dos Ecótonos Sul-Amazônicos). Confira as 
localizações na Figura 1.
Corredor ecológico como unidade de planejamento e estratégia integrador...176
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 176 22/02/2018 11:16:05
Figura 1. Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7).
Fonte: Adaptado de Ayres et al. (2005).
No Brasil, a preservação da diversidade biológica é insuficiente, visto que a média 
nacional é de 2,59%, valor inferior à recomendação internacional, que é de 6% da área 
total de uma unidade territorial como o país. Para a conservação da biodiversidade, 
é necessário existir diversidade genética nas populações. Por isso, a importância dos 
corredores ecológicos, já que, a partir deles, é possível garantir a diversidade genética 
das espécies. Sem eles, pode ocorrer a extinção parcial ou completa de uma população 
(OLIVEIRA, 2002). 
Aspectos de planejamento estratégico para 
implantação dos corredores ecológicos
Para a sobrevivência da biodiversidade, de acordo com o meio científi co, 
existe a necessidade do estabelecimento de um planejamento para as UCs, 
seja em escala regional ou abrangente, contemplando grandes unidades de 
paisagem, com o estabelecimento de corredores ecológicos (ou corredores de 
177Corredor ecológico como unidade de planejamento e estratégia integrador...
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 177 22/02/2018 11:16:05
biodiversidade). A identifi cação e o planejamento de corredores ecológicos é 
de extrema importância para estabelecer sua estrutura. Corredores ecológicos 
permitem conciliar o desenvolvimento urbano às atividades econômicas em seu 
meio, buscando a refl exão sobre a biodiversidade no espaço, como conectá-los 
para fazerem parte do planejamento ambiental e também para contornar as 
consequências da fragmentação dos hábitats.
Para formação de UCs, é preciso combinar as metas de consolidação às 
de preservação da biodiversidade, e isso compreende duas etapas distintas: 
  mapear as UCs a serem estudadas;
  identificar os possíveis corredores que atenderiam à função de consolidar 
e interligar as UCs. 
Essa identificação é baseada em critérios biológicos. Portanto, a distri-
buição da biodiversidade e de seus componentes mais relevantes são como 
endemismos, isto é, grupos taxonômicos que se desenvolveram numa região 
restrita. Os seguintes critérios biológicos devem ser perfeitamente compre-
endidos nesse contexto:
  diversidade de ecossistemas e comunidades, incluindo número e per-
centagem das comunidades típicas da região;
  riqueza de espécies da biota regionalconservada no corredor;
  conectividade, ou seja, ligações entre comunidades terrestres e aquáticas;
  integridade, a capacidade de suporte de populações de espécies raras 
e ameaçadas; entre outros.
O objetivo do planejamento de corredores de biodiversidade é reverter 
a crítica situação de fragmentação continuada e o isolamento de florestas, 
principalmente nas regiões marcadas pela riqueza de espécies raras ou en-
dêmicas. Esse entendimento converge para a compreensão do conceito de 
corredor ecológico, visto que são reservas, redes de parques ou outras áreas 
de uso menos intensivo. Seu gerenciamento ocorre de maneira integrada para 
garantir a sobrevivência do maior número possível de espécies de uma região. 
Corredor ecológico como unidade de planejamento e estratégia integrador...178
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 178 22/02/2018 11:16:05
Figura 2. Exemplo de corredor ecológico.
Fonte: [Ecoduto na Argentina] ([2012]).
Quando foram realizados os estudos nas UCs da Amazônia e da Mata Atlântica para 
criação dos possíveis corredores ecológicos, ficou evidente o critério de riqueza de 
espécies endêmicas nesses lugares, resultando desse processo cinco corredores da 
Amazônia e dois na Mata Atlântica. 
O termo “gerenciamento de maneira integrada”, aplicado aos corredores ecológi-
cos, passou a ser conhecido no Brasil, associado às propostas em larga escala para 
conservação de áreas-chave na Mata Atlântica e na Amazônia, no Projeto Parques e 
Reservas do PPG7 (AYRES et. al., 1997).
O termo “corredor” é utilizado, em muitos estudos científicos, para identi-
ficar a vegetação que faz a ligação entre blocos maiores de hábitat nativo. Mas 
quando é iniciado o planejamento dessa criação, o termo recebe o entendimento 
de uma unidade dessa etapa, compreendendo um mosaico de uso das terras. 
A partir dessa perspectiva, o objetivo de um corredor ecológico é manter ou 
restaurar a conexão da paisagem e ser um facilitador no fluxo genético entre 
populações, fazendo, com isso, aumentar as chances de sobrevivência das 
comunidades biológicas e de suas espécies a longo prazo.
Existe a necessidade de um cuidado maior a partir do momento que se atinge 
o objetivo da criação dos corredores ecológicos. Isso inclui a formação de áreas 
protegidas adicionais, assim como a introdução de estratégias mais adequadas 
de uso da terra e a restauração de trechos degradados em áreas-chave, tudo 
para que esses mosaicos, com a finalidade de múltiplos usos da terra em uma 
179Corredor ecológico como unidade de planejamento e estratégia integrador...
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 179 22/02/2018 11:16:05
paisagem manejada, possam permitir o movimento das populações por meio 
de ligações entre florestas próximas. 
Se o foco for institucional, também existe uma estratégia para a existência 
do corredor ecológico, pois ele procura melhorar o manejo de áreas protegi-
das, criar a capacidade de manejo na região e promover pesquisas biológicas 
e socioeconômicas que possam ajudar a reduzir a ameaça de extinção de 
espécies. Para garantir esse foco, as aspirações das comunidades e lideranças 
locais devem ser mantidas de forma a levar os corredores ecológicos em con-
sideração, como elementos-chave na equação da conservação, para garantir 
a sustentabilidade a longo prazo de parques e reservas.
A abordagem dos corredores ecológicos é aplicada para integrar as diferen-
tes escalas de proteção ambiental, independentemente do tamanho, a partir da 
utilização de métodos que assegurem a seleção criteriosa de porções grandes 
o suficiente de ambientes naturais. Assim, a busca é por representar diferen-
tes ecossistemas, além de manter ou incrementar os níveis de conectividade 
entre as diferentes áreas. Para que tudo isso possa acontecer, é necessário 
que a interferência humana nas UCs seja a mínima possível, assim como nos 
núcleos protegidos de outras categorias de manejo, para que os corredores 
sejam representados como a coluna vertebral para a sustentação do sistema.
O Corredor Central da Mata Atlântica (CCMA) ocupa, em sua parte terrestre, uma área 
de aproximadamente 133 mil km² ao longo de 1,2 mil km de costa e está totalmente 
inserido no domínio da Mata Atlântica. No último relatório da Fundação S.O.S Mata 
Atlântica, divulgado em 2006, foi informado que o Espírito Santo possui pouco mais de 
11% do bioma original. Já nos estudos divulgados pelo Instituto de Pesquisa da Mata 
Atlântica (Ipema), no qual consta a lista de espécies da fauna e da flora ameaçadas 
de extinção no Estado, é indicado que 959 espécies da flora e fauna capixabas estão 
ameaçadas de extinção. Os números são alarmantes, visto que 240 estão criticamente 
em perigo, 254 estão em perigo e 465 são consideradas vulneráveis. O estudo também 
identificou que 40 espécies da fauna e da flora podem ser consideradas extintas 
(MMA, 2002).
Dentro dessa temática em estudo, o planejamento estratégico para implan-
tação dos corredores ecológicos, existe a necessidade do aprofundamento sobre 
uma questão específica: fluxo gênico. Este é definido como a transferência 
Corredor ecológico como unidade de planejamento e estratégia integrador...180
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 180 22/02/2018 11:16:05
de material genético entre populações, caracterizadas como resultante do 
movimento de indivíduos ou de seus gametas. O fluxo em estudo é expresso, 
geralmente, como a taxa de migração (m), definida como a proporção de 
alelos em uma população de origem migrante em cada geração em estudo 
(HAMRICK; NASON, 2000). 
As populações exibem algum grau de diferenciação genética de quase todas 
as espécies entre locais geográficos. Sendo assim, o fluxo gênico oriundo da 
migração é o movimento de organismos, funcionando como uma cola genética 
que segura as populações geneticamente juntas. Portanto, podemos dizer que 
assume a forma de uma metapopulação. A migração tende a homogeneizar 
populações, por isso aumenta a variação dentro destas populações. Também 
é notável como pouca migração é necessária para evitar uma significativa 
dispersão genética entre populações (HARTL; CLARCK, 1997; HAMRICK; 
NASON, 2000).
Esse assunto é considerado um importante desafio para os cientistas, visto 
que eles precisam descrever as arquiteturas genéticas populacionais dentro de 
espécies, assim como identificar e ordenar as forças evolucionárias responsáveis 
pela formação em cada caso. Em termos gerais, tais forças envolvem o fluxo 
gênico, pois ele apresenta várias formas de seleção natural, divergência no 
comportamento dos genes e oportunidade de recombinação genética, mediadas 
pelo sistema de cruzamento. 
Quando se fala de corredores ecológicos, encontramos poucos estudos 
abordando as diferenças das distintas matrizes antrópicas, em relação à sua 
permeabilidade ao fluxo gênico das espécies nativas. Por exemplo, podemos 
fazer alguns questionamentos práticos: um plantio de eucalipto, situado entre 
dois fragmentos florestais, pode ser considerado um corredor ecológico? E uma 
plantação de soja? E sistemas silvipastoris? Intuitivamente, podemos apontar 
este ou aquele uso do solo como mais permeáveis para as espécies, mas só 
comprovamos a carência de dados obtidos por meio de métodos científicos, para 
responder os questionamentos de forma assertiva (SEOANE et. al., 2010). Mas 
existe uma exceção, não estudada ainda: a “hipótese da matriz agroflorestal” 
de Schroth et. al. (2004). Essa matriz apresenta a teoria de que haverá uma 
maior dispersão de sementes por sistemas silvipastoris do que por meio de 
pastos limpos ou mesmo de monoculturas agrícolas. A pesquisa de Castellon 
e Sieving (2006) afirma que uma matriz arbustiva pode ser tão facilitadora 
para a movimentação da fauna quanto um corredor ecológico. Sendo assim, 
a reflexão convergem para uma resposta assertiva de que, sim, podem ser 
considerados corredores ecológicos visto que o objetivo final se assemelha. 
181Corredor ecológico como unidadede planejamento e estratégia integrador...
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 181 22/02/2018 11:16:05
Fica aqui o registro da necessidade da inclusão do tema “corredores ecoló-
gicos” nas formulações e implantações de políticas públicas, pois é evidente a 
importância da ampliação dos estudos a respeito de todos os assuntos relacio-
nados ao tema, como, por exemplo, o fluxo gênico. Essas políticas precisam 
de revisão e reformulação, baseados em pesquisas científicas.
O link a seguir apresenta um exemplo do corredor eco-
lógico do Vale do Paraíba:
https://goo.gl/7UVELJ 
Desenvolvimento da gestão integrada de 
ecossistemas em corredores ecológicos
A evolução fi losófi ca, conceitual e metodológica da conservação da natureza se 
apresenta, ao longo das últimas décadas, como uma tendência. Até os anos 1960, 
o enfoque era a pesquisa científi ca, apenas com o direcionamento dos trabalhos 
de manejo de espécies biológicas, assim como seu hábitat (MMA,1998). Já os 
anos 1970 e 80 foram marcados pela expansão da rede mundial de áreas prote-
gidas, com o foco principal em países com grandes extensões, como Canadá, 
EUA, Índia, Austrália, Brasil, entre outros. Com a chegada da Conferência das 
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Eco-92) houve a 
integração da conservação da biodiversidade com o contexto socioeconômico, 
a partir da implementação de projetos de conservação unidos aos princípios de 
desenvolvimento sustentável. Com o passar dos anos, os esforços se voltaram 
às principais escalas de conservação, que são: genética, de espécies biológicas, 
de áreas protegidas e ecossistemas, todas de forma equilibrada (MMA, 1998).
O papel dos corredores ecológicos nesta caminhada serviu para aumentar o 
tamanho e as chances de sobrevivência de populações de diferentes espécies, 
além de propiciar a recolonização com populações de espécies localmente 
reduzidas e também permitir que ocorra a redução da pressão sobre o entorno 
das áreas protegidas.
Corredor ecológico como unidade de planejamento e estratégia integrador...182
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 182 22/02/2018 11:16:05
Para garantir a sobrevivência das diferentes espécies de populações, é 
preciso trabalhar a partir dos princípios do manejo de ecossistemas, pois estes 
estão rapidamente convergindo para abordagens voltadas à sustentabilidade 
e à conservação da biodiversidade. Portanto, são necessárias mudanças nos 
programas de conservação, direcionando o manejo para a escala de ecossis-
temas (MILLER, 1997).
Por sua vez, a biodiversidade pode ser relacionada à diversidade em ecossiste-
mas, em endemismos, em espécies biológicas e em patrimônio genético. O Brasil 
abriga sete biomas, 79 ecorregiões que já foram classificadas, além de incalculável 
ecossistema, tudo isso devido à sua dimensão continental, assim como à grande 
variação geomorfológica e climática (ARRUDA, 2000). A biodiversidade no 
Brasil é muito ampla, apresentando grande variação dos ecossistemas. 
Também é importante relacionarmos que, no Brasil, as UCs são divididas 
em de “proteção integral” e de “uso sustentável”. A primeira significa que 
essa UC está habitada pelo homem e admite apenas o uso indireto dos seus 
recursos naturais, enquanto a segunda é de conservação e uso sustentável dos 
recursos naturais. As UCs de proteção integral cobrem aproximadamente 3% 
do território. Os demais 97% do território nacional estão abandonados, sem 
ações de conservação ou mesmo estratégias? A resposta é não! São áreas na 
gestão e manejo integrados dos biomas e ecossistemas. 
É importante ressaltar que, assim como o governo federal apoiou o Projeto 
Corredores Ecológicos, também trabalhou na implementação do Plano Inte-
grado de Fiscalização e Monitoramento, para conseguir desenvolver a gestão 
integrada de ecossistemas nesse meio. Nesse tipo de gestão, é necessário adotar 
um plano focado em estratégias de parcerias, para conseguir a integração entre 
os envolvidos. O início foi pelo patrulhamento e vigilância exercidas pelo poder 
público, depois por meio de ações integradas de fiscalização e monitoramento 
para conseguir dar sequência às atividades. A principal delas foi a definição de 
um diagnóstico da situação do bioma, para, por meio de um processo de plane-
jamento sistemático, reverter o quadro atual existente de degradação ambiental. 
Todas as ações para a gestão integrada de ecossistemas em corredores 
ecológicos são planejadas de forma conjunta por diversos órgãos diretamente 
envolvidos na fiscalização. Essas ações acabam estimulando a participação do 
Ministério Público, da sociedade civil organizada e das prefeituras munici-
pais, respeitando as atribuições de cada envolvido no processo. O objetivo do 
plano integrado pelos governantes é estabelecer a comunicação entre todas as 
atividades de comando e controle exercidas pelo poder público, em seu dever 
de preservar e defender o meio ambiente para as presentes e futuras gerações, 
como está previsto na Constituição Federal. 
183Corredor ecológico como unidade de planejamento e estratégia integrador...
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 183 22/02/2018 11:16:06
O vídeo no link a seguir apresenta imagens sobre o cruza-
mento de animais selvagens ao redor do mundo:
https://goo.gl/7GWxZW 
1. O Projeto Corredor Ecológico do 
Ibama foi concebido no âmbito do 
Programa Piloto para a Proteção 
das Florestas Tropicais do Brasil 
(PPG7) como uma área extensa 
de grande importância ecológica, 
composta por ecossistemas 
prioritários para a conservação 
da biodiversidade, UCs, terras 
indígenas e áreas de interstício. 
Assinale a alternativa correta 
que contenha um dos principais 
objetivos deste projeto.
a) Classificar as espécies 
de plantas da UC.
b) Planejar a paisagem.
c) Desenhar um corredor ecológico.
d) Licenciar o corredor ecológico.
e) Classificar as espécies 
de animais da UC.
2. O conceito de corredor ecológico 
foi incorporado às políticas 
ambientais por meio da Lei do 
SNUC. Assinale a alternativa 
correta para responder quem é o 
responsável pelo reconhecimento 
desta unidade territorial.
a) Prefeitura Municipal.
b) Administração da UC.
c) Ministério do Meio Ambiente.
d) Governo Estadual.
e) Órgão ambiental de acordo 
com sua localização.
3. A partir do estudo da Lei nº 9.985, 
de 18 de julho de 2000, que 
instituiu o Sistema Nacional de 
Unidades de Conservação (SNUC), 
assinale qual das alternativas 
abaixo apresenta o maior objetivo, 
a partir do conceito de corredor 
ecológico desta legislação.
a) O objetivo maior seria separar 
todas as espécies da flora 
para deixar alinhado com o 
plano de gerenciamento.
b) O objetivo maior seria a 
educação ambiental para 
o ecoturismo nas reservas 
particulares do Brasil.
c) O objetivo maior seria o 
licenciamento ambiental 
da área onde se localiza 
o corredor ecológico.
d) O objetivo maior seria a 
intenção de se conservar, 
de maneira efetiva, a 
Corredor ecológico como unidade de planejamento e estratégia integrador...184
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 184 22/02/2018 11:16:07
biodiversidade do Brasil.
e) O objetivo maior seria separar 
todas as espécies de fauna 
entre as UCs de localização 
do corredor ecológico.
4. Qual a legislação que contempla 
o seguinte entendimento para 
corredor ecológico: uma faixa de 
cobertura vegetal existente entre 
remanescentes de vegetação 
primária em estágio médio 
e avançado de regeneração, 
tendo como finalidade propiciar 
hábitat ou servir de área de 
trânsito para a fauna residente.
a) Lei do SNUC — Lei nº 9.985/2000.
b) Decreto nº 750/1993.
c) Lei nº 6.938/1981.
d) Resolução Conama nº 9/1996.
e) Resolução Conama nº 428/2010.
5. De acordo com o Programa Piloto 
para a Proteção das Florestas 
Tropicais do Brasil (PPG7), no 
Ibama, atualmente existem 
outros sete corredores ecológicos 
em fase de implementação 
ou estudo. Qual a localização 
destes corredores ecológicos 
do programa em estudo?
a) Doiscorredores estão 
no Pantanal e cinco 
estão no Cerrado.
b) Cinco estão no Pampa e 
dois estão na Caatinga.
c) Dois estão na Mata Atlântica 
e cinco estão na Amazônia.
d) Cinco estão na Caatinga 
e dois na Amazônia.
e) Dois estão no Cerrado e 
cinco Mata Atlântica.
185Corredor ecológico como unidade de planejamento e estratégia integrador...
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 185 22/02/2018 11:16:08
ARRUDA, M. B. Gestão integrada de ecossistemas: a conservação da biodiversidade 
expandida. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ECOSSISTEMAS, 5. 2000. Anais... Vitória: 
Academia de Ciências do Estado de São Paulo, 2000.
AVALIAÇÃO e identificação de áreas e ações prioritárias para a conservação, utilização 
sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade nos biomas brasileiros. 
Brasília: MMA/SB, 2002. 404 p.
AYRES, J. M. et al. Os corredores ecológicos das florestas tropicais do Brasil. Belém: So-
ciedade Civil Mamirauá, 2005.
AYRES, J. M. et al. Abordagens inovadoras para conservação da biodiversidade no Brasil: 
os corredores das florestas neotropicais do Brasil. Brasília: MMA, 1997.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais Renováveis. Roteiro metodológico para o planejamento: parque 
nacional, reserva biológica, estação ecológica. Brasília: MMA, 2002.
BRASIL. Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e 
VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação 
da Natureza e dá outras providências. 2000. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/L9985.htm>. Acesso em: 18 jan. 2018.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 9, de 24 de outubro de 
1996. Defi ne “corredor de vegetação entre remanescentes” como área de trânsito 
para a fauna. 1996. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.
cfm?codlegi=208>. Acesso em: 18 jan. 2018.
BRASIL. Decreto no 750, de 10 de fevereiro de 1993. Dispõe sobre o corte, a exploração e 
a supressão de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regenera-
ção da Mata Atlântica, e dá outras providências. 1993. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d750.htm>. Acesso em: 18 jan. 2018.
CASTELLON, T. D.; SIEVING, K. E. An experimental test of matrix permeability and 
corridor use by an endemic understory bird. Conservation Biology. v. 20, n. 1, p. 135-
145, 2006. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16909666>. 
Acesso em: 18 jan. 2018.
CONSERVATION INTERNATIONAL. Planejando paisagens sustentáveis: a Mata Atlântica 
brasileira. Washington: CI, 2000.
[ECODUTO na Argentina]. [2012]. Disponível em: <http://edgblogs.s3.amazonaws.com/
farejadorbichos/files/2012/09/ecoduto-na-argentina.jpg>. Acesso em: 18 jan. 2018.
Corredor ecológico como unidade de planejamento e estratégia integrador...186
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 186 22/02/2018 11:16:08
FONSECA, G. A. B. et al. Corredores de biodiversidade: o corredor central da Mata 
Atlântica. In: ARRUDA, M. B.; SÁ, L. F. S. N. (Orgs). Corredores ecológicos: uma abordagem 
integradora de ecossistemas no Brasil. Brasília: Ibama. 2004.
HAMRICK, J. L.; NASON, J.D. Gene flow in forest trees. In: YOUNG, A.; BOSHIER, D.; 
BOYLE, T. (Eds.). Forest conservation genetics: principles and practice. Wallingford: 
CABI Publishing, 2000.
HARTL, D. L.; CLARK, A. G. Principles of population genetics. New York: Sinauer Asso-
ciates, 1997. 
MILLER, K. Planejamento biorregional: em busca de um novo equilíbrio. Brasília: Ibama, 
1997.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Brasil. Primeiro relatório nacional para a Convenção 
sobre Diversidade Biológica. Brasília: MMA, 1998
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Projeto Corredores Ecológicos. Programa Piloto 
para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil. MMA/PPG7.
OLIVEIRA, S. de F. Unidades de Conservação (UCs): contexto histórico e a realidade 
do Estado de Goiás. In: ALMEIDA, M. G. de. (Org.). Abordagens geográficas de Goiás: o 
natural e o social na contemporaneidade. Goiânia: IESA, 2002.
PENSAMENTO VERDE. O que é corredor ecológico e a sua importância para a conser-
vação ambiental? 2014. Disponível em: <http://www.pensamentoverde.com.br/
meio-ambiente/o-que-e-corredor-ecologico-e-sua-importancia-para-conservacao-
-ambiental/>. Acesso em: 18 jan. 2018.
SCHROTH, G. et al. Agroforestry and biodiversity conservation in tropical landscapes. 
Washington: Island Press, 2004. 
SEOANE, C. E. S. et al. Corredores ecológicos como ferramenta para a desfragmenta-
ção de florestas tropicais. Pesquisa Florestal Brasileira, Colombo, v. 30, n. 63, p. 207-216, 
ago./out. 2010.
Leitura recomendada
BRASIL. Lei n° 5.197, de 3 de janeiro de 1967. Dispõe sobre a proteção à fauna e dá outras 
providências. 1967. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5197.
htm>. Acesso em: 18 jan. 2018.
187Corredor ecológico como unidade de planejamento e estratégia integrador...
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 187 22/02/2018 11:16:08
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 158 22/02/2018 11:16:01
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
 
DICA DO PROFESSOR
Na Dica do Professor de hoje, você irá conhecer a relação entre Corredores Ecológicos e 
Unidades de Conservação, e a aplicação de um programa federal para a gestão dos Corredores 
Ecológicos.
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EXERCÍCIOS
1) O projeto Corredor Ecológico do IBAMA foi concebido, no âmbito do Programa 
Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7), como uma área 
extensa de grande importância ecológica composta por ecossistemas prioritários para 
a conservação da biodiversidade, Unidades de Conservação, terras indígenas e áreas 
de interstício. Assinale a alternativa que apresenta corretamente um dos principais 
objetivos deste projeto.
A) Classificar as espécies de plantas da Unidade de Conservação.
B) Planejar a paisagem.
C) Desenhar um Corredor Ecológico.
D) Licenciar o Corredor Ecológico.
E) Classificar as espécies de animais da Unidade de Conservação.
2) O conceito de Corredor Ecológico foi incorporado às políticas ambientais por meio 
da Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC). 
Assinale a alternativa que apresenta corretamente o responsável pelo reconhecimento 
dessa unidade territorial.
A) Prefeitura municipal.
B) Administração da Unidade de Conservação.
C) Ministério do Meio Ambiente.
D) Governo estadual.
E) Órgão ambiental de acordo com sua localização.
3) De acordo com a Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, que instituiu o Sistema 
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), assinale a alternativa 
que apresenta o maior objetivo do conceito de Corredor Ecológico.
A) O objetivo maior seria separar todas as espécies da flora para deixá-las alinhadas com o 
plano de gerenciamento.
B) O objetivo maior seria a educação ambiental para o ecoturismo nas reservas particulares 
do Brasil.
C) O objetivo maior seria o licenciamento ambiental da área onde se localiza o Corredor 
Ecológico.
D) O objetivo maior seria a intenção de conservar, de maneira efetiva, a biodiversidade do 
Brasil.
E) O objetivo maior seria separar todas as espécies de fauna entre as Unidades de 
Conservação onde se localizasse o Corredor Ecológico.
Assinale abaixo que legislação contempla o seguinte entendimento para Corredor 4) 
Ecológico: “sendo uma faixa de cobertura vegetal existente entre remanescentes de 
vegetação primária em estágio médio e avançado de regeneração, tendo como 
finalidade propiciar habitat ou servir de área de trânsito para a fauna residente”. 
A) Lei do SNUC - Lei no 9.985/2000.
B) Decreto no 750/1993.
C) Lei no 6.938/1981.
D) Resolução CONAMA no 09/1996.
E)Resolução CONAMA no 428/2010.
5) De acordo com o Programa Piloto para a Conservação das Florestas Tropicais do 
Brasil – PPG7, no IBAMA, atualmente existem sete Corredores Ecológicos em fase de 
implementação ou estudo. Qual a localização e quantidade prevista dos Corredores 
Ecológicos do programa em estudo?
A) Dois corredores estão no Pantanal e cinco no Cerrado.
B) Cinco estão no Pampa e dois na Caatinga.
C) Dois estão na Mata Atlântica e cinco na Amazônia.
D) Cinco estão na Caatinga e dois na Amazônia.
E) Dois estão no Cerrado e cinco na Mata Atlântica.
NA PRÁTICA
Como você viu, os Corredores Ecológicos são extremamente importantes, e têm uma estreita 
relação com as Unidades de Conservação. 
 
Conheça agora, a história da Amanda. Ele é uma das responsáveis por uma Unidade de 
Conservação e vem enfrentando alguns problemas.
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Os Corredores Ecológicos são instrumentos importantes de preservação que criam 
verdadeiras faixas verdes de conexão entre ambientes naturais separados entre si pela 
devastação. No site do PENSAMENTO VERDE, você encontra a reportagem: O que é 
corredor ecológico e a sua importância para a conservação ambiental?
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
No site do Ministério do Meio Ambiente é apresentado o Programa Piloto para a 
Conservação das Florestas Tropicais do Brasil – PPG7. Programa esse que surgiu em 1990 
na Convenção de Houston, que reuniu os países do G7 em prol da proteção das florestas 
tropicais brasileiras, e foi ratificado na Conferência das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), a Rio 92. O PPG7 é uma iniciativa do governo 
brasileiro em parceira com a comunidade internacional. Está sendo considerado um dos 
maiores programas de cooperação multilateral relacionado a uma temática ambiental de 
importância global para o uso sustentável de seus recursos naturais, ao mesmo tempo que 
essas soluções poderiam melhorar as condições de vida da população local.
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E para saber ainda mais sobre os corredores do país, leia o artigo Discussões sobre 
Corredores Ecológicos no Brasil 2006-2016.
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Fragmentos florestais 
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo! 
Uma floresta de 10.000 hectares e 100 pedaços de floresta de 100 hectares cada não possuem 
diferenças do ponto de vista matemático, já que o total dos fragmentos de 100 hectares terão a 
mesma área total que a área contínua de 10.000 hectares. Entretanto, do ponto de vista 
ambiental, essa diferença é fundamental para determinar a vida ou a morte de um ecossistema. A 
fragmentação é o processo de separar o todo em partes. Os fragmentos florestais são áreas de 
vegetação natural que foram interrompidas por ações e barreiras humanas ou até mesmo 
naturais. Com o passar dos anos, as pressões sobre o ambiente criaram áreas isoladas de mata. 
Esses fragmentos não conseguem manter a dinâmica natural da floresta, assim, seu fluxo de 
animais, espécies da flora, pólen e sementes, diminui. Além disso, pode ocorrer também a 
extinção de espécies que viviam daquele habitat, perda de biodiversidade e mudança no 
microclima do local. 
 
No decorrer de sua existência, a espécie humana tem sido uma das principais responsáveis pelo 
desaparecimento de muitos organismos de nosso planeta. Nos tempos mais remotos, a caça 
indiscriminada de animais mais vulneráveis, como, por exemplo, aves não voadoras, era um dos 
principais motivos de extinção de várias espécies. Atualmente, o ser humano continua sendo o 
principal promotor da perda de biodiversidade. Entre as principais causas de extinção de 
espécies nos tempos atuais estão a fragmentação de habitats, a introdução de espécies 
exóticas e a poluição. As UCs foram inicialmente criadas justamente para a proteção dos 
recursos animais e vegetais e, por isso, é necessário mantermos essas áreas o mais íntegras 
possível, atentando para essa e outras questões que possam manter intacto o perfil ecológico 
dessas áreas, a fim de preservar a funcionalidade desses ecossistemas e preservar os recursos 
naturais.
Nessa Unidade de Aprendizagem aprenderemos sobre a fragmentação florestal em áreas de 
Unidades de Conservação (UCs), quais são os seus impactos, o peso dessa interferência e 
consequências relacionadas.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Caracterizar os fragmentos florestais.•
Elencar os fatores que influenciam na conservação da biodiversidade em fragmentos 
florestais.
•
Relacionar a conservação da biodiversidade em fragmentos florestais.•
DESAFIO
Uma área, no interior do Estado de Santa Catarina, foi degradada por desmatamento ilegal e 
o órgão ambiental do estado descobriu, exigindo medidas de recuperação da área. No local estão 
presentes alguns fragmentos florestais, conforme croqui mostrando a situação a seguir.
 
Você foi contratado para encontrar uma solução e, como um bom profissional, você logo 
percebe que deve criar uma estratégia para melhorar a dinâmica dos fragmentos, favorecendo 
assim a manutenção da biodiversidade.
Cite quais estratégias irá usar para alcançar esse objetivo.
INFOGRÁFICO
O desmatamento é a forma mais visível das mudanças no uso do solo. Com a derrubada das 
florestas, temos que arcar com consequências danosas que interferem na drenagem das áreas 
úmidas e, dessa forma, as sucessivas ações antrópicas advindas do desenvolvimento mal 
planejado, como a construção de estradas e a expansão urbana, acabam por constituir um grande 
dano nos ecossistemas, resultando na fragmentação dos habitats. 
 
Além disso, a fragmentação dessas formações naturais - que antes eram contínuas - acabam por 
extinguir várias espécies. Isso impacta diretamente na cadeia, atingindo outras populações 
sucessoras que perdem seu espaço de movimento, ficando mais suscetíveis aos predadores, bem 
como competidores, que também perdem seu habitat natural e vão diminuindo até, 
consequentemente, desaparecem. 
 
Nesse sentido, as UCs são usadas como estratégia mundial na busca da preservação desses 
habitats, pois quanto menor a fragmentação da floresta, maior é a chance de sobrevivência das 
espécies e de conservação dos ecossistemas de forma integral.
No Infográfico a seguir você verá as principais causas da fragmentação florestal e como seu 
conceito pode ser aplicável às Unidades de Conservação.
 
CONTEÚDO DO LIVRO
Algumas estratégias são utilizadas para conservar a biodiversidade em fragmentos florestais. O 
ideal é analisar atributos como o tamanho dos fragmentos, a conectividade com outras áreas, a 
proteção de mananciais, a diversidade de fisionomias, a riqueza de espécies, a existência de 
espécies raras, a presença de espécies invasoras, a frequência de incêndios, a presença de lixo e 
a vizinhança no entorno.
São diversos os fatores que influenciam. Agora vamos aprofundar um pouco mais esse estudo 
sobre fragmentos florestais dentro do contexto das Unidades de Conservação? Na obra 
Gerenciamento de unidades de conservação, leia o capítulo Fragmentos Florestais, base 
teórica desta Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura!
GERENCIAMENTO 
DE UNIDADES DE 
CONSERVAÇÃO
Anderson Purus 
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Bióloga 
Mestre e Doutora em Ciências 
Professora do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
G367 Gerenciamento de unidades de conservação / Anderson Soares 
Pires... [et al.]; [revisão técnica : Vanessa de Souza
Machado]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
304 p. :il.. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-339-0
1. Gestão ambiental. I. Pires, Anderson Soares.
CDU 502.13
1_Iniciais.indd 2 22/02/2018 11:33:46Fragmentos florestais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Caracterizar os fragmentos fl orestais.
  Elencar os fatores que infl uenciam na conservação da biodiversidade 
em fragmentos fl orestais.
  Relacionar a conservação da biodiversidade em fragmentos fl orestais.
Introdução
No decorrer de sua existência, a espécie humana tem sido uma das princi-
pais responsáveis pelo desaparecimento de muitos organismos de nosso 
planeta. Nos tempos mais remotos, a caça indiscriminada de animais mais 
vulneráveis, como aves não voadoras, era um dos principais motivos de 
extinção de várias espécies. Atualmente, o ser humano continua sendo o 
principal promotor da perda de biodiversidade. Entre as principais causas 
de extinção de espécies, nos tempos atuais, estão a fragmentação de 
hábitats, a introdução de espécies exóticas e a poluição. Neste texto, 
vamos conhecer mais sobre a fragmentação de hábitats e suas causas.
O que são os fragmentos florestais
Uma fl oresta de 10.000 hectares e 100 pedaços de fl oresta de 100 hectares 
não possuem diferenças do ponto de vista matemático: o total dos fragmentos 
de 100 hectares terá o mesmo tamanho total que a área contínua de 10.000 
hectares. Entretanto, do ponto de vista ambiental, essa diferença é fundamental 
para determinar a vida ou a morte de um ecossistema.
A fragmentação é o processo de separar o todo em partes. Os fragmentos 
florestais são áreas de vegetação natural que foram interrompidas por ações e 
barreiras humanas ou, até mesmo, naturais. Com o passar dos anos, as pressões 
sobre o ambiente criaram áreas isolada de mata. Esses fragmentos não conse-
guem manter a dinâmica natural da floresta e seu fluxo de animais, espécies 
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 145 22/02/2018 11:15:57
da flora, pólen e sementes diminuem. Além disso, pode ocorrer também a 
extinção de espécies que viviam naquele hábitat, a perda de biodiversidade e 
a mudança no microclima do local. Algumas das causas antrópicas e naturais 
que levam à fragmentação das florestas são:
  a expansão do uso da terra;
  o crescimento populacional;
  o desmatamento para atividades madeireiras, de pecuária e agricultura;
  a construção de rodovias;
  a substituição da cobertura florestal nativa por reflorestamento com 
espécies exóticas;
  a implementação de linhas de transmissão de energia, oleodutos e gasodutos;
  as flutuações climáticas;
  a heterogeneidade de solos;
  a topografia;
  processos de sedimentação e hidrodinâmica em rios e no mar;
  processos hidrogeológicos.
Cada fragmento possui uma característica diferente, com um hábitat dife-
rente, que pode ser ou não favorável para as espécies, ter ou não os recursos 
que elas necessitam, ser isolado ou conectado a outros fragmentos, sofrer ou 
não efeitos que o degradam mais ainda. Cada fragmento é um universo bem 
diferente, contendo dinâmicas diferentes.
Quando falamos em fragmentação logo lembramos de floresta que foi 
derrubada, restando apenas alguns fragmentos ou partes intactas. Mas a 
fragmentação vai além disso — ela pode representar alterações no hábitat 
original. Como exemplo, podemos citar um fragmento de floresta nativa com 
uma floresta de eucaliptos na sua volta.
A identificação de áreas prioritárias para a criação de novas unidades de 
conservação (UCs) deveria também considerar as características e o potencial 
de conservação nos fragmentos vizinhos (VIANA; PINHEIRO, 1998). Não 
adianta implementar uma UC em uma área totalmente isolada; a conservação 
seria de extrema dificuldade, pois áreas isoladas têm sua polinização drasti-
camente reduzida e o fluxo genético, que deveria ocorrer entre as espécies, 
não acontece, levando a uma população com pouca variabilidade genética, 
sujeita a ser extinta em massa.
Fragmentos florestais146
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 146 22/02/2018 11:15:57
A análise da distribuição de classes de tamanho de fragmentos é útil para 
a definição de estratégias para a conservação da biodiversidade em áreas 
protegidas (VIANA; PINHEIRO, 1998). Grande parte das UCs está degra-
dada devido às perturbações causadas ao longo do tempo, como incêndios, 
extrativismo predatório e o efeito de borda causado por essas perturbações.
As florestas fragmentadas, além de muito mais vulneráveis às intempéries, 
também são mais invadidas por parasitas: plantas rasteiras, trepadeiras e 
capim adentram a mata e sufocam o crescimento e desenvolvimento de outras 
espécies. Muitas vezes, quando atingem esse ponto, as áreas são irrecuperáveis.
Quanto menor um fragmento florestal, mais sujeito ao efeito de borda 
ele estará. Como as dificuldades ocorrem em até 100 metros dentro da mata, 
muitos fragmentos são inteiramente áreas de borda.
Segundo especialistas, a variação de espécies é comum em todos os sistemas 
biológicos, porém, os fragmentos de florestas possuem algumas características 
especiais que os tornam mais complexos. A grande quantidade de pressão 
exercida sobre as áreas de florestas culmina na perda dessa diversidade.
Fragmentos urbanos
Nas cidades também existem os fragmentos florestais, que são de grande importância 
tanto quanto uma UC em meio a grandes florestas. São formados devido à pressão 
causada pela urbanização descontrolada. Nos ecossistemas urbanos, os fragmentos 
representam um recurso precioso para a melhoria da qualidade de vida nas cidades. 
Na cidade, servem para lazer, beleza cênica, diminuição da temperatura, do ruído e 
da poluição do ar, área de recarga do lençol freático, para diminuir enchentes e servir 
de refúgio para a fauna em meio a tanto concreto. As cidades estão atingindo um 
nível muito grande de poluição, e as folhas e galhos das árvores atuam como filtros 
através da retenção de parte do material particulado emitido por carros e indústrias, 
ficando em suspensão no ar, diminuindo, assim, a nuvem de poluição das cidades. 
Além disso, elas consomem gás carbônico em seu processo de fotossíntese, liberando 
mais oxigênio para o ambiente.
147Fragmentos florestais
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 147 22/02/2018 11:15:57
Figura 1. Fragmento florestal na cidade, que serve de lazer.
Fonte: Svetlana Turchenick/Shutterstock.com.
Fatores que influenciam na conservação 
da biodiversidade em fragmentos florestais
Para a conservação da biodiversidade e criação de UCs, alguns fatores devem 
ser analisados. Esses fatores indicam o sucesso que terá aquela área na prote-
ção dos recursos e das espécies. Os principais fatores que afetam a dinâmica 
de fragmentos fl orestais são: tamanho, forma, grau de isolamento, tipo de 
vizinhança e histórico de perturbações (VIANA; TABANEZ; MARTINS, 
1992). Pequenos fragmentos que são isolados possuem pouquíssima chance 
de conservar, de fato, a biodiversidade (Figura 2).
Fragmentos florestais148
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 148 22/02/2018 11:15:58
Figura 2. Fragmentos florestais pequenos e isolados.
Fonte: Holanda et al. (2010).
Tamanho
O tamanho do fragmento é um fator que afeta diretamente a diversidade das 
espécies. Quanto menor o fragmento, menos espécies ele consegue abrigar e 
menos recursos ele tem para que essas espécies sobrevivam. O tamanho do 
fragmento está relacionado ao efeito de área, que nada mais é do que mudanças 
ecológicas que ocorrem, como a diminuição da riqueza de espécies e sua menor 
densidade (devido ao fragmento não possuir a área mínima necessária para 
a espécie se desenvolver). Quanto menor o fragmento, maiores são os efeitos 
negativos à fl ora e à fauna.
Forma
A forma é um fator determinado pela relação entre sua área e o perímetro. 
Esse fator determina a vulnerabilidade do fragmento em sofrer efeitos, prin-
149Fragmentos florestais
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 149 22/02/2018 11:15:58
cipalmente o efeito de borda. O efeito de borda causa muitas consequências 
adversas para a fl ora e a fauna,como:
  aumento da taxa de mortalidade de árvores;
  mudanças bruscas de luminosidade, temperatura, umidade e ventos;
  extinção de espécies de insetos, pássaros e outros animais;
  extinção de onças e felinos, o que diminui a abundância de outros mamíferos;
  deixa a floresta mais suscetível à invasão por espécies exóticas ou não 
florestais.
Quanto mais circular a área, melhor é a sua conservação e mais espécies 
se encontram em seu interior. Quanto mais recortada e retangular a área, 
maiores são as chances de sofrer o efeito de borda.
Grau de isolamento
O grau de isolamento é um dos fatores mais importantes para a defi nição de 
uma área prioritária para a implantação de uma UC. Esse fator está relacionado 
ao grau de diversidade das espécies, pois quanto mais isolada a área, menor 
é a troca de material genético, conhecido também como “fl uxo gênico”. As 
populações são pequenas e acabam cruzando entre si. Quanto maior o grau 
de isolamento, menor é a taxa de imigração e recolonização também.
Tipo de vizinhança
O tipo de vizinhança também é um fator que determina o grau do efeito de 
borda. Existem diferentes tipos de vizinhança, como pastagem, monoculturas 
de pinus e eucalipto, entre outros. Diferentes tipos de vizinhança provocam 
manifestações de efeitos de borda em extensões e quantidades distintas em 
um fragmento de fl oresta (BLUMENFELD et al., 2016).
Histórico de perturbações
O histórico de perturbações está diretamente relacionado à estrutura e à 
dinâmica dos fragmentos. Esse fator é causado pelas explorações que a área 
sofreu ao longo dos anos. Podemos citar como exemplo a extração vegetal.
Fragmentos florestais150
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 150 22/02/2018 11:15:58
A influência dos fatores na definição 
de áreas prioritárias para a conservação
O estudo dos fatores citados é essencial na defi nição das áreas a serem conser-
vadas. Uma área ideal para UC seria uma área grande, com a forma circular, 
com corredores ligando a outros fragmentos. No Quadro 1, estão caracterís-
ticas relevantes para a identifi cação de fragmentos prioritários à recuperação, 
parâmetros utilizados e possíveis atividades de recuperação.
Características
Parâmetros/
atividades Unidades
Fragmentos 
florestais 
prioritários à 
recuperação
Raridade Cobertura 
remanescente 
do ecossistema
% da cobertura 
remanescente
Condição 
edafoclimática 
% da cobertura 
remanescente 
em relação ao 
solo, relevo, clima
Potencial de 
sustentabilidade
Área Hectare (km²)
Forma Relação área/
perímetro
Isolamento Distância entre 
fragmentos 
e classes de 
porosidade da 
paisagem
Efeito de borda Uso do solo na 
vizinhança
Atitude da 
população
Tipos de 
relação com os 
fragmentos
Quadro 1. Características para a identificação de fragmentos prioritários à recuperação.
(Continua)
151Fragmentos florestais
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 151 22/02/2018 11:15:58
Conservação da biodiversidade 
em fragmentos florestais
Algumas estratégias são utilizadas para conservar a biodiversidade em frag-
mentos fl orestais. O ideal é analisar atributos como: o tamanho dos fragmentos, 
a conectividade com outras áreas, a proteção de mananciais, a diversidade de 
fi sionomias, a riqueza de espécies, a existência de espécies raras, a presença de 
espécies invasoras, a frequência de incêndios, a presença de lixo e a vizinhança 
no entorno. São diversos os fatores que infl uenciam.
Duas boas estratégias para melhorar a dinâmica dos fragmentos é o reflo-
restamento no seu entorno e a criação de conexões com outros fragmentos, 
também chamados de corredores ecológicos. 
Algumas das técnicas que estão sendo utilizadas são:
  anejo dos fragmentos florestais que atuam como ilhas de biodiversidade 
na paisagem; 
Características
Parâmetros/
atividades Unidades
Fragmentos 
florestais 
prioritários à 
recuperação
Potencial de 
sustentabilidade
Risco de 
perturbação
Proximidade 
de estradas
Proximidade de 
núcleos urbanos
Uso do solo na 
vizinhança
Custos da 
recuperação
Aumento da área Custo financeiro 
conforme a área
Alteração da forma
Corredores
Plantio de 
bordadura
Vigilância
Educação ambiental Custo financeiro 
Quadro 1. Características para a identificação de fragmentos prioritários à recuperação.
(Continuação)
Fragmentos florestais152
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 152 22/02/2018 11:15:58
  reflorestamento de matas ciliares;
  interligação dos fragmentos florestais entre si e com os reflorestamentos 
através de corredores;
  plantio de bordadura, para diminuir o efeito de borda e melhorar as 
formas dos fragmentos;
  uso de sistemas agroflorestais.
Reflorestamento
O refl orestamento de vegetação nativa é uma intervenção por meio do plantio 
de espécies nativas para recompor um ecossistema e tem como objetivo a 
restauração ecológica. O refl orestamento com árvores nativas faz com quem 
sejam atraídas diversas espécies locais, aumentando a biodiversidade do local. 
Essa técnica é importante para proteger e recuperar os serviços ecossistêmicos 
da região. Para o plantio, geralmente são escolhidas espécies de acordo com 
a vegetação natural do local.
Corredores ecológicos
Essa estratégia é muito boa, pois aumenta o fl uxo de animais e a troca de 
material genético, enriquecendo a diversidade entre a mesma espécie e 
facilitando a troca de sementes e polinizadores entre os fragmentos, além de 
facilitar a recolonização da área degradada e aumentar a área para espécies 
que necessitam de áreas maiores. Os corredores ecológicos são citados 
como parte de estratégias para a conservação de ecossistemas fragmentados 
desde a década de 1970. Desde então, diversos estudos citam os potenciais 
benefícios dos corredores, principalmente a possibilidade de deslocamento 
das espécies nativas. 
Os corredores ecológicos fazem parte da legislação ambiental brasileira. 
São citados na Lei Federal n° 9.985, de 18 de julho de 2000, que estabeleceu o 
Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), cujo artigo 2º define 
corredores ecológicos como:
porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de 
conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento 
da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas 
degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam, 
para sua sobrevivência, áreas com extensão maior do que aquela das 
unidades individuais (BRASIL, 2000).
153Fragmentos florestais
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 153 22/02/2018 11:15:58
Sistema agroflorestal
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), sistemas 
agrofl orestais são consórcios de culturas agrícolas com espécies arbóreas que 
podem ser utilizados para restaurar fl orestas e recuperar áreas degradadas. Esse 
sistema favorece a recuperação natural da área e traz vários benefícios, como:
  ameniza limitações do terreno;
  minimiza riscos de degradação inerentes à atividade agrícola;
  otimiza a produtividade a ser obtida;
  diminui a perda de fertilidade do solo;
  reduz o ataque de pragas;
  o uso de árvores no sistema recupera as funções ecológicas;
  aumenta a disponibilidade de biomassa;
  fornece mais recursos para o desenvolvimento das espécies;
  possibilita um processo natural de recuperação da área;
  permite o uso e o manejo sustentável dos recursos junto a moradias 
(EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, 2004).
Figura 3. Agrofloresta, sistema utilizado para a recuperação natural.
Fonte: Dr Morley Read/Shutterstock.com.
Fragmentos florestais154
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 154 22/02/2018 11:15:59
Além da perda e fragmentação de hábitats, existem outros fatores que influenciam 
na perda de biodiversidade:
  introdução de espécies e doenças exóticas;
  exploração excessiva de espécies de plantas e animais;
  uso de híbridos e monoculturas na agroindústria e nos programas de reflorestamento; contaminação de solo, água e atmosfera por poluentes;
  mudanças climáticas.
1. Os fragmentos florestais 
foram gerados ao longo dos 
anos. Sobre o processo de 
fragmentação e fragmentos 
florestais, podemos afirmar que:
a) a fragmentação é um processo 
causado pela derrubada de 
árvores, restando apenas 
fragmentos de floresta.
b) eles são compostos de 
florestas plantadas.
c) esses fragmentos conservam 
características idênticas 
a floresta original.
d) ocorrem apenas por 
ação antrópica.
e) a fragmentação causa a 
diminuição do fluxo de espécies.
2. A fragmentação pode ter 
causas antrópicas ou naturais. 
Uma das causas da ocorrência 
de fragmentos florestais é:
a) desmatamento para 
atividades madeireiras, 
pecuária e agricultura.
b) diminuição populacional.
c) estabilização climática.
d) controle do uso da terra.
e) a homogeneidade do solo.
3. Os fragmentos florestais estão 
relacionados a UCs. Qual a 
relação entre os dois?
a) Os fragmentos são áreas muito 
pequenas para a criação de UCs.
b) O estudo de um fragmento 
isolado para a criação de 
uma UC é importante.
c) Não é necessário estudo do 
fragmento para a implantação 
de uma UC, pois todos 
possuem o mesmo hábitat.
d) São definidos fragmentos 
prioritários para a criação de UCs 
e preservação desse fragmento.
e) As UCs são implantadas 
especialmente em fragmentos 
florestais grandes.
155Fragmentos florestais
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 155 22/02/2018 11:16:00
4. Existem alguns fatores que influenciam 
na conservação da biodiversidade 
em fragmentos florestais. Sobre 
esses fatores, podemos afirmar:
a) O tamanho é um fator 
que está relacionado à 
diversidade de espécies.
b) A forma impede o fluxo 
gênico entre os fragmentos.
c) O grau de isolamento 
causa o aumento da 
mortalidade de árvores.
d) O tipo de vizinhança não 
influencia no fragmento.
e) O histórico de perturbações 
da área não é importante.
5. Algumas estratégias são 
utilizadas para a conservação 
da biodiversidade em 
fragmentos. Sobre essas 
estratégias, podemos afirmar:
a) Os corredores ecológicos 
não são bons, pois permitem 
aos animais se deslocarem 
entre diferentes áreas.
b) O sistema agroflorestal aumenta 
a perda de fertilidade do solo.
c) Corredores ecológicos são a 
melhor estratégia para manter 
a saúde de um fragmento, pois 
permite o fluxo de animais e 
aumenta as áreas para eles.
d) O reflorestamento com árvores 
exóticas recupera o fragmento.
e) O sistema agroflorestal diminui 
a disponibilidade de biomassa.
BLUMENFELD, E. C. et al. Relações entre tipo de vizinhança e efeitos de borda em 
fragmento florestal. Ciência Florestal, v. 26, n. 4, p. 1301-1316, 2016.
BRASIL. Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e 
VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação 
da Natureza e dá outras providências. 2000. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/Leis/L9985.htm>. Acesso em: 22 jan. 2018.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Sistemas Agroflorestais (SAFs). 
2004. Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/
produto-servico/112/sistemas-agroflorestais-safs>. Acesso em: 22 jan. 2018.
HOLANDA, A. C. de. et al. Estrutura de espécies arbóreas sob efeito de borda em 
um Fragmento de Floresta Estacional Semidecidual em Pernambuco. Revista Árvore, 
Viçosa, v. 34, n. 1, 2010.
VIANA, V. M.; PINHEIRO, L. A. F. V. Conservação da biodiversidade em fragmentos 
florestais. Série Técnica IPEF, Piracicaba, v. 12, n. 32, dez. 1998.
VIANA, V. M.; TABANEZ, A. A. J.; MARTINS, J. L. A. Restauração e manejo de fragmentos 
florestais. In: CONGRESSO NACIONAL SOBRE ESSÊNCIAS NATIVAS, 2., São Paulo, 1992. 
Anais... São Paulo: Instituto Florestal de São Paulo,1992.
Fragmentos florestais156
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 156 22/02/2018 11:16:01
Leituras recomendadas
ALMEIDA, F.; GOMES, D. S.; QUEIROZ, J. M. de. Estratégias para a conservação da 
diversidade biológica em florestas fragmentadas. Ambiência, Guarapuava,v. 7, n. 2, 
maio/ago. 2011. 
AMADOR, D. B.; VIANA, V. M. Sistemas agroflorestais para recuperação de fragmentos 
florestais. Série Técnica IPEF, Piracicaba, v. 12, n. 32, 1998.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Fragmentos florestais. Brasília: MMA, 2003. 
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/chm/_arquivos/fragment.pdf>. 
Acesso em: 22 jan. 2018.
COUTO, J. L.V. Os fragmentos florestais. 2009. Disponível em: <http://agronomos.ning.
com/forum/topics/os-fragmentos-florestais>. Acesso em: 22 jan. 2018.
O QUE É fragmentação. In: ((o))eco. 2014. Disponível em: <http://www.oeco.org.
br/dicionario-ambiental/27923-o-que-e-fragmentacao/> Acesso em: 22 jan. 2018.
SOUZA, S. M. et al. Análise dos fragmentos florestais urbanos da cidade de Vitória-ES. 
Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba, v. 8, n. 1, p. 112-124, 
2013. Disponível em: <http://www.revsbau.esalq.usp.br/artigos_cientificos/artigo236-
-publicacao.pdf>. Acesso em: 22 jan. 2018.
VERONESE, J. V. Análise de fragmentos florestais e proposição de corredores ecológicos 
com base no código florestal - lei 4.771/65: aplicação na Serra do Brigadeiro - MG. 56 f. 
2009. Monografia (Especialização em Análise Ambiental) - Universidade Federal de 
Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2009. Disponível em: <http://www.ufjf.br/analiseambiental/
files/2009/11/TCC-Juliana-Veronese.pdf>. Acesso em: 22 jan. 2018.
157Fragmentos florestais
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 157 22/02/2018 11:16:01
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 158 22/02/2018 11:16:01
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
Na Dica do Professor, você verá mais detalhes sobre a fragmentação florestal e seus 
efeitos. Vale lembrar que essa vem sendo considerada uma das principais causas atuais do 
desaparecimento de muitos organismos de nosso planeta.
Confira!
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Os fragmentos florestais foram sendo gerados ao longo dos anos. Sobre o processo de 
fragmentação e fragmentos florestais podemos afirmar que:
A) A fragmentação é um processo criado especificamente pelo desmatamento gerado por ação 
antrópica.
B) Eles são compostos de florestas plantadas.
C) Esses fragmentos conservam características idênticas às da floresta original.
D) Ocorrem apenas por ação antrópica.
E) A fragmentação causa a diminuição do fluxo de espécies.
2) A fragmentação pode ter causas antrópicas ou naturais. Uma das causas de maior 
ocorrência de fragmentos florestais é:
A) Desmatamento para atividades madeireiras, pecuária e agricultura.
B) Diminuição populacional.
C) Estabilização climática.
D) Controle do uso da terra.
E) A homogeneidade do solo.
3) Os fragmentos florestais estão relacionados a unidades de conservação. Qual a 
relação entre os dois?
A) Os fragmentos são áreas muito pequenas para a criação de UCs.
B) Não são necessários muitos estudos para se implementar uma UC em um pequeno 
fragmento.
C) Não é necessário estudo do fragmento para a implantação de uma UC, pois todos possuem 
o mesmo habitat.
D) São definidos fragmentos prioritários para a criação de UCs e preservação desse 
fragmento.
E) As UCs são implantadas especialmente em fragmentos florestais grandes.
4) Existem alguns fatores que influenciam na conservação da biodiversidade em 
fragmentos florestais. Sobre esses fatores é possível afirmar que:
A) O tamanho é um fator que está relacionado à diversidade de espécies.
B) A forma impede o fluxo gênico entre os fragmentos.
C) O grau de isolamento causa o aumento da mortalidade de árvores.
D) O tipo de vizinhança não influencia no fragmento.
E) O histórico de perturbações da área não é importante.
5) Algumas estratégias são utilizadaspara a conservação da biodiversidade em 
fragmentos. Sobre essas estratégias, é correto afirmar que:
A) Os corredores ecológicos não são bons, pois permitem aos animais se deslocarem entre 
diferentes áreas.
B) O sistema agroflorestal aumenta a perda de fertilidade do solo.
C) Corredores ecológicos são a melhor estratégia para manter a saúde de um fragmento, pois 
permite o fluxo de animais e aumenta as áreas para os mesmos.
D) O reflorestamento com árvores exóticas recupera o fragmento.
E) O sistema agroflorestal diminui a disponibilidade de biomassa.
NA PRÁTICA
Recentemente, uma área no bioma Amazônia foi declarada Unidade de Conservação. Seu estado 
de conservação é precário e ela apresenta diversos fragmentos espalhados por toda área.
Para a criação do Plano de Manejo foi designado o gestor ambiental Paulo. Veja a seguir como 
ele solucionou a situação.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Proximidade de rodovias pode inluenciar a fragmentação lorestal? Um estudo de caso no 
norte do Rio Grande do Sul
Um dos principais efeitos causados pela implantação e operação de uma rodovia é a 
fragmentação das paisagens naturais, que consequentemente gera o efeito de borda e o 
isolamento de populações. Nesse sentido, o artigo abaixo quantifica e compara a distribuição da 
cobertura vegetal em áreas com e sem influência ecológica de rodovias na região do Alto 
Uruguai, norte do Rio Grande do Sul. Você verá que a alta fragmentação florestal parece ser 
potencializada pela proximidade das rodovias na região, contribuindo para o isolamento e 
redução do tamanho das populações nativas que ocupam essas áreas.
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Técnicas orientadas ao objeto para levantamento da fragmentação florestal na sub-bacia 
Alto Iguaçu, Paraná
O trabalho abaixo apresenta técnicas modernas de mapeamento de fragmentos florestais, o 
trabalho foi realizado em fragmentos da sub-bacia hidrográfica Alto Iguaçu, no Paraná. Foi 
utilizado cenas de satélite e realizado classificações em dois níveis de processamento com 
diferentes escalas de segmentação para diferenciar áreas florestais e não florestais, também foi 
utilizado técnicas para diferenciar três classes de áreas florestais: floresta secundária em estágio 
inicial, floresta secundária em estágio médio/avançado e reflorestamentos. Vale a pena ler o 
artigo para conhecer essas técnicas e ver como é realizado na prática o mapeamento.
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Introdução ao estudo da fauna silvestre
APRESENTAÇÃO
No Brasil, a diversidade de animais é enorme. Nesse cenário, é importante esclarecer que 
todas as espécies têm importante significado para o equilíbrio da natureza, e a fauna silvestre faz 
parte desse contexto, principalmente para a sustentabilidade dos ecossistemas. A fauna silvestre 
tem sido retirada de seus ambientes naturais de maneira abrupta, seja devido ao comércio 
ilegal, à caça predatória, ao desmatamento das florestas, seja devido à manutenção de cativeiros. 
As Unidades de Conservação são locais protegidos com foco específico na preservação da 
flora e de sua fauna associada. Diversos estudos biológicos são realizados nessas áreas, com 
diferentes objetivos, como a descoberta de espécies novas (taxonomia), de sua morfologia 
(zoologia), de sua relação com os demais integrantes da fauna (ecologia), etc. Tais estudos são 
ferramentas indispensáveis na tomada de decisão acerca da gestão das áreas protegidas, 
especialmente aquelas de uso sustentável. 
 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá estudar a introdução ao estudo da fauna silvestre a 
partir dos seus conceitos, passando pela legislação específica e também pela caracterização deste 
tema em Unidades de Conservação (UC).
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Relacionar o conceito de fauna silvestre a partir da origem da palavra fauna.•
Compreender a legislação sobre fauna silvestre.•
Caracterizar o estudo da fauna silvestre em Unidades de Conservação.•
DESAFIO
Senhor João é um fazendeiro do Rio Grande do Sul, cuja principal fonte de renda é o plantio de 
milho. Há alguns meses ele tem notado que sua plantação está sofrendo danos devido a uma 
espécie de javali que apareceu na região. 
 
Ele precisa resolver esse problema, antes que toda sua plantação seja destruída. 
 
Venha conhecer a história dele!
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Você, como gestor da Unidade de Conservação (UC), tem o desafio de indicar estudos que 
possam auxiliar no entendimento da problemática, e orientar o senhor João, pensando 
com respeito na população de javalis.
INFOGRÁFICO
A fauna silvestre, como prevê a Constituição Brasileira no art. 225, parágrafo 1o, tem sua 
proteção como competência do Poder Público. Assim, cada população silvestre do Brasil deverá 
ser monitorada, no mínimo, por algum órgão do Poder Público.
Portanto, existe o manejo de algumas espécies, o que tem quatro possíveis propósitos:
- fazer com que a população aumente;
- fazer com que a população diminua;
- explorá-la de forma sustentável.
- deixá-la seguir seu curso, mas monitorando-a.
O Infográfico a seguir apresenta três formas de exploração sustentável da espécie de 
crocodilos.
Confira!
CONTEÚDO DO LIVRO
A fauna silvestre no Brasil é protegida pela nossa Constituição Federal, assim como por leis 
específicas que tratam dessa questão, como, por exemplo, a Lei no 5.197/67, que trata da 
Proteção à Fauna e a Lei no 9.605/98, a qual contempla a Lei dos Crimes Ambientais, entre 
outros instrumentos legais. Tanto as legislações quanto autores renomados apresentam diversas 
definições para as espécies de fauna silvestre, por exemplo, pode-se entender que são todas 
aquelas pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, 
dentro dos limites do território brasileiro.
Para aprofundar o conhecimento, na obra Gerenciamento das Unidades de Conservação, base 
teórica para esta Unidade de Aprendizagem, leia o capítulo Introdução ao Estudo da Fauna 
Silvestre.
Boa leitura!
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Bióloga 
Mestre e Doutora em Ciências 
Professora do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
G367 Gerenciamento de unidades de conservação / Anderson Soares 
Pires... [et al.]; [revisão técnica : Vanessa de Souza
Machado]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
304 p. :il.. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-339-0
1. Gestão ambiental. I. Pires, Anderson Soares.
CDU 502.13
1_Iniciais.indd 2 22/02/2018 11:33:46
Introdução ao estudo 
da fauna silvestre
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Relacionar o conceito de fauna silvestre a partir da origem da palavra 
“fauna”.
  Compreender a legislação brasileira sobre proteção da fauna silvestre.
  Caracterizar o estudo da fauna silvestre em UCs.
Introdução
No Brasil, há uma grande diversidade de animais, e todas as espécies têm 
significado para o equilíbrio da natureza. A fauna silvestre faz parte desse 
contexto, principalmente para a sustentabilidade dos ecossistemas. Ela 
tem sido retirada de seus ambientes naturais de maneira abrupta, em 
função do comércio ilegal, da caça predatória, do desmatamento das 
florestas ou da manutenção de cativeiros. Nesse sentido, as unidades 
de conservação (UCs) são os locais protegidos com foco específico na 
preservação da flora e da sua fauna associada. Distintos estudos biológicos 
são realizados nessas áreas, e com diferentes focos, como no caso da 
descoberta de novas espécies (taxonomia), sua morfologia (zoologia), a 
relação com os demais integrantes da fauna (ecologia), etc. Tais estudos 
são ferramentas indispensáveis na tomada de decisão acerca da gestão 
dasáreas protegidas, especialmente aquelas de uso sustentável. 
Neste capítulo, você vai estudar a fauna silvestre a partir dos seus 
conceitos, passando pela legislação específica e também pela caracte-
rização desse tema em UCs.
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 189 22/02/2018 11:16:08
Fauna silvestre: conceitos gerais
Inicialmente é necessário entender o conceito da palavra “fauna”, que se refere 
a um conjunto de animais que convive em um determinado espaço geográfi co 
ou temporal. Registros e teorias indicam que os animais surgiram há cerca 
de 700 milhões de anos, na Era Pré-Cambriana. Segundo Barbosa, Viana e 
Rangel (2014), a diversidade de animais se modifi cou e variou bastante ao 
longo das eras paleontológicas em nosso planeta (Figura 1), o que constitui 
um enorme desafi o aos pesquisadores da área.
Figura 1. Exemplo da diversidade de espécies encontradas no planeta Terra.
Fonte: Moloko88/Shutterstock.com.
Os animais, ainda de acordo com Barbosa, Viana e Rangel (2014) constituem 
um dos grupos vivos mais bem-sucedidos, sendo que as suas diversas adapta-
ções engenhosas permitem a sua existência nos mais variados ambientes onde 
há vida. Com ou sem patas, com pelos, penas, asas, nadadeiras, rastejando, 
parasitando e até mesmo imóveis — mudanças que ocorreram ao longo de 
milhões de anos de evolução. Basicamente, a fauna pode ser dividida nas 
seguintes categorias:
Introdução ao estudo da fauna silvestre190
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 190 22/02/2018 11:16:09
  Fauna silvestre ou selvagem: toda a espécie que nasce e vive de forma 
espontânea em um determinado hábitat, sem a intervenção humana. Ou 
seja, animais que ainda habitam seus ecossistemas de origem, consti-
tuindo populações sujeitas à seleção natural, cuja reprodução e genética 
não foram controlados pelo homem.
  Fauna exótica: animais que não são naturais do local onde vivem, 
sendo introduzidos pelo homem.
  Fauna doméstica: animais criados pelo homem, com a principal função 
de servir de companhia, auxiliar no trabalho ou fornecer seus produtos 
(lã, leite, ovos, etc.). São exemplos típicos desses animais os gatos, 
cachorros, vacas, suínos, galinhas, entre outros.
Os animais podem ser divididos ainda em invertebrados e vertebrados. 
Os animais vertebrados são os que possuem coluna vertebral. O esqueleto 
desses animais é interno, da mesma forma que o do ser humano. Nesse 
grupo estão peixes, aves, répteis, anfíbios e mamíferos. Já os animais in-
vertebrados não possuem coluna vertebral e nem crânio, sendo divididos 
em diversos filos, como poríferos, cnidários, platelmintos, nematelmintos, 
moluscos, anelídeos, artrópodes e equinodermos. Segundo o Ministério 
do Meio Ambiente (BRASIL, 1998), os invertebrados são distribuídos em 
cerca de 33 filos, que reúnem 95% das espécies conhecidas (os outros 5% 
estão no filo dos vertebrados).
A fauna normalmente está associada com a flora, que é o conjunto de plantas, vegetais 
e flores agrupadas em uma determinada região ou característicos de algum período 
geológico da Terra. Os conceitos de fauna e flora são semelhantes, sendo diferenciados 
apenas pelo grupo que representam (animais e plantas, respectivamente).
De acordo com Silva Filho (2012), todos os animais fora do convívio humano 
e não domesticados são considerados animais silvestres. Eles ocupam todos 
os biomas do globo terrestre, desde as regiões mais frias do planeta, como os 
Polos Norte e Sul, as florestas tropicais e as temperadas, até as regiões hostis 
e áridas do Deserto do Saara e as grandes profundezas dos oceanos.
191Introdução ao estudo da fauna silvestre
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 191 22/02/2018 11:16:09
Em território nacional, a biodiversidade da fauna e da flora surpreende pela quantidade 
e pela diversidade de espécies em seus mais variados ecossistemas, presentes em 
biomas como a Amazônia, o Pantanal e a Mata Atlântica. Para se ter ideia do gigantismo 
ecológico do território brasileiro, o país é detentor de 20% das espécies vegetais e 
animais do mundo, e só a Floresta Amazônica possui 1/3 de espécies vivas de todo o 
planeta (BARBOSA; VIANA; RANGEL, 2014).
Muitas pessoas imaginam que os animais silvestres são extremamente 
perigosos. Porém, os animais selvagens são simplesmente animais que vivem 
na natureza e que sobrevivem pelos seus próprios meios: caçando, pescando ou 
comendo vegetais. Dessa forma, proteger os animais silvestres é de extrema 
importância, pois eles desempenham funções vitais na natureza. De acordo 
com Governo do Brasil (BRASIL, 2014), os animais dispersam sementes e, 
portanto, plantam árvores, controlam populações de outras espécies e ainda 
produzem remédios para cura de muitas doenças, inclusive humanas. A função 
deles é primordial para a existência de outras espécies.
As abelhas são responsáveis pela polinização: o transporte de pólen de uma flor 
para outra.
Fonte: Jack Hong/Shutterstock.com.
Introdução ao estudo da fauna silvestre192
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 192 22/02/2018 11:16:09
Práticas antrópicas que interferem na vida selvagem
O desenvolvimento tecnológico e industrial, a busca desenfreada por riquezas 
naturais e a falta de um planejamento de recuperação do meio ambiente são 
as principais origens de um apanhado de consequências negativas, como é o 
caso das grandes catástrofes naturais, as enchentes e um aquecimento global 
como nunca visto antes. Com isso, surgem grandes impactos ambientais que 
colocam em risco e ameaçam a qualidade do ar, do solo, das águas, a vida dos 
animais, da fl ora e do homem.
Com a destruição dos ambientes naturais, as florestas e campos dão lugar 
a cidades, lavouras, áreas de pastagem e reflorestamentos. A perda de ambien-
tes naturais, ou hábitats, é o principal motivo da perda de biodiversidade no 
mundo. De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do 
Paraná, (PARANÁ, [201-?]), as principais atividades antrópicas que interferem 
na fauna silvestre são:
  Queimadas: muitas vezes feitas para o manejo de pastagens, afetam não 
apenas os ambientes onde os animais vivem, mas também acabam matando 
inúmeros indivíduos, separando mães de filhotes ou famílias inteiras.
  Caça: interfere drasticamente na quantidade e na variedade de espécies 
silvestres, principalmente daquelas que possuem alto valor comercial.
  Tráfico: em território nacional, o tráfico de animais silvestres movi-
menta cerca de R$ 10 milhões por ano. De cada 10 animais retirados 
da natureza, nove morrem antes de chegar ao seu destino final, as mãos 
do consumidor, devido aos maus tratos durante a captura, bem como 
às péssimas condições de transporte.
  Introdução de espécies exóticas: muitos animais que não compõem a 
fauna brasileira são trazidos para comércio ou como animais de estimação. 
Frequentemente, estes animais são abandonados, escapam ou fogem, 
competindo diretamente com as espécies nativas por alimento e espaço.
  Doenças: muitos animais domésticos, ou animais exóticos tidos como 
de estimação, são parentes próximos de espécies silvestres. Por essa 
razão, são suscetíveis às mesmas doenças e podem transmiti-las aos 
animais silvestres e até mesmo causar problemas graves à saúde humana.
  Envenenamento: o uso indiscriminado de agrotóxicos e herbicidas afeta 
diretamente os animais que se alimentam de plantas (herbívoros), e in-
diretamente os carnívoros. Esses agrotóxicos também chegam aos rios, 
envenenando a vida aquática (principalmente espécies de peixes) e dimi-
nuindo a qualidade da água para todas as espécies que lá vão matar a sede.
193Introdução ao estudo da fauna silvestre
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 193 22/02/2018 11:16:09
  Atropelamentos: as rodovias também causam um forte impacto sobre 
a fauna, uma vez que muitos motoristas atropelam animais que atra-
vessam a pista.
Legislação brasileira sobre 
proteção da fauna silvestre
De acordo com o art. nº 225da Constituição Federal, todos têm direito ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial 
à sadia qualidade de vida. É imposto ao Poder Público e à coletividade o 
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Para 
assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público, entre outros 
(segundo inciso VII), proteger a fauna e a fl ora, vedadas, na forma da Lei, as 
práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção 
de espécies ou submetam os animais à crueldade (BRASIL, 1988).
Segundo a Lei de Proteção à Fauna Brasileira, os animais selvagens cons-
tituem um patrimônio público, sendo a sua preservação um dever e uma 
necessidade de todos os cidadãos (BRASIL, 1967):
art.1º — Os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu 
desenvolvimento e que vivem naturalmente fora de cativeiro, constituindo 
a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, 
são propriedades do Estado, sendo proibida sua utilização perseguição, 
destruição, caça ou apanha.
Os animais da fauna silvestre brasileira são propriedade da União, conside-
rados bem de uso comum do povo. Isto significa que eles estão sob o domínio 
eminente da Nação, ou seja, o seu uso está sujeito a regras administrativas 
impostas pelo Estado. O órgão responsável pelos animais da fauna silvestre 
brasileira é o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis (Ibama), que, em muitos estados, fez convênio com a Polícia 
Florestal, que o auxilia na fiscalização da Lei nº 5.197/67.
Em território nacional, está proibida a caça esportiva, a caça comercial, 
em quaisquer circunstâncias, e a caça científica está sujeita a regras. Os 
criadouros da fauna brasileira dependem do Ibama, que só dará para os 
comerciais, conservacionistas e científicos, mediante o cumprimento de 
Introdução ao estudo da fauna silvestre194
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 194 22/02/2018 11:16:09
algumas normas. A criação amadora está proibida. As sociedades ornito-
fílicas (atividade de cunho amadorista que se dedica às aves, envolvendo 
contemplação, estudo e conservação), dependem de registro no Ibama e o 
transporte de animais de Guia de Trânsito. As denúncias sobre caça ilegal, 
criadouros clandestinos e demais irregularidades devem ser dirigidas ao 
Ibama e à Polícia Florestal para instauração de um processo administrativo. 
A penalidade aplicável, no âmbito administrativo, é a multa administrativa, 
além das obrigações do que fazer ou deixar de fazer.
Proibida desde 1967, a caça de animais silvestres nunca deixou de existir no Brasil e é 
um dos principais fatores que leva à extinção de espécies ameaçadas. Porém, o Projeto 
de Lei (PL) 6.268, de 10 de outubro de 2016, que tramita na Câmara dos Deputados, 
visa revogar a Lei de Proteção à Fauna, que proíbe o exercício da caça profissional. 
Segundo a legislação vigente, a caça só pode ser permitida se houver regulamentação 
específica do Executivo Federal.
Esse novo PL argumenta que existem muitas espécies exóticas invasoras, acarretando 
em severos danos tanto ao meio ambiente como à economia. Na proposta, o manejo 
de animais silvestres exóticos só poderá ser realizado com apresentação de plano 
aprovado por órgão ambiental competente e elaborado a partir de pesquisas. A comer-
cialização desses animais poderá ocorrer localmente, desde que prevista no plano de 
manejo de fauna aprovado pelo órgão ambiental competente. Populações tradicionais, 
habitantes de Reservas Extrativistas ou de Desenvolvimento Sustentável, também 
poderão comercializar espécies vinda de caça, se com autorização (RODRIGUES, 2018).
Não há como falar das legislações de proteção da fauna sem mencionar a 
Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, que estabelece a Política Nacional de 
Meio Ambiente e inova ao apresentar o meio ambiente como objeto específico 
de proteção. Com essa legislação, foi atribuído ao Ministério Público, em 
seu art. 14, parágrafo primeiro, o papel de protetor da natureza, promessa 
alcançada, em sua totalidade, com o surgimento da Lei n° 7.347, de 24 de 
julho de 1985 (Ação Civil Pública), a qual proporcionou à instituição os 
instrumentos necessários para o desempenho adequado de suas funções 
(BRASIL, 1981; 1985). 
195Introdução ao estudo da fauna silvestre
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 195 22/02/2018 11:16:09
O Brasil é um dos principais alvos dos traficantes da fauna silvestre, devido à sua 
imensa biodiversidade. Dessa forma, essa prática coloca o comércio ilegal de animais 
silvestres na terceira maior atividade ilícita do mundo, perdendo apenas para o tráfico 
de drogas e de armas.
A Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81) tem por objetivo a 
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, 
visando assegurar, no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos 
interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, 
atendidos os seguintes princípios, conforme art. 2º da referida Lei:
I. Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, conside-
rando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessaria-
mente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II. Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III. Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV. Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V. Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente 
poluidoras;
VI. Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o 
uso racional e a proteção dos recursos ambientais;
VII. Acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII. Recuperação de áreas degradadas;
IX. Proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X. Educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação 
da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa 
do meio ambiente (BRASIL, 1981).
A Lei nº 7.804, de 18 de julho de 1989, altera a Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política 
Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, a Lei 
nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989, a Lei nº 6.803, de 2 de julho de 1980, e dá outras 
providências em alguns quesitos.
Introdução ao estudo da fauna silvestre196
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 196 22/02/2018 11:16:09
Outra legislação que não há como deixar de mencionar é a Lei nº 9.605, 
de 12 de fevereiro de 1998, conhecida popularmente como Lei de Crimes 
Ambientais, que determina as sanções penais e administrativas aplicadas a 
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
Todas as agressões ao meio ambiente e a seus componentes (como flora, fauna, re-
cursos naturais, patrimônio cultural) que ultrapassam os limites estabelecidos por lei 
são considerados crimes ambientais. Também poderá ser estabelecida como crime 
ambiental toda conduta que ignora normas ambientais legalmente estabelecidas, 
mesmo que não sejam causados danos ao meio ambiente, como a ocupação de áreas 
indevidamente ou a proliferação de patogenias a uma comunidade.
O crime ambiental também engloba toda e qualquer ação que cause poluição de 
qualquer natureza, que resulte ou possa resultar em danos à saúde ou em impactos 
ambientais, que provoque a mortandade de animais ou a destruição significativa 
da flora. Enquadramos nesses casos, de acordo com Vasconcelos (2014):
  tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para ocupação humana;
  causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momen-
tânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à 
saúde da população;
  causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abaste-
cimento público de água de uma comunidade;
  dificultar ou impedir o uso público das praias;
  lançar resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou lançar detritos, óleos 
ou substâncias oleosas em desacordo com asexigências estabelecidas 
em leis ou regulamentos;
  deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas 
de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível.
A Lei de Crimes Ambientais determina as sanções penais e administrativas 
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Essa legislação 
define a responsabilidade das pessoas físicas e jurídicas, permitindo, inclusive, 
que grandes empresas sejam responsabilizadas criminalmente pelos danos 
que seus empreendimentos possam causar à natureza.
197Introdução ao estudo da fauna silvestre
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 197 22/02/2018 11:16:09
UCs e sua importância para 
preservação da fauna
Unidade de conservação (UC) é a denominação dada pelo Sistema Nacional 
de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), por meio da Lei nº 9.985, 
de 18 de julho de 2000, a áreas naturais passíveis de proteção, devido a suas 
características especiais. Em outras palavras, as UCs são 
espaços territoriais e seus recursos ambientais, incluindo as águas juris-
dicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídos 
pelo poder público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob 
regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas 
de proteção da lei (art. 1º, I) (BRASIL, 2000).
As UCs podem apresentar diferentes objetivos, como, por exemplo:
  preservação das espécies e da diversidade genética;
  proteção de características naturais e culturais locais;
  manutenção dos serviços ambientais (água, regulação do clima, dimi-
nuição da erosão, dentre outros);
  investigação científica;
  turismo e recreação;
  educação ambiental;
  utilização sustentável dos recursos naturais (BRASIL, 2000).
As UCs de Uso Sustentável, segundo a já citada Lei, podem ser de sete 
tipos distintos: Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse 
Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva 
de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural.
Por serem áreas protegidas, as UCs possuem diferentes objetivos. Porém, apresentam 
como elemento central uma preocupação com a proteção da natureza local. Os 
objetivos podem variar consideravelmente em uma UC, desde apresentar uma forte 
restrição da presença humana até abordagens inspiradas na ideia de desenvolvimento 
sustentável ou de proteção integrada.
Introdução ao estudo da fauna silvestre198
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 198 22/02/2018 11:16:09
Um dos principais objetivos das UCs é a conservação do patrimônio genético 
(PG), definido segundo o Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, [201-?]) 
como o conjunto de informações genéticas contidas nas plantas, nos animais 
e nos microrganismos, no todo ou em suas partes (cascas, folhas, raízes, pelos, 
penas, peles, etc.). Também está contido em substâncias produzidas por eles, 
como resinas, látex de plantas ou veneno de animais, e substâncias químicas 
produzidas por microrganismos. O Brasil está entre os poucos países do 
mundo que reúne as principais características para um sistema de gestão de 
acesso ao patrimônio genético e aos conhecimentos tradicionais associados, 
que promova o desenvolvimento sustentável. Isso porque nosso país apresenta 
os seguintes elementos:
  Biodiversidade — Mais de 200 mil espécies já registradas em seus 
biomas (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e 
Pampa) e na Zona Costeira e Marinha. Estima-se que esse número 
possa chegar a mais de 1,8 milhão de espécies.
  Sociodiversidade — São mais de 305 etnias indígenas, com cerca de 
270 diferentes idiomas, além de diversas comunidades tradicionais e 
locais (quilombolas, caiçaras, seringueiros, etc.) e agricultores fami-
liares, que detêm importantes conhecimentos tradicionais associados 
à biodiversidade.
  Complexo industrial — Dispõe de um diversificado e bastante avan-
çado complexo industrial em setores ligados à bioeconomia e à biotec-
nologia, com empresas de referência mundial.
  Capacidade científica — Conta com pesquisadores que detêm 
grande expertise no tema, além da capacidade de desenvolvimento 
tecnológico para fazer desse potencial uma realidade de benefícios 
econômicos, sociais, culturais e de qualidade de vida.
À medida que surgem espécies ameaçadas ou então que acabam ficando 
isoladas, temos a perda da variação genética. Mesmo que a espécie se recu-
pere, seu nível de variação genética não irá se recuperar. A variação genética 
somente será restaurada lentamente pela acumulação de mutações em muitas 
gerações. Por essa razão, uma espécie ameaçada, com baixa variação gené-
tica, continuará em risco de extinção por muito tempo após a recuperação do 
tamanho da população.
199Introdução ao estudo da fauna silvestre
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 199 22/02/2018 11:16:10
Assim, de pouco adianta ter áreas protegidas para conservação da fauna 
se estes locais estão isolados. Dessa forma, os corredores ecológicos (também 
conhecidos como corredores de biodiversidade) apresentam uma enorme fun-
ção, uma vez que ligam áreas naturais isoladas, como UCs, para possibilitar o 
deslocamento de animais, a dispersão de sementes e o aumento de cobertura 
vegetal. Com o movimento da biota entre ecossistemas fragmentados, os 
corredores aumentam também o fluxo de genes.
As UCs são uma estratégia para amenizar os impactos do homem sobre o 
meio ambiente, além de possibilitarem uma extensão maior para a circulação 
das espécies. Desde o surgimento da proposta dos corredores como importante 
elemento na conectividade da paisagem, muitos estudos têm mostrado seus 
efeitos positivos no movimento das espécies.
Porém, a criação de uma UC e de corredores ecológicos não significa dizer 
que não sejam necessários estudos no local. Os levantamentos taxonômicos 
apresentam um papel muito importante, pois são responsáveis pela elaboração 
de inventários e descrições sobre a biodiversidade na área. Como existem 
milhões de seres vivos em nosso planeta, essa classificação é de extrema 
importância para o estudo científico dos seres vivos.
Além dos estudos taxonômicos, é importante realizar estudos da zoologia da fauna, 
ou seja, estudar a vida dos animais. O estudo dos animais analisa as diferentes carac-
terísticas, estruturas, forma do corpo, desenvolvimento, crescimento, reprodução, 
locomoção e sistemas (digestório, respiratório, circulatório, excretor, nervoso, entre 
outros), além da ecologia (interação do organismo com o meio) e evolução (surgimento 
e desaparecimento ou resquício de alguma estrutura ou característica).
Introdução ao estudo da fauna silvestre200
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 200 22/02/2018 11:16:10
1. A Portaria Ibama nº 93/1998, no 
art. 2º, apresenta a definição para 
fauna silvestre como tendo uma 
subdivisão. Qual das alternativas 
abaixo apresenta a diferença 
entre o conceito de fauna silvestre 
brasileira e fauna silvestre exótica, 
de acordo com essa legislação?
a) A diferença entre os conceitos 
é que a fauna silvestre brasileira 
contempla a fauna doméstica.
b) A diferença entre os 
conceitos é que a fauna 
silvestre brasileira contempla 
somente a fauna nativa.
c) A diferença entre os conceitos 
é que a fauna silvestre 
exótica são todos aqueles 
animais pertencentes às 
espécies ou subespécies cuja 
distribuição geográfica não 
inclui o território brasileiro.
d) A diferença entre os conceitos 
é que a fauna silvestre exótica 
contempla a fauna doméstica.
e) A diferença entre os conceitos 
é que a fauna silvestre brasileira 
contempla todos os animais 
que estão ou não incluídos 
no território brasileiro.
2. Qual o objetivo da criação do 
Refúgio de Vida Silvestre (REVIS)?
a) Sua criação tem como 
objetivo a criação da Lei 
dos Crimes Ambientais, 
pois essa Lei estabelece a 
criação das UCs no Brasil.
b) Sua criação tem como objetivo 
de proteger ambientes naturais 
onde espéciesvivem, para 
assegurar as condições para a 
existência ou reprodução da 
fauna residente ou migratória.
c) Sua criação tem como objetivo 
a criação da Lei de Proteção 
à Fauna (Lei nº 5.197/1967), 
para que, a partir da existência 
dessa legislação, fosse liberada 
a caça à fauna silvestre.
d) Sua criação tem como objetivo 
a liberação do comércio 
internacional de determinadas 
espécies para importação, 
exportação, reexportação 
e caça em determinados 
períodos do ano.
e) Sua criação tem como objetivo 
de regulamentar as licenças ou 
certificados de toda e qualquer 
espécie de fauna silvestre.
3. Qual foi a Lei e ano que esse 
dispositivo iniciou, estabelecendo 
que a fauna silvestre, bem como seus 
ninhos, abrigos e criadouros naturais, 
são propriedades do Estado?
a) Código Civil de 1916.
b) Lei nº 5.197 de 1967.
c) Lei nº 9.605 de 1998.
d) Portaria Ibama nº 93 de 1998.
e) Lei nº 6.938 de 1981.
4. A fauna silvestre, de acordo com 
a legislação, é um bem, e o atual 
Código Civil classifica os bens quanto 
à titularidade em bens públicos e 
bens privados. Considerando seu 
art. 98, qual a titularidade da fauna 
silvestre e a quem ela pertence?
a) A titularidade da fauna 
silvestre é propriedade 
particular e ela pertence a 
Federação das Indústrias.
201Introdução ao estudo da fauna silvestre
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 201 22/02/2018 11:16:11
b) A titularidade da fauna 
silvestre é tão somente 
propriedade privada e ela 
pertence aos cofres públicos.
c) A titularidade da fauna silvestre 
é propriedade particular e 
ela pertence ao Conselho de 
Recursos de Fauna e Flora.
d) A titularidade da fauna silvestre 
é propriedade unicamente 
pública no âmbito municipal 
e ela pertence ao município 
da sua localização.
e) É classificada como de 
domínio nacional.
5. Qual o nome do movimento que 
é dirigido à proteção de espécies 
cuja população se encontra em 
ameaça de extinção ou declínio 
com as espécies da fauna silvestre?
a) Movimento de manejo 
de fauna silvestre.
b) Movimento de conservação.
c) Movimento de captura 
da fauna silvestre.
d) Movimento de contenção 
física da fauna silvestre.
e) Movimento de técnicas básicas 
para a fauna silvestre.
BARBOSA, R. P.; VIANA, V. J.; RANGEL, M. A. Fauna e flora silvestres: equilíbrio e recupe-
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MENEZES, P. C. O que é compensação ambiental. 2015. Disponível em: <http://www.
oeco.org.br/dicionario-ambiental/28899-o-que-e-a-compensacao-ambiental/>. 
Acesso em: 5 fev. 2018.
STRUCHEL, A. C. O. Licenciamento ambiental municipal. São Paulo: Oficina de Textos, 
2016.
WORLD WIDE FUND FOR NATURE. Unidades de conservação. [201-?]. Disponível em: 
<https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/unid/>. Acesso 
em: 5 fev. 2018.
203Introdução ao estudo da fauna silvestre
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 203 22/02/2018 11:16:12
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 204 22/02/2018 11:16:12
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
Na Dica do Professor, você irá conhecer detalhadamente o estudo da fauna silvestre a partir dos 
conceitos relacionados e da legislação aplicável. 
 
Confira!
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EXERCÍCIOS
1) A partir do estudo da Portaria Ibama no 93/1998, no Art. 2o, o qual apresenta a 
definição para fauna silvestre como tendo uma subdivisão, assinale a alternativa que 
apresenta corretamente a diferença entre o conceito de fauna silvestre brasileira e o 
de fauna silvestre exótica, de acordo com esta legislação.
A) A diferença entre os conceitos é que a fauna silvestre brasileira contempla a fauna 
doméstica.
B) A diferença entre os conceitos é que a fauna silvestre brasileira contempla somente a fauna 
nativa.
C) A diferença entre os conceitos é que a fauna silvestre exótica engloba todos aqueles 
animais pertencentes às espécies ou subespécies cuja distribuição geográfica não inclui o 
território brasileiro.
D) A diferença entre os conceitos é que a fauna silvestre exótica contempla a fauna 
doméstica.
A diferença entre os conceitos é que a fauna silvestre brasileira contempla todos os E) 
animais que estão ou não incluídos no território brasileiro.
2) Qual o objetivo da criação do Refúgio de Vida Silvestre (Revis)?
A) Sua criaçãotem como objetivo a criação da Lei dos Crimes Ambientais, a qual estabelece 
a criação das Unidades de Conservação (UCs) no Brasil.
B) Sua criação tem como objetivo de proteger ambientes naturais onde espécies vivem para 
assegurar as condições para a existência ou a reprodução da fauna residente ou migratória.
C) Sua criação tem como objetivo a criação da Lei de Proteção à Fauna (Lei no 5.197/1967) 
para que, a partir da existência desta legislação, seja liberada a caça da fauna silvestre.
D) Sua criação tem como objetivo a liberação do comércio internacional de determinadas 
espécies para importação, exportação, reexportação e caça em determinados períodos do 
ano.
E) Sua criação tem como objetivo regulamentar as licenças ou os certificados de toda e 
qualquer espécie de fauna silvestre.
3) Qual foi a lei e o ano que este dispositivo iniciou estabelecendo que a fauna 
silvestre bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do 
Estado?
A) Código Civil de 1916.
B) Lei no 5.197, de 1967.
C) Lei no 9.605, de 1998.
D) Portaria Ibama no 93, de 1998.
E) Lei no 6.938, de 1981.
4) A fauna silvestre, de acordo com a legislação, é um bem. O atual Código 
Civil classifica os bens, quanto à titularidade, em bens públicos e bens privados. 
Preceituando em seu artigo 98, qual a titularidade da fauna silvestre e a quem ela 
pertence?
A) A titularidade da fauna silvestre é propriedade particular e pertence à Federação das 
Indústrias.
B) A titularidade da fauna silvestre é tão somente propriedade privada e pertence aos cofres 
públicos.
C) A titularidade da fauna silvestre é propriedade particular e pertence ao Conselho de 
Recursos de Fauna e Flora.
D) A titularidade da fauna silvestre é propriedade unicamente pública no âmbito municipal e 
pertence ao município da sua localização.
E) É classificada, quanto à titularidade, em bens públicos e bens privados e pertence ao 
domínio nacional.
5) Qual o nome do movimento que é dirigido à proteção de espécies cuja população se 
encontra em ameaça de extinção ou declínio com as espécies da fauna silvestre?
A) Movimento de manejo de fauna silvestre.
B) Movimento de conservação.
C) Movimento de captura da fauna silvestre.
D) Movimento de contenção física da fauna silvestre.
E) Movimento de técnicas básicas para a fauna silvestre.
NA PRÁTICA
Jorge é gestor de uma Unidade de Conservação (UC), uma área de preservação com foco nas 
araras azuis, e tirou férias para conhecer o pantanal do Mato Grosso. 
 
Veja como foi a jornada dele nessa expedição!
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Caracterização das apreensões de fauna silvestre no estado do Amapá, Amazônia oriental, 
Brasil.
Para saber mais a respeito das análises dos registros dos Autos de Infração Ambiental no 
período de 2005 a 2009 no estado do Amapá, Amazônia oriental, Brasil, emitidos pelos órgãos 
ambientais federal, estadual e municipal, leia o artigo.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Etnozoologia como ferramenta na educação ambiental - Os saberes populares como 
informação valiosa para a conservação: vivêcias na floresta nacional de Negreiros, Serrita 
- PE.
Este artigo mostra que o estudo do conhecimento, cultura, religião e tradição de uma população, 
esta tendo uma relação direta com os recursos naturais, se chama etnobiologia. É importante este 
estudo, pois apresenta a análise das relações do ser humano com o meio ambiente, pode ser 
tanto através do extrativismo vegetal, mineral ou animal.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Educação Ambiental: Uma abordagem para minimizar os atropelamentos da fauna 
silvestre
Leia no artigo sobre como é grande o impacto na biodiversidade os atropelamentos da fauna 
silvestre.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Processo de criação de unidades de 
conservação públicas e privadas 
APRESENTAÇÃO
As Unidades de Conservação são locais dentro do território nacional, seja na terra ou no mar, 
que têm características naturais com potencial valor ambiental, econômico ou social. Essas 
unidades podem ser geridas por domínio público e/ou privado, sendo abrangidas por lei definida 
pelo Poder Público com objetivo de proteção do ecossistema. Elas têm limites definidos e são 
regidas por regras administrativas com evidente garantia legal. 
 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá como os aspectos naturais podem ser fundamentais 
para a definição da Unidade de Conservação; os estudos necessários para a sua criação; e 
todas as etapas envolvidas nesse processo. 
 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Relacionar os aspectos naturais que fundamentam a escolha de áreas protegidas.•
Caracterizar os estudos necessários para fundamentar a criação de UCs.•
Identificar as etapas para a criação de unidades de conservação. •
DESAFIO
Para que uma região seja transformada em Unidade de Conservação, é importante que haja todo 
um levantamento e análise das características da região.
Acompanhe a situação a seguir: 
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Você, como engenheiro ambiental, foi contratado para fazer um levantamento dessa região. 
Como ainda são estudos iniciais, a verba orçamentária é um pouco restrita.
Seu desafio é, a partir da sua experiência e considerando as características naturais da área, 
indicar quais seriam os estudos básicos necessários e a melhor forma para o levantamento 
das informações necessárias dessa região.
Lembre-se: o estudo deve obedecer a certa restrição orçamentária, porém conter informações 
precisas e objetivas.
INFOGRÁFICO
As Unidades de Conservação promovem a geração de renda e estimulam o desenvolvimento 
regional e local, apoiando programas de turismo sustentável, criação de cooperativas de 
ecoprodutos, entre outros, além de incentivar atividades de pesquisa científica e processos 
educativos. 
 
No Infográfico a seguir, você verá de forma resumida as etapas que compõem a criação das 
Unidades de Conservação.
 
 
 
CONTEÚDO DO LIVRO
As Unidades de Conservação quando criadas são enquadradas com base nos recursos naturais, 
nas aptidões de propiciar benefícios diretos e indiretos e, para atender ao seu objetivo de criação, 
em categorias de manejo, buscando garantir a proteção e a conservação dos recursos naturais. 
 
Na obra Gerenciamento de unidades de conservação, base teórica desta Unidade de 
Aprendizagem, leia o capítulo Processos de criação de Unidades de Conservação públicas e 
privadas. 
 
Boa leitura.
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Bióloga 
Mestre e Doutora em Ciências 
Professora do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
G367 Gerenciamento de unidades de conservação / Anderson Soares 
Pires... [et al.]; [revisão técnica : Vanessa de Souza
Machado]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
304 p. :il.. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-339-0
1. Gestão ambiental. I. Pires, Anderson Soares.
CDU 502.13
1_Iniciais.indd 2 22/02/2018 11:33:46
Processos de criação de 
unidades de conservação 
públicas e privadas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Relacionar os aspectos naturais que fundamentam a escolha de áreas 
protegidas.
  Caracterizar os estudos necessários para fundamentar a criação de 
unidades de conservação.
  Identificar as etapas para a criação de UCs.
Introdução
As unidades de conservação (UCs) são locais dentro do território nacional 
(tanto terrestres, quanto marítimos) que possuem características naturais 
com valor potencial (ambiental, econômico ou social). Podem ser geridas 
por domínio público e/ou privado, sendo abrangidas por leis definidas 
pelo Poder Público, com o objetivode proteger o ecossistema. Essas áreas 
possuem limites definidos e são regidas por regras administrativas, com 
evidente garantia legal.
Neste capítulo, veremos como os aspectos naturais podem ser fun-
damentais para a definição da unidade de conservação, os estudos ne-
cessários para a sua criação e todas as etapas envolvidas nesse processo.
Os aspectos naturais e a escolha 
das áreas protegidas
Frequentemente ouvimos falar sobre áreas que são protegidas em termos 
ambientais. Em geral, o nosso primeiro pensamento é a preservação de 
fl orestas ou de determinada espécie ameaçada de extinção que vive nessa 
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 205 22/02/2018 11:16:12
região. Mas o que realmente defi ne a criação de uma área protegida? Ou 
melhor, que características naturais determinam que ela seja defi nida como 
uma potencial unidade de conservação (UC)?
Essas áreas buscam conservar e preservar a diversidade biológica de 
uma região, assegurando que ela se perpetue e que, dessa forma, os modos 
de vida sejam protegidos e preservados. Assim, sempre que existe a ne-
cessidade de garantir essas premissas, há a necessidade da criação de uma 
UC. Apesar de o Poder Público possuir mecanismos de controle do uso dos 
recursos e do espaço urbano, ou seja, licenciamento ambiental, zoneamento 
ecológico e gerenciamento dos recursos naturais, a UC é uma maneira de 
garantir que a política de proteção ambiental caminhe em conjunto com o 
crescimento urbano, porém de forma planejada.
Segundo a Lei Federal nº 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades 
de Conservação (SNUC), as unidades de conservação são todo espaço territorial, 
juntamente com os seus recursos naturais, que apresente características naturais 
significativas, definidas pelo Poder Público. Além disso, ela tem propósitos de con-
servação e apresenta limites definidos, de forma que o órgão responsável pela 
sua gestão garanta a sua preservação. Internacionalmente, é definida como Área 
Protegida e está sujeita à forte atuação da União Internacional para a Conservação 
da Natureza (IUCN).
Quando se deseja criar uma UC em determinada área, deve-se observar 
pontos importantes em relação à disposição de recursos naturais. Considera-se 
a possibilidade de alcançar benefícios diretos e indiretos, a fim de atender 
o seu objetivo principal, em termos de manejo, sempre com a meta de pre-
servação e conservação dos recursos naturais. O Quadro 1 apresenta os dois 
tipos de UCs, bem como as características de cada uma e suas categorias.
Processos de criação de unidades de conservação públicas e privadas206
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 206 22/02/2018 11:16:12
Unidades de proteção integral Unidades de uso sustentável
Preservar a natureza, sendo 
admitido apenas o uso indireto 
dos seus recursos naturais, com 
exceção dos casos previstos em Lei.
Compatibilizar a conservação da 
natureza com o uso sustentável de uma 
parcela dos seus recursos naturais.
Categoria: Estação ecológica, 
Reserva Biológica, Parque 
Nacional, Monumento Natural 
e Refúgio de Vida Silvestre
Categoria: Área de Proteção Ambiental, 
Área de Relevante Interesse Ecológico, 
Floresta Nacional, Reserva Extrativista, 
Reserva de Fauna, Reserva de 
Desenvolvimento Sustentável e Reserva 
Particular do Patrimônio Natural
Quadro 1. Tipos de UCs e suas categorias.
Como podemos observar no quadro, há muitas categorias, as quais na 
prática acabam por trazer grandes dúvidas à população e, dessa forma, dei-
xam de representar os objetivos, valores e benefícios das UCs. Assim, uma 
maneira mais prática de entender o que representa cada categoria é conhecer 
o manejo de cada uma:
  preservar a diversidade biológica;
  restaurar e preservar ecossistemas e espécies da região ou aquelas 
ameaçadas;
  garantir o fluxo genético e os recursos da fauna e da flora, além do 
seu manejo;
  proteger os recursos hídricos e os sítios abióticos;
  garantir a execução de pesquisas, educação ambiental, turismo cons-
ciente e ecológico;
  colaborar com o monitoramento ambiental;
  promover a sustentabilidade dos recursos e o desenvolvimento regional;
  garantir áreas protegidas para as gerações futuras.
Com base nessas características naturais que embasam a criação de UCs, 
podemos relacionar, no Quadro 2, cada uma dessas categorias e suas respectivas 
características, identificando se correspondem ao domínio público ou privado.
207Processos de criação de unidades de conservação públicas e privadas
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 207 22/02/2018 11:16:12
Área de 
Proteção 
Ambiental
Proteger a 
diversidade 
biológica, regular 
o processo de 
ocupação, garantir 
a sustentabilidade 
do uso dos 
recursos naturais.
Público ou 
Privado
Área em geral 
extensa, com 
ocupação humana, 
com atributos 
bióticos, abióticos, 
estéticos ou culturais 
importantes para 
a humanidade.
Área de 
Relevante 
Interesse 
Ecológico
Manter ecossistemas 
naturais e regular 
o uso de áreas, 
assim como con-
servar a natureza.
Público Área pequena, com 
pouca ou nenhuma 
ocupação humana, 
com características 
naturais extraor-
dinárias ou com 
exemplares raros 
da biota regional.
Floresta 
Nacional
Permitir o uso múlti-
plo sustentável dos 
recursos florestais e 
a pesquisa científica.
Público Área com cobertura 
florestal de espécies 
predominante-
mente nativas.
Reserva 
Extrativista
Proteger os meios 
de vida e a cultura 
das populações, 
assegurar o uso 
sustentável dos 
recursos naturais.
Público Áreas utilizadas por 
populações extrativis-
tas tradicionais, cuja 
subsidência baseia-se 
no extrativismo e, de 
forma complemen-
tar, na agricultura 
de subsidência e 
criação de animais 
de pequeno porte.
Quadro 2. Características naturais e domínio das categorias de UCs.
(Continua)
Processos de criação de unidades de conservação públicas e privadas208
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 208 22/02/2018 11:16:12
Área de 
Proteção 
Ambiental
Proteger a 
diversidade 
biológica, regular 
o processo de 
ocupação, garantir 
a sustentabilidade 
do uso dos 
recursos naturais.
Público ou 
Privado
Área em geral 
extensa, com 
ocupação humana, 
com atributos 
bióticos, abióticos, 
estéticos ou culturais 
importantes para 
a humanidade.
Reserva de 
Fauna
Realizar estudos 
técnicos e científicos 
sobre o manejo 
econômico 
sustentável do 
recurso faunístico.
Público Área natural com 
populações animais 
de espécies nativas.
Reserva de 
Desenvol-
vimento 
Sustentável
Preservar a natureza, 
assegurando as 
condições para 
a reprodução de 
técnicas produtivas 
ambientalmente 
sustentáveis, 
e melhorar a 
qualidade de vida 
das populações.
Público Área natural que 
abriga populações 
tradicionais, cuja 
existência baseia-se 
em sistemas 
sustentáveis de 
exploração dos 
recursos naturais.
Reserva 
Particular do 
Patrimônio 
Cultural
Preservar a 
diversidade 
biológica.
Privado Área privada, criada 
por ato voluntário 
do proprietário, em 
caráter perpétuo, 
instituída pelo Poder 
Público. Como 
depende da vontade 
do proprietário, é 
ele quem define o 
tamanho da área 
a ser instituída.
Quadro 2. Características naturais e domínio das categorias de UCs.
(Continuação)
209Processos de criação de unidades de conservação públicas e privadas
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 209 22/02/2018 11:16:12
Estudos necessários à criação 
das unidades de conservação
Vimos que as UCs, de forma resumida, garantem que as áreas sejam preser-
vadas com uma infi nidade de motivações. Entretanto, apesar de uma área 
ser potencialmente considerada uma UC (ou este ser o desejo de um grupo 
da população), a sua criação deve seguir determinadas etapas, com base na 
elaboração de estudos técnicos.
Esses espaços podem ser criados pelos governos municipal, estadual e 
federal — logo, a criação da UC é feita pelo Poder Público. Toda criação de 
uma UC é precedida de uma série de estudos técnicos e posteriorconsulta 
pública, para a identificação do local, das dimensões e dos limites adequados 
para a unidade. Todos esses relatórios devem ter informações adequadas e de 
fácil acesso à população e às partes interessadas. Esses documentos variam 
muito em termos de conteúdo e detalhamento, e todos os procedimentos são 
definidos pelo SNUC, como os tipos de estudos técnicos e consulta pública. 
Esses estudos devem ser fundamentados em dados técnicos e científicos 
sobre a área e o local no qual se pretende definir a UC. Eles podem ainda ser 
desenvolvidos sob a forma de colaboração entre órgãos públicos, universidades, 
instituições de pesquisa, comunidade civil e científica e a população.
Com base no Art. 4° da Instrução Normativa ICMBio n° 5, 
Os estudos técnicos devem apresentar: caracterização das diferentes forma-
ções vegetais e sua fauna associada; caracterização do uso do solo dentro 
dos limites propostos; caracterização da população residente, contendo o 
número e tamanho médio das propriedades e o padrão de ocupação da 
área; avaliação dos principais indicadores socioeconômicos dos municípios 
abrangidos; a caracterização da população tradicional beneficiária, no caso 
das Reservas Extrativistas e das Reservas de Desenvolvimento Sustentável; a 
caracterização da população tradicional residente, quando houver, no caso 
das Florestas Nacionais; diagnóstico preliminar da atividade pesqueira, no caso 
de unidade de conservação costeira ou marinha.
Processos de criação de unidades de conservação públicas e privadas210
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 210 22/02/2018 11:16:12
A dica é que, antes de iniciar qualquer estudo técnico, você realize uma 
pesquisa sobre a disponibilidade de dados na literatura. Nesse sentido, podem 
ser consultados publicações, relatórios, monografias, teses, ou seja, todo 
o tipo de bibliografia disponível, inclusive na internet. Essa etapa é muito 
importante, porque pode representar uma economia quanto a custos, evitar 
duplicidade de informações, além de acelerar o processo e criação. Muitas 
UCs foram criadas com base em estudos já desenvolvidos, executados por 
órgãos e instituições ambientais e de pesquisa.
Um exemplo em relação aos estudos necessários para a solicitação de criação da UC é 
o Parque Natural Municipal Cachoeira Gelada. O principal objetivo de sua criação está 
relacionado com a preservação de ecossistemas naturais, que têm grande importân-
cia ecológica e beleza, contribuindo inclusive para as pesquisas científicas, além de 
proporcionar a educação ambiental e o turismo ecológico. Como o principal objetivo 
de criação é a preservação da biodiversidade da área, associada com atividades de 
ecoturismo, o SNUC exigiu, como estudo a ser apresentado, a limitação da área por meio 
de memorial descritivo (bases cartográficas oficiais, levantamento de coordenadas em 
campo ou qualquer outro método que permita a realização do memorial descritivo). 
Como estudo complementar, foi solicitado que o memorial descritivo contivesse pontos 
georreferenciados, indicando o tamanho da unidade e recomendando a utilização de 
marcos de fácil identificação, na elaboração do memorial (p. ex. estradas, rios, rede de 
transmissão de energia, etc.). Esse é apenas um exemplo, mas, dependendo do caso, 
podem ser solicitados estudos que justifiquem a presença de espécies ameaçadas de 
extinção ou que vivam apenas na localidade. Esse tipo de estudo pode ser direcionado 
também à flora ou à preservação de uma cultura e de antigos sítios arqueológicos, ou 
seja, o que justifique e caracterize a importância da preservação.
A Figura 1 apresenta os passos para a criação de uma UC de domínio pú-
blico. São destacados os estudos técnicos necessários durante todo o processo 
de concepção da UC.
211Processos de criação de unidades de conservação públicas e privadas
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 211 22/02/2018 11:16:12
Figura 1. Tipos de UCs e suas categorias.
Identi�cação da demanda
da criação da UC
Realização de
estudos técnicos
Encaminhamento da
documentação
Realização de
audiência pública
Encaminhamento da
documentação ao
Poder Público
Assinatura e publicação
dos decretos
Levantamento da fauna e da �ora (quais e quantas 
espécies de animais, plantas e outros seres vivos existem 
no local?). Alguma delas é rara, endêmica ou está 
ameaçada de extinção? Qual o tipo de vegetação, por 
exemplo (mata, caatinga)?
Levantamento das características físicas (possui nascentes, 
rios ou açudes? Está em algum relevo importante? Quais 
os tipos de solo?).
Levantamento socioeconômico (existem comunidades 
tradicionais ou indígenas? A área é utilizada para 
plantação, extração de madeira e remédios ou para 
diversão?).
Diagnóstico fundiário (a área é pública ou particular? Qual 
o valor do hectare da região?).
Elaboração de mapa e memorial descritivo (está localizado 
em que municípios? Existem estradas ou ferrovias? Quais 
altitudes?).
A partir da Figura 1, notamos que os estudos técnicos necessários para 
a criação das UCs podem ser muitos; porém, devem sempre contemplar o 
meio físico, biótico e socioeconômico. A solicitação da criação das UCs pode 
inclusive ser inserida nos EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental/ Relatório 
de Impacto Ambiental) de empresas, como forma de compensar um possível 
impacto ambiental decorrente da atividade ou mesmo garantir a preservação 
de uma dada área, devido à influência dessa atividade.
As etapas na criação das UCs
Você já sabe o que é uma UC, a motivação de sua criação, as características 
de cada categoria que ela pode assumir e os estudos necessários. Vamos 
Processos de criação de unidades de conservação públicas e privadas212
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 212 22/02/2018 11:16:13
ver agora quais são as etapas e processos envolvidos na criação da UC, 
resumidamente apresentados na Figura 2.
Figura 2. Etapas na criação de uma UC.
A etapa inicial da criação da UC é a abertura do processo. Ele é iniciado 
com a apresentação da demanda, que pode vir por meio de ofício, memorando 
ou outro documento formal. A seguir, o processo é protocolado na instituição 
com a indicação da área da UC, e pode vir acompanhado ou não de estudos 
técnicos (publicações ou estudos ambientais, por exemplo).
Após a etapa inicial, é feita a avaliação da demanda. Ela é caracteri-
zada pela formalização da demanda de criação na sede municipal, estadual 
ou federal, conforme jurisdição. Nesse momento, é feita uma avaliação 
técnica, verificando se a área realmente possui potencial para a demanda. 
Se a instituição julgar válido, ela dará prosseguimento ao processo. Se 
houver algum problema quanto ao reconhecimento da área, um técnico 
provavelmente realizará uma vistoria prévia.
213Processos de criação de unidades de conservação públicas e privadas
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 213 22/02/2018 11:16:14
A demanda da criação da UC pode ser realizada por técnicos do Poder Público, cientistas 
e pesquisadores, membros da sociedade, políticos e ONGs, por exemplo. As áreas que 
são consideradas potencialmente candidatas em geral são aquelas que têm uma ou 
mais características importantes (espécies ameaçadas e ecoturismo, por exemplo).
Os estudos técnicos abrangem pesquisas de naturezas distintas, como 
vimos anteriormente. Quando se trata de estudos de caracterização biológica, 
são elaborados por profissionais da área ambiental, que possuem informações 
sobre a área e seu ecossistema, com levantamento biológico e fitofisionomia, 
listando as principais espécies (fauna e flora).
Nesses estudos, é importante identificar também alguma fragilidade am-
biental ou reforçar a relevância de preservação, justificando a criação da 
unidade. Já quando há a caracterização do meio físico, o estudo aborda infor-
mações relevantes da área, como o clima, o solo, a geomorfologia e os recursos 
hídricos, obtidos tanto na bibliografia física, como em informações digitais.
Outro ponto muitoimportante é verificar se a área tem potencial para 
visitação pública e se tem atributos naturais (formações rochosas, cachoeira e 
rios, por exemplo), havendo nesse ponto a categorização da unidade. Caso a área 
possa exercer influência nas comunidades, é feito um estudo socioeconômico, 
para previsão de possíveis impactos sobre as atividades de cidades, estado ou 
país, verificando tanto o impacto econômico, quanto o social.
A definição da categoria ocorre após a conclusão dos estudos: os re-
presentantes do órgão ambiental adequam, com base nas características que 
vimos no Quadro 1, a que melhor se aplica. Antes que seja feita a consulta 
pública, os estudos técnicos são concluídos, a categoria da UC é definida, os 
limites da área são propostos e o órgão ambiental envia ofícios aos órgãos 
públicos que tenham atividades na região em questão, buscando evitar con-
flitos de interesse. Nesse momento, pode haver a necessidade de adequação 
da proposta, mas, caso seja aceita, é procedida a consulta pública.
Cabe ressaltar que a consulta pública tem o objetivo de apoiar as defi-
nições da proposta da UC. Após a consulta pública, os técnicos analisam as 
sugestões contrárias ou favoráveis e, respondidas as demandas, é estabelecido 
o mapa final da proposta, a partir de um parecer técnico.
O mapa e o memorial descritivo são etapas fundamentais na criação 
da UC. O mapa define a localização, o desenho e o tamanho da UC. Já o 
Processos de criação de unidades de conservação públicas e privadas214
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 214 22/02/2018 11:16:14
memorial descritivo contém uma descrição das coordenadas geográficas 
de pontos importantes no mapa. Dessa forma, é feito o ato da criação 
da UC. Cabe ressaltar que, antes do ato de criação, a assessoria jurídica 
emite um parecer informando se o processo atendeu ou não aos requisitos 
legais. Em caso de não atendimento, são feitos ajustes; do contrário, ele é 
encaminhado à assinatura.
Após a sua criação, a UC é cadastrada no Cadastro Nacional de Unidades 
de Conservação (CNUC), um banco de dados integrado, com informações 
padronizadas, cabendo ao Ministério do Meio Ambiente mantê-lo, conforme 
previsto na Lei nº 9.985/2000 (Art. 50).
1. UCs são áreas do território nacional, 
incluindo nossas águas, com 
características naturais de valor 
relevante, de domínio público ou 
privado, legalmente instituídas 
pelo Poder Público para a proteção 
de microrganismos, flora, fauna, 
mananciais, solo, clima, paisagens 
e processos ecológicos in situ. 
Com base nessas características, 
marque a alternativa que 
identifica os objetivos das UCs.
a) Protegem ambientes 
naturais da destruição.
b) Preservam ecossistemas, sem 
que exista a participação e 
interferência do homem nelas.
c) Apesar não possuírem leis 
definidas de preservação, 
são criadas com base no 
bom senso ambiental.
d) Buscam a preservação ambiental, 
sendo criadas por atos privados.
e) Garantem a preservação 
ambiental, sendo criadas 
por meio de políticos 
representados pela população.
2. Áreas naturais em qualquer 
ecossistema e em todos os 
biomas, para que sejam objeto 
de propostas de criação de uma 
UC, devem possuir valor para a 
proteção da natureza, manutenção 
dos serviços ambientais, aspectos 
paisagísticos singulares ou 
características ambientais que 
justifiquem a recuperação de 
localidades degradadas, para 
fins de conservação. Com base 
nesse contexto, marque as 
características das áreas que podem 
ser indicadas à criação da UC.
a) Utilização ao ecoturismo, sem 
interação com o meio ambiente, 
como nadar em rios e cachoeiras.
b) Cobertura vegetal conservada, 
ou seja, áreas que possuem 
extração e replantio de árvores.
c) Utilização para extração 
de plantas medicinais, 
sem caracterizar o uso de 
215Processos de criação de unidades de conservação públicas e privadas
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 215 22/02/2018 11:16:15
matéria-prima para atividades 
econômicas como o artesanato.
d) Importância histórica e/ou 
cultural para a comunidade, 
apenas se for regional.
e) Abundância de flora e fauna 
nativa e/ou espécies raras 
desses grupos, ou seja, que 
atualmente não são mais vistas 
com frequência na região.
3. Criar uma unidade de conservação 
possui inúmeras vantagens. 
Dessa forma, áreas naturais 
conservadas ou pouco alteradas 
podem ser potenciais candidatas 
à definição dessas áreas. Marque a 
afirmativa que traz uma vantagem 
da criação desses espaços.
a) As UCs de florestas, como 
qualquer área com cobertura 
vegetal presente, estabilizam 
a poluição do ar.
b) As UCs em áreas florestais 
protegem e mantêm os 
aquíferos e as nascentes que 
alimentam a massa d’água dos 
rios utilizados na irrigação de 
culturas agrícolas, dessedentação 
de animais de criação e 
abastecimento das cidades.
c) As áreas de mata nativa 
desempenham papel 
fundamental no ecoturismo.
d) UCs aumentam a satisfação da 
população, sem implicações 
na renda municipal.
e) Recebem apoio dos órgãos de 
meio ambiente, assim como 
das entidades ambientalistas, 
no planejamento de uso, 
manutenção e proteção 
da reserva, mas com 
certos prejuízos, se forem 
em áreas privadas.
4. As UCs se dividem em dois grupos: 
as de proteção integral e as de uso 
sustentável, que podem ser criadas 
em áreas públicas ou privadas, de 
acordo com a categoria. No caso de 
a criação de um Parque Nacional 
(UC pública) incluir nos seus limites 
territoriais terras privadas, estas 
serão desapropriadas, de acordo 
com o que dispõe a lei, sendo pago 
o valor de mercado pelas terras e 
benfeitorias. Independentemente 
do tipo, as UCs podem ser 
englobadas em categorias. Dessa 
forma, um Monumento Natural 
tem as seguintes características:
a) Área em bom estado de 
conservação, rica em diversidade 
biológica, sem ocorrência de 
espécies endêmicas, raras ou 
ameaçadas de extinção, e com 
potencial para a realização 
de pesquisas científicas.
b) Área em bom estado 
de conservação, rica em 
diversidade biológica, incluindo 
espécies endêmicas, raras ou 
ameaçadas de extinção, e com 
potencial para a realização 
de pesquisas científicas.
c) Área em bom estado de 
conservação ou rica em 
Processos de criação de unidades de conservação públicas e privadas216
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 216 22/02/2018 11:16:15
biodiversidade, com beleza 
cênica e com vários atrativos 
naturais para o ecoturismo.
d) Área em bom estado de 
conservação, rica em diversidade 
biológica ou com espécies 
ameaçadas de extinção, 
que inclua propriedades 
particulares, sem obrigatoriedade 
de desapropriação.
e) Área pequena, em bom ou 
médio estado de conservação, 
com, no mínimo, um atrativo 
relevante e com beleza cênica.
5. As UCs de uso sustentável têm 
como objetivo compatibilizar a 
conservação da natureza com o 
uso sustentável de uma parcela 
dos recursos naturais, permitindo 
diferentes tipos e intensidades de 
interferências antrópicas. Nesse 
grupo de UCs, a obtenção de 
benefícios pelas pessoas pode ser 
por consumo direto dos recursos 
naturais; a coleta e o uso comercial 
desses recursos são permitidos, 
se forem obedecidos critérios 
de extração manejada. Nesse 
contexto, uma Área de Relevante 
Interesse Ecológico deve ser:
a) Área extensa, em bom estado 
de conservação, com certo 
grau de ocupação humana, 
na qual é preciso disciplinar 
o processo de ocupação e 
pessoas já residentes no local.
b) Área que apresenta um bom 
estado de conservação, 
com ocorrência de espécies 
madeireiras de valor comercial.
c) Área de pequena extensão, em 
bom estado de conservação, 
com pouca ou nenhuma 
ocupação de pessoas, com 
características naturais 
relevantes ou que seja refúgio 
da flora e fauna regional, sem 
necessidade de desapropriação.
d) Área natural, em bom estado de 
conservação, com ocorrência 
de populações da fauna 
nativa, terrestre ou aquática, 
residentes ou migratórias, com 
potencial para a realização 
de pesquisas sobre manejoeconômico sustentável de 
recursos faunísticos.
e) Área em bom estado de 
conservação, com comunidades 
tradicionais em seu interior e 
recursos naturais manejados de 
forma sustentável por estas.
217Processos de criação de unidades de conservação públicas e privadas
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 217 22/02/2018 11:16:16
BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Diário Oficial da União, Brasília, n. 138, seção 
1, p. 1, 19 jul. 2000. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9985.
htm>. Acesso em: 13 fev. 2018.
INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Instrução Nor-
mativa Nº 5, DE 15 DE MAIO DE 2008. Dispõe sobre o procedimento administrativo 
para a realização de estudos técnicos e consulta pública para a criação de unidade 
de conservação federal. Diário Oficial da União, Brasília, n. 93, seção 1, p. 92, 16 maio 
2008. Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/o-que-somos/
criacao_2008.pdf>. Acesso em: 13 fev. 2018.
Leituras recomendadas
GUERIN, N.; ISERNHAGEN, I (Org.). Plantar, criar e conservar: unindo produtividade e meio 
ambiente. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2013.
GUZZO, P. Áreas Verdes Urbanas: conceitos e definições. [199-?].
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Biodiversidade. Brasília: IPEA, 2011. 
(Comunicados do Ipea, n. 78).
LEWINSOHN, T. M.; PRADO, P. I. Quantas espécies há no Brasil? Megadiversidade, Belo 
Horizonte, v. 1, n. 1, p. 36-42, jul. 2005.
LOBODA, C. R.; DE ANGELIS, B. L. D. Áreas verdes públicas urbanas: conceitos, usos e 
funções. Ambiência, Guarapava, v. 1, n. 1, jan./jun. 2005.
OLIVEIRA, J. C. C.; BARBOSA, J. H. C. Roteiro para criação de unidades de conservação 
municiais. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2010.
Referências
Processos de criação de unidades de conservação públicas e privadas218
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 218 22/02/2018 11:16:16
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
As Unidades de Conservação (UCs) são legalmente instituídas pelo poder público, nas suas três 
esferas: municipal, estadual e federal. Elas são reguladas pela Lei no 9.985, de 18 de julho de 
2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).
Na Dica do Professor, você conhecerá as etapas necessárias para a criação dessas unidades, 
mostrando mais detalhes sobre as UCs. Confira.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) UCs são áreas do território nacional, incluindo nossas águas, com características 
naturais de relevante valor, sendo de domínio público ou privado, legalmente 
instituídas pelo poder público para proteção dos microrganismos, flora, fauna, 
mananciais, solo, clima, paisagens e processos ecológicos in situ. Com base nessas 
características, podemos afirmar que as UCs tem por objetivo:
A) proteger os ambientes naturais da destruição.
B) preservar os ecossistemas sem que nelas exista a participação e interferência do homem.
C) definir leis de preservação com base no bom senso ambiental.
D) buscar a preservação ambiental, sendo criadas por atos privados.
E) garantir a preservação ambiental, sendo criadas através de políticos representados pela 
população.
Áreas naturais, em qualquer ecossistema e em todos os biomas, para que sejam 
objeto de propostas à criação de uma UC, devem ter valor para a proteção da 
2) 
natureza, manutenção dos serviços ambientais, aspectos paisagísticos singulares ou 
características ambientais que justifiquem a recuperação de localidades degradadas 
para fins de conservação. Com base nesse contexto, assinale a alternativa que 
apresenta áreas que podem ser indicadas à criação de uma UC.
A) Áreas de utilização para o ecoturismo sem interação com o meio ambiente, como, por 
exemplo, nadar em rios e cachoeiras.
B) Área com cobertura vegetal conservada, ou seja, áreas que possuem extração e replantio de 
árvores.
C) Áreas de utilização para extração de plantas medicinais sem caracterizar o uso de matéria-
prima para atividades econômicas como o artesanato.
D) Áreas com importância histórica e/ou cultural para a comunidade apenas se for regional.
E) Áreas com abundância de flora e fauna nativa e/ou espécies raras desses grupos, ou seja, 
que, atualmente, não são mais vistas com frequência na região.
3) Criar uma Unidade de Conservação proporciona inúmeras vantagens. Dessa forma, 
áreas naturais conservadas ou pouco alteradas podem ser potenciais candidatas a se 
tornar uma UC. Dentre as principais vantagens da criação desses espaços, podemos 
afirmar que:
A) as UCs de florestas, como qualquer área com cobertura vegetal presente, estabilizam a 
poluição do ar.
B) as UCs em áreas florestais protegem e mantêm os aquíferos e nascentes que alimentam a 
massa d’água dos rios utilizados na irrigação de culturas agrícolas, dessedentação de 
animais de criação e abastecimento das cidades.
C) as áreas de mata nativa desempenham como papel fundamental principal o ecoturismo.
D) aumento da satisfação da população sem implicações na renda municipal.
E) apoio dos órgãos de meio ambiente, assim como das entidades ambientalistas, no 
planejamento do uso, manutenção e proteção da reserva, porém com certos prejuízos se for 
em áreas privadas.
4) As UCs se dividem em dois grupos: as de Proteção Integral e as de Uso Sustentável, 
que podem ser criadas em áreas públicas ou privadas de acordo com a categoria. No 
caso da criação de um Parque Nacional, que seria uma UC pública, incluir nos seus 
limites territoriais terras privadas, estas seriam desapropriadas de acordo com o que 
dispõe a lei, sendo pago o valor de mercado pelas terras e benfeitorias. Independente 
do tipo, as UCs podem ser englobadas em categorias. Dessa forma, quando se tem um 
Monumento Natural, é porque:
A) a área está em bom estado de conservação, rica em diversidade biológica, sem ocorrência 
de espécies endêmicas, raras ou ameaçadas de extinção e com potencial para realização de 
pesquisas científicas.
B) a área está em bom estado de conservação, rica em diversidade biológica, incluindo 
espécies endêmicas, raras ou ameaçadas de extinção e com potencial para realização de 
pesquisas científicas.
C) a área está em bom estado de conservação ou rica em biodiversidade, com beleza cênica e 
com vários atrativos naturais para o ecoturismo.
D) a área está em bom estado de conservação, rica em diversidade biológica ou com espécies 
ameaçadas de extinção e inclui propriedades particulares sem obrigatoriedade de 
desapropriação.
a área é pequena, em bom ou médio estado de conservação com, no mínimo, um atrativo E) 
relevante e com beleza cênica.
5) As UCs de Uso Sustentável têm como objetivo compatibilizar a conservação da 
natureza com o uso sustentável de uma parcela dos recursos naturais, permitindo 
diferentes tipos e intensidades de interferência antrópica. Nesse grupo de UCs, a 
obtenção de benefícios pelas pessoas pode se dar por consumo direto dos recursos 
naturais, sendo que a coleta e o uso comercial desses recursos são permitidos se forem 
obedecidos critérios de extração manejada. Nesse contexto, uma Área de Relevante 
Interesse Ecológico deve ser uma:
A) área extensa, em bom estado de conservação, com certo grau de ocupação humana, na qual 
é preciso disciplinar o processo de ocupação e as pessoas já residentes no local.
B) área que apresenta um bom estado de conservação, com ocorrência de espécies 
madeireiras de valor comercial.
C) área de pequena extensão, em bom estado de conservação, com pouca ou nenhuma 
ocupação de pessoas, com características naturais relevantes ou que seja refúgio da flora e 
fauna regional, sem necessidade de desapropriação.
D) área natural, em bom estado de conservação, com ocorrência de populações da fauna 
nativa, terrestre ou aquática, residentesou migratórias com potencial para realização de 
pesquisas sobre manejo econômico sustentável de recursos faunísticos.
E) área em bom estado de conservação, com comunidades tradicionais em seu interior e 
recursos naturais manejados de forma sustentável por elas.
NA PRÁTICA
Diversos estudos técnicos são necessários quando desejamos criar uma Unidade de 
Conservação. Não apenas aqueles que envolvem o meio físico e biótico, mas também o meio 
socioeconômico. Os estudos socioeconômicos buscam apresentar os possíveis impactos que 
podem ocorrer durante a criação das Unidades de Conservação em atividades produtivas, em um 
município, por exemplo.
Carlos é um engenheiro ambiental contratado por uma ONG que, junto com a comunidade, 
deseja a criação de um parque natural municipal com 100 hectares e que seja sobreposto a uma 
importante área de lavra de calcário de 10.000 hectares. 
 
Veja como Carlos pode ajudar essa comunidade:
 
 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Para saber mais, leia o artigo Criação, implantação e manejo de unidades de conservação 
no Brasil: O caso do Parque Estadual da Lapa Grande, em Montes Claros - MG, nesse 
artigo você verá uma discussão sobre o processo de criação de unidades de conservação no 
Brasil.
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O artigo A Dominialidade das Terras Públicas como Requisito Jurídico para Proteção da 
Biodiversidade nas Unidades de Conservação: o Caso do Amazonas apresenta uma 
discussão sobre aspectos legais para a criação de UCs em terras públicas e privadas na 
Amazônia.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Análise da paisagem na criação de Unidade de Conservação Integral Zona Costeira Sul do 
Estado de Santa Catarina
Já no artigo você verá uma discussão sobre a criação de UCs em ambientes costeiros na região 
de Santa Catarina.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Manejo de unidades de conservação 
públicas e privadas 
APRESENTAÇÃO
Após a criação de uma Unidade de Conservação (UC), é fundamental elaborar seu Plano de 
Manejo (PM). O PM norteia as ações de conservação, proteção e manejo com possibilidades de 
uso sustentável da reserva. Nele, estão contidas informações fundamentais que os proprietários 
utilizarão na orientação do planejamento da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). 
Desse modo, cumprirão com os objetivos de preservação, conservação, recuperação e uso 
público. 
 
Nesta Unidade de Aprendizagem você verá alguns conceitos dos PMs, bem como objetivos e 
características de planejamento em UCs. Além disso, serão apresentados os principais itens que 
devem constar nos PMs e descritas as atividades de manejo permitidas em UCs.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Relatar sobre conceitos, objetivos e características de planejamento do PM das UCs.•
Descrever sobre a elaboração e os itens que devem constar em um PM de UC.•
Caracterizar o zoneamento aplicado às UCs. •
DESAFIO
Após a criação de uma Unidade de Conservação (UC) com aproximadamente 10 hectares, cujo 
objetivo principal é a prática de educação ambiental com a população, uma equipe técnica foi 
contratada para realizar o Plano de Manejo (PM) da área. 
 
Entre as principais características desta UC, podem-se citar: 
- Área (de cerca de 200 m2) com exemplares arbóreos em risco de extinção. 
- Potencial de realização de turismo ecológico, principalmente devido a rios e cachoeiras. 
- Não há ocorrência de animais ameaçados ou em risco de extinção. 
 
Dessa forma, a equipe técnica concluiu que a UC não poderá sofrer visitas, sendo as atividades 
humanas limitadas a pesquisas científicas, classificando toda a unidade como zona de 
preservação. 
 
Na sua opinião como futuro profissional da área ambiental, a conclusão da equipe técnica está 
correta ou incorreta? Justifique sua resposta.
INFOGRÁFICO
Em relação ao Plano de Manejo (PM) de Unidades de Conservação (UCs), existem algumas 
etapas de planejamento para a elaboração que devem ser seguidas. É recomendável que toda 
UC tenha seu próprio PM, que deve ser elaborado em função dos objetivos gerais pelos quais 
a unidade foi criada. 
 
De modo geral, o PM representa uma etapa do planejamento das UCs, o qual deve ser contínuo, 
num ciclo permanente de planejar – executar – avaliar – replanejar. 
 
Mas quais são exatamente as etapas que devem ser seguidas em um PM para que ele seja eficaz? 
Confira no Infográfico a seguir.
CONTEÚDO DO LIVRO
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC (Lei Federal n° 9.985/2000) 
determina que “As unidades de conservação devem dispor de um Plano de Manejo e devem 
abranger a área da unidade de conservação, sua zona de amortecimento e os corredores 
ecológicos, incluindo medidas com o fim de promover sua integração à vida econômica e social 
das comunidades vizinhas” (art. 27, § 1°). 
 
De acordo com a mesma legislação, o plano de manejo é um “documento técnico mediante o 
qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu 
zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, 
inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade” (art. 2°, inciso 
XVII). 
Na obra Gerenciamento de unidades de conservação, leia o capítulo Manejo de unidades de 
conservação públicas e privadas, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, para ver mais 
sobre este assunto. 
 
Boa leitura.
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Bióloga 
Mestre e Doutora em Ciências 
Professora do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
G367 Gerenciamento de unidades de conservação / Anderson Soares 
Pires... [et al.]; [revisão técnica : Vanessa de Souza
Machado]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
304 p. :il.. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-339-0
1. Gestão ambiental. I. Pires, Anderson Soares.
CDU 502.13
1_Iniciais.indd 2 22/02/2018 11:33:46
Manejo de unidades 
de conservação 
públicas e privadas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Relatar sobre os conceitos, os objetivos e as características de plane-
jamento do plano de manejo de unidades de conservação.
  Descrever sobre a elaboração e os itens que devem constar em um 
plano de manejo de UCs.
  Caracterizar o zoneamento aplicado às UCs.
Introdução
Após a criação de uma UC, é fundamental elaborar um plano de manejo. 
O plano de manejo norteia as ações de conservação, proteção e manejo 
com possibilidades de uso sustentável da reserva. Nele, estão contidas 
informações fundamentais que os proprietários utilizarão na orientação 
do planejamento da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) 
e, assim, cumprirão com seus objetivos de preservação, conservação, 
recuperação e uso público.
Neste capítulo, você vai estudar conceitos dos planos de manejo, os 
objetivos e as características de planejamento em unidades de conser-
vação. Além disso, você vai ver os principais itens que devem constar 
em um plano de manejo, além das atividades de manejo permitidas em 
unidades de conservação.
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 219 22/02/2018 11:16:16
Plano de manejo em unidades de conservação
O SNUC (Sistema Nacional de Conservação da Natureza) estabelece, através 
da Lei nº 9.985/2000, que o planejamento das UCs deve ser baseado em um 
plano de manejo (PM), que segundo a mesma lei, signifi ca: 
documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos 
gerais de uma Unidade de Conservação, se estabelece o seu zoneamento 
e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos 
naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão 
da Unidade (BRASIL, 2000).
Os gestoresdas UCs devem seguir o planejamento estabelecido nesse plano 
e realizar o monitoramento e a análise dos resultados obtidos, em relação aos 
objetivos traçados. Quando os resultados não forem os esperados, o plane-
jamento deverá ser revisado, alterado, monitorado e avaliado, num processo 
contínuo e permanente de planejamento‒replanejamento.
Em outras palavras, após a criação de uma unidade de conservação (UC), 
seja ela pública ou privada, é fundamental criar um PM. É recomendável 
que toda UC tenha o seu próprio PM, que deve ser elaborado em função 
dos objetivos gerais para os quais ela foi criada. De modo geral, o plano 
de manejo representa uma etapa do planejamento da UC, o qual deve ser 
contínuo, num ciclo permanente de planejar–executar–avaliar–replanejar. 
Isso requer simultaneidade entre a implementação do plano de manejo e a 
sua atualização, mediante o aporte de novos conhecimentos (planejamento 
contínuo).
Mesmo que a legislação ressalte sobre a importância do PM em unidades de 
conservação, muitas delas (tanto públicas como privadas) ainda não o possuem. 
Entre as unidades de conservação federais, mais da metade (51,56%) não 
possui um plano de manejo. Já entre as Reservas Particulares do Patrimônio 
Natural (RPPN), esse número aumenta para 90,11%. Acompanhe na Tabela 1 
a situação do plano de manejo nas unidades de conservação, em novembro de 
2015. É evidente que esses valores podem estar um pouco alterados atualmente; 
porém, ainda há um longo caminho a ser percorrido.
 Manejo de unidades de conservação públicas e privadas 220
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 220 22/02/2018 11:16:16
 Fonte: Brasil (2015). 
Descrição Número de UC Porcentagem
Unidades de conservação federais
Total de UCs 320
Total de UCs com 
plano de manejo
155 48,44%
Total de UCs sem 
plano de manejo
165 51,56%
Total de planos de 
manejo já revisados
18 5,63%
Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN)
Total de RPPN 648
Total de RPPN com 
plano de manejo
64 9,89%
Total de RPPN sem 
plano de manejo
583 90,11%
 Tabela 1. Situação dos planos de manejo nas unidades de conservação. 
A principal função do PM, segundo o ICMBio (BRASIL, 2015), é servir de 
instrumento gerencial de apoio ao proprietário. Dessa forma, sua elaboração 
deve, necessariamente: a) contribuir para que a RPPN cumpra com o objetivo 
previsto em sua criação; b) atender aos usos e às restrições previstas na legis-
lação ambiental vigente; e c) evitar desvios e equívocos de funcionamento. 
Por outro lado, de acordo com o IBAMA (BRASIL, 2002), o plano de manejo 
deve, necessariamente:
  levar a UC a cumprir com os objetivos estabelecidos na sua criação;
  definir objetivos específicos de manejo, orientando a gestão da UC;
  dotar a UC de diretrizes para o seu desenvolvimento;
  definir ações específicas para o manejo da UC;
  promover o manejo da unidade, orientado pelo conhecimento disponível 
e/ou gerado;
221Manejo de unidades de conservação públicas e privadas
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 221 22/02/2018 11:16:16
  estabelecer a diferenciação e a intensidade de uso mediante zoneamento, 
visando a proteção de seus recursos naturais e culturais;
  destacar a representatividade da UC no SNUC, frente aos atributos de 
valorização dos seus recursos, como biomas, convenções e certificações 
internacionais;
  estabelecer, quando couber, normas e ações específicas, visando 
compatibilizar a presença das populações residentes com os objetivos 
da unidade, até que seja possível sua indenização ou compensação 
e sua realocação;
  estabelecer normas específicas, regulamentando a ocupação e o uso dos 
recursos da zona de amortecimento (ZA) e dos corredores ecológicos 
(CE), visando a proteção da UC;
  promover a integração socioeconômica das comunidades do entorno 
da UC;
  orientar a aplicação dos recursos financeiros destinados à UC.
Em relação ao planejamento, essa etapa consiste na análise e compilação 
das informações levantadas no diagnóstico, que subsidiará a definição do 
zoneamento e os tipos de programas de manejo (gestão/atividades/ação) a 
serem realizados (BRASIL, 2015).
O detalhamento das informações coletadas na fase do diagnóstico poderá ajudar o 
proprietário a definir seu objetivo e orientar a gestão da reserva, bem como estabelecer 
medidas para minimizar possíveis impactos e ameaças à UC.
Elaboração e principais itens 
em planos de manejo
A elaboração do PM das Reservas Particulares do Patrimônio Natural é de 
responsabilidade do proprietário, que pode conduzir o processo diretamente, 
com intermédio de um técnico ou por uma equipe multidisciplinar contratada 
ou parceira. De modo geral, o processo de elaboração de um plano de manejo 
 Manejo de unidades de conservação públicas e privadas 222
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 222 22/02/2018 11:16:16
é composto por diversas reuniões. Resumidamente, são apresentadas algumas 
das principais etapas, segundo o ICMBio (BRASIL, 2009): 
1. Fase preparatória: consiste no levantamento e na análise das infor-
mações disponíveis sobre a unidade de conservação e a região. Nessa 
etapa, será realizado o reconhecimento de campo, que deverá utilizar-se 
dos meios que permitam à equipe de planejamento o reconhecimento 
amplo da unidade de conservação.
2. Organização do planejamento: estrutura-se todo o desenvolvimento 
do planejamento, iniciando com uma reunião de alinhamento entre 
diferentes entidades (Diretoria de Extensão e Relações Comunitária 
– DIREC, com a Gerência Executiva – GEREX e a Chefia da UC). 
Nesse momento, será feita a apresentação da metodologia adotada pelo 
IBAMA para a elaboração dos planos de manejo, indicando a estratégia 
de trabalho a ser seguida e procedendo à avaliação das condições de 
logística da UC, os meios necessários e o apoio de todas as partes. 
Nessa reunião, deverão ser analisados:
 ■ Aspectos ambientais: o objetivo central é fazer com que se identifi-
quem todos os impactos ambientais significativos, reais e potenciais, 
relacionados com as suas atividades, seus produtos e serviços, a fim 
de controlar os aspectos sob sua responsabilidade.
 ■ Requisitos legais e outros requisitos: nessa etapa, são definidos cri-
térios para o cadastramento e a divulgação da legislação ambiental, 
dos códigos de conduta aplicáveis a situações específicas da empresa, 
e dos compromissos ambientais assumidos pela corporação.
 ■ Objetivos e metas: os objetivos e metas devem refletir os aspectos 
e impactos ambientais significativos e relevantes, visando o des-
dobramento em metas e objetivos ambientais a serem alcançados.
É importante elaborar um cronograma de execução, o qual permita uma 
comparação entre o realizado e o previsto, os recursos financeiros alocados às 
atividades e a definição de responsabilidades e os prazos de cumprimento dos 
objetivos e metas. Em relação ao método de planejamento, este pode variar de 
acordo com a realidade da região e da UC, e também conforme a concepção e o 
entendimento do órgão gestor e da equipe que está atuando. É muito importante 
que os métodos escolhidos sejam facilmente aplicáveis aos cenários identificados 
na UC, sem que se tente adaptar metodologias específicas ou em voga, as quais 
nem sempre atendem às necessidades da realidade local (BRASIL, 2015).
223Manejo de unidades de conservação públicas e privadas
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 223 22/02/2018 11:16:16
O ciclo PDCA é a ferramenta muita utilizada no planejamento, tendo como objetivo 
principal promover a melhoria contínua dos processos, por meio de um circuito de 
quatro ações: planejar (plan), fazer (do), checar (check) e agir (act). O intuito é ajudar 
a entender não somente como um problema surge, mas também como deve ser 
solucionado, focando na causa, e não nas consequências. A seguir, você verá uma 
breve descrição das principais etapas desse ciclo, segundo Braga et al. (2005) e 
Mattos (2010):
  Planejar: nessa etapa,ocorre o planejamento em si, ou seja, busca-se a lógica 
construtiva e suas interfaces, gerando informações de prazos e metas físicas. Basi-
camente, deve-se estudar o projeto/empreendimento, definir uma metodologia 
e gerar o cronograma e as programações. Esta última atividade consiste em co-
ordenar as informações de modo que o empreendimento tenha um cronograma 
racional e factível.
  Desempenhar: essa etapa representa a materialização do planejamento no campo, 
ou seja, tudo o que foi colocado no papel na primeira etapa agora começa a tomar 
forma. Deve-se levar em conta dois cuidados: o primeiro é informar e motivar todos 
os envolvidos e tirar as dúvidas da equipe; o segundo é atentar para como serão 
executadas as atividades, ou seja, é necessário que aquilo que foi informado por 
meio do planejamento seja realmente cumprido.
  Checar: essa é a etapa em que se manifestam o monitoramento e o controle do 
projeto de gestão ambiental. Para tal, dois setores podem ser utilizados: o de 
aferir o realizado e o de comparar o previsto e o realizado. O primeiro consiste em 
levantar em campo o que foi executado no período de análise. O segundo setor 
visa aferir o que efetivamente foi realizado e comparar com o que estava previsto 
no planejamento. Nessa etapa, podem ser detectados os desvios e os impactos 
trazidos, bem como os prazos de início e término das atividades, em relação às 
datas planejadas.
  Agir: ocorrem reuniões com todos os envolvidos na operação, a fim de coletar opi-
niões e sugestões, contribuindo para a identificação de oportunidades de melhoria, 
aperfeiçoamento do método, detecção de focos de erro, mudança de estratégia, 
avaliação de medidas corretivas a serem tomadas, entre outros.
3. Coleta de campo: consiste na realização dos estudos nas áreas de 
conhecimento em que tenham sido identificadas lacunas na fase 
preparatória ou na reunião de organização do planejamento. Os le-
vantamentos de campo serão orientados por termos de referência 
elaborados pela equipe de planejamento, os quais definirão os aspectos 
metodológicos gerais para a obtenção de dados necessários para o 
diagnóstico da Floresta Nacional.
 Manejo de unidades de conservação públicas e privadas 224
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 224 22/02/2018 11:16:17
Nessa etapa, ocorrerá a coleta e análise das informações:
 ■ Diagnóstico ambiental da área: nesse diagnóstico, são analisados: 
I) o meio físico: o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando 
os recursos minerais, a topografia, os tipos e as aptidões do solo, 
os corpos d’água, o regime hidrológico, as correntes marinhas (se 
for o caso), as correntes atmosféricas; II) o meio biológico e os 
ecossistemas naturais: a fauna e a flora, destacando as espécies 
indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, 
as raridades e as ameaçadas de extinção, bem como as áreas de 
preservação permanente (APP); III) o meio socioeconômico: o uso 
e a ocupação do solo, os usos da água e a questão socioeconômica, 
destacando a presença de sítios e monumentos arqueológicos, histó-
ricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre 
a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização 
futura desses recursos.
 ■ Análise dos impactos ambientais do projeto: devem ser apresentadas 
alternativas, por meio da identificação, previsão da magnitude e in-
terpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, discri-
minando os impactos positivos e negativos (ou benéficos e adversos), 
diretos e indiretos, imediatos e em médio e longo prazo, temporários 
e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumu-
lativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais. 
 ■ Definição das medidas mitigadoras: deve-se apresentar quais os 
impactos (principalmente os negativos) que a UC poderá sofrer 
com o passar do tempo. 
 ■ Descrição de programas de acompanhamento: deve-se indicar os 
fatores e parâmetros a serem considerados, visando diminuir ao 
máximo os impactos na área. Entre os resultados esperados nesse 
acompanhamento, pode-se citar a recuperação de áreas degradadas, 
a adoção de tecnologias ecologicamente corretas, a gestão dos re-
síduos, a recuperação de APPs, o controle dos processos erosivos, 
a minimização de interferência em comunidades, a promoção da 
educação ambiental, entre outros.
4. Oficina de pesquisadores: poderá ocorrer nos casos em que foram 
realizados os levantamentos de campo ou, ainda, quando for identifi-
cado um grande número de pesquisas já realizadas anteriormente na 
unidade de conservação.
225Manejo de unidades de conservação públicas e privadas
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 225 22/02/2018 11:16:17
5. Consolidação: refere-se à construção do documento técnico plano de 
manejo, a partir dos resultados obtidos nas etapas anteriores, incluindo 
aspectos relacionados à revisão, editoração e publicação desse plano 
na sua versão completa e em versão resumida.
6. Aprovação: consiste na emissão de parecer técnico conclusivo pela 
equipe de planejamento e na publicação da Portaria de aprovação do 
plano de manejo no Diário Oficial da União (em relação a unidades de 
conservação públicas).
Importância do zoneamento aplicado 
às unidades de conservação
O zoneamento é um recurso amplamente utilizado em planos de manejo, pois 
auxilia na divisão da UC em zonas, estabelecendo usos diferenciados para 
cada uma, de acordo com os objetivos traçados inicialmente. O zoneamento é 
defi nido pela Lei 9.985/2000 como sendo a defi nição de setores ou zonas, em 
uma unidade de conservação, de acordo com o objetivo de manejo e normas 
específi cas, a fi m de proporcionar os meios e as condições para que todos os 
objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e efi caz. 
Com auxílio do zoneamento, é possível identificar a vocação das áreas, 
classificando-as segundo o grau de intervenção: nenhuma ou baixa intervenção, 
média intervenção ou alta intervenção. Dessa forma, é possível enquadrar 
as zonas por graus de intervenção — para cada zona, são estabelecidas as 
normas gerais de manejo, segundo Santos (1999) e ICMBio (BRASIL, 2009):
  Zonas de preservação: não será permitida a visitação, o manejo flores-
tal ou a exploração dos recursos naturais a qualquer título; as atividades 
humanas serão limitadas à pesquisa, ao monitoramento e à fiscalização, 
exercidas somente em casos especiais; pesquisas que causem impacto 
aos recursos naturais não serão admitidas; a pesquisa ocorrerá exclu-
sivamente com fins científicos, desde que não possa ser realizada em 
outras zonas; a fiscalização será eventual, em casos de necessidade de 
proteção da zona contra caçadores, roubo de madeira, fogo e outras 
formas de degradação ambiental; as atividades permitidas não poderão 
comprometer a integridade dos recursos naturais; não serão permitidas 
quaisquer instalações de infraestrutura.
  Zonas primitiva: as atividades permitidas serão a pesquisa, o moni-
toramento ambiental, a visitação e a fiscalização; a pesquisa ocorrerá 
 Manejo de unidades de conservação públicas e privadas 226
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 226 22/02/2018 11:16:17
exclusivamente com fins técnicos e científicos, não sendo admitidas 
as que possam causar danos à biota; as atividades permitidas não po-
derão comprometer a integridade dos recursos naturais; os visitantes, 
pesquisadores e o pessoal da fiscalização serão advertidos para não 
deixarem lixo nessas áreas; não serão permitidas quaisquer instalações 
de infraestrutura; é proibido o tráfego de veículos nessa zona, exceto 
em ocasiões especiais, como em casos de necessidade de proteção da 
Unidade; a fiscalização será constante.
  Zonas de manejo florestal sustentável comunitário: poderá haver o 
manejo florestal sustentável de produtos madeireiros e não madeireiros 
de baixa intensidade, a pesquisa, o monitoramento ambiental, a visitação 
e a fiscalização; poderão ser instaladosequipamentos simples para a 
interpretação dos recursos naturais e a recreação, sempre em harmonia 
com a paisagem; o trânsito de veículos só poderá ser feito em baixas 
velocidades (máximo de 40 km/h); no caso do uso de embarcações, não 
serão permitidos motores abertos e mal regulados.
  Zonas de manejo florestal: as atividades permitidas serão o manejo 
florestal sustentável de produtos madeireiros e não madeireiros, a 
pesquisa, o monitoramento das atividades produtivas e ambientais, a 
visitação e a fiscalização; poderão ser instalados equipamentos simples 
para a interpretação dos recursos naturais e a recreação, sempre em 
harmonia com a paisagem; as atividades de interpretação e recreação 
terão como objetivo facilitar a compreensão e a apreciação dos recursos 
naturais das áreas pelos visitantes.
  Zonas de uso público: o centro de visitantes, museu e outros serviços 
oferecidos ao público, como lanchonetes e instalações para serviços 
de guias e condutores, somente poderão estar localizados nessa zona; 
preferencialmente, essas instalações deverão estar localizadas no interior 
da Unidade, de modo a levar os visitantes a conhecerem melhor a fauna 
e a flora; poderão ser instaladas churrasqueiras, mesas para piqueni-
que, abrigos, lixeiras e trilhas nos locais apropriados; a utilização das 
infraestruturas dessa zona será subordinada à capacidade de suporte 
estabelecida; as atividades previstas devem levar o visitante a entender 
a filosofia e as práticas de conservação da natureza, enfatizando o 
manejo florestal sustentável.
  Zonas de uso especial: essa zona é destinada à sede da unidade e à cen-
tralização dos seus serviços, não comportando visitação; as instalações 
deverão, preferencialmente, estar localizadas na periferia da unidade; as 
construções e reformas deverão estar em harmonia com o meio ambiente; 
227Manejo de unidades de conservação públicas e privadas
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 227 22/02/2018 11:16:17
o estacionamento de veículos somente será permitido aos funcionários e 
prestadores de serviços; essa zona deverá conter locais específicos para 
a guarda e o depósito dos resíduos sólidos gerados na unidade, os quais 
deverão ser removidos para o aterro sanitário ou vazadouro público mais 
próximo, fora da unidade de conservação; a matéria orgânica gerada nas 
unidades de conservação localizadas em áreas remotas deverá sofrer 
tratamento local (exceto queima); a fiscalização será permanente; os 
veículos deverão transitar em baixas velocidades e será proibido o uso 
de buzinas; os esgotos deverão receber tratamento suficiente, de forma 
que não contaminem rios, riachos ou nascentes.
  Zonas de recuperação: em caso de conhecimento pouco aprofundado 
da unidade de conservação, somente será permitida a recuperação 
natural das áreas degradadas; nas revisões seguintes, a recuperação 
poderá ser induzida, mediante projeto específico, devidamente autori-
zado; na recuperação, poderão ser usadas espécies nativas ou exóticas, 
conforme a vocação da unidade de conservação; os trabalhos de recu-
peração induzida poderão ser interpretados para o público no centro 
de visitantes ou no centro de vivência; as pesquisas sobre os processos 
de regeneração natural deverão ser incentivadas; não serão instaladas 
infraestruturas nessa zona, com exceção daquelas necessárias aos 
trabalhos de recuperação, educação ambiental e visitação.
  Zonas populacionais: será estabelecido um Termo de Compromisso 
com as populações residentes dentro da unidade de conservação, o qual 
definirá, caso a caso, as normas específicas.
O Parque do Iguaçu é um exemplo de unidade de conservação federal, cuja gestão 
é realizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 
Esse parque é hoje um modelo de sustentabilidade: é realizado o desenvolvimento 
socioambiental, com integração entre a proteção e a conservação, e o uso sustentável 
dos recursos naturais.
 Manejo de unidades de conservação públicas e privadas 228
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 228 22/02/2018 11:16:17
1. A gestão de uma unidade de 
conservação é guiada pelo seu 
plano de manejo, que deve:
a) estabelecer as atividades 
socioeconômicas das 
comunidades do entorno.
b) estabelecer os objetivos 
prioritários da criação da 
unidade de conservação.
c) implantar o zoneamento 
estabelecido na criação da 
unidade de conservação.
d) definir a extensão territorial 
da unidade de conservação.
e) estabelecer normas específicas 
para o uso dos recursos da 
zona de amortecimento.
2. O zoneamento é definido pela 
Lei 9.985/2000 como sendo a 
definição de setores ou zonas em 
uma unidade de conservação com 
objetivos de manejo e normas 
específicas, com o propósito 
de proporcionar os meios e as 
condições para que todos os 
objetivos da unidade possam ser 
alcançados de forma harmônica 
e eficaz. Entre as alternativas 
a seguir, qual está correta em 
relação as atividades permitidas 
nas Zonas de Primitiva?
a) As atividades permitidas 
serão a pesquisa, o 
monitoramento ambiental, 
a visitação e a fiscalização.
b) As atividades permitidas serão 
o manejo florestal sustentável 
de produtos madeireiros e 
não madeireiros, pesquisa, o 
monitoramento das atividades 
produtivas e ambiental, a 
visitação e a fiscalização.
c) É destinada a conter a sede 
da unidade e a centralização 
dos serviços da mesma, não 
comportando visitação.
d) Entre as atividades, será 
permitido a construção do 
centro de visitantes, museu e 
outros serviços oferecidos ao 
público, como lanchonetes 
e instalações para serviços 
de guias e condutores.
e) Não será permitida a visitação, 
manejo florestal ou exploração 
dos recursos naturais a 
qualquer título, sendo que 
as atividades humanas serão 
limitadas à pesquisa.
3. O ciclo PDCA é uma ótima 
ferramenta de gestão de 
projetos, tendo como objetivo 
promover a melhoria contínua 
dos processos. Em relação ao 
Plano de Manejo, esta é uma 
excelente ferramenta que auxilia 
no planejamento e implantação 
229Manejo de unidades de conservação públicas e privadas
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 229 22/02/2018 11:16:18
do mesmo. Das afirmativas a 
seguir, qual está correta em 
se tratando do ciclo PDCA?
a) Na etapa de agir, ocorre a 
aferição de tudo que foi 
realmente realizado.
b) Na etapa de checar, ocorre o 
estudo do projeto, a fim de 
verificar se não foi esquecida 
nenhuma etapa. Em seguida, 
será definida uma metodologia 
e serão gerados o cronograma 
e as programações.
c) Na etapa de desempenhar, 
ocorre a aferição de tudo 
que foi realizado, ou seja, 
ocorre o monitoramento 
e o controle do projeto.
d) O objetivo do ciclo PDCA é 
evitar que ocorram problemas. 
Caso estes ocorram, procurar 
quais as consequências.
e) Na etapa de planejar, ocorre o 
estudo do projeto, definindo 
uma metodologia e gerando 
cronograma e programações.
4. Em relação às etapas de 
elaboração do plano de manejo 
em unidades de conservação, 
assinale a alternativa correta.
a) Na fase preparatória são 
analisadas as características 
físicas, biológicas e 
socioeconômicas da UA.
b) A análise dos impactos 
ambientais examina os 
impactos positivos e 
negativos exclusivamente.
c) Durante a oficina de 
pesquisadores, tem-se a 
construção do documento 
técnico Plano de Manejo, a 
partir dos resultados obtidos 
nas etapas anteriores.
d) Na organização do planejamento, 
são realizadas reuniões para 
estabelecer a metodologia 
para elaborar o PM.
e) A aprovação ocorre após a 
equipe técnica concluir que 
o Plano de Manejo está de 
acordo com os objetivos 
traçados para a UA.
5. Entre as alternativas a seguir, 
qual está correta em relação aos 
objetivos do plano de manejo 
de unidades de conservação?
a) Definir objetivos gerais 
de manejo, orientando 
a gestão da UC.
b) Promover o manejo da unidade, 
orientado pelo conhecimento 
disponível e/ou gerado.
c) Estabelecer a diferenciação e 
intensidade de uso mediante 
zoneamento,visando a 
proteção de seus recursos 
naturais unicamente.
d) Descobrir se a UC deverá 
ou não ser protegida.
e) Descobrir qual o potencial 
econômico da unidade 
de conservação.
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Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 230 22/02/2018 11:16:19
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Instituto Chico Mendes de Conservação da 
Biodiversidade. Roteiro metodológico para elaboração de plano de manejo para reservas 
particulares do patrimônio natural. Brasília: ICMBio, 2015. 
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Instituto Chico Mendes de Conservação da 
Biodiversidade. Roteiro metodológico para elaboração de planos de manejo de florestas 
nacionais. Brasília: ICMBio, 2009.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais Renováveis. Roteiro metodológico de planejamento: parque nacional, 
reserva biológica, estação ecológica. Brasília: MMA, 2002. Disponível em: <http://
www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/roteiroparna.
pdf>. Acesso em: 02 fev. 2018.
BRASIL. Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e 
VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de unidades de conservaçãoda 
Natureza e dá outras providências. 2000. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/Leis/L9985.htm>. Acesso em: 02 fev. 2018.
MATTOS, A. D. Planejamento e controle de obras. São Paulo: Pini, 2010.
SANTOS, S. H. Direito ambiental: unidades de conservação, limitações administrativas. 
Curitiba: Juruá, 1999. 
Leitura recomendada
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Plano de manejo. [201-?]. Disponível em: <http://
www.mma.gov.br/areas-protegidas/unidades-de-conservacao/plano-de-manejo>. 
Acesso em: 02 fev. 2018.
231Manejo de unidades de conservação públicas e privadas
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 231 22/02/2018 11:16:19
 
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
 
DICA DO PROFESSOR
O Plano de Manejo (PM) é o documento norteador de todas as ações de uma Unidade de 
Conservação (UC). É através dele que são definidos quais usos serão desenvolvidos na unidade, 
assim como onde e de que forma estes usos irão ocorrer. O PM de cada UC deve trazer 
diretrizes, recomendações e ações estratégicas que tenham o objetivo de facilitar e 
estimular a gestão integrada e participativa do conjunto, considerando os seus diferentes 
objetivos de conservação. 
 
Para saber mais sobre PM em UCs, assista a Dica do Professor a seguir.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
EXERCÍCIOS
1) A gestão de uma Unidade de Conservação é guiada pelo seu Plano de Manejo, que 
deve:
A) Estabelecer as atividades socioeconômicas das comunidades do entorno.
B) Estabelecer os objetivos prioritários da criação da UC.
C) Implantar o zoneamento estabelecido na criação da UC.
D) Definir a extensão territorial da UC.
E) Estabelecer normas específicas para o uso dos recursos da zona de amortecimento.
O zoneamento é definido pela Lei 9.985/2000 como sendo a definição de setores ou 
zonas em uma Unidade de Conservação com objetivos de manejo e normas 
2) 
específicas, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos 
os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz. Entre as 
alternativas a seguir, qual está correta em relação as atividades permitidas nas Zonas 
Primitivas?
A) As atividades permitidas serão a pesquisa, o monitoramento ambiental, a visitação e a 
fiscalização.
B) As atividades permitidas serão o manejo florestal sustentável de produtos madeireiros e 
não madeireiros, pesquisa, o monitoramento das atividades produtivas e ambientais, a 
visitação e a fiscalização.
C) É destinada a conter a sede da Unidade e a centralização dos serviços dela, não 
comportando visitação.
D) Entre as atividades, será permitida a construção do centro de visitantes, museu e outros 
serviços oferecidos ao público, como lanchonetes e instalações para serviços de guias e 
condutores
E) Não será permitida a visitação, manejo florestal ou exploração dos recursos naturais a 
qualquer título, e as atividades humanas serão limitadas à pesquisa.
3) O ciclo PDCA é uma ótima ferramenta de gestão de projetos, tendo como objetivo 
promover a melhoria contínua dos processos. Em relação ao Plano de Manejo, esta é 
uma excelente ferramenta que auxilia no seu planejamento e implantação. Das 
afirmativas a seguir, qual está correta em se tratando do ciclo PDCA?
A) Na etapa de agir, ocorre a aferição de tudo que foi realmente realizado.
B) Na etapa de checar, ocorre o estudo do projeto, a fim de verificar se não foi esquecida 
nenhuma etapa. Em seguida, será definida uma metodologia e serão gerados o cronograma 
e as programações.
C) Na etapa de desempenhar, ocorre a aferição de tudo que foi realizado, ou seja, ocorre o 
monitoramento e o controle do projeto.
D) O objetivo do ciclo PDCA é evitar que ocorram problemas. Caso estes ocorram, procurar 
quais as consequências.
E) Na etapa de planejar, ocorre o estudo do projeto, definindo uma metodologia e gerando 
cronograma e programações.
4) Em relação às etapas de elaboração do Plano de Manejo em Unidades de 
Conservação, assinale a alternativa correta.
A) Na fase preparatória são analisadas as características físicas, biológicas e socioeconômicas 
da UC.
B) A análise dos impactos ambientais analisa os efeitos positivos e negativos exclusivamente.
C) Durante a oficina de pesquisadores, tem-se a construção do documento técnico Plano de 
Manejo, a partir dos resultados obtidos nas etapas anteriores
D) Na organização do planejamento, são realizadas reuniões para estabelecer a metodologia 
para elaborar o PM.
E) A aprovação ocorre após a equipe técnica concluir que o Plano de Manejo está de acordo 
com os objetivos traçados para a UC.
5) Entre as alternativas a seguir, qual está correta em relação aos objetivos do Plano de 
Manejo de Unidades de Conservação?
A) Definir objetivos gerais de manejo, orientando a gestão da UC.
B) Promover o manejo da Unidade, orientado pelo conhecimento disponível e/ou gerado.
C) Estabelecer a diferenciação e intensidade de uso mediante zoneamento, visando à proteção 
de seus recursos naturais unicamente.
D) Descobrir se a UC deverá ou não ser protegida.
E) Descobrir qual o potencial econômico da Unidade de Conservação.
NA PRÁTICA
A elaboração de Planos de Manejo (PMs) não se resume apenas à produção do documento 
técnico. O processo de planejamento e o produto PM são ferramentas fundamentais, 
reconhecidas internacionalmente para a gestão da Unidade de Conservação (UC). 
 
Uma das principais etapas do PM refere-se ao planejamento, existindo diversos métodos 
utilizados na realização dos diagnósticos de UCs, sejam eles ambientais ou sociais. Na escolha 
do método adequado para o objetivo que se pretende alcançar, deve ser considerado que, 
atualmente, cerca de 50% a 60% dos custos da elaboração dos PMs são gastos com os 
diagnósticos, e esses custos devem reverter em propostas de manejo eficazes para os desafios de 
gestão da UC. 
 
Dessa forma, o PM irá conseguir montar um zoneamento eficaz, o qual irá garantir o real 
objetivo da UC, que é a preservação da biodiversidade. 
 
Mas como ocorre na prática o zoneamento de uma UC? Acompanhe a seguir um caso prático.
 
 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Planos de Manejo e Unidades de Conservação
Confira no vídeo uma entrevista relacionada ao planejamento e à implantação de um Plano de 
Manejo (PM) em Unidades de Conservação (UCs).
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Flona do Amapá - Cartilha do Plano de Manejo
No vídeo apresenta-se o Planode Manejo da Floresta Nacional do Amapá, que tem como 
objetivo facilitar o entendimento do PM da UC.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Parque Nacional Serra de Itabaiana: implementação e gestão de uma Unidade 
Conservação e os moradores dos povoados de seu entorno
O artigo a seguir reflete sobre os povoados do entorno PARNASI no processo de sua 
implementação e gestão, e saiba mais sobre o assunto.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Sustentabilidade e monitoramento 
ambiental de ecossistemas florestais: 
aspectos ecológicos, econômicos e sociais
APRESENTAÇÃO
Ao contrário do que imaginam alguns setores da sociedade, as Unidades de Conservação (UCs) 
não constituem espaços protegidos, "intocáveis", apartados de qualquer atividade humana. A 
proposta de delimitação de áreas protegidas sem ocupação humana, vigente inicialmente na 
criação dos primeiros parques nacionais, com o passar do tempo, foi modificada devido à 
presença da sociedade no espaço que se pretendia proteger. Desse modo, houve a necessidade de 
realizar atividades (econômicas e sociais), porém de forma sustentável. O Sistema Nacional de 
Unidades de Conservação (SNUC) estabelece como um de seus objetivos "promover o 
desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais" (BRASIL, 2000). Assim, incorpora a 
noção de desenvolvimento sustentável da II Conferência das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento (UNCED), conhecida como Rio-92. 
 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar sobre as práticas sustentáveis e o manejo de 
ecossistemas florestais em UCs. Serão apresentados algumas estratégias e desafios na proteção 
dos ecossistemas florestais, bem como os principais aspectos ecológicos, econômicos e sociais 
das UCs. 
 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Caracterizar o desenvolvimento sustentável aplicado às Unidades de Conservação (UCs).•
Apresentar os principais aspectos ecológicos, econômicos e sociais das UCs e a 
importância do monitoramento ambiental.
•
Descrever as estratégias e os desafios do desenvolvimento sustentável aplicado às UCs.
 
•
DESAFIO
As Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) foram criadas pela Lei nº 9.985/00, que 
instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), o qual, por sua 
vez, é regulado pelo Decreto nº 4.340/02. De acordo com o Cadastro Nacional de Unidades de 
Conservação (CNUC), até o início de julho de 2015, existiam 36 RDS no país, sendo 2 
nacionais, 29 estaduais e 5 municipais.
Visando garantir o manejo e desenvolvimento sustentável neste tipo de UC, quais são os usos 
permitidos e não permitidos? Justifique sua resposta.
INFOGRÁFICO
Ao se criar uma área de proteção ambiental (APA), deve-se atentar não só para os fatores 
naturais, como também para os socioeconômicos, políticos e culturais da região onde se 
insere, de modo a possibilitar seu desenvolvimento sustentável por meio de políticas ambientais 
próprias que contemplem seu monitoramento e assegurem a qualidade de vida das populações 
ali residentes, além da preservação das espécies da flora e fauna.
Acompanhe no Infográfico os principais aspectos econômicos, sociais e ecológicos que devem 
ser levados em conta visando à sustentabilidade e ao manejo adequado de Unidades de 
Conservação (UCs).
 
 
 
CONTEÚDO DO LIVRO
As Unidades de Conservação (UCs) cumprem uma série de funções cujos benefícios são 
usufruídos por grande parte da população brasileira, inclusive por setores econômicos em 
contínuo crescimento. A população acaba não percebendo a importância das unidades de 
conservação, as quais vão muito além da preservação da biodiversidade. Para facilitar o 
entendimento, podemos citar alguns exemplos:
- Parte expressiva da qualidade e da quantidade da água que compõe os reservatórios de usinas 
hidrelétricas (fornecendo energia a cidades e indústrias) é assegurada por UCs.
- O turismo que alavanca a economia de muitos dos municípios brasileiros só é possível pela 
proteção de paisagens proporcionada pela presença de UCs.
- O desenvolvimento de fármacos e cosméticos consumidos cotidianamente, em muitos casos, 
utiliza espécies protegidas por UCs.
Porém estas atividades devem, acima de tudo, respeitar o meio ambiente, ou seja, devem ser 
desenvolvidas de forma sustentável. 
 
Para saber mais a respeito das práticas sustentáveis e do manejo ambiental de UCs, leia o 
capítulo Manejo e desenvolvimento sustentável em unidades de conservação, parte do livro 
Gerenciamento de unidades de conservação, base teórica desta Unidade de Aprendizagem. 
 
Boa leitura.
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Bióloga 
Mestre e Doutora em Ciências 
Professora do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
G367 Gerenciamento de unidades de conservação / Anderson Soares 
Pires... [et al.]; [revisão técnica : Vanessa de Souza
Machado]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
304 p. :il.. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-339-0
1. Gestão ambiental. I. Pires, Anderson Soares.
CDU 502.13
1_Iniciais.indd 2 22/02/2018 11:33:46
Sustentabilidade e 
monitoramento ambiental 
de ecossistemas florestais: 
aspectos ecológicos, 
econômicos e sociais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Caracterizar o desenvolvimento sustentável aplicado às unidades de 
conservação (UCs).
  Apresentar os principais aspectos ecológicos, econômicos e sociais 
das UCs e a importância do monitoramento ambiental.
  Descrever as estratégias e os desafios do desenvolvimento sustentável 
aplicado às UCs.
Introdução
Ao contrário do que alguns setores da sociedade imaginam, as unidades 
de conservação (UCs) não constituem espaços protegidos intocáveis, 
apartados de qualquer atividade humana. A proposta inicial de delimi-
tação de áreas protegidas e sem ocupação humana, presente na criação 
dos primeiros Parques Nacionais, foi modificada com o passar do tempo, 
devido à presença da sociedade no espaço que se pretendia proteger. 
Dessa forma, surgiu a necessidade de realizar atividades (econômicas e 
sociais), porém de forma sustentável. O Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação (SNUC) estabelece como um de seus objetivos promover o 
desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais (art. 4º). Assim, 
U N I D A D E 4
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incorpora a noção de desenvolvimento sustentável da II Conferência das 
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED), 
conhecida como Rio 92.
Neste capítulo, você vai estudar sobre práticas sustentáveis e o 
manejo de ecossistemas florestais em UCs. Serão apresentadas algu-
mas estratégias e desafios na proteção dos ecossistemas florestais, 
bem como os principais aspectos ecológicos, econômicos e sociais 
dessas unidades.
Desenvolvimento sustentável 
em unidades de conservação
As unidades de conservação são espaços com características naturais re-
levantes, com a função de assegurar a representatividade de amostras sig-
nifi cativas e ecologicamente viáveis de diferentes populações, hábitats e 
ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, preservando 
o patrimônio biológico existente. Dessa forma, cabe às UCs assegurar o 
uso sustentável dos recursos naturais e ainda propiciar às comunidades 
envolvidas o desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis em 
seu interior ou entorno.
O termo sustentabilidade é utilizado para definir ações que visam suprir 
as necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das 
próximas gerações. A sustentabilidade está diretamente relacionada ao 
desenvolvimento econômico e material que não agride o meio ambiente, 
usando os recursos naturais de forma inteligente, para que eles se mante-
nham no futuro.
Segundo Teixeira(2005), o desenvolvimento sustentável foi institucionali-
zado como solução para a resolução de “problemas” causados pela ocupação 
humana em UCs — um dos aspectos polêmicos na administração de áreas 
protegidas. Inicialmente, a proposta da criação dos primeiros Parques Nacio-
nais era delimitar áreas protegidas, sem ocupação humana; entretanto, ela foi 
gradativamente modificada, em função da inexorável presença da sociedade 
no espaço que se pretendia proteger (Figura 1). 
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Figura 1. Em muitas UCs, as atividades antrópicas são inevitáveis, sendo 
necessário definir práticas para o desenvolvimento sustentável.
Fonte: Elizaveta Galitckaia/Shutterstock.com.
A aceitação da ocupação humana em áreas protegidas ocorreu com a 
regulamentação e o controle do uso dos recursos naturais. No entanto, a 
ineficiência dessa solução manteve sem resposta uma questão essencial para 
as atuais UCs: o problema de como executar a conservação da biodiversidade 
— objetivo principal da conservação — mantendo a ocupação humana em seu 
interior (TEIXEIRA, 2005). De modo geral, a estratégia do desenvolvimento 
sustentável visa promover a harmonia entre os seres humanos e a natureza. Para 
isso, porém, a busca do desenvolvimento sustentável requer, principalmente:
  um sistema político que assegure a efetiva participação dos cidadãos 
no processo decisório;
  um sistema econômico eficaz;
  um sistema social que possa resolver as tensões causadas por um de-
senvolvimento não equilibrado (diferença entre ricos e pobres);
  um sistema de produção que respeite a obrigação de preservar a base 
ecológica do desenvolvimento;
  um sistema tecnológico que busque constantemente novas soluções 
(novas tecnologias);
  um sistema internacional que estimule padrões sustentáveis de comércio 
e financiamento;
  um sistema administrativo flexível e capaz de se autocorrigir.
235Sustentabilidade e monitoramento ambiental de ecossistemas florestais...
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 235 22/02/2018 11:16:20
Em relação às unidades de conservação, o desenvolvimento sustentável 
também é uma excelente maneira de garantir o seu uso adequado, evitando os 
impactos ambientais ou então buscando diminui-los. As UCs de uso susten-
tável admitem a presença de moradores e têm como objetivo compatibilizar a 
conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos naturais (WORLD 
WIDE FUND FOR NATURE BRASIL, [201-?]).
  Áreas de Proteção Ambiental (APA): constituídas por terras públicas 
ou privadas. Respeitados os limites constitucionais, podem ser esta-
belecidas normas e restrições para a utilização de uma propriedade 
privada localizada em uma APA.
  Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIE): áreas geralmente 
de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com 
características naturais extraordinárias ou que abrigam exemplares 
raros da biota regional.
  Florestas Nacionais (FLONA): áreas com cobertura florestal de espé-
cies predominantemente nativas, que têm como objetivo básico o uso 
múltiplo e sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica.
  Reservas Extrativistas (RESEX): áreas utilizadas por populações 
extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo 
e, como atividade complementar, na agricultura de subsistência e na 
criação de animais de pequeno porte.
  Reservas de Fauna (REF): áreas naturais com fauna de espécies 
nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias.
  Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS): áreas naturais que 
abrigam populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas 
sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao 
longo de gerações.
  Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN): áreas privadas 
com o objetivo de conservar a diversidade biológica.
Aspectos ecológicos, econômicos e sociais 
das unidades de conservação
As fl orestas desempenham importantes funções sociais, econômicas e am-
bientais, por meio da oferta de uma variedade de bens e serviços. Especifi ca-
mente, as fl orestas brasileiras representam um importante ativo econômico, 
com enorme potencial de exploração; no entanto, infelizmente vêm sendo 
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destruídas, ao longo da história e ainda nos dias atuais, devido às explorações 
inadequadas e ilegais (Figura 2).
Logo, a implantação de um modelo de uso sustentável de produtos flores-
tais madeireiros e não madeireiros (principalmente na Região Amazônica, 
em função da diversidade de espécies) é condição imperativa para conter a 
devastação e a degradação que causam tantos prejuízos econômicos e sociais 
ao país (MEDEIROS; YOUNG, 2011).
Figura 2. O desmatamento é uma das principais ameaças às florestas brasileiras.
Fonte: Frontpage/Shuttertock.com.
Porém, as oportunidades econômicas, ecológicas e socais das florestas são 
grandes, uma vez que o Brasil possui áreas adequadas para uma exploração 
voltada à sustentabilidade. De acordo com os critérios estabelecidos pela 
Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), 
para a classificação das florestas quanto ao tipo de uso principal, pelo menos 
34 milhões de hectares das florestas brasileiras poderiam ser aproveitados 
para a produção (MEDEIROS; YOUNG, 2011).
Segundo o Sistema Nacional de Informações Florestais (SERVIÇO FLO-
RESTAL BRASILEIRO, 2010), as florestas brasileiras oferecem uma enorme 
gama de bens e serviços. O conceito de bens e serviços tem origem nas ciên-
cias econômicas: bens são definidos como tudo aquilo que é útil ao homem, 
com ou sem valor econômico (madeira, alimentos, fármacos, resinas, óleos, 
água, etc.); serviços são prestações de assistência ou realização de tarefas que 
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contribuem para satisfazer as necessidades humanas, sejam elas individuais 
ou coletivas (sequestro de carbono, regulação do clima, regulação do ciclo 
hidrológico, controle de erosões, etc.).
Os principais bens e serviços que os ecossistemas florestais fornecem são (SERVIÇO 
FLORESTAL BRASILEIRO, 2010):
  matérias-primas (madeira, combustíveis, fibras);
  material genético;
  controle biológico;
  alimento (pesca, caça, frutos, sementes);
  produtos farmacêuticos;
  recreação, ecoturismo e lazer;
  recurso educacional;
  valor cultural, estético, artístico, científico e espiritual;
  controle de erosão, enchentes, sedimentação e poluição;
  armazenamento de água em bacias hidrográficas, reservatórios e aquíferos;
  controle de distúrbios climáticos como tempestades, enchentes e secas;
  proteção de hábitats utilizados na reprodução e migração de espécies;
  tratamento de resíduos e filtragem de produtos tóxicos;
  regulação dos níveis de gases atmosféricos poluentes;
  regulação de gases que afetam o clima;
  ciclagem de minerais.
A seguir, você verá alguns dos aspectos importantes em relação aos ecos-
sistemas florestais, sejam eles pertencentes a UCs ou não, de acordo com SNIF 
(SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO, 2010). 
  Importância ecológica das florestas: as florestas nativas são as 
maiores fontes de diversidade biológica ou biodiversidade — uma 
das maiores riquezas do país, mas ainda pouco conhecida. Entre os 
serviços ambientais oferecidos pelas florestas (sejam elas nativas ou 
plantadas), tem-se a regulação do clima, o sequestro de carbono, a 
conservação do solo, a conservação dos recursos hídricos, a manu-
tenção dos ciclos da chuva.
  Importância econômica das florestas: todos os setores produtivos 
estão direta ou indiretamente ligados aos produtos florestais. Por exem-
plo, a indústriade base usa carvão vegetal como fonte de energia, a 
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construção civil utiliza madeira e a agricultura necessita dos serviços 
ambientais fornecidos pelas florestas. Uma questão econômica relevante 
das florestas nativas é o baixo valor da madeira tropical no mercado, 
que leva à não valorização da floresta em pé, sofrendo pressão de 
desmatamento em favor do avanço da fronteira agrícola.
  Importância social das florestas: as atividades florestais têm uma 
relação muito estreita com comunidades rurais. Por um lado, as florestas 
naturais abrigam populações indígenas e caboclas tradicionais. Por outro, 
temos regiões agrárias rurais de pequenos produtores, onde o plantio 
de florestas ou o próprio manejo das reservas florestais apresentam-se 
como alternativa econômica. Ainda há o apelo social das florestas, pois 
elas estão intimamente associadas a rituais tradicionais, folclore, cul-
tura. As florestas acabam sendo elemento místico na cultura brasileira, 
especialmente para as populações que nelas vivem.
Os potenciais econômicos da exploração de produtos florestais em unidades de 
conservação podem ser divididos em produtos madeireiros e não madeireiros. 
  Produtos madeireiros: são aqueles obtidos a partir das partes lenhosas de um 
vegetal, isto é, de seu tronco e galhos. É o caso da madeira em tora, carvão, lenha 
e dos resíduos de madeira destinados a compensados.
  Produtos não madeireiros: são os produtos florestais não lenhosos, que consti-
tuem fonte de renda e de suprimento, inclusive alimentar, para comunidades que 
vivem da exploração de florestas. São óleos vegetais, resinas, essências, frutos, 
amêndoas e sementes, fibras, corantes e partes de vegetais com uso terapêutico, 
entre outros. 
Quando realizada de maneira sustentável, a exploração florestal contri-
bui para promover a conservação dos recursos naturais explorados. Com a 
aprovação da Lei de Gestão de Florestas Públicas (Lei n° 11.284), em 2006, 
o país está experimentando a implantação de um modelo de exploração sus-
tentável de produtos florestais madeireiros na Amazônia, que inclui as UCs 
compatíveis com a atividade (BRASIL, 2006). Gerido pelo Supremo Tribunal 
Federal (STF), esse processo está baseado no modelo de concessão florestal, 
que adota o plano de manejo florestal sustentável (PMFS) de uso múltiplo 
como instrumento para definir o volume total do recurso a ser explorado em 
determinado tempo pelas concessionárias (MEDEIROS; YOUNG, 2011).
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Sustentabilidade e monitoramento 
de ecossistemas florestais em UCs
Barsano, Barbosa e Viana (2014) descrevem que o desenvolvimento tecno-
lógico industrial, a busca desenfreada de riquezas naturais e a falta de um 
planejamento de recuperação do meio ambiente são as principais origens de 
um apanhado de consequências negativas ao meio ambiente, como as grandes 
catástrofes naturais, as terríveis enchentes e um aquecimento global nunca 
visto antes. Com isso, originam-se grandes impactos ambientais, que colocam 
em risco e ameaçam a qualidade do ar, do solo e das águas, assim como a vida 
dos animais, da fl ora e até mesmo do homem.
De acordo com a Lei n° 9.985 (BRASIL, 2000a), as unidades de con-
servação são tuteladas pela União, que, por meio dos órgãos ambientais 
controlados pelos poderes públicos, também deve gerir os conflitos de 
interesses que envolvem o manejo dessas reservas. Muitas dessas áreas 
são ocupadas por comunidades indígenas, cooperativas de trabalhadores 
extrativistas e grandes produtores rurais, por exemplo. Cabe ressaltar que 
muitas das riquezas naturais têm grande importância para o desenvolvi-
mento econômico e social. Nesse sentido, seu usufruto é necessário para 
o crescimento tecnológico e industrial e para a pesquisa científica do país, 
desde que não comprometa o equilíbrio ecológico e as necessidades das 
futuras gerações (BARBOSA; VIANA; RANGEL, 2014).
Um ecossistema é definido como uma comunidade de animais, plantas e micror-
ganismos que sobrevivem e interagem uns com os outros no mesmo ambiente. Os 
ecossistemas podem ser pequenos ou grandes. Um exemplo é um ecossistema 
florestal, que é habitado por seres vivos, coexistindo com fatores físicos do ambiente, 
como temperatura, luz solar e oxigênio. O ecossistema de uma floresta depende da 
disponibilidade de grandes recursos para se desenvolver.
Dessa forma, garantir o uso sustentável de UCs e simultaneamente realizar a 
preservação ambiental é um desafio, exigindo monitoramento e controle constantes. 
De acordo com o ICMBio (INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVA-
ÇÃO DA BIODIVERSIDADE, 2014), monitorar a biodiversidade em UCs em 
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território nacional é estratégico para o desenvolvimento sustentável do país, uma 
vez que as UCs constituem um dos instrumentos de conservação mais efetivo de 
biodiversidade. O Brasil apresenta números expressivos em termos de proteção de 
seu território: na última década, foi responsável pela criação de 74% das reservas 
criadas no planeta. A área abrangida por UCs no território brasileiro é de mais 
de 1,5 milhões de km² — ou 17,1% do território continental brasileiro e 1,5% do 
território marinho. Toda essa área está protegida por um total de 310 unidades 
federais, 568 estaduais, 89 municipais e 629 RPPN (574 federais e 55 estaduais).
Além do aspecto técnico, um sistema de monitoramento deve envolver o as-
pecto político de gestão de biodiversidade, destacando a participação democrática, 
com responsabilidades entre as esferas públicas e a sociedade civil. Um sistema 
de monitoramento bem arquitetado, de acordo com o ICMBio (INSTITUTO 
CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE, 2014), deve:
  produzir informações sobre tendências de aspectos-chave da 
biodiversidade; 
  alertar antecipadamente sobre problemas que, depois de estabelecidos, 
podem ser difíceis ou muito caros de reverter; 
  gerar evidência quantificável sobre o sucesso e o insucesso da conservação; 
  destacar maneiras de tornar o manejo mais efetivo;
  oferecer informação sobre o retorno do investimento em conservação.
O monitoramento ambiental em UCs visa evitar práticas que possam 
colocar em risco a segurança e a biodiversidade da UC. O Brasil, entre os 
anos de 2004 e 2014, conseguiu reduzir em 82% as emissões atmosféricas 
por desmatamento, principalmente devido às reduções das taxas de des-
matamento na Amazônia. Porém, em 2015, houve um aumento de 16% no 
desmatamento ilegal, comparado a 2014 (BRASIL, 2015), o que indica que 
o monitoramento e as ações que promovam o combate ao desmatamento 
ilegal devem ser constantes. 
Estratégias e desafios do desenvolvimento 
sustentável aplicado às UCs
O Brasil é responsável pela gestão da maior biodiversidade do mundo: são 
mais de 100 mil espécies de invertebrados e aproximadamente 8,2 mil espécies 
de vertebrados. Desse total, 627 estão listadas como ameaçadas de extinção. 
Ainda que o país possua uma das biotas mais notáveis do planeta, esta tem 
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sido degradada de forma dramática. Um indicativo disso é a acelerada perda 
da vegetação nativa dos biomas e a lista de 633 espécies com populações 
extremamente reduzidas.
No Brasil, há seis tipos de biomas continentais (Amazônia, Cerrado, Ca-
atinga, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa) e um bioma marinho ou aquático 
(Figura 3). Em todos eles existem unidades de conservação.
Figura 3. Divisão dos biomas brasileiros.
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografiae Estatística – IBGE (2018).
Dos 517 milhões de hectares de cobertura florestal natural, as UCs federais pro-
tegem aproximadamente 77 milhões, o que equivale a apenas 15% dessa área. 
Desse total, a parcela mais significativa se encontra no bioma amazônico, onde 61 
milhões de hectares são protegidos, representando 79% das unidades (MEDEIROS 
e YOUNG, 2011). 
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Entre as iniciativas que o governo vem tomando para proteger essas 
áreas, pode-se citar os seguintes, segundo o Ministério do Meio Ambiente 
(BRASIL, 2003):
Cerrado e Caatinga
  Programa Cerrado Sustentável: em setembro de 2003, o Ministério 
do Meio Ambiente instituiu o Grupo de Trabalho do Bioma Cerrado 
(GT Cerrado), a fim de elaborar uma proposta de programa destinado 
à conservação e ao uso sustentável do bioma. Este foi formalmente 
instituído por meio do Decreto n° 5.577, de 8 de novembro de 2005, 
com o objetivo de promover a conservação, a recuperação e o manejo 
sustentável de ecossistemas naturais, bem como a valorização e o reco-
nhecimento de suas populações locais, buscando condições para reverter 
os impactos socioambientais negativos no bioma Cerrado. 
  Iniciativa Cerrado Sustentável: é um dos instrumentos do Ministério 
do Meio Ambiente para a implementação de parte dos objetivos e das 
diretrizes preconizados pelo Programa Cerrado Sustentável. O objetivo 
da iniciativa é promover o aumento da conservação da biodiversidade e 
melhorar o manejo dos recursos ambientais e naturais do bioma Cerrado, 
por meio do apoio a políticas e práticas apropriadas.
  Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que transforma o Cer-
rado e a Caatinga em patrimônios nacionais: o reconhecimento 
do Cerrado e da Caatinga como patrimônio nacional poderá suprir 
uma omissão inaceitável na Constituição Federal e servir de base para 
políticas de desenvolvimento sustentável para essas regiões. A PEC 115-
A/95, que eleva os biomas Cerrado e Caatinga à condição de patrimônio 
nacional, tramita há muitos anos no Congresso Nacional.
  Criação de unidades de conservação (SNUC) e áreas protegidas: 
aproximadamente 8,1% do bioma Cerrado encontram-se protegidos 
por unidades de conservação. Destes, 3,1% são de proteção integral e 
5% de uso sustentável, principalmente Áreas de Proteção Ambiental 
(APAs), com 4,9%.
Amazônia
  Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na 
Amazônia Legal (PPCDAm): lançado em 2004, foi elaborado pelo 
Grupo Permanente de Trabalho Interministerial (GPTI), constituído em 
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2003, por meio do Decreto s/n de 3 de julho, com o intuito de conter o 
aumento do desmatamento na Amazônia.
  Plano Amazônia Sustentável (PAS): propõe um conjunto de diretri-
zes para orientar o desenvolvimento sustentável da Amazônia, com 
valorização da diversidade sociocultural e ecológica e redução das 
desigualdades regionais.
Em relação às áreas naturais protegidas no Brasil, o Pampa é o bioma que tem menor 
representatividade no Sistema Nacional de unidades de conservação (SNUC), repre-
sentando apenas 0,4% da área continental brasileira protegida por UCs. A Convenção 
sobre Diversidade Biológica (CDB), da qual o Brasil é signatário, em suas metas para 
2020, prevê a proteção de pelo menos 17% de áreas terrestres representativas da 
heterogeneidade de cada bioma (BRASIL, 2003).
O Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC) é man-
tido pelo MMA, com a colaboração dos órgãos gestores federal, estaduais e 
municipais. Seu principal objetivo é disponibilizar um banco de dados com 
informações oficiais do Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Nesse 
ambiente, são apresentadas as características físicas, biológicas, turísticas e 
gerenciais, assim como os dados georreferenciados das UCs. 
O Programa Nacional de Florestas (PNF), criado pelo Decreto nº 3.420, 
de 20 de abril de 2000, é outra ferramenta que visa articular as políticas 
públicas setoriais para promover o desenvolvimento sustentável, conciliando 
o uso com a conservação das florestas brasileiras. O PNF é constituído de 
projetos que são concebidos e executados de forma participativa e integrada 
pelos governos federal, estaduais, distritais e municipais e a sociedade civil 
organizada. Os principais objetivos desse programa são:
  estimular o uso sustentável de florestas nativas e plantadas;
  fomentar as atividades de reflorestamento, notadamente em pequenas 
propriedades rurais;
  recuperar florestas de preservação permanente, de reserva legal e áreas 
alteradas;
Sustentabilidade e monitoramento ambiental de ecossistemas florestais...244
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 244 22/02/2018 11:16:21
  apoiar as iniciativas econômicas e sociais das populações que vivem 
em florestas;
  reprimir desmatamentos ilegais e a extração predatória de produtos e 
subprodutos florestais, conter queimadas acidentais e prevenir incêndios 
florestais;
  promover o uso sustentável das florestas de produção, sejam nacionais, 
estaduais, distritais ou municipais;
  apoiar o desenvolvimento das indústrias de base florestal;
  ampliar os mercados interno e externo de produtos e subprodutos 
florestais;
  valorizar os aspectos ambientais, sociais e econômicos dos serviços 
e dos benefícios proporcionados pelas florestas públicas e privadas;
  estimular a proteção da biodiversidade e dos ecossistemas florestais 
(BRASIL, 2000b).
Desafios encontrados na conservação de UCs
Atualmente, há uma enorme fragilidade do sistema de unidades de con-
servação do país. Além dos aspectos de natureza técnico-científi ca ligados 
à sua extensão e distribuição, há também aqueles associados à falta de 
capacidade dos órgãos de governo de oferecer os instrumentos adequados 
a seu manejo e proteção. Entre os principais problemas, encontram-se a 
indefi nição fundiária de várias unidades, a caça e as queimadas predatórias, 
as invasões e a presença de populações humanas em unidades de proteção 
integral (parques, reservas biológicas e estações ecológicas), a falta de pes-
soal técnico e de recursos fi nanceiros e a instabilidade política das agências 
de meio ambiente. Estudos que cobrem várias UCs em dezenas de países 
mostram que, uma vez decretadas, essas áreas passam a desempenhar papel 
relevante na conservação da biodiversidade, a despeito das difi culdades de 
implementação.
Um dos pontos mais polêmicos ligados às unidades de conservação é re-
presentado pela antiga discussão sobre o que é mais prioritário: criar unidades 
ou implementar as já criadas. É preciso atentar para as possíveis armadilhas 
geradas pela questão: se tivermos de esperar a implementação das UCs exis-
tentes para criarmos novas, o risco de perder áreas importantíssimas para a 
biodiversidade é bastante significativo. Logo, é fundamental um equilíbrio 
entre as duas estratégias de ação.
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Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 245 22/02/2018 11:16:21
1. Em relação ao desenvolvimento 
sustentável em unidades 
de conservação, qual a 
alternativa correta?
a) O desenvolvimento sustentável 
é voltado, unicamente, 
aos países ou então às 
cidades muito grandes.
b) Para o desenvolvimento ser 
considerado sustentável 
em uma UC, este precisa, 
necessariamente, conciliar 
a harmonia entre os seres 
humanos, a economia 
e a natureza.
c) O desenvolvimento sustentável 
em UC busca achar formas 
para que as gerações 
presentes consigam conciliar 
o crescimento de cidades com 
a preservação da natureza.
d) O homem ainda não encontrou 
maneiras eficazes de 
promover o desenvolvimento 
sustentável em UCs.
e) A sustentabilidade, de maneira 
geral, busca formas para que 
a UC consiga gerarrenda, sem 
que a entidade responsável 
pela sua manutenção precise 
investir financeiramente nela.
2. Um dos principais desafios 
enfrentados no monitoramento das 
unidades de conservação refere-se à:
a) falta de legislação que define 
os usos permitidos nas 
unidades de conservação.
b) falta de conhecimento dos 
profissionais envolvidos 
na gestão das unidades 
de conservação.
c) falta de informações relacionas 
à quantidade de unidades 
de conservação existentes 
em território nacional.
d) falta de capacidade dos órgãos 
de governo de oferecer os 
instrumentos adequados a 
seu manejo e proteção.
e) liberação de diferentes práticas 
em unidades de conservação 
pela população local.
3. Entre as alternativas a seguir, qual 
pode ser considerada uma prática 
sustentável pela população em 
uma unidade de conservação?
a) Bombeamento de água de um 
recurso hídrico dentro da UA 
para abastecimento público.
b) Extração de sementes para 
fabricação de colares por 
uma tribo indígena.
c) Supressão de exemplares 
arbóreos de grande porte.
d) Queimadas para controle de 
gramíneas, principalmente 
no bioma Pampa.
e) Instalação de uma universidade 
nas imediações da UA.
4. No que se refere aos aspectos 
econômicos, sociais e ecológicos 
dos biomas brasileiros, assinale 
a alternativa correta.
a) O bioma com maior número 
de unidades de conservação 
é o bioma Mata Atlântica.
b) Pelo fato de o bioma Pampa 
não possuir uma grande 
biodiversidade, ele não apresenta 
muitas unidades de conservação.
c) Entre os produtos madeireiros, 
podemos citar como exemplo 
Sustentabilidade e monitoramento ambiental de ecossistemas florestais...246
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 246 22/02/2018 11:16:22
o carvão, a lenha, as cascas, 
as sementes e os frutos.
d) A Caatinga e o Cerrado são os 
biomas com maior importância 
biológica, devido à quantidade 
de espécies encontradas.
e) As florestas brasileiras 
representam um importante 
ativo econômico, com enorme 
potencial de exploração.
5. Uma das formas de garantir o 
manejo adequado do bioma 
Amazônia, bem como suas unidades 
de conservação, foi a criação do 
Plano Amazônia Sustentável. Entre 
as alternativas a seguir, qual está 
correta em relação a esse plano?
a) Foi criado pela Proposta 
de Emenda Constitucional 
n° 115-A/95.
b) Seu principal objetivo é 
disponibilizar um banco de 
dados com informações 
oficiais do Sistema Nacional de 
Unidades de Conservação
c) Propõe um conjunto de 
diretrizes para orientar o 
desenvolvimento sustentável 
da Amazônia, com valorização 
da diversidade sociocultural 
e ecológica e redução das 
desigualdades regionais.
d) O Plano Amazônia Sustentável 
é um plano dos governos 
estaduais da Região Amazônica.
e) O PAS visa proibir qualquer 
tipo de uso social e econômico 
no bioma Amazônia.
BARBOSA, R. P.; VIANA, V. J.; RANGEL, M. A. Fauna e flora silvestres: equilíbrio e recupe-
ração ambiental. São Paulo: Érica: 2014. 
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P.; VIANA, V. J. Poluição ambiental e saúde pública. São 
Paulo: Érica, 2014.
BRASIL. Instituto Nacional de Pesquisas Especiais. PRODES estima 5.831 km² de desma-
tamento na Amazônia em 2015. 2015. Disponível em: <http://www.inpe.br/noticias/
noticia.php?Cod_Noticia=4058>. Acesso em: 5 fev. 2018.
BRASIL. Lei nº 11.284, de 2 de março de 2006. Dispõe sobre a gestão de florestas públicas 
para a produção sustentável; institui, na estrutura do Ministério do Meio Ambiente, o 
Serviço Florestal Brasileiro - SFB; cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal 
- FNDF; altera as Leis n° 10.683, de 28 de maio de 2003, 5.868, de 12 de dezembro de 
1972, 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, 4.771, de 15 de setembro de 1965, 6.938, de 31 
de agosto de 1981, e 6.015, de 31 de dezembro de 1973; e dá outras providências. 2006. 
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=485>. 
Acesso em: 6 fev. 2018.
247Sustentabilidade e monitoramento ambiental de ecossistemas florestais...
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 247 22/02/2018 11:16:23
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conservação e uso sustentável. 2003. Disponível 
em: <http://www.mma.gov.br/biomas/cerrado/conservacao-e-uso-sustentavel>. 
Acesso em: 6 fev. 2018.
BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e 
VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação 
da Natureza e dá outras providências. 2000a. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/Leis/L9985.htm>. Acesso em: 5 fev. 2018.
BRASIL. Decreto n° 3.420, de 20 de abril de 2000. Dispõe sobre a criação do Programa 
Nacional de Florestas - PNF, e dá outras providências. 2000b. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3420.htm>. Acesso em: 5 fev. 2018.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Mapa de biomas e de ve-
getação. 2004. Disponível em: <https://ww2.ibge.gov.br/home/presidencia/
noticias/21052004biomashtml.shtm>. Acesso em: 5 fev. 2018.
INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Monitoramento 
de biodiversidade e gestão de unidades de conservação. 2014. Disponível em: <http://
www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/o-que-fazemos/pesquisas/bio_brasil_con-
vite_envio_artigos.pdf>. Acesso em: 5 fev. 2018.
MEDEIROS, R.; YOUNG, C. E. F. Contribuição das unidades de conservação brasileiras para 
a economia nacional: relatório final. Brasília: UNEP, 2011.
SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO. Sistema Nacional de Informações Florestais. Bens e 
serviços que a floresta fornece. 2010. Disponível em: <http://www.florestal.gov.br/snif/
recursos-florestais/bens-e-servicos-que-a-floresta-fornece>. Acesso em: 6 fev. 2018.
TEIXEIRA, C. O desenvolvimento sustentável em unidades de conservação: a “natura-
lização” do social. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 20, n. 9, out. 2005.
WORLD WIDE FUND FOR NATURE BRASIL. Uso sustentável. [201-?]. Disponível em: 
<https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/unid/unid_us/>. 
Acesso em: 6 fev. 2018.
Sustentabilidade e monitoramento ambiental de ecossistemas florestais...248
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 248 22/02/2018 11:16:23
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
O conceito de desenvolvimento sustentável foi construído ao longo de diversas convenções 
internacionais. Este tipo de desenvolvimento busca compatibilizar o crescimento econômico 
conjuntamente com o ambiental. Todas as atividades antrópicas podem se tornar mais 
sustentáveis, inclusive as Unidades de Conservação (UCs). Existem diferentes tipos de UCs de 
uso sustentável. Entre estas, as que admitem a presença de moradores. Elas têm como objetivo 
compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos naturais. 
 
Para entender mais sobre desenvolvimento sustentável em UCs, assista à Dica do Professor a 
seguir.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Em relação ao desenvolvimento sustentável em Unidades de Conservação (UCs), 
assinale a alternativa correta.
A) O desenvolvimento sustentável é voltado unicamente aos países, ou às cidades muito 
grandes.
B) Para o desenvolvimento ser considerado sustentável em uma UC, este precisa, 
necessariamente, conciliar a harmonia entre os seres humanos, a economia e a natureza.
C) O desenvolvimento sustentável em UC busca achar formas para que as gerações presentes 
consigam conciliar o crescimento de cidades com a preservação da natureza.
D) O homem ainda não encontrou maneiras eficazes de promover o desenvolvimento 
sustentável em UCs.
E) A sustentabilidade, de maneira geral, busca formas para que a UC consiga gerar renda, 
sem que a entidade responsável pela sua manutenção precise investir financeiramente nela.
2) Um dos principais desafios enfrentados no monitoramentodas Unidades de 
Conservação (UCs) refere-se à:
A) falta de legislação que defina os usos permitidos nas UCs.
B) falta de conhecimento dos profissionais envolvidos na gestão das UCs.
C) falta de informações relacionadas à quantidade de UCs existentes em território nacional.
D) falta de capacidade dos órgãos de governo de oferecer os instrumentos adequados a seu 
manejo e proteção.
E) liberação de diferentes práticas em UCs pelo população local.
3) Entre as alternativas a seguir, assinale qual pode ser considerada uma prática 
sustentável pela população em uma UC.
A) Bombeamento de água de um recurso hídrico dentro da UC para abastecimento público.
B) Extração de sementes para fabricação de colares por uma tribo indígena.
C) Supressão de exemplares arbóreos de grande porte.
D) Queimadas para controle de gramíneas, principalmente no bioma pampa.
E) Instalação de uma universidade nas imediações da UC.
4) Em se tratando dos aspectos econômicos, sociais e ecológicos dos biomas brasileiros, 
assinale a alternativa correta.
A) O bioma com maior número de UCs é o bioma Mata Atlântica.
B) Pelo fato de não possuir grande biodiversidade, o bioma pampa não apresenta muitas UCs.
C) Entre os produtos madeireiros, podemos citar como exemplo carvão, lenha, cascas, 
sementes e frutos.
D) A caatinga e o cerrado são os biomas com maior importância biológica, devido à 
quantidade de espécies encontradas neles.
E) As florestas brasileiras representam um importante ativo econômico com enorme potencial 
de exploração.
5) Uma das formas de garantir o manejo adequado do bioma Amazônia, bem como suas 
UCs, foi a criação do Plano Amazônia Sustentável. Entre as alternativas a seguir, 
qual está correta em relação a este plano?
A) Foi criado pela proposta de Emenda Constitucional 115-A/95.
B) Seu principal objetivo é disponibilizar um banco de dados com informações oficiais do 
Sistema Nacional de Unidades de Conservação.
C) Propõe um conjunto de diretrizes para orientar o desenvolvimento sustentável da 
Amazônia com valorização da diversidade sociocultural e ecológica e redução das 
desigualdades regionais.
D) O Plano Amazônia Sustentável (PAS) é um plano dos governos estaduais da região 
amazônica.
E) O PAS visa proibir qualquer tipo de uso social e econômico no bioma Amazônia.
NA PRÁTICA
O mau uso da exploração de recursos naturais, como o extrativismo incorreto de produtos como 
a castanha e a borracha, ou mesmo a pesca fora de época, é apenas um dos exemplos de práticas 
responsáveis por ocasionar um desequilíbrio ambiental. Logo, é fundamental a preservação das 
florestas por seu papel na produção de serviços ambientais como a manutenção da 
biodiversidade, do ciclo de água e dos estoques de carbono. Mas é essencial também analisar o 
potencial econômico e as atividades sociais desenvolvidas em uma área protegida. Muitas vezes 
a população local necessita dos recursos extraídos das florestas para sua subsistência. Dessa 
forma, é fundamental realizar práticas sustentáveis que visam não apenas à preservação 
ambiental, mas também a garantir que a sociedade e a economia local se desenvolvam. 
 
Acompanhe a seguir, um exemplo prático do sucesso no desenvolvimento sustentável em 
florestas do Acre.
 
 
 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Florestas protegidas: conservação e sustentabilidade no Pará
Não basta apenas criar uma Unidade de Conservação (UC), é necessário também visar ao seu 
uso pelo setor econômico e social por meio de práticas sustentáveis. Para entender um pouco 
mais sobre este assunto, assista ao vídeo a seguir.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
A problemática socioambiental nas unidades de conservação: conflitos e discursos pelo uso 
e acesso aos recursos naturais
Historicamente, o estabelecimento de áreas naturais protegidas, como as UCs, tem dado margem 
a complexas situações de conflito socioambiental, seja pela realocação das populações 
residentes em tais áreas, seja pela restrição ao acesso e uso costumeiro dos recursos naturais 
contidos nelas. Diante desse cenário, este artigo apresenta uma revisão de literatura em relação 
aos conflitos socioambientais, especialmente àqueles que se dão em torno de UCs de Proteção 
Integral.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
O financiamento do Sistema Nacional de Unidades de Conservação no Brasil
Promover o manejo adequado de UCS compreende alguns desafios, como a escassez de recursos 
financeiros, gastos desnecessários, falta de pessoal, ausência de planos de manejo, falta de 
utilização de critérios científicos para a escolha da categoria de manejo, formato e dimensão das 
UCs, existência de populações tradicionais residentes em unidades de proteção integral, baixa 
aceitação pelas populações do entorno, falta de regularização fundiária, ausência de proteção 
equânime entre os biomas. Para entender mais sobre o assunto, leia o artigo a seguir.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Introdução à elaboração de projetos e 
planos para unidades de conservação 
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo! 
Atualmente, nosso maior problema está em preservar a natureza e seus recursos naturais. A 
conservação da natureza não se resume apenas em evitar a extinção de plantas e animais de uma 
região, também está intimamente associada à manutenção de processos ecológicos e serviços 
ambientais essenciais a toda humanidade. Nesse sentido, podemos lançar mão de estratégias 
eficazes, buscando principalmente que seja garantida a sustentabilidade local e regional. 
Desta forma, é fundamental que sejam criadas as unidades de conservação (UCs), já que, além 
da função maior de preservação da biodiversidade in situ, as áreas protegidas cumprem um 
importante papel nas estratégias gerais de conservação, servindo como foco central para 
projetos de educação e informação ambiental, assim como laboratórios naturais para pesquisa 
científica e bioprospecção. Entretanto, não basta apenas criar, temos que saber como mantê-las 
após a implantação. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar quais projetos e planos podem ser utilizados 
para a implantação das UCs, as etapas necessárias para tal, além de observar exemplos de sua 
aplicação. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Caracterizar os principais focos de planos e projetos vinculados às UCs.•
Identificar as etapas na elaboração de um projeto e/ou plano voltado à UC.•
Exemplificar projetos e/ou planos voltado à UC. •
DESAFIO
A criação e a implantação de UCs constituem a principal política de conservação da diversidade 
biológica, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Entretanto, gerir um sistema de UCs de 
modo a garantir sua sustentabilidade a longo prazo é um grande desafio.
Além dos inúmeros problemas relativos à área da própria unidade, como a regularização 
fundiária, a fiscalização e a implantação da infraestrutura, os gestores enfrentam diversas 
dificuldades de relacionamento com a população lindeira e de controle dos impactos das 
atividades socioeconômicas desenvolvidas no entorno da UC. 
Considerando que você será o principal gestor de uma UC a ser criada na Amazônia, após 
consultar estudos técnicos sobre a área de preservação, são identificados aspectos que podem 
num futuro próximo criar impasses com a comunidade, principalmente relacionados a 
aspectos econômicos. A principal questão envolve a extração de produtos da floresta, 
majoritariamente castanhas, e como equilibrar essa atividade de renda das comunidades locais 
permitindo que a UC cumpra seu papel.
Dessa forma, e tendo em vista a tomada de decisão com respeito à implantação do sistema de 
extração sustentável de castanha na UC, você realiza uma pesquisa acerca do assunto e conclui o 
seguinte:
Você então precisa concluir sua análise eindicar ou não a realização do projeto. Além disso, 
esboce um pequeno projeto (pequena introdução e caracterização do problema, objetivos, 
método e resultados esperados) tendo em vista o diagnóstico da atividade na UC.
INFOGRÁFICO
Os planos e os projetos direcionados às UCs precisam ser eficientes de forma a garantir que os 
objetivos de cada categoria dessas áreas cumpram o seu papel e os seus objetivos.
O Infográfico mostra alguns exemplos de planos e projetos que podem ser desenvolvidos para as 
UCs, juntamente com os recursos que podem ser mobilizados para tal, gerando resultados 
(produtos) que garantam que as UCs cumpram o seu papel.
Confira.
CONTEÚDO DO LIVRO
Atualmente, nosso maior problema está em preservar a natureza e seus recursos naturais. Nesse 
sentido, podemos lançar mão de estratégias eficazes buscando principalmente que seja garantida 
a sustentabilidade local e regional. Dessa forma, é fundamental que sejam criadas as UCs. 
Entretanto, não basta apenas criar, temos que saber como mantê-las após a implantação.
Na obra Gerenciamento de unidades de conservação, leia o capítulo Introdução à elaboração de 
projetos e planos para unidades de conservação, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, e 
veja quais as etapas necessárias para a criação de projetos e planos aplicados às UCs, entre 
outros assuntos relevantes ao conteúdo.
Boa leitura.
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Bióloga 
Mestre e Doutora em Ciências 
Professora do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
G367 Gerenciamento de unidades de conservação / Anderson Soares 
Pires... [et al.]; [revisão técnica : Vanessa de Souza
Machado]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
304 p. :il.. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-339-0
1. Gestão ambiental. I. Pires, Anderson Soares.
CDU 502.13
1_Iniciais.indd 2 22/02/2018 11:33:46
Introdução à elaboração 
de projetos e planos para 
unidades de conservação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Caracterizar os principais focos de planos e projetos vinculados às 
unidades de conservação (UC).
  Identificar as etapas na elaboração de um projeto e/ou plano voltado 
à UC.
  Exemplificar projetos e/ou planos voltado à UC.
Introdução
Atualmente, nosso maior problema está em preservar a natureza e seus 
recursos naturais. Nesse sentido, podemos lançar mão de estratégias 
eficazes, buscando principalmente garantir a sustentabilidade local e 
regional. Dessa forma, é fundamental que sejam criadas as UCs. Entre-
tanto, não basta apenas criá-las: é preciso saber como mantê-las após 
a implantação.
Neste capítulo, você vai ver quais projetos e planos podem ser utili-
zados para a implantação das UCs e as etapas necessárias para tal, além 
de observar exemplos de sua aplicação.
Projetos e planos nas unidades de conservação
As Unidades de Conservação (UCs) são espaços no território que buscam 
principalmente resguardar porções naturais e suas características. Entretanto, 
não basta que sejam criadas: elas precisam ser mantidas. Para isso, alguns 
planos e projetos podem ser elaborados e aplicados.
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 249 22/02/2018 11:16:23
Em função da baixa quantidade de recursos humanos e financeiros, 
a prática no Brasil costuma dividir a gestão das UCs em três principais 
etapas. Primeiramente, são priorizadas ações que buscam reduzir impactos 
na biodiversidade, garantindo a proteção da UC; a seguir, o conhecimento 
é aprofundado; por fim, são elaborados planos e projetos para a tratativa 
dos recursos naturais.
Entre esses planos, existe o chamado plano de manejo. Trata-se de um 
documento técnico definido pelo Sistema Nacional de Conservação da Na-
tureza (SNUC), o qual se baseia no estabelecimento do zoneamento e de 
normas, garantindo a correta utilização da área e gerando o zoneamento e os 
programas de manejo.
O termo manejo é muito consagrado em toda a América Latina, quando se trata 
de UCs. No entanto, esse termo gera muita confusão, já que pode ser relacionado à 
manipulação dos recursos naturais (manejo da fauna, floresta e solos). Assim, atualmente 
vem sendo dada preferência ao termo gestão. Segundo Rodriguez (2000), a gestão 
ambiental define-se como “[...] a condução, direção, instrumentos, regulamentos, 
normas, financiamento e disposições institucionais e jurídicas, considerado, portanto, 
como um processo de articulação de ações dos diferentes agentes sociais e atores 
econômicos que interatuam em um espaço físico e temporal [...]”.
A Figura 1 apresenta os principais objetivos dos planos que são desenvol-
vidos posteriormente à implantação das UCs.
Introdução à elaboração de projetos e planos para unidades de conservação250
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 250 22/02/2018 11:16:23
Figura 1. Objetivos dos planos de manejo da UC.
Fonte: Adaptada de Galante, Beserra e Menezes (2002,).
Dessa forma, entre os principais planos e projetos da UC estão o zone-
amento e os programas de manejo, os quais são os principais instrumentos 
norteadores para o desenvolvimento de outros planos e projetos vincula-
dos às UCs. Nesse sentido, esses planos e projetos podem ser inúmeros, 
envolvendo educação ambiental, desenvolvimento sustentável e manejo 
de f lora exótica.
O zoneamento representa um instrumento de ordenamento territorial. Ele 
busca organizar espacialmente uma UC em parcelas, chamadas de zonas, as 
251Introdução à elaboração de projetos e planos para unidades de conservação
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 251 22/02/2018 11:16:24
quais possuem graus de proteção e intervenção, cumprindo o seu papel de pro-
teger as características das UCs. Já os programas de manejo buscam cumprir 
os objetivos das UCs. Esses planos e projetos são apresentados na Figura 2.
Figura 2. Principais programas destinados a UCs.
Fonte: Adaptada de Brasil (1997).
O programa de conhecimento busca proporcionar ferramentas mais detalha-
das, para garantir a proteção e o manejo ambiental. Esse plano está relacionado 
a estudos e pesquisas científicas, bem como ao monitoramento ambiental das 
UCs, buscando orientar as áreas temáticas e os cientistas necessários ao manejo 
da unidade. O programa de uso público ordena, orienta e direciona o uso das 
UCs pelo público, de forma a promover o conhecimento do meio ambiente. O 
programa de integração com a área de influência tem como objetivo proteger 
a UC a partir de ações propostas para a sua ZA, minimizando os impactos 
das atividades de manejo sobre a unidade. O sucesso desse programa está 
na participação integrada de comunidade da área de influência, dirigentes 
locais e grupos civis organizados, buscando reduzir os impactos nessas áreas. 
O programa de manejo do meio ambiente visa proteger os recursos naturais 
e culturais (se houver) das UCs. Assim, ele assegura a evolução natural dos 
ecossistemas ou de suas amostras, subsidiando as pesquisas científicas. O 
programa de operacionalização garante a funcionalidade da UC, fornecendo 
a estrutura necessária ao desenvolvimento dos demais programas. 
Como se desenvolvem os planos e projetos 
em unidades de conservação
Apesar de muito já ter sido pensado sobre como elaborar os planos e projetos 
em UCs, de modo geral não existe um formato ideal. Nesse sentido, muitos 
Introdução à elaboração de projetos e planos para unidades de conservação252
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 252 22/02/2018 11:16:24
problemas são relacionados à baixa qualidade e à falta de aproveitamento dos 
estudos já executados. Outro ponto problemático é a desproporcionalidade dos 
estudos: há muitas pesquisas descritivas e poucas analíticas e propositivas, as 
quais geralmente apresentam termos genéricos e pouco práticos. Então como 
elaborar planos válidos e quais as etapas necessárias para isso? Qualquer plano ou 
projeto voltado às UCs segue as etapas resumidamenteapresentadas na Figura 3.
Figura 3. Etapas da elaboração de planos e projetos em UCs.
Fonte: Adaptada de Araujo (2007).
Com base na Figura 3, podemos notar que a qualidade dos planos e projetos 
é alcançada se eles forem concebidos de forma adaptativa. Após uma etapa 
inicial de elaboração do diagnóstico, é recomendável que seja feita uma mode-
lagem sobre o funcionamento dos ecossistemas da UC. Essa modelagem busca 
descrever hipóteses sobre o comportamento do ecossistema que está sendo 
manejado. Ainda com base nessas modelagens, são elaborados os programas 
— principalmente os de manejo. A partir da sua execução, são avaliados os 
resultados esperados e a aplicação das hipóteses.
253Introdução à elaboração de projetos e planos para unidades de conservação
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 253 22/02/2018 11:16:25
Ao avaliarmos os planos e projetos para as UCs, como saberemos se eles são efetivos? 
Devemos estar cientes de que as UCs sofrem muitas ameaças, e avaliá-las permite que 
essas ameaças possam ser observadas adequadamente — uma vez que podem variar 
do nível local ao nível administrativo e político. Dessa forma, a avaliação permite: (i) 
incluir ecossistemas não contemplados, (ii) identificar as áreas protegidas com risco 
potencial de degradação, (iii) executar melhorias gerenciais nas UCs individuais e em 
todo o sistema, (iv) priorizar esforços e investimentos nas UCs e (v) acompanhar a efeti-
vidade dos planos e projetos praticados nas UCs, garantindo as metas de conservação.
Existem diversos modelos conceituais, que servem não apenas para verificar 
a efetividade dos programas, mas também para auxiliar na sua elaboração. 
Um desses modelos é apresentado na Figura 4. Nele há um entendimento dos 
valores presentes, seguido por um avanço no planejamento e na alocação de 
recursos como consequência das ações de gestão, gerando produtos e serviços 
que impactam nos resultados.
Figura 4. Etapas para subsidiar programas e projetos de monitoramento 
da efetividade das UCs.
Fonte: Adaptada de Hockings et al. (2006).
Introdução à elaboração de projetos e planos para unidades de conservação254
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 254 22/02/2018 11:16:25
Você sabia que existem muitas metodologias e propostas para a avaliação da gestão de 
UCs no Brasil e no mundo? Para saber mais sobre o tema, leia o artigo “Administração, 
manejo ou gestão de unidades de conservação?” (FARIA; PIRES, 2012). 
Os processos de avaliação e monitoramento, independentemente do grau 
de complexidade dos modelos utilizados, são passíveis de problemas quanto à 
intepretação e aplicação, em especial se considerarmos que muitas vezes eles 
são realizados por pessoas que têm interesses particulares. Em outras palavras, 
se várias pessoas utilizarem modelos semelhantes, ainda que considerando as 
mesmas variáveis de espaço e tempo, elas podem produzir resultados distintos, 
o que demonstra a necessidade de desenvolver e criar critérios e métodos para 
a avaliação dos projetos e planos implementados.
Projetos e planos no contexto das 
unidades de conservação
Você viu até aqui a importância da criação de planos e projetos após a im-
plantação das UCs e quais as etapas necessárias para que eles possam ser 
criados e desenvolvidos. Agora você vai observar alguns exemplos sobre 
UCs criadas no Brasil.
Na ilha de Santa Catarina, existem muitas UCs localizadas em áreas ur-
banizadas. O grande desafio na implantação dessas áreas está justamente 
na viabilização de alternativas para a manutenção da sustentabilidade do 
território, em conjunto com a sociedade e diversos órgãos gestores. A ilha de 
Santa Catarina possui quase 19% de seu território constituído por UCs, as 
quais têm diversas tipologias vegetacionais de Mata Atlântica e são gerencia-
das por órgãos tanto governamentais quanto particulares. No Quadro 1, são 
apresentadas as categorias de UCs existentes nessa ilha.
255Introdução à elaboração de projetos e planos para unidades de conservação
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 255 22/02/2018 11:16:25
Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Araujo (2007).
UC Área (ha) Órgão gestor
Estação Ecológica de Carijós, gleba 
Ratones e gleba Saco Grande
606,28 e 9.319 IBAMA/SC
Reserva Extrativista 
Marinha do Pirajubaé
1.702,63 IBAMA/SC
Parque Estadual da 
Serra do Tabuleiro
342,31 FATMA
Parque Municipal da 
Lagoinha Leste
794,95 FLORAM
Parque Municipal da Lagoa do Peri 1.988,81 FLORAM
Parque Municipal da Galheta 151,48 FLORAM
Parque Municipal do 
Maciço da Costeira
1.455,87 FLORAM
Parque Municipal das Dunas 
da Lagoa da Conceição
516,02 FLORAM
Parque Manguezal do Itacorubi 136,86 FLORAM, CGA/UFSC
Reserva Natural Menino Deus 14,56 Irmandade Nosso 
Senhor Jesus dos Passos 
e Hospital de Caridade
Reserva Particular do Patrimônio 
Natural Morro das Aranhas
47,21 Santinho 
Empreendimentos 
Turísticos S.A.
Quadro 1. UCs localizadas na ilha de Santa Catarina.
As categorias apresentadas foram avaliadas por meio de planos e projetos 
que contemplaram planos de diagnósticos das UCs, caracterização dos órgãos 
gestores e aplicação do roteiro de avaliação dos indicadores de gestão. Com 
base nesses estudos, ficou demonstrado que há muitos problemas e ameaças 
a serem enfrentados. Entre os principais planos e projetos aplicados às UCs 
mostradas no Quadro 1, estavam programas de fortalecimento da participação 
comunitária, buscando envolver as populações vizinhas às UCs e sensibilizá-
-las para as questões ambientais (educação ambiental).
Introdução à elaboração de projetos e planos para unidades de conservação256
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 256 22/02/2018 11:16:25
Além disso, foram elaborados projetos de monitoramento, fiscalização 
e controle da biota presente nas UCs, projetos de combate a incêndios de 
mata nativa e de desenvolvimento sustentável no entorno das UCs e áreas de 
conectividade, alinhados ao programa de proteção da Mata Atlântica. Quanto 
ao plano de manejo desenvolvido para essas UCs, foram contemplados projetos 
para garantir a preservação da biodiversidade, o ecoturismo, a consciência e 
educação ambiental, bem como o apoio à pesquisa científica, voltada princi-
palmente às espécies nativas de fauna e flora.
Essas unidades naturais possuíam uma gestão com padrão de qualidade 
de gestão muito baixo. A consequência está relacionada com a má aplicação 
de recursos humanos, materiais, financeiros e técnicos existentes, além da 
cultura organizacional vigente. Com base nesses estudos, foram estabelecidas 
sugestões de estratégias, que são apresentadas na Figura 5.
Figura 5. Estratégias das UCs da ilha de Santa Catarina.
Fonte: Adaptada de Hockings et al. (2006).
Assim, a manutenção de planos e projetos nas UCs deve ser regida por 
ações efetivas, relacionadas à criação de UCs que busquem proteger a tipo-
logia vegetacional da especulação imobiliária e da ocupação urbana. Além 
disso, deve ser implementada a fiscalização coordenada entre todos os 
órgãos apresentados no Quadro 1, em conjunto com a Polícia Ambiental 
257Introdução à elaboração de projetos e planos para unidades de conservação
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 257 22/02/2018 11:16:25
e a Secretaria de Municipal de Urbanismo. Da mesma forma, devem ser 
desenvolvidas atividades de educação ambiental, por meio de programas 
dirigidos ao público em geral que permitem a capacitação de pessoas para 
a atuação em conselhos consultivos.
Um exemplo interessante é o das unidades de conservação de Minas Gerais, compondo 
ao total 142 UCs e totalizando 1,5 milhão de hectares de áreas protegidas. Destas, 
51 são áreas de proteção integral, como parques estaduais, estações ecológicas, 
reservas biológicas, monumentos naturais e refúgios da vida silvestre. A quantidade 
de UCs criadas exigiu instrumentos de gestão ambiental, enaltecendo os avanços 
na legislação ambiental do estado e a melhoria significativa desses instrumentosde gestão das unidades de conservação. Além disso, foi feita uma integração do 
licenciamento ambiental e a regularização dos procedimentos. Essas estratégias 
adotadas nesses planos buscaram definir medidas compensatórias e condicionantes 
ambientais direcionadas a questões fundiárias e à elaboração dos planos de manejo, 
fortalecendo as UCs criadas e subsidiando as futuras.
O Brasil, pela sua grande extensão, possui muitas UCs já criadas e muitas 
outras áreas com enorme potencial para esse fim. Com relação às que existem, 
não basta apenas a implantação: também é necessário que a UC mantenha 
seus objetivos iniciais e perdure ao longo do tempo. Diversos planos e projetos 
podem ser utilizados para criar e aprimorar mecanismos; entre os mais im-
portantes estão o plano de manejo e de monitoramento dos recursos naturais. 
Essa postura é fundamental, não apenas para a manutenção do perfeito fun-
cionamento das UCs, mas também para o aprimoramento dos planos, projetos 
e mecanismos, tornando essa rotina fechada e funcional.
No link a seguir, você tem acesso a um documento do Ministério do Meio Ambiente que 
aborda a questão de planos e projetos de manejo das UCs, após as suas implantações.
https://goo.gl/mhNrZ3 
Introdução à elaboração de projetos e planos para unidades de conservação258
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 258 22/02/2018 11:16:25
1. Hipoteticamente, uma UC tem como 
objetivo básico a preservação de 
ecossistemas naturais de grande 
relevância ecológica e beleza cênica, 
possibilitando atividades recreativas. 
Sabendo que a UC tem apenas 
projetos na área da conservação 
ambiental e educação ambiental, qual 
dos seguintes temas você indicaria 
para um novo projeto nessa UC?
a) Programa de pesquisa 
científica da fauna e da flora.
b) Programa de proteção 
das nascentes dos rios.
c) Programa de manejo de 
recursos naturais.
d) Projeto de ecoturismo.
e) Programa de educação ambiental.
2. Os projetos e planos dedicados às 
UCs de conservação representam 
o mecanismo de organização e 
operacionalização dos objetivos, 
constituindo-se, deste modo, o 
foco de atuação do órgão gestor 
da UC. Eles têm identidade própria, 
mas devem ser complementares 
entre si, tanto na disponibilidade e 
utilização de recursos como na visão 
funcional, seguindo basicamente 
três etapas (preparação do plano, 
implementação do plano e 
monitoramento e revisão do plano). 
Se um gestor busca verificar se um 
projeto de preservação da fauna 
nativa, por exemplo, de uma UC 
está cumprindo seus objetivos, 
qual poderia ser a ação a ser 
tomada para essa finalidade?
a) As decisões devem ser feitas com 
base nos objetivos quantificados 
e definidos a partir das 
características excepcionais da UC.
b) A base do plano ou projeto 
deve seguir objetivos gerais 
para UCs dessa natureza.
c) Se os objetivos não estão 
sendo atendidos, deve haver 
insistência quanto à proposta 
do projeto ou plano.
d) Os recursos são monitorados, a 
fim de determinar a extensão em 
que os objetivos foram atingidos.
e) O monitoramento do projeto 
deve ser contínuo para 
determinar se os objetivos estão 
sendo atendidos e garantindo 
que eles não sejam modificados.
3. Após a criação de uma UC, foi feita 
uma reavaliação por parte do órgão 
ambiental e dos interessados na 
comunidade e gestores da área 
sobre a categoria da UC. Houve a 
necessidade de identificar o número 
total, ou uma amostragem do 
número, de propriedades tituladas 
e o número de moradores próximos 
da área de estudo, inclusive a posse e 
as atividades por eles desenvolvidas 
(produtos cultivados, animais criados 
e tamanho da área cultivada e/ou 
destinada à pecuária) e o estado de 
conservação da vegetação nativa. 
Com base nesse contexto, que tipo 
de plano poderia ser elaborado 
para minimizar os impactos à UC?
a) Plano de levantamento fundiário.
b) Plano de preservação 
da fauna local.
c) Plano de preservação 
da mata nativa.
259Introdução à elaboração de projetos e planos para unidades de conservação
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 259 22/02/2018 11:16:27
d) Plano de educação ambiental.
e) Plano de manejo e uso da terra.
4. Após a criação da UC, a Secretaria 
de Meio Ambiente ou o órgão 
competente deverá realizar o 
cadastro da unidade no Ministério 
do Meio Ambiente. O Cadastro 
Nacional de Unidades de 
Conservação (CNUC) é um sistema 
integrado de banco de dados 
com informações padronizadas 
das unidades de conservação 
geridas pelos três níveis de governo 
e por particulares. A principal 
vantagem para o cadastro é que:
a) garante a preservação da UC.
b) oferece relatórios detalhados 
sobre a situação das unidades 
de conservação, facilitando 
a realização de diagnósticos, 
a identificação de problemas 
e a tomada de decisão.
c) disponibiliza informações 
exclusivamente à 
fiscalização das UCs.
d) permite que as UCs sejam 
constantemente reclassificadas 
quanto à sua categoria.
e) disponibiliza informações 
à população sobre a UC.
5. Uma UC que foi implantada, 
correspondente a uma ARIE, é 
abundante quanto à diversidade da 
flora nativa. Entretanto, parte dessa 
UC sofreu com plantio a partir de 
ações da própria comunidade e sem 
conhecimento técnico. Membros da 
população buscaram plantar diversas 
espécies de plantas em áreas que 
estavam sofrendo processos erosivos.
Dentre os planos que a atual 
gestão dessa ARIE pode propor 
para garantir que ela conserve 
seu propósito de criação e 
preservação da mata nativa, está:
a) plano para monitorar espécies 
indicadoras de aumento 
de pressão antrópica pela 
expansão urbana.
b) plano para monitorar espécies 
indicadoras de aumento 
de pressão antrópica pela 
expansão agrícola.
c) plano relacionando os grupos 
taxonômicos da flora mais 
afetados pelo empreendimento.
d) plano de educação ambiental.
e) plano voltado a espécies de 
vegetais que possam contribuir 
para a recomposição das áreas 
de vegetação impactadas.
Introdução à elaboração de projetos e planos para unidades de conservação260
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 260 22/02/2018 11:16:28
ARAUJO, M. A. R. Unidades de conservação no Brasil: da república à gestão de classe 
mundial. Belo Horizonte: SEGRAC, 2007.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Guia do chefe. Brasília: Edições IBAMA, 1997.
FARIA, H. H.; PIRES, A. S. Administração, manejo ou gestão de unidades de conservação? 
Fórum Ambiental da Alta Paulista, São Paulo, v. 8, n. 3, p. 43-59, 2012. 
GALANTE, M. L. V.; BESERRA, M. M. L.; MENEZES, E. O. Roteiro metodológico de pla-
nejamento: parque nacional, reserva biológica, estação ecológica. Brasília: Edições 
IBAMA, 2002.
HOCKINGS, M. et al. Evaluating effectiveness: a framework for assessing the management 
of protected areas. 2nd ed. Gland: UICN, 2006.
RODRIGUEZ, J. M. M. Planificación y gestión ambiental. Cuba: Universidad de La Habana, 
2000. Apostila de Curso. 
Leituras recomendadas
GUERIN, N.; ISERNHAGEN, I. (Org.). Plantar, criar e conservar: unindo produtividade e 
meio ambiente. São Paulo: Instituto Socioambiental (ISA); Embrapa, 2013.
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Comunicado do IPEA nº 78, 2011: 
Biodiversidade. Brasília: IPEA, 2011. 
LEWINSOHN, T. M.; PRADO, P. I. Quantas espécies há no Brasil? Megadiversidade, Rio 
de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 36-42, jul. 2005. 
LOBODA, C. R.; DE ANGELIS, B. L. D. Áreas verdes públicas urbanas: conceitos, usos e 
funções. Ambiência, Guarapuava, v. 1, n. 1, p. 125-139, jan./jun. 2005.
OLIVEIRA, J. C. C.; BARBOSA, J. H. C. Roteiro para criação de unidades de conservação 
municipais. Brasília: MMA, 2010.
261Introdução à elaboração de projetos e planos para unidades de conservação
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 261 22/02/2018 11:16:28
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 262 22/02/2018 11:16:28
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
Além do monitoramento ambiental, aspectos histórico-culturais e econômicos também devem 
ser monitorados por meio de indicadores, como: a riqueza de povos e línguas, a equitabilidade 
cultural, o consumo per capita, o volume comercializado, o valor de mercado e outros. 
Desta forma, veja neste vídeo como os projetos e os planos às UCs podem garantir que o papel 
destas possa ser efetivo. 
Assista.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
EXERCÍCIOS
1) Uma UC hipotética tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais 
de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando atividades recreativas. 
Sabendo que a UC tem apenas projetos na área da conservação ambiental e educação 
ambiental, qual dos seguintes temas você indicaria para um novo projeto nessa UC?
A) Programa de pesquisa científica da fauna e da flora.
B) Programa de proteção das nascentes dos rios.
C) Programa de manejo de recursos naturais.
D) Projeto de ecoturismo.
E) Programa de educação ambiental.
Os projetos e planos dedicados às UCS de conservação representam o mecanismo de 2) 
organização e operacionalização dos objetivos, constituindo-se, deste modo, o foco de 
atu16 
ação do órgão gestor da UC. Eles têm identidade própria, mas devem ser 
complementares entre si, tanto na disponibilidade e utilização de recursos como na 
visão funcional, seguindo basicamente três etapas (preparação do plano, 
implementação do plano e monitoramento e revisão do plano). 
Se um gestor busca verificar se um projeto de preservação da fauna nativa, por 
exemplo, de uma UC está cumprindo seus objetivos, qual poderia ser a ação a ser 
tomada para essa finalidade?
A) As decisões devem ser feitas com base nos objetivos quantificados e definidos a partir das 
características excepcionais da UC.
B) A base do plano ou projeto deve seguir objetivos gerais para UCs dessa natureza.
C) Se os objetivos não estão sendo atendidos, deve haver insistência quanto à proposta do 
projeto ou plano.
D) Os recursos são monitorados, a fim de determinar a extensão em que os objetivos foram 
atingidos.
E) O monitoramento do projeto deve ser contínuo para determinar se os objetivos estão sendo 
atendidos e garantindo que os mesmo não sejam modificados.
3) Após a criação de uma UC, foi feita uma reavaliação por parte do órgão ambiental e 
dos interessados na comunidade e gestores da área sobre a categoria da UC. Houve a 
necessidade de identificar o número total, ou uma amostragem do número, de 
propriedades tituladas e o número de moradores próximos da área de estudo, 
inclusive a posse e as atividades por eles desenvolvidas (produtos cultivados, animais 
criados e tamanho da área cultivada e/ou destinada à pecuária) e o estado de 
conservação da vegetação nativa. Com base nesse contexto, que tipo de plano poderia 
ser elaborado para minimizar os impactos à UC?
A) Plano de levantamento fundiário.
B) Plano de preservação da fauna local.
C) Plano de preservação da mata nativa.
D) Plano de educação ambiental.
E) Plano de manejo e uso da terra.
4) Após a criação da UC, a Secretaria de Meio Ambiente ou o órgão competente deverá 
realizar o cadastro da unidade no Ministério do Meio Ambiente. O Cadastro 
Nacional de Unidades de Conservação - CNUC é um sistema integrado de banco de 
dados com informações padronizadas das unidades de conservação geridas pelos três 
níveis de governo e por particulares. Dentre as principais vantagens para o cadastro, 
estão:
A) garante a preservação da UC.
B) oferece relatórios detalhados sobre a situação das unidades de conservação, facilitando a 
realização de diagnósticos, a identificação de problemas e a tomada de decisão.
C) disponibiliza informações exclusivamente à fiscalização das UCs.
D) permite que as UCs sejam constantemente reclassificadas quanto a sua categoria.
E) disponibiliza informações à população sobre a UC.
Uma UC que foi implantada, correspondente a uma ARIE, é abundante quanto à 
diversidade da flora nativa. Entretanto, parte dessa UC sofreu com plantio a partir 
5) 
de ações da própria comunidade e sem conhecimento técnico. Membros da população 
buscaram plantar diversas espécies de plantas em áreas que estavam sofrendo 
processos erosivos. 
Dentre os planos que a atual gestão dessa ARIE pode propor para garantir que ela 
conserve seu propósito de criação e preservação da mata nativa, está:
A) plano para monitorar espécies indicadoras de aumento de pressão antrópica pela expansão 
urbana.
B) plano para monitorar espécies indicadoras de aumento de pressão antrópica pela expansão 
agrícola.
C) plano relacionando os grupos taxonômicos da flora mais afetados pelo empreendimento.
D) plano de educação ambiental.
E) plano voltado a espécies de vegetais que possam contribuir para a recomposição das áreas 
de vegetação impactadas.
NA PRÁTICA
Por que criar sistemas de avaliação dos programas e projetos das UCs? Sabemos que a 
escolha de uma UC exige uma série de estudos técnicos e necessita de plena justificativa. Após 
a criação de uma UC, é preciso mantê-la; para isso, existem diversos planos e projetos. 
Ricardo é um gestor de uma UC e necessita garantir que a UC cumpra seus objetivos. 
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
A gestão para a conservação da água. Dois estudos de casos: Riacho Fundo, Brasília, e Rio 
Don, Toronto
O artigo apresenta o estudo de dois casos em que foi utilizado um programa de gestão às UCs de 
forma a garantir que seus objetivos de criação fossem cumpridos.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Estratégias de integração entre pesquisa e manejo do fogo no Parque Nacional da Serra da 
Canastra como parte do desenvolvimento de um programa de manejo integrado do fogo
O artigo apresenta estratégias para o melhoramento de planos e projetos a partir da integração 
com a pesquisa científica.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
A importância da educação ambiental na gestão das Unidades de Conservação
O vídeo apresenta a importância de projetos de educação ambiental em UCs.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Visitas técnicas 
APRESENTAÇÃO
A visitação em Unidades de Conservação (UCs) deve ser cuidadosamente planejada, para que 
possa cumprir os objetivos da criação de tais espaços, além de funcionar como uma ferramenta 
de sensibilização da sociedade sobre a importância da conservação da biodiversidade e como um 
vetor de desenvolvimento local e regional. No que concerne especificamente às visitas técnicas, 
estas têm um papel fundamental na formação dos estudantes que, futuramente, na condição de 
profissionais, precisarão desses espaços para desenvolver estudos e pesquisas e se atualizar na 
área específica do seu curso.
Nesta Unidade de Aprendizagem, o objetivo é apresentar alguns conceitos acerca das visitas 
técnicas e os princípios para visitação em UCs. Além disso, você verá os trâmites relacionados 
ao cadastramento de pesquisas e pesquisadores para uso desses locais e como o planejamento da 
UC é fundamental para receber pesquisadores e alunos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar os princípios para visitação em UCs.•
Reconhecer os trâmites relacionados ao cadastramento de pesquisas e pesquisadores para 
uso das UCs.
•
Relacionar aspectos importantes de planejamento das UCs para receber pesquisadores e 
alunos.
•
DESAFIO
Um grupo de pesquisadores deseja realizar um levantamento sobre os efeitos da poluição 
ambiental em espécies de orquídeas, a fim de comparar exemplares saudáveis, os quais estão 
localizados em áreas sem poluição atmosférica, com exemplares expostos a ambientes com 
elevada poluição ambiental. Esse grupo de pesquisa necessita efetuarestudos em uma UC bem 
preservada.
O professor responsável pela pesquisa realizou o cadastro no Instituto Estadual de Florestas (por 
se tratar de uma UC estadual), solicitando: monitorar a qualidade do ar no interior da UC; e 
percorrer a UC para analisar possíveis exemplares de orquídeas mortas.
Após a autorização do órgão ambiental, deu-se início aos trabalhos de pesquisa, e o professor 
resolveu coletar algumas espécies para analisá-las em laboratório. Ao deixarem a UC, os 
pesquisadores foram informados pelos guardas florestais de que estavam empreendendo uma 
prática predatória, a qual era considerada um crime ambiental, pois os exemplares não poderiam 
sair da área da UC.
Qual é a sua opinião como futuro profissional da área ambiental? O professor estava certo em 
coletar exemplares, uma vez que possuía autorização do órgão estadual, ou os guardas 
estavam certos em sua decisão? Por que estes alegaram que o grupo estava cometendo um 
crime ambiental? Justifique sua resposta. 
INFOGRÁFICO
De acordo a Lei n.º 9.985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação 
da Natureza (Snuc), a execução de pesquisa científica em UC depende de autorização prévia 
do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por 
este estabelecidas. O Snuc, conforme disposto em lei, é constituído pelo conjunto das UCs 
federais, estaduais e municipais. Dessa forma, é fundamental que os pesquisadores peçam 
autorização para as atividades desejadas, pois, caso contrário, correm o risco de terem suas 
pesquisas barradas. O mesmo vale para visitas de grupos de estudantes, os quais não podem 
simplesmente ir adentrando na UC. 
 
Para saber mais sobre as diferenças entre as autorizações para realizar atividades em UCs 
municipais/estaduais e federais, confira o Infográfico a seguir.
CONTEÚDO DO LIVRO
Com o surgimento da educação profissional, nasceu o desafio da superação da dificuldade de 
interligação entre os saberes teóricos e práticos como forma de atender as necessidades de um 
estudante que requer a inserção no mercado de trabalho. Essa é apenas uma das definições de 
visitas técnicas, as quais são fundamentais não somente para os alunos desenvolverem de forma 
prática seus conhecimentos, mas também para cientistas/pesquisadores realizarem estudos que 
possam auxiliar o meio ambiente e a sociedade como um todo.
Na obra Gerenciamento de Unidades de Conservação, base teórica desta Unidade de 
Aprendizagem, leia o capítulo Visitas técnicas em Unidades de Conservação, em que você 
conhecerá alguns princípios relacionados à visitação em UCs e o que os pesquisadores devem 
fazer para poderem realizar suas pesquisas nesses locais. 
 
Boa leitura.
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Bióloga 
Mestre e Doutora em Ciências 
Professora do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
G367 Gerenciamento de unidades de conservação / Anderson Soares 
Pires... [et al.]; [revisão técnica : Vanessa de Souza
Machado]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
304 p. :il.. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-339-0
1. Gestão ambiental. I. Pires, Anderson Soares.
CDU 502.13
1_Iniciais.indd 2 22/02/2018 11:33:46
Visitas técnicas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar os princípios para a visitação em unidades de conservação.
  Apresentar os trâmites relacionados ao cadastramento de pesquisas 
e pesquisadores para uso das UCs.
  Relacionar aspectos importantes de planejamento da UC para receber 
pesquisadores e alunos.
Introdução
A visitação em unidades de conservação funciona como uma ferramenta 
de sensibilização da sociedade sobre a importância da conservação da 
biodiversidade e como um vetor de desenvolvimento local e regional. 
Assim, ela deve ser cuidadosamente planejada, para que possa cumprir 
os objetivos de criação da unidade. As visitas técnicas colaboram para a 
formação de futuros profissionais que precisam do espaço para desen-
volver estudos e pesquisas.
Neste capítulo, você vai estudar alguns conceitos relacionados a 
visitas técnicas e os princípios para a visitação em unidades de con-
servação. Além disso, serão apresentados os trâmites relacionados ao 
cadastramento de pesquisas e pesquisadores para o uso das unidades 
de conservação, indicando como o planejamento da UC é fundamental 
para receber pesquisadores e alunos.
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 263 22/02/2018 11:16:28
Visitas técnicas em UCs: considerações gerais 
O Brasil apresenta um vasto conjunto de áreas naturais, com grande potencial 
para fortalecer o turismo, muitas destas protegidas em unidades de conserva-
ção (UCs). A riqueza dos biomas brasileiros e a diversidade cultural do país 
são atrativos singulares para a oferta de produtos turísticos diversifi cados e 
de qualidade (BRASIL, 2006). Porém, não é apenas pelo potencial turístico 
que as UCs são criadas, mas também pela sua capacidade de fornecerem 
informações para o meio científi co. Dessa forma, elas apresentam ainda um 
enorme potencial de visitas técnicas e científi cas.
Há, basicamente, dois tipos de visitas técnicas. O primeiro é voltado para 
a área da educação, a qual objetiva o aprendizado como bem maior, buscando 
comprovar na prática tudo o que foi visto na teoria. O segundo trata de um 
trabalho efetuado por um profissional devidamente habilitado, como as vi-
sitas técnicas de avaliação, em que o profissional é contratado para avaliar 
determinada área ou situação. 
De acordo com a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9.795/1999), a educa-
ção ambiental consiste em processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade 
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências 
voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial 
à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
A visita técnica é fundamental para a formação de futuros profissionais, que 
precisam desse espaço para desenvolver estudos e pesquisas e se atualizar na 
área específica do seu curso. Assim, deslocar-se para uma empresa ou instituição, 
durante a realização do curso, oferece a oportunidade de aprofundar os conheci-
mentos da ciência e relacioná-los com aplicações tecnológicas (SOUZA et al, 2012).
As atividades de campo e visitas técnicas são cada vez mais utilizadas 
pelas instituições de ensino, a fim de agregar valores na formação dos jovens. 
A importância dessas atividades está em explorar grandes diversidades de 
conteúdo, armazenando-os de forma rápida e compreensiva, motivando os 
estudantes e possibilitando que interajam com o meio.
Visitas técnicas264
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 264 22/02/2018 11:16:28
Princípios das visitas em UCs 
Os princípios visam a abordar um sentido lógico, harmônico e coerente às 
atividades de visitação em UCs. Em outras palavras, eles apresentam as estru-
turas fundamentais para que as políticas, diretrizes, normas e regulamentações 
sejam mais bem desenvolvidas e aplicadas. A seguir, são apresentados alguns 
princípios que devem ser observados durante o planejamento e a gestão da 
visitação em unidades de conservação, segundo o Ministério do Meio Am-
biente (BRASIL, 2006): 
  O planejamento e a gestão da visitação deverão estar de acordo com 
os objetivos de manejo da unidade de conservação. 
  A visitação é instrumento essencial para aproximar a sociedade da 
natureza e despertar a consciência da importância da conservação dos 
ambientes e processos naturais, independentemente da atividade que 
se está praticando na unidade de conservação. 
  A visitação deve ser promovida de forma democrática, possibilitando 
o acesso de todos os segmentos sociais às unidades de conservação. 
  As atividades de visitação possíveis de serem desenvolvidas em unidades 
de conservação devem estar previstas em seus respectivosinstrumentos 
de planejamento. 
  O desenvolvimento das atividades de visitação requer a existência de 
infraestrutura mínima. 
  A visitação é uma alternativa de utilização sustentável dos recursos 
naturais e culturais. 
  A manutenção da integridade ambiental e cultural é essencial para 
sustentar a qualidade de vida e os benefícios econômicos provenientes 
da visitação em unidades de conservação. 
  A visitação deve contribuir para a promoção do desenvolvimento eco-
nômico e social das comunidades locais. 
  O planejamento e a gestão da visitação devem buscar a excelência na 
qualidade dos serviços oferecidos aos visitantes. 
  A visitação deve procurar satisfazer as expectativas dos visitantes, no 
que diz respeito à qualidade e variedade das experiências, à segurança 
e à necessidade de conhecimento.
  O planejamento e a gestão da visitação devem considerar múltiplas 
formas de organização da visitação, como visitação individual, visitação 
em grupos espontâneos, visitação em grupos organizados de forma 
não comercial e visitação organizada comercialmente, entre outras.
265Visitas técnicas
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 265 22/02/2018 11:16:28
Cadastramento e aprovação 
de pesquisas em UCs 
O desenvolvimento de pesquisas de natureza ambiental, econômica e social nas 
UCs é importante para o conhecimento e manejo desses locais em curto, médio 
e longo prazo. Entretanto, toda e qualquer pesquisa realizada nas unidades de 
conservação necessita seguir normas preestabelecidas. 
Para UCs estaduais e municipais, é recomendável que os pesquisadores 
procurem os órgãos ou as entidades responsáveis, pois cada uma poderá apre-
sentar normativas específicas. Por exemplo, a Portaria nº 14, de 04/04/2000, 
do Instituto Estadual de Florestas do Estado de Minas Gerais, regulamenta os 
procedimentos para a solicitação de licenças de pesquisa, prazos de entrega 
de relatórios, captura e/ou coleta de material biológico em UCs — as quais 
somente poderão ocorrer mediante a apresentação de um projeto (MINAS 
GERAIS, 2000). 
Já o Instituto Ambiental do Paraná apresenta a Portaria 017/2007, segundo 
a qual os seguintes documentos devem ser protocolados, visando a obter a 
autorização de realização de pesquisas em UCs:
  formulário preenchido e assinado;
  Termo de Compromisso preenchido e assinado;
  cópias de RG e CPF do responsável técnico;
  cópia da carteira profissional contendo o número do Conselho Regional;
  cópia da carteira profissional do orientador, no caso de graduandos;
  autorização do IBAMA/SISBIO para coleta e transporte de material 
biológico, se houver;
  projeto de pesquisa impresso;
  projeto digital, em CD (PARANÁ, 2007).
Normalmente, o Termo de Compromisso deverá ser entregue em duas vias. 
Além disso, poderá ser exigido um cadastro do projeto e do pesquisador. Se 
toda a documentação e as exigências estiverem de acordo, poderá ser emitida 
uma Licença de Pesquisa Provisória, para o reconhecimento preliminar da 
área como local potencial para o desenvolvimento de estudos, cursos e aulas 
de campo. A concessão dessa licença depende da apresentação de uma carta 
sucinta, à unidade atendimento, justificando o interesse pela área como local 
de estudo, e da assinatura do respectivo Termo de Compromisso.
Visitas técnicas266
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 266 22/02/2018 11:16:28
A licença normalmente tem data de validade curta (cerca de três meses) e, após vencida, 
o pesquisador deve apresentar a documentação exigida para a obtenção da licença 
de pesquisa. Cabe ressaltar que os órgãos ou as entidades responsáveis pelas UCs 
podem decidir sobre as linhas de pesquisas prioritárias em cada UC, direcionando 
assim os trabalhos a serem desenvolvidos, de forma a incrementar o conhecimento 
dos patrimônios natural e sociocultural.
Definição de SISBIO e sua importância
Segundo informações do ICMBio (BRASIL, 2018), o Sistema de Autorização 
e Informação em Biodiversidade (SISBIO) é um sistema de atendimento à 
distância, que permite que os pesquisadores solicitem autorizações para a 
coleta de material biológico e para a realização de pesquisas em unidades 
de conservação federais e cavernas. Os tipos de solicitações disponíveis no 
SISBIO são os seguintes:
  autorizações para atividades com finalidade científica;
  autorizações para atividades com finalidade didática (no âmbito do 
ensino superior);
  licença permanente;
  registro voluntário para coleta e transporte de material botânico, fúngico 
e microbiológico.
A captura, a marcação de animais silvestres in situ, a coleta, o transporte 
de material zoológico da fauna silvestre, assim como a manutenção temporária 
de espécimes de fauna silvestre em cativeiro devem ser solicitados por meio 
do SISBIO, quando envolvem atividades com fins científicos ou didáticos. 
Quando a coleta de material botânico, fúngico ou microbiológico não for 
realizada dentro de unidade de conservação federal ou não envolver espécies 
ameaçadas, o pesquisador pode solicitar um comprovante de registro voluntário. 
As autorizações e licenças permanentes concedidas a pesquisadores por 
meio do SISBIO não podem ser utilizadas para fins comerciais, industriais, 
esportivos ou para a realização de atividades inerentes ao processo de licencia-
mento ambiental de empreendimentos. O SISBIO permite ao Instituto Chico 
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realizar a gestão de 
267Visitas técnicas
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 267 22/02/2018 11:16:28
informações resultantes das pesquisas realizadas, visando à conservação da 
biodiversidade, por meio do recebimento de relatórios de atividades que inte-
gram a base de dados do Instituto sobre ocorrência e distribuição de espécies. 
A quantidade de autorizações para pesquisa varia para cada UC federal. O 
Parque Nacional da Serra dos Órgãos (unidade de conservação situada no ma-
ciço da Serra dos Órgãos, o qual abrange os municípios de Guapimirim, Magé, 
Petrópolis e Teresópolis, no Rio de Janeiro, com área aproximada de 20.000 
hectares) possui o maior número de autorizações para pesquisa (Figura 1).
Figura 1. Número de pesquisas autorizadas pelo SISBIO nas 20 unidades de conservação 
mais pesquisadas, segundo dados gerados até março de 2016.
Fonte: Brasil (2018). 
Para saber mais sobre o Sistema de Autorização e Informa-
ção em Biodiversidade (SISBIO), leia o manual disponível 
em: 
https://goo.gl/f8C9oo 
A principal missão institucional do ICMBio é proteger o patrimônio natural 
e promover o desenvolvimento socioambiental, por meio da administração 
Visitas técnicas268
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 268 22/02/2018 11:16:29
das unidades de conservação federais. Nessa atribuição, estão incluídas as 
competências para apresentar e editar normas e padrões de gestão; propor a 
criação, regularização fundiária e gestão de UCs; e apoiar a implementação 
do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).
Além disso, o Instituto é responsável pelo fomento e pela execução progra-
mas de pesquisa, proteção e conservação da biodiversidade em todo o país. Ele 
deve contribuir para a geração e disseminação de informações, conhecimentos 
e tecnologia relativos à gestão de unidades de conservação, à conservação da 
biodiversidade e ao uso dos recursos faunísticos, pesqueiros e florestais. O 
ICMBio também é responsável pela conservação do patrimônio espeleológico 
nacional — as cavernas brasileiras.
Aspectos importantes de planejamento 
da UC para receber pesquisadores e alunos
Segundo informações da Secretaria do Ambiente e Planejamento Sustentável 
do Rio Grande do Sul – SEMA (RIO GRANDE DO SUL, 2018), os pesqui-
sadores frequentemente escolhem UCs como local de estudo, pois, além de 
serem áreas preservadas, elas apresentam poucas chances de sofrer grandes 
impactos, minimizando o risco de erros metodológicos. Em contrapartida, os 
estudos que não resultam em soluções práticas paraa proteção dos ambientes 
naturais das UCs não ajudam a resolver os problemas dessas áreas especial-
mente protegidas. 
As UCs apresentam uma ampla demanda de estudos científicos; porém, 
poucas pesquisas trazem respostas que auxiliem na sua proteção. Assim, os 
programas de pesquisa das unidades de conservação buscam compatibilizar os 
interesses de sua gestão com os dos pesquisadores, estimulando a realização de 
atividades científicas que tragam respostas necessárias à conservação dessas 
áreas. Portanto, é muito importante que o pesquisador seja um parceiro na 
proteção dessas áreas, e não mais um usuário da UC.
Os programas de pesquisa ou investigação das UC estão disponíveis em 
seus planos de manejo. Esse documento é importantíssimo para a proteção 
dessas áreas, uma vez que estabelece as atividades que devem ser executadas, 
para que seja possível cumprir com os seus objetivos de criação. O zonea-
mento da UC também está presente nesse documento, e ele pode estabelecer 
algumas restrições às atividades científicas. Dessa forma, é fundamental que 
o pesquisador conheça o plano de manejo da UC na qual pretende trabalhar 
(RIO GRANDE DO SUL, 2018).
269Visitas técnicas
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 269 22/02/2018 11:16:29
Quando a UC ainda não possui plano de manejo, este deverá prever um 
escopo mínimo de abordagem, apresentando a infraestrutura de saúde, turismo, 
pesquisas, rede de serviços, de segurança pública, educação, comunicação, 
fornecimento de energia elétrica, transporte, entre outros. Para que haja po-
tencial de pesquisa nas UCs, deverão ser indicados no plano de manejo a 
localização e o estado de conservação de edificações, estacionamentos, cercas, 
marcos topográficos, entre outros. Além disso, de acordo com o IBAMA 
(BRASIL, 2002), o plano de manejo deverá apresentar também, em relação 
à infraestrutura básica, os seguintes itens:
  sistema de saneamento existente e sua adequação;
  recolhimento e destino dos resíduos sólidos;
  fonte de energia elétrica existente; 
  acervos cultural, histórico e científico disponíveis;
  sinalização existente, sua efetividade, propriedade, suficiência e estado 
de conservação;
  identificação e indicação, em mapa ou croqui, das vias de circulação 
georreferenciadas, analisando seu estado de conservação, sua utilização 
e a necessidade de sua permanência ou interdição;
  formas de acesso a pontos estratégicos da UC;
  indicação dos equipamentos e material permanente existentes: rede 
de comunicação (linha telefônica e sistema de radiocomunicação), 
equipamento eletroeletrônico, material de laboratório, veículos e outros;
  equipamentos de segurança e de proteção pessoal existentes (armas, 
botas, facões, lanternas, entre outros);
  aprofundamento relativo às especificidades da UC.
Além disso, o plano de manejo deve apresentar o zoneamento da UC, 
considerando os usos possíveis a serem dados às infraestruturas por ventura 
já existentes. Casas estrategicamente localizadas podem ser destinadas a 
postos de fiscalização ou moradia do chefe, de funcionários da unidade 
ou mesmo de grupos de pesquisa. No que se refere a parques nacionais, 
edifícios maiores localizados no interior da unidade podem ser destinados 
ao centro de visitantes. De acordo com o destino a ser dado aos prédios, 
sua zona circundante será de uso especial, quando utilizados para serviços, 
ou de uso intensivo, se destinados à utilização pelo público. Se forem 
destinados a pesquisas, poderão integrar a zona de uso extensivo ou a de 
uso especial. 
Visitas técnicas270
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 270 22/02/2018 11:16:29
Zona de uso especial: constituída em sua maior parte por áreas naturais, podendo 
apresentar algumas alterações humanas. O objetivo do manejo é a manutenção de 
um ambiente natural com mínimo impacto humano, apesar de oferecer acesso fácil 
ao público, para fins educativos e recreativos.
Zona de uso intensivo: constituída por áreas naturais ou alteradas pelo homem. 
O ambiente é mantido o mais próximo possível do natural, devendo conter o centro 
de visitantes, museus, pequenos auditórios, sanitários, entre outros.
Conforme descrito anteriormente, um dos princípios que devem ser 
observados durante o planejamento e a gestão da visitação em unidades 
de conservação refere-se exatamente ao desenvolvimento das atividades 
de visitação com existência de uma infraestrutura mínima. Infraestrutura 
mínima (ou básica) consiste no conjunto dos equipamentos urbanos de es-
coamento das águas pluviais, iluminação pública, redes de esgoto sanitário 
e abastecimento de água potável, de energia elétrica e vias de circulação, 
pavimentadas ou não.
A infraestrutura mínima está relacionada às condições mínimas que devem 
existir para permitir as pesquisas, como água, luz, internet, locais edificáveis, 
sanitários, entre outros. Além disso, caso a UC se encontre muito distante de 
núcleos habitacionais, é fundamental que haja dormitórios, já que os pesqui-
sadores deverão pernoitar na unidade. 
O Decreto nº 7.154, de 9 de abril de 2010, estabelece: 
procedimentos a serem observados para autorizar e realizar estudos 
de aproveitamentos de potenciais de energia hidráulica e sistemas de 
transmissão e distribuição de energia elétrica no interior de unidades 
de conservação, bem como para autorizar a instalação de sistemas de 
transmissão e distribuição de energia elétrica em unidades de conservação 
de uso sustentável (BRASIL, 2010).
A referida legislação estabelece, entre outros, que a instalação de redes de 
abastecimento de água, esgoto, energia e infraestrutura urbana em geral, em 
unidades de conservação onde esses equipamentos são admitidos, depende 
de prévia aprovação do órgão responsável por sua administração, sem preju-
ízo da necessidade de elaboração de estudos de impacto ambiental e outras 
exigências legais (Art. 46). 
271Visitas técnicas
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 271 22/02/2018 11:16:29
Apesar do expressivo crescimento do número de unidades de conservação e de sua 
posição de destaque no cenário internacional, a efetiva implementação do SNUC 
ainda deixa muito a desejar, já que é grande o número de UCs, em todas as esferas 
governamentais, com inúmeras lacunas e fragilidades: regularização fundiária pendente, 
falta de funcionários e infraestrutura básica, ausência de plano de manejo ou planos 
de manejo não revisados, entre outros.
1. Em relação aos princípios 
das visitas técnicas em UCs, 
assinale a alternativa correta:
a) A visitação deve contribuir para a 
promoção do desenvolvimento 
ambiental, unicamente.
b) A visitação é uma alternativa de 
utilização dos recursos naturais e 
culturais de forma desenfreada.
c) As atividades de visitação 
possíveis de serem desenvolvidas 
em UCs municipais devem 
estar previstas no plano 
diretor do município.
d) A visitação é instrumento 
essencial para aproximar 
a sociedade da natureza e 
despertar a consciência da 
importância da conservação dos 
ambientes e processos naturais.
e) O desenvolvimento das 
atividades de visitação em UCs 
não necessita de infraestrutura.
2. Caso um pesquisador queira realizar 
uma pesquisa em uma UC federal, 
ele deverá, necessariamente:
a) solicitar uma autorização 
no Sistema de Autorização 
e Informação em 
Biodiversidade (SISBIO).
b) apresentar um projeto de pesquisa.
c) apresentar cópia do CPF e RG.
d) entregar o termo de referência 
preenchido e assinado.
e) apresentar cópia da carteira 
profissional, contendo o número 
do Conselho Regional.
3. No que se refere às visitas técnicas 
em UCs, assinale a alternativa correta:
a) As visitas técnicas são 
permitidas em praticamente 
todas as UCs, com exceção 
de estações ecológicas.
b) Apenas UCs municipais 
e estaduais permitem 
visitas técnicas.
c) As visitas técnicas são definidas 
como grupos de estudantes 
que visam a conhecer as UCs.
d) Empresas que visam a 
implantar alguma atividade 
econômica na UC poderãorealizar uma visita técnica.
e) É fundamental que as visitas 
técnicas estejam definidas no 
plano de manejo das UC.
Visitas técnicas272
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 272 22/02/2018 11:16:30
4. Entre as obras de infraestruturas 
citadas abaixo, qual poderá ser 
instalada em zonas de uso especial?
a) Sanitários.
b) Restaurantes.
c) Museus.
d) Trilhas ecológicas.
e) Centro de visitantes.
5. A visita técnica tem papel 
fundamental para os profissionais 
que dela necessitam. Entre as 
alternativas a seguir, qual está correta 
em relação a conceitos e benefícios 
das visitas técnicas em UCs? 
a) As pesquisas em UCs 
colaboram para a criação 
de um banco de dados.
b) Aprimoram apenas o 
conhecimento prático 
dos alunos.
c) Os pesquisadores 
poderão usufruir dos 
laboratórios encontrados 
nas UCs, considerados 
os melhores do país.
d) As visitas técnicas em UCs 
têm como objetivo abordar 
apenas estudos relacionados 
à área ambiental.
e) Os resultados e as conclusões 
a respeito de estudos em 
UCs devem passar por 
análise do ICMBio, antes 
de serem publicados.
BRASIL. Decreto nº 7.154, de 9 de abril de 2010. Sistematiza e regulamenta a atuação de 
órgãos públicos federais, estabelecendo procedimentos a serem observados para 
autorizar e realizar estudos de aproveitamentos de potenciais de energia hidráulica 
e sistemas de transmissão e distribuição de energia elétrica no interior de unidades 
de conservação bem como para autorizar a instalação de sistemas de transmissão 
e distribuição de energia elétrica em unidades de conservação de uso sustentável. 
2010. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/
decreto/d7154.htm>. Acesso em: 8 fev. 2018.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Diretrizes para Visitação em Unidades de Con-
servação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2006.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais Renováveis. Roteiro metodológico de planejamento: parque nacional, 
reserva biológica, estação ecológica. Brasília: IBAMA. 2002.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Instituto Chico Mendes de Conservação da 
Biodiversidade. Sistema de autorização e informação em biodiversidade. 2018. Dispo-
nível em: <https://ibamanet.ibama.gov.br/sisbio/sistema/>. Acesso em: 8 fev. 2018.
MINAS GERAIS. Instituto Estadual de Florestas. Portaria nº 14, de 04 de abril de 2000. 
Disponível em: <http://www.ief.mg.gov.br/images/stories/formulariospesquisauc/
portaria142000.pdf>. Acesso em: 8 fev. 2018.
273Visitas técnicas
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 273 22/02/2018 11:16:31
PARANÁ. Portaria n° 17, de 19 de janeiro de 2007. Normatiza o desenvolvimento de 
pesquisa científica em Unidades de Conservação Estaduais. 2007. Disponível em: 
<http://celepar7.pr.gov.br/sia/atosnormativos/form_cons_ato1.asp?Codigo=1908>. 
Acesso em: 8 fev. 2018.
RIO GRANDE DO SUL. Secretaria do Ambiente e Planejamento Sustentável. Pesquisas. 
[201-?]. Disponível em: <http://www.sema.rs.gov.br/pesquisas>. Acesso em: 8 fev. 2018.
SOUZA, C. F. et al. O papel da visita técnica na educação profissional: estudo de caso 
no Campus Araguatins do Instituto Federal do Tocantins. In: CONGRESSO NORTE 
NORDESTE DE PESQUISA E INOVAÇÃO, 7., 2012, Palmas. Anais..., Palmas, 2012. Dispo-
nível em: <http://propi.ifto.edu.br/ocs/index.php/connepi/vii/paper/view/3806>. 
Acesso em: 8 fev. 2018.
Leitura recomendada
BRASIL. Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui 
a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. 1999. Disponível 
em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=321>. Acesso 
em: 8 fev. 2018.
Visitas técnicas274
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 274 22/02/2018 11:16:31
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
A visita técnica é utilizada na Educação Profissional e Tecnológica, nos cursos de graduação em 
tecnologia. Seu principal objetivo é contribuir na formação do aluno por meio da 
observação das atividades práticas e situações reais de uma empresa em pleno 
funcionamento. Dessa forma, considera-se a visita técnica como um mecanismo de integração 
entre a universidade e o mundo do trabalho, objetivando a complementação didático-pedagógica 
das disciplinas teóricas e práticas, bem como a aproximação dos alunos com o ambiente de 
trabalho. Para saber mais sobre visitas técnicas e seus princípios, assista o vídeo a seguir. 
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Com relação aos princípios das visitas técnicas em UCs, assinale a alternativa 
correta.
A) A visitação deve contribuir para a promoção do desenvolvimento ambiental unicamente.
B) A visitação é uma alternativa de utilização dos recursos naturais e culturais de forma 
desenfreada.
C) As atividades de visitação possíveis de serem desenvolvidas em UCs municipais devem 
estar previstas no plano diretor do município.
D) A visitação é instrumento essencial para aproximar a sociedade da natureza e despertar a 
consciência acerca da importância da conservação dos ambientes e processos naturais.
E) O desenvolvimento das atividades de visitação em UCs não necessita de infraestrutura.
2) 
Caso um pesquisador queira realizar uma pesquisa em uma UC federal, ele deverá, 
necessariamente:
A) solicitar uma autorização no sistema de autorização e informação em biodiversidade 
(SISBio).
B) apresentar um projeto de pesquisa.
C) apresentar cópia do CPF e RG.
D) entregar o termo de referência preenchido e assinado.
E) apresentar cópia da carteira profissional contendo o número de registro no Conselho 
Regional.
3) Em se tratando das visitas técnicas em UCs, pode-se dizer que:
A) as visitas técnicas são permitidas em praticamente todas as UCs, com exceção de estações 
ecológicas.
B) apenas UCs municipais e estaduais permitem visitas técnicas.
C) as visitas técnicas são definidas como grupo de estudantes que visam conhecer as UCs.
D) empresas que visam implantar alguma atividade econômica na UC poderão realizar uma 
visita técnica.
E) é fundamental que as visitas técnicas estejam definidas no plano de manejo das UCs.
Entre as obras de infraestruturas citadas a seguir, qual poderá ser instalada em 4) 
zonas de uso especial?
A) Sanitário.
B) Restaurante.
C) Museu.
D) Trilha ecológica.
E) Centro de visitantes.
5) A visita técnica tem papel fundamental para contribuir com os profissionais que dela 
necessitam. Entre as alternativas a seguir, qual está correta em relação a conceitos e 
benefícios das visitas técnicas em UCs?
A) As pesquisas em UCs colaboram para a criação de um banco de dados.
B) As visitas técnicas em UCs aprimoram apenas o conhecimento prático dos alunos.
C) Os pesquisadores poderão usufruir dos laboratórios encontrados na UCs, considerados os 
melhores do país.
D) As visitas técnicas em UCs têm como objetivo abordar apenas estudos relacionados à área 
ambiental.
E) Os resultados e as conclusões a respeito de estudos em UCs devem passar por análise do 
ICMBio antes de serem publicados.
NA PRÁTICA
É fundamental que as UCs ofereçam uma estrutura mínima necessária tanto para os turistas 
quanto para os possíveis profissionais e estudantes que visam realizar pesquisa ou estudo na UC. 
Quando não existem as condições mínimas de trabalho, como sanitários, luz, água, 
telefone/internet e edificações, o trabalho dos pesquisadores acaba sendo prejudicado. Contudo, 
não são apenas os técnicos que saem no prejuízo, mas também e principalmente a UC, uma vez 
que a ausência de pesquisa no local gerará uma perda de conhecimento acerca de fatores 
ambientais, sociais ou econômicos, dependendo do foco da pesquisa. 
 
Para saber mais a respeito desse assunto, confira um caso prático.
SAIBA MAIS
Para ampliar oseu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Visitas guiadas e visitas técnicas: tecnologia de aprendizagem no contexto educacional
A complexa realidade da vida apresenta novos desafios para a educação. Um deles é integrar os 
conhecimentos a essa realidade, formando cidadãos, trabalhadores e consumidores, ou seja, 
seres humanos integrais, com condições de apreender os conhecimentos e empregá-los em ações 
que melhorem as suas condições de vida e as dos demais. Para saber mais a respeito de visitas 
técnicas e sua importância leia o artigo a seguir.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Nós precisamos de mais unidades de conservação?
No vídeo a seguir você verá que o principal objetivo das UCs é garantir a biodiversidade. 
Porém, ainda existem muitas pesquisas a serem realizadas nesses espaços. Com tais estudos, 
será possível, por exemplo, criar um banco de dados, fornecendo informações a outros 
pesquisadores.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
A regulamentação da atividade de condução de visitantes nos Sistemas Estaduais de 
Unidades de Conservação do Brasil
Além de conservar a biodiversidade, as UCs devem promover o uso público em contato com a 
natureza, auxiliando no incremento dos recursos econômicos da área, aproximando a sociedade 
da natureza e fomentando sua utilização sustentável. No Brasil, há normas do Ministério do 
Meio Ambiente e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade que 
regulamentam a condução de visitantes em UCs federais. Leia no artigo um pouco mais a 
respeito dessas normas.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Atividades em campo 
APRESENTAÇÃO
As Unidades de Conservação (UC) têm a função de salvaguardar a representatividade de 
porções significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e 
ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, preservando o patrimônio 
biológico existente. Além disso, garantem às populações tradicionais o uso sustentável dos 
recursos naturais de forma racional e ainda propiciam às comunidades do entorno o 
desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis. Dentre as atividades aplicadas as UCs, 
as atividades de campo são as mais diferenciadas, tendo o visitante contato direto com o meio 
ambiente natural. Dessa forma, a gestão das UCs aplicam distintos métodos com foco na 
abertura de trilhas ecológicas, garantindo que os visitantes aproveitem de forma mais tranquila o 
local (parque), além de permitir uma maior familiaridade com o meio natural do mesmo. Trilhas 
bem construídas e devidamente mantidas protegem o ambiente do impacto do uso e ainda 
asseguram aos visitantes maior conforto e segurança, além de desempenhar papel 
significativo na impressão que o visitante terá sobre a área e a instituição mantenedora.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá as atividades permitidas e as características destas 
em Unidades de Conservação, bem como, serão descritos alguns aspectos relacionados ao 
planejamento e implementação de trilhas ecológicas e como ocorre o monitoramento destas 
dentro das UCs.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer as atividades de campo permitidas e a importância destas atividades em 
Unidades de Conservação.
•
Relacionar aspectos fundamentais de planejamento e implementação de trilhas ecológicas 
em UCs.
•
Identificar aspectos relacionados ao manejo de trilhas ecológicas em UCs. •
DESAFIO
O Poder Público responsável por uma Reserva Biológica localizada dentro de uma Unidade de 
Conservação, está com um projeto que visa implantar um Parque para aumentar o turismo na 
região. Entre as atividades previstas neste parque, estão:
- Construção de trilhas pelas matas, com uma largura média de 2 metros e distância aproximada 
de 2 quilômetros, visando proporcionar a educação ambiental.
- Construção de uma lagoa artificial na área.
- Construção de um restaurante e de um parque de eventos.
Você, como biólogo, foi chamado para analisar esse projeto: seu desafio é descrever quais 
destas atividades é permitida na referida Unidade de Conservação, justificando com 
argumentos plausíveis de forma detalhada. 
INFOGRÁFICO
As atividades permitidas em unidades de conservação podem ser extensas, porém, antes de sua 
liberação, devem ser analisadas de acordo com os objetivos traçados para a UC. Por exemplo, as 
práticas que visam pesquisas/estudos científicos ou mesmo visitas pela população num modo 
geral, e que são muito bem-vindas. Isto porque, promove-se a educação ambiental na 
população, desenvolvendo nas pessoas a consciência dos problemas ambientais, estimulando-as 
a tentar buscar soluções para esses problemas.
Para haver a presença de turistas em Unidades de Conservação, é fundamental implantar 
trilhas ecológicas. Essas trilhas vão muito além de uma simples caminhada em ambientes 
naturais. Elas constituem um instrumento pedagógico, onde proporciona ao visitante, seja ele 
escolas, grupos de terceira idade, pessoas comuns, entre outros, a possibilidade de aprendizado 
prático da importância e da influência dos recursos naturais na sobrevivência humana. Uma 
trilha, quando bem planejada, bem construída e com uma boa manutenção, torna-se um 
importante instrumento de inter-relação com os diversos objetivos da unidade ambiental.
Acompanhe no Infográfico a seguir, alguns cuidados importantes no planejamento e 
implementação de trilhas ecológicas em Unidades de Conservação.
CONTEÚDO DO LIVRO
A real implantação de Unidades de Conservação e sistemas de trilhas é atualmente de extrema 
importância. Ao longo dos últimos anos, a sociedade de uma forma geral vem pressionando os 
governantes para dedicarem maior atenção às áreas naturais e realizarem sua efetiva 
implantação e conservação. Esse processo aliado ao incremento do ecoturismo, nos faz crer, que 
em um futuro próximo, nossas áreas estarão organizadas.
Para saber mais a respeito das trilhas ecológicas, na obra Gerenciamento de Unidades de 
Conservação, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, leia o capítulo Práticas permitidas 
em Unidades de Conservação - UC.
Boa leitura!
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Bióloga 
Mestre e Doutora em Ciências 
Professora do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
G367 Gerenciamento de unidades de conservação / Anderson Soares 
Pires... [et al.]; [revisão técnica : Vanessa de Souza
Machado]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
304 p. :il.. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-339-0
1. Gestão ambiental. I. Pires, Anderson Soares.
CDU 502.13
1_Iniciais.indd 2 22/02/2018 11:33:46
Atividades em campo
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer as atividades de campo permitidas e a importância delas 
em unidades de conservação (UCs).
  Relacionar aspectos fundamentais de planejamento e implementação 
de trilhas ecológicas em UCs.
  Identificar aspectos relacionados ao monitoramento de trilhas eco-
lógicas em UCs.
Introdução
As unidades de conservação (UC) têm a função de salvaguardar a re-
presentatividade de porções significativas e ecologicamente viáveis das 
diferentes populações, hábitats e ecossistemas do território nacional e 
das águas jurisdicionais, preservando o patrimônio biológico existente. 
Além disso, garantem às populações tradicionais o uso sustentável dos 
recursos naturais de forma racional e ainda propiciam às comunidades 
do entorno o desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis.
Dentre as atividades aplicadas às UCs, as atividades de campo são 
as mais diferenciadas, tendo o visitante contato direto com o meio am-
biente natural. Dessa forma, a gestão das UCs aplica distintos métodos 
com foco na abertura de trilhas ecológicas, garantindo que os visitantesaproveitem de forma mais tranquila o local (parque), além de permitir 
uma maior familiaridade com esse meio natural. Trilhas bem construídas 
e devidamente mantidas protegem o ambiente do impacto do uso e 
ainda asseguram aos visitantes maior conforto e segurança, além de 
desempenhar papel significativo na impressão que o visitante terá sobre 
a área e a instituição mantenedora.
Neste texto, serão apresentadas as atividades permitidas e as suas 
características em unidades de conservação, além de serem descritos 
alguns aspectos relacionados ao planejamento e implementação de 
trilhas ecológicas e como ocorre o monitoramento destas dentro das UCs.
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 275 22/02/2018 11:16:31
Unidades de conservação e atividades 
de campo permitidas
Amparado pela Lei nº 9.985/2000, o Sistema Nacional de Conservação da 
Natureza (SNUC) foi elaborado para a conservação da biodiversidade e dos 
recursos naturais do país. Por meio dele, foram instituídos os critérios para 
a manutenção e criação das chamadas unidades de conservação (UCs), que 
tratam do espaço territorial e de seus recursos ambientais, incluindo águas 
jurisdicionais, com características naturais relevantes. Trata-se de um docu-
mento legalmente instituído pelo Poder Público, com o objetivo de conservar 
e defi nir limites, sob regime especial de administração, aos quais se aplicam 
garantias de proteção (artigo 2º, I) (BRASIL, 2000).
A área de UCs que é usada para atividades de pesquisa científica e visitação 
tem uma grande representatividade. Segundo Gurgel et al. (2009), cerca de 
23,9% da extensão das UCs do país é utilizada para esse fim, o que representa 
4,1% do território brasileiro. O efeito multiplicador desencadeado pelas ativi-
dades vinculadas à visitação e ao turismo ligados à existência de UCs constitui 
um importante elemento para fortalecer a economia local e regional. Ao mesmo 
tempo, essas atividades fortalecem a sensibilização ambiental da população e 
incrementam os recursos financeiros para a manutenção dessas áreas.
O Parque Nacional do Iguaçu (Figura 1), no Paraná, recebeu em janeiro de 2017 o maior 
número de visitantes desde a sua criação, há 78 anos. Ao todo, 216.465 pessoas foram 
ao parque para visitar as Cataratas do Iguaçu, que são consideradas desde 2011 uma 
das sete maravilhas da natureza (BRASIL, 2017).
Figura 1. Parque Nacional do Iguaçu.
Fonte: Bill Ramsden/Shutterstock.com.
Atividades em campo276
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 276 22/02/2018 11:16:32
Porém, mesmo que as UCs tenham por objetivo a preservação da biodiver-
sidade, isso não significa que não possa haver atividades nela. Dessa forma, 
algumas atividades em campo são permitidas em unidades de conservação, 
principalmente as relacionadas à educação ambiental, como a visitação de 
escolas, da comunidade e de turistas. As saídas de campo são excelentes 
ferramentas pedagógicas, pois auxiliam na aprendizagem dos alunos.
Nos últimos anos, as saídas de campo começaram a ganhar destaque nas 
aulas de Ciências como modalidade didática. Essa atividade, por ser realizada 
em ambientes naturais, estimula a curiosidade dos alunos e proporciona uma 
aprendizagem mais significativa, uma vez que o professor tem disponíveis 
diversos recursos naturais. As saídas de campo facilitam a interação dos alunos 
com o meio ambiente em situações reais, aguçando a busca pelo saber, além 
de estreitar as relações entre aluno e professor (VIVEIRO; DINIZ, 2009). Em 
um ambiente natural, é possível agrupar e relacionar os diferentes conteúdos, 
e essa dependência existente entre uma parte e outra é que possibilita uma 
abordagem mais ampla.
Resumidamente, as atividades em campo permitidas em unidades de con-
servação poderão ocorrer, desde que de forma sustentável. Um dos principais 
objetivos dessas atividades é promover a educação ambiental nos visitantes 
das unidades de conservação.
De acordo com a Política Nacional de Educação Ambiental (BRASIL, 1999), a educação 
ambiental consiste em processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade 
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências 
voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial 
à sadia qualidade de vida e à sua sustentabilidade.
A educação ambiental objetiva despertar uma consciência crítica sobre os 
problemas ambientais. Mas engana-se quem pensa que ela se restringe apenas 
à abordagem de temas como preservação ambiental, lixo, poluição, proteção 
dos animais. Na verdade, ela aborda mais do que isso: assume um caráter mais 
complexo e realista, considerando o ambiente em sua totalidade e analisando 
os aspectos naturais, artificiais, políticos, econômicos, históricos e culturais. 
277Atividades em campo
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 277 22/02/2018 11:16:32
A educação ambiental visa realizar um possível equilíbrio entre o homem e o 
ambiente, na constante busca pelo progresso e desenvolvimento.
Outra vertente da educação ambiental é promover o ecoturismo, um segmento 
do turismo voltado para a contemplação e atividades esportivas, educacionais ou 
de lazer no meio natural, de forma a preservar os patrimônios naturais e culturais 
do local visitado. O ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza 
o patrimônio natural e cultural de forma sustentável, incentiva a sua conservação 
e busca a formação de uma consciência ambiental, por meio da interpretação do 
ambiente, promovendo o bem-estar das populações (BRASIL, 2010).
Para que a visitação do público em unidades de conservação seja possível, é 
necessária muitas vezes a abertura de caminhos, ou seja, de trilhas ecológicas. 
Pereira et al. (2014) mencionam que a humanidade sempre utilizou caminhos para 
alcançar lugares. Trilhas percorridas sempre tiveram uma função bem definida: 
servir como uma conexão ou um meio de se chegar a uma localidade ou descobrir 
outras. Porém, as trilhas, nas últimas décadas, têm adquirido outro significado. O 
que antes servia apenas para o deslocamento atualmente tem servido como ferra-
menta de contemplação, preservação da natureza e pesquisa. Trilhas constituem um 
importante instrumento pedagógico para o conhecimento da fauna e flora local.
Marrom et al. (2010) mencionam que a trilha planejada contribui de forma 
determinante para uma educação ambiental bem-sucedida, já que a interpre-
tação ambiental é uma maneira de representar a linguagem da natureza, os 
processos naturais e a inter-relação homem–natureza. Dessa forma, os visitantes 
podem compreender e valorizar o ambiente e a cultura local.
Segundo um documento elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente 
(BRASIL, 2006), existem algumas diretrizes para a interpretação ambiental:
  adotar a interpretação ambiental como uma forma de fortalecer a com-
preensão sobre a importância da UC e o seu papel no desenvolvimento 
social, econômico, cultural e ambiental;
  utilizar as diversas técnicas de interpretação como forma de estimular 
o visitante a desenvolver a consciência, a apreciação e o entendimento 
dos aspectos naturais e culturais, transformando a visita em uma ex-
periência enriquecedora e agradável;
Atividades em campo278
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 278 22/02/2018 11:16:32
  empregar instrumentos de interpretação ambiental como ferramenta de 
minimização de impactos negativos naturais e culturais;
  desenvolver instrumentos interpretativos fundamentados em pesquisa e 
informações consistentes sobre os aspectos naturais e culturais do local;
  envolver a sociedade local no processo de elaboração dos instrumentos 
interpretativos;
  assegurar que o projeto de interpretação ambiental seja elaborado por uma 
equipe multidisciplinar e que utilize uma linguagem acessível aos visitantes.
Planejamento e implementação 
de trilhas ecológicas
A caminhada em trilhas tornou-se um meio barato e saudável de realizar 
exercícios físicos, descansar psicologicamentee ainda retomar o contato com 
ambientes naturais distantes do cotidiano das pessoas. Trilhas podem ser usadas 
para se chegar a um destino específi co, como uma caverna ou cachoeira, ou 
podem ser, elas mesmas, um destino de ecoturismo. Nesse segundo caso, áreas 
serranas são excelentes atrativos naturais, por apresentarem diversos recursos 
cênicos, com seus picos, serras, cânions e mirantes (SÃO PAULO, 2008).
Esses autores ressaltam que toda área sob influência da utilização da trilha 
é chamada de corredor da trilha. Às vezes, no planejamento de certas UCs, 
toda a área é considerada como zona de uso extensivo. Uma grande dificuldade 
é dimensioná-la; logo, é necessário conduzir estudos acurados, para defini-la 
de modo adequado, principalmente em relação à largura de sua zona tampão. 
Sua porção central é a superfície de pisoteio — ou de rodagem, no caso de 
trilhas concebidas para cadeirantes. Sua largura pode ser de aproximadamente 
1,20 m, se for definido um sentido para o deslocamento. A porção contígua 
à superfície de pisoteio é a área marginal, que deve ter aproximadamente 80 
cm de cada lado (Figura 2).
279Atividades em campo
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 279 22/02/2018 11:16:32
Figura 2. Exemplo de como deve ser a anatomia de uma 
trilha.
Fonte: São Paulo (2008).
Nos casos de unidades de conservação como parques, geralmente há neces-
sidade e potencial para mais de uma trilha. Mesmo que já haja várias trilhas em 
uso, a adequação e a melhoria de trilhas existentes — e especialmente a abertura 
de novas — devem ser precedidas de um planejamento conjunto de toda a área, 
como um sistema de trilhas. Assim, é possível propiciar acesso a uma diversidade 
de públicos-alvo e a uma maior variedade de ambientes e atrativos da área, com 
possibilidade de realizar atividades diferentes, sem que haja sobrecarga do ambiente 
ou conflitos entre visitantes, devido aos objetivos de uso diversos.
As trilhas podem ser subclassificadas em duas categorias, quanto aos 
recursos de interpretação ambiental (SÃO PAULO, 2008):
  Guiadas: acompanhamento de um guia/condutor, tecnicamente capaci-
tado para estabelecer um bom canal de comunicação entre o ambiente 
e o visitante, oferecendo segurança a todos na caminhada.
  Autoguiadas: permite o contato do visitante com o meio ambiente sem 
a presença de um guia. Recursos visuais, gráficos e outros orientam 
a caminhada, com informações de direção, distância, elementos a 
serem destacados (árvores nativas, plantas medicinais, ocorrência de 
comunidades de animais, etc.) e os temas desenvolvidos (mata ciliar, 
recursos hídricos, raridade geológica, indicações arqueológicas, etc.).
Atividades em campo280
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 280 22/02/2018 11:16:32
É fundamental realizar o levantamento da trilha, ou seja, a medição de diversas variáveis 
para toda a extensão do percurso. Os resultados do levantamento podem, por vezes, 
levar à necessidade de alteração do traçado. O levantamento é feito por trechos da 
trilha e geralmente envolve o trabalho de duas pessoas. Para definir o tamanho do 
trecho, uma das pessoas (A) coloca-se no começo da trilha e a outra (B) vai caminhando 
pela trilha até que:
  haja uma mudança acentuada de direção na trilha, de forma que A não possa mais 
ver B — em locais descampados, é necessário que A imagine um ambiente de 
mata e pense se, nessas circunstâncias, ainda poderia ver B;
  haja uma mudança acentuada de declividade (inclinação) na trilha, tanto ascendente 
(termina uma descida e começa uma subida; ou a trilha passa de ligeiramente a 
fortemente inclinada e vice-versa) quanto descendente (termina uma subida e 
começa uma descida).
Quando uma ou ambas as condições acima ocorrerem, B interrompe a caminhada, 
e A e B começam o levantamento das variáveis necessárias no trecho delimitado. Ao 
terminar o levantamento do trecho, A coloca-se no ponto onde B estava, e este último 
caminha até a identificação de um novo trecho.
Esse processo é seguido até que toda a trilha tenha sido percorrida e suas medidas 
levantadas. O levantamento envolve a medição de variáveis em cada trecho da trilha, 
além de anotações gerais.
O planejamento de uma trilha deve levar em consideração diversos fatores, 
tanto ambientais quanto sociais. Entre os ambientais, destacam-se, basicamente, 
o solo, a vegetação, a fauna e os recursos hídricos. Os sociais estão ligados ao 
visitante e à comunidade local. É importante definir, na fase de planejamento, 
qual será o objetivo da trilha, os elementos de interpretação, assim como o 
público-alvo. De maneira geral, o grande estímulo para que os visitantes 
realizem uma caminhada é o seu destino final, representado por cachoeiras, 
grutas, lagos e cumes de montanhas. Isso faz do planejamento de trilhas um 
desafio para que estas apresentem maior atratividade possível em todo o seu 
percurso (SÃO PAULO, 2008). Entre as etapas que compõem a implantação 
de uma trilha ecológica, pode-se citar:
  Clareamento: após definido o traçado da trilha, é necessário deixar 
a trilha limpa, ou seja, desobstruir a vegetação ou qualquer outro tipo 
de material, de forma a permitir a livre circulação do visitante, sem 
esbarrar em galhos, cipós, árvores — até as raízes e vegetações rasteiras, 
na superfície de pisoteio.
281Atividades em campo
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 281 22/02/2018 11:16:32
  Regularização e pavimentação: as irregularidades do terreno deixam 
a trilha desconfortável e sem segurança. Regularizar o piso é eliminar 
grandes saliências e depressões ou até mesmo adequar a inclinação do 
piso para orientação da drenagem.
  Degraus e escadas: quando o leito da trilha apresenta uma inclinação 
igual ou superior a 12%, é indispensável o seu reordenamento, seja 
por meio da suavidade de um novo traçado em seu percurso, ou da 
construção de degraus ou escadas.
  Ordenamento da drenagem: como a trilha altera o padrão de circu-
lação de água no solo, algumas obras de reorganização da drenagem 
poderão ser necessárias.
  Ultrapassagem de corpos d’água: a construção de pontes ou pingues, 
ou então, a colocação de pedras ou outros objetos.
  Contenção de encostas: caso haja algum risco de queda de encostas ou 
de outros materiais (pedras e árvores, por exemplo) nas trilhas, deverão 
ser executadas obras para contê-los.
Manejo de trilhas ecológicas 
em unidades de conservação
Quando as trilhas interpretativas são bem planejadas e implantadas, estas 
podem auxiliar as unidades de conservação. Segundo Vasconcellos (1997), 
isso pode ocorrer da seguinte forma: conectando o visitante com o lugar, 
por meio do manejo das UCs, aumentando a compreensão e apreciação 
dos recursos naturais e culturais protegidos, diminuindo assim as pressões 
negativas sobre a unidade; provocando mudanças de comportamento, 
atraindo e engajando as pessoas na tarefa de conservação; aumentando a 
satisfação do usuário, criando uma impressão positiva sobre a área prote-
gida e a instituição responsável; e ainda infl uenciando a distribuição dos 
visitantes, tornando-a planejada e menos impactante. A Figura 3 apresenta 
um exemplo de trilha ecológica. 
Atividades em campo282
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 282 22/02/2018 11:16:32
Figura 3. Exemplo de uma trilha ecológica.
Fonte: Weniliou/Shutterstock.com.
Entretanto, as trilhas ecológicas devem ser muito bem analisadas nas 
unidades de conservação; caso contrário, poderão resultar em variações de 
temperatura, exposição direta do solo à radiação solar e aumento do grau de 
exposição aos ventos. Além disso, poderá haver alterações nas condições abi-
óticas do ambiente, provocando mudanças em comunidades vegetais. Quando 
as plantas não conseguem se adaptar às novas condições, ocorre uma alteração 
na diversidade e composição de espécies, cuja dimensão vai depender do grau 
e da amplitude do impacto sofrido (EISENLOHR et al., 2013).
Ainda, é fundamental realizar o monitoramentodas trilhas. Para tal, existem 
diferentes técnicas ou metodologias, que têm como objetivo:
  favorecer o conhecimento sobre a biodiversidade que se busca proteger 
com a UC, especialmente espécies endêmicas e/ou ameaçadas, sobre 
os processos ecológicos mantenedores do ecossistema protegido, bem 
como suas características físicas e ambientais;
  verificar a disponibilidade de pessoal em número adequado e capacitado 
para desenvolver atividades técnicas de manejo de visitação;
  verificar a disponibilidade de recursos financeiros, infraestrutura e 
equipamentos adequados;
  verificar a satisfação do visitante em sua experiência recreativa dentro 
da unidade.
Monitorar os impactos ambientais que as trilhas podem causar é de grande 
importância. Para isso, são utilizadas metodologias específicas, e alguns 
exemplos delas são apresentados no Quadro 1.
283Atividades em campo
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 283 22/02/2018 11:16:33
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Atividades em campo284
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 284 22/02/2018 11:16:33
O manejo de trilhas ecológicas deve analisar também os impactos ambien-
tais que poderão ocorrer na unidade de conservação. Esses impactos podem 
ser positivos ou negativos, e acontecer em maior ou menor escala. Com a 
implantação e utilização de trilhas, não é diferente: a ocorrência de impactos 
é inerente à atividade. Assim, deve-se buscar a minimização dos impactos 
negativos, por meio de uma implantação eficiente, baseada em conhecimentos 
técnicos e utilização controlada. Além disso, procura-se otimizar os impactos 
positivos, propondo a diversidade de paisagens no traçado, a fim de valorizar 
a experiência do visitante.
Entre os impactos positivos, destaca-se a oportunidade de o visitante 
entrar em contato com a natureza e conhecer seus diversos ecossistemas, 
compreendendo suas relações — o que pode se tornar uma ferramenta 
eficaz na valorização e proteção do meio ambiente. Impactos negativos são 
mudanças nas características originais dos recursos e podem ser observados 
sob diferentes aspectos. Os mais comuns, relacionados às trilhas, são aqueles 
ocasionados no solo (erosão, compactação e perda de produtividade), na 
vegetação (supressão) e na fauna (interferência no hábitat da fauna local), 
segundo ressaltam em São Paulo (2008).
1. Uma das atividades permitidas 
em unidades de conservação é a 
visitação, a qual objetiva promover 
a educação ambiental, visando 
desenvolver o conhecimento, 
a sensibilização, as habilidades 
e as atitudes voltadas para a 
preservação do meio ambiente. 
Entre as alternativas a seguir, 
qual está correta em relação à 
educação ambiental em UC?
a) Visa o auxílio a comunidades 
carentes, já que a fome 
mundial deve ser combatida.
b) Elaboração de pareceres 
ambientais para que empresas 
altamente poluidoras possam se 
instalar em áreas de preservação.
c) Instrução a grandes empresas 
da construção para que 
estradas sejam construídas, 
visando o turismo ecológico.
d) Formação de ONGs ambientais 
para proibir totalmente a 
expansão do turismo nas UCs.
e) Manutenção da biodiversidade 
para futuras gerações.
2. Em relação às etapas de 
implantação de trilhas ecológicas, 
assinale a alternativa correta.
a) Quando a trilha apresenta uma 
inclinação superior a 12%, é 
indicado alterar o seu traçado.
b) É indicado deixar pedras e 
galharias de maior porte na trilha, 
285Atividades em campo
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 285 22/02/2018 11:16:34
para proporcionar ao turista 
um ambiente mais selvagem.
c) Caso tenha encostas nas 
margens da trilha, as quais 
possam provocar queda de 
materiais, deve-se instalar 
redes de segurança.
d) Quando se tem a presença de 
recursos hídricos, é indicado a 
colocação de pedras para que 
os turistas possam atravessar.
e) É indicado asfaltar as 
trilhas ecológicas para 
facilitar a caminhada.
3. Analise as alternativas a seguir, sobre 
planejamento de trilhas ecológicas, 
e assinale a alternativa correta.
a) Não é indicado que as 
trilhas em unidades de 
conservação apresentem 
mais de um caminho.
b) O principal objetivo das trilhas 
em unidades de conservação é 
promover a educação ambiental.
c) Todas as trilhas são iguais, 
indiferentemente do tipo de 
público que irá visitar o local.
d) As trilhas sempre devem ser 
mantidas limpas, retirando 
qualquer tipo de material, como 
lixo, galhos, pedras, entre outros.
e) As trilhas devem ser traçadas 
levando em conta unicamente 
a preservação do ambiente.
4. Monitoraros impactos ambientais 
que as trilhas podem causar é de 
grande importância, sendo que para 
isto, são utilizadas metodologias 
específicas. Entre as metodologias, 
pode-se citar a ROS (Recreational 
Opportunity Spectrum), o qual 
apresenta como objetivo central:
a) descrever a gama potencial 
de experiências de visitação 
e condição dos recursos, 
zoneando e monitorando os 
recursos e indicadores sociais.
b) verificar e identificar 
impactos existentes e 
particularmente, suas causas.
c) balizar o planejamento e a 
administração de Parques, 
com ênfase no visitante
d) definir o nível de modificação 
permitido, onde e quais ações 
são necessárias para controlá-la.
e) inventariar, planejar e gerenciar 
a experiência de lazer e o 
ambiente no qual ela ocorre.
5. Além de haver um planejamento 
inicial das trilhas, é importante 
haver um monitoramento 
constante das mesmas após sua 
implantação. Entre as alternativas 
a seguir, qual está correta?
a) O planejamento e 
monitoramento de uma trilha 
deve levar em consideração os 
fatores ambientais unicamente.
b) O monitoramento das trilhas 
visa retirar galharias de folhas 
das mesmas, pois podem 
acabar soterrando as mesmas.
c) O monitoramento deve 
incentivar o uso de 
trilhas alternativas.
d) O monitoramento deve analisar 
se as trilhas estão ocasionando 
impactos ambientais.
e) É importante que ao longo das 
trilhas sejam colocadas placas 
informativas sobre a presença 
de restaurantes ou sanitários.
Atividades em campo286
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 286 22/02/2018 11:16:35
BRASIL. Meio Ambiente. Parque Nacional do Iguaçu bateu recorde de visitantes em janeiro. 
2017. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2017/02/parque-
-nacional-do-iguacu-bateu-recorde-de-visitantes-em-janeiro>. Acesso em: 7 fev. 2018.
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tério do Turismo, 2010. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/sites/default/
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servação. Brasília: MMA, 2006. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/
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da Natureza e dá outras providências. 2000. Disponível em: <http://www.planalto.
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a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. 1999. Disponível 
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GURGEL, H. et al. Unidades de conservação e o falso dilema entre conservação e 
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volvimento_dez_09_240.pdf>. Acesso em: 5 fev. 2018.
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PEREIRA, I. S. D. et al. Princípios para a criação de uma trilha ecológica interpretativa, 
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287Atividades em campo
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 287 22/02/2018 11:16:35
SÃO PAULO. Secretaria do Meio Ambiente. Manejo de trilhas: um manual para gesto-
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VIVEIRO, A. A.; DINIZ, R. E. da S. Atividades de campo no ensino das ciências e na 
educação ambiental: refletindo sobre as potencialidades desta estratégia na prática 
escolar. Ciência em Tela, v. 2 n. 1, 2009. Disponível em: <http://www.cienciaemtela.
nutes.ufrj.br/artigos/0109viveiro.pdf>. Acesso em: 5 fev. 2018.
Atividades em campo288
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 288 22/02/2018 11:16:35
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
As trilhas oferecem aos visitantes, a oportunidade de desfrutar de uma área de maneira tranquila 
e alcançar maior familiaridade com o meio natural. Trilhas bem construídas e devidamente 
mantidas protegem o ambiente do impacto do uso, e ainda asseguram aos visitantes maior 
conforto, segurança e satisfação.
Na Dica do Professor, você irá conhecer um pouco mais a respeito do planejamento e do 
monitoramento das trilhas em Unidades de Conservação.
Confira!
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EXERCÍCIOS
1) Uma das atividades permitidas em Unidades de Conservação é a visitação, a qual 
objetiva promover a educação ambiental, visando desenvolver o conhecimento, a 
sensibilização, as habilidades e as atitudes voltadas para a preservação do meio 
ambiente. Entre as alternativas a seguir, qual esta correta em relação a educação 
ambiental em Unidades de Conservação?
A) Visa o auxílio a comunidades carentes, já que a fome mundial deve ser combatida.
B) Elaboração de pareceres ambientais para que empresas altamente poluidoras possam se 
instalar em áreas de preservação.
C) Instrução a grandes empresas da construção para que estradas sejam construídas, visando o 
turismo ecológico.
D) Formação de ONGs ambientais para proibir totalmente a expansão do turismo nas UAs.
E) Manutenção da biodiversidade para futuras gerações.
2) Em relação as etapas de implantação de trilhas ecológicas, assinale a alternativa 
correta.
A) Quando a trilha apresenta uma inclinação superior a 12%, é indicado alterar o traçado da 
mesma.
B) É indicado deixar pedras e galharias de maior porte na trilha, para proporcionar ao turista 
um ambiente mais selvagem.
C) Caso tenha encostas nas margens da trilha, as quais possam provocar queda de materiais, 
deve-se instalar redes de segurança.
D) Quando tem-se a presença de recursos hídricos, é indicado a colocação de pedras para que 
os turistas possam atravessar.
E) É indicado asfaltar as trilhas ecológicas, para facilitar a caminhada.
3) Analise as alternativas a respeito do planejamento de trilhas ecológicas, e assinale a 
correta.
A) Não é indicado que as trilhas em Unidades de Conservação apresentem mais de um 
caminho.
B) O principal objetivo das trilhas em Unidades de Conservação é promover a educação 
ambiental.
C) Todas as trilhas são iguais, indiferentemente do tipo de público que irá visitar o local.
D) As trilhas sempre devem ser mantidas limpas, retirando qualquer tipo de material, como 
lixo, galhos, pedras, entre outros.
E) As trilhas devem ser traçadas levando em conta unicamente a preservação do ambiente.
4) Monitorar os impactos ambientais que as trilhas podem causar é de grande 
importância, sendo que para isto, são utilizados metodologias específicas. Entre estas 
metodologias, pode-se citar a ROS, sigla em inglês para RecreationalOpportunity 
Spectrum, em português Espectro de oportunidade recreacional. O objetivo central 
dessa metodologia é:
A) Decrever a gama potencial de experiências de visitação e condição dos recursos, zoneando 
e monitorando os recursos e indicadores sociais.
B) Verificar e identificar impactos existentes e particularmente, suas causas.
C) Balizar o planejamento e a administração de Parques, com ênfase no visitante
D) Definir o nível de modificação permitido, onde e quais ações são necessárias para 
controlá-la.
E) Inventariar, planejar e gerenciar a experiência de lazer e o ambiente no qual ela ocorre.
5) Além de haver um planejamento inicial das trilhas, é importante haver um 
monitoramento constante das mesmas após sua implantação. Entre as alternativas a 
seguir, qual está correta?
A) O planejamento e monitoramento de uma trilha deve levar em consideração os fatores 
ambientais unicamente.
O monitoramento das trilhas visa retirar galharias de folhas das mesmas, pois podem B) 
acabar soterrando as mesmas.
C) O monitoramento deve incentivar o uso de trilhas alternativas.
D) O monitoramento deve analisar se as trilhas estão ocasionando impactos ambientais.
E) É importante que ao longo das trilhas sejam colocadas placas informativas sobre a 
presença de restaurantes ou sanitários.
NA PRÁTICA
Um dos objetivos de trilhas de uso público em áreas naturais é suprir as necessidades recreativas 
de maneira a manter o ambiente estável e permitir ao visitante a devida segurança e conforto. 
Desta forma, além do planejamento das trilhas ecológicas, é fundamental realizar uma 
manutenção das mesmas, visando prevenir e corrigir problemas como locais escorregadios e 
com lama, erosão, aparecimento de caminhos múltiplos, entre outros.
Bruno é gestor ambiental e foi contratado para implementar uma trilha ecológica em um Parque 
Nacional.
Confira!
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Para saber mais sobre esse assunto, leia o artigo Trilhas e seu papel ecológico: o que temos 
aprendido e quais as perspectivas para a restauração de ecossistemas? Nesse artigo é 
possível verificar que o uso de trilhas vem aumentando nas últimas décadas, 
principalmente em áreas de proteção ambiental. Nesse sentido, as trilhas podem ser 
consideradas um paradoxo à conservação e restauração dos ambientes naturais. Se por um 
lado representam uma ferramenta a favor da conservação e restauração por permitirem o 
contato do homem com a natureza e a conscientização da necessidade de conservar.
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Para aprofundar seu conhecimento a respeito das trilhas ecológicas, leia o artigo: Trilhas 
Interpretativas na área verde da escola como estratégia de ensino para aprendizagem de 
conceitos ecológicos. As trilhas ecológicas podem ser uma excelente ferramenta de 
aprendizagem. A utilização das trilhas interpretativas no ensino de ciências contribui 
positivamente na construção de conceitos científicos relevantes, pois favorecem ganhos 
cognitivos. Como também, ganhos relativos às dimensões sociais e afetivas, 
proporcionando aos alunos uma melhoria na autoestima, no senso de responsabilidade 
pessoal e coletiva no que concerne a construção da cidadania.
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E no vídeo Trilha ecológica no Parque do Utinga em Belém, conheça a importância das 
trilhas ecológicas em Unidades de Conservação, promovendo o conhecimento e a educação 
ambiental dos participantes.
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Analise crítica de estudos ambientais
APRESENTAÇÃO
A análise crítica é um método que visa a identificar falhas e/ou erros em qualquer plano ou 
estudo, auxiliando assim, por meio de argumentos técnicos, na melhoria do plano em questão. 
Os estudos ambientais aplicados às UC (Unidades de Conservação) muitas vezes apresentam 
erros, seja pela falta de conhecimento da equipe técnica, por imprudência, por falta de recursos 
ou ainda por falta de atenção. Nesse sentido, a aplicação da análise crítica aos estudos existentes 
em unidades de conservação pode identificar essas falhas e indicar, inclusive, a sua efetividade. 
Ou seja, se as UC realmente protegem os recursos naturais e a eficiência com que suas metas e 
objetivos são alcançados. A avaliação da efetividade de gestão das UC pode ser feita, ainda, por 
outros diferentes métodos e é reconhecida como um componente vital da gestão responsável e 
pró-ativa dessas unidades. 
 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá como é o funcionamento da análise crítica aplicada 
aos estudos ambientais em Unidades de Conservação. Também verá a descrição dos problemas 
e as consequências da inexistência ou de falhas nos estudos ambientais relacionados à gestão de 
UC. Além disso, será apresentado ao conceito de análise crítica, sua importância, sua real 
aplicação na gestão de UC e os critérios relacionados à efetividade da gestão das unidades.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever os problemas e as consequências da inexistência ou de falhas nos estudos 
ambientais visando à gestão da UC.
•
Reconhecer a análise crítica e a efetividade na gestão de UC.•
Relatar a importância e os critérios de realização da análise crítica dos estudos ambientais 
para a efetividade da UC.
•
DESAFIO
Os estudos ambientais envolvem uma equipe multidisciplinar, pois é necessário analisar os 
impactos ambientais dos meios abiótico e biótico. 
 
Visando à implantação de uma Pequena Central Hidrelétrica - PCH em uma unidade de 
conservação, foi entregue ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 
(ICMBio) o estudo de impactos ambientais (EIA). 
Analisando essa situação de maneira específica, você - como um dos técnicos do ICMbio -
 responda: na sua opinião, o parecer técnico deverá ser favorável ou desfavorável? 
Justifique com argumentos, detalhando-os um a um.
 
INFOGRÁFICO
Devido à deficiência nos planejamentos ou nos critérios para a implantação de unidades de 
conservação, verifica-se que a criação das diferentes categorias de UC em território nacional, na 
maioria das vezes, não atende às especificidades atribuídas, desviando-as do objetivo maior que 
é a proteção dos recursos ambientais. Além disso, há necessidade de manejo adequado para 
que atinjam seus objetivos.
Dessa forma, é fundamental analisar a efetividade da gestão das UC, ou seja, analisar de 
forma crítica se o plano de manejo da UC realmente está sendo eficaz e trazendo benefícios à 
preservação da biodiversidade. Mas para analisar a efetividade da gestão, deve-se respeitar 
alguns elementos básicos. 
 
Que tal saber quais são estes elementos? Confira no Infográfico a seguir.
CONTEÚDO DO LIVRO
Muitas unidades de conservação federais brasileiras acabam sendo criadas sem que haja estudos 
ambientais e uma definição precisa de critérios. Dessa forma, não basta apenas analisar o meio 
ambiental, é necessário também analisar os tipos de uso que a população vizinha faz dessa área. 
E esse é um item por vezes deixado de lado nos estudos, principalmente pelo fato de muitos 
estudiosos da área ambiental acharem que o objetivo das unidades de conservação consiste 
apenas na preservação da biodiversidade. 
 
Na obra Gerenciamento de unidades de conservação, base teórica dessa Unidade de 
Aprendizagem, leia o capítulo Análise crítica de estudos ambientais em unidades de 
conservação, no qual você vai conhecer os principais erros e pontos que devem ser melhorados 
com relação aos estudos ambientais. 
 
Boa leitura.
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Bióloga 
Mestre e Doutora em Ciências 
Professora do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
G367 Gerenciamento de unidades de conservação / Anderson SoaresPires... [et al.]; [revisão técnica : Vanessa de Souza
Machado]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
304 p. :il.. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-339-0
1. Gestão ambiental. I. Pires, Anderson Soares.
CDU 502.13
1_Iniciais.indd 2 22/02/2018 11:33:46
Análise crítica de 
estudos ambientais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Descrever os problemas e as consequências da inexistência ou das 
falhas nos estudos ambientais visando à gestão da unidade de con-
servação (UC).
  Reconhecer a análise crítica e a sua aplicação na gestão de UCs.
  Relatar a importância e os critérios da realização da análise crítica dos 
estudos ambientais para a efetividade da UC.
Introdução
A análise crítica é um método que visa identificar falhas e/ou erros em 
qualquer plano ou estudo, auxiliando, por meio de argumentos técnicos, 
na melhoria do plano ou do estudo analisado. Os estudos ambientais 
aplicados às unidades de conservação muitas vezes apresentam erros, 
seja por falta de conhecimento da equipe técnica, imprudência, falta de 
recursos ou mesmo por falta de atenção. Nesse sentido, a aplicação da 
análise crítica em estudos existentes em UCs pode identificar essas falhas 
e indicar a sua efetividade — ou seja, se as UCs realmente protegem os 
recursos naturais e com que eficiência as suas metas e os objetivos são 
alcançados. A avaliação da efetividade de gestão das UCs pode ser feita 
ainda por outros métodos e é reconhecida como um componente vital 
de uma gestão responsável e proativa.
Neste capítulo, você vai conhecer a análise crítica aplicada aos estudos 
ambientais em unidades de conservação, descrevendo os problemas e 
as consequências da inexistência ou das falhas nos estudos ambientais 
relacionados à gestão dessas áreas. Além disso, será conceituado e apre-
sentado o que é análise crítica e qual é a sua real aplicação na gestão de 
UCs, bem como a sua importância e os critérios relacionados à efetividade 
da gestão das unidades.
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 289 22/02/2018 11:16:35
Estudos ambientais falhos em 
unidades de conservação
Um grande problema relacionado às unidades de conservação (UCs) refere-
-se aos estudos ambientais realizados de modo incorreto, apresentando 
falhas que podem colocar em risco espécies que deveriam ser preservadas 
nessas áreas. Antes de criar uma UC, é necessário realizar um diagnóstico 
ambiental. Cabe ressaltar que, após implantar a UC, deve-se criar um plano 
de manejo para ela; nesse caso, novamente será necessário elaborar um 
diagnóstico ambiental. O diagnóstico ambiental deve ser realizado por 
uma equipe multidisciplinar (biólogos, geólogos, engenheiros, historiadores, 
psicólogos, entre outros).
O diagnóstico ambiental é a caracterização da qualidade ambiental da 
área impactada e do seu entorno, de modo a fornecer conhecimento suficiente 
para embasar a identificação e a avaliação dos impactos nos meios físico, 
biológico e socioeconômico. Ele visa o correto planejamento de ações, a 
fim de evitar ao máximo impactos ambientais ou então realizar a correta 
recuperação de áreas.
Além das observações e dos levantamentos de campo, fazem parte do 
diagnóstico ambiental, segundo Stein et al. (2017), os seguintes itens:
  identificação e avaliação dos impactos ambientais, descrevendo os 
problemas ambientais ocasionados — ou que poderão ser ocasionados 
— na área em questão;
  análise da fauna e da flora, verificando as alterações na relação flora/
fauna e na cadeia alimentar, e analisando todo o meio biótico;
  caracterização física, química e biológica dos solos, da água e do ar, 
analisando todo o meio abiótico.
Montar um diagnóstico ambiental não é uma tarefa fácil: exige conhe-
cimento (prático e teórico) dos profissionais envolvidos. Eventualmente, a 
equipe pode acabar deixando de lado alguma informação, por achar que não 
Análise crítica de estudos ambientais290
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 290 22/02/2018 11:16:36
é significativa ou mesmo por não tê-la percebido; entretanto, isso poderá 
ocasionar enormes prejuízos ambientais, sociais e econômicos.
O meio ambiente consiste em um conjunto de unidades ecológicas que funcionam 
como um sistema natural e incluem toda a vegetação, os animais e microrganismos, o 
solo, as rochas, a atmosfera e os fenômenos naturais que podem ocorrer em seus limites 
(SÁNCHEZ, 2013). Talvez essa seja a razão pela qual os estudos ambientais se tornem 
complexos ou mesmo falhos, pois há diferentes fatores que devem ser analisados.
Sánchez (2013) comenta que existe uma lista de problemas relacionados 
com o diagnóstico ambiental, que envolvem desde questões de ordem 
metodológica até levantamentos incompletos. O diagnóstico ambiental é 
a parte mais facilmente criticável dos estudos ambientais, uma vez que os 
inventários sempre podem ser mais detalhados e as análises, mais profundas. 
Logo, é necessário estabelecer qual a extensão e o grau de detalhamento 
dos estudos necessários, para fundamentar a análise dos impactos e a 
proposição de medidas de gestão, de modo que a análise técnica tenha 
como referência esses requisitos mínimos.
Além disso, é comum a elaboração de termos de referência falhos e, 
consequentemente, é grande a probabilidade de se encontrarem estudos 
ambientais problemáticos. É claro que os estudos ambientais feitos a partir 
de excelentes termos de referência também podem ser de má qualidade, 
concorrendo para isso outros fatores, como a capacitação da equipe e os 
recursos disponíveis (SÁNCHEZ, 2013).
291Análise crítica de estudos ambientais
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 291 22/02/2018 11:16:36
É comum que profissionais realizem o inventário florestal por meio de amostragem. 
Trata-se de uma técnica eficiente, que permite avaliar uma porção representativa da 
área, sendo utilizada em grandes áreas de florestas, em que se torna inviável a medição 
de toda a área. Dessa forma, os profissionais escolhem algumas áreas dentro da mata 
e as medem (Figura 1).
O problema é que essas áreas escolhidas podem não representar todo o tipo de 
vegetação que se encontra na unidade de conservação; outras áreas podem, inclusive, 
apresentar espécies raras ou ameaçadas de extinção.
Figura 1. Obtenção da circunferência à altura do peito – CAP (a) e da altura média da 
árvore (b).
Fonte: Robert Crum/Shutterstock.com.
Entre as principais problemáticas enfrentadas pelos estudos ambientais, 
podemos citar:
  problemas relacionados com a estratégia de amostragem;
  profissionais que fazem uma avaliação sem levar em conta o que pode 
ocorrer durante o ano (pode haver a presença de animais migratórios, 
os quais utilizam a UC apenas durante um pequeno período, e que 
acabam não sendo considerados no levantamento da fauna);
  profissionais que acabam se adequando às necessidades do proprietário 
(no caso de UCs particulares) ou do órgão ambiental responsável pelo 
manejo da UC;
Análise crítica de estudos ambientais292
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 292 22/02/2018 11:16:36
  uso de equipamentos e metodologias inapropriados, ou de equipamentos 
não calibrados;
  falta de mão de obra e inexperiência dos profissionais;
  falta de recursos financeiros para realizar os estudos ambientais.
Caso haja a necessidade de realizar o diagnóstico de forma rápida, diversos 
itens podem acabar sendo deixados de fora do levantamento. Além disso, os 
profissionais envolvidos podem acabar favorecendo o proprietário da área, 
nas UCs particulares, para que determinada atividade seja liberada pelo órgão 
ambiental competente.
Segundo a Lei nº 9.605/1998, elaborar ou apresentar, no licenciamento ambiental, 
na concessão florestal ou em qualquer outro procedimento administrativo, estudo, 
laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por 
omissão, é considerado crime ambiental, resultando em uma pena com reclusão de 
três a seisanos e multa.
Análise crítica e efetividade de UCs
A defi ciência nos planejamentos ou nos critérios para a implantação de 
unidades é um dos maiores problemas atrelados às unidades de conservação. 
Além disso, há a necessidade de manejo adequado, para que essas áreas atin-
jam os seus objetivos. A presença de espécies exóticas invasoras, a extração 
de madeira, a caça e infl uências externas (interferências antrópicas) estão 
entre as atividades mais críticas que ameaçam as UCs, segundo o IBAMA 
e a WWF-BRASIL (2007). Nesse sentido, a análise crítica está relacionada 
à ideia de investigar/analisar qualquer plano ou projeto da UC, visando 
identifi car as falhas e/ou os erros desses documentos, para maximizar o 
processo de gestão e os resultados do plano ou do projeto.
Por exemplo, uma análise crítica do plano de manejo e das atividades 
reais implantadas em determinada UC pode indicar a efetividade dessa UC 
em relação aos seus objetivos predeterminados. A análise crítica do levan-
tamento e do monitoramento, ao longo do tempo, de determinada espécie 
exótica presente na UC pode revelar aspectos de sua biologia e características 
293Análise crítica de estudos ambientais
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 293 22/02/2018 11:16:36
que auxiliam no seu controle dentro dessa área. Dessa forma, é fundamental 
investir em um sistema de gestão eficaz nas unidades de conservação. De 
acordo com o IBAMA e a WWF-BRASIL (2007), a efetividade de gestão 
é analisada por meio dos seguintes elementos, os quais são organizados em 
diferentes módulos ou temas:
  Planejamento: contém os módulos referentes aos objetivos, ao amparo 
legal, desenho e planejamento das unidades de conservação.
  Insumos: avaliam-se recursos humanos, meios de comunicação e in-
formação, infraestrutura e os recursos financeiros existentes.
  Processos: são avaliados pelo planejamento da gestão da área, pelos 
modelos utilizados para a tomada de decisão, pelos mecanismos de 
avaliação e monitoramento e pela relação entre pesquisa desenvolvida 
e necessidades de manejo da área.
  Resultados: são produtos e serviços específicos, realizados pelos 
funcionários e gestores da UC, voluntários e membros da comunidade. 
Avaliam-se ações relativas ao planejamento da gestão, à recupera-
ção de áreas e ações mitigadoras, ao manejo de recursos naturais, à 
divulgação de informações à sociedade, ao controle de visitantes e 
turistas, à implantação e manutenção da infraestrutura, à prevenção 
e detecção de ameaças e aplicação da lei, à supervisão e avaliação 
de desempenho de funcionários, à capacitação e ao desenvolvimento 
de recursos humanos, a organização, capacitação e desenvolvimento 
das comunidades locais e conselhos gestores, ao desenvolvimento de 
pesquisas e monitoramento de resultados.
  Efetividade da gestão: compreende a soma dos resultados dos elementos 
planejamento, insumos, processos e resultados.
A gestão ambiental somente será efetiva a partir de um modelo de conser-
vação e desenvolvimento almejado, o qual se propõe a conduzir da melhor 
forma os processos interativos e dinâmicos entre os sistemas natural e social. 
Todavia, para que o processo de gestão de UCs funcione, é necessário que 
conte com ações, recursos e mecanismos jurídicos e institucionais.
Análise crítica de estudos ambientais294
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 294 22/02/2018 11:16:36
Dessa forma, segundo a Lei nº 9.985/2000, o índice de efetividade visa 
avaliar o desempenho das unidades de conservação federais e acompanhar a 
sua evolução ao longo do tempo. Banzato (2014) menciona que existem atu-
almente mais de 40 métodos para analisar a efetividade de manejo das UCs, 
dos quais cerca de 20 são aplicados na América Latina. Essa diversidade de 
metodologias está relacionada às adaptações necessárias para avaliar situações 
regionais e realidades locais. Nesse contexto, em função da diversidade de 
métodos, com objetivos, parâmetros e processos de medição diferentes, não 
é possível comparar os resultados no contexto global.
Uma excelente ferramenta relacionada à efetividade de gestão de UCs é o 
Sistema de Análise e Monitoramento de Gestão (SAMGe), o qual busca aferir 
a efetividade da gestão de unidades de conservação a partir da análise das 
inter-relações entre os alvos de conservação (o que se busca manter), os usos 
(interfaces entre os alvos e a sociedade) e as ações de manejo realizadas pelo 
órgão gestor. A metodologia visa alcançar os objetivos inerentes às análises 
de efetividade de gestão, ou seja, servir como subsídio para a tomada de 
decisão (tanto na unidade, quanto para processos relacionados) e aproximar a 
sociedade da gestão das áreas especialmente protegidas, ao divulgar resultados 
e transversalizar o processo de aplicação.
A matriz de avaliação da efetividade de manejo é outra ferramenta que 
pode auxiliar bastante. Essa técnica, de acordo com Mesquita (2002), baseia-
-se na construção de cenários de manejo (parâmetros) para cada variável 
(ou subvariável, quando ocorrer), que correspondem a valores específicos, 
os quais variam entre zero e quatro. A situação com pontuação máxima 
equivale ao “ótimo de manejo” para aquela variável ou subvariável espe-
cífica. A construção de cenários claros e objetivos, com o maior nível de 
detalhamento possível, é fundamental para a redução da subjetividade, 
comum nesses tipos de avaliações. Dessa forma, os resultados são compa-
rados segundo uma escala de classificação e compreensão da efetividade 
de manejo, conforme a Tabela 1.
295Análise crítica de estudos ambientais
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 295 22/02/2018 11:16:36
Fonte: Mesquita (2002).
Efetividade de 
manejo obtida Classificação e situação atual de manejo
≤ 35% Efetividade de manejo insatisfatória. Faltam 
muitos elementos para um manejo adequado da 
área, e a situação atual não garante a existência 
da reserva em longo prazo. Seus objetivos 
de manejo não estão sendo cumpridos.
36 – 60% Efetividade de manejo pouco satisfatória. Há 
recursos para o manejo, mas a reserva ainda é 
muito vulnerável a fatores externos e internos, 
pois dispõe apenas das condições mínimas para 
a sua existência. Em um quadro assim, poucos 
objetivos de manejo podem ser cumpridos.
61 – 75% Efetividade de manejo regular. A reserva 
apresenta deficiências que não permitem 
uma base sólida para o seu manejo, embora 
ações importantes sejam executadas. Alguns 
objetivos básicos podem não ser atendidos.
76 – 90% Efetividade de manejo satisfatória. Os fatores 
e meios para o manejo adequado da reserva 
estão presentes, e há uma forte tendência de 
cumprimento de boa parte de seus objetivos.
> 90% Efetividade de manejo plenamente satisfatória. 
A reserva reúne todos os componentes e as 
condições necessárias para assegurar o seu 
manejo e a existência futura. Os objetivos 
de manejo são totalmente cumpridos.
Tabela 1. Escala para classificação e compreensão da efetividade de manejo.
Importância da análise crítica 
e da efetividade das UCs
Muitas unidades de conservação federais brasileiras acabam sendo criadas 
sem que haja estudos ambientais ou critérios bem defi nidos, segundo ressalta 
Milano (2000). Isso acaba gerando algumas consequências, uma vez que 
Análise crítica de estudos ambientais296
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 296 22/02/2018 11:16:36
os órgãos ambientais responsáveis não terão informações necessárias para 
o planejamento adequado dessa UC. Conforme Banzato (2014), criar uni-
dades de conservação sem a perspectiva de implantá-las provoca inúmeros 
problemas regionais, prejudicando a relação das instituições mantenedoras 
e da unidade propriamente dita com as comunidades locais. Entre esses 
problemas, Banzato (2014) ressalta:
  expectativas não atendidas;
  lucro e produção cessantes;
  desestabilização da cultura;
  déficit tributário pela redução de produção e paralisação do processo 
de desenvolvimento regional.
Todos essesproblemas culminam na insatisfação regional e no desgaste 
do nome e da imagem institucionais.
Outro grande problema que as unidades de conservação enfrentam está relacionado 
com a criação das diferentes categorias de UCs no Brasil. Na maioria dos casos, elas 
não atendem às especificidades atribuídas, desviando-se do objetivo maior, que é a 
proteção dos recursos ambientais. Além disso, é necessário o manejo adequado para 
que elas atinjam os seus objetivos (BANZATO, 2014).
Ainda, muito estudos acabam apenas descrevendo as características do 
meio biológico no local da UC, esquecendo-se de apresentar as caracterís-
ticas sociais e econômicas localizadas no entorno da unidade. Essa prática 
vai contra os objetivos das unidades de conservação: além de cuidarem da 
biodiversidade, devem garantir a conservação e o desenvolvimento socio-
econômico local e regional.
Leite (2015) ressalta que as medidas para reduzir a pobreza no interior e 
entorno das unidades de conservação devem ser apresentadas nos estudos 
ambientais. Em outras palavras, não basta apenas proibir determinada prática 
nas UCs, é necessário também incentivar a produção, extração e comerciali-
297Análise crítica de estudos ambientais
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 297 22/02/2018 11:16:37
zação de recursos não madeireiros, ou o desenvolvimento do ecoturismo com 
a participação das comunidades locais.
Outro obstáculo que marca a dificuldade de investigação da eficácia das 
áreas protegidas é a ausência de informações sobre distribuição geográfica 
de espécies e limites ocupados nos ecossistemas numa escala mais refinada 
(LEITE, 2015). Nesse sentido, a carência de bases cartográficas concisas 
sobre a cobertura vegetal nos espaços antrópicos existentes também é um 
fator que tem restringido avanços mais concretos no planejamento da con-
servação de áreas protegidas.
Quando as delimitações das unidades de conservação não são definidas de forma 
clara ou existe a falta de fiscalização, tem-se a invasão das áreas protegidas. Esse é o 
caso da zona de proteção ambiental do Parque da Cidade, na zona oeste de Natal: 
os moradores estão construindo novas casas em áreas de dunas, nas quais não há 
saneamento básico, despejando os rejeitos na própria área do parque (Figura 2).
Figura 2. Invasão da área do Parque da Cidade, na zona oeste de Natal, com construções 
irregulares.
Fonte: Gomes (2017).
Análise crítica de estudos ambientais298
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 298 22/02/2018 11:16:37
De forma geral, o número crescente de unidades de conservação acentua 
a necessidade de alternativas viáveis, para aperfeiçoar a eficácia da conser-
vação. Nesse cenário, a discussão de processos de distúrbios, de formatos 
metodológicos e de resultados de aplicação das análises de viabilidade de áreas 
protegidas é uma estratégia para identificar as medidas ideias para explicar a 
eficácia dessas áreas (LEITE, 2015).
O processo de planejamento de áreas protegidas deve compreender a análise da 
dinâmica da cobertura vegetal e do desenvolvimento das atividades de uso da terra, 
com vistas ao espalhamento de distúrbios causados pelas ações antrópicas.
De modo geral, o processo de análise da eficácia de áreas protegidas pode ser 
definido em quatro níveis complementares, segundo Leverington et al. (2010):
  Nível 1: a cobertura da biodiversidade ou dos ecossistemas protegidos 
pode ser mensurada.
  Nível 2: é feito o enquadramento dos estudos sobre impactos ambientais 
da supressão temporal da vegetação.
  Nível 3: ocorre a análise da efetividade do gerenciamento de áreas 
protegidas.
  Nível 4: engloba valores específicos, como monitoramento de fauna, 
estudos sobre as condições estruturais das florestas e impactos socio-
econômicos no entorno da UC.
Quando os estudos ambientais não respeitam esses quatro níveis, eles 
podem ser considerados falhos. Dessa forma, aplicar uma análise crítica dos 
estudos ambientais (características físicas, químicas, biológicas e do meio 
socioeconômico) pode identificar essas falhas e auxiliar na melhor tomada 
de decisão quanto ao manejo e à efetividade da UC.
299Análise crítica de estudos ambientais
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 299 22/02/2018 11:16:37
É importante ressaltar que a efetividade da gestão da UC não está rela-
cionada apenas com a preservação da biodiversidade. Também é importante 
para analisar a importância socioeconômica da unidade de conservação como 
fonte de empregos para a comunidade, o grau de dependência de recursos 
naturais para a subsistência da comunidade, a oportunidade de desenvol-
vimento da comunidade por meio do uso sustentável de recursos naturais, 
o significado espiritual e religioso da área, a existência de características 
cênicas ou estéticas relevantes, a presença de plantas e animais de impor-
tância cultural ou econômica ou valor recreativo, os serviços e benefícios 
proporcionados pelo ecossistema e o valor educacional ou científico da área 
(IBAMA; WWF-BRASIL, 2007).
Em algumas UCs, é comum a prática de visitação pela população, com o intuito de 
promover a educação ambiental e/ou realizar estudos ou pesquisas que possam auxiliar 
tanto o meio ambiente como a população de modo geral. Porém, é fundamental 
realizar uma análise crítica dessa prática, a qual apresenta vantagens como:
  promover a educação ambiental, o que ocasiona diminuição de desmatamento, 
queimadas, caça e pesca predatórias, preservação da fauna e da flora, entre outros 
(ou seja, impactos ambientais positivos);
  analisar prováveis impactos ambientais negativos, como a compactação do solo, a 
poluição do ar, do solo ou da água, a geração de resíduos, a supressão de vegetação, 
a interferência no hábitat de animais, entre outros;
  auxiliar na proliferação da cultura dos povos e das tribos vizinhas à UC.
Análise crítica de estudos ambientais300
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 300 22/02/2018 11:16:37
1. Esse método de análise da 
efetividade de gestão de uma 
UC foi criado pela Rede WWF, 
entre 1999 e 2002, e segue os 
princípios recomendados pela 
União Internacional para a 
Conservação da Natureza e dos 
Recursos Naturais. Essa descrição 
refere-se a qual alternativa?
a) Matriz de avaliação da 
efetividade de manejo.
b) Avaliação rápida e priorização 
do manejo de UCs, conhecido 
como método Rappan.
c) Método check-list (listagem).
d) Matriz de Leopold.
e) Sistema de Análise e 
Monitoramento de 
Gestão (SAMGe).
2. A efetividade de unidades de 
conservação apresenta diferentes 
etapas, sendo uma delas o 
planejamento. Sobre essa etapa, 
marque a opção correta.
a) Avalia os recursos humanos, 
os meios de comunicação e 
informação, a infraestrutura e os 
recursos financeiros existentes.
b) Avalia as ações desenvolvidas 
pelas unidades.
c) Avalia o planejamento da gestão, 
a tomada de decisões e o 
desenvolvimento de pesquisas, 
avaliações e monitoramento.
d) Compreende a soma dos 
resultados de todos os 
demais elementos.
e) Refere-se aos objetivos da 
unidade de conservação, bem 
como ao amparo legal e desenho 
e planejamento das UCs.
3. Mais tarde, após a(o) _______ de 
uma UC ser criada(o), uma equipe 
multidisciplinar reúne-se para 
analisá-la(o), com o intuito de achar 
possíveis problemas que possam 
estar ameaçando a biodiversidade na 
área protegida ou mesmo estando 
em desacordo com os objetivos 
traçados inicialmente para a UC. 
Entre as alternativas a seguir, qual 
completa a lacuna de forma correta?
a) Plano de manejo.
b) Diagnóstico ambiental.
c) Estudos ambientais.
d) Efetividade do plano de manejo.
e) Avaliação de impactos 
ambientais.
4. Algumas Unidades de Conservação 
são abertas ao público, seja 
para prática de visitação ou 
para educação/pesquisa, mas é 
fundamental realizar uma análise 
crítica dos prováveis impactos que 
poderão ocorrer nas UCs com tal 
prática, bem como promover a 
educação ambiental nos visitantes.
Das alternativas a seguir, qual estácorreta em relação à consequência 
301Análise crítica de estudos ambientais
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 301 22/02/2018 11:16:38
social negativa da operação 
de visitação pública em UCs 
sem um adequado Programa 
de Educação Ambiental?
a) Interferência nas 
espécies vegetais.
b) Interferência cultural na 
população tradicional da UC.
c) Compactação do 
solo, aumentando o 
escoamento superficial.
d) Aumento da consciência 
ambiental da população.
e) Aumento da economia local.
5. A Itaipu Binacional é considerada 
uma das maiores hidrelétricas do 
mundo. A sua construção, uma 
parceria entre o Brasil e o Paraguai, 
ocorreu entre 1975 e 1982. Essa 
obra, além de ser um desafio na 
área da engenharia civil, ocasionou 
vários impactos ambientais. Em 
relação ao levantamento da fauna 
e da flora em uma obra de grande 
porte, como no caso da Usina de 
Itaipu, qual é a alternativa correta?
a) De acordo com a Lei Federal 
nº 5.197, de janeiro de 1967, 
os animais adultos são 
propriedades do Estado; dessa 
forma, é fundamental haver 
o levantamento da fauna 
que poderá ser afetada.
b) No que se refere ao laudo 
de cobertura vegetal, deve 
levar-se em conta apenas as 
árvores de grande porte, pois 
estas são mais significativas 
para o levantamento.
c) Pelo fato de haver uma 
grande diversidade biológica, 
não existem metodologias 
específicas para o levantamento 
da cobertura vegetal; os próprios 
profissionais devem escolher 
como realizar o trabalho.
d) O laudo apresentando a fauna 
de uma região deve englobar 
todos os animais que necessitam 
da área para sobreviver, inclusive 
os animais migratórios.
e) O levantamento da fauna 
deve basear-se apenas 
nos animais visualizados 
in loco na área afetada.
Análise crítica de estudos ambientais302
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 302 22/02/2018 11:16:39
BANZATO, B. M. Análise da efetividade das unidades de conservação marinhas de proteção 
integral do estado de São Paulo. 2014. Dissertação (Mestrado em Ciência Ambiental)-
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.
BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Diário Oficial da União, Brasília, n. 31, 
seção 1, p. 1, 13 dez. 1998. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/
leis/L9605.htm>. Acesso em: 13 fev. 2018.
BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Diário Oficial da União, Brasília, n. 138, 
seção 1, p. 1, 19 jul. 2000. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/
L9985.htm>. Acesso em: 13 fev. 2018.
GOMES, L. H. Imóveis invadem área do Parque da Cidade. 2017. Disponível em: <http://
www.tribunadonorte.com.br/noticia/ima-veis-invadem-a-rea-do-parque-da-ci-
dade/397054>. Acesso em: 30 jan. 2018.
IBAMA; WWF-BRASIL. Efetividade de gestão das unidades de conservação federais do 
Brasil: implementação do método Rappam: avaliação rápida e priorização da gestão 
de unidades de conservação. Brasília: Ibama, 2007.
LEITE, V. C. Análise da efetividade de unidades de conservação para proteção de ecossiste-
mas localizados em paisagens fragmentadas e sob intensa pressão antrópica no bioma da 
mata atlântica. 2015. Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais)-Universidade 
Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes, 2015. 
LEVERINGTON, F. et al. (2010). A global analysis of protected areas management 
effectiveness. Environment Management, [New York], v. 46, n. 5, p. 685-698, Nov. 2010.
MESQUITA, C. A. B. Efetividade de manejo de áreas protegidas: quatro estudos de caso 
em reservas particulares do patrimônio natural, Brasil, 2002. Disponível em: <www.
iieb.org.br/index.php/download_file/951/1149/>. Acesso em: 06 fev. 2018. 
MILANO, M. S. Mitos no Manejo de Unidades de Conservação no Brasil, ou A Verda-
deira Ameaça. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO, 2., 2000, 
Campo Grande, MS. Anais... Curitiba: Rede Pró-Unidades de Conservação, 2000. p.11-25.
SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. 2. ed., São Paulo: 
Oficina de Textos. 2013.
STEIN, R. T. et al. Recuperação de áreas degradadas. Porto Alegre: SAGAH, 2017. 
303Análise crítica de estudos ambientais
Gerenciamento_de_Unidades_Conservacao_Book.indb 303 22/02/2018 11:16:39
 
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da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
 
DICA DO PROFESSOR
Realizar uma análise crítica com relação aos estudos ambientais ou mesmo com relação à 
efetividade do plano de manejo de uma determinada UC não é uma tarefa fácil. Para isso, 
utilizam-se algumas metodologias como o Método Rappam, a Avaliação Rápida e Priorização 
da Gestão das Áreas Protegidas (do inglês Rapid Assessment and Prioritization of Protected 
Area Management), desenvolvido pela Rede WWF. Tal método consiste em uma ferramenta 
simples, que permite aos tomadores de decisão e formuladores de políticas para as UC 
identificar as maiores tendências e os aspectos a serem considerados para se alcançar uma 
melhor efetividade de gestão, em um sistema ou grupo de áreas protegidas. O WWF-Brasil vem 
aplicando o Rappam em parceria com os órgãos ambientais desde 2004, tendo avaliado mais de 
500 áreas protegidas até os dias atuais.
Confira mais sobre o assunto na Dica do Professor.
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EXERCÍCIOS
1) Este método de análise da efetividade de gestão de uma UC foi criado pela Rede 
WWF entre 1999 e 2002, e segue os princípios recomendados pela União 
Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais. Essa 
descrição refere-se a qual alternativa?
A) Matriz de avaliação da efetividade de manejo.
B) Avaliação Rápida e a Priorização do Manejo de Unidades de Conservação, conhecido 
como Método Rappan.
C) Método check-list (listagem).
D) Matriz de Leopold.
E) Sistema de Análise e Monitoramento de Gestão (SAMGe).
2) A efetividade de unidades de conservação apresenta diferentes etapas, sendo uma 
delas o planejamento. Nessa etapa, são analisados:
A) os recursos humanos, os meios de comunicação e informação, a infra-estrutura e os 
recursos financeiros existentes.
B) as ações desenvolvidas pelas unidades.
C) o planejamento da gestão, a tomada de decisões e o desenvolvimento de pesquisas, 
avaliações e monitoramento.
D) a soma dos resultados de todos os demais elementos.
E) os módulos referentes aos objetivos da unidade de conservação, ao amparo legal, ao 
desenho e ao planejamento das unidades de conservação.
3) Após passado um certo tempo desde que a(o) ______ de uma UC foi criada(o), uma 
equipe multidisciplinar reúne-se para analisá-la (o), com o objetivo de achar possíveis 
problemas que possam estar ameaçando a biodiversidade na área protegida, ou 
mesmo estarem em desacordo com os objetivos traçados inicialmente para a UC. 
Entre as alternativas a seguir, qual completa a lacuna de forma correta?
A) Plano de manejo.
B) Diagnóstico ambiental.
C) Estudos ambientais.
D) Efetividade do plano de manejo.
E) Avaliação de impactos ambientais.
4) Algumas Unidades de Conservação são abertas ao público, seja para prática de 
visitação ou para educação/pesquisa. Porém, é fundamental realizar uma análise 
crítica dos prováveis impactos que poderão ocorrer nas UAs com tal prática, bem 
como promover a educação ambiental dos visitantes. Das alternativas a seguir, qual 
está correta em relação à consequência social negativa da operação de visitação 
pública em UCs sem um adequado Programa de Educação Ambiental?
A) Interferência nas espécies vegetais.
B) Interferência cultural na população tradicional da unidade de conservação.
C) Compactação do solo, aumentando o escoamento superficial.
D) Aumento da consciência ambiental da população.
E) Aumento da economia local.
5) A Itaipu Binacional é considerada uma das maiores hidrelétricas do mundo, sendo a 
sua construção uma parceria entre o Brasil e o Paraguai, queocorreu entre 1975 e 
1982. Essa obra, além de ser um desafio na área da engenharia civil, ocasionou vários 
impactos ambientais. Em relação ao levantamento da fauna e da flora em uma obra 
de grande porte, como no caso da Usina de Itaipu, qual é a alternativa correta?
De acordo com a Lei Federal n.o 5.197, de janeiro de 1967, esta ressalta que os animais 
adultos são propriedades do Estado, e, dessa forma, é fundamental haver o levantamento 
A) 
da fauna que poderá ser afetada.
B) Em se tratando do laudo de cobertura vegetal, deve levar-se em conta apenas as árvores de 
grande porte, pois estas são mais significativas para o levantamento.
C) Pelo fato de haver uma grande diversidade biológica, não existem metodologias 
específicas para o levantamento da cobertura vegetal, sendo que os próprios profissionais 
devem escolher como realizar o trabalho.
D) O laudo apresentando a fauna de uma região deve englobar todos os animais que 
necessitam da área para sobreviver, inclusive os animais migratórios.
E) O levantamento da fauna deve basear-se apenas nos animais visualizados in loco na área 
afetada.
NA PRÁTICA
Em 2010, foram assumidas, em reunião das Nações Unidas, as metas de proteção do meio 
ambiente dos países signatários, conhecidas como Metas de Aichi (Aichi é uma província do 
Japão onde fica Nagoya, cidade em que o protocolo foi assinado). Esses países se 
comprometeram a proteger 17% do território terrestre e 10% do território marinho até 2020. 
 
O Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer, pois mesmo que 17,2% da área continental 
esteja protegida, o mesmo não se pode afirmar quanto ao percentual de áreas marinhas, sendo 
que apenas 1,5% da área marinha brasileira está protegida. Para proteger essas áreas, é 
fundamental criar um plano de manejo para essas unidades de conservação. Mas será que as 
áreas de proteção ambiental estão realmente protegidas? 
 
Para saber mais, confira como seria uma entrevista dada por um coordenador responsável 
pela elaboração e revisão de Plano de Manejo do Instituto Chico Mendes de Conservação 
(ICMBio).
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Proposta de classificação de uso do solo para avaliar pressões (Método RAPPAM) em uma 
Unidade de Conservação no sul do Brasil
A preservação de Unidades de Conservação (UC) proporciona benefícios ecológicos, 
paisagísticos e econômicos. Ao consolidar informações de áreas protegidas com softwares de 
Sistemas de Informações Geográficas (SIGs), é possível dimensionar de forma mais clara as 
atividades que oferecem riscos e pressões, possibilitando ações de manejo mais efetivas. A 
avaliação da efetividade de gestão das UC pode ser feita por diferentes métodos, entre eles, o 
método Rappam.
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Avaliação da efetividade da integração das Unidades de Conservação federais marinho-
costeiras de Santa Catarina
Os ambientes marinho-costeiros do Brasil são os mais afetados pelo processo de ocupação 
humana, ocasionando considerável degradação ambiental, sendo necessárias ações que orientem 
um gerenciamento integrado, visando manter a integridade dos ecossistemas.
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Conexão pública - gestão de Unidades de Conservação Ambiental no Brasil
É fundamental que as UC respeitem os objetivos iniciais traçados, sendo necessário, para isso, 
uma análise efetiva do seu plano de gestão ou plano de manejo. Para saber mais a respeito desse 
assunto, confira a entrevista apresentada em 02/08/13.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

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