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CENTRO TEOLÓGICO FATAD CURSO EM TEOLOGIA MODULAR GEOGRAFIAGEOGRAFIA HISTÓRICA e BÍBLICA PROF.º JALES BARBOSA GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA APRESENTAÇÃO Amados e queridos estudantes, amigos da verdade, povo adquirido, nação eleita. Graça e paz, da parte de Deus nosso pai, e do nosso Senhor Jesus Cristo. Grande é a nossa responsabilidade do servo e salvo em Jeová, de anunciar, apresentar, fazer chegar claramente à todos, da infinita bondade e grandeza, de tão grande salvação em Cristo Jesus. Conscientes dessa grande, esplendida, árdua e laboriosa tarefa do ensino da palavra. E te convidamos para estudar a Santa e maravilhosa palavra de Deus. Numa serie de apostilas andaremos juntos, passo a passo com, o Senhor Jesus. Nos evangelhos; seremos missionário com os apóstolos em atos; profetizaremos com Isaias, Ezequiel, e outros profetas; caminharemos com Moisés pelo deserto, passaremos o Jordão com Josué; venceremos todos os Golias ao lado de Davi em nome de Jeová; salmodiaremos canções ao nosso Deus com “Asafe”, teremos a coragem de Débora, a sabedoria de Salomão, a graça de Jesus, a visão de Paulo, a fidelidade de Samuel, amaremos e reclinaremos nosso rosto no peito de Cristo, tal qual João. Venha conosco, seja como os crentes de Beréia (At, 17.10-12), examinando cada dia as escrituras, você estará tomando posse das bênçãos do Senhor, fortalecendo-se, aprendendo e falando dessa palavra, você salvará tomando a ti mesmo como seus ouvintes. (1 Tm 4:16). Em Cristo Jesus, A Diretoria FATAD Profº Jales Barbosa 2 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA COMO ESTUDAR ESTE LIVRO Às vezes estudamos muito e aprendemos ou retemos pouco ou nada. Isto em parte acontece pelo fato de estudarmos sem ordem nem método. Embora sucintas as orientações que passamos a expor ser-lhe-á muito útil. 1. Busque a ajuda divina Ore a Deus dando-lhe graças e suplicando direção e iluminação do alto. Deus pode vitalizar e capacitar nossas faculdades mentais quanto ao estudo da Palavra de Deus. Nunca execute qualquer tarefa de estudo ou trabalhos da palavra de Deus sem primeiro orar. 2. Além da matéria a ser estudada , tenha à mão as seguintes fontes de consulta e refe-rência: Bíblia. Se POSSÍVEL em mais de uma versão. Dicionário Bíblico. Atlas Bíblico. Concordância Bíblica. Livro ou caderno de apontamentos -individuais. Habitue-se a sempre tomar notas de seus estudos e meditações. 3. Seja ORGANIZADO ao estudar A. Ao primeiro contato com a matéria procure obter uma visão global da mesma isto é como um todo. Não sublinhe nada. Não faça apontamentos. Não procure referências na Bíblia. Procure sim descobrir o propósito da matéria em estudos, isto é o que deseja ela comunicar-lhe. B. Passe então ao estudo de cada lição observando a SEQÜÊNCIA dos Textos que a englobam. Agora sim à medida que for estudando sublinhe palavras frases e trechos-chaves. Faça anotações no caderno a isso destinado. C. Ao final de cada lição encontra-se uma revisão geral de cada parte do livro perguntas e EXERCÍCIO que deverão ser respondidas ao termino de cada parte, que deverão ser respondidas sem consulta ao texto correspondente. responda todas as perguntas que for POSSÍVEL, logo em seguida volte ao texto e confira as suas respostas. Fazendo assim VOCÊ chegara a um final do seu estudo, com um bom aprendizado quanto no conhecimento intelectual e ESPIRITUAL. FATAD Profº Jales Barbosa 3 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA ÍNDICE INTRODUÇÃO............................................................................................................................7 GEOGRAFIA HISTÓRICA..........................................................................................................7 I. HISTÓRIA DA GEOGRAFIA.........................................................................................................7 II. DISCIPLINAS DA GEOGRAFIA MODERNA:..................................................................................8 III. ORIENTADO-SE NA TERRA....................................................................................................11 1. Pólos geográficos:...........................................................................................................11 2. Hemisférios:....................................................................................................................12 3. A Rosa-dos-Ventos:........................................................................................................12 4. Coordenadas Geográficas:.............................................................................................13 5. Paralelos:........................................................................................................................13 6. Meridianos:......................................................................................................................14 7. Latitude e Longitude:.......................................................................................................14 IV. AS VÁRIAS MANEIRAS DE REPRESENTAR O ESPAÇO..............................................................15 1. Cartografia:.....................................................................................................................15 2. Mapa:..............................................................................................................................16 3. Globos:............................................................................................................................16 5. A SUPERFÍCIE TERRESTRE..............................................................................................16 GOLFO PÉRSICO:....................................................................................................................38 GEOGRAFIA BÍBLICA.............................................................................................................46 I. INTRODUÇÃO......................................................................................................................46 1. O que é Geografia da Palestina?....................................................................................46 2. Derivação do termo “Geografia”......................................................................................46 3. A suma importância do estudo da Geografia da Palestina..............................................46 4. Quatro fontes principais para um estudo eficaz e profundo em Geografia Bíblica..........46 5. Várias espécies de geografias existentes.......................................................................47 6. Dez passos importantes a ser dado por quem deseja estudar a Geografia da Palestina. ............................................................................................................................................ 47 II. A PALESTINA........................................................................................................................47 1. Nomes aplicados à terra da Palestina.............................................................................47 2. Localização da Palestina.................................................................................................48 3. Limites da Palestina........................................................................................................49 4. Extensão da Palestina no tempo das tribos....................................................................49 5. Topografia da Palestina..................................................................................................49 6. Hidrografia da Palestina..................................................................................................50III. OROGRAFIA DE ISRAEL........................................................................................................54 1. Montes Líbanos...............................................................................................................55 2. Montes Antelíbanos.........................................................................................................56 3. A Celesíria.......................................................................................................................57 4. Monte Hermom...............................................................................................................57 5. A Cadeia dos Líbanos.....................................................................................................59 6. Montes de Naftali............................................................................................................59 7. Cornus de Hatim.............................................................................................................59 8. Tabor...............................................................................................................................60 9. Gilboa..............................................................................................................................61 10. Carmelo.........................................................................................................................61 11. Montes de Efraim..........................................................................................................62 12. Montes da Judéia..........................................................................................................64 13. Monte da Tentação.......................................................................................................70 14. Montes da Galaade.......................................................................................................70 15. Montes de Gileade........................................................................................................71 FATAD Profº Jales Barbosa 4 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA 16. Montes de Moabe..........................................................................................................72 17. Monte Sinai...................................................................................................................75 IV. PLANÍCIES DE ISRAEL.....................................................................................................77 1. Orla Marítima..................................................................................................................77 2. Central............................................................................................................................79 3. Transjordânia..................................................................................................................84 V. DESERTOS DE ISRAEL..........................................................................................................86 1. Deserto...........................................................................................................................86 2. Desertos Bíblicos............................................................................................................87 VI. VALES DE ISRAEL................................................................................................................90 1. Acor.................................................................................................................................91 2. Aijalom............................................................................................................................91 3. Beraca.............................................................................................................................91 4. Cedrom...........................................................................................................................92 5. Hinom..............................................................................................................................92 6. Escol...............................................................................................................................93 7. Hebrom...........................................................................................................................93 8. Refaim.............................................................................................................................93 9. Siquém............................................................................................................................94 10. Siddim...........................................................................................................................94 11. Soreque........................................................................................................................95 12. Terebintos.....................................................................................................................95 VII. ESTRADAS E CAMINHOS DA PALESTINA...............................................................................96 1. Viamaris..........................................................................................................................96 2. Estrada do Centro...........................................................................................................97 3. Estrada da Costa............................................................................................................97 4. Estrada do Leste.............................................................................................................97 5. Caminhos Secundários...................................................................................................98 VIII. CLIMA DA PALESTINA.......................................................................................................100 1. Montanhas....................................................................................................................100 2. Litoral............................................................................................................................100 3. Deserto.........................................................................................................................100 4. Pontos Cardeais............................................................................................................100 5. Ventos...........................................................................................................................101 6. Estações.......................................................................................................................101 7. Chuvas..........................................................................................................................102 8. Calendário.....................................................................................................................102 IX. GEOGRAFIA ECONÔMICA DE ISRAEL...................................................................................105 1. Fauna............................................................................................................................105 2. Flora..............................................................................................................................107 3. Minerais.........................................................................................................................113 4. Pedras Preciosas..........................................................................................................114 X. CIDADE DE ISRAEL.............................................................................................................116 1. Hebrom.........................................................................................................................1172. JERICÓ.........................................................................................................................118 3. Belém............................................................................................................................120 4. Jope..............................................................................................................................122 5. Nazaré..........................................................................................................................124 6. Cafarnaum....................................................................................................................125 7. Samaria.........................................................................................................................127 8. Decápolis......................................................................................................................129 9. Jerusalém......................................................................................................................131 10. Jerusalém Nova..........................................................................................................143 BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................144 FATAD Profº Jales Barbosa 5 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO O estudo da Geografia bíblica, sob o enfoque histórico e étinico sempre será uma experiência compensadora. GEOGRAFIA HISTÓRICAGEOGRAFIA HISTÓRICA I. História da Geografia É muito antiga a preocupação do homem em conhecer o meio no qual se desenrola sua vida, algumas vezes por curiosidade, outras com fins econômicos ou políticos. A abordagem sistemática do conhecimento da Terra é precisamente o objetivo da geografia, disciplina cujo nascimento pode ser situado na própria origem do homem, embora só tenha alcançado a categoria de ciência com o florescimento da civilização grega. Geografia é o estudo da superfície da Terra. Sua denominação procede dos vocábulos gregos geo ("Terra") e graphein ("escrever"). A superfície terrestre, que compreende a atmosfera, a litosfera, a hidrosfera e a biosfera, é o habitat, ou meio ambiente, em que podem viver os seres humanos. A área habitável da superfície terrestre apresenta várias características, das quais uma das mais importantes é a complexa interação dos elementos físicos, biológicos e humanos, como relevo, clima, água, solo, vegetação, agricultura e urbanização. Outra característica é a grande variabilidade do ambiente de um lugar para outro, dos trópicos às frias regiões polares, de áridos desertos a úmidas florestas equatoriais, de vastas planícies a montanhas escarpadas, de superfícies geladas e desabitadas a metrópoles densamente povoadas. Outra característica ainda é a regularidade com que se registram determinados fenômenos, como os climáticos, o que permite generalizações sobre sua distribuição espacial. Os exemplos mais óbvios são as medidas de temperatura e precipitação, principais elementos climáticos para a agropecuária e outras atividades humanas. A geografia se preocupa particularmente com a localização espacial (especialmente a relação entre a sociedade e a terra, da mesma forma que a ecologia e afinidades), com a regionalização e com a distribuição das áreas. Pesquisa a respeito dos lugares onde as pessoas vivem, sobre a superfície da Terra e os fatores (ambientais, culturais, econômicos recursos naturais) que influem nessa distribuição. Tenta responder a questão e a possibilidade de reconhecer uma região sobre a qual vive uma população, meio de vida, cultura e relações que ocorrem entre os diferentes lugares. Os primeiros registros de conhecimentos geográficos se encontram em relatos de viajantes, como o grego Heródoto, no século V a.C. A percepção dos gregos sobre a Terra era FATAD Profº Jales Barbosa 6 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA bastante avançada, e filósofos como Pitágoras e Aristóteles acreditavam que ela tinha a forma esférica. No século III a.C., Erastóstenes de Cirene, na Geographica, primeira obra a usar a palavra geografia no título, calculou a circunferência da Terra com assombrosa aproximação. Posteriormente, o geógrafo e historiador grego Strabo compilou todo o conhecimento clássico sobre geografia numa obra de 17 volumes sobre a época de Cristo, que se tornou a única referência sobre obras gregas e romanas desaparecidas. Outra importante contribuição, apesar dos erros que seus estudos apresentavam, foi a do astrônomo e geógrafo Ptolomeu, do século II da era cristã. Com a queda do Império Romano no Ocidente, o conhecimento geográfico greco- romano perdeu-se na Europa, mas, durante os séculos XI e XII foi preservado, revisto e ampliado por geógrafos árabes. As adições e correções que estes fizeram, no entanto, foram ignoradas pelos pensadores europeus que, na época das cruzadas, retomaram as primeiras teorias. Assim, os erros de Ptolomeu se perpetuaram no Ocidente até que as viagens realizadas dos séculos XV e XVI começaram a reabastecer a Europa de informações mais detalhadas e precisas sobre o resto do mundo. Em 1570, o cartógrafo flamengo Abraham Ortelius organizou vários mapas sob a forma de livro, no primeiro Atlas de que se tem notícia. II. Disciplinas da Geografia Moderna: Quanto a seu objeto de estudo, a geografia mantém muitas afinidades com outras ciências, como a meteorologia, a geologia, a biologia, a economia, a sociologia e a história. Apresenta, além disso, pontos em comum com a psicologia, a filosofia e a teologia, já que tanto as idéias como os fatos humanos se manifestam espacialmente. A ecologia é a ciência mais afim com a geografia, e chegou-se até a definir essa última como ecologia humana. Não obstante, uma grande diferença as separa, já que a primeira se encarrega do estudo do ecossistema, entendido como unidade funcional dos seres vivos e do meio a sua volta, enquanto a segunda estuda e interpreta a distribuição espacial dos ecossistemas. A semelhança com outras ciências levou muitos a considerarem a geografia como uma soma de elementos que individualmente pertenceriam a outras ciências. Contudo, o caráter de síntese e a busca da interação entre os fenômenos que conformam a realidade terrestre outorgam à geografia características próprias. A geografia se divide em campos sistemáticos e especializações regionais, que podem ser reunidas em três grupos principais: geografia física, geografia humana e geografia regional. Geografia física: As principais atividades do geógrafo físico -- observação, medição e descrição da superfície da Terra -- são os aspectos da geografia geral mais perceptíveis ao não especialista. A crescente complexidade das questões geográficas, porém, exigiu uma progressiva especialização, o que deu margem à criação de novas disciplinas, como ocorreu com a geomorfologia, a climatologia, a biogeografia e a geografia dos solos, FATAD Profº Jales Barbosa 7 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA ramos da geografia física. Com o aumento da capacidade humana de alterar as paisagens e a ecologia mundial, dois novos ramos surgiram: o manejo de recursos e estudos ambientais. Os temas do manejo de recursos e dos estudos ambientais são de especial interesse para os geógrafos, pois envolvem tanto sistemas físicos quanto biológicos, por um lado, e sistemas humanos,por outro, e todos eles têm relações específicas com o espaço que ocupam. O manejo de recursos tende a direcionar a utilização dos recursos naturais em benefício da humanidade, geralmente com exploração sustentada ou planejamento de longo prazo, como, por exemplo, no uso de recursos aquáticos de um curso d'água para múltiplas finalidades (energia, irrigação e lazer). Os estudos ambientais abordam a ameaça imposta a animais e vegetais pela atividade humana; a degradação da atmosfera, da hidrosfera e da litosfera por poluição de muitos tipos; e a combinação desses dois aspectos, como ocorre no caso da chuva ácida resultante da produção de energia a partir de hidrocarbonetos, e no caso da redução da camada de ozônio pelo uso de clorofluorcarbonos. Em todos esses estudos os geógrafos levam em conta tecnologias alternativas, custos, impactos sobre outros sistemas, políticas alternativas e distribuição espacial do benefício ou do problema. Geografia humana: Um dos problemas centrais da geografia humana é explicar a distribuição e as características dos povos -- área de estudo específica da geografia das populações. Essa distribuição, porém, somente pode ser compreendida quando se presta atenção à forma como os povos satisfazem suas necessidades e garantem sua subsistência; a seus valores culturais e sociais, ferramentas e organização, que são os campos de estudo da geografia cultural e social; à forma como se concentram em cidades e áreas metropolitanas, objeto da geografia urbana; a sua organização política, estudada pela geografia política; a sua saúde e às doenças que os afetam, campo da geografia médica; e à evolução de seus hábitos, matéria da geografia histórica. Geografia das populações: No estudo da distribuição da população, a geografia das populações leva em conta várias características, como crescimento, quantidade, densidade, idade, sexo, fertilidade, mortalidade, crescimento natural e ocupação; divisão em grupos rurais e urbanos, étnicos, lingüísticos ou religiosos; e migrações. Em geral, os geógrafos não se contentam com médias nacionais, que freqüentemente encobrem fortes contrastes regionais. Em lugar disso, tentam medir e descrever variações regionais e locais. Em algumas regiões, por exemplo, a população aumenta, enquanto em outras declina, e essas variações são quase sempre acompanhadas de fluxos migratórios substanciais. Alguns estudos geográficos abordam a distribuição espacial, a mobilidade espacial, ou a diversidade espacial em relação ao meio ambiente e aos recursos, freqüentemente representados nos mapas. Outros estudos se preocupam mais com fertilidade, mortalidade, crescimento populacional e previsões apoiadas em modelos demográficos. Outros ainda abordam questões de política populacional. FATAD Profº Jales Barbosa 8 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA Geografia econômica: O conhecimento do modo como as pessoas garantem sua sobrevivência em termos econômicos é básico para a compreensão da distribuição da população. É de especial interesse geográfico a localização da atividade econômica em sua evolução histórica dentro de contextos culturais e tecnológicos específicos, baseada em combinações particulares de recursos físicos, biológicos e humanos, condições econômicas e políticas, bem como de ligações e movimentos inter-regionais. Por exemplo, no estudo do surgimento de centros metalúrgicos de um país, é preciso considerar não apenas a localização e disponibilidade das matérias-primas, mas também fatores como a disponibilidade, qualificação e custo da mão-de-obra; distâncias e custos de distribuição para os mercados; custos de implantação; e até mesmo mudanças nas taxas de câmbio dos países competidores, entre outros fatores. Geografia cultural e social: Cinco temas principais caracterizam a geografia cultural: cultura, área cultural, paisagem cultural, história cultural e ecologia cultural. O primeiro deles refere-se à distribuição no espaço e no tempo de culturas e dos elementos da cultura, como artefatos e ferramentas, técnicas, atitudes, costumes, línguas e crenças religiosas. A área cultural diz respeito aos complexos culturais em sua organização espacial e a paisagem cultural aborda a associação de características humanas, biológicas e físicas sobre a superfície da Terra (especialmente as que são visualmente perceptíveis), alteradas ou não pela ação humana. Esse campo tende a concentrar seus estudos nas sociedades tradicionais, e sua principal preocupação tem sido os aspectos espaciais dos grupos minoritários, como mulheres, idosos e pobres. Geografia urbana: Bem mais abrangente que a geografia cultural, a geografia urbana é um campo de grande importância em nações com economias mais desenvolvidas e altos níveis de urbanização, como os países da Europa ocidental e da América do Norte, a Austrália e o Japão. Entre outros tópicos, estuda os fatores que influenciam a localização de determinadas cidades, sistemas urbanos, diferenças regionais em urbanização, expansão de áreas metropolitanas, problemas sociais e habitacionais etc. Geografia política: Os estudos de geografia política em nível internacional se concentram na organização do mundo em estados; nas alianças regionais entre países, de um lado, e sua subdivisão político-administrativa, de outro; na delimitação e demarcação de fronteiras; na escolha de locais para as capitais etc. Em nível nacional, estuda movimentos separatistas e distribuição dos votos conforme interesses regionais, entre outros temas. Geografia médica: Três tipos diferentes de estudos estão incluídos sob a especialidade da geografia médica. Um deles é o estudo da difusão de doenças infecciosas a partir dos centros de ocorrência, que incluem o mapeamento da distribuição de determinada doença. Em segundo lugar estão os estudos da relação entre desnutrição e problemas médicos. O terceiro campo inclui as pesquisas sobre disponibilidade de serviços médicos e sua distribuição ótima. FATAD Profº Jales Barbosa 9 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA Geografia histórica: A geografia de épocas passadas e suas mudanças ao longo do tempo é o tema da geografia histórica. O primeiro aspecto analisado é o estudo horizontal dos padrões apresentados em épocas específicas; o outro é a análise vertical do processo de mudança ao longo do tempo. Esse campo cresceu muito na segunda metade do século XX. Geografia regional: Em contraste com os campos sistemáticos da geografia, que enfocam categorias particulares de fenômenos, na forma como se distribuem pelo globo, a geografia regional estuda as associações regionais de todos ou alguns desses elementos e, especialmente, sua evolução histórica. Trata-se de uma abordagem relativamente recente -- os trabalhos pioneiros nesse campo datam do fim do século XIX e início do século XX -- à qual muitos geógrafos têm se dedicado, mas que algumas vezes apresenta-se como claramente subordinada a outros campos da geografia sistemática. Uma das questões metodológicas a superar é a forma como o mundo deve ser dividido do ponto de vista da geografia regional. A divisão em continentes foi adotada por algum tempo. Mais recentemente, contudo, as regiões com semelhanças culturais ganharam maior reconhecimento, como por exemplo, América Latina, Oriente Médio, Mediterrâneo etc. A divisão em função de fatores climáticos ou de vegetação pode ser muito útil em alguns casos, uma vez que estão estreitamente ligadas ao tipo de agricultura praticado e demais atividades humanas. Geografia bíblica: Consiste..... III. Orientado-se na Terra É importante saber que, para nos orientarmos na Terra, precisamos dar nomes aos lugares e usar certas direções como referência. 1. Pólos geográficos: Nosso planeta é ligeiramente achatado nas áreas polares. Os pólos geográficos Norte e Sul são pontos por onde o eixo imaginário toca a superfície terrestre. Observe: FATAD Profº Jales Barbosa 10 Pólo Norte Eixo imaginário Pólo Sul GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA 2. Hemisférios: A palavra hemisfério vem do latim “hemi = metade” e “sphaera = esfera”. É a divisão da esfera terrestre em 02 (duas) metades (como uma laranja). A cada metade da esfera, deu-se o nome de hemisfério. A linha divisória que separa a esfera terrestre em duas partes, no sentido horizontal, chama-se Equador. Observe: Podemos fazer outra divisão da esfera terrestre. A linha imaginária que traçamos no sentido vertical, chama-se Meridiano. Observe: 3. A Rosa-dos-Ventos: Você já sabe que a Terra possui dois pólos: Norte e Sul. A partir desses dois pontos e do movimento de rotação da Terra (giro que ela faz ao redor de si mesma), podemos encontrar um série de outros sentidos e direções. Temos, portanto, quatro pontos ou direções fundamentais. São os Pontos Cardeais: Norte (N), Sul (S), Leste (L) e Oeste (O). Tendo como base os quatro pontos cardeais, podemos traçar outros pontos ou direções intermediárias: Nordeste (NE), Noroeste (NO), Sudeste (SE) e Sudoeste (SO). Esses quatro pontos intermediários são chamados de Pontos Colaterais. Podemos ainda traçar outros pontos de orientação entre esses oito que já estabelecemos. São os Pontos Subcolaterais: norte-nordeste (NNE), norte-noroeste (NNO), sul-sudeste (SSE), sul-sudoeste (SSO), leste-sudeste (ESE), leste-nordeste (LNE), oeste- sudoeste (OSO) e o oeste-noroeste (ONO). FATAD Profº Jales Barbosa 11 Hemisfério Norte Hemisfério Sul Equador Meridiano Hemisfério Oeste Hemisfério Leste GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA A figura onde aparecem todos esses pontos de orientação – Cardeais, Colaterais e Subcolaterais – é chamada de Rosa-dos-ventos. 4. Coordenadas Geográficas: Os pontos de orientação dão um rumo, mas não permitem localizar com exatidão um ponto da superfície terrestre. Esse problema é resolvido pelo conhecimento das Coordenadas Geográficas. Coordenadas Geográficas são números que determinam distâncias na superfície do globo terrestre. Sua finalidade é a de localizar com exatidão um ponto, em qualquer parte da Terra. Podemos dizer que são como imensas ruas que se cruzam sobre a superfície da Terra. Porém, elas não são visíveis. Por isso, dizemos que são linhas imaginárias. As Coordenadas Geográficas são: os PARALELOS e os MERIDIANOS. 5. Paralelos: São círculos imaginários que dão volta na Terra. Por darem uma volta completa, os Paralelos somam 360°. O maior Paralelo é o Equador, pois ele se localiza na parte mais larga da Terra. Alguns recebem nomes especiais, como: a) Hemisfério Norte: Trópico de Câncer e Círculo Polar Ártico. b) Hemisfério Sul: Trópico de Capricórnio e Círculo Polar Antártico. FATAD Profº Jales Barbosa 12 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA 6. Meridianos: São círculos imaginários que cortam a Terra passando pelos 02 (dois) Pólos. São linha semicirculares, de 180°, que vão do Pólo Norte ao Sul e cruzam com os Paralelos. O Meridiano principal é o de Greenwich, que passa pelos arredores da cidade de Londres, na Inglaterra. 7. Latitude e Longitude: Através dos Paralelos e dos Meridianos, obtemos duas importantes medidas: a) LATITUDE: é a distância medida em graus (de 0° a 90°) que vai de um ponto qualquer da Terra, até a linha do Equador. E pode ser Norte e Sul. Qualquer outro objeto situado na linha do Equador possui 0° de Latitude. FATAD Profº Jales Barbosa 13 Trópico de Câncer Trópico de Capricórnio Círculo Polar Antártico Círculo Polar Ártico Equador PÓLO SUL PÓLO NORTE Hemisfério Norte Hemisfério Sul Meridiano de Greenwich GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA b) LONGITUDE: é a distância em graus do Meridiano de Greenwich a um lugar qualquer da superfície terrestre. A Longitude vai de 0° a 180° e pode ser Leste ou Oeste. Qualquer objeto situado no Meridiano de Greenwich possui 0° de Longitude. Atenção: tanto a Latitude como a Longitude são medidas em: a) graus (símbolo °) b) minutos (símbolo ’) c) segundos (símbolo ”) IV. As várias maneiras de Representar o Espaço 1. Cartografia: É a arte ou técnica de fazer mapas. É uma técnica muito importante para a geografia, porque o mapa é uma das melhores formas para entender ou estudar uma região. Como a Terra é uma esfera, a representação mais fiel é a do Globo Terrestre e a mais prática são os Mapas, pois são mais fáceis de transportar. FATAD Profº Jales Barbosa 14 Equador Meridiano de Greenwich Latitude Norte Latitude Sul Equador Meridiano de Greenwich Longitude Oeste Longitude Leste GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA 2. Mapa: É um desenho que retrata um lugar ou uma determinada porção do espaço. Todos os seus desenhos, figuras, linhas e cores têm um significado: são as palavras do mapa e são muito fáceis de guardar na memória e de compreender. A finalidade dos mapas é facilitar a orientação no espaço e aumentar nosso conhecimento sobre ele. 2.1. Os tipos de mapas : a) Mapas Físicos: representam os elementos da paisagem natural (relevo, rios, vegetação, etc.). b) Mapas Humanos: representam os elementos da paisagem cultural. Os mais comuns são: - Mapas Políticos: mostram os países, estados ou municípios, com seus limites bem definidos, suas capitais e suas cidades mais importantes. - Mapas Demográficos: indicam a quantidade de pessoas que habitam uma área qualquer. - Mapas Econômicos: apresentam as riquezas ou os produtos de uma região qualquer. Podem ser agrícolas, industriais, etc. - Mapas Históricos: assinalam os lugares onde ocorreram fatos importantes da história. 3. Globos: O globo é a representação mais fiel da superfície terrestre. Mostram com mais exatidão a superfície da terra. 5. A SUPERFÍCIE TERRESTRE A superfície terrestre é uma camada de mais ou menos 20 km de espessura, que representa o ponto de contato de três importantes camadas ou esferas do nosso planeta: a litosfera, a hidrosfera e a atmosfera. Litosfera Também conhecida como crosta terrestre, é a porção sólida da Terra, constituída por pedras, isto é, por rochas e minerais. A litosfera é representada pelos continentes e ilhas e também pelo fundo ou assoalho dos mares e oceanos. É sobre essa camada sólida que vivemos. FATAD Profº Jales Barbosa 15 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA Tem uma profundidade que varia de 5 a 70 km. E até hoje, é a única porção do globo que o homem pode conhecer diretamente. A estrutura interna da Terra é formada por uma crosta de 33 quilômetros de profundidade, à qual seguem-se o manto, o núcleo e o núcleo central . CORTE NA CROSTA TERRESTRE: a parte sólida e superficial do planeta é extremamente delgada em relação às dimensões da Terra (com espessura de 30 a 40 quilômetros). É formada por três tipos de rochas: ígneas, sedimentares e metamórficas. Modificações da Superfície da Terra: A ação da água ,dos ventos , do calor e do frio sobre as rochas provoca o seu desgaste e decomposição, causando o que se denomina intemperismo . O intemperismo implica sempre na desintegração das rochas, que pode se dar de vários modos, pelos agentes químicos, físicos e biológicos. Esta desintegração gera areias , lamas e seixos , também denominados sedimentos . O deslocamento desses sedimentos da rocha desintegrada é chamado erosão. O transporte desse material para as depressões da crosta, (oceanos, mares e lagos) pode ser realizado pela água (enxurradas, rios e geleiras) ou pelo vento, formando depósitos como areias de praias e de rios, as dunas de desertos e as lamas de pântanos. FATAD Profº Jales Barbosa 16 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA Tipos de Rocha: O ramo da Geologia que estuda as rochas chama-se petrologia. As rochas são de três tipos principais: ígneas, sedimentares e metamórficas. A fusão do material do manto e da crosta dá origem a um líquido denominado magma. O resfriamento e a solidificação do magma formam as rochas ígneas. Estas rochas mantêm as marcas das condições em que se formaram. Se, por exemplo, elas têm todos os minerais bem cristalizados, do mesmo tamanho, isto indica que o magma se consolidou no interior da Terra, dando tempo para os minerais crescerem de modo uniforme. As rochas ígneas que se consolidam no interior da Terra chamam-se intrusivas ou plutônicas. O granito é uma delas. Quando os minerais encontrados na rocha são muito pequenos - nem chegam a formar cristais – significa que o magma se resfriou subitamente. Isto acontece, por exemplo, quando o magma extravasa no fundo do mar. Ele resfria tão rapidamente FATAD Profº Jales Barbosa 17 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA que os cristais não têm tempo de crescer. As rochas ígneas que se formam na superfície da Terra são chamadas extrusivas ou vulcânicas. Um exemplo típico é o basalto. À medida que os sedimentos erodidos vão se acumulando nas depressões, chamadas de bacias sedimentares, eles vão se compactando, transformando-se nas rochas sedimentares. Elas se formam, geralmente, na superfície, a temperaturas e pressões muito baixas. As rochas sedimentares podem indicar os ambientes nos quais elas foram depositadas. Assim, os arenitos podem ser indicativos, por exemplo, de desertos ou praias; os folhelhos – rochas argilosas folheadas – de pântanos ou mares calmos e, os conglomerados, de rios ou geleiras. Outros tipos de rochas sedimentares, principalmente os calcários, são formados pela precipitação de elementos químicos dissolvidos nas águas, ou por conchas e esqueletos de organismos que se depositam uns sobre os outros. As rochas metamórficas são formadas a partir de modificações de rochas ígneas, sedimentares ou de outras rochas metamórficas, pelo aumento da temperatura e da pressão, porém sem chegarem a se fundir. Isso ocorre, por exemplo, em regiões de choque de placas, onde as rochas são comprimidas ou em regiões em que massas de magma entram em contato com outras rochas, transformando-se por aquecimento. As rochas metamórficas mais comuns são os gnaisses, os xistos e os quartzitos. Cada uma delas, por suas próprias características, pode indicar as condições de temperatura e pressão nas quais se formaram. OS FÓSSEIS: Restos de seres vivos petrificados: Quando ocorre a deposição dos sedimentos em um determinado ambiente, restos de animais e vegetais que vivem nesses ambientes podem depositar-se junto com eles. Sendo soterrados rapidamente, esses restos orgânicos poderão ser conservados. À medida que a camada de sedimentos vai passando pelas transformações para se tornar uma rocha sedimentar, esses restos ficarão petrificados. Assim eles se FATAD Profº Jales Barbosa 18 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA transformam em fósseis. A parte da Geologia que estuda os fósseis é chamada de paleontologia. Os fósseis são muito importantes para determinar o ambiente nos quais os sedimentos se depositaram, para o estudo da evolução dos seres vivos, e para determinar a idade de formação das rochas. A idade indicada pelos fósseis é, entretanto, uma idade relativa. Os geólogos dividiram a história da Terra em eras e períodos que são representados pela abundância dos fósseis encontrados nas rochas formadas em um dado período. Através do estudo dos fósseis, combinado com a determinação da idade das rochas, descobriu-se que as primeiras formas de vida apareceram há 3,5 bilhões de anos. Porém, só há 600 milhões de anos, no início do Paleozóico, houve o desenvolvimento explosivo de seres vivos. Durante a era Paleozóica, a vida evoluiu dos invertebrados primitivos e das plantas. As principais formas de Relevo: Ao observarmos o terreno sobre o qual vivemos, observamos que ele possui formas variadas. Ao conjunto de formas variadas da superfície terrestre, damos o nome de relevo. Podemos afirmar que o relevo é o modelado da superfície terrestre. Como se formou o relevo? FATAD Profº Jales Barbosa 19 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA A Terra não é uma esfera contínua, mas sim formada por placas separadas e em movimento, que são responsáveis pela formação de grandes cadeias de montanhas e de vulcões e pela ocorrência de terremotos. Também a água e o vento são responsáveis pelo modelado do relevo terrestre, resultando em planaltos, planícies etc. Nas áreas de choque entre as placas, uma placa tende a ficar sobre a outra. É por isso que as maiores altitudes encontradas na Terra - as cadeias de Montanhas, como os Andes, os Alpes e o Himalaia - correspondem às áreas de colisão entre as placas. Quando as placas se chocam, as rochas das suas bordas se enrugam, formando dobras, ou rompem-se em fraturas e falhas. As grandes cadeias de montanhas correspondem a esses enrugamentos. Nessas áreas de colisão entre as placas também ocorrem, com freqüência, os terremotos. Nessas áreas de constante instabilidade, o material pastoso do interior da Terra pode penetrar por fraturas da crosta, chegando à superfície e formando vulcões. É o que chamamos de vulcanismo. A água é o principal agente externo de modelado do relevo. Ela atua desgastando, transportando e depositando o material que retira das rochas. Essa ação é chamada de erosão. O intemperismo é a alteração de rochas devido às mudanças de temperatura e à ação da água. A variação da temperatura estilhaça as rochas em fragmentos, enquanto a água, penetrando nas rochas, altera a sua composição. O intemperismo, ao longo de milhares de anos, promove a desintegração da rocha. Isso resulta em grãos de diferentes tamanhos, ou seja, fragmentos da rocha que poderão ser deslocados. A ação das águas superficiais, chuvas e rios, ou o trabalho dos ventos, desloca essas partículas e vai transportá-las a grandes distâncias. Quando o agente de erosão não tem mais energia para carregar o material, tende a depositá-lo. Percebemos, assim, que o relevo apresenta uma dinâmica constante, que é dada pela retirada de material das partes mais altas e sua reposição nas partes mais baixas. Os planaltos são áreas formadas por rochas magmáticas e metamórficas desgastadas e aplainadas devido à ação da erosão, que apresentam declives nas suas bordas. Como os FATADProfº Jales Barbosa 20 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA planaltos estão em altitudes mais elevadas que as terras vizinhas, o desgaste é maior nas suas encostas, formando as depressões, que são as superfícies rebaixadas pela ação da erosão. As planícies são as terras planas conquistadas pela deposição de sedimentos sobre áreas que anteriormente estavam cobertas pela água dos mares e rios. Assim, a principal diferença entre planalto, depressão e planície é o processo que os origina. Enquanto os planaltos estão sendo constantemente aplainados, as depressões vão sendo entulhadas; as planícies vão acumulando sedimentos devido à erosão pelos agentes modeladores do relevo. O relevo é muito importante na definição da paisagem de um lugar. Ao observador menos atento pode parecer que o relevo não se modifica, pois muitas vezes as mudanças são muito pequenas e ocorrem com lentidão. Mas, se essas pequenas mudanças vão se somando, ao final de certo tempo podem provocar uma grande transformação. O homem, com suas atividades, pode acelerar muito os processos erosivos. O deslizamento de uma encosta, por exemplo, inicia-se na decomposição da rocha, que vai pouco a pouco se alterando. Demora muito tempo, mas chega um momento em que o equilíbrio da encosta é rompido e toneladas de rochas descem violentamente morro abaixo. Assim, devemos entender o relevo como a forma atual que apresenta a crosta terrestre em um determinado lugar. Longe de estar acabado, ele está em permanente processo de mudança, seja por forças internas, seja por agentes externos. Os agentes criadores e modificadores do relevo: O relevo é formado a partir de agentes internos e externos. Os agentes internos são as forças do interior da Terra, como o vulcanismo, o tectonismo e os abalos sísmicos. Os fatores externos são aqueles provocados por agentes localizados na superfície terrestre, como ventos, chuvas, insolação, enchentes de rios, marés, animais, vegetação e a ação do homem com obras como, por exemplo, o represamento de um rio. PLACAS TECTÔNICAS: ao se movimentarem, as placas tectônicas se chocam entre si provocando alterações no relevo. A cada choque, a placa que apresenta menor viscosidade (mais aquecida) afunda sob a mais viscosa (menos aquecida). A parte que penetra tem o nome de zona de subducção. FATAD Profº Jales Barbosa 21 http://preserveomundo.conhecimentosgerais.com.br/preserve-a-vida-silvestre/index.html GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA ABALO SÍSMICO: movimento brusco ou abalo da crosta terrestre, produzido a certa profundidade a partir de um epicentro. Destaque para o epicentro VULCÕES: Resultam do levantamento das camadas internas da crosta por movimentos no interior da Terra. Estão concentrados nas chamadas zonas orogenéticas modernas, ou simplesmente Círculo de Fogo, que compreende o litoral Pacífico da América, litoral Pacífico da Ásia e da Oceania, além de um semicírculo que vai desde a América Central, atravessando o Atlântico, sul da Europa e Ásia, até se encontrar com o sudeste asiático. VULCÃO: abertura da superfície de um planeta (ou da crosta terrestre) através da qual o material magmático (lava, gases, cinzas etc.) oriundo das camadas profundas é lançado à superfície. Representação de uma erupção vulcânica TERREMOTOS: São provocados pelo atrito entre as placas tectônicas ou por violentas erupções vulcânicas. O atrito entre placas acumula tensões nas rochas, que sob pressão se quebram. Quando isso ocorre, a energia é liberada em ondas que se propagam em grande velocidade. É o que acontece na região de Los Angeles e São Francisco, na Califórnia, EUA, ao longo da falha de San Andrés, ponto de encontro e fricção entre placas da América do Norte e do Pacífico. No oeste da América do Sul, o afundamento da placa de Nazca sob a placa continental, que originou a cordilheira dos Andes, é também responsável pelos freqüentes terremotos na região. FATAD Profº Jales Barbosa 22 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA 1. As montanhas: são as formas elevadas do relevo, que se destacam por apresentar altitudes superiores às regiões vizinhas. As montanhas mais elevadas são as que resultam de dobramentos, isto é, de forças internas (em geral do encontro de placas tectônicas), que provocam enormes dobras nas rochas, dando origem a cadeias de montanhas. Tanto nos continentes quanto no fundo dos oceanos existem montanhas de dobramentos. Como exemplos podemos citar os Alpes, na Europa; a cadeia dos Andes, na América do Sul; o Himalaia, na Ásia; etc. 1.1. F ossas Abissais : São profundas depressões na superfície do planeta, em geral situadas no fundo dos oceanos e mares. Resultam das zonas de subducção. FATAD Profº Jales Barbosa 23 http://preserveomundo.conhecimentosgerais.com.br/preserve-os-oceanos/index.html http://preserveomundo.conhecimentosgerais.com.br/preserve-os-oceanos/index.html GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA FUNDO OCEÂNICO: representação do fundo oceânico (parte sólida sobre a qual repousam as águas) FUNDO OCEÂNICO: cadeia médio-oceânica. Representação da cadeia médio-oceânica de origem vulcânica. FUNDO OCEÂNICO: acidentes topográficos Representação dos acidentes topográficos no fundo oceânico: nível do mar, ilha vulcânica, atol, mesa (elevação isolada cujo topo forma uma superfície plana) e fossa abissal FUNDO OCEÂNICO: Planície abissal. Parte profunda das bacias oceânicas cujo fundo plano ou pouco inclinado, coberto de segmentos, apóia-se na crosta oceânica. Representação da planície abissal: canhão submarino, colina abissal e ilha submarina. FATAD Profº Jales Barbosa 24 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA FUNDO OCEÂNICO: Margem continental Representação da margem continental do oceano: a rampa continental (parte azul mais baixa), o talude continental (encosta azul), a plataforma continental (azul da superfície) e o continente (verde). 1.2. Monte: é uma forma estrutural do relevo que corresponde à camada superior, dura, de um anticlinal. Também conhecido como morro ou serra. 2. Planícies: são áreas baixas e planas, onde há sedimentação, isto é, acúmulo ou deposição de sedimentos. As planícies geralmente ficam ao lado e abaixo dos planaltos e das montanhas, que são áreas onde predomina a erosão. Podem ter várias origens: vales fluviais (de rios), sedimentos trazidos pelos ventos, pelas geleiras, pelo entulhamento de lagos, etc. - Planícies Marítimas ou Costeiras: como o próprio nome diz, estão situadas na costa, no litoral. Quando, por exemplo, você está numa praia, você está numa planície costeira ou marítima. - Planícies Continentais: são aquelas situadas no interior dos continentes. As planícies continentais podem originar-se de detritos ou sedimentos depositados pelos lagos ou rios. Nesse caso, formam-se as planícies lacustres (lagos) e as planícies fluviais (rios). Nas planícies fluviais ou lacustres costuma-se plantar vários produtos, como o arroz e a juta. A mais famosa planície fluvial é a do rio Nilo, no Egito. Desde épocas antes de Cristo ela é aproveitada para a agricultura em pleno deserto. 3. Depressões: são regiões que ficam deprimidas ou rebaixadas em relação às regiões vizinhas. Quando uma depressão fica abaixo do nível do mar, dizemos que é absoluta. Um exemplo de depressão absoluta é o mar Morto, na Ásia, localizado a 396 m abaixo do nível do mar. O mar Morto é a área de menor altitude dos continentes e ilhas. Quando adepressão fica acima do nível do mar, mas abaixo das áreas vizinhas, dizemos que é relativa. FATAD Profº Jales Barbosa 25 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA 3.1. Vale: é uma espécie de depressão cavada por um rio ou geleira. Localiza-se entre montes ou na base de um monte. Sempre na beira de um rio. 4. Planaltos: são áreas mais ou menos acidentadas e elevadas (embora menos que as montanhas) e sujeitas a erosão. Nas áreas de menores altitudes, próximo a um planalto, sempre existe uma planície. Os planaltos podem ter se originado de antigas planícies, chuvas, enxurradas, ventos, etc. Se pudéssemos olhar a superfície de um outro jeito, fazendo um “corte” transversal na Terra, por exemplo, veríamos com maior clareza algumas variações que compõem o relevo de uma determinada região. Observe nos desenhos: ATMOSFERA FATAD Profº Jales Barbosa 26 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA É a camada ou porção gasosa, isto é, o ar que respiramos. Ela é constituída por vários gases, principalmente oxigênio e nitrogênio. É formada por várias camadas. Para nós as mais importantes são: a troposfera, a estratosfera e a ionosfera. Tempo e Clima: As precipitações (chuvas, neve, geada, granizo), os ventos, as temperaturas, a umidade e a pressão do ar são responsáveis por dois elementos fundamentais para a vida humana: o tempo e o clima. O tempo é uma combinação passageira dos elementos do clima, ou seja, o estado da atmosfera de um lugar num determinado momento. Ele muda constantemente. Por exemplo, num mesmo dia pode fazer calor, chover, esfriar com o pôr-do-sol. Em um mesmo dia pode fazer vários tipos de tempo. O clima é a sucessão habitual dos tipos de tempo, ou seja, o conjunto de variações do tempo de um determinado lugar da superfície terrestre. Ele é classificado de acordo com a média do que se observou sobre o comportamento da atmosfera durante um longo período. Quanto à temperatura, o clima pode ser: quente (superior a 18° C); temperado (18° C e -3° C); frio (inferior a -3° C e não superior a 10° C) e polar (inferior a 10º C). Quanto à chuva, pode ser: muito úmido, úmido, semi-úmido, semi-árido e árido. Para melhor entender a diferença entre tempo e clima, imagine que você está em São Paulo e começa a chover. Você diria que este é um tempo chuvoso ou um clima chuvoso? Na verdade é um tempo chuvoso, porque está chovendo neste momento, mas daqui a pouco vai passar. Assim, o conhecimento do clima de qualquer lugar da Terra depende do estudo, durante anos seguidos, das variações apresentadas pelos elementos que constituem o tempo. Os Fenômenos Atmosféricos: FATAD Profº Jales Barbosa 27 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA A temperatura, a chuva, os ventos, a pressão atmosférica e as massas de ar são os elementos que formam o clima de um lugar, de uma região ou parte da Terra. a) A temperatura do ar atmosférico: é a quantidade de calor existente no ar atmosférico. A radiação solar, isto é, os raios solares são responsáveis pelas temperaturas na superfície da Terra. Entretanto, apenas 1/5 (um quinto) do calor solar é absorvido diretamente pela atmosfera. Uma parte atinge a superfície terrestre, sendo absorvida pelos continentes e oceanos; a outra é refletida e retorna para a atmosfera. É medida por um instrumento chamado termômetro. Durante o dia ocorrem muitas variações de temperatura, em diferentes horas. Essa variação é ainda maior se considerarmos a temperatura do dia em relação à noite. Isso acontece porque a temperatura depende de fatores tais como: altitude, latitude, proximidade ou não do mar, correntes marítimas, vegetação, presença de cidades etc. - Influência da altitude sobre a temperatura: sabemos que o solo, as rochas e a água absorvem o calor solar e aquecem a atmosfera por irradiação. Portanto, quanto maior for a altitude, menor será a temperatura do ar, ou seja, a temperatura da atmosfera vai diminuindo com a altitude. Assim, a temperatura do ar nas montanhas é menor do que em lugares de baixa altitude. - Influência da latitude sobre a temperatura: as regiões ou lugares próximos à linha do Equador recebem os raios solares perpendicularmente durante todo o decorrer do ano. Em vista disso, o tempo durante o qual o Sol aquece e ilumina essa região da Terra, é bastante prolongada. Na medida em que nos afastamos do Equador e nos deslocamos em direção aos pólos, a insolação diminui. Observamos, portanto, que as temperaturas médias do ar atmosférico são menores à medida que a latitude aumenta. - Influência da maritimidade e da continentalidade sobre a temperatura: as águas e as terras emersas se aquecem e se resfriam de maneira diferente. As águas dos mares, oceanos, rios e lagos demoram mais para se aquecer e para se resfriar do que os continentes. Elas conservam por mais tempo o calor recebido dos raios solares. O solo e as rochas se aquecem mais rapidamente que a água durante o dia, mas se resfriam com mais rapidez que a água à noite. - Influência das correntes marítimas: por se tratar de imensa massa de água, a corrente marítima irradia calor ou frio para o ar atmosférico. FATAD Profº Jales Barbosa 28 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA - Influência da vegetação, dos ventos e da presença de cidades: as áreas de florestas provocam uma queda da temperatura do ar atmosférico porque dificulta a penetração dos raios solares. Além disso, as florestas concentram mais umidade. Nas áreas de vegetação campestre, ou seja, de campo, acontece o contrário. Os ventos e as massas de ar exercem ação poderosa sobre a temperatura do ar. Se um vento ou uma massa de ar se forma numa região fria, e se desloca para uma outra região, ela trará temperaturas baixas, ou seja, frio. Nas cidades, os prédios dificultam a circulação dos ventos. Além disso, as ruas pavimentadas absorvem calor com mais intensidade que as áreas rurais, devolvendo esse calor para a atmosfera, aquecendo-a. b) A pressão atmosférica: é o peso do ar. É medida por um aparelho chamado barômetro. c) O Vento: é a circulação constante da atmosfera. É o ar em movimento. Um aparelho chamado anemômetro registra a velocidade do vento, e a sua direção é assinalada por um instrumento chamado biruta, que em geral faz parte do anemômetro. Ele se forma pela desigualdade de pressão do ar atmosférico de um lugar em relação ao outro. Ele se desloca de uma área de alta pressão, para as áreas de baixa pressão. Se a diferença de pressão do ar atmosférico entre dois lugares for elevada, maior velocidade terá o vento. Podemos citar como exemplo de tipos de vento, a brisa. As diferenças de temperatura e de pressão atmosférica entre as terras e os mares dão origem às brisas terrestre e marítima. As brisas terrestres são ventos que sopram do continente em direção ao oceano. E as brisas marítimas são ventos que sopram do oceano em direção ao continente. d) A Umidade do Ar: a água, sob a forma de vapor ou de gotículas, está sempre presente na atmosfera. Uma das formas de constatar isso é observar o orvalho que muitas vezes cobre a vegetação de manhã, principalmente nos dias frios. Em qualquer lugar da superfície terrestre, existe umidade do ar. Não existe ar totalmente seco, a não ser em laboratório. e) As Nuvens e os Nevoeiros: a condensação do vapor de água na atmosfera dá origem às nuvens e aos nevoeiros, que são formados basicamente por gotículas de água mais leves que FATADProfº Jales Barbosa 29 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA o ar. Quando a condensação ocorre bem acima do solo, temos as nuvens. Quando ocorre perto do solo, forma-se o nevoeiro, também chamado de neblina. f) As Precipitações Atmosféricas: a chuva, a neve e a geada são formas de precipitação atmosférica, assim como o orvalho e o granizo. Todas elas resultam da condensação, fenômeno que ocorre quando há resfriamento ou excesso de vapor de água em um determinado lugar da superfície terrestre. Essas formas de precipitação também resultam do acúmulo de minúsculas gotas de água ou de gelo das nuvens que, ao adquirirem maior peso, acabam caindo. Quando a precipitação ocorre de forma líquida, temos as chuvas. Quando ocorre de forma sólida (pequenos cristais de gelo), temos a neve, o granizo ou a geada. - A chuva: é uma precipitação líquida na forma de gotas de água, que caem das nuvens em 02 (duas) etapas: 1ª) o vapor de água se condensa em minúsculas partículas nas nuvens; e 2ª) há uma colisão entre as gotículas maiores de água e as menores, que são absorvidas pelas primeiras. Com o tamanho aumentado, as gotas acabam caindo das nuvens. A chuva, além de ser a precipitação atmosférica mais comum e abundantes, é também a mais importante para as sociedades humanas, principalmente para a agricultura, para o abastecimento de água etc. - O orvalho: é a condensação do vapor de água atmosférico sobre a superfície. Ocorre quando as gotas de água se condensam sobre o solo durante as madrugadas frias. É por isso que, nas manhãs muito frias, a vegetação ou os vidros das janelas ficam totalmente cobertos de gotas de água. - A geada: é a solidificação do orvalho. Ocorre nas madrugadas muito frias, quando as gotas de água do orvalho se resfriam a menos de 0° C. Pela manhã, desde que haja um pouco de calor (acima dos 0º C), os raios solares fazem desaparecer os minúsculos cristais de gelo que formam a geada. Essa é uma forma de precipitação prejudicial à agricultura, pois “queima” as folhas das plantas e pode destruir muitas plantações desprotegidas. - A neve: é uma precipitação sólida. São minúsculos cristais de gelo que caem das nuvens, quando a temperatura está abaixo do ponto de congelamento da água (0° C). Mas, ao nível da superfície do solo, pode ocorrer em lugares onde a temperatura é de até 4º C. Nesse caso, a neve se apresenta sob a forma de grandes flocos de gelo. - O granizo: mais conhecido como “chuva de pedra”, o granizo também é uma precipitação sólida que geralmente ocorre durante temporais. Consiste na queda de “pedras de gelo” que se formam no interior das nuvens. Essa “pedras” apresentam em média cerca de 6 FATAD Profº Jales Barbosa 30 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA mm de diâmetro. Às vezes ocorrem precipitações com “pedras” muito maiores, que podem causar grandes prejuízos à agricultura. g) Os temporais: podem ocorrer em meio a uma precipitação líquida, como a chuva, ou a uma precipitação sólida, como o granizo. São sempre acompanhados de trovões e relâmpagos, por causa da grande instabilidade que se verifica na atmosfera: ascensão rápida de ar muito quente e muito úmido. Massas de Ar As variações do tempo atmosférico, que podem ser muito bruscas num único dia ou em períodos mais longos, são causadas pelo deslocamento das massas de ar que existem na atmosfera. Em cada porção do planeta, o ar tende a apresentar, em extensas áreas, as mesmas características de temperatura, pressão e umidade. Essas extensas porções de atmosfera, semelhantes a enormes “bolhas de ar”, são as chamadas massas de ar. Conforme a latitude em que se localizam, as massas de ar podem ser: quentes e úmidas, quentes e secas, frias e úmidas ou frias e secas. As Frentes No ponto de contato entre as massas de ar diferentes, formam-se as frentes. É no contato entre as massas quentes e as massas frias, que se origina grande número de frentes. Isso porque aí é muito grande o choque entre fenômenos atmosféricos diferentes. As frentes podem ser quentes ou frias. O estudo das frentes é muito importante para compreender as alterações do tempo atmosférico e os climas da superfície terrestre. As Estações do Ano O movimento de translação inclinada da Terra ao redor do Sol é o que determina as estações do ano. De outubro a fevereiro, aproximadamente, o hemisfério Sul está mais voltado para os raios solares. A partir de março essa região vai recebendo gradativamente menos luz solar e se esfriando. No hemisfério Norte, acontece o contrário. Durante o ano existem períodos em que faz muito frio: é o inverno. Existem alguns meses em que faz muito calor: é o verão. Há períodos do ano em que venta bastante e as folhas das árvores caem: é o outono. E também há uma época, depois do inverno, em que as flores renascem e os rios descongelam: é a primavera. Primavera, verão, outono e inverno são as quatro estações do ano. O s pr i nc i pa i s t i pos de c l i ma no mundo FATAD Profº Jales Barbosa 31 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA Podem ser divididos em cinco grandes grupos: quentes, secos, temperados, frios e montanhosos. - Clima Equatorial: é quente e úmido o ano todo. Não apresenta as quatro estações do ano, mas é possível identificar uma estação chuvosa e outra menos chuvosa. Nas regiões de clima equatorial, chove o ano inteiro. Este clima predomina nas áreas de baixas latitudes, situadas ao redor da linha do Equador. - Clima Tropical: predomina nas regiões localizadas entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio, isto é, nas zonas intertropicais, com exceção das áreas de clima equatorial e das áreas desérticas. Existe nessas regiões um domínio de massas de ar tropicais, que são quentes e secas quando situadas sobre os continentes e úmidas quando situadas acima dos oceanos. É possível distinguir duas estações bem definidas durante o ano: uma chuvosa no verão, e outra seca no inverno. - Clima Desértico: é o clima dos grandes desertos da superfície terrestre, em geral localizados em áreas subtropicais, ou seja, em áreas situadas no contato das zonas tropicais com as zonas temperadas dos dois hemisférios. Apresenta temperaturas muito elevadas durante o dia, sendo freqüentes máximas acima de 42º C. A temperatura diminui bastante à noite e também no inverno, quando pode atingir o ponto de congelamento da água (0° C), ou até ficar abaixo, o que explica a grande amplitude térmica anual desse clima. Em geografia, um deserto é uma forma de paisagem ou região que recebe pouca chuva. Como conseqüência, os desertos têm a reputação de serem capazes de sustentar pouca vida. Comparando-se com regiões mais úmidas isto pode ser verdade, porém, examinando-se mais detalhadamente, os desertos freqüentemente abrigam uma riqueza de vida que normalmente permanece escondida (especialmente durante o dia) para conservar umidade. Aproximadamente 1/3 da superfície continental da Terra é deserto. As paisagens desérticas têm alguns elementos em comum. O solo do deserto é principalmente composto de areia, e dunas podem estar presentes. Paisagens de solo rochoso são típicas, e refletem o reduzido desenvolvimento do solo e a escassez de vegetação. As terras baixas podem ser planícies cobertas com sal. Os processos de erosão eólica (isto é, provocados pelo vento) são importantes fatores na formação de paisagens desérticas. Os desertos algumas vezes contêm depósitos minerais valiosos que foram formados no ambiente árido ou que foram expostos pela erosão. Por serem locais secos, os desertos são locais ideais para a preservação de artefatos humanos e fósseis. FATADProfº Jales Barbosa 32 http://pt.wikipedia.org/wiki/Vento http://pt.wikipedia.org/wiki/Eros%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Sal http://pt.wikipedia.org/wiki/Plan%C3%ADcie http://pt.wikipedia.org/wiki/Duna http://pt.wikipedia.org/wiki/Areia http://pt.wikipedia.org/wiki/Solo http://pt.wikipedia.org/wiki/Terra http://pt.wikipedia.org/wiki/Geografia http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Deserto_Saara_L%C3%ADbia.JPG GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA Dunas de areia no Deserto Saara na Líbia - Clima Temperado: localizam-se em regiões de médias latitudes, isto é, entre os dois trópicos e os dois círculos polares. Caracterizam-se pela inexistência de extremos de temperatura e umidade. Daí a porção temperada da superfície terrestre apresentar as quatro estações do ano bem definidas. As médias anuais de temperatura oscilam entre 8° C e 15° C. - Clima Frio Polar ou de Altas Montanhas: é um clima com invernos longos, que podem durar cerca de nove meses ao ano. É encontrado principalmente nas áreas de elevadas latitudes, dominadas pelas massas de ar polares. Mas também existe nas áreas de elevadas altitudes, as grandes cadeias de montanhas do planeta, com gelo eterno nas suas partes altas. É característico dos pólos. Nessas áreas existem geleiras permanentes e as precipitações ocorrem sob forma de neve. O inverno é rigoroso, com as temperaturas mais baixas do mundo. GLACIAL: geleiras: grandes massas de neve transformadas em gelo que se acumulam nas áreas continentais Climas no mundo: FATAD Profº Jales Barbosa 33 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA HIDROSFERA É a parte líquida da Terra, constituída por mares, rios, água subterrânea etc. Para se ter uma idéia da importância da hidrosfera, basta lembrar que, dos 510.000.000 km² que constituem a área total da superfície do nosso planeta, 73% correspondem às porções líquidas mais importantes: oceanos e mares. O Hemisfério Sul é o que concentra em maior proporção esse volume de água (82% do total), sendo por isso conhecido como hemisfério oceânico. Já no Hemisfério Norte estão as maiores concentrações de terras emersas (continentes e ilhas) da superfície terrestre, que abrangem 40% da área total desse hemisfério. A água é essencial para a vida pelos seguintes motivos: - a vida surgiu nos oceanos; - todas as formas de vida (animais e vegetais), que habitam os continentes, necessitam de água para sobreviver; - o homem utiliza a água como fonte de alimentos e recursos (peixes, frutos do mar, sal etc.); para a navegação em rios, lagos e oceanos; como fonte de energia (para obter eletricidade, que é gerada pelas usinas hidrelétricas) etc. É por isso que em geral todo agrupamento humano (povoados, vilas, cidades) sempre procura se fixar nas vizinhanças de um rio, de um lago ou do mar. Curiosidade: O volume global de água da Terra é estimado em 1.420.000.000 km3 e abrange oceanos, mares, geleiras, água do subsolo, lagos, água da atmosfera e rios. A maior parte está concentrada em oceanos e mares - 1.380.000.000 km3 -, correspondendo a 97,3% da reserva hídrica do mundo. Os oceanos e os mares ocupam 71% da área do globo. As águas continentais possuem um volume total de 38.000.000 km3, valor que representa 2,7% da água do planeta. A água doce congelada (geleiras e calotas polares) representa a maior parte das águas continentais; em menor grau, entram na sua composição a água doce armazenada no subsolo (lençóis freáticos e poços), a água de lagos e pântanos, a água da atmosfera e a água dos rios. Oceanos: Os oceanos são vastas extensões de água salgada que envolvem os continentes e cobrem a maior parte da Terra. Existem três oceanos: o Pacífico é o maior deles (179.700.000 km2), seguido do Atlântico (106.100.000 km2) e do Índico (74.900.000 km2). O oceano Atlântico banha o leste da FATAD Profº Jales Barbosa 34 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA América e o oeste da Europa e África. O oceano Pacífico, o maior dos três, envolve o oeste da América e o leste da Ásia e da Austrália. O oceano Índico banha o leste da África, o sul da Ásia e o oeste da Austrália. Esses três oceanos se encontram no pólo sul da Terra, a Antártica. No pólo norte encontra-se o chamado Mar Glacial Ártico, com 14.000.000 km2, considerado, pela maioria dos cientistas, um mar formado pelo oceano Atlântico. Os oceanos são uma importante fonte de recursos para o homem. Contêm enormes reservas de minerais - diamante, areia, conchas de ostra, cascalho e fosforita -, além de petróleo, gás natural, enxofre e potássio no interior das rochas. Atualmente o petróleo e o gás natural respondem por 90% das riquezas minerais obtidas nos oceanos e 61,9% da energia produzida no mundo. O transporte oceânico de carga é o mais barato que existe, em virtude da grande capacidade dos navios. Mares: Enquanto os oceanos cobrem vastas extensões e envolvem as massas continentais, os mares são considerados parte deles, com exceção dos mares fechados ou interiores: ocupam áreas mais reduzidas, localizando-se entre limites continentais. Também apresentam menor profundidade de que os oceanos e maior variação de salinidade, densidade, temperatura e transparência das águas. Podemos distinguir três tipos de mares: abertos, interiores e fechados. Mares Abertos : localizados ao longo das costas litorâneas, esses mares comunicam-se diretamente com o oceano. Podemos citar como exemplo: mar da China e o mar do Norte. Mares Interiores : localizam-se no interior dos continentes e comunicam-se com o oceano através de passagens chamadas estreitos. São exemplos de mares interiores: o mar Mediterrâneo e o mar Vermelho. Mares Fechados : assim chamados porque se localizam no interior dos continentes, sem se comunicarem com outros mares ou oceanos. São exemplos de mares fechados: o mar Cáspio, o mar de Aral e o mar Morto. Os movimentos das águas oceânicas Os oceanos e mares estão em movimento constante, pois os ventos provocam ondas, que geralmente são calmas e não costumam passar de 10 m de altura. Mas se houver algum fenômeno vulcânico nas águas oceânicas, ou algum abalo sísmico (maremoto), o mar fica tão violento que as ondas atingem mais de 15 m de altura e velocidade de 800 km por hora. FATAD Profº Jales Barbosa 35 GEOGRAFIA – HISTÓRICA E BÍBLICA As águas dos mares e dos oceanos apresentam, a cada dia, dois movimentos de elevação do seu nível (fluxo) e dois movimentos de rebaixamento (refluxo). São as marés. Portanto, as marés são movimentos diários de subida e descida do nível do mar. ONDAS: ondulação considerável da superfície de grandes massas de água, resultante da ação do vento. OCEANOS E MARES Nome Área (km2) Profundidade máxima (m) Oceano Atlântico 106.100.000 7.758 Mar Glacial Ártico 14.090.000 5.450 Mar do Caribe 2.754.000 7.680 Mar Mediterrâneo 2.505.000 5.020 Mar da Noruega 1.547.000 4.020 Golfo do México 1.544.000 4.380 Baía de Hudson 1.230.000 259 Mar da Groelândia 1.205.000 4.846 Mar do Norte 580.000 237 Mar Negro 413.000 2.243 Mar Báltico 420.000 463 Oceano Pacífico 179.700.000 11.020 Mar da China Meridional 3.447.000 5.560 Mar de Okhotsk 1.580.000 3.372 Mar de Bering 2.270.000 4.191 Mar da China Oriental 752.000 2.720 Mar Amarelo 417.000 105 Mar do Japão 978.000 4.230 Oceano Índico 74.900.000 7.450 Mar da Arábia 3.863.000 5.800 Golfo de Bengala 2.172.000 5.258 Mar Vermelho 440.000 2.600 FATAD Profº Jales Barbosa 36 GEOGRAFIA
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