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Resposta provas 8,9, 10, 11 e 13 PGERJ Procuradoria Estado Rio de Janeiro

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Revisão PGE procurador - véspera 30/04/2022. Pular para as matérias específicas da residência.
https://www.youtube.com/watch?v=e0bZRNbSVc4
QUESTÕES DAS PROVAS 8, 9, 10, 11 e 13
PGE/RJ - RESIDÊNCIA JURÍDICA
DIREITO CONSTITUCIONAL
8º exame
1. Município situado no Estado do Rio de Janeiro, sob os argumentos de proteção ao meio ambiente local e de
redução do tráfego na localidade, editou lei proibindo a circulação de veículos de carga das 15 às 20 horas nas
vias públicas que cruzam o seu território, inclusive nas rodovias estaduais concedidas, em que o fluxo de
veículos foi substancialmente afetado. O Governador solicita ao Procurador-Geral do Estado que adote a medida
judicial cabível contra a referida lei. Indique o instrumento e os fundamentos jurídicos da medida. (50 pontos)
R:
2. O Governador encaminhou anteprojeto de lei ordinária estadual prevendo a instituição de região
metropolitana, mediante a qual os serviços de saneamento básico dos municípios abarcados passam a ser
geridos por órgão do Estado. Na qualidade de assessor jurídico, analise a constitucionalidade do referido
anteprojeto. (50 pontos)
R:
9º exame
1. Uma emenda à Constituição Federal que trate sobre regime jurídico dos servidores públicos pode ser
validamente proposta por parlamentares? E se a referida emenda for à Constituição Estadual? (50 pontos)
R:
2. O Governador de um Estado da Federação edita um decreto determinando a divulgação nominal da
remuneração dos servidores públicos. Apresente argumentos em defesa da constitucionalidade do referido ato
normativo. (50 pontos)
R:
10º exame
1. Discorra sobre mutação constitucional e seus limites. Exemplifique. (50 pontos).
R:
2. A Assembleia Legislativa de um estado da federação aprovou, após observância do procedimento adequado,
emenda à constituição estadual estipulando a necessidade de prévia autorização do Poder Legislativo para a
instauração de ação penal contra o Governador, por crime comum. Avalie, de forma fundamentada, a
constitucionalidade da medida. (50 Pontos)
R:
11º exame
1. Disseste sobre as hipóteses de cabimento de recurso extraordinário em sede de controle concentrado de
constitucionalidade estadual. (50 pontos)
R:
1
https://www.youtube.com/watch?v=e0bZRNbSVc4
2. Suponha a aprovação de lei estadual que majore os vencimentos dos servidores da educação, conduta
vedada pelo art. 8º, inc. I, da LC 159/2017 (Regime de Recuperação Fiscal), ao qual o Estado aderiu
previamente. Em tal hipótese, poderia a União promover o ajuizamento de ação direta interventiva? A medida
seria cabível na hipótese? (50 pontos)
R:
13º exame
 1. Conceitue a transcendência dos motivos determinantes no controle abstrato de constitucionalidade,
destacando o entendimento do Supremo Tribunal Federal a respeito do tema. (50 pontos)
 R:
2. Discorra sobre a possibilidade de controle de constitucionalidade de veto a projeto de lei estadual. (50 pontos)
R:
DIREITO ADMINISTRATIVO
8º exame
1. Um particular propõe à Administração Pública estadual a concepção de um projeto na área de mobilidade
urbana com vistas à elaboração de estudos técnicos que subsidiem futura contratação. Antes de qualquer
análise, os documentos são diretamente encaminhados à Assessoria Jurídica do órgão competente.
(a) Instado a manifestar-se sobre a questão, fundamente a admissibilidade jurídica desse tipo de proposta.
R:
(b) Na hipótese de aproveitamento dos estudos ofertados espontaneamente, o particular tem direito a exigir
remuneração por eles?
R:
(c) Alternativamente, caso o particular seja autorizado a elaborar estudos técnicos, contudo injustificadamente
não os conclua, tem o Estado, nesse cenário, direito a pleitear indenização do particular? (70 pontos)
R:
2. Servidor público estável, admitido sem concurso público 6 (seis) anos antes da promulgação da Constituição
Federal de 1988, e em exercício continuado até os dias atuais, tem direito à incidência, a seu favor, de todas as
regras de um novo plano de cargos e salários aplicável aos demais servidores lotados no mesmo órgão público?
(30 pontos)
R:
9º exame
1. O que se entende por princípio da realidade e de que maneira sua aplicação pela Administração Pública pode
ser compatibilizada com o princípio da legalidade? (40 pontos)
R:
2. Sociedade de economia mista não dependente que explora atividade econômica em regime de concorrência
pretende iniciar empreendimento de expansão que exigirá ampliação de suas instalações e aquisição de bens de
capital. Considerando o regime jurídico aplicável a esta entidade, responda justificadamente:
(a) a sociedade acima descrita pode promover desapropriação para fins de concretizar a ampliação pretendida?
(15 pontos)
2
R:
 (b) está obrigada a licitar pera adquirir os referidos bens de capital? (15 pontos)
R:
(c) para contratar novo dirigente, está obrigada a realizar concurso público? (15 pontos)
R:
(d) pode oferecer remuneração acima do teto remuneratório constitucional para o novo dirigente? (15 pontos)
R:
10º exame
1. Determinado servidor público estadual teve sua aposentadoria concedida e registrada em 1997. Na
oportunidade, quando fixados definitivamente os seus proventos, deixou-se de considerar promoção a que o
mesmo faria jus em razão de lei editada em 1994. O servidor, inconformado, protocolizou pedido administrativo
em 2005 com vista à revisão do ato inicial de fixação dos proventos. Passados dois anos, não tendo obtido
resposta, ajuizou ação voltada a condenar o Estado a revisar seus proventos na forma de seu pedido
administrativo, bem como a obter o pagamento de parcelas pretéritas.
Como Procurador do Estado, quais argumentos de defesa você utilizaria para sustentar que se consumou a
prescrição? (50 pontos)
R:
2. As sociedades de economia mista constituem importante forma de atuação direta do Estado na economia,
prevista no artigo 173, da Constituição da República. Por força do referido dispositivo constitucional, sua criação
condiciona-se à existência de relevante interesse coletivo ou imperativo de segurança nacional. Diante disso,
responda justificadamente:
(a) tratando-se de modalidade excepcional de atuação do Estado na economia, que princípio deve informar a
criação das sociedades de economia mista (20 pontos)?
R:
(b) à luz dos objetivos previstos no caput do artigo 173 da Constituição, mencionados no enunciado, a obtenção
de lucro pela sociedade de economia mista é um propósito protegido pelo ordenamento jurídico? (30 pontos)?
R:
11º exame
1. Estado da federação decide alienar, de maneira pulverizada, parte das ações que atualmente lhe garantem
controle acionário de sociedade de economia mista, na qual possui 55% das ações com direito a voto. Ao final
da pulverização, remanescerá com 48% das ações com direito a voto. Diante desse cenário, responda
justificadamente (50 pontos):
(a) que requisitos formais precisam ser observados para a venda?
R:
(b) após a alienação, a empresa continuará sujeita ao regime da Lei n° 13.303/2016 (Lei das Estatais)?
R:
2. Responda justificadamente:
(a) quem é o titular das jazidas de petróleo localizadas na costa do Estado do Rio de Janeiro?
R:
3
(b) quem é o titular do produto da lavra do petróleo extraído das referidas jazidas, tanto no regime de concessão,
quanto no regime de partilha?
R:
(c) qual a natureza jurídica dos royalties e participações especiais decorrentes da exploração e produção das
jazidas de petróleo na costa do Estado do Rio de Janeiro? (50 pontos)
R:
13º exame
1. A diretora de um Colégio Estadual, preocupada com a segurança patrimonial nos finais de semana e férias
escolares, considera convidar um servidor público, responsável há mais de 10 anos pela manutenção da escola
e sem qualquer anotação desabonadora em seu registro funcional, para residir numa construção localizada
dentro do terreno do Colégio. Aceita a proposta, algum tempo depois de o servidor começar a residir
informalmente no local com sua família, ele passa a vender salgados para os alunos nos períodos de recreio. O
Ministério Públicosolicita então informações à diretora sobre o caso.
Na qualidade de Assessor Jurídico da Secretaria de Estado de Educação, responda consulta abordando os
seguintes pontos:
(a) Qual instituto jurídico embasa a ocupação do bem público no caso? (15 pontos)
R:
(b) É necessário procedimento licitatório para a ocupação do imóvel? (15 pontos)
R:
(c) O exercício da atividade econômica é compativel com a natureza da ocupação nesse caso? (15 pontos)
R:
(d) É possível a regularização da situação? (15 pontos).
R:
2. O Ministério Público ajuizou ação por ato de improbidade administrativa em face de servidor público, porque
depois de um inquérito civil se verificou que ele utilizou o veículo e motorista de seu órgão público para fins
particulares. Após o trânsito em julgado de sentença condenatória, as partes negociam um acordo de não
persecução cível por meio do qual seria ajustado o ressarcimento do dano ao erário mediante a pintura de uma
escola estadual e o compromisso do servidor de ministrar cursos de capacitação em órgãos e entidades públicos
na sua área de especialização durante um ano.
Diante desses fatos, responda:
(a) É possível a homologação do acordo considerando a forma de ressarcimento negociada? (10 pontos)
R:
(b) É possível a homologação do acordo após o trânsito em julgado da sentença condenatória? (10 pontos)
R:
(c) É possível a homologação do acordo sem a previsão de punição ao servidor? (10 pontos)
R:
(d) Qual a distinção entre o acordo de leniência e o acordo de não persecução cível sob a ótica do ressarcimento
do dano ao erário? (10 pontos)
R:
4
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
8º exame
1. Disserte sobre preclusão, abordando conceito, classificação e respectivo alcance para o juiz. (50 pontos)
R:
2. Servidor ajuíza ação monitória contra o Estado do Rio de Janeiro para o recebimento de parcelas
remuneratórias atrasadas, já objeto de reconhecimento de dívida. Para amparar sua pretensão, acosta cópia do
Diário Oficial em que publicado o ato formal do reconhecimento da dívida.
Ao despachar a inicial, o juízo fazendário converte, de ofício, o procedimento em comum ordinário, por entender
incabível a monitória.
Analise os aspectos processuais da situação narrada, considerando os requisitos da ação monitória e o dever de
cooperação processual do magistrado. (50 pontos)
R:
9º exame
1. Nas causas pelo procedimento comum em que for parte a Fazenda Pública, é aplicável a audiência de
conciliação ou de mediação prevista no artigo 334 do Código de Processo Civil de 2015? (50 pontos)
CPC, art. 334: "Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar
do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta)
dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência"
R:
2. O Ministério Público Estadual ajuizou ação civil pública contra o Estado do Rio de Janeiro questionando a
formulação e execução de política pública de gestão de recursos hídricos. Após a apresentação de contestação,
a tutela de urgência foi deferida, intimando-se a Fazenda Pública, exclusivamente por publicação no Diário
Oficial, para que cumprisse a obrigação de fazer em 30 dias, sob pena de imposição de multa pessoal ao
Procurador do Estado.
Diante do narrado, opine sobre: (i) o cabimento de recurso contra a decisão, (ii) o prazo para sua interposição e,
por fim, (ili) os vícios processuais passíveis de impugnação. (50 pontos)
R:
10º exame
1. Disserte sobre o incidente de desconsideração da personalidade jurídica sob a ótica do Código de Processo
Civil de 2015. (50 pontos)
R:
2. Numa ação civil pública para reparação do dano ambiental regional proposta na Justiça Estadual, as partes
alegaram apenas aspectos de mérito e o feito foi sentenciado. Em grau recursal, alegou-se a incompetência da
Justiça Estadual. Considerando a narrativa, aborde os aspectos de competência envolvidos. (50 pontos)
R:
11º exame
1. Proporcionalidade e meios executórios na execução por quantia certa contra particulares. Discorra. (50
pontos)
R:
5
2. A motivação da sentença é considerada a última manifestação do contraditório. Discorra sobre essa assertiva,
inclusive ao ângulo da garantia fundamental da imparcialidade do magistrado. (50 pontos)
R:
13º exame
1. Discorra sobre o instituto do litisconsórcio, abordando aspectos como seu conceito, espécies e impactos na
relação processual. (50 pontos)
R:
2. O Ministério Público Estadual ajuíza ação de improbidade em que se reconhece dano moral coletivo em favor
de grupo de servidores públicos vinculados à TSERJ, associação representativa da categoria. Ainda pendentes
recursos às instâncias superiores, alguns servidores deflagram individualmente execução do julgado. Discorra
sobre os aspectos relacionados à legitimidade dos sujeitos processuais para a propositura da ação e para a
liquidação do julgado, assim como quanto à possibilidade de sua respectiva execução. (50 pontos)
R:
DIREITO TRIBUTÁRIO
11º exame
1. Defina os princípios da seletividade, proporcionalidade e progressividade, correlacionando-os com a
capacidade contributiva e identificando a aplicação desses princípios aos impostos estaduais. (50 pontos)
R:
2. A empresa X impugnou auto de infração lavrado em razão do não pagamento do ICMS devido. O processo
administrativo foi extraviado e localizado quinze anos depois. Em fevereiro de 2013, foi proferida decisão
definitiva sobre a impugnação. A empresa X foi regularmente intimada da decisão definitiva em março de 2013.
Proposta execução fiscal em janeiro de 2018, o despacho de citação foi proferido em fevereiro de 2018. O Oficial
de Justiça em março de 2018, certificou a não localização da empresa X no endereço constante em seus atos
societários. A PGE teve ciência da certidão em abril de 2018. O redirecionamento da execução fiscal para os
sócios administradores, foi requerido e efetivado em maio de 2018.
Após a citação, os sócios, por meio de exceção de pré-executividade, alegaram a prescrição intercorrente do
processo administrativo tributário e da pretensão executiva em face da empresa X e dos sócios. Analise a
procedência das alegações de prescrição. (50 pontos)
R:
13º exame
1. De forma a minimizar os efeitos da guerra fiscal e a crise econômica, a União Federal decide editar Lei
Complementar disciplinando o prazo para parcelamento com desconto de débitos de ICMS aplicável a todos os
Estados da Federação. (50 pontos)
(a) Discorra sobre as feições da Lei Complementar em matéria tributária. (25 pontos)
R:
(b) Comente a respeito da (in) constitucionalidade da medida. (25 pontos)
R:
2. Após o encerramento do processo administrativo tributário com decisão desfavorável ao contribuinte, o
devedor decide ajuizar ação anulatória apresentando um seguro-garantia a fim de desconstituir o crédito em
questão e obter certidão de regularidade fiscal. Na sequência, o Estado inscreve o débito em Dívida Ativa e
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ajuíza a respectiva execução fiscal, na qual foi deferida imediata penhora com resultado positivo integral. Uma
vez intimado da penhora, o devedor opôs embargos à execução com a finalidade de desconstituir o crédito
tributário. (50 pontos)
(a) Foram corretas a inscrição em dívida ativa e o respectivo ajuizamento da execução fiscal? Justifique. (25
pontos)
R:
(b)É possível a certidão de regularidade fiscal? Sob que fundamento? Justifique. (10 pontos)
R:
(c) Comente, sob o viés processual, a relação entre os meios de defesa utilizados pelo devedor para
desconstituir o crédito. (15 pontos)
R:
GABARITOS
GABARITO DIREITO CONSTITUCIONAL
8º exame
1. Na questão proposta, seria possível ajuizamento representação de inconstitucionalidade ("ADI estadual") pelo
governador do Estado do Rio de Janeiro, tendo por parâmetro a Constituição Estadual e por objeto a lei
municipal. A Rl encontra fundamento no art. 125, 52° da CRFB. Nestes casos, a competência para julgamento
será do Tribunal de Justiça local e o parâmetro de aferição da constitucionalidade é a própriaConstituição do
Estado, e não a Constituição da República. Em outras palavras, o Tribunal de Justiça deverá analisar a
compatibilidade da norma estadual ou municipal objeto da representação de inconstitucionalidade com a
Constituição Estadual. Quanto à legitimidade ativa, a CRFB apenas vedou que a mesma fosse atribuída a um
único órgão, de modo que os Estados não precisariam necessariamente reproduzir por simetria os legitimados
do art. 103 da CRFB. Nesse sentido, o STF já admitiu a atribuição de legitimação aos Deputados Estaduais (ADI
558-9-MC) e já considerou constitucional (ADI 558-9-MC) o art. 162 da Constituição do Estado do RJ, que atribui
a legitimidade a outros órgãos e autoridades, como o Procurador-Geral do Estado e o Prefeito Municipal.
No tocante aos fundamentos jurídicos que embasariam a referida ação, temos que a Constituição Federal (artigo
22, inciso XI) dispõe que é competência privativa da União legislar sobre trânsito e transporte. Já no tocante ao
meio ambiente, a Constituição, no art. 24, VI. registra a competência legislativa concorrente da União, Estados e
Distrito Federal para dispor sobre florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos
recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição. Noutro giro, o art. 23, VI, consigna a
competência administrativa comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios para proteger o meio
ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas. Esse entendimento expõe que o Município não
teria competência para legislar sobre meio ambiente, já que esse ente federativo não é mencionado no caput do
art. 24. Em compensação, o ente municipal poderia apenas executar função administrativa, à luz do referido art.
23, VI, da CF, que o inclui entre as pessoas competentes. Em síntese, que os decretos municipais violaram o
princípio da razoabilidade e da proporcionalidade, o direito ao livre exercício da atividade econômica, o direito à
liberdade de locomoção e os princípios da legalidade e da igualdade
2. Logo, de modo a responder a questão proposta, deveria o candidato esclarecer que a integração municipal do
serviço de saneamento básico pode ocorrer tanto voluntariamente, por meio de gestão associada, por meio de
convênios de cooperação ou consórcios públicos, consoante os arts. 3°, II, e 24 da Lei Federal n° 11.445/2007 e
o art. 241 da Constituição Federal, como compulsoriamente. O STF firmou o entendimento no sentido de que o
interesse comum e a compulsoriedade da integração metropolitana não são incompatíveis com a autonomia
municipal. O STF ressaltou em mais de uma oportunidade, que o Município não pode escolher participar ou não
7
de uma região metropolitana, microrregião ou aglomerado urbano. A instituição é prerrogativa do Estado e
compulsória aos Municípios. Não obstante a sua inclusão, não lhe é retirada a sua autonomia, ou seja, deve
haver compatibilidade do modelo para manter a autonomia constitucional dos Municípios nos assuntos
relacionados ao saneamento básico.
9º exame
1. A discussão parte do art. 61 51° CRFB, que trata das matérias que podem ser objeto de lei deflagrada por
iniciativa do Chefe do Executivo, sendo uma delas o regime jurídico dos servidores públicos. No mesmo sentido,
o art. 112 $1°, II "b" CERJ prevê que é de iniciativa do Chefe do Executivo lei que verse sobre o regime jurídico
dos servidores públicos. Logo, a possibilidade de uma emenda à Constituição Estadual versando sobre regime
jurídico dos servidores, proposta por parlamentares, apresenta vício de iniciativa, sendo, portanto,
inconstitucional, a luz do princípio da simetria. A iniciativa de certas leis é restrita ao Executivo, a Assembleia
Legislativa não pode, nem mesmo aprovando emendas constitucionais, violá-la. Caso contrário, a disposição da
Constituição Federal poderia tornar-se inócua. Uma assembleia legislativa oposicionista ao governo estadual
poderia conseguir o quórum necessário para a aprovação de emendas e assim legislar em virtualmente todas as
matérias de iniciativa do Executivo. esvaziando as funcões deste e gerando um grave desequilíbrio entre os
poderes. Já no tocante à Constituição Federal, o entendimento é distinto. O STF entende que o Poder
Constituinte Derivado Decorrente está sujeito a limites mais rígidos do que no tocante às emendas na
Constituição Federal. Logo, seria possível, nesse caso, a emenda à CRFB. Os limites formais ao Poder
Constituinte Derivado estão no art. 60 CF e seria insubsistente condicionar a legitimação da iniciativa de EC
também à iniciativa de PL.
2. De acordo com o STF, é lícita a divulgação do nome e da remuneração dos servidores na Internet, em
respeito ao Princípio da Publicidade. Trata-se de informação de interesse público e não meramente de caráter
privado. São dados que dizem respeito a agentes públicos no exercício da função pública. Mais ainda, de acordo
com a Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/2011), temos as hipóteses de publicidade e transparência. Os
fundamentos da lei se encontram na CRFB/88, além do art. 5°, XXXIII, nos arts. 37, $ 3°, inciso II e 216, 5 2°. A
referida lei tem aplicação também nos Estados, Municípios e ao Distrito Federal (art.19), com a finalidade de
disciplinar o acesso a informações mantidas pelos órgãos públicos. Mesmo sem dispor expressamente sobre a
obrigatoriedade da divulgação da remuneração pessoal dos servidores, a lei impõe à Administração o dever de
promover a divulgação, independente de requerimento, "no âmbito de suas competências, de informações de
interesse coletivo ou geral por eles produzidos ou custodiados" (art.8°). Saliente-se que o âmbito de proteção da
privacidade do cidadão é diferente do servidor público, que pode estar mais delimitado. A divulgação de sua
remuneração não afrontaria o núcleo essencial do direito à intimidade, sendo, conforme defende doutrina
majoritária, medida proporcional e adequada.
10º exame
1. A mutação constitucional é a possibilidade de alterar o sentido de uma norma sem precisar fazer uma
mudança expressa no texto. Ou seja, a interpretação dada a um determinado artigo vai se adequar às
transformações do tempo, sem que haja uma intervenção direta nele; seu teor permanece inalterado, mas o
sentido é novo. Segundo Barroso, “A mutação constitucional há de estancar diante de dois limites: a) as
possibilidades semânticas do relato da norma, vale dizer, os sentidos possíveis do texto que está sendo
interpretado ou afetado ; e b) a preservação dos princípios fundamentais que dão identidade àquela específica
Constituição. Se o sentido novo que se quer dar não couber no texto, será necessária a convocação do poder
constituinte reformador. E se não couber nos princípios fundamentais, será preciso tirar do estado de latência o
poder constituinte originário.”
O exemplo clássico de mutação no Direito Constitucional envolve a expressão “casa”, prevista no artigo 5º,
inciso XI, da Constituição Federal de 1988, que possui o seguinte texto: “a casa é asilo inviolável do indivíduo,
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre,
ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”
8
Neste caso, a palavra “casa” é interpretada não apenas como “residência”, mas também compreende o local de
trabalho, norma construída a partir da interpretação usualmente feita pelos nossos aplicadores do Direito no
Brasil.”
2. [PESQUISAR]
11º exame
1. Como regra no controle concentrado ou abstrato de controle de constitucionalidade, na modalidade
repressiva, o meio de impugnação de leis e atos normativos inconstitucionais é a Ação Direta de
Inconstitucionalidade proposta perante o Supremo Tribunal Federal consoante disposto no art. 102, l, a da
CF/88. Na esfera estadual, o instrumento de controle é a Representação de Inconstitucionalidade. O controle de
constitucionalidade concentrado é processo de natureza objetiva, no qual não se discute direitos subjetivos.
Como regra, o Recurso Extraordinário não é a via processual adequadapara manejar o controle de lei estadual
ou municipal diante da Constituição Estadual. Assevera a Constituição Federal que o Recurso Extraordinário
visa combater decisões que contrariem frontalmente o texto da CF/88; declare a inconstitucionalidade de tratado
ou lei federal; julgar válida lei ou ato local em face da CF/88; e validade de lei local diante de lei federal (art. 102,
III, da CF/88). No entanto, excepcionalmente, quando o parâmetro de constitucionalidade da Constituição
Estadual for uma norma de reprodução obrigatória da CF/88, abre-se a possibilidade de se interpor Recurso
Extraordinário contra o acórdão do Tribunal de Justiça em controle abstrato estadual para o STF pois encontram
fundamento no conceito de simetria à Constituição Federal. Trata-se de utilização de recurso típico da via
incidental no controle concentrado e em abstrato estadual.
2. Não poderia a União promover o ajuizamento de ação direta interventiva porque carece de interesse-utilidade
(art. 34 da CF/88). Há a inadequação da via eleita, pois a ADI interventiva é cabível quando houver ofensa aos
princípios constitucionais sensíveis ou recusa ao cumprimento de lei federal. No caso em tela questiona-se lei
que majora vencimento de servidores e o descumprimento de regra vedada no Regime de Recuperação Fiscal.
Tal ato não configura a previsão de violação de prestação de contas (art. 34, VI, d, da CF/88). Sob pena de
violação ao princípio da legalidade e da autonomia político-administrativa dos entes federativos. A consequência
do descumprimento das regras do plano de recuperação fiscal gera o desenquadramento do regime e a
retomada da cobrança de dívidas. Portanto, admitir a intervenção federal seria uma medida desproporcional face
à previsão do art. 12 e 13 da LC 159/2017. Logo, o descumprimento de regras do RRF não dá ensejo ao manejo
de ação direta interventiva.
13º exame
1. A transcendência dos motivos determinantes consiste na extensão dos efeitos da decisão proferida pelo STF
no controle abstrato de constitucionalidade, de modo que, além do dispositivo, os motivos determinantes da
decisão também possuiriam efeitos vinculantes. Os efeitos da decisão proferida pelo STF no controle abstrato de
constitucionalidade são estabelecidos no artigo 102, §2º, da CRFB. O aspecto subjetivo diz respeito a quem é
atingido por aquela decisão, tendo eficácia contra todos e efeito vinculante. Já o aspecto objetivo, diz respeito a
quais partes da decisão produzem eficácia contra todos e efeito vinculante. Quanto ao aspecto objetivo, o STF
adota a teoria restritiva, segundo a qual somente o dispositivo da decisão possui efeitos vinculantes. O STF
afastou a técnica da transcendência dos motivos determinantes nas Rcl 10.604, Rcl 8.168 e Rcl 22.012.
Entretanto, parte da doutrina entende que o STF teria acolhido esta teoria para fins de cabimento de reclamação
constitucional afeta à liberdade de expressão e imprensa, com relação à ADPF 130 (Rcl 22.328), e no
julgamento das ADIs 3406 e 3470, em que foi declarada incidentalmente a inconstitucionalidade do artigo 2º da
Lei nº 9.055/95, com efeito vinculante. (50 pontos)
2. O controle de veto a projeto de lei, de acordo com o artigo 66, § 1º, da CRFB, ainda que fundamentado em
inconstitucionalidade, é eminentemente político e exercido pelo Poder Legislativo – no caso, a Assembleia
Legislativa do Estado. Para o controle judicial de constitucionalidade do veto, seria cabível ADPF, com
fundamento no caput do artigo 1º, da Lei nº 9.882/99, por se tratar de ato do Poder Público. O cabimento desta
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ação observa, ainda, a subsidiariedade, por inexistir outra ação constitucional idônea a sanar a lesividade (art.
4º, § 1º, da Lei nº 9.882/99). O STF já declarou a inconstitucionalidade de veto extemporâneo (ADPF 893) e do
veto, aposto a título de retificação, em “republicação” de dispositivo anteriormente sancionado (ADPF 714).
Quanto à constitucionalidade material do veto, houve apenas o pronunciamento de alguns Ministros em obiter
dicta (ADPF 714, sobre o veto a dispositivos da lei que obrigava o uso de máscaras durante a pandemia da
COVID-19). Tal possibilidade já havia sido cogitada no julgamento monocrático da ADPF 45. Embora tenha sido
julgado prejudicada a ação por perda de objeto, admitiu-se, em tese, o controle de constitucionalidade de veto a
dispositivo do projeto de lei de diretrizes orçamentárias. (50 pontos)
GABARITO DIREITO ADMINISTRATIVO
8º exame
1. (a) A proposta é possível. Trata-se da Manifestação de Interesse Privado (MIPI, prevista no Decreto estadual
45.294/2015 em seu art. 5°,II. A apresentação de Estudos Técnicos tem a finalidade de subsidiar a
Administração Pública Estadual na estruturação de empreendimentos objetos de concessão de obra pública,
concessão ou permissão de serviços públicos, de parceria público-privada ou de concessão de uso. É facultativo
para a Administração Pública.
(b) Conforme dispõe o art. 24 do Decreto 45.294/2015, os valores relativos aos Estudos Técnicos selecionados
serão ressarcidos ao Autorizado exclusivamente pelo vencedor da licitação, desde que estes tenham sido
efetivamente utilizados no certame. E, ainda, o p.ú. do mesmo artigo dispõe que não haverá qualquer
pagamento pelo Poder Público. Logo, temos que os estudos técnicos, se utilizados, serão ressarcidos pelo
vencedor da licitação onde será utilizado esse estudo.
(c) No caso de desistência por parte do particular que tenha sido autorizado a elaborar estudos técnicos, haverá
a revogação da autorização, conforme o art. 14, II "b" Decreto 45.294/2015, não mencionando o decreto a
possibilidade de indenização. Contudo, em relação ao particular, observe a redação do §3° do r. artigo:
3° Os casos previstos neste artigo não geram direito de ressarcimento dos valores envolvidos na elaboração de
Estudos Técnicos.
2. Inicialmente, para melhor compreensão da questão, devemos diferenciar os seguintes conceitos: servidor
estável X servidor efetivo. Isso porque não necessariamente o servidor estável será efetivo e vice-versa.
Pois bem, o servidor estável é aquele que possui a garantia constitucional de permanência no serviço público
após sua nomeação em caráter efetivo, tendo ultrapassado o estágio probatório de 3 anos. A estabilidade se dá
no serviço público e não no cargo. Já o servidor efetivo é aquele cujo cargo ocupado exige aprovação em
serviço público pressupondo situação de permanência. A efetividade refere-se ao cargo. O art. 19 ADCT.
Na questão, o servidor é estável, porém, como não ingressou na Administração Pública por concurso público,
não é efetivo. Nessa toada, conforme entende o STF, o servidor estável, mas não efetivo, possui somente o
direito de permanência no serviço público no cargo em que fora admitido, todavia sem incorporação na carreira,
não tendo direito a progressão funcional nela, ou a desfrutar de benefícios que sejam privativos de seus
integrantes. Cite-se, ainda, Súmula do STF no mesmo sentido:
Súmula 685 STF - É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem
prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual
anteriormente investido.
Portanto, o referido servidor não tem direito à incidência, a seu favor, das regras de um novo plano de cargos e
salários aplicável aos demais servidores lotados no mesmo órgão público.
9º exame
1. Para Diogo de Figueiredo, o entendimento do princípio da realidade parte de considerações bem simples: o
direito volta-se à convivência real entre os homens e todos os atos partem do pressuposto de que os fatos que
sustentam suas normas e demarcam seus objetivos são verdadeiros. Nesse contexto, como esclarece o autor, a
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ordem jurídica não acolhe ficções ou presunções. Como esclarece Raquel Urbano, a sujeição da Administração
aos fatos reais evita a insegurança social, pois é assegurado aos cidadãos que a incidência da norma
administrativa não ignorará a realidade em que se inserem. Assim sendo, evidenciar a veracidade das
circunstânciasfática que envolvem a conduta pública é tarefa essencial do Estado e daqueles que exercem o
controle de juridicidade dos seus comportamentos. Tal princípio, contudo, limita a discricionariedade do
administrador público. Conforme afirma Diogo de Figueiredo, a razoabilidade e a própria realidade periam um
limite à própria discricionariedade, logo, deve o administrador observar esses conceitos para que seja legítima a
sua atuação
2. (a) O procedimento de desapropriação é dividido em duas fases; declaratória e executória.Na primeira fase,
declara-se a utilidade daquele bem e após é executada a própria desapropriação. Temos então a competência
para essas duas fases. A competência declaratória, como regra, cabe apenas aos entes federativos - decreto
expropriatório pelo Chefe do Executivo. Há, contudo, exceções: ANEEL e DNIT, bem como o Poder Legislativo
(art. 8° DL 3365). Quanto à competência executória, temos os demais atos materiais e concretos para que o bem
seja retirado da propriedade do particular e passe para o Poder Público. Trata-se de competência mais ampla
que a competência declaratória: Art. 3o Os concessionários de serviços públicos e os estabelecimentos de
carater público ou que exerçam funções delegadas de poder público poderão promover desapropriações
mediante autorização expressa, constante de lei ou contrato. Pois bem, ainda, temos que analisar o art. 173 $1°,
II CRFB/88. Tratando de estatal econômica,temos que estão sujeitas ao regime de empresas do setor privado.
Por conta dessa paridade, eventual concessão de prerrogativa para a desapropriação configuraria em
concorrência desleal, abrindo uma vantagem distinta daquelas outorgadas às empresas privadas.
(b)Sobre o tema, há jurisprudência clássica do TCU e STJ: a necessidade de licitação seria apenas às
atividades-meio (limpeza, segurança etc), sendo também o entendimento da doutrina majoritária. Logo, no
tocante à atividade-fim, não seria necessária a licitação. Considere-se a morosidade do procedimento licitatório.
As estatais econômicas estariam em desigualdade de condições com as empresas privadas, que, obviamente,
não necessitam de licitação. Mais ainda, o art. 28 $3°, 1 da recente lei das estatais {Lei 13.303/2016), dispensa a
licitação quando tratar a contratação especificamente de: 530 São as empresas públicas e as sociedades de
economia mista dispensadas da observância dos dispositivos deste Capítulo nas seguinjes situações: l -
comercialização, prestação ou execução, de forma direta, pelas empresas mencionadas no caput, de produtos,
serviços ou obras especificamente relacionados com seus respectivos objetos sociais.
(c) O dirigente da estatal ocupa um cargo em comissão, logo, na forma do art. 37, lI CRFB/88, não é necessário
o concurso público para a sua nomeação. Frise-se que a Lei 13.303/2016, em seu art. 17 traz alguns requisitos
especiais que devem ser observados para a nomeação do dirigente. São requisitos que visam trazer maior
compatibilidade da pessoa com a função exercida (exemplo: formação acadêmica, experiência na área, dentre
outras).
(d) Como afirmado no enunciado, essa estatal é NÃO DEPENDENTE e assim sendo, não se vincula ao teto
remuneratório. Estatal dependente (deficitária) é conceituada pelo art. 2° LRF: Art. 2° III - empresa estatal
dependente: empresa controlada que receba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de
despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de
aumento de participação acionária; Ou seja, recebe recursos pagar gastos com pessoal, custeios em geral. É,
portanto, financeiramente dependente do ente controlador. Noutro giro, a estatal não dependente, por não se
basear em orçamento fiscal, não está, por óbvio, sujeita ao teto remuneratório.
10º exame
1. Vigora em nosso ordenamento jurídico o Decreto n°. 20.910/32, complementado pelo Decreto-lei n. 4.597/42,
segundo os quais a prescrição contra a Fazenda Pública é quinquenal. No caso apresentado, o prazo de 05
anos para o ex-servidor pleitear a revisão do seu benefício começa a fluir em 1997, findando-se em 2002. De
forma que em 2005, quando formulou o pedido administrativo, o prazo prescricional já havia se esgotado. Não
cabe, portanto, alegação de eventual interrupção do fluxo do prazo prescricional pelo requerimento
administrativo, tendo em vista que, nesta data, a prescrição já havia se operado. O pedido, portanto, deve ser
julgado improcedente. Importante fazer a distinção entre prescrição do fundo de direito e prescrição de trato
sucessivo. Considerando que, ao que se pode depreender da questão, o direito subjetivo à promoção não havia
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sido reconhecido ao servidor, não há relação de trato sucessivo. Assim, o que temos é a prescrição do fundo de
direito, ou seja, a prescrição do direito à promoção.
2. (a) A criação das sociedades de economia mista deve observar o princípio da legalidade estrita (art. 37, XIX,
CR) e ser informada pelo princípio da subsidiariedade (art. 173, CR),segundo o qual a atuação direta do Estado
na ordem econômica deve ser excepcional. A regra é a da não intervenção e a livre iniciativa (art. 1o, IV c/c 170,
caput), ou seja, a atividade econômica é confiada ao setor privado, de modo que devem ficar a cargo do Estado
as atividades que lhe são próprias como ente soberano, consideradas indelegáveis ao particular (segurança,
defesa, justiça, relações exteriores, legislação, polícia). No que tange às estatais, o art. 173 da CRFB é expresso
ao dizer que, "ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica
pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante
interesse coletivo, conforme definidos em lei."
(b) Há dois entendimentos. Mas me filio ao que sim, pois independentemente de a estatal ser econômica ou
prestadora de serviços públicos, a escolha do agente público por uma forma empresarial, de direito privado,
denota que a atividade seja lucrativa - ou. ao menos, não deficitária, no caso de empresas públicas. Já no caso
das sociedades de economia mista, a presença de capitais privados aponta na direção de que o lucro deve, sim,
ser perseguido. Nesse sentido: Mario Engler, Jacintho Arruda Câmara e CVM
(Processo Administrativo n° RJ-2007-13216).
11º exame
1. (a) A alienação do controle acionário de uma sociedade de economia mista exige dois requisitos: autorização
legislativa e procedimento público competitivo. Estes requisitos foram assegurados pelo STF no julgamento da
medida cautelar na ADI 5841 - MC. Na qual, assentou o STF conferir ao art. 29, XVIII, da Lei n° 13.303/2016,
interpretação conforme à Constituição Federal, indicando as seguintes conclusões sobre esse dispositivo: il a
alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de economia mista exige autorização
legislativa; ii) por outro lado, a alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de economia
mista não exige licitação pública, bastando a adoção de procedimento público competitivo, tal qual o
estabelecido no Decreto 9.188/2017.
(b) A Lei n° 13.303/2016 regulamenta o estatuto jurídico das empresas públicas e sociedades de economia
mista. Não obstante, é imperioso relembrar que sociedade de economia mista é uma entidade dotada de
personalidade jurídica de direito privado, com criação por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações
com direito a voto pertencem em sua maioria ao ente estatal. Sendo assim, a alienação do controle acionário
descaracteriza a sociedade de economia mista. Logo, deixa de se sujeitar a Lei n° 13.303/16 e passa a uma
empresa de simples participação do Estado, fora de seu quadro de entidade da Administração Indireta.
2. (a) Conforme previsto no art. 20 da CF/88 as jazidas são bens da União. Ademais, o art. 176 da CF/88
complementa que as "As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia
hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento,e pertencem
à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra".
(b) O titular do produto da lavra do petróleo, por ser um ativo de expressão econômica, pode ter destinação
regulada por contrato. Sendo assim, conforme disposto no art. 176 da CF/88 é garantido ao concessionário a
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propriedade do produto da lavra. Sendo assim, segundo previsão contratual a extração pode ser realizada
diretamente pelo ente; através de concessão ou por partilha entre o ente e o particular.
(c) Os royalties e as participações especiais decorrentes da da exploração tem natureza jurídica de receitas
públicas originárias com fulcro na Lei n° 4.320/62. As receitas originárias decorrem da exploração direta do
patrimônio estatal. As receitas públicas são classificadas em receitas: originárias e derivadas. As receitas
derivadas decorrem do poder de império do Estado sobre o patrimônio do particular, exemplo: tributos. Por outro
lado, na receita originária o Estado retira a receita de seu próprio patrimônio, no caso dos royalties do petróleo.
No caso, as receitas são originárias do Estado do Rio de Janeiro.
13º exame
1. A diretora de um Colégio Estadual, preocupada com a segurança patrimonial nos finais de semana e férias
escolares, considera convidar um servidor público, responsável há mais de 10 anos pela manutenção da escola
e sem qualquer anotação desabonadora em seu registro funcional, para residir numa construção localizada
dentro do terreno do Colégio. Aceita a proposta, algum tempo depois de o servidor começar a residir
informalmente no local com sua família, ele passa a vender salgados para os alunos nos períodos de recreio. O
Ministério Público solicita então informações à diretora sobre o caso.
Na qualidade de Assessor Jurídico da Secretaria de Estado de Educação, responda consulta abordando os
seguintes pontos:
(a) Trata-se do instituto da permissão de uso, que legitima a utilização privativa de bem público por particular
calcada no interesse público. Traduz-se em ato administrativo unilateral, discricionário e precário. A permissão
de uso pode ser gratuita ou remunerada, por tempo certo ou por prazo indeterminado. (15 pontos)
(b) Em regra, a permissão de uso de bem público deve ser precedida de licitação, conforme as Leis 8.666/93 e
14.133/2021 e Enunciado PGE/RJ n. 13. No caso, porém, o interesse público na segurança da escola, bem
como a confiança no servidor, justificam a inexigibilidade de licitação, já que a competição se mostra inviável. (15
pontos)
(c) Não. O uso privativo do bem público pelo servidor visa a resguardar o patrimônio público estadual. O
interesse da coletividade que justificou o ato administrativo não abarca a exploração da atividade econômica, a
qual seria passível de competição. (15 pontos)
(d) Sim. A ausência de ato formal caracteriza vício de forma, de natureza sanável, cf. Lei ERJ 5.427/09. A
regularização ocorre pela subscrição de termo de permissão de uso, com fulcro nos art. 21 e 22 da LINDB e nos
princípios da segurança jurídica e confiança legítima. No termo, deverá constar vedação ao exercício de
atividade econômica. (15 pontos)
2. (a) Sim. O art. 17-B da Lei 8.429/92, inserido pela Lei 14.230/2021, estabelece dois requisitos mínimos para a
celebração do ANPC: integral ressarcimento do dano e reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida.
Logo, há margem para a negociação sobre a forma do ressarcimento, o qual poderá ocorrer em pecúnia ou de
forma diversa. (10 pontos)
(b) Sim. Até o advento da Lei 14.230/2021, entendia-se que o ANPC poderia ser celebrado apenas até o trânsito
em julgado na ação de improbidade. Hoje, o §4º do art. 17-B da Lei 8.429/92 prevê que é possível também na
execução da sentença condenatória. (10 pontos)
(c) Sim. Nos requisitos mínimos do ANPC, previstos no art. 17-B da Lei 8.429/92, não consta a aplicação de
sanção ao réu. No caso, o acordo previu como solução mais condizente com o interesse público a determinação
de que o servidor ministrasse cursos de capacitação em órgãos e entidades públicos na sua área de
especialização. (10 pontos)
(d) No acordo de leniência, não há exigência de ressarcimento integral do dano ao erário. O pagamento é feito a
título de antecipação do ressarcimento, sem que se dê quitação ao leniente (art. 16, §3º, da Lei 12.846/2013). Já
no ANPC, a lei exige o ressarcimento integral do dano, conforme art. 17-B, I, da LIA, inserido pela Lei
14.230/2021. (10 pontos)
GABARITO DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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8º exame
1. Por definição, preclusão é a perda do direito de manifestar-se no processo. Nada mais é do que a perda da
capacidade de praticar determinado ao processual por não tê-lo feito quando devido. Manifestar-se em um
processo é uma faculdade da parte, contudo há consequências.
A doutrina segue a classificação de Chiovenda da seguinte forma:
a) preclusão temporal: quando o ato não é praticado dentro do prazo estipulado;
b) preclusão lógica: quando for praticado um ato que seja incompatível com ato dantes realizado;
c) preclusão consumativa: quando o direito de praticar aquele determinado ato já tiver
sido exercido em momento anterior
Fundamentação:
• 52° do art. 209 C PC - Na hipótese do 5 1°, eventuais contradições na transcrição deverão ser suscitadas
oralmente no momento de realização do ato, sob pena de preclusão, devendo o juiz decidir de plano e ordenar o
registro, no termo, da alegação e da decisão.
• Art. 278 CPC - A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos
autos, sob pena de preclusão.
• Art. 507 CPC - É vedado à parte discutir no curso do processo as questões já
decididas a cujo respeito se operou a preclusão.
Ademais, como é admitido o juízo de retratação, em caso de interposição de recurso, não haveria discussão
sobre preclusão lógica. Portanto, apenas é admitida a aplicação da preclusão consumativa em relação ao juiz.
Em se tratando de sentença publicada, só será possível alterála em situações específicas, arroladas no art. 494
CPC. Frisa-se que o exame de questões de ordem pública não preclui.
2. A conversão da ação monitória pelo juiz encontra-se equivocada. A ação monitória tem por finalidade
constituir título executivo judicial, tendo como prova documento escrito que comprove relação obrigacional. Se o
documento reunir os requisitos indispensáveis à execução, não há que se falar em ação monitória, mas em ação
executiva.
• Como exemplos de casos de ação monitória podemos citar o título de crédito prescrito, cartas, fac-símiles,
telegramas, bem como guias de internação, prontuário hospitalar, requisição de serviço protético, que apontam
de alguma forma a relação obrigacional.
No caso em questão, o reconhecimento da dívida pelo Estado formalizada em publicação do Diário Oficial é
suficiente para embasar a ação monitória. É perfeitamente aceita pelo ordenamento jurídico a sua propositura
em face da Fazenda Pública:
• Súmula 339 STJ. É cabível ação monitória contra a Fazenda Pública
Mais ainda, o NCPC prevê em seu art. 701 $4° a possibilidade de a Fazenda Pública ocupar o polo passivo
nesse tipo de acão:
• § 4o Sendo a ré Fazenda Pública, não apresentados os embargos previstos no art.
702, aplicar-se-á o disposto no art. 496, observando-se, a seguir, no que couber, o
Título II do Livro I da Parte Especial.
Logo, a atitude do magistrado no caso em questão não está em consonância com os ditames do Processo Civil.
No caso, deveria o juiz abrir prazo para a manifestação das partes no tocante à conversão do procedimento, na
forma do art. 9°: Art. 90 Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
9º exame
1. Primeiramente, cabe a diferenciação entre a mediação e a conciliação. Ambas são formas de resolução
consensual de conflito. Na mediação, há um vínculo prévio entre as partes e o mediador não propõe soluções,
apenas aproxima as partes para que cheguem a um consenso. Já no caso da conciliação, não há vínculo prévio
e o conciliador possui uma postura mais ativa de modo a poder propor acordo entreas partes.
14
No caso da Fazenda Pública, como parte, atuar em audiência de conciliação ou mediação, de acordo com a
doutrina clássica, haveria impedimento dessa atuação. Isso porque há a indisponibilidade do patrimônio público,
ou seja, não poderia haver transação do patrimônio público.
Contudo, visão mais atual entende que há sim a possibilidade de participação da Fazenda Pública nessas
audiências desde que haja ato normativo autorizador por parte do ente federativo.
2. O recurso cabível é o agravo de instrumento por previsão expressa no art. 1.015, I CPC.
O prazo para a interposição do recurso é de 15 dias, conforme o art. 1.070 CPC, entretanto, devemos considerar
que as manifestações processuais da Fazenda Pública são contados em dobro, na forma do que dispõe o art.
183 CPC. Logo, temos que o prazo é de 30 dias úteis.
Quanto aos vícios impugnáveis, ressalte-se que são dois: a necessidade de intimação pessoal com previsão
expressa no art. 183 $1° CPC e a impossibilidade de aplicação de multa pessoal ao procurador. Tal tema já foi
objeto de análise pelo STF (Reclamação 18.856 e Reclamação 17.315), que entende que a multa é uma ofensa
à autonomia da procuradoria e à prerrogativa do procurador, que não possui meios de fazer cumprir a tutela por
si próprio.
10º exame
1. [PESQUISAR]
2. Em matéria de ação civil pública, a regra de competência possui natureza absoluta. Há controvérsia na
doutrina sobre se é caso de competência funcional (como diz a letra da leil ou territorial (Daniel Assumpção
entende nesse sentido). É competente o foro do local do dano.
De todo modo, tratando-se de competência absoluta, o vício é insanável, de modo que pode ser alegado a
qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição. O fato de, em primeira instância, as partes terem alegado
aspectos apenas de mérito não inviabiliza a alegação da incompetência em segunda instância.
A despeito da possibilidade de alegação da incompetência absoluta em grau recursal, a arguição não deve ser
acolhida. Isto porque o fato de o dano ser regional não atrai, por si só, a competência da Justiça Federal, que
depende da ocorrência de alguma das hipóteses previstas no art. 109 da CR, o que não é verificado no caso
apresentado. No caso de dano regional, a competência é de uma das varas da capital do estado.
11º exame
1. A proporcionalidade e os meios executórios relacionam sob o diálogo do binômio satisfação patrimonial X
menor onerosidade do devedor. Os meios executórios podem ser divididos em coerção patrimonial e coerção
pessoal. Ademais, há a consagração das medidas executivas atípicas que se fundamentam no princípio da
efetividade jurisdicional.
Com o novo Código de Processo Civil de 2015 ocorreu previsão expressa dos meios atípicos de coerção no art.
132. Segundo o qual aplicou o leque de medidas indutivas e subrrogativas para coação do devedor. O princípio
da proporcionalidade subdivide-se em: adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito
Nesta esteira, a jurisprudência tem enfrentado o assunto e estabelecido limites, sobretudo com base na
proporcionalidade. São exemplos: a vedação à constrição da CH e passaportes do devedor, como meios de
restringir sua possibilidade de evadir-se da aplicação da Justiça e forçar indiretamente o pagamento.
O emprego da atipicidade das medidas executivas se justifica mediate verificação da necessidade, que, por sua
vez, se configura quando frustradas todas as medidas executivas típicas, sob pena de afronta ao devido
processo legal.
2. A motivação das decisões judiciais é garantia constitucional fundamental prevista no art. 5°, LXI e art. 93, IX
da CF/88. Tal garantia dispõe que todas as decisões judiciais devem ser devidamente fundamentadas, sob pena
de nulidade. A aludida garantia está diretamente ligada às outras garantias constitucionais, como o princípio do
contraditório e da ampla defesa, do devido processo legal e da publicidade.
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A motivação como finalidade endoprocessual guarda estrita correspondência com o sistema de livre
convencimento do julgador. Trata-se de atributo constitucional-processual que possibilita às partes o
conhecimento das razões da decisão e a consequente impugnação da mesma via recursal.
A motivação é elemento essencial da sentença. E a expressão do ônus argumentativo do juiz sobre as razões de
seu entendimento diante das questões apresentadas ao juízo mediante contraditório. O que gera imparcialidade
e legitimidade às decisões judiciais.
Trata-se de verdadeiro poder-dever no desempenho do exercício da jurisdição.
13º exame
1. Conceito de litisconsórcio, conforme previsto no art. 113 do CPC. Distinguir as espécies de litisconsórcio:
necessário e facultativo/unitário e simples, previstas nos artigos 114 e 116 do CPC. Elencar, no mínimo, três
impactos processuais, tais como, exemplificativamente:
(i) alteração da contagem de prazos processuais;
(ii) efeitos da revelia;
(iii) efeitos nos recursos interpostos, mencionando aproveitamento das razões para as partes; (iii) efeitos na
sentença, como a nulidade;
(iv) alteração de competência. (50 pontos)
2. Discorrer sobre a legitimidade extraordinária do Ministério Público para propositura da ação de improbidade e
fazer a distinção quanto à legitimidade para a execução do julgado, abordando as possibilidades quanto ao
Ministério Público; a Associação e/ou os próprios servidores, de maneira individual. Tecer comentários sobre o
momento da execução, destacando a necessidade do trânsito em julgado (vide art. 12, §9º, da Lei de
Improbidade) (50 pontos)
GABARITO DIREITO TRIBUTÁRIO
11º exame
1. A capacidade contributiva se materializa por intermédio de três grandes subprincípios: progressividade,
proporcionalidade e seletividade.
O princípio da seletividade estabelece que quanto mais essencial for o produto, menor será a alíquota do
imposto. Assim, consiste na tributação conforme a essencialidade do objeto da tributação. A CF/88 prevê a
obrigatoriedade deste princípio para o IPI (art. 153, 53°, I, CRFB) e a facultatividade para o ICMS (art. 155, 2°,
III, CRFB). Exemplo: produtos da cesta básica, pela seletividade, tendem a ter uma alíquota menor do que
outros produtos como joias, bebidas alcoólicas etc.
Por outro lado, pelo princípio da proporcionalidade, o gravame fiscal deve ser proporcional à riqueza evidenciada
em cada situação impositiva. Neste aspecto, o princípio da proporcionalidade visa garantir o mínimo existencial e
vedar a prática de exação abusiva.
Por fim, a progressividade faz aumentar a alíquota à medida que a base de câlculo aumenta. A progressividade
é um grande instrumento na promoção da isonomia e da atenção à capacidade contributiva, promovendo justiça
real na tributação. Um exemplo é o IPTU, existem dois artigos tratando da progressividade: arts. 156, 51° e 182,
54°, II, da CF/88.
2. São improcedentes as alegações quanto à prescrição apresentada pela executada. Não é possível o
reconhecimento da prescrição intercorrente no trâmite administrativo por ausência de previsão legal. Ademais,
infundada a alegação de prescrição executória judicial por não ter ocorrido o transcurso de cinco anos entre a
última decisão do processo administrativo, quando se constituiu o crédito tributário (fev/15), e o marco
interruptivo em juízo, com fulcro no art. 150, CTN.
Ademais, segundo entendimento dominante na jurisprudência o redirecionamento da execução fiscal para os
sócios administradores é conduta legal, pois a dissolução de forma irregular da empresa caracteriza infração à
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lei e permite o redirecionamento da execução. E permite o redirecionamento da execução fiscal para o
sócio-gerente, conforme previsto no verbete sumular n° 435 do STJ.
Sugestão de aprofundamento: Fique de olho nesse julgado recente do STJ, em sede de recurso repetitivo: "O
redirecionamento da execução fiscal, quando fundado na dissolução irregular da pessoa jurídica executada ou
na presunção de sua ocorrência, não pode ser autorizado contra o sócio ou o terceiro não sócio que, embora
exercessem poderes de gerência aotempo do fato gerador, sem incorrer em prática de atos com excesso de
poderes ou infração à lei, ao contrato social ou aos estatutos, dela regularmente se retirou e não deu causa à
sua posterior dissolução irregular, conforme art. 135, III do CTN" STJ. 1° Seção. REsp 1.377.019-SP, Rel. Min.
Assusete Magalhães, julgado em 24/11/2021 (Recurso Repetitivo - Tema 962).
13º exame
1. De forma a minimizar os efeitos da guerra fiscal e a crise econômica, a União Federal decide editar Lei
Complementar disciplinando o prazo para parcelamento com desconto de débitos de ICMS aplicável a todos os
Estados da Federação. (50 pontos)
(a) Discorra sobre as feições da Lei Complementar em matéria tributária. (25 pontos)
Resposta: Norma geral, disciplinar limitações constitucionais ao poder de tributar e disciplinar conflitos de
competência.
(b)Comente a respeito da (in)constitucionalidade da medida. (25 pontos)
Resposta: Mencionar pacto federativo (federalismo fiscal), a autonomia do ente para legislar sobre direito
tributário, a possibilidade de isenção heterônoma e a forma de concessão de benefícios fiscais de ICMS.
2. Após o encerramento do processo administrativo tributário com decisão desfavorável ao contribuinte, o
devedor decide ajuizar ação anulatória apresentando um seguro-garantia a fim de desconstituir o crédito em
questão e obter certidão de regularidade fiscal. Na sequência, o Estado inscreve o débito em Dívida Ativa e
ajuíza a respectiva execução fiscal, na qual foi deferida imediata penhora com resultado positivo integral. Uma
vez intimado da penhora, o devedor opôs embargos à execução com a finalidade de desconstituir o crédito
tributário. (50 pontos)
(a)Foram corretas a inscrição em dívida ativa e o respectivo ajuizamento da execução fiscal? Justifique. (25
pontos)
Resposta: Sim. Mencionar o entendimento do STJ de que há taxatividade das hipóteses de suspensão de
crédito tributário no CTN, considerando que não foi mencionada a existência de liminar ou aceitação da Fazenda
do seguro-garantia.
(b)É possível a certidão de regularidade fiscal? Sob que fundamento? Justifique. (10 pontos)
Resposta: É possível a emissão de certidão de regularidade fiscal com base na penhora com resultado integral
obtida na execução fiscal.
(c)Comente, sob o viés processual, a relação entre os meios de defesa utilizados pelo devedor para desconstituir
o crédito. (15 pontos)
Resposta: Distinguir meios de defesa autônomo/heterotópico ou próprio, entendimento do STJ, litispendência e
conexão.
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