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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA PATOLOGIA GERAL E TÉCNICA DE NECRÓPSIA Esporotricose (Sporothrix spp) Recife, 2021. Trabalho apresentado à disciplina de Patologia Geral e Técnicas de Necrópsia para compor parte da nota da 2a VA do curso de graduação Bacharelado em Medicina Veterinária. Discentes: Antônio Junior, Gabriela Pompeo, Juliana Albuquerque, Marcos Felipe, Raquel Queiroz, Susan Freire. Docente: Prof. Fernando Leandro dos Santos RESUMO 1. INTRODUÇÃO 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 ETIOLOGIA A esporotricose é causada por espécies do complexo Sporothrix compreendendo ao menos seis espécies. S. schenckii, S. brasiliensis, S. globosa, S. mexicana, S. luriei e S. pallida. As quatro primeiras já foram isoladas no Brasil. Este fungo já foi descrito em diversas espécies animais, sendo diagnosticada com frequência em gatos tendo as mesmas, potencial zoonótico (RODRIGUES et al. 2012). O Sporothrix schenckii é a principal espécie fúngica associado a doença. Tratase de um fungo dimórfico, ou seja, podem existir na forma de bolor, hifal, filamentosa ou como levedura além de geofílico e sapróbio. O mesmo se encontra amplamente distribuído na natureza em solos ricos em matéria orgânica em decomposição, espinhos de plantas, em especial roseiras e em musgos sendo a principal forma de contaminação a inoculação do fungo por meio de perfurações acidentais por espinhos. A contaminação zoonótica se dá por meio de mordidas ou arranhões, sendo os gatos a espécie animal mais associada com essa forma de contágio, devido principalmente à grande quantidade de leveduras nas lesões, mas também por carrearem o agente nas unhas e na cavidade oral (SOUZA et al. 2006, ANTUNES et al. 2009, SCHUBACH et al. 2012). É uma doença é mais comum em zonas temperadas a tropicais, pois se sugere que o clima, a temperatura atmosférica e a umidade relativa do ar influenciem no crescimento do fungo no seu estado saprofítico (DÍAZ 1989, GINN et al. 2007). A infecção inicia com a inoculação do fungo, que penetra no tecido até as camadas mais profundas, onde ocorre a transição micéliolevedura; esse período dura em torno de 13 dias. A levedura pode permanecer na derme e subcutâneo (local da inoculação), espalharse através de drenagem linfática ou disseminarse sistemicamente pelos vasos sanguíneos. 2.2 PATOGÊNESE A esporotricose é uma doença micótica sistêmica de seres humanos e muitas espécies animais, causada pelo fungo Sporothrix schenckii, endêmico em todo mundo. A infecção é considerada de fácil transmissão, qualquer animal ou pessoa pode ser contaminada a partir de contato com animais ou objetos infectados, sendo considerada uma zoonose emergente. Devido sua habilidade dimórfica (filamentos ou levedura) tornamse patogênicos após penetrar na pele. O fungo sobrevive no ambiente, em vegetação morta, caída, infectando pessoas e animais por contaminação de feridas ou corpos estranhos penetrantes (MEGID, RIBEIRO & PAES; 2016). A interação microbiana no habitat natural proporciona ao fungo estratégias de sobrevivência, o que permite maior virulência quando entram em contato com hospedeiros acidentais, como a habilidade de sobreviver no interior de macrófagos. Outros fatores de virulência estão associados a capacidade de se multiplicar a 35º C (produzindo lesões cutâneas); síntese de melanina (fase micelial e leveduriforme – fase cutânea), necessária para sobrevivência do fungo a condições adversas no ambiente; e produção de proteínas de adesão e de virulência. A adesão primária as células endoteliais e epiteliais, como em componentes da matriz extracelular, é um dos primeiros passos para invasão aos tecidos do hospedeiro (MEGID, RIBEIRO & PAES; 2016). Segundo Meneses (2012) a transmissão ocorre através de traumas na derme, causadas por ferimentos puntiformes, ou contaminação de feridas por exsudato de animais infectados. As lesões são situadas, preferencialmente, nos membros, cauda e a região cefálica. Os felinos representam a principal forma de disseminação da doença, podendo ser infectado através do solo (pelo ato de enterrar fezes e urina), além de objetos infectados com o fungo. Quando inoculado, a infecção irá se desenvolver quando o animal estiver com a resposta imune deficiente, seja por uso de corticoides, antibióticos ou por doenças imunossuprimidas, ou ainda pela grande quantidade de unidades infectantes. Após a inoculação com o S. schenckii no tecido, o agente se transforma de sua forma micelar a leveduriforme. No entanto, se a transmissão ocorrer entre animais, um grande número de células leveduriforme será transferido para o tecido lesionado, que começarão a se multiplicar, pois não necessitarão de um período de incubação (SANTOS, 2019). Segundo Santos et al. (2018) a lesão pode se desenvolver inicialmente entre 3 a 84 dias após a inoculação do microrganismo, ou ainda pode variar de 3 dias a 6 meses De acordo com Meneses (2012) existem três manifestações clínicas da doença: cutânea localizada, onde são apresentados nódulos encontradas na face e no plano nasal, na base da cauda e nas pernas, o agente pode permanecer na derme e no tecido subcutâneo, no local onde ocorreu a inoculação, podendo se proliferar e desenvolver lesões nodulares, que se ulceram e drenam exsudato; a cutâneolinfática, os nódulos cutâneos podem progredir para ulceras com secreção na pele, na subcutânea e linfonodos; e a multifocal disseminada quando o patógeno se dissemina pela via linfática e hematógena podendo causar lesões em vários órgãos. Quando a infecção ocorre pela via inalatória, ocorre comprometimento respiratório como coriza e dispneia, além de lesões pulmonares e na mucosa nasal (SANTOS, 2019). Ainda de acordo com Meneses (2012), a infecção se desenvolve por difusão hematogênica ou tecidual do local inicial na inoculação para ossos, pulmão, fígado, baço, testículos, trato gastrointestinal ou sistema nervoso central. A doença pode se manifestar de forma subclínica até alterações sistêmicas fatais (SANTOS et al., 2018). As formas mais frequentes são as lesões cutâneas múltiplas e nas mucosas conjuntival, nasal, bucal ou genital (SANTOS, 2019). 2.3 ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS Segundo achados na literatura consultada vamos iniciar listando todos os tipos de lesões que se apresentam nos animais que desenvolvem a esporotricose, segundo a patologia básica estudada. O edema corresponde a alterações na distribuição de fluido entre o plasma e o interstício, que consiste em um acúmulo do excesso de fluido intersticial. Nos animais acometidos pela esporotricose observamos a drenagem linfática diminuída devido a linfangite. Os nódulos estão presentes em grande parte das lesões, sendo assim, eles podem resultar de microorganismos causadores de lesões multifocais, podem ser focais ou estar presentes na hiperplasia da polpa branca, em baço. Nos gatos, as lesões de pele podem se apresentar como nódulos ulcerados e úlceras que se desenvolvem principalmente nas regiões cefálica e cervical, nos membros, patas, cauda e períneo. As úlceras se apresentam como as formas clínicas mais frequentes, se caracterizam por múltiplas lesões cutâneas e das mucosas (conjuntival, nasal, bucal ou genital). Além dos nódulos e úlceras da pele e das mucosas, podese observar a ocorrência de linfangite, linfadenite regional. As áreas de necrose apresentamse como zonas extensas de necrose que expõem o músculo e o osso. As lesões macroscópicas caracterizaramse como nódulos cutâneos (ulcerados ou não) e como massas e placas ulceradas. Os sinais clínicos e as lesões macroscópicas foram observadoscomo nódulos (ulcerados ou não), e como massas e placas ulceradas. Frequentemente, as áreas ulceradas eram recobertas por crostas, muitas vezes espessas (BAZZI et al, 2016; SANTOS & ALESSI, 2016; ZACHARY& MC GAVIN, 2013). FIGURA 1. Esporotricose felina. Lesão ulcerada, com restos celulares necróticos e margens bem definidas, localizada na região cervical dorsal (SANTOS & ALESSI, 2016). Quanto as alterações morfológicas presentes na esporotricose, podemos observar que as principais lesões macroscópicas em gatos consistem em pequenos pontos esbranquiçados, que medem aproximadamente 1 mm de diâmetro, na superfície pleural e no parênquima dos pulmões, bem como em aumento dos linfonodos (GREENE, 2015). Nos cães, as principais formas da doença são a cutânea e a cutânea linfática. Vários nódulos, ulcerados ou não, ocorrem na região cefálica e no tronco. A linfangite é observada na forma cutânea linfática e ocorre nos membros (SANTOS & ALESSI, 2016). Nos equinos, a esporotricose é vista com maior frequência nos membros após um acidente traumático perfurante. A infecção ascende por via linfática, produzindo vários nódulos, que podem ulcerar e drenar conteúdo purulento. O linfonodo proximal pode estar aumentado e fistular e drenar secreção piossanguinolenta. Pode haver a presença de nódulos solitários ou múltiplos, e estes podem ocorrer em outras localizações. Equinos apresentam, como principal achado histopatológico na esporortricose, a dermatite nodular a difusa piogranulomatosa (SANTOS & ALESSI, 2016). Figura 2: Achados anatomopatológicos dos órgãos linfoides de gatos com esporotricose. A: linfonodo cervical superficial com linfadenomegalia acentuada e difusamente esbranquiçado, com perda da distinção córticomedular. B: cavidade abdominal quase toda ocupada pelo baço, que está intensamente aumentado e vermelhoescuro. C: linfonodo mandibular aumentado de tamanho, esbranquiçado e com áreas multifocais elevadas nodulares na cortical (hiperplasia). D: superfície de corte do baço com evidenciação da polpa branca (hiperplasia) e bordas levemente abauladas (SANTOS, 2020). Santos (2020) avaliou em exame de necropsia 110 gatos, nos quais ele relata que o principal achado foi a linfadenomegalia generalizada, que variou de discreta a moderada e acentuada, que acometeu a maioria dos animais. Em seis gatos não foram encontradas alterações nos linfonodos. Trinta e dois gatos apresentavam aumento de volume na região de plano nasal, associado ou não a lesão ulcerativa. Nos pulmões havia congestão e edema, e outros achados mais raros como área focal ou multifocal de hemorragia, pleura parietal espessada, área focal bem delimitada, elevada, esbranquiçada e firme, sendo o restante macroscopicamente normais. No baço havia principalmente esplenomegalia por expansão e/ou hiperplasia da polpa branca, e congestão (Figura 2). A única alteração macroscópica encontrada no fígado era evidenciação do padrão lobular, A B C variando de leve a acentuado, e congestão. Em relação ao sistema gastrointestinal, foram encontradas lesões ulcerativas na região ventrolateral ou dorsolateral da língua de três gatos. Ao corte, as lesões eram esbranquiçadas, firmes, bem delimitadas e se aprofundavam até a camada muscular (Figura 3). Figura 3: Achados anatomopatológicos dos órgãos de gatos com esporotricose. A: corneto nasal unilateralmente espessado por material amarelado, homogêneo e firme. B: superfície dorsal da língua com lesão ulcerativa circular, única, com perda do epitélio e com bordas brancas e elevadas. C: Ápice da língua com ulcerações multifocais bem delimitadas acentuadas (SANTOS, 2020). Em relação às características macroscópicas relacionadas ao aspecto e tamanho, as lesões cutâneas variavam intensamente. As ulcerações eram pequenas e discretas ou focalmente extensas e intensamente ulcerativas ou multifocais e intensas, podendo ser elevadas ou nodulares (Figura 4). Ao corte, as lesões se estendiam para a derme profunda, com proliferação de tecido firme, esbranquiçado e homogêneo. Com menor frequência constataramse lesões nodulares focais não ulceradas. Contudo, ao corte, assemelhase ao descrito anteriormente. O exsudato variava de purulento, sanguinolento ou ambos ou as lesões eram secas ou crostosas (Figura 5). Lesões cutâneas múltiplas ocorreram na grande maioria dos animais necropsiados (SANTOS, 2020). Figura 4: Distribuição e tipos de lesões cutâneas em gatos com esporotricose. A: ulceração levemente elevada. B: úlceras crostosas múltiplas em quantidade moderada. C: lesão ulcerativa focalmente extensa e acentuada; D: membros torácicos com lesões ulcerativas focalmente extensas acentuadas. E: lesões multifocais acentuadas de diversos tamanhos no dorso; F: lesões ulcerativas extensas e elevadas no membro torácico; G e H: plano nasal intensamente aumentado de volume na ausência de ulcerações na superfície cutânea (SANTOS, 2020). Figura 5: Tipos de exsudatos na esporotricose cutânea em gatos. A: lesões multifocais secas e crostosas.; B: lesão intensamente sanguinolenta; C: lesão ulcerativa com quantidade discreta de exsudato purulento (SANTOS, 2020). Na histopatologia observouse uma relação entre a quantidade de leveduras observada e dois padrões de resposta inflamatória. O primeiro padrão caracterizouse por numerosas leveduras que se encontravam, na sua maioria, no interior de numerosos macrófagos com citoplasma abundante e muitas vezes vacuolizado. Nesse padrão, a quantidade de neutrófilos variava de leve a moderada. O segundo padrão caracterizava se por numerosas células epitelioides, infiltrado predominantemente acentuado de neutrófilos e a quantidade de leveduras era leve e estas eram observadas geralmente livres no espaço extracelular. As leveduras eram redondas, ovais ou alongadas (em forma de charuto) (BAZZI et al, 2016). Histologicamente, observase uma resposta inflamatória predominantemente granulomatosa, com variações principalmente quanto ao predomínio de macrófagos ou de células epitelioides e nos demais componentes da resposta inflamatória. Na histopatologia havia infiltrado inflamatório que se estendia da derme superficial até a profunda, por vezes atingindo o tecido subcutâneo. O infiltrado inflamatório caracterizavase pela presença de diferentes proporções de macrófagos, células (macrófagos) epitelioides, neutrófilos, linfócitos e plasmócitos. Este infiltrado era distribuído de forma multifocal (algumas vezes nodular), coalescente ou difuso (BAZZI et al, 2016). Figura 6. Infiltrado inflamatório composto de macrófagos com cito plasma abundante e preenchido por numerosas leveduras. Há leve quantidade de neutrófilos esparsos, na esporotricose felina. HE, obj.40x. (BAZZI et al, 2016). Figura 7. Macrófagos preenchidos por leveduras redondas, ovais e alongadas (em forma de charuto). Há exemplares de leveduras extracelulares, na esporotricose felina. HE, obj.100x. (BAZZI et al, 2016) Figura 8. Infiltrado inflamatório composto de numerosas células epitelioides e poucos neutrófilos e linfócitos, na esporotricose felina. HE, obj.40x (BAZZI et al, 2016). Figura 9. Escassa quantidade de leveduras (seta) em meio às células epiteloides, na esporotricose felina. HE, obj.100x. (BAZZI et al, 2016). 2.4 CONSEQUÊNCIAS CLÍNICAS O mecanismo da doença se inicia na inoculação, o fungo irá penetrar no tecido e se transforma em leveduriforme, ele pode tanto permanecer na derme quanto ir parar nos linfonodos regionais, ou ainda pior, chegar na corrente sanguínea. Caso o fungo chegue aos linfonodos pode causar linfangite ou linfadenite que são infecções dos vasos linfáticos. O que é muito notado na necropsia de gatosacometidos são as lesões pulmonares e da mucosa nasal, podendo indicar que o animal se contaminou através da inalação ou devido ao costume dos gatos lamberemse, inclusive suas feridas (GREENE, 2015). Pode apresentar várias formas como: linfocutânea, cutânea fixa, mucocutânea, extracutânea e disseminada. Aparecendo isoladas ou em conjunto. São classificadas quanto a distribuição, podendo ser cutâneas ou extracutâneas. A cutânea pode ser lesão cutânea fixa, linfocutânea ou cutânea disseminada, já a extracutânea pode ser pulmonar primária ou sistêmica, chegando a afetar tecido ósseo, globo ocular, sistema nervoso central e periférico, baço, miocárdio, tireóide, rins e seios da face. As lesões mais comuns em cães e gatos são nódulos e úlceras cutâneas na mucosa, já em humanos apresentam com maior frequência a forma linfocutânea (imagem 10). Estas lesões subcutâneas têm consistência firme que irão amolecer com o tempo, seu conteúdo na maioria dos casos é purulento ou soropurulento, margens bem definidas e ligeiramente elevadas. Outros sinais clínicos são: espirro, secreção nasal, dispneia, linfadenomegalinete, anorexia, vômito, perda de peso, tosse, febre e desidratação (GREENE, 2015; MEGID,2016). Figura 10: Esporotricose humana, forma linfática cutânea no braço direito (GREENE, 2015) Em cães a doença é benigna e suas lesões são mais frequentes na cabeça, mais especificamente no nariz (imagem 11), podendo aparecer também nos membros e tórax. A duração dermatológica das lesões varia de 2 a 48 semanas, vale ressaltar que o desaparecimento da lesão não quer dizer que o animal está curado. Já nos gatos o quadro clínico costuma ser grave, acomete mais macho adultos inteiros, seus sinais variam de lesões cutâneas solitárias a disseminação sistêmica fatal. Entretanto sua forma mais comum é a de lesões cutâneas e mucosas, como a conjuntiva, nasal, bucal, genital. As partes mais acometidas são orelhas, nariz, cauda e membros posteriores (GREENE, 2015). Figura 11: Esporotricose canina com úlceras no focinho e plano nasal, com destruição das narinas e comprometimento da mucosa (GREENE, 2015). Nos felinos as lesões são ulceradas, podendo ser solitárias ou múltiplas, suas bordas elevadas, exsudativas, comumente recobertas por uma crosta sanguinolenta purulenta (imagem 12). Em lesões tegumentares observase também celulite e lesões papulares, placopapulosas, nodulares ou de aspecto tumoral, podendo evoluir para necrose de liquefação ou úlceras necróticas, essas lesões na maioria das vezes drenam exsudato seropurulento. Acreditase que seja mais grave a esporotricose em gatos devido a imunidade, relacionando a FIV e FELV, porém são apenas suspeitas para entender a diferença da gravidade quando comparamos a outras espécies, mas não é concreto (MEGID,2016). Figura 12: esporotricose felina com múltiplos nódulos, ulceração e tratos de drenagem na cabeça (GREENE, 2015). Para o diagnóstico o mais comum é o cultivo micológico, citologia e histopatologia mas podese usar também métodos moleculares, swabs de pele, cavidade nasal e oral, lavados transtraqueais, biópsia de pele e linfonodos. Já o tratamento deve ser feito a administração de iodetos e derivados imidazóis e triazóis. Na maioria dos casos a em conjunto estafilocócica secundária e quando presente fazer a associação com antibióticos sistêmicos de 4 a 8 semanas. Opções menos usadas na terapia de esporotricose são com terbinafina, anfotericina B, termoterapia local e remoção cirúrgica das lesões cutâneas (MEGID,2016). Para o controle é fundamental que o animal não tenha acesso livre à rua, ou seja, telar a residência para o animal não conseguir sair, isso vale principalmente para os gatos, mas devemos tomar as precauções necessárias para os cães também não conseguirem sair. Outro ponto é o ambiente em que ele habita, deve se atentar para não expor ele a traumatismos cutâneas fazendo assim carrear o fungo. Por fim a castração dos felinos machos, pois eles são os mais acometidos devido a disputa por território, e nesses conflitos acabam se lesionando e consequentemente facilitando a disseminação do fungo (MEGID,2016). Por ser uma zoonose os donos dos animais devem tomar cuidado na manipulação do animal contaminado, usar sempre luvas e máscara na manipulação do tratamento do animal, isolar o animal dos demais para não haver a contaminação. O tutor deve ter cautela na manipulação para não ocorrer mordidas ou arranhões fazendo assim a transmissão. Além de toda a higienização correta nos instrumentos usados no animal enfermo. Além do tutor do animal, toda a população tem que ter cuidado e ficar em alerta quando se trata de fazer carinho em animais de rua, pois podem estar acometidos com a esporotricose (MEGID,2016). 3. CONCLUSÃO 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BAZZI, Talissa; MELO, Stella Maris P.; FIGHERA, Rafael A.; KOMMERS, Glaucia D. Características clínicoepidemiológicas, histomorfológicas e histoquímicas da esporotricose felina. Pesq. Vet. Bras. 36(4):303311, abril 2016. 2. GREENE, Craig E. Doenças infecciosas em cães e gatos. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. 3. LITTLE, Susan E. O gato: medicina interna; tradução Roxane Gomes dos Santos Jacobson, Idilia Vanzellotti. – 1. ed. – Rio de Janeiro: Roca, 2015. 4. MEGID, Jane; RIBEIRO, Márcio Garcia; PAES, Antonio Carlos. Doenças infecciosas em animais de produção e de companhia. 1 ed. Rio de Janeiro: Roca, 2016. 5. MENESES, Marina da Silva. Esporotricose felinarelato de casos. Monografia. Universidade Federal Rural do SemíÁrido, Porto Alegre, 2012. 6. SANTOS, Ágna Ferreira. Esporotricose felina: distribuição das lesões e caracterização anatomopatológica em gatos utilizando diversos métodos de diagnóstico. Dissertação. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2020. 7. SANTOS, Renato de Lima; ALESSI, Antonio Carlos. Patologia veterinária. 2. ed. Rio de Janeiro : Roca, 2016. 8. SANTOS, A.F.; ROCHA, BD; BASTOS, C.V.; OLIVEIRA, C.S.F.; SOARES, D.F.M.; PAIS, G.C.T.; XAULIM, G.M.D.; KELLER, K.M.; SALVATO, L.A.; LECCA, L.O.; FERREIRA, L.; SARAIVA, L.H.G.; ANDRADE, M.B.; PAIVA, M.T.; ALVES, M.R.S.; MORAIS, M.H.F.; AZEVEDO, M.I.; TEXEIRA, M.K.I.; ECCO, R.; BRANDÃO, S.T. Guia Prático para enfrentamento da Esporotricose Felina em Minas Gerais. Revista Veterinária & Zootecnia em Minas, 137(38): 1627, 2018. 9. SANTOS, Karlla Keyla Ferreira dos. Esporotricose felina: relato de caso. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal Rural de Pernambuco, Garanhuns, 2019. 10.ZACHARY; MCGAVIN, M. Donald et al. Bases da Patologia Veterinária. 5 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
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