Prévia do material em texto
Anatomia de peixes ósseos Profª Samyra Nassif Lacerda Adaptado de Pough et al., 2008; Nelson, 2006, FAO; 2013. Variadas especializações e adaptações Estratégias Reprodutivas: Tilápia-nilótica Espécie de peixe com a maior expansão da produção mundial País deve registrar crescimento de 104% na pesca e aquicultura até 2025 (FAO 2016) Grande potencial econômico da piscicultura no mercado mundial de alimentos. Peixes Ósseos Atualmente a produção de peixes já ultrapassa a produção de carne bovina. Geralmente apresentam simetria bilateral: Cabeça, corpo (tronco) e cauda (n. caudal) Anatomia Externa: termos (planos) de referências anatômicas Peixe ósseo (osteíctes) Nadadeiras raiadas (elementos ósses dispostos radialmente) Actinopterygii Sarcopterígeos (nadadeiras lobadas) - celacanto Sistema: propulsão,estabilidade, equilíbrio e manobra. Celacanto (Latimeria) Coluna vertebral/notocorda estende-se até o fim da nadadeira caudal - Raios prolongam-se simetricamente dorsal e ventralmente Tipos de nadadeiras caudais: Dificerca Tipos de nadadeiras caudais: Heterocerca Lobos diferentes: dorsal e ventral são desiguais, e a coluna vertebral se estende para o ramo dorsal da nadadeira caudal, como nos esturjões, tubarões,e raias. Salmão (Salmo) A nadadeira é externamente simétrica Tipos de nadadeiras caudais: Homocerca O esqueleto é assimétrico: a coluna vertebral se estende para o ramo dorsal da nadadeira caudal Anatomia externa: TEGUMENTO ESCAMAS ÓSSEAS Origem dérmica – revestida de muco (gld) Função lubrificação e imunológica ESCAMAS ÓSSEAS Cristas circulares Raios Dentículos na área exposta Arranjo imbricado: Proteção e flexibilidade Detecta movimento, vibração e gradientes de pressão na água circundante. Formada por poros ou aberturas na pele e escamas, que expõem os neuromastos para o meio exterior. Mecanoreceptores (semelhantes a mácula): respondem ao deslocamento causado pelo movimento Anatomia externa: LINHA LATERAL Desempenham um papel importante no comportamento, na orientação, na predação. Esqueleto: Anatomia básica Sem regionalização Esqueleto: Anatomia básica Esqueleto axial pós-craniano de Peixes Processo neural: canal neural- SNC Parapófise e zigapófise Corpo (notocorda): anficélica Esqueleto axial pós-craniano de Peixes Vértebras caudais Processo hemal: proteção de vasos sanguíneos adjacentes Vista ventral da barra isquiopubica Superfície “acetabular”- elementos radiais Esqueleto apendicular Vista lateral da cintura peitoral Superfície “genoidal”- elementos radiais Costelas em peixes Peixe - secção transversal Costelas Esqueleto axial pós-craniano de Peixes anus Internal Anatomy Músculos segmentados – Miômeros Sistema Muscular - M. Epaxial do tronco - M. Hipaxial do tronco Sistema Muscular SISTEMA RESPIRATÓRIO Brânquias: protegidas pelo opérculo Quanto mais vermelha mais saudável o peixe Arco branquial Rastros Filamentos branquiais, Lamelas primárias ↑área de superfície Aa. Branquiais Aferentes Aa. Branquiais Eferentes Fluxo sanguíneo e de água são contrários. Aumenta a eficiência da troca de gases. SISTEMA RESPIRATÓRIO Associação íntima com o sistema circulatório Aorta Ventral Artérias Branquiais Aferentes Artérias Branquiais Eferentes Aorta Dorsal Vista ventral – Truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss) Coração dos peixes: pequeno - volume de sangue relativamente pequeno Coração dos peixes- Anatomia Deslocado para a região cranial do tronco, se localiza cranialmente à cintura peitoral, ventralmente e caudalmente as brânquias Vista lateral Quatro câmaras em série: fluxo único de sangue venoso Seio venoso- M. lisa e cardíaca Átrio- M. cardíaca Ventrículo- M. cardíaca desenvolvida Bulbo arterioso- M. lisa V. Cardinal comum Veia hepática Aorta ventral Situado dentro de um saco membranoso: pericárdio Coração dos peixes- Anatomia Esquema básico dos vasos sanguíneos Aa. Branquiais aferentes Aa. Branquiais eferentes A. subclávia Arcos aórticos Circulação Coronária Coração dos peixe:requer troca gasosa para sustentar seu metabolismo A maioria dos peixes não possui circulação coronária Suprimento de O2 luminal Suprimento de O2 luminal e coronário A. Coronária (ramo a. hipobranquial) Aa. Coronárias: Dentro do pericárdio junta-se a superfície do bulbo arterioso/cone arterioso e se ramifica caudalmente. Tarpon (Megalops sp.) Suprimento de O2 luminal Suprimento de O2 luminal e coronário Arranjo morfológico ventricular Miocárdio esponjoso: trabéculas finas→ entrega de O2 através da difusão do sangue Miocárdio esponjoso + Miocárdio compacto: depende da circulação coronária para o seu suprimento de O2 Respiração aérea: sangue arterial facilita o suprimento de O2 luminal Em mamíferos, o miocárdio compacto compreende cerca de 99% da massa muscular total, enquanto que em um salmonídeo apenas cerca de 40% do miocárdio é compacto e o restante é esponjoso. PIKE (Esox lucius) - Vista lateral esquerda (After Goodrich; in Harder, 1975, modified.) Tilápia (Oreochromis niloticus) - Vista lateral esquerda Rins Ureteres primários Bexiga Urinária Ducto uretral Sistema Urinário de Peixes Remove os excretas nitrogenados do metabolismo das proteínas e ac nucleicos. Participa da regulação iônica e osmótica: eliminando quantidades controladas de água e sais para manter a homeostase. Rim cranial (cefálico) = tecido linfoide, cromafins (adrenal), hematopoiético. Variável quantidade de tecido hematopoiético também é encontrado ao longo do rim médio. Rins – Teleósteos Três regiões atribuídas (1) cranial , (2) média, e (3) caudal. Configurações anatômicas dos rins de peixes Completamente separados Completamente fundidos As formas dos rins de peixe são variadas e correspondem ao tipo de corpo de suas respectivas espécies rim caudal fundido Extremo do rim caudal fundido PEIXES DE ÁGUA DOCE Fluidos do corpo hipertônico em relação a água ESTRUTURA DOS NÉFRONS → RELACIONADA À OSMOREGULAÇÃO Corpúsculos renais desenvolvidos Eliminam quantidades copiosas de urina muito diluída PEIXES CARTILAGINOSOS MARINHOS Fluidos do corpo ligeiramente hipertônico em relação a água Retém a uréia na corrente sanguínea Certa quantidade de H2O entra Volume de urina é moderado PEIXES ÓSSEOS MARINHOS Fluidos do corpo hipotônico em relação a água Corpúsculos renais pequenos/ausentes Produzem pequena quant. de urina Elimina sais pelas brânquias Transporte ativo - ATP BEXIGA URINÁRIA (Sinus urinário) Derivado ducto arquionéfrico. Enguia , Anguilla anguilla. (After Audigé, from Bolk et al., in Harder, 1975.) Órgão acessório da osmoregulação. Água doce : Reabsorção de Na+ e Cl-, baixa permeabilidade osmótica → excreção urina diluída Marinos: Reabsorção de Na+ e Cl-, maior permeabilidade osmótica (reabsorção de H2O) Tubarão, Scyliorhinus caniculus. (After Parker in KOkenthall and Matthes, 1960) Uretra: Curta, um ou dois esfíncters podem guardar a saída através da papila urogenital. SISTEMA DIGESTÓRIO 1. Boca Terminal 2. Dentes Cônicos (apreensão) 3. Língua fixa (alguns tem lingua óssea) Boca faringe (rastros/branquiespinas) esôfago Esôfago →Estômago Espécies agástricas: Ciclóstomos, dipnóicos, criprinídeos, poecilídeos etc. Região expandida do canal alimentar que recebe alimentos vindo da boca através do esôfago. Situação anatômica: ventral as gônadas e caudal ao fígado “Bulbo intestinal” Alargamento do intestino Armazenamento Zebrafish (Danio rerio) Reservatório e local de degradação dos alimentos Anatomia geral do estômago • Estômago cardíaco: ~ fundo e corpo (maiores e mais numerosas glãndulas) • Estômago pilórica: ~ antro - aparência e função • Esfíncter pilórico Tamanho e forma do estômago variam amplamente entre as espécies. Pregas gástricas Tamanho das partículasdo alimento ingerido Intervalo entre as alimentações Truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss) Anatomia do estômago Os estômagos dos peixes podem ser classificados em três configurações gerais: (a) Estômago reto com um lúmen alargado Cavala-da-índia ( Acanthocybium solandri) Pikes (b) Estômago em forma de U ou J Raia e tubarões Truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss) Curvatura maior Curvatura menor Bacalhau do atlântico, enguia européia (c) Estômago em forma de Y ou T Sculpin (Myoxocephalus scorpius) (c) Estômago semelhante a moela Ex.: Mugilídeos e certos acantonídeos Anatomia do estômago Tainha (Mugil liza) Parede muscular rígida Areia/sedimento → moagem do alimento Apesar das variações anatômicas, a estrutura histológica é relativamente homogênea Glândulas gástricasEstômago cardíaco (Myoxocephalus scorpius) Células oxintopépticas: secretam pepsinogênio e HCl Estômago digestão química Região cranial do rim: hematopoiese Intestino – ceco pilórico Projeções – aumentam área de absorção (pode ou não está relacionado com fermentação) Carnívoros ou herbívoros peixes herbívoros intestino flexuoso peixes carnívoros intestinos curtos e retilíneos Duodeno = ceco pilórico / Jejuno e íleo (ID) = maior parte IG = área pequena localizada cranialmente ao ânus Rico em gordura – auxílio na flutuação do peixe Fígado e Pâncreas Pâncreas (enzimas digestivas) difundido no ceco pilórico Bexiga natatória Anatomia: órgão hidrostático, saco único alongado localizado dorsalmente a tubo digestivo. Oferece função de controle da flutuabilidade. Fortemente vascularizada Órgão de respiração aérea (auxilia a respiração branquial) Algumas espécies: envolvida na produção de sons (mandi).FISÓSTOMA: Ducto pneumático FISÓCLISTA Mantêm a Flutuabilidade Neutra Perfeita Divertículo faríngeo air Armazena O2, CO2 e N2 Menor gasto de energia Os mecanismos de flutuabilidade em peixes envolvem a diminuição da densidade total do corpo pela incorporação de componentes de baixa densidade (gases) Glândula produtora de ácido lático tende a se inflar de O2 Peixe diminui a densidade Efeito compensatório de flutuabilidade Bexiga Fisóclista: preenchida por gases secretados a partir do sangue. Áreas altamente vascularizadas na parede da bexiga (REDE MIRABILE) Reprodução • Maioria dos peixes apresentam fertilização externa. • Grande eficiência da espermatogênese e oôgenese. • Filhotes são conhecidos como larvas • Passam pelo estágio de alevino Ovo Larvas Cuidado bucal parental Guppie • Fertilização interna. • Ovos são eclodidos internamente e os filhotes já nascem desenvolvidos (ovoviviparidade). Modificação da nadadeira anal estrutura anatômica intromitente Peixes cartilaginosos (Condrictes) Órgão copulador: clásper, resultado de modificações das nadadeiras pélvicas. Papila genital Dimorfismo sexual S. REPRODUTOR FEMININO DE PEIXES Ovários Sistema de ductos Suspensos a partir da parede dorsal do celoma por uma prega de peritônio o mesovário Tubulares, claros, amarelados alaranjados ou rosados- pigmentação do ovos Órgão pares Podem se fundir para formar órgão único Ovário direito ou esquerdo pode se atrofiar Ex: Tubarão sardo (Lamna nasus)- ovário direito Ex: Pirarucu (Arapaima gigas) - ovário esquerdo OVÁRIOS- Peixes Cavidade ovariana Ducto ovariano Poro genital OVÁRIOS- Peixes GIMNOVÁRIO CISTOVÁRIO Ovário Ovituto Poro genital Gimnovário: oócitos são liberados diretamente na cavidade celomática Condição mais primitiva. Ex: elasmobrânquios, dipnóicos, amia, esturjões etc Cistovário: oócitos são liberados cavidade ovariana (lumen) Ex: Maioria dos teleósteos Epitélio lume: função secretória → supre os requerimentos nutricionais dos ovos Corte transversal do ovário de P. vivipara TESTIS Urinary Bladder Swim Bladder Urogenital Pore Anus Intestine Stomach Kidney Nile-tilapia testis Ductos eferentes Tunica Albuginea Urogenital Papilla Tilapia testis location and structure Mesórquio São órgãos pares, podendo estar parcial ou totalmente fundidos entre si (Poecilídeos) • DE: Transporta espermatozoides, envolvido no armazenamento, nutrição e reabsorção de espermatozóides, secreção de fluido seminal e indução da motilidade espermática. md A C 1mm B v d Danio rerio (Cyprinidae: Cypriniformes) Pimelodus maculatus (Pimelodidae: Siluriformes) Testis structure in teleosts fish Parauchenipterus galeatus cangati (Auchenipteridae: Siluriformes)Serrasalmus spilopleura (Characidae: Characiformes) Seminal vesicles: Pubery-Androgens Fim!