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ARTRITE REUMATÓIDE 1. classificar artrite (mono, oligo, poli, inflamatório; não inflamatório) AVALIAÇÃO → características da artrite: dor nas articulações em repouso, inchaço, calor, vermelhidão, limitações nos movimentos → presença e duração de rigidez (matinal) → quais articulações, mono (1), oligo (2-4) ou poli (4+), simétrica ou assimétrica → fatores que influenciam: exercício, descanso, esforço, trauma recente → febre e perda de peso → doenças ou queixas preliminares, espondilite anquilosante, doença de Crohn, psoríase 2. diferenciar clinicamente as principais causas de poliartrite (artrite reumatoide, osteoartrite, lúpus, febre reumática, artrite psoriática e artrite reativa) | diagnóstico diferencial e manifestações clínicas de cada uma (manifestações articulares e extra articulares) OSTEOARTRITE → doença caracterizada pelo desgaste da cartilagem articular e alterações ósseas, entre elas os osteófitos (bicos de papagaio). → preferência por mulheres e acomete mãos e joelhos, e nos homens articulação coxofemoral (fêmur com bacia). Aumenta com o passar dos anos, sendo pouco comum antes dos 40 e mais frequente após os 60 anos. Aos 75 anos, 85% das pessoas têm evidência radiológica ou clínica da doença. LÚPUS: → doença inflamatória crônica de origem autoimune, cujos sintomas podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e progressiva ou rapidamente em semanas e variam com fases de atividade e remissão. → lúpus cutâneo: manchas na pele, avermelhadas ou eritematosas em áreas expostas à luz solar (rosto, orelha, colo) → lúpus sistêmico: um oumais órgãos internos são acometidos → febre, emagrecimento, perda de apetite, fraqueza e desânimo, dor nas articulações, manchas na pele, inflamação pleurítica, hipertensão ou problemas renais. Acometimento articular está presente em 75-80% dos casos, pacientes apresentam poliartrite simétrica, migratória ou aditiva envolvendo pequenas e grandes articulações, que não causa erosão e raramente causa deformidade articular. A artrite pode ser aguda, intensamente dolorosa e recorrente, semelhante à observada na febre reumática. → ocorre em qualquer idade, raça e sexo, mulheres são mais acometidas. Ocorre entre 20-45 anos, sendo pouco frequente emmestiços e afro-descendentes. FEBRE REUMÁTICA: → doença inflamatória que pode acometer as articulações, coração, cérebro e pele de crianças de 5 a 15 anos → é uma reação a uma infecção de garganta por estreptococo. → artrite é a manifestação mais frequente, porémmenos específica, ocorrendo entre 60 e 85% dos casos. A apresentação clássica ocorre em 70% dos pacientes, com poliartrite migratória de grandes articulações, com rápida resposta a AINH e resolução sem sequelas. ARTRITE PSORIÁTICA → é a forma de artrite que afeta pessoas que possuem psoríase. A psoríase se caracteriza pelo aparecimento de lesões avermelhadas, e escamosas, que acometem os joelhos, cotovelos e couro cabeludo. A maioria das pessoas desenvolve psoríase primeiro e depois artrite. ARTRITE REATIVA → sinovite estéril imunomediada que se desenvolve em até 4 semanas após infecções gastrointestinais ou geniturinárias, causadas por Chlamydia trachomatis, Yersinia, Salmonella, Shigella, Campylobacter jejuni, E. coli. → se manifesta por quadro de mono ou oligoartrite assimétrica estéril, emmembros inferiores e transitória na maioria das vezes. 3. explicar valor clínico de exames PCR, VHS, fator reumatoide, anti citrulina → PCR: proteína C reativa → detecção de uma proteína do sangue que é produzida no fígado e que aumenta quando há inflamação importante, pode aumentar na artrite reumatóide, infecções, infarto, traumatismo e doenças reumatológicas - reação positiva: acima de 6 mg/L → VHS: velocidade de hemossedimentação → mede a rapidez que os eritrócitos se assentam no fundo do tubo de ensaio com amostra de sangue. Numa velocidade rápida, indica que há inflamação no corpo. - usado para: artrite, vasculite ou doença inflamatória intestinal - se alto, pode estar relacionada a condição inflamatória: infecção, artrite reumatóide, febre reumática, doença vascular, doença inflamatória intestinal, doença cardíaca, doença renal, cânceres - mais lenta que o normal, pode indicar distúrbio sanguíneo: policitemia, anemia falciforme, leucocitose → FATOR REUMATÓIDE: é um autoanticorpo e ocorre em condições patológicas variadas, tornando-o pouco específico. - pode ser positivo em pessoas sadias acima de 60 anos - se for 3x o normal: maior chance de ser doença reumática autoimune → ANTI CITRULINA: os antígenos tem epítopos que são reconhecidos por peptídeos citrulinados. A citrulinação é a deiminação de um resíduo de arginina pela peptidylarginine deminase, processo que ocorre abundantemente na profilagrina e filagrina. A ciclização de um peptídeo citrulinado contribui para melhor exposição dos epítopos relevantes. Os testes imunoenzimáticos para dosagem de anticorpos anti-CCP (peptídeo citrulinado cíclico) têm demonstrado alta especificidade para diagnóstico da artrite reumatoide. 4. caracterizar artrite reumatoide → definição: é a principal artropatia crônica e idiopática. Se caracteriza por sinovite (inflamação da cápsula articular e acúmulo de líquido dentro dessa cavidade). Duração de pelo menos 6 semanas. Na história natural todos os pacientes evoluem com poliartrite cumulativa simétrica (ambos os lados acometidos pela sinovite crônica). → paciente típico:mulher faixa etária de 20-25 anos → cursa com erosões ósseas e surgem deformidades irreversíveis quando não tratados → genética: - HLA: human leucocyte antigen: região do complexo principal de histocompatibilidade, que é um agrupamento de genes do cromossomo 6 que tem diversas informações genéticas que codificam a base do sistema imune. O HLA é um dos genes desta região do complexo principal. O HLA é um gene que codifica uma das cadeias da APC. O CD4 reconhece os antígenos e estimula o sistema imune para montar uma resposta adaptativa especificamente direcionada ao antígeno apresentado pela APC. A proteína da APC tem especificidade para o antígeno que está sendo apresentado. Assim, o HLA é um gene do cromossomo ¨que codifica uma das cadeias da APC, que tem 2 cadeias (alfa e beta), e o HLA codifica uma dessas cadeias. Tem vários tipos de HLA e algumas pessoas têm uma variação defeituosa, então se ligam a antígenos exógenos e antígenos do próprio indivíduo, levando a determinadas situações de hiperestimulação do sistema imune contra seus próprios antígenos/tecidos. - HLA-DRB1 (artrite reumatoide): grande parte dos pacientes é HLA-DRB1 positivo. → fisiopatologia: a predisposição genética em conjunto com fatores ambientais (tabagismo) podem levar ao desenvolvimento da artrite reumatóide, com ativação da célula T sinovial. As células T CD4 são ativadas pelas APCs, que se diferenciam em Th1 e Th2. Imunocomplexos, com fatores reumatismo (FR) e anticorpos anti peptídeos citrulinados cíclicos (anti-CCP), podem se formar no interior das articulações, ativando a via do complemento e amplificando a inflamação. As células T efetoras estimulam os macrófagos e fibroblastos sinoviais a secretar mediadores pró-inflamatórios, como o TNF-alfa, que regula as moléculas de adesão em células endoteliais, promovendo influxo de leucócitos para a circulação e também estimula a produção de IL1 e IL6. O TNF tem função importante na regulação do equilíbrio entre destruição e formação óssea, ele regula positivamente a expressão de dickkopf 1 (DKK-1) que internaliza receptores Wnt dos precursores dos osteoblastos. O Wnt, na artrite reumatóide, inibe a formação óssea. Assim, persistência do processo inflamatório na sinovia, produz o pannus, que é hiperproliferação da sinovia e invade a estrutura articular, corroendo o tecido ósseo. → quadro clínico: - manifestações sistêmicas: fadiga, mal estar, mãos inchadas, dor musculoesquelética - manifestações articulares: poliartrite simétrica cumulativa, rigidez matinal superior a 1 hora, atrofia muscular periarticular, articulações mais acometidas são as das mãos (metacarpofalangeanase interfalangeanas distais), punhos e pés. As articulações dos joelhos, coluna cervical e cotovelo surgemmais tarde. Acometimento da atlantoaxial (C1 e C2). - atrofia e contratura muscular → aumento do pannus → fibrose dos tecidos periarticulares → anquilose da articulação (perda de espaço entre superfícies ósseas) → deformidades articulares - mão em z: desvio ulnar - dedos em pescoço de cisne - deformidade em abotoadura - sd. do túnel do carpo - deformidade em dorso de camelo:mão em z desenvolve uma concavidade na superfície dorsal do carpo - manifestações extra articulares: - constitucionais: perda de peso, febre, fadiga, mal-estar, depressão, caquexia. - pele: nódulos subcutáneos - sd. de Sjogren: ceratoconjuntivite seca ou xerostomia (boca seca) associada a artrite reumatóide - pulmonar: pleurite pode produzir dor torácica pleurítica e dispneia, atrito e derrame pleural. Os derrames tendem a ser exsudativos. Nódulos no parênquima. - cardíaca: pericardite e miocardiopatia, vasculite (angina, IAM), aterogênese acelerada - vasculite reumatoide: ocorre na doença prolongada, hipocomplementemia e teste + para FR sérico ou anticorpos anti-CCP. Sinais cutâneos variam e incluem petéquias, púrpura, infartos digitais, gangrena, livedo reticular e em casos mais graves, grandes ulcerações dolorosas nos membros inferiores. - hematológicas: o grau da anemia está relacionado ao grau de inflamação, sendo correlacionado com níveis de PCR e VHS. - sd. de felty: tríade clínica de neutropenia, esplenomegalia e AR nodular - linfoma: aumento de 2-4 vezes no risco de linfomas - condições associadas: - doença cardiovascular: doença arterial coronariana e aterosclerose da carótida, insuficiência cardíaca congestiva - osteoporose: o ambiente inflamatório da articulação se dissemina para o resto do corpo e promove perda óssea generalizada por meio da ativação dos osteoclastos. - hipoandrogenismo: a diminuição da testosterona, LH e desidroespiandrosterona → diagnóstico: sinais e sintomas + laboratório + radio - marcadores sorológicos: - PCR e VHS: marcadores inflamatórios de fase aguda. Tem aumento proporcional a quantidade da inflamação. - fator reumatóide: IgM contra IgG → menor especificidade, pode dar positivo na sd. sjogren, hepatite - anticorpos anti peptídeos citrulinados cíclicos: especificidade maior, é essencialmente específico para artrite reumatoide - radiologia - aumento das partes moles: edema inflamatório e acúmulo de líquido - osteopenia justarticular - destruição da cartilagem - destruição da cartilagem - erosões ósseas - anquilose - subluxações - RM: sinovite, erosões e edema da medula óssea - mancha preta: edema da medula óssea - critérios ou seja: → tto: - drogas sintomáticas: AINES + corticoides - AINES: qualquer um deles - corticoides: em doses baixas-moderadas. - drogas que alteram a evolução da doença: DARMDs - convencionais: metotrexato (semanalmente 7,5 a 25 mg - início em 4 semanas), leflunomida (10-20mg/dia), sulfassalazina (0,5-3g/dia) → pode ser combinado - Biológicas: em pacientes que não respondem aos convencionais → drogas anti-TNF → se liga ao tnf alfa e tira ele de circulação que é uma citocina pró inflamatória. O TNF alfa é importante no combate da tuberculose e deixa o bacilo em estado latente. Quando a pessoa usa o anti-TNF, controla a artrite porém descontrola a infecção de tuberculose. Assim, faz uma prova tuberculínica antes de prescrever, e se necessário, tratar a TB latente. Pode desencadear uma sd. lupus like: formação de FAN e ação anti-DNA. A TNF exclui as células cancerígenas, com o anti-TNF pode aumentar a chance de ter câncer. - infliximab: - adalimumab - golimumab - certolizumab - etanercept - drogas anti receptor de IL-6: toxilizumab - inibidor da estimulação de linfócitos: abatacept - anti CD20 (depleção de linfócitos B): rituximab - DARMD’s biologicas não podem ser combinadas entre si, pois podem ter infecções letais pela imunossupressão → mau prognóstico - altos títulos de FR e anti-ccp - achados extra articulares - HLA-DRB1 positivo - erosões ósseas precoces - sd. de felty
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