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Página 1 de 11 CLÍNICA MÉDICA AULA 10/07/2023 EPILEPSIA E CONVULSÕES /CRISES EPILÉTICAS EPILEPSIA: Distúrbio cerebral caracterizado por uma predisposição constante de gerar crises epiléticas re- correntes e espontâneas CRISE EPILÉTICA (convulsão): Manifestação clínica de descargas neuronais paraoxísticas, excessivas e, es- pecialmente, sincrônicas de uma população neuronal que, geralmente, são autolimitantes (vai ter a crise e vai pas- sar). Pode ocorrer em todo o córtex ou alguma região (foco) do SNC que está dando descarga elétrica. CONVULSÃO: É um distúrbio produzido por uma descarga elétrica transitória dos neurônios cerebrais resul- tando em perda ou alteração de consciência, tônus muscular alterado, trismo maxilar ou movimentos mastigatórios, salivação e, com frequência, micção e defecação involuntárias. Nem toda crise epilética será uma crise convulsiva clássica. O problema é intra ou extracraniano (hiperglicemia, doenças metabólicas podem causar)? Excluir fatores extracranianos pra depois pensar nos intra. FATORES DESENCADEANTES: • Estímulo sensorial, químico ou elétrico • Patologias intrínsecas do SNC Há desequilíbrio entre os mecanismos excitatórios e inibitórios dos neurônios. Pode ser generalizado ou só um ponto (convulsão focal). Maior excitabilidade: neurônios corticais GABA e glicina – ação inibitória Glutamato e aspartato – ação excitatória Convulsão/Crise epilética = disfunção cerebral Causa estrutural – trauma ou tumor (genético) Causa funcional – fisiológica ou metabólica ESTÁGIOS DA CONVULSÃO/CRISE EPILÉTICA • Pródromo ou prodrômica: mudança de comportamento que precede a convulsão por horas ou dias – se esconder, agitação ou medo • Aura: sensação subjetiva de que ocorrerá a convulsão. Difícil de identificar (muito rápida) • Ictal ou Ictus: convulsão propriamente dita • Pós-ictal: comportamento atípico: agitação, agressão, delírio, letargia, confusão, cegueira momentâ- nea, sede, fome, micção inapropriada • Interictal: período entre a resolução de qualquer sinal pós-ictal e início de novo ictus (esse tempo varia muito, o intervalo entre convulsões) ASPECTO CLÍNICO Classificação: área (qual o tipo) de descarga elétrica, mas não a causa Convulsões/crise epilética motoras generalizadas Convulsões/crise epilética focais Simples (motora) Complexas – perda de consciência Status epilepticus: emergência na hora da crise, convulsão. Tem por mais de 5 minutos ou uma atrás da outra sem recuperar consciência. Pode causar lesão a longo prazo e pode ficar com sequelas. CONVULSÕES/CRISE EPILÉTICA MOTORAS GENERALIZADAS • Sem origem localizada – difusa pelo cortéx • Perda de consciência • Decúbito • Envolvem todo corpo Tônica: aumento do tônus muscular Clônica: contração rítmica dos músculos repetitiva e regular Atônica: perda repentina de tônus muscular (diferenciar da síncope, ex: problema cardíaco) • Movimentos de “pedalagem” • Sinais autonômicos CONVULSÕES/CRISE EPILÉTICA FOCAIS SIMPLES • Apenas um hemisfério cerebral • Sinais motores focais • Não há alterações de consciência • Não exclui epilepsia idiopática em cães CONVULSÕES/CRISE EPILÉTICA FOCAIS COMPLEXA • Início focal com posterior generalização • Consciência alterada ou perda completa • Alterações de comportamento • Pode ser confundida com convulsão generalizada Página 2 de 11 STATUS EPILEPTICUS*: Convulsões/Crise epilética por 5 minutos ou mais; ou convulsões/crise epilética re- petidas sem voltar ao normal por 30 minutos. CLUSTER: Duas ou mais convulsões/crises epiléticas num período de 24 horas – recuperação entre os episó- dios. Epilepsia: Distúrbio cerebral caracterizado por uma predisposição constante de gerar crises epiléticas re- correntes e espontâneas Epilepsia primária ou idiopática: Distúrbio cerebral funcional tendo como causa única a hereditariedade Epilepsia secundária ou sintomática: Causada por lesões adquiridas ou por outra etiologia especifica EPILEPSIA ADQUIRIDA/SECUNDÁRIA: Lesão cerebral residual, posterior a diversos insultos cerebrais Primeiro episódio: qualquer idade Intervalo de semanas a meses entre o insulto original e o primeiro episódio convulsivo EPILEPSIA PRIMÁRIA OU IDIOPÁTICA: Primeiro episódio normalmente varia de 6 meses a 5 anos de idade Severas com 30 a 90 segundos de duração Intervalo: > 4 meses Predisposição: Beagles, pastor alemão, dachshunds, são bernardo, labrador, golden retrievers, poodle, coc- ker, lhasa apso, border collies. Machos CRISE EPILÉTICA/CONVULSÃO: Idiopática: Provável base genética Sem alterações estruturais no SNC (predisposição a ser epilético verdadeiro) Sintomática: Intracranianas: neoplasia, inflamações, hidrocefalia... Criptogênica (temos um paciente com crise epilética, excluímos possibilidade de ser um epilético verdadeiro, não encontrou alterações estruturais, mas pensamos ser estrutural) Reativa: Extracranianas: metabólicas, tóxicas Esquema para fazer diagnóstico diferencial: D – DEGENERATIVO I – IDIOPÁTICO N – NEOPLÁSICO/NUTRICIONAL A – ANOMALIA CONGÊNITA (Hidrocefalia) M – METABÓLICA (Encefalopatia hepática/urêmica, hipoglicemia, hipocalcemia) I – INFECCIOSO ou INFLAMATÓRIO (Cinomose, PIF, FIV, FELV, raiva, criptococose, toxoplasmose, neospo- rose, erliquiose, tétano, MEG, MEN) T – TRAUMA I – INTOXICAÇÃO V – VASCULAR Causas Intracranianas: Degenerativas: acidente vascular Inflamatória: • Meningoencefalite granulomatosa (MEG) • Meningoencefalite necrosante • Meningoencefalite idiopática Infecciosas: Vírus, Bactérias, fungos, protozoários... Anomalias: hidrocefalia, lissencefalia Neoplasia Primária – gliomas, meningiomas Secundária – metástase Trauma cranioencefálico Epilepsia primária ou secundária Causas Extracranianas: Metabólicas • Hipoglicemia • Encefalopatia hepática • Encefalopatia urêmica • Hipocalcemia (cadela pós-parto) Tóxicas Página 3 de 11 DIAGNÓSTICO: 1. Raça e idade 2. Anamnese 3. Manifestações clínicas 4. Exame físico e neurológico 5. Diagnósticos diferenciais 6. Exames complementares ANAMNESE: Realmente é convulsão? Há quanto tempo durou? Quando ocorreu a última convulsão? Há histórico familiar? Possui antecedentes de outras doenças? Já foi tratado? Como? E o resultado? Recebe medicação contínua? Vacinações... EXAME FÍSICO E NEUROLÓGICO: Objetivos Identificar alterações em um ou mais sistemas Identificar problema específico do sistema nervoso EXAMES COMPLEMENTARES: De rotina: hemograma, bioquímicos, urinálise, PCR e sorologia Específicos: líquor, RM, TC, RX/US de crânio, eletrocefalograma (mede atividade cerebral, momento que dá descarga elétrica) TRATAMENTO: Objetivo para um epilético verdadeiro: reduzir a frequência, duração e gravidade das crises. (tratar causa) Diretrizes para iniciar o tratamento: • Uma ou mais convulsões em 60 dias • Convulsões graves ou várias no mesmo dia • Aumento das convulsões tanto em frequência como em gravidade • Identificação de alteração de base como causas Fenobarbital Droga de escolha inicial para cães e gatos Segura, eficaz e barata Níveis terapêuticos: 10-12 horas (VO) e 20 min (iv) 2-4mg/kg VO cada 12 horas 3-5mg/kg VO cada 12horas (Neurologia Canina e Felina) Após 2 semanas, retorno do animal para dosagem sérica do fenobarbital pela manhã, em jejum e sem ter tomado a dose da manhã. Tem que estar entre 20-35ug/ml (se estiver menos de 20 medicação não está funcionando e se estiver maior que 30 está tóxica) Repetir com 45, 90, 180 e 360 dias após iniciar Gotas não são tão precisas Gatos: 1 a 2 mg/kg/dia 2,5mg/kg a cada 12horas (Neurologia Canina e Felina) Após 2 semanas, dosagem sérica Concentração: 10-20ug/ml • Reavaliar concentração a cada 6 meses • Podem ocorrer 2 ou mais convulsões entre as reavaliações programadas • Fazer acompanhamento da função hepática • Ajuste da dosagem do fenobarbital • Convulsões não controladas nopaciente que recebe fenobarbital Quando fazer associações? Controle ineficaz mesmo com concentração sérica dentro do ideal Este é o momento de iniciar outro fármaco Página 4 de 11 Brometo de potássio - cães Gabapentina – cães e gatos Diazepam – gatos Brometo de Potássio Para casos refratários ou intolerância ao FB Monoterapia ou associação (sozinho ou associado com feno) Não causa hepatotoxidade como o feno Dose: 20-40mg/kg/dia Dose de ataque: para diminuir tempo de estabilização sérica Dosagem sérica após 30 dias, estabilização após 2 a 4 meses (demora atingir o nível sérico) Diazepam (gatos) Dose 0,5 a 2 mg/kg/VO a cada 8 a 12 horas Necrose hepática fatal (cuidado) Estado Epilético • Cessar convulsões/crise epilética • Proteger o encéfalo de mais danos • Permitir plena recuperação do episódio de estado epilético STATUS EPILEPTICUS – EMERGÊNCIA: 1. Inicialmente usar Benzodiazepínicos Diazepam; midazolam Esquema em ordem prioridade • Diazepam • Fenobarbital • Propofol ou pentobarbital sódico Manitol ou corticoides se suspeitar de edema Via aérea Controle da temperatura Diazepam 0,5 a 2 mg/kg IV (não ultrapassar 20 mg totais) A cada 10 min, se necessário, no máximo 3x Intrarretal (10min) Intranasal (4,5min) Infusão contínua: 0,1 a 0,5mg/kg/h Midazolam 0,06 a 0,3 mg/kg IM ou IV Fenobarbital 2-4mg/kg IM– repetir a cada 30 minutos até o efeito desejado – não exceder 24mg/kg em 24 horas OU 3mg/kg (IM), a cada hora, até 15mg/kg OU 10 a 20mg/kg/IV Propofol 1 a 2 mg/kg/IV em bolus Infusão contínua 0,1 a 0,6mg/kg/minuto até o efeito desejado – não ultrapassar 6mg/kg/hora Página 5 de 11 • Monitorar temperatura: hipertermia • Manter cateter IV • Monitorar glicemia e PA • Edema cerebral (convulsão prolongada) • Manitol: 0,25 – 1g/kg IV • Dexametasona ou metilprednisolona DOENÇAS NEUROLÓGICAS PARALISIAS FLÁCIDAS • Polirradiculoneurite • Botulismo • Miastenia Gravis • Paralisia pelo carrapato Todas levam nosso paciente a flacidez. POLIRRADICULONEURITE • Alteração imunomediada (inflamação) aguda das raízes nervosas motoras (ventral) Raiz motora inflamada não consegue exercer função motora • Cães de qualquer idade, raça e sexo Geralmente adultos Etiologia: • Doença imunomediada (próprio corpo inflama) • Saliva de guaxinim (EUA) • Após vacinação antirrábicas (não comprovado) • Idiopática Síndrome humana de Guillain – Barré é similar SINAIS CLÍNICOS: • Fraqueza e hiporreflexia (começa membro pélvico e vai para torácico) • Alteração do latido (mais rouco) • Fraqueza/paralisia flácida MPs com rápida ascensão • Tetraplegia flácida • Tempo de evolução de 12h – 1 semana • Diminuição tônus muscular • Atrofia muscular • Hiperestesia (na palpação parece que tudo dói, muito sensível a manipulação) • Reflexos espinhais ausentes ou diminuídos (lesão neuromotora) • Graves: paralisia respiratória • Normalmente não envolve nervo craniano (raramente nervo facial) Página 6 de 11 DIAGNÓSTICO: • Anamnese, histórico • Exame neurológico muito bem-feito (conclui que o problema é periférico) • Eletromiografia (não é tão acessível, mede funcionalidade do músculo) • LCR: normal ou leve aumento de proteína (não concluímos só por essa análise) Não tem exame específico TRATAMENTO (pode levar semanas a meses): • Manejo (troca de decúbito, ambiente seco) • Fisioterapia Alguns livros falam do uso de anti-inflamatório, mas é minoria. BOTULISMO Paciente ingere neurotoxina do Clostridium botulinum (ingestão de alimento contaminado, deterio- rado/carcaças em decomposição – ambiente anaeróbico) que inibe a liberação de Ach pelo neurônio pré- sináptico na junção neuromuscular. Quanto mais ingere a toxina, mais grave os sinais neurológicos – perguntar se outros animais da fazenda podem estar contaminados. SINAIS CLÍNICOS: • Horas a dias após ingestão (depende da quantidade) • Paralisia progressiva e ascendente (pélvico ao torácico) • Enfraquecimento • Perda de tônus muscular • Ausência de reflexos espinhais (não temos contração motora, mas animal sente dor) • Propriocepção normal • Percepção de dor normais • Sem hiperestesia* • Não há atrofia muscular (é menor comparado a polirradiculoneurite) • Envolvimento dos nervos cranianos (testar reflexos) • Sialorreia, tosse (pneumonia por aspiração), dificuldade de apreensão dos alimentos • Pode ter megaesôfago (altera musculatura esofágica) – RX simples e contrastado • Midríase, perda de reflexo palpebral DIAGNÓSTICO: não há específico • Manifestações clínicas • Histórico • Animais em grupo • Eletromiografia • Inoculação em animais de lab (soro do animal) – cinturinha de vespa, só locais especializados fa- zem isso TRATAMENTO: não há específico • Tratamento de suporte • Atb amplo espectro • Recuperação em 1 a 3 semanas MIASTENIA GRAVIS Distúrbio neuromuscular caracterizado por fraqueza que é exacerbada pelo exercício e aliviada pelo repouso. Paciente consegue caminhar por um tempo e fica fraco e flácido, depois de um tempo volta a se movimentar nor- malmente. Animal parado não exige muita acetilcolina, se caminha os receptores estão ocupados e músculo não con- segue contrair, animal em repouso os receptores são acionados. Congênita: Deficiência hereditária de receptores de Ach 3-8 semanas de idade Adquirida:* Imunomediado Acs contra receptores da Ach na musculatura esquelética Qualquer raça/sexo (Pastor Alemão) – raro em gatos 2-3 anos e 9-10 anos (jovens e velhos) Página 7 de 11 Generalizada:* Fraqueza muscular pioram com exercícios e melhoram após o repouso Megaesôfago Disfagia, alteração latido, dilatação pupilar, fraqueza muscular facial (podem ser observados) Focal: Megaesôfago com ou sem disfagia 25-40% dos cães com megaesôfago possuem Miastenia Gravis adquirida focal Aguda fulminante: Paralisia aguda dos músculos respiratórios e membros Grave megaesôfago com pneumonia por aspiração Óbito DIAGNÓSTICO: • Dosagem de Ac contra receptores de Ach (Comparative Neuromuscular Laboratory) • Raio-x: megaesôfago • Teste de desafio com anticolinesterásico (inativa ação da enzima, deixa Ach livre na fenda sináp- tica) Usamos Cloreto de edrofônio ou Neostigmina (anticolinesterásicos que inibe a hidrólise enzimática da Ach). Aplicamos e se ele tiver a doença ou ele levanta imediatamente ou 15-30 minutos depois. Resolução da fraqueza: 30-60s ou 15-30min Efeito por 5min ou horas Difícil ver resposta na MG focal. Melhor para generalizada e aguda fulminante. Aplicar atropina prévia – muitos efeitos muscarínicos TRATAMENTO: • Suporte • Agentes anticolinesterásicos → Piridostigmina • Imunossupressores → Prednisona (não é consenso) • Remissão espontânea: 6 a 7 meses PARALISIA PELO CARRAPATO (não é muito frequente no BR) Paralisia flácida rapidamente ascendente Neurotoxina salivar: inibe a liberação de Ach na junção neuromuscular Sinais: 5-9 dias após fixação do carrapato SINAIS CLÍNICOS: • Fraqueza rápida e progressiva Mps • Tetraplegia flácida 24-72h • Perda de tônus e reflexos espinhais • Sem atrofia • S/tratamento pode levar a uma paralisia respiratória 1-5d DIAGNÓSTICO: • Anamnese/exame neurológico • Presença de carrapato TRATAMENTO: • Tirar carrapatos • Melhora em 24-72h Página 8 de 11 PARALISIA ESPÁSTICA TÉTANO Toxina produzida pelo Clostridium tetani e animal com ferida aberta acaba cria um ambiente anaeróbio, bactéria se aloja e se multiplica na lesão, começa a liberar toxina e animal fica espástico. Localizar ferida e limpar. Orelha puxada para trás e duro. Longos períodos no ambiente (solo/fezes) Toxina ascendente pela medula Bloqueia neurotransmissores inibitórios Procedimentos cirúrgicos de origem desconhecida SINAISCLÍNICOS: • Manifestações 5-10 dias pós-infecção • Até 3 semanas em cães e gatos • Todos os animais susceptíveis • Aumento do tônus muscular nos membros e cabeça • Marcha enrijecida • Elevação da cauda • Tetraplegia/paresia e opstótono • Convulsão • Sensibilidade à luz/som DIAGNÓSTICO: sinais clínicos e evidências de infecção TRATAMENTO: • Tratamento da ferida • Suporte • Atb: Penicilina G, metronidazol ou tetraciclina • Sedação/anticonvulsivante • Antitoxina (mais usada em grandes) TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO Comum em cães e gatos – 20 a 35% dos traumas Acidente automobilístico, tiros, mordidas, quedas Lesões primárias – momento do trauma Terapia – prevenção ou diminuição da gravidade das lesões secundárias DIAGNÓSTICO: • Exame físico • Exame neurológico • RX (depois que estabiliza, não é usual) • TC/RM TRATAMENTO: • Ventilação (oxigênio) • Fluidoterapia – restaurar volume circulante e cerebral • Elevar cabeça (45º) • Monitorar P.A e temperatura • Estabilizar lesão • Monitorar glicemia MEDICAÇÃO: Diuréticos (Diminui PIC e edema) – só fazer com animal hidratado e volemia ok Manitol 20% 1g/kg/IV durante 30 min. Pode ser repetido após 3h (depende da melhora dele) Início do efeito: 10 min Duração: 3-5h Pode ou não associar Furosemida Outra opção para diminui PIC: Salina Hipertônica 3% 4-8 mL/kg a cada 4 a 6 horas Controle de convulsões: Diazepam 0,5-1mg/kg ou infusão Fenobarbital Propofol ATB só se for ferida aberta e houver necessidade e cirurgia só se houver fratura e não é comum na vet. Página 9 de 11 DOENÇAS INFLAMATÓRIAS E INFECCIOSAS • Cinomose • Peritonite Infecciosa Felina • Toxoplasmose e Neosporose • Meningoencefalite Granulomatosa (MEG) • Meningoencefalite Necrosante (Pugs) • Leucoencefalite necrosante (Yorkshire) CINOMOSE Enfermidade infectocontagiosa, causada por vírus – Morbillivirus Apresentação clínica: aguda, subaguda e crônica Manifestações: gastroentéricas, dermatológicas, respiratória, oculares e neurológicas Alta morbidade e mortalidade Deve ser SEMPRE incluído no diagnóstico diferencial de alterações neurológicas em cães. Apresentação da forma neurológica Encefalite dos cães jovens 1-3 semanas após sinais sistêmicos Sinais prosencefálicos Encefalite em cães adultos/idosos Subaguda/crônica Sem sinais sistêmicos Vestibular, cerebelar, tetraparesia progressiva DIAGNÓSTICO • Histórico e sinais clínicos • Corpúsculos de Lentz Hemograma: linfopenia e corpúsculo de Lentz • Sorologia Ag (se tiver vacinação) e Ac (se não tiver vacinação) • PCR • LCR: pleocitose moderada com predomínio de células mononucleadas (linfocítica) e aumento de proteína [indicativo] TRATAMENTO • Suporte • Organeuro cerebral (Complexo vitamínico) • Ribavirina (inibe a replicação do vírus in vitro) • Antioxidantes: vit E e C • Anticonvulsivantes • Glicocorticoides (fase crônica – animal com sequelas já recuperado) Não fazemos na fase aguda porque imunossuprime • Imunoestimulantes Se tiver infecção bacteriana secundária ATB Página 10 de 11 PERITONITE INFECCIOSA FELINA < 2 anos ou > 9 anos Forma efusiva e não efusiva Cerca de 1/3 dos gatos com PIF não efusiva podem desenvolver sinais neurológicos SINAIS CLÍNICOS: • Febre, anorexia, apatia, uveíte, icterícia • Diarreia e vômito • Efusão pleural (efusiva), ascite • Paralisia • Ataxia • Nistagmo • Anisocoria • Tremor de intenção (cerebelo) • Sinais vestibulares (ex: rodar em círculos, head tilt, nistagmo) • Convulsões Não tem exame diagnóstico específico, observamos os sinais, a efusiva tem líquidos é mais fácil. A não efu- siva mais complicada. Tratamento suporte e existe medicamentos como GC376, GS5734 e GS441524 que são específicos. TOXOPLASMOSE Protozoário: Toxoplasma gondii Gato: hospedeiro definitivo Músculo, SNC, fígado, olhos e pulmões Sinais neurológicos variados: alteração de comportamento, convulsão, andar em círculos, tremores, ataxia, paresia e paralisia DIAGNÓSTICO: Sorologia TRATAMENTO: 4 semanas Clindamicina ou Sulfa+trimetoprim NEOSPOROSE Protozoário: Neospora caninum Cão: hospedeiro definitivo Músculos e SNC (encefalomielite, miosite, polirradiculo) Extensão rígidas dos membros pélvicos – filhotes 6 sem-6m. (fraqueza, perda de reflexos patelares, parali- sia NMI dos MPs – inflamação muscular e das raízes nervosas) DIAGNÓSTICO: Sorologia TRATAMENTO: 4 semanas Clindamicina ou Sulfa+trimetoprim MENINGOENCEFALITE GRANULOMATOSA (MEG) Doença inflamatória idiopática Cães de 2-6 anos de idade, raças pequenas Infiltrados perivasculares de mononucleares que podem formar granulomas Forma focal: Tronco, córtex, cerebelo, medula espinhal (cervical) Evolução lenta Forma multifocal: Tronco, medula cervical e meninges Aguda com evolução rápida: 25% óbito em 1 semana Forma ocular: Neurite óptica, cegueira súbita e midríase não responsiva SINAIS CLÍNICOS: • Dependem do local da lesão • Convulsão/depressão/cegueira • Alterações de nervos cranianos (facial e trigêmeo) • Convulsão • Fraqueza, ataxia, déficit proprioceptivo • Dor cervical • Nistagmo, inclinação da cabeça • Febre (difusa) Página 11 de 11 DIAGNÓSTICO: • LCR: pleocitose de mononucleares (linfócitos e monócitos) e aumento de proteína (globulinas) • TC e RM (localiza pontos de lesão) • Definitivo: biópsia/histopato TRATAMENTO: Prednisona (imunossupressora) Boa resposta em alguns animais Redução gradual Ciclosporina (quando a doença estiver estável) Ir em direção a menor dose para o animal ficar bem MENINGITE ARTERITE RESPONSIVA A CORTICOIDES: Etiologia imunológica – desenvolvimento de vasculite/arterite nos vasos sanguíneos por toda extensão da medula espinhal e do tronco encefálico Filhotes ou adultos jovens: 6 a 18 meses Raças de grande porte SINAIS CLÍNICOS: • Febre • Rigidez cervical • Dor vertebral DIAGNÓSTICO: Hemograma: leucocitose neutrofílica LCR: aumento de proteína, pleocitose neutrofilica TRATAMENTO: Corticoide (imunossupressora) Tem animal que dá pra migrar e outros que não. NEOPLASIA CEREBRAL Animais idosos Início gradual lentamente progressivo Primárias e secundárias (mais comum metástases – cuidado com pacientes que já foram submetidos a ci- rurgia) Aumento da PIC, hemorragia, edema SINAIS: síndrome cerebral e/ou status epileticus DIAGNÓSTICO: • Histórico/exame físico • LCR só ajuda se for neoplasia esfoliativa • Radiografia tórax e Us abdominal (metástase) • TC e RM TRATAMENTO: • Prednisona • Anticonvulsivante • Quimioterapia • Radioterapia • Cirúrgico
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