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SISTEMA DE ENSINO URINÁLISE Análises Especiais de Urina Livro Eletrônico 2 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra Sumário Análises Especiais de Urina ......................................................................................................................................4 Erros Inatos do Metabolismo ...................................................................................................................................4 Distúrbios do Metabolismo de Aminoácidos ...................................................................................................5 Fenilcetonúria (PKU) .....................................................................................................................................................6 Tirosinemia ..........................................................................................................................................................................7 Alcaptonúria .......................................................................................................................................................................8 Homocistinúria ..................................................................................................................................................................8 Doença da Urina Xarope de Bordo (ou Leucinose) ........................................................................................9 Acidemia Glutárica Tipo I ......................................................................................................................................... 10 Distúrbios do Metabolismo da Porfirina ...........................................................................................................11 Porfirias Agudas ............................................................................................................................................................12 Porfirias Não Agudas ..................................................................................................................................................13 Diagnóstico das Porfirias .........................................................................................................................................14 Anormalidades no Metabolismo de Porfirina Não Causadas por Porfirias .................................15 Distúrbios do Metabolismo dos Mucopolissacarídeos ...........................................................................15 Síndrome de Hurler – MPS I .....................................................................................................................................16 Síndrome de Hunter – MPS II ..................................................................................................................................17 Síndrome de Sanfilippo – MPS III (Inclui 4 Subtipos – A, B, C, D) ......................................................17 Síndrome de Mórquio – MPS IV (A ou B) ..........................................................................................................17 Síndrome de Maroteaux-Lamy – MPS VI ..........................................................................................................18 Síndrome de Sly – MPS VII ........................................................................................................................................18 Distúrbios do Metabolismo das Purinas .........................................................................................................19 Deficiência de Adenosina Desaminase ..............................................................................................................19 Deficiência de Purina Nucleosídeo Fosforilase ...........................................................................................20 Síndrome de Lesch-Nyhan ........................................................................................................................................21 Exercícios ...........................................................................................................................................................................23 Gabarito .............................................................................................................................................................................. 28 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra Gabarito Comentado ...................................................................................................................................................29 Referências .......................................................................................................................................................................39 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra ANÁLISES ESPECIAIS DE URINA Erros Inatos do MEtabolIsMo Podemos definir erros inatos do metabolismo (EIM) como uma condição genética em que um defeito enzimático específico produz um bloqueio metabólico que pode originar uma doença. Em virtude desse bloqueio no processo metabólico, tem-se como consequência: acumulação do subs- trato de uma reação no organismo, deficiência de produto dessa mesma reação, acumulação de metabolitos intermediários da reação, falta de feedback negativo e ainda falha nos mecanismos de transporte. Os processos afetados podem acontecer nas vias metabólicas dos hidratos de car- bono, aminoácidos, ácidos orgânicos, purinas e pirimidinas, lipídios e ácidos biliares. Figura 1: O substrato A é convertido por uma série de reações em produto D. Se uma das enzimas (setas) é defeituosa (bloco metabólico), o substrato da reação irá acumular (A, nesse caso) e pode introduzir vias alterna- tivas de metabolismo, levando à formação de subprodutos (E e F, nesse caso). Ao mesmo tempo, a concentra- ção do produto da reação de (D) irá diminuir. Fonte: Tietz, 2016. Em 1902 Archibald Garrod descobriu o primeiro EIM, a alcaptonúria, uma doença cujos portadores não realizavam determinada etapa metabólica. Diante disso, Garrod percebeu, en- tre outras coisas, que essas doenças eram congênitas e decorrentes de alterações enzimáti- cas. Em 1909 Garrod publicou seu primeiro livro, intitulado “Erros inatos do metabolismo”, no qual foram descritos o albinismo, a cistinúria, a pentosúria e a alcaptonúria. A maioria das desordens metabólicas é de herança autossômica recessiva, em que os indivíduos afetados têm uma mutação nos dois alelos que codificam uma enzima ou um trans- portador específico. Em cada gestação única, quando ambos os pais são portadores, há 25% de chance de que a criança seja afetada, 50% de chance de que a criança seja portadora como os pais e 25% de chance de que a criança tenha dois alelos normais. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de UrinaURINÁLISE Pollyana Lyra Figura 2: Padrão de herança autossômica recessiva. Fonte: Tietz, 2016 Algumas desordens são determinadas por genes recessivos ligados ao cromossomo X (p. ex., síndrome de Lesch-Nyhan e síndrome de Hunter). São raros os distúrbios de herança autossômica dominante (p. ex., várias formas de porfiria e uma forma de hipercolesterolemia familiar) ou dominante ligada ao X (deficiência de ornitina-transcarbamilase), vários apresen- tando, também, heterogeneidade genética. Nesta aula veremos os principais distúrbios do metabolismo de aminoácidos, da porfirina, dos mucopolissacarídeos e das purinas. dIstúrbIos do MEtabolIsMo dE aMInoácIdos Os processos metabólicos envolvem uma sequência de etapas catalíticas, mediadas por enzimas, que por sua vez, são codificadas por genes. Assim, os distúrbios do metabolismo de aminoácidos formam um grupo de distúrbios causados por atividade deficiente de uma enzima que conduz a um aumento dos aminoácidos no sangue (e urina), bem como de seus derivados ou produtos catabólicos (ácidos orgânicos). Afetam cerca de 1 em cada 8.000 re- cém-nascidos e a grande maioria é de herança autossômica recessiva. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra Podem ser divididos em dois grupos: 1) Aminoacidopatias - o aminoácido original em excesso se acumula no sangue e na uri- na. Exemplos: fenilcetonúria (PKU), doença da urina do xarope de bordo (ou xarope de ácer) (MSUD), homocistinúria e tirosinemia; 2) Acidemias orgânicas - em que os produtos na via catabólica de certos aminoácidos se acumulam. Exemplos: Acidemia glutárica tipo I, acidemia isovalérica, acidemia metilmalônica e acidemia propiônica. FEnIlcEtonúrIa (PKU) A fenilcetonúria (PKU) é um distúrbio no qual o bloqueio enzimático é causado pela falta da enzima fenilalanina-hidroxilase, que converte a fenilalanina em tirosina, no fígado. Na au- sência da enzima, a fenilalanina acumula-se no sangue e é degradada, por uma via secundária, em fenilpiruvato, fenilactato e fenilacetato, que podem ser tóxicos. Além disso, há produção de fenilcetonas excretadas na urina (daí o nome fenilcetonúria). Fenilalanina é um aminoácido essencial, que constitui 4 a 6% de toda a proteína na dieta. A PKU é o EIM mais comum entre a população caucasiana, com uma incidência que varia de 1 em cada 10.000 a 1 em cada 20.000 nascidos vivos. A maioria (98%) dos casos são causados por mutações no gene hidroxilase-fenilalanina, enquanto os 2% restantes são causados por defeitos na biossíntese ou reciclagem de tetra-hidrobiopterina (BH4), um cofator para a hidroxilase-fenilalanina. Aspectos clínicos: A doença não tratada leva a sintomas graves, tais como atraso intelec- tual, eczema cutâneo, autismo, convulsões, deficiência motora, problemas ao nível do desen- volvimento, comportamento aberrante e defeitos neuropsicológicos. Mulheres grávidas com PKU apresentam risco aumentado de aborto espontâneo ou de gerar uma criança com retardo do crescimento, microcefalia, atraso significativo do desenvolvimento e defeitos congênitos. Diagnóstico e Tratamento: O diagnóstico precoce se dá por meio da triagem neonatal (teste do pezinho), o que possibilita o início do tratamento, com prevenção de retardo mental. O ideal é que o tratamento comece antes de 2 semanas de idade. O diagnóstico de PKU é confirmado bioquimicamente pela demonstração do aumento da fenilalanina no plasma e aumento na pro- porção fenilalanina:tirosina. Já na urina, são encontradas altas concentrações de fenilcetonas. A espectrometria de massa em tandem é o método mais eficaz para o diagnóstico, já que permite determinar concentrações de aminoácidos com elevado grau de confiança, em pe- quenos volumes de sangue ou plasma. O tratamento deve ser iniciado o mais cedo possível, antes que ocorram danos cerebrais ir- reversíveis. Sendo a fenilalanina um aminoácido essencial, não se deve excluir totalmente da ali- mentação, mas reduzir sua ingestão ao mínimo indispensável, a fim de evitar a grave deficiência mental associada à fenilcetonúria. Em geral, é feita suplementação com fórmula de muito baixa concentração de fenilalanina, contendo aminoácidos essenciais e não essenciais, excluindo a necessidade da ingestão de alimentos altamente proteicos, tais como, laticínios, carne e peixe. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra Os alimentos proibidos na fenilcetonúria são os que têm alto teor de fenilalanina. Entre eles, estão carnes e derivados, feijão, ervilha, soja, grão-de-bico, lentilha, amendoim, leite e derivados, achocolatados, ovos, nozes, gelatinas, bolos, farinha de trigo, alimentos industrializados com al- tos teores de fenilalanina, pães em geral, biscoitos e qualquer alimento que contenha aspartame. Essa dieta deve ser mantida, no mínimo, durante o período de crescimento ou até a adolescência. Todas as crianças com hiperfenilalaninemia devem ser examinadas quanto a defeitos da sín- tese de BH4. Isso é realizado através da mensuração do perfil de pterina urinária e da atividade da enzima diidropteridina redutase (DHPR) no sangue em papel de filtro. A deficiência de BH4 afeta a síntese de neurotransmissores, incluindo dopamina e serotonina, pois é um cofator de fenilalanina hidroxilase, tirosina hidroxilase, triptofano hidroxilase e óxido nítrico sintase. Pacientes com defeito no metabolismo de BH4 apresentam deficiência mental, apesar da restrição dietética de fenilalani- na. Eles podem desenvolver convulsões e têm uma hipotonia característica do tronco, com hiper- tonia das extremidades. Esses pacientes necessitam de terapia com BH4 e neurotransmissores. tIrosInEMIa A tirosinemia é uma doença genética caracterizada por aumento das concentrações de ti- rosina no sangue. A tirosina é um aminoácido semi-essencial obtido a partir da hidrólise das proteínas da dieta ou das proteínas contidas nos tecidos ou ainda da hidroxilação da fenilalanina. Existem três tipos de tirosinemia (I, II e III), cada uma provocada pela deficiência de uma enzima diferente. Tirosinemia tipo I (Tyr-I) é a forma mais grave, causada por deficiência de fumarilace- toacetato hidrolase. A tirosinemia tipo II é causada por deficiência de tirosina aminotransferase, enquanto tirosinemia tipo III é causada por deficiência de 4-hidroxifenilpiruvato dioxigenase. Aspectos clínicos: Pacientes com TYR-I apresentam, antes dos 6 meses de idade, comprome- timento do fígado ou retardo crônico do crescimento, leve disfunção hepatocelular, envolvimento renal e raquitismo devido à síndrome de Fanconi. Os pacientes apresentam irritabilidade causada por neuropatia periférica mimetizando porfiria aguda intermitente. Pacientes não tratados desen- volvem cirrose hepática e estão em risco de desenvolverem câncer de fígado. Pacientes com TYR-I possuem aumento das concentrações de tirosina no plasma, mas esse aumento não é geralmente tão marcado como em pacientes com outras formas de tirosinemia. O aumento da tirosina tam- bém pode ser visto em tirosinemia tipos II e III, tirosinemia transitória do recém-nascido, prematu- ridade, doenças hepáticas, síndrome de depleção do DNA mitocondrial e dieta rica em proteínas. Diagnóstico e Tratamento: O diagnóstico laboratorial de Tyr-I é baseado na detecção deácido succinilacetona na urina, derivado do ácido fumarilacetoacético, intermediário a montante do de- feito enzimático. TYR-1 é identificado por triagem neonatal única quando succinilacetona é usada como marcador primário, pois a tirosina não é elevada no período neonatal nesses pacientes. O tratamento consiste em baixo teor de tirosina na dieta, baixo teor de fenilalanina e terapia com 2-(2-nitro-4-trifluoro-metilbenzoil)-1,3-ciclo-hexanodiona (NTBC), um inibidor de 4-dio- xigenase hidroxifenilpiruvato. O NTBC impede a síntese de succinilacetona, que desaparece O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra quase imediatamente a partir de testes ácido-orgânicos na urina após o início do tratamento. A dieta é monitorizada através da medição dos aminoácidos no plasma e ácidos orgânicos na urina, mostrando desaparecimento da succinilacetona. Medição da alfa-fetoproteína também é utilizada para monitorizar esses doentes, porque o câncer de fígado é uma complicação des- sa condição. O transplante de fígado é indicado em pacientes que evoluem para insuficiência hepática e que podem adquirir câncer de fígado. alcaPtonúrIa A alcaptonúria (ou ocronose) é um EIM da fenilalanina e tirosina, transmitido de forma au- tossômica recessiva. É causada pela deficiência da enzima ácido homogentísico dioxigenase (HGA), que converte esse ácido em ácido maleilacetoacético. Tal deficiência é determinada por um gene localizado no cromossomo 3q21-q23. Aspectos clínicos: A deficiência dessa enzima leva a presença de HGA e seu óxido (chamado alkaptona) na urina, pigmentação preto-azulada no tecido conjuntivo (daí o termo ocronose), artrite, escurecimento da urina em contato com o ar (a fralda molhada de urina fica marrom). O acúmulo de HGA nos tecidos provoca danos na cartilagem nas articulações, especificamente na coluna vertebral, levando a dor lombar em idade jovem. O pigmento pode se acumular em válvu- las cardíacas. Também ocorrem depósitos escuros nas escleras oculares e no palato. Diagnóstico e Tratamento: O diagnóstico se dá principalmente por meio da análise do his- tórico e exame clínico do paciente, pelo qual observa-se a coloração escura característica da doença que surge em várias partes do corpo. O diagnóstico laboratorial é realizado por meio da pesquisa de ácido homogentísico na urina. Não há tratamentos que reduzam as complicações da alcaptonúria disponíveis. O trata- mento com NTBC evita a formação de ácido homogentísico, sendo explorado como potencial terapia. A diminuição da ingestão de fenilalanina e tirosina retarda a progressão da doença. HoMocIstInúrIa A homocistinúria (HCU) é uma doença autossômica recessiva caracterizada pelo aumento das concentrações de aminoácido contendo enxofre, a homocisteína. A incidência mundial é de 1 a cada 300.000 nascimentos, aproximadamente. A forma mais comum é homocistinúria clássica (tipo I), causada pela atividade reduzida da cistationina β-sintase e do cofator pi- ridoxina (vitamina B6), acarretando acumulação de concentrações tóxicas de homocisteína, que é excretada na urina, e homocisteína total (homocisteína e seus derivados dissulfito) e de L-metionina no sangue. A elevação das concentrações de homocisteína é normalmente acompanhada pelo aumento das concentrações de metionina. Aspectos clínicos: as manifestações clínicas são inespecíficas e podem incluir insufici- ência do crescimento e atraso no desenvolvimento. Os vários sintomas associados à doença O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra atingem principalmente os olhos, o esqueleto, o sistema vascular e o sistema nervoso central. Os pacientes geralmente desenvolvem miopia grave, ectopia do cristalino e uma aparência corporal como vista na síndrome de Marfan. (Homocisteína interfere na formação de dissulfe- to na fibrilina, a proteína defeituosa na síndrome de Marfan). Os pacientes cuja concentração de homocisteína no sangue continua a aumentar apresentam aumento do risco de trombose, uma complicação da doença com risco de morte. Diagnóstico e Tratamento: O diagnóstico laboratorial ocorre por meio da pesquisa dos aminoácidos do plasma, em que são encontradas concentrações plasmáticas aumentadas de metionina (especialmente em crianças) e presença do homocistina dissulfureto. A homocis- tinúria clássica é detectada na triagem neonatal pelo aumento das concentrações de metioni- na em amostras de sangue no papel de filtro. Vários métodos de detecção já foram utilizados, sendo a espectrofotometria de massa tandem o melhor deles. O tratamento para a homocistinúria clássica requer altas doses de piridoxina (cofactor da cista- tionina βsintase), dieta com baixo teor de metionina e administração de betaína. A betaína funcio- na como um doador do grupo metil na reação de metilação para a homocisteína gerar metionina. doEnça da UrIna XaroPE dE bordo (oU lEUcInosE) Doença da urina em xarope de bordo, ou xarope de ácer (“Maple syrup urine disease” - MSUD) é uma doença autossômica recessiva com uma incidência de 1:250.000 nascidos vivos. Ela é causada por uma deficiência do complexo enzimático de cadeia ramificada desidrogenase ácida alfa-ceto (BCKDC), levando ao acúmulo de aminoácidos de cadeia ramificada, leucina, isoleucina, valina e seus cetoácidos tóxicos em urina e sangue. A doença possui esse nome pelo fato de a urina apresentar cheiro doce, com odor semelhante ao xarope de bordo. Podem ocorrer várias formas desta doença, de acordo com o gene afetado e a gravidade das mutações. Aspectos clínicos: Com a acumulação dos metabolitos a níveis tóxicos, surgem várias complicações subsequentes. Indivíduos com MSUD clássico apresentam sintomas logo nos primeiros dias de vida, tais como: anorexia, vômitos, letargia, convulsões, tom de pele anor- mal e cetoacidose. Pacientes não tratados podem sofrem danos cerebrais irreversíveis. Diagnóstico e Tratamento: O diagnóstico baseia-se mensuração de aminoácidos plasmá- ticos com aumento de ácidos aminados de cadeia ramificada e aloisoleucina, característica da doença. O uso de espectrometria de massa no programa de triagem neonatal é útil para identificar casos da forma clássica da doença, possibilitando assim o tratamento precoce. O tratamento inclui dieta com baixo teor de aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA) e suplementação com doses elevadas de tiamina e, em muitos pacientes, baixas doses de vali- na e isoleucina. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra acIdEMIa GlUtárIca tIPo I Acidemia glutárica tipo I (GAI), também chamada acidúria glutárica tipo I, é uma doença autos- sômica recessiva do metabolismo da lisina, da hidroxilisina e do triptofano, causada por deficiência da enzima glutaril-CoA desidrogenase (GCDH). Os ácidos orgânicos formados na via catabólica dos aminoácidos, ácido glutárico (GA) e ácido 3-hidroxiglutárico (3-OH-GA), acumulam-se na urina.Aspectos clínicos: Geralmente os sintomas aparecem a partir do primeiro ano de idade. Pacientes afetados apresentam atrofia do cérebro e macrocefalia (circunferência da cabeça aumentada após o nascimento). Podem ainda apresentar encefalopatia episódica, distonia cerebral, distúrbio progressivo dos movimentos, convulsões e paralisia. Na maioria dos casos, é desencadeada por uma infecção, com febre, entre 6 e 18 meses de idade. Diagnóstico e Tratamento: identifica-se a doença pelo aumento da concentração de glu- tarilcarnitina (C5DC) na triagem neonatal. O diagnóstico é confirmado pela análise de ácidos orgânicos na urina, que indica excesso de 3-OH-GA, e perfil de acilcarnitinas na urina apresenta aumento de glutarilcarnitina. O tratamento consiste em carnitina para remover GA, dieta restrita de aminoácidos capa- zes de produzir GA e administração imediata de calorias intravenosas na criança incapaz de comer, por qualquer motivo como infecções, febre e gastrenterite. O diagnóstico e o tratamen- to precoces reduzem o risco de distonia aguda em pacientes com GAI. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra A figura a seguir mostra uma representação esquemática do metabolismo dos aminoáci- dos e de bloqueios que podem ocorrer, com algumas doenças consequentes. Os compostos em letras maiúsculas azuis são os sete metabólitos para os quais converge o metabolismo de todos os aminoácidos. Figura 3: representação esquemática do metabolismo dos aminoácidos. Fonte: Borges-Osório, 2013. dIstúrbIos do MEtabolIsMo da PorFIrIna Porfirinas são compostos nitrogenados que se ligam facilmente a íons metálicos e fazem parte do grupamento heme da hemoglobina, da mioglobina, dos citocromos e outras prote- ínas. As doenças do metabolismo das porfirinas são devidas à deficiência de enzimas na biossíntese do grupamento heme. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 12 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra As porfirias são um grupo de distúrbios metabólicos que resultam tanto da deficiência em uma das enzimas da biossíntese da heme, levando à superprodução de intermediários da via, quanto da desordem rara, um aumento da atividade enzimática que controla a velocidade eritrocitária de síntese da heme. Estes intermediários são excretados em quantidades exces- sivas em urina, fezes ou ambos. As porfirias são doenças hereditárias, exceto o tipo esporádico da porfiria cutânea tardia (PCT). A herança autossômica dominante é a mais comum. As manifestações clínicas dependem da natureza dos precursores de heme que se acumulam. Nas porfirias agudas, precursores de porfirina em excesso (5-ácido aminolevulínico [ALA] e por- fobilinogênio [PBG]) estão associados com ataques agudos neuroviscerais potencialmente fatais, que são tipicamente desencadeadas por fármacos, atividade hormonal cíclica em mulheres jovens e outros fatores exógenos. Já nas porfirias não agudas e nas porfirias agudas em que a pele pode ser afetada, a acumulação de porfirinas resulta em lesões cutâneas e fotossensibilização. O diagnóstico depende de investigação de laboratório para demonstrar qual precursor pa- drão específico de heme acumulado para cada tipo de porfiria. Isto requer análise de amostras apropriadas para metabólitos chave usando métodos adequadamente sensíveis e específicos. Os avanços técnicos no campo da genética molecular têm tornado possível investigar todas as porfirias em nível molecular. Embora não sejam essenciais para o diagnóstico de casos sinto- máticos, estas técnicas são importantes para a investigação de famílias com porfiria. PorFIrIas aGUdas As porfirias agudas são resultantes da deficiência das enzimas deltaaminolevulinato desi- dratase (ALAD), porfobilinogênio desaminase, coproporfirinogênio oxidase ou protoporfirino- gênio oxidase, que causam, respectivamente, porfiria por deficiência da ALAD (ALADP), porfi- ria aguda intermitente (AIP), coproporfiria hereditária (HCP) e porfiria variegada (PV). Todas as porfirias agudas caracterizam-se por um aumento na concentração de ALA no plasma e no líquor, acompanhado de um aumento na excreção urinária deste composto. A expressividade das porfirias agudas é variável, de maneira que cerca de 80% dos in- divíduos afetados são assintomáticos ao longo da vida. A manifestação clínica geralmente está ligada a fatores ambientais ou adquiridos que provocam os ataques agudos por aumen- tar a demanda de heme, estimulando a síntese da enzima ALA-S. O principal fator que pode desencadear os ataques é o uso de medicamentos que sofrem metabolização pelo sistema citocromo P450 (dependente de heme), induzindo a síntese deste complexo enzimático com consequente consumo de heme. Os fármacos conhecidos por provocar ataques incluem bar- bitúricos, sulfonamidas, progestogênios e muitos anticonvulsivantes. Ataques agudos de porfirias geralmente iniciam com dor abdominal, não acompanhada de peritonismo, que agrava rapidamente. Também pode ocorrer dor na parte posterior das coxas, po- dendo ser até mais intensa nessa região. Os sinais de neuropatia autonômica, tais como vômitos, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/porfirias/porfiria-cut%C3%A2nea-tardia 13 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra constipação, taquicardia e hipertensão, são comuns. Em casos graves, desenvolve-se uma neuro- patia motora predominante que pode progredir para quadriparesia flácida (fraqueza de ambos os braços e ambas as pernas). Pode ainda ser acompanhada por confusões mentais com mudanças bruscas de humor, alucinações e outras características psicóticas. A dor abdominal geralmente se resolve dentro de 2 semanas, porém a recuperação da neuropatia pode levar meses e nem sempre é completa. Os ataques agudos são mais comuns em mulheres entre 15 e 40 anos, podendo ser pré-menstruais. Complicações em longo prazo incluem insuficiência renal crônica, hipertensão e carcinoma hepatocelular. As lesões cutâneas semelhantes às de porfiria cutânea tardia (PCT) e outras porfirias bo- lhosas estão presentes em cerca de 80% dos pacientes com PV clinicamente manifesto. Quanto ao tratamento das crises agudas é importante hospitalizar o paciente para con- trole dos sintomas agudos e retirar todos os medicamentos considerados não seguros. Além disso é importante corrigir a desidratação e o desequilíbrio eletrolítico. PorFIrIas não aGUdas As porfirias não agudas se dividem em duas categorias: Porfirias não agudas com lesões de pele bolhosas e porfiria não aguda com fotossensibilidade aguda. Quanto às porfirias não agudas com lesões de pele bolhosas, estas são caracterizadas por le- sões na pele exposta ao sol, particularmente no dorso das mãos, antebraço e rosto, além do aumen- to da fragilidade mecânica da pele, com trauma trivial levando a erosões e bolhas subepidermais. Incluem-se neste grupo a porfiria cutânea tardia (PCT) e a porfiriaeritropoiética congênita (CEP). PCT é a mais comum de todas as porfirias. É causada por uma diminuição na atividade de uroporfirinogênio decarboxilase (UROD) no fígado, o que conduz ao excesso de produção de uroporfirinogênio e outros porfirinogênios substituídos por carboximetila. Os dois principais tipos de PCT são a PCT esporádica (tipo I), em que o defeito é restrito à enzima e nenhuma pre- disposição genética está presente; e a PCT familiar (tipo II), em que a deficiência de descarbo- xilase é herdada de forma autossômica dominante. Em ambos os tipos, a PCT está fortemente associada com abuso de álcool, estrogênios, a infecção com vírus hepatotrópico, particularmen- te hepatite C (HCV) e vírus da imunodeficiência humana (HIV), aumento do estoque de ferro he- pático e mutações no gene hemocromatose (HFE). Para tratamento da PCT deve-se inicialmente identificar e suspender o fator desencadeante. As terapias específicas são a flebotomia (para depleção do excesso de ferro hepático) e a administração de baixas doses de cloroquina. Considerada um tipo mais grave da PCT familiar, há uma porfiria rara, a Porfiria hepatoe- ritropoiética (HEP). É uma doença que, assim como a PCT, afeta a enzima uroporfirinogênio descarboxilase (UROD) e tem como principal característica clínica a fotossensibilidade. Apre- senta achados bioquímicos semelhantes à PCT, porém com início mais precoce. Já a CEP (também chamada doença de Günther) é uma condição rara que ocorre geral- mente na primeira infância e é transmitida de forma autossômica recessiva. Geralmente o O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://pt.wikipedia.org/wiki/Uroporfirinog%C3%AAnio_III_decarboxilase https://pt.wikipedia.org/wiki/Uroporfirinog%C3%AAnio_III_decarboxilase 14 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra primeiro sinal observado é a pigmentação rósea a castanho escura da urina na fralda do bebê. É causada por defeitos na síntese do heme (por diminuição da atividade da uroporfirinogê- nio lll cosintetase [UROS]), o que acarreta acúmulo de porfirinas ou de seus precursores. As principais manifestações clínicas são anemia hemolítica, fotossensibilidade cutânea, dentes vermelho-acastanhados que apresentam fluorescência vermelha em luz ultravioleta A (UVA). As lesões de pele se assemelham às de PCT, PV e HCP, mas são mais graves e persistentes ao longo da vida. A doença evolui com espessamento da pele que leva a fotomutilação do nariz, orelhas e da ponta dos dedos. A eritrodontia (depósito de porfirinas nos dentes) é considerada patognomônico (sinal específico da doença) de CEP. O tratamento é apenas preventivo e sin- tomático: usar filtro solar, monitorizar anemia e tratar as infecções cutâneas. dIaGnóstIco das PorFIrIas O diagnóstico requer investigação laboratorial para demonstrar qual precursor padrão específico de heme acumulado para cada tipo de porfiria. Isto requer análise de amostras apropriadas para metabólitos chave usando métodos adequadamente sensíveis e específicos. Atualmente, com os avanços no campo da genética molecular, é possível investigar todas as porfirias em nível molecular. Embora não sejam essenciais para o diagnóstico de casos sin- tomáticos, estas técnicas são importantes para a investigação de famílias com porfiria. Para triagem de membros da família dos afetados o rastreio pode ser realizado por medição de metabólito, ensaio de enzima, análise de DNA ou combinação destes métodos. No caso de pacientes que apresentam sintomas comuns de porfiria é possível detectar a pro- dução excessiva de porfirinas e/ou seus precursores. É útil a dosagem de porfirinas na urina de 24 horas, porém a coleta feita em 24h pode atrasar o diagnóstico. Em pacientes com sintomas agudos neuroviscerais deve ser detectado o excesso urinário de PBG. Durante um ataque, a ex- creção de PBG é normalmente elevada em excesso de 10 vezes superior ao limite de referência. É fundamental que todas as amostras para ensaio de porfirina sejam protegidas da luz. Porfirinas urinárias e PBG são mais bem analisadas frescas, em amostras colhidas pela ma- nhã (10 a 20 mL), sem conservantes. Diluir urina não é adequado para análise. Amostras para a estimativa ALA devem ser imediatamente refrigeradas. Para medição de porfirina nas fezes, cerca de 5 a 10 g de peso úmido de fezes são adequados. A maioria dos métodos para dosagem dos PBG baseia-se na reação de reagente Ehrli- ch (4-dimetilaminobenzaldeído em solução acida) com o carbono α-meteno do anel pirrole formando um produto descrito como “rosa-vermelha” ou “magenta”. Métodos de HPLC e es- pectrometria de massa (MS) que são suficientemente sensíveis para medir PBG no plasma também podem ser utilizados. ALA é medido diretamente, mas é mais usualmente convertido em um Ehrlich-pirrole por reação com um reagente de condensação, tal como acetilacetona, após a separação a partir de PBG em duas fases por cromatografia de troca aniônica. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra anorMalIdadEs no MEtabolIsMo dE PorFIrIna não caUsadas Por PorFIrIas É possível a ocorrência de anormalidades do metabolismo da porfirina (ou excreção, ou ambos) na ausência de porfiria. Outras doenças precisam ser investigadas em casos suspei- tos de porfiria. Nesse contexto, destacam-se: (1) exposição a várias toxinas - a exposição ao chumbo aumenta excreção urinária de ALA e coproporfirina-III; (2) tirosinemia hereditária Tipo I – a succinilacetona, que se acumula na doença, tem se- melhança estrutural com ALA e é, portanto, um inibidor competitivo da ALAD; (3) doenças renais – a função glomerular prejudicada reduz a depuração de porfirinas so- lúveis em água normalmente excretadas na urina; (4) doenças hepatobiliares - Em doenças como icterícia obstrutiva, icterícia colestática, hepatite e cirrose, a excreção urinária predominantemente de coproporfirina-I é aumentada; (5) desordens hematológicas – pode ocorrer aumento da protoporfirina de células verme- lhas nas anemias sideroblásticas, megaloblásticas e hemolíticas; (6) fatores dietético, bacteriano e hemorragia gastrintestinal – a hemorragia gastrintesti- nal aumenta consideravelmente a concentração de porfirinas dicarboxílicas nas fezes; (7) pseudoporfiria - muitos fármacos são potentes fotossensibilizadores e podem produzir lesões tipo porfiria. dIstúrbIos do MEtabolIsMo dos MUcoPolIssacarídEos Mucopolissacarídeos, também chamados glicosaminoglicanos (GAGs), são longas ca- deias de moléculas de açúcar que participam da construção dos ossos, cartilagem, pele, ten- dões e outros tecidos. As mucopolissacaridoses (MPS) ocorrem devido à redução de enzimas envolvidas no me- tabolismo dos mucopolissacarídeos. Indivíduos com mucopolissacaridose apresentam acú- mulo de certos GAGs que vão levar ao quadro clínico da doença. Os produtos de cisão são armazenados nos lisossomos e aparecem em grande quantidade na urina. As principais manifestações clínicas são alterações esqueléticas, vasculares e/ou neurológicas, bem como características faciais grosseiras, semelhantes às das gárgulas (entidades mitológicas), daí se originando a denominação de gargoilismo pela qual essas doenças são também conhecidas. O diagnóstico laboratorial das MPS é feito por meio da dosagem urinária de GAG, dosa- gem da atividade enzimáticaespecífica e, em alguns casos, teste molecular para detecção da mutação patogênica no gene que codifica a enzima alterada. Além disso, é realizado o estudo molecular de portadores assintomáticos da mutação para fins de aconselhamento genético. A dosagem de GAG baseia-se na afinidade de ligação dos GAGs com corantes azuis. O método mais utilizado é a colorimétrica do Azul de 1,9-Dimetilmetileno (DMB). Para dosagem O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 16 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra de GAGs urinários é possível utilizar urina colhida em qualquer horário, sem preparo inicial. Separação por eletroforese é o método mais indicado para identificar quais tipos de GAGs estão aumentados na urina. O diagnóstico definitivo se dá por meio da medida da atividade específica da enzima em amostra de plasma, leucócitos ou fibroblastos. Existem 6 tipos de MPS, estas recebem o nome do cientista descobridor e são numeradas de I a VII (não existe MPS tipo V). Os 2 primeiros tipos reconhecidos receberam as denomi- nações de síndromes de Hunter (recessiva ligada ao X) e de Hurler (autossômica recessiva). Uma opção de tratamento para mucopolissacaridoses é Terapia de Reposição Enzimática, que pode evitar ou deter o progresso da doença, corrigindo a deficiência enzimática e evitando o acúmulo de GAG. Outras abordagens terapêuticas incluem a terapia de redução de substrato e o transplante de medula óssea. síndroME dE HUrlEr – MPs I A síndrome de Hurler (mucopolissacaridose do tipo I) é a MPS mais grave, em geral fatal na infância e causa opacidade de córnea, o que a diferencia da síndrome de Hunter (MPS II). A enzi- ma deficiente é a α-L-iduronidase (IDUA), que quebra as cadeias laterais dos mucopolissacaríde- os ácidos, cujo acúmulo em vários tecidos causa início precoce da doença e morte antes dos 10 anos. Os GAGs acumulados são o sulfato de dermatan e o sulfato de heparan. Como consequ- ência, as principais manifestações clínicas são: macroencefalia, microglossia (língua ampliada), perda visual, baixa estatura, hepatomegalia, esplenomegalia, retardo mental, entre outros. Formas alélicas menos graves foram classificadas separadamente como síndrome de Scheie (MPS IS) e síndrome de Hurler/Scheie (MPS I H/S). � Figura 4: fotografias de crianças com síndrome de Hurler. Fonte: Borges-Osório, 2013. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra síndroME dE HUntEr – MPs II Na síndrome de Hunter (MPS II), a enzima deficiente é a iduronato-2-sulfatase (IDS), e na sua forma grave causa comprometimento neurológico. O quadro clínico assemelha-se ao da síndrome de Hurler, porém é menos grave. Não há opacidade de córnea e os pacientes podem alcançar a vida adulta. Figura 5: fotografia de indivíduo com síndrome de Hunter. Fonte: Borges-Osório, 2013. síndroME dE sanFIlIPPo – MPs III (InclUI 4 sUbtIPos – a, b, c, d) Incidência: 1:24.000 a 1:280.000. A síndrome do tipo A é a mais frequente e a do tipo D a mais rara. Enzimas: Heparan N-sulfatase, α-N-acetilglicosaminidase, acetil-coA:α-glicosamíneo acetiltransferase, N-acetilglicosamina 6-sulfatase. Fenótipos clínicos: A principal característica clínica da MPS III é o comprometimento neu- rológico grave com doença somática leve. Embora o tipo A seja relatado como a forma mais grave, não é possível distinguir clinicamente os 4 tipos entre si. síndroME dE MórqUIo – MPs IV (a oU b) Incidência: 1:25.000 a 1:165.417. O tipo A é a forma mais frequente. Enzimas: Galactose 6-sulfatase (GALNS) e Beta-galactosidase (GLB). Fenótipos clínicos: Variável, tendo como principal característica o envolvimento esqueléti- co. Com base nos aspectos clínicos não é possível diferenciar os tipos A e B, embora a baixa estatura e a progressão da displasia esquelética sejam menos evidentes na MPS IV B. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra síndroME dE MarotEaUX-laMy – MPs VI Incidência: 1:88.222 a 1:1.298.469. Enzima: Arilsulfatase B (ARSB). Fenótipos clínicos: Caracterizada por inteligência normal e envolvimento somático gra- ve, tendo a compressão da medula cervical como uma das principais complicações associa- das à doença. síndroME dE sly – MPs VII Incidência: 1:1.298.469 a 1:1.985.000. Enzima: Beta-glicuronidase. Fenótipos clínicos: Variável, sendo semelhante à Síndrome de Hurler em alguns casos. Na forma juvenil a inteligência é normal e não ocorre opacificação significativa da córnea. A seguir um pequeno resumo dos Distúrbios do Metabolismo dos Mucopolissacarídeos para memorização: � Figura 6: quadro descrevendo as MPS de forma resumida. Fonte: Dieter et al., 2002. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra dIstúrbIos do MEtabolIsMo das PUrInas As purinas, juntamente com as pirimidinas, são componentes essenciais do sistema ener- gético celular e participam da produção do RNA e DNA. São bases nitrogenadas contendo dois anéis de carbono-nitrogênio. O principal metabólito de sua degradação é o ácido úrico. A adenina e a guanina são purinas. Os distúrbios do metabolismo das purinas constituem um grupo de doenças hereditárias que podem envolver os sistemas nervoso, renal, hematológico e/ou imunológico. Tais doen- ças podem se manifestar em qualquer fase da vida com os seguintes sinais e sintomas: litíase úrica, imunodeficiência, atraso mental, epilepsia, síndrome piramidal, alterações do compor- tamento, dismorfismo, anemia, entre outros. Quanto ao diagnóstico dessas patologias, este pode ser realizado por meio de: análise dos perfis de excreção urinária de metabolitos (por HPLC fase reversa com determinação UV de múltiplo comprimento de onda); doseamento dos nucleótidos e estudo enzimático em eritró- citos, biópsia hepática, intestinal ou em cultura de fibroblastos; ou ainda estudo molecular. Dentre os principais distúrbios do metabolismo das purinas destacam-se: Deficiência de ade- nosina desaminase, Deficiência de purina nucleosídeo fosforilase e Síndrome de Lesch-Nyhan. dEFIcIêncIa dE adEnosIna dEsaMInasE A deficiência de adenosina desaminase (ADA) é um distúrbio do metabolismo da purina que afe- ta principalmente o desenvolvimento, a viabilidade e a função dos linfócitos. A ADA é fundamental no processo metabólico de várias células do corpo, em especial das células T. A ausência desta en- zima acarreta acumulação de subprodutos metabólicos tóxicos nos linfócitos, o que causa a morte dessas células. É herdada de maneira autossômica recessiva. O espectro fenotípico clínico inclui: • Doença de imunodeficiência combinada grave (SCID) –Caracterizada pela ausência combinada das funções dos linfócitos T e dos linfócitos B. Geralmente diagnosticada entre os 6 e 12 meses de idade; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra • Deficiência imunológica combinada (CID) - geralmente diagnosticada entre 1 e 10 anos de idade, sendo menos grave • CID de início tardio / adulto - diagnosticado entre a segunda e a quarta décadas de vida; • Deficiência parcial de ADA benigna - atividade de ADA muito baixa ou ausente em eritró- citos, porém com maior atividade de ADA em células nucleadas, que é compatível com a função imunológica normal. Bebês com SCID por deficiência de ADA geralmente apresentam retardo no crescimento e infecções oportunistas associadas com depleção acentuada de linfócitos T, B e NK e ausência de função imune humoral e celular. Se a função imunológica não for restaurada, as crianças ra- ramente sobrevivem além dos dois anos de idade. As infecções são tratadas com antibióticos, antifúngicos e antivirais específicos e administração de imunoglobulina intravenosa (IVIg). É fun- damental o reestabelecimento da função normal do sistema imunológico. Nesse contexto o tra- tamento ideal é o transplante de medula óssea a partir de um doador aparentado HLA-idêntico. Após a suspeita da doença, o diagnóstico pode ser iniciado por meio da contagem de lin- fócitos do sangue periférico da criança ou do sangue do cordão umbilical. Há ainda a possibi- lidade de diagnóstico pré-natal, para os casos de histórico familiar em que o defeito molecular tenha sido identificado. Nesses casos pode ser feito um exame molecular das células de vilo- sidades coriônicas (CVS) ou por meio de amniocentese (retirada de uma pequena quantidade de líquido da cavidade uterina). Além disso a deficiência de ADA pode ser verificada por meio de análises enzimáticas na CVS ou em células amnióticas. dEFIcIêncIa dE PUrIna nUclEosídEo FosForIlasE A Purina Nucleosídeo Fosforilase (PNP) é considerada uma enzima chave na via de sal- vamento de purinas de células de mamíferos. Especificamente, células T são dependentes da atividade da PNP para manter suas funções, sendo sensíveis a alterações dessa enzima. A deficiência de PNP é uma doença autossômica recessiva caracterizada por imunode- ficiências com grave disfunção das células T e sintomas neurológicos frequentes. A função das células T pode ser profundamente deficiente, podendo ser normal ao nascimento e, em seguida, diminuir com o tempo, ou pode variar repetidamente entre baixo e normal. Já a função das células B pode ser normal, mas é deficiente em aproximadamente um terço dos pacientes. As principais manifestações são: linfopenia, deficiência tímica, infecções recorrentes e hipouricemia. Podem ainda apresentar retardo de desenvolvimento, ataxia ou espasticidade (aumento involuntário da contração muscular). Autoimunidade e proliferação celular descon- trolada também são comuns. Um fator marcante para o diagnóstico da doença é o acúmulo dos metabólitos do subs- trato no plasma e / ou urina. Os aumentos nesses metabólitos também podem ser detectados em amostras de sangue seco em papel de filtro analisado por espectrometria de massa em O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra tandem, usado para triagem neonatal. Além disso, a maioria dos pacientes apresenta níveis baixos de ácido úrico sérico e urinário, como resultado do prejuízo no catabolismo da purina. No entanto, o diagnóstico de deficiência de PNP é estabelecido por atividade PNP reduzida (<5%) ou ausente em lisados de eritrócitos. A análise de DNA com detecção do gene defeitu- oso ajuda a confirmar o diagnóstico e permite o aconselhamento genético. Atualmente, o único tratamento capaz de curar a deficiência de PNP é o transplante de medula óssea alogênico (usando as células de um doador). síndroME dE lEscH-nyHan A síndrome de Lesch-Nyhan é uma doença de herança recessiva ligada ao X, que se caracteriza por uma superprodução de purinas e excreção excessiva de ácido úrico. Foi em 1964 que Lasch e Nyhan relacionaram pela primeira vez essa doença com um defeito no metabolismo das purinas: a deficiência da enzima hipoxantina-guanina fosforribosiltransferase (HPRT). Tal deficiência resul- ta em níveis elevados de 5’-fosforribosil-1-pirofosfato (substância que em quantidades normais controla a síntese de purinas), acarretando altos níveis de ácido úrico no sangue e na urina. Geralmente as crianças com a síndrome nascem com aparência normal, porém, a partir dos 3 meses de vida começam a apresentar atraso no desenvolvimento, vômitos e hipotonia. Outros sinais neurológicos, como a coreoatetose e a espasticidade, se tornem evidentes dos 6 meses em diante. Dos 2 aos 4 anos de idade apresentam comportamento compulsivo auto- destrutivo, quando começam a morder a mucosa oral, lábios e dedos, sem qualquer perda da sensibilidade. Tal compulsão muitas vezes requer a extração dos dentes e a imobilização dos braços dos pacientes. Podem ainda mostrar comportamento agressivo em relação às outras pessoas. Estudos indicam que a deficiência de HPRT pode afetar os neurônios dopaminérgi- cos, influenciando os mecanismos do desenvolvimento comportamental. Em decorrência da hiperuricemia, frequentemente ocorre formação de cálculos de ácido úrico nos rins e artrite gotosa. Além disso, são achados comuns a hematúria e a nefropatia obstrutiva. A hiperuricemia não tratada é frequentemente a causa da morte dos pacientes durante a infância. O diagnóstico é baseado no estudo da atividade da enzima HPRT, preferencialmente me- dida em células vivas, como cultura de fibroblastos, e por testes moleculares que demonstrem a mutação do gene. É de grande valia a identificação precoce de mulheres heterozigotas, para a realização de aconselhamento genético e diagnóstico pré-natal nas gestações de risco. O diagnóstico pré-natal pode ser realizado por teste enzimático ou de genética molecular. O tratamento é feito com medicamentos como o alopurinol, que é capaz de reduzir os níveis de ácido úrico evitando a formação de cálculos de ácido úrico e outras complicações. No entanto, essas drogas não reduzem os efeitos prejudiciais ao SNC. Atualmente, não existe tratamento curativo para a doença. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra A figura a seguir mostra fotos de dois meninos com a síndrome de Lesch-Nyhan, onde é possível notar sua aparência facial defeituosa, devida à automutilação. Figura 7: fotografias de meninos com a síndrome de Lesch-Nyhan. Fonte: Borges-Osório, 2013. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br23 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra EXERCÍCIOS 001. (SELECON/PREF. BOA VISTA-RR/BIOQUÍMICO/2020) Uma das doenças metabólicas congênitas é a fenilcetonúria caracterizada pelos altos níveis plasmáticos de fenilalanina e outros metabólitos que ocasionam diversas complicações fisiológicas nos seres humanos. A ausência ou deficiência da enzima fenilalanina hidroxilase é a responsável pelos acúmulos desses metabólitos, já que há prejuízo na conversão da fenilalanina no aminoácido: a) isoleucina b) glutamina c) tirosina d) arginina 002. (SELECON/PREF. BOA VISTA-RR/BIOQUÍMICO/2020) Em uma criança, é verificada a presença regular em suas fraldas de urina escura que se acentua progressivamente. Há uma hipótese diagnóstica de alcaptonúria ou ocronose, já que o teste na urina com cloreto férrico é positivo. Esta doença hereditária rara é motivada pela deficiência da enzima hepática: a) dioxigenase do homogentisato b) carboxilase do piruvato c) hidroxilase do fenilpiruvato d) descarboxilase do glutamato 003. (IADES/MÉDICO GENÉTICA/2018/ADAPTADA) É comum que doenças do metabolismo sejam hereditárias, já que as capacidades metabólicas de um organismo dependem do respec- tivo arsenal enzimático, o qual é construído a partir do genoma desse organismo. 004. (IADES/MÉDICO GENÉTICA/ADAPTADA/2018) O diagnóstico de Doenças Metabólicas Hereditárias deve ser precoce, porém não pode ser feito no momento do teste do pezinho, pois o genoma do recém-nascido, ainda, não está completamente consolidado. 005. (IBFC/GENÉTICA MÉDICA/2016) Um dos tipos de tratamento para doenças do grupo dos Erros Inatos do Metabolismo (EIM) é a restrição dietética. Para muitos pacientes, a restri- ção dietética é capaz de estabilizar ou até reverter sintomas específicos, melhorando a quali- dade de vida dos pacientes. Dos EIM abaixo, assinale a alternativa que contém um grupo que pode ser beneficiado por esse tipo de tratamento: a) Mucopolissacaridoses b) Aminoacidopatias c) Doenças peroxissomais d) Doenças mitocondriais e) Ensfingolipidoses O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 24 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra 006. (AOCP/GENÉTICA MÉDICA/2015) Entre os seguintes exemplos de mucopolissacarido- ses, assinale a alternativa que mostra a deficiência enzimática correta. a) Síndrome de Maroteaux-Lamy, deficiência de Iduronato sulfatase. b) Síndrome de Hunter, deficiência de β-glicuronidade. c) Síndrome de Hurler, deficiência de α-Liduronidase. d) Síndrome de Morquio, deficiência de β-galactosidase. e) Síndrome de Scheie, deficiência de Aril-sulfatase B. 007. (MS CONCURSOS/BIOMÉDICO/2020) Um tipo de porfiria muito raro é resultado de um defeito genético em homozigose, no qual, demonstra uma falta de atividade da uroporfirinogê- nio descarboxilase (URO-D). Há uma semelhança com outro tipo de porfiria, diferenciado pelo grau de fotossensibilidade grave, que geralmente, começa na primeira infância. De acordo com o texto, qual é o tipo de porfiria mencionada? a) Porfiria intermitente aguda. b) Porfiria cutânea tardia. c) Coproporfiria hereditária. d) Porfiria hepatoeritropoética. 008. (FUNGOTA/ENFERMEIRO/2019) “Pacientes receberão medicação para doença rara fenil- cetonúria: Ministério da Saúde incorpora no SUS o medicamento dicloridato de sapropterina para tratar doença que exerce ação tóxica nos órgãos”. Disponível em: http://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/45056- pacientes-receberao-medicacao-para- -doenca-rara-fenilcetonuria. Compreende o conceito dessa doença: a) Doença congênita, que corresponde à defeito inato do metabolismo causando acúmulo do aminoácido fenilalanina no corpo; b) Doença rara, que gera deficiência de hormônios tireóideos, podendo causar lesão neurológi- ca levando ao retardo mental grave; c) Doença hereditária caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornan- do-os parecidos com uma foice; d) Erro inato do metabolismo, de origem genética e herança autossômica recessiva, que con- siste na deficiência da enzima biotinidase. 009. (UEPB/BIOQUÍMICO/2015) Patologia hematológica constitui um grupo de pelo menos oito doenças genéticas distintas, além de formas adquiridas, decorrentes de deficiências enzi- máticas específicas na via de biossíntese do heme, que levam à superprodução e acumulação de precursores metabólicos, para cada qual, correspondendo a um tipo particular. A nomencla- tura referente à esta patologia dá-se o nome de: a) Anemia de Fanconi O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 25 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra b) Porfirias c) Drepanocitose d) Leucemias e) Talassemia 010. (INÉDITA/2022) Os distúrbios do metabolismo de aminoácidos formam um grupo de pa- tologias causadas por atividade deficiente de uma enzima que conduz a um aumento dos ami- noácidos no sangue e urina. Assinale a alternativa que corresponde a uma dessas doenças. a) Síndrome de Hunter b) Alcaptonúria c) Coproporfiria Hereditária d) Síndrome de Lesch-Nyhan 011. (INÉDITA/2022) A fenilcetonúria (PKU) é o erro inato do metabolismo mais comum na população caucasiana. O diagnóstico precoce é fundamental e pode ser realizado por Espec- trometria de massas em tandem. 012. (INÉDITA/2022) Quanto ao tratamento da fenilcetonúria, é indispensável a restrição total da ingestão de fenilalanina na dieta, a fim de evitar os sintomas graves causados pelo acúmulo do aminoácido. 013. (INÉDITA/2022) A detecção de ácido succinilacetona na urina é útil no diagnóstico labo- ratorial da Tirosinemia tipo I, porém é sempre indetectável nos primeiros 6 meses de vida, o que dificulta o tratamento precoce. 014. (INÉDITA/2022) A homocistinúria clássica é uma aminoacidopatia causada pela ativida- de reduzida da cistationina β-sintase e do cofator piridoxina (vitamina B6), acarretando acu- mulação de concentrações tóxicas de homocisteína, que é excretada na urina, e homocisteína total (homocisteína e seus derivados dissulfito) e de L-metionina no sangue. 015. (INÉDITA/2022) O diagnóstico da homocistinúria clássica pode ser realizado na triagem neonatal, pela qual é detectada a elevação das concentrações de metionina. Para isso os en- saios enzimáticos consistem na única opção de metodologia da atualidade. 016. (INÉDITA/2022) A leucinose é um erro inato do metabolismo causado por deficiência da enzima desidrogenase de cetoácidos de cadeia ramificada. É também chamada doença da uri- na do xarope de bordo pelo fato de a urina dos pacientes apresentar um odor doce, semelhante ao xarope de bordo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra 017. (INÉDITA/2022) O tratamento da doença da urina do xarope de bordo requer uma dieta pobre em carboidratos a fim de diminuir os níveis elevados de glicemia e glicosúria causados pelo defeito enzimático. 018. (INÉDITA/2022) Assinale a alternativa que apresenta um erro inato do metabolismo cujo diagnóstico baseia-se no aumento da concentraçãode glutarilcarnitina (C5DC) verificado na triagem neonatal. a) Alcaptonúria b) PKU c) Síndrome de Scheie d) Acidemia Glutárica tipo I 019. (INÉDITA/2022) As porfirias são doenças genéticas, hereditárias e raras. Porfiria por de- ficiência da ALAD (ALADP), coproporfiria hereditária (HCP) e porfiria variegada (PV) são exem- plos de porfirias não agudas. 020. (INÉDITA/2022) Quanto às anormalidades do metabolismo da porfirina, essas podem ocorrer mesmo na ausência de porfiria. Portanto, em caso de suspeita de porfiria outras doen- ças precisam ser investigadas, como por exemplo a tirosinemia hereditária tipo I. 021. (INÉDITA/2022) Para a dosagem de porfirinas na urina é importante que a amostra seja protegida da luz e faz-se necessária uma diluição 1:4 para melhor aproveitamento da técnica. 022. (INÉDITA/2022) Glicosaminoglicanos (GAGs) são longas cadeias de moléculas de açú- car que participam da construção dos ossos, cartilagem, pele, tendões e outros tecidos. 023. (INÉDITA/2022) O diagnóstico das mucopolissaridoses é feito por meio da dosagem urinária de glicosaminoglicanos. Para realização do exame é imprescindível que a amostra de urina seja colhida pela manhã após jejum de 8-12h. 024. (INÉDITA/2022) A síndrome de Scheie é uma mucopolissacaridose caracterizada pela defici- ência da enzima alfa-Liduronidase. É reconhecida como a forma mais grave da Síndrome de Hurler. 025. (INÉDITA/2022) Síndrome de Mórquio, Síndrome de Sly, Síndrome de Sanfilippo e Sín- drome de Lesch-Nyhan são exemplos de mucopolissacaridoses. 026. (INÉDITA/2022) Os distúrbios do metabolismo das purinas constituem um grupo de doen- ças hereditárias que podem envolver os sistemas nervoso, renal, hematológico e/ou imunológico. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra 027. (INÉDITA/2022) A deficiência de adenosina desaminase (ADA) é um distúrbio do metabolis- mo da purina que afeta principalmente o desenvolvimento, a viabilidade e a função dos granulócitos. 028. (INÉDITA/2022) A deficiência de purina nucleosídeo fosforilase é uma doença autos- sômica recessiva caracterizada por imunodeficiências com grave disfunção das células T e sintomas neurológicos frequentes. 029. (INÉDITA/2022) A cura da deficiência de purina nucleosídeo fosforilase geralmente ocor- re espontaneamente após a primeira infância, ocasião em que o sistema imunológico se en- contra totalmente desenvolvido. 030. (INÉDITA/2022) A síndrome de Lesch-Nyhan é uma doença de herança recessiva ligada ao X, que se caracteriza por uma superprodução de purinas e excreção excessiva de ureia. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 28 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra GABARITO 1. c 2. a 3. C 4. E 5. b 6. c 7. d 8. a 9. b 10. b 11. C 12. E 13. E 14. C 15. E 16. C 17. E 18. d 19. E 20. C 21. E 22. C 23. E 24. E 25. E 26. C 27. E 28. C 29. E 30. E O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra GABARITO COMENTADO 001. (SELECON/PREF. BOA VISTA-RR/BIOQUÍMICO/2020) Uma das doenças metabólicas congênitas é a fenilcetonúria caracterizada pelos altos níveis plasmáticos de fenilalanina e outros metabólitos que ocasionam diversas complicações fisiológicas nos seres humanos. A ausência ou deficiência da enzima fenilalanina hidroxilase é a responsável pelos acúmulos desses metabólitos, já que há prejuízo na conversão da fenilalanina no aminoácido: a) isoleucina b) glutamina c) tirosina d) arginina Fácil, né?! Relembre... A fenilcetonúria (PKU) é um distúrbio no qual o bloqueio enzimático é causado pela falta da en- zima fenilalanina-hidroxilase, que converte a fenilalanina em tirosina, no fígado. Letra c. 002. (SELECON/PREF. BOA VISTA-RR/BIOQUÍMICO/2020) Em uma criança, é verificada a presença regular em suas fraldas de urina escura que se acentua progressivamente. Há uma hipótese diagnóstica de alcaptonúria ou ocronose, já que o teste na urina com cloreto férrico é positivo. Esta doença hereditária rara é motivada pela deficiência da enzima hepática: a) dioxigenase do homogentisato b) carboxilase do piruvato c) hidroxilase do fenilpiruvato d) descarboxilase do glutamato Sim, a banca espera que o candidato tenha decorado o nome das enzimas...infelizmente! A alcaptonúria (ou ocronose) é um EIM da fenilalanina e tirosina, transmitido de forma autossô- mica recessiva. É causada pela deficiência da enzima ácido homogentísico dioxigenase (HGA), que converte esse ácido em ácido maleilacetoacético. Letra a. 003. (IADES/MÉDICO GENÉTICA/ADAPTADA/2018) É comum que doenças do metabolismo sejam hereditárias, já que as capacidades metabólicas de um organismo dependem do respec- tivo arsenal enzimático, o qual é construído a partir do genoma desse organismo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 30 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra Perfeito! Resumidamente, essas doenças ocorrem quando os genes responsáveis por codificar pro- teínas atuantes na cadeia metabólica não funcionam corretamente em um determinado indivíduo. Certo. 004. (IADES/MÉDICO GENÉTICA/ADAPTADA/2018) O diagnóstico de Doenças Metabólicas Hereditárias deve ser precoce, porém não pode ser feito no momento do teste do pezinho, pois o genoma do recém-nascido, ainda, não está completamente consolidado. Como vimos, muitas dessas doenças são diagnosticadas da triagem neonatal (teste do pezi- nho) e algumas podem ainda ser identificadas antes do nascimento. Errado. 005. (IBFC/GENÉTICA MÉDICA/2016) Um dos tipos de tratamento para doenças do grupo dos Erros Inatos do Metabolismo (EIM) é a restrição dietética. Para muitos pacientes, a restri- ção dietética é capaz de estabilizar ou até reverter sintomas específicos, melhorando a quali- dade de vida dos pacientes. Dos EIM abaixo, assinale a alternativa que contém um grupo que pode ser beneficiado por esse tipo de tratamento: a) Mucopolissacaridoses b) Aminoacidopatias c) Doenças peroxissomais d) Doenças mitocondriais e) Ensfingolipidoses Questão bem tranquila. Como exemplo, relembre o tratamento da fenilcetonúria... Em geral, é feita suplementação com fórmula de muito baixa concentração de fenilalanina, con- tendo aminoácidos essenciais e não essenciais, excluindo a necessidade da ingestão de alimen- tos altamente proteicos, tais como, laticínios, carne e peixe. Letra b. 006. (AOCP/GENÉTICA MÉDICA/2015) Entre os seguintes exemplos de mucopolissacarido- ses, assinale a alternativa que mostra a deficiência enzimática correta. a) Síndrome de Maroteaux-Lamy, deficiência de Iduronato sulfatase. b) Síndrome de Hunter, deficiência de β-glicuronidade. c) Síndrome de Hurler, deficiência de α-Liduronidase.d) Síndrome de Morquio, deficiência de β-galactosidase. e) Síndrome de Scheie, deficiência de Aril-sulfatase B. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 31 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra Quanta maldade!! Questões do tipo “decoreba” sempre se repetem...então vamos relembrar com o resuminho da figura: � Letra c. 007. (MSCONCURSOS/BIOMÉDICO/2020) Um tipo de porfiria muito raro é resultado de um defeito genético em homozigose, no qual, demonstra uma falta de atividade da uroporfirinogê- nio descarboxilase (URO-D). Há uma semelhança com outro tipo de porfiria, diferenciado pelo grau de fotossensibilidade grave, que geralmente, começa na primeira infância. De acordo com o texto, qual é o tipo de porfiria mencionada? a) Porfiria intermitente aguda. b) Porfiria cutânea tardia. c) Coproporfiria hereditária. d) Porfiria hepatoeritropoética. Porfiria rara + relacionada à UROD + Início precoce = HEP Considerada uma forma mais grave da PCT familiar, há um tipo raro de porfiria, a Porfiria hepa- toeritropoiética (HEP). É uma doença que, assim como a PCT, afeta a enzima uroporfirinogênio O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://pt.wikipedia.org/wiki/Uroporfirinog%C3%AAnio_III_decarboxilase 32 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra descarboxilase (UROD) e tem como principal característica clínica a fotossensibilidade. Apre- senta achados bioquímicos semelhantes à PCT, porém com início mais precoce. Letra d. 008. (FUNGOTA/ENFERMEIRO/2019) “Pacientes receberão medicação para doença rara fenil- cetonúria: Ministério da Saúde incorpora no SUS o medicamento dicloridato de sapropterina para tratar doença que exerce ação tóxica nos órgãos”. Disponível em: http://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/45056- pacientes-receberao-medicacao-para- -doenca-rara-fenilcetonuria. Compreende o conceito dessa doença: a) Doença congênita, que corresponde à defeito inato do metabolismo causando acúmulo do aminoácido fenilalanina no corpo; b) Doença rara, que gera deficiência de hormônios tireóideos, podendo causar lesão neurológi- ca levando ao retardo mental grave; c) Doença hereditária caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornan- do-os parecidos com uma foice; d) Erro inato do metabolismo, de origem genética e herança autossômica recessiva, que con- siste na deficiência da enzima biotinidase. As alternativas não deixam dúvidas. A letra “a” é a única que descreve a PKU – EIM – Amino- acidopatia. Letra a. 009. (UEPB/BIOQUÍMICO/2015) Patologia hematológica constitui um grupo de pelo menos oito doenças genéticas distintas, além de formas adquiridas, decorrentes de deficiências enzi- máticas específicas na via de biossíntese do heme, que levam à superprodução e acumulação de precursores metabólicos, para cada qual, correspondendo a um tipo particular. A nomencla- tura referente à esta patologia dá-se o nome de: a) Anemia de Fanconi b) Porfirias c) Drepanocitose d) Leucemias e) Talassemia As porfirias são um grupo de distúrbios metabólicos que resultam tanto da deficiência em uma das en- zimas da biossíntese da heme, levando à superprodução de intermediários da via, quanto da desordem rara, um aumento da atividade enzimática que controla a velocidade eritrocitária de síntese da heme. Letra b. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://pt.wikipedia.org/wiki/Uroporfirinog%C3%AAnio_III_decarboxilase 33 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra 010. (INÉDITA/2022) Os distúrbios do metabolismo de aminoácidos formam um grupo de pa- tologias causadas por atividade deficiente de uma enzima que conduz a um aumento dos ami- noácidos no sangue e urina. Assinale a alternativa que corresponde a uma dessas doenças. a) Síndrome de Hunter b) Alcaptonúria c) Coproporfiria Hereditária d) Síndrome de Lesch-Nyhan Síndrome de Hunter – Distúrbio do metabolismo dos mucopolissacarídeos. Alcaptonúria - Distúrbio do metabolismo de aminoácidos. Coproporfiria Hereditária - Distúrbio do metabolismo das porfirinas. Síndrome de Lesch-Nyhan - Distúrbio do metabolismo das purinas. Letra b. 011. (INÉDITA/2022) A fenilcetonúria (PKU) é o erro inato do metabolismo mais comum na população caucasiana. O diagnóstico precoce é fundamental e pode ser realizado por Espec- trometria de massas em tandem. Perfeito! A espectrometria de massas em tandem é a metodologia de escolha para os exames da triagem neonatal. Certo. 012. (INÉDITA/2022) Quanto ao tratamento da fenilcetonúria, é indispensável a restrição total da ingestão de fenilalanina na dieta, a fim de evitar os sintomas graves causados pelo acúmulo do aminoácido. Lembre-se que a fenilalanina é um AMINOÁCIDO ESSENCIAL, portanto não deve ser excluído por completo. Para esses pacientes são utilizadas fórmulas com BAIXO TEOR de fenilalanina. Errado. 013. (INÉDITA/2022) A detecção de ácido succinilacetona na urina é útil no diagnóstico labo- ratorial da Tirosinemia tipo I, porém é sempre indetectável nos primeiros 6 meses de vida, o que dificulta o tratamento precoce. A elevação do ácido succinilacetona pode ser detectada na urina de recém-nascidos com tiro- sinemia tipo 1. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para TATIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO - 43155455896, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 34 de 40www.grancursosonline.com.br Análises Especiais de Urina URINÁLISE Pollyana Lyra 014. (INÉDITA/2022) A homocistinúria clássica é uma aminoacidopatia causada pela ativida- de reduzida da cistationina β-sintase e do cofator piridoxina (vitamina B6), acarretando acu- mulação de concentrações tóxicas de homocisteína, que é excretada na urina, e homocisteína total (homocisteína e seus derivados dissulfito) e de L-metionina no sangue. Definição correta da homocistinúria clássica. Certo. 015. (INÉDITA/2022) O diagnóstico da homocistinúria clássica pode ser realizado na triagem neonatal, pela qual é detectada a elevação das concentrações de metionina. Para isso os en- saios enzimáticos consistem na única opção de metodologia da atualidade. A homocistinúria clássica é detectada na triagem neonatal pelo aumento das concentrações de metionina em amostras de sangue no papel de filtro. Vários métodos de detecção já foram utilizados, sendo a espectrofotometria de massa tandem o melhor deles. Errado. 016. (INÉDITA/2022) A leucinose é um erro inato do metabolismo causado por deficiência da enzima desidrogenase de cetoácidos de cadeia ramificada. É também chamada doença da uri- na do xarope de bordo pelo fato de a urina dos pacientes apresentar um odor doce, semelhante ao xarope de bordo. Doença da Urina Xarope de bordo (ou leucinose) Doença da urina em xarope de bordo, ou xarope de ácer (“Maple syrup urine disease” - MSUD) é uma doença autossômica recessiva com uma incidência de 1:250.000 nascidos
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