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Linguística aplicada ao ensino da língua inglesa Aula 4: The Direct Method And The Silente Way Apresentação Sob uma perspectiva diacrônica, várias foram as propostas, as motivações e as necessidades envolvendo o ensino de línguas estrangeiras. Por isso, diversos métodos e abordagens do ensino de línguas alternaram-se ao longo dos tempos na busca do modo mais e�ciente de se efetivar a aprendizagem de idiomas. Nesta aula, iremos conhecer os métodos Direto (The Direct Method) e Silencioso (The Silent Way). Objetivos Conhecer os métodos Direto (The Direct Method) e Silencioso (The Silent Way) sob uma perspectiva diacrônica; Reconhecer as características principais, os objetivos e as teorias da linguística/psicologia subjacentes aos métodos Direto (The Direct Method) e Silencioso (The Silent Way). The Direct Method And The Silente Way O Método Direto, também denominado Método Cientí�co ou Aborgadem Direta (AD), começou a ser divulgado a partir de 1900, em contraposição ao Método da Tradução e Gramática. No entanto, tal método remonta ao Império Romano, quando tutores gregos acompanhavam os jovens, ensinando-lhes a língua grega, considerada como parte essencial à educação naquele tempo (TOTIS, 1991). Outra evidência da existência do Método Direto data o início do século XVI, quando Michel de Montaigne, ensaísta francês, aprendeu latim por meio dessa abordagem na década de 1530. É de se destacar que, nas duas últimas décadas do século XIX, os trabalhos na área de fonética e fonologia realizados por Henry Sweet, �lólogo, foneticista e gramático inglês, tiveram forte impacto na comunidade de estudiosos e professores de língua estrangeira. Fonte: Google 01 Apareceram, então, ataques contra a memorização de regras gramaticais e o emprego da tradução como métodos didáticos. 02 Em 1890, ocorreu, na Inglaterra, um congresso de professores de línguas modernas no qual foi aprovada uma resolução que estabelecia a fonética como a base do ensino de idiomas. A partir daí, surgiu o Método Direto. Entretanto, a Abordagem Direta mais representou uma atitude em relação ao ensino de línguas estrangeiras do que um método de ensino propriamente dito, pois carecia de bases teóricas (VILAS BOAS et al., [20-]). 03 A o�cialização do Método Direto na Bélgica (1895), França (1902) e Alemanha (1902), tornando-o obrigatório nas escolas públicas, atesta o prestígio de que esse método gozava. 04 No Brasil, a Abordagem Direta foi introduzida em 1932, no Colégio Pedro II, através de uma “reforma radical no método de ensino”, que incluía, por exemplo, turmas de 15 a 20 alunos, seleção rigorosa de professores e escolha do material adequado (LEFFA, 1988). 05 As Escolas de Idiomas Berlitz são o expoente máximo do Método Direto. A primeira delas foi fundada nos Estados Unidos em 1878. Veja as Principais Características do Método Direto Aulas ministradas exclusivamente na língua-alvo. A língua materna nunca deve ser usada na sala de aula, ou seja, a tradução é abolida; O professor não precisa saber falar a língua materna do aluno. O professor deve ser nativo ou �uente na língua- alvo; Ênfase na fala e compreensão oral, embora a escrita possa ser introduzida já nas primeiras aulas; Ênfase na pronúncia correta; Fonte: Google A gramática é ensinada sem explicitação de regras (ou seja, de modo indutivo). O aluno é exposto aos “fatos” da língua para depois chegar à sua sistematização; O vocabulário concreto é ensinado por meio de objetos, gestos, demonstrações e desenhos, enquanto o abstrato, por meio de associação de ideias. O aluno deve aprender a “pensar na língua”; Utilização de diálogos e pequenos trechos de leitura como ponto de partida para exercícios orais; Leitura, em voz alta, de passagens, peças ou diálogos (para aprimorar pronúncia, compreensão e entrar em contato com novas palavras); 1 2 Exercícios de perguntas e respostas completas conduzidos na língua-alvo; Ditados na língua-alvo (três leituras: primeiro, os alunos escutam; depois, escrevem; por �m, conferem a leitura em voz alta do professor com o que escreveram); 3 Exercícios de preencher lacunas para avaliar intuição de regras ou vocabulário; 4 Exercícios de desenhos induzidos por ditado do professor ou dos colegas; 5 Composição escrita de assuntos escolhidos em sala; 6 Prática de conversação/diálogos sobre assuntos da vida diária com o objetivo de contextualizar o aprendizado da LE. A iniciativa da conversação parte tanto do professor quanto dos alunos que também conversam entre si; 7 textos literários devem ser lidos por prazer, sem serem analisados gramaticalmente; 8 autocorreção: os alunos são levados a perceber os próprios erros, em vez de serem corrigidos diretamente pelo professor. Quando há uma resposta errada ou equivocada, o professor reformula a pergunta para que o aluno pare e re�ita sobre o próprio enunciado e possa responder novamente. Saiba mais Você verá agora a descrição de uma aula na qual o Método Direto é aplicado! Observe agora algumas críticas que foram feitas ao Método Direto: javascript:void(0); Em �ns do século XX: exigência de altos investimentos devido à falta de material disponível, à necessidade de professores nativos da LE, à atenção individualizada aos alunos e aos cursos intensivos; Grande parte do sucesso do método depende mais da personalidade do professor do que da metodologia em si (como, por exemplo, o professor ter energia su�ciente para se manter falando na LE durante todo o período da aula, várias horas diárias); Exigência de pré-requisitos linguísticos de alta qualidade por parte do professor (�uência oral e boa pronúncia); Falta de embasamento teórico sólido em linguística aplicada, fruto de entusiasmo amador; Não leva em conta a realidade da sala de aula, além de ser de difícil implementação em escolas públicas. Método Silencioso (The Silent Way) Quadro de Sons O Método Silencioso foi criado por Caleb Gattegno, cientista, matemático e educador egípcio. Não chega a ser considerado um método ortodoxo de ensino de línguas, mas um fruto da experiência de Gattegno como designer instrucional nas áreas da matemática, ensino de leitura e aprendizagem de idiomas. Gattegno acreditava que a aquisição de uma língua estrangeira se dava pelo mesmo processo de aquisição da materna: um processo criativo, de tentativas e erros, experimental, de autoavaliação e conclusão. Quadro de Palavras Segundo este método, a aquisição da linguagem é entendida como um processo no qual as pessoas, através do raciocínio, descobrem e formulam regras sobre a língua aprendida. A aprendizagem visa à expressão do pensamento, percepção e sentimento dos alunos. Para isso, é preciso que eles desenvolvam autocon�ança e independência, e o silêncio do professor cria o ambiente propício às descobertas dos alunos em termos de linguagem. Quadro Fidel Além disso, o silêncio docente é uma estratégia para focar a atenção dos alunos, provocar respostas por parte dos discentes e estimular a corrigir os próprios erros. Algumas técnicas utilizadas pelos professores são: uso de gestos com as mãos para auxiliar os alunos com pronúncia e contextualização do que está sendo feito; mímicas e articulação de palavras sem emissão de sons (os alunos depreendem pela leitura labial do professor). Elogios e críticas são evitados, a �m de que os alunos adquiram autocon�ança. O papel do professor é o de facilitador. O Método Silencioso dispõe de material didático especí�co, como a Escala Cuisenaire, o quadro de sons, o quadro de palavras e o quadro Fidel, como você conferiu ao longo das telas. A Escala Cuisenaire são bastões de madeira pintados, de tamanhos diferentes, utilizados para o ensino de números, cores e representações abstratas; o quadro de sons constitui-se de blocos coloridos, que representam os sons da língua- alvo; o quadro de palavras contém o vocabulário funcional da língua-alvo e é também colorido,obedecendo ao mesmo padrão de cores do quadro de sons. Já o quadro Fidel apresenta as várias formas de pronúncia dos sons da língua-alvo e também segue o mesmo padrão de cores do quadro de sons. Fonte: Pixabay Clique nos botões para ver as informações. ausência da interferência direta do professor na produção do aluno. Silêncio do professor; trabalha as quatro habilidades linguísticas (fala, compreensão, escrita e leitura); ênfase na pronúncia correta; a tradução e a repetição são evitadas; correção em pares; uso de �chas coloridas associadas a sons ou palavras; quadro de palavras (quadros Fidel para pronúncia, vocabulário e gramática); uso de bastões coloridos (Escala Cuisenaire); autocorreção; uso de gestos; avaliação da lição no �nal da aula pelos alunos; ausência de avaliação formal ao longo do curso (a avaliação é feita pelo professor por meio de observação continuada). Principais Características do Método Silencioso Ao permanecer em silêncio quase absoluto, o professor �ca muito distante dos alunos para encorajar uma atmosfera comunicativa; os aprendizes necessitam de mais orientação e correção do que o método permite, uma vez que a correção por parte do professor ocorre muito raramente, na crença de que os alunos são capazes de corrigir os próprios erros. Críticas Quanto ao Método Silencioso Notas Principais características 1 - Desenvolvimento da aquisição da segunda língua (uso inconsciente das regras gramaticais) em vez da aprendizagem (uso consciente). - O aluno recebe um input linguístico ligeiramente acima do que ele pode processar, de modo a ampliar a compreensão da língua. A fala surge naturalmente, sem pressão do professor. Principais características 2 - Abandono da tradição gramático-normativa. - A pro�ciência em uma língua estrangeira é adquirida e desenvolvida a partir da ênfase no ensino e aprendizado de combinações de palavras (collocations) ou de itens lexicais (lexical items). Formas típicas de exercícios 3 - ênfase em exercícios de aquisição de léxico de forma dinâmica e signi�cativa para o aluno. Referências AZEREDO, J. C. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. Publifolha Houaiss, SP, 2008. BASILIO, Margarida. Teoria lexical. 7. ed. São Paulo: Ática, 2000.CAMARA Jr. J.M. Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis, RJ: Vozes, 1982. CARONE, Flávia. de Barros. Morfossintaxe. 9. ed. São Paulo: Ática, 2000.KEHDI, Valter. Formação de palavras em português. 4.ed. São Paulo: Ática, 2007. RIBEIRO, M.P. Gramática Aplicada da Língua Portuguesa: uma comunicação interativa., RJ: Metáfora, 2005.ROSA, Maria Carlota. Introdução à morfologia. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2003. VILELA, Mario; KOCH, Ingedore Villaça. Gramática da língua portuguesa. Coimbra: Almedina, 2001. Próxima aula Introdução aos métodos Audiolingual (The Audio-Lingual Method) e Audiovisual (The Audio-Visual Method) sob uma perspectiva diacrônica; Apresentação das características principais, dos objetivos e das teorias da linguística/psicologia subjacentes aos métodos Audiolingual (The Audio-Lingual Method) e Audiovisual (The Audio-Visual Method). Explore mais Pesquise na internet, sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.
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