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Prescrição Medicamentosa em Odontologia ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDES- AINES Inibidores das cicloxigenases (COX) Indicação: Controle da dor aguda de intensidade moderada a severa, no período pós-operatório; Analgesia preventiva, onde a dose do fármaco é administrada logo após o procedimento (o paciente ainda sob o efeito da anestesia), em seguida prescrição de doses de manutenção; Uteis no controle da dor já instalada decorrente de processos inflamatórios agudos; A substancia padrão é o ácido acetilsalicílico (AAS), tem atividade analgésica e antitérmica quando empregado nas doses de 500-650 mg em adultos. Para obter ação anti-inflamatória, são necessários 4 -5 mg diários. Em pequenas doses de 40-100 mg o AAS inibe a agregação plaquetária, sendo muito empregado na prevenção ou reincidiv a de fenômenos tromboembólicos em portadores de doenças cardiovasculares; Possuem diversos efeitos adversos, dos quais os mais comuns são: distúrbios gastrointestinais, como gastrite, eritema e erosões gástricas, ulceração gástrica e duodenal, dispepsia, dor epigástrica, náuseas e vômitos, etc. Além disso, podem gerar retenção de sódio e água, reações de hipersensibilidade, agravamento da asma e rinite alérgica, risco de sangramento, nefrotoxidade e problemas renais (em uso crônico) Obs: o ibuprofeno é o único AINEs aprovado para o uso em crianças. É também uma ótima escolha para tratar dor pós operatória em cirurgia. USO INTERNO: VIA ORAL 1. IBUPROFENO 100 mg/ml – 1 frasco Tomar 4 ml de 6/6 horas (4 vezes ao dia) durante 3 dias USO INTERNO: VIA ORAL 1. NIMESULIDA 100 mg – 6 comprimidos Tomar 1 comprimido de 12/ 12 horas (2 vezes ao dia) durante 3 dias ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDES- AIE: Inibidores da ação da fosfolipase A2: tal inibição resulta na redução da disponibilidade do ácido araquidônico e consequentemente haverá menor produção de prostaglandinas e leucotrienos; Indicação: Utilizado para prevenir a dor e controlar o edema inflamatório; Também podem ser utilizados no pré-operatorio; São representados pelos corticoides, análogos sintéticos dos corticoides endógenos; Vantagens: Não produzem efeitos adversos clinicamente importantes; Não interferem na hemostasia; São mais seguros para serem empregados em gestantes, lactantes hipertensos, diabéticos, nefropatas, etc; Prescrição Medicamentosa em Odontologia USO INTERNO: VIA ORAL 1. DEXAMETAZONA 4 MG- 9 COMPRIMIDOS Tomar 1 comprimido de 8/8 horas (3 vezes ao dia) durante 3 dias ATENÇÃO!! - O uso crônico de corticoides pode prejudicar a liberação do cortisol endógeno e consequentemente causando depressão do sistema hipotalâmico- hipófise- adrenal; ANALGÉSICOS NÃO OPIOIDES: São indicados para tratar dores leves e moderadas A dipirona é a mais utilizada na odontologia, contudo, seu uso deve ser feito com cautela nas seguintes condições; Evitar no primeiro ou terceiro trimestre de gestação e no período de lactação; Evitar em pacientes com asma ou infecções respiratórias; Em pacientes com hipersensibilidade; Evitar em crianças de três meses ou pesando 5 kg, pois a dipirona pode causar interferência na função hepática; Evitar em pacientes com condições circulatórias instáveis; Evitar em pacientes com historia previa de leucopenia ou anemia; - em casos de pacientes alérgicos a sulfitos, a solução em gotas de paracetamol está contraindicada visto que contém metabissulfito de sódio em sua composição USO INTERNO: VIA ORAL 1. DIPIRONA SÓDICA 500 mg/ml- 1 frasco Tomar 40 gotas de dipirona de 6/6 horas (4 vezes ao dia) pelas primeiras 24 horas. Continuar tomando em casos de dor USO INTERNO: VIA ORAL 1. PARACETAMOL 500 mg – 1 caixa Tomar 1 comprimido de 6/6 horas (4 vezes ao dia) pelas primeiras 24 horas. Continuar tomando em casos de dor USO INTERNO: VIA ORAL 1. PARACETAMOL 500 MG + CODEÍNA 30 MG- 1 caixa Tomar 1 comprimido de 8/8 horas (3 vezes ao dia) pelas primeiras 24 horas. Continuar tomando em casos de dor. ANALGÉSICOS OPIODES - São indicados para o tratamento de dores agudas moderadas a intensas, também são eficazes no tratamento das dores crônicas - OPIOIDES FORTES: morfia, oxicodona, etc; - OPIOIDES FRACOS: codeína, tramadol, etc; Prescrição Medicamentosa em Odontologia - a codeína pode ser usada em associação ao paracetamol, permitindo analgesia de dores moderadas a intesas; ESTRATÉGIAS PARA CONTROLE DA DOR: - A dor pós operatória ocorre devido um processo inflamatório após um estimulo que promoveu um dano tecidual. Ela pode ser caracterizada de acordo com o tempo e a intensidade, em três tipos: aguda, subaguda e crônica; - Existem duas estratégias para o controle da dor: prevenção e/ou tratamento da dor; - e para isso fazemos o uso de três classes de medicamentos: os anti-inflamatórios (AINEs e os AIE) e os analgésicos - ANTI-INFLAMATÓRIOS: Os corticosteroides agem no inicio da cascata inflamatória, inativando a fosfolipase A2, diminuindo a disponibilidade de ácido araquidônico e impedindo a síntese das prostaglandinas e leucotrienos. Podem ser utilizados para procedimentos com expectativa inflamatória mais intensa, tais como: extrações de dentes retidos, cirurgias periodontais ou perriradiculares, cirurgias parendodônticas, enxertos ósseos e cirurgias para colocação de implantes; - por causa do cortisol, os corticosteroides afetam o metabolismo dos carboidratos pela deposição hepática de glicogênio; - são contraindicados em pacientes com doença fungica sistêmica, herpes ocular, tuberculose ativa, psicose ou hipersensibilidade; - as opções mais seguras são o DEXAMETAZONA 4 mg ou BETAMETAZONA 2 mg (são muito indicados para o uso pré-operatório em cirurgias) Já os AINEs são mais indicados para procedimentos menos invasivos, estes atuam inibindo as COX, que catalisam o primeiro estágio da síntese das prostaglandinas, mediadores associados a dor da inflamação; - podem ser classificados em fármacos anti-inflamatórios não seletivos e inibidores seletivos da COX2; - temos o IBUPROFENO 600 mg, NIMESULIDA 100 mg (embora seja não seletivo, ela tem preferencia pela COX2), DICLOFENACO 50 mg, etc; - apesar de serem seguros, apresentam efeitos adversos cardiovasculares, como aumento do risco de infarto do miocárdio , acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca/ renal, hipertensão arterial aumentada e desfechos gastrintestinais adversos; - ANALGÉSICOS: Os analgésicos não opioides ou periféricos são indicados para o tratamentos de dor leve e moderada já instalada. Essas drogas deprimem diretamente o nociceptor sensibilizado, diminuindo a hiperalgesia; - as opções mais utilizadas são o PARACETAMOL 600/750 mg e a DIPIRONA 500 mg; - Os analgésicos não opioides podem ser prescritos juntos com um AINE; Já os analgésicos opioides centrais agem sobre os receptores opioides predominantemente no SNC. São indicados para o tratamento de dores agudas e graves, que não respondem aos analgésicos não opioides. Podem ser prescritos em associação com AINEs ou em casos de dor moderada, analgésicos não opioides, como por exemplo, uma associação muito utilizada é o PARACETAMOL 500 mg + CODEÍNA 7,5 ou 30 mg. Prescrição Medicamentosa em Odontologia RESUMO DE ESQUEMA ANALGÉSICO: Dor leve: exodontias simples e cirurgias menos invasivas. - paracetamol 500 – 750 mg 6/6 horas; - dipirona 500 mg de 6/6 horas; - ibuprofeno (AINEs) 400 a 600 mg de 8/8 horas; - ou uma combinação dos dois tipos Dor moderada: exodontias complexas e remoção cirúrgica de terceiros molares. - paracetamol 1 g de 6/6 horas; - ibuprofeno 600 a 800 mg de 6/6 horas; - paracetamol 500 mg + codeína 30 mg de 6/6 horas; Dor intensa: cirurgias bucomaxilofaciais extensas. - paracetamol 500 mg + codeína 30 mg de 6/6 horas (associação de um AINE e ANALGÉSICO OPIOIDES) - morfina(endovenosa) - Em alguns casos de dor moderada a severa, o clínico pode considerar a necessidade de combinar outras medicações, como um anti- inflamatório e analgésicos; - não devemos associar ASS com um AINE, pois pode diminuir o efeito anti-inflamatorio - O manejo eficaz para o controle da dor na odontologia envolve três etapas: 1. Diagnóstico 2. Tratamento dentário adequado 3. Medicamentos: a) Pré-tratamento com AINEs ou corticosteroide- ANALGESIA PREEMPTIVA; - DEXAMETOZONA 8 MG VIA ORAL 1 HORA ANTES DA CIRURGIA - BETAMETAZONA GOTAS (0,5 MG/ML) 1 GOTA/KG DE PESO 1 HORA ANTES DA CIRURGIA b) Uso de anestésicos locais c) Prescrição medicamentosa de manutenção, no pós operatório. *ANALGESIA PREEMPTIVA: - O objetivo do pré-tratamento é bloquear o desenvolvimento de hiperalgesia por meio da redução da estimulação dos nociceptores periféricos. Isso minimiza o aumento da atividade das COX após um estímulo inflamatório; - Para o tratamento das infecções já estabelecidas, a primeira conduta é a REMOÇÃO DA CAUSA; - Se, por exemplo, na presença de um abscesso, sem sinais clínicos da disseminação da infecção (edema, febre, por exemplo), deve-se como primeira medida, realizar a drenagem; - A prescrição dos antibióticos é indicado em duas situações totalmente diferentes: 1. Como auxiliar no tratamento das infecções (antibiótico terapia) Prescrição Medicamentosa em Odontologia 2. Prevenção das infecções (profilaxia) ANTIBIÓTICO TERAPIA: - é indicado quando as medidas de remoção da causa não apresentou o efeito desejado e quando ha sinais e sintomas de disseminação da infecção. Sinais e sintomas como: edema pronunciado, trismo, linfadenite, febre, mal- estar, falta de apetite= indicativos de que as defesas imunológicas do hospedeiro não estão conseguindo por si só controlar a infecção; Uso interno: via oral 1- Amoxicilina 500 mg – 21 cápsulas Tomar 1 cápsula de 8/8 horas (3 vezes ao dia) durante 7 dias Uso interno: via oral 2- Azitromicina 500 mg – 3 comprimidos Tomar 1 comprimido 24/24 horas (1 vezes ao dia) durante 3 dias Uso interno: via oral 3- Clindamicina 300 mg – 21 comprimidos Tomar 1 comprimido de 8/8 horas (3 vezes ao dia) ou de 6/6 horas (4 vezes ao dia) durante 7 dias - na presença de infecção pós-operatória, a prescrição de anti-inflamatórios está contraindicada, pois este medicamento não irá proporcionar a regeneração tecidual gerada pela reação inflamatória normalmente e, com isso, a infecção poderá disseminar mais facilmente; PREVENÇÃO DA INFECÇÃO: PROFILAXIA - A profilaxia consiste no uso de antibióticos em pacientes que não apresentam evidencias de infecção, e tem por objetivo prevenir a colonização bacteriana e suas complicações pós- operatório; - uso profilático pode ser feito em duas situações: 1- Para prevenir a infecção da região operada (profilaxia cirúrgica); 2- Para prevenir a endocardite bacteriana. Profilaxia cirúrgica: - está indicado em casos de cirurgias de grande porte e fatores que podem diminuir a capacidade de defesa do paciente; - fatores relacionados ao paciente: Imunossupressão: tratamento oncológico, pacientes que fazem hemodiálise, pacientes com HIV+, pacientes que já realizaram radioterapia, uso crônico de corticoides e pacientes transplantados; Comorbidades sistêmicas: diabetes descompensada, lúpus, artrite reumatoide; Idades extremas - fatores relacionado ao procedimento Prescrição Medicamentosa em Odontologia Quebra da cadeia asséptica no pré ou transoperatório, Cirurgia extensa (mais de 2 horas), Instalação de corpos estranhos (ex: implantes dentários e enxertos ósseos), Realização de exodontia múltiplas e Grande sangramento transoperatório 1 g (duas capsulas) de amoxicilina 1 hora ante da cirurgia Profilaxia antibiótica a endocardite bacteriana: - Indicada a pacientes com risco a endocardite bacteriana; PACIENTES DE ALTO RISCO: I. Válvulas cardíacas protéticas; II. Endocardite prévia; III. Cardiopatias congênitas complexas. PACIENTES DE RISCO MODERADO: I. Más-formações cardíacas congênitas; II. Disfunção valvar adquirida; III. Cardiomiopatia hipertrófica; IV. Prolapso da válvula mitral com regurgitação;
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