Buscar

Resumo Ortodontia Preventiva e Interceptativa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Atenção Integral à Criança I – Ortodontia 
 
Bandagem e Cimentação 
 Finalidades da separação dos dentes: 
 Promover separação mecânica temporária dos 
dentes 
 Facilitar a adaptação das bandas 
 Facilitar a cimentação 
 
 Métodos: 
 Alastik – mais usado: 
o Elastômero de separação 
o Higiênico, prático, efetivo 
o Envolve o ponto de contato 
o Pode deslocar para cervical 
o Pode permanecer de 2 a 3 dias – na clínica deixa 
1 semana 
 
 Fio de latão 0.20” ou 0.25” – mais complexo: 
o Higiênico, efetivo, mas não é prático 
o Pode permanecer mais tempo que o Alastik, por 
1 semana (7-8 dias) 
o Causa mais desconforto ao paciente 
 
 
Bandagem 
Técnica para colocação de anéis metálicos que se 
encaixam em molares. 
 Bandas ortodônticas: 
 Mais aplicada em molares 
 Elemento básico para aparelhos ortodônticos 
 Fornecem suporte, retenção e estabilidade para 
aparelhos preventivos e/ou interceptativos 
 Criam um sistema de força capaz de movimentar 
os dentes quando cimentadas aos dentes e 
soldadas a acessórios ortodônticos 
 Colagem direta é ineficaz – não cria resistência 
suficiente para suportar as forças mastigatórias 
e/ou do aparelho extrabucal 
o Solução: cimentação 
 
 Indicação: 
 Aparelhos fixos 
 Aplicação de forças extrabucais 
 Retenção de aparelhos preventivos, 
interceptativos ou de ancoragem 
o Exemplo: dijuntores, grades 
 
 Composição: 
 Aço inoxidável 18-8 (18% cromo, 8% níquel, 
restante ferro e pouco carbono) 
o Cromo: maior dureza, resistência a manchas e 
corrosão 
o Níquel: maior brilho e maleabilidade 
o Vantagens: 
 Maleável 
 Não retém biofilme 
 Boa resistência 
 Baixo custo 
 Biocompatibilidade 
 Bioinerte (não sofre ação da saliva) 
 Alto grau de polimento 
 Insípido 
 Baixa condução elétrica (soldagem elétrica 
a ponto – efeito jaule gera calor) 
 
 Materiais usados: 
 Assentador de banda 
 Calcador de banda 
 Adaptador e removedor de excesso 
 Brunidor e assentador 
 
 Bandas: 
Devem envolver o molar, abaixo da oclusal e ser 
retentivas mecanicamente 
 Lâminas de aço inoxidável: 
o Pré-cortadas 
o Pré-contornadas 
o Em rolos 
 Pré-fabricadas: 
o Seleção por tentativa 
o Número equivale ao diâmetro do dente 
o Vantagens: 
 Mais simples 
 Menor dificuldade na adaptação 
 Menor tempo de trabalho 
 Menor desconforto 
 Menor uso de instrumentos 
o Desvantagem: 
 Alto custo para montar o kit de bandas 
o Adaptação: 
 Tentativa no modelo ou na boca 
 Acomodar a banda com auxílio do 
assentador e pedir o paciente para ocluir 
 Brunir para a banda se adequar ao contorno 
do dente 
 
 Posição ideal da banda: 
 Dentes posteriores 
 Terço médio da coroa 
 Bordas oclusais paralelas com as bordas oclusais 
dos dentes 
 0,5mm abaixo das cristas marginais 
 0,5mm abaixo da margem gengival 
 
 Requisitos básicos: 
 A borda da banda NÃO pode comprimir a gengiva 
 Desgastar a margem gengival da banda 
 A banda NÃO pode se estender para dentro da 
oclusal, pois pode ficar frouxa e sair 
 Brunir a banda para correta adaptação à coroa, 
pode ser feito, também, um bisel 
 Possuir retenção mecânica ao dente e não por 
meio do agente de cimentação 
 Não promover danos aos tecidos bucais 
 
Cimentação 
 Cimento Ionômero de Vidro: 
 Propriedades anti-cariogênicas 
 Adesão química 
 Atinge adesão máxima 24hrs depois 
 Grupos carboxílicos livres promovem união 
química entre cimento e esmalte/dentina 
 Proporção 1:1 
 Deve ser inserido quando formar fio de 3 a 4cm e 
possuir brilho 
 Requer condicionamento com ácido poliacrílico 
entre 10 a 25%, friccionando por 10 a 20s 
 Liberação de flúor: 
o Mais intensa após 48hrs 
o Concentrações menores por longo tempo 
o Anticariogênico – remineralização 
o Inibe o crescimento de Streptococos mutans 
o Hidroxiapatita – fluorapatita 
o Reservatório bucal de flúor (“esponja”) 
 
 CIV Modificado por Resina: 
 Adição de componentes resinosos 
 Melhores propriedades físicas 
 Endurecimento imediato após polimerização (CIV 
convencional demora 24hrs) 
 
 Passos clínicos: 
1. Profilaxia com pedra pomes e água 
2. Isolamento relativo 
3. Espatulação do cimento 
4. Colocação do cimento nas bordas internas da 
banda partindo da cervical 
5. Posicionamento da banda 
6. Adaptação com assentador de bandas 
7. Remoção do excesso de cimento da oclusal 
8. Proteção do CIV químico com verniz cavitário 
a. Sinérese: trincas 
b. Embebição: opaca, frágil 
 
Aplicações 
 Mordida cruzada posterior e anterior 
o Haas 
o Bihélice 
o Quadrihélice 
o Mola simples 
o Grade palatina fixa 
 Mantenedor de espaço 
o Banda-alça 
o Arco lingual de Nance 
o Mantenedor de espaço estético 
o PLA 
 Classe II 
o AEB 
 Classe III 
o Tração reversa da maxila (máscara facial) 
 
 
Moldagem Ortodôntica 
 Documentação ortodôntica: 
 Condições básicas para o diagnóstico: 
o Padrão de documentação 
o Exame clínico 
o Amplo e profundo embasamento científico 
 Vantagens da documentação completa: 
o Evita esquecimento e confusão de informações 
o Economia de tempo 
o Permite realizar estudos, pesquisas 
o Comunicação multidisciplinar 
o Defesa e proteção de todos (judicialização) 
 
 Padrão de documentação: 
 Fichas de consulta 
 Fotografias intra e extrabucais 
 Radiografias 
 Fichas de análise cefalométrica e de análise de 
modelos 
 Modelos confeccionados em gesso 
 
 Exame dos modelos: 
 Vista oclusal: 
o Forma e simetria dos arcos 
o Alinhamento e giroversões 
o Anomalias de forma e tamanho 
o Conformação do palato 
OBS: não consegue avaliar interferência oclusal 
 Vista vestibular: 
o Freio e brida 
o Relação molar 
o Sobremordida e sobressaliência 
o Mordidas cruzadas 
o Mordidas abertas 
o Curva de Spee 
o Contorno radicular 
o Inserções musculares 
 Vista lingual: 
o Forma da maxila 
o Inclinações dentárias 
 
 Moldagem ortodôntica: 
 Deve reproduzir com fidelidade: 
o Coroas dentárias 
o Contorno das raízes 
o Rebordo alveolar 
o Inserções musculares 
o Tuberosidades maxilares 
o Triângulos retromolares na mandíbula 
 
 Moldeiras: 
 Tipos de moldeiras: 
o Vernes (alumínio total) 
o Alumínio perfuradas 
o Plástico 
o Acrílico perfurada 
 
 Seleção da moldeira: 
o Um pouco maior que o arco dentário do 
paciente no sentido ântero-posterior 
o Afastada 3mm de cada lado no rebordo alveolar 
 Individualização da moldeira: 
o Superior: colocação da cera de utilidade na 
borda vestibular 
o Inferior: colocação da cera de utilidade na 
borda posterior e lingual 
o Finalidades da individualização: 
 Cera utilidade: maior conforto ao paciente 
 Melhor adaptação à anatomia do paciente 
 Compensar falta de profundidade da moldeira 
 Afastar lábios e bochechas 
 Ajudar na retenção do alginato 
 Reduzir o desconforto da pressão contra 
tecidos moles 
 
 Passos clínicos: 
1. Profilaxia: elimina restos alimentares e reduz 
bolhas no alginato 
2. Remoção de saliva com jatos de ar ou algodão: 
reduz bolhas no alginato 
3. Proporcionamento do alginato: 
a. Água-pó: 2:2 ou 2:1,5 
4. Moldagem inferior: 
a. Iniciar pelo inferior, pois é mais fácil e cômodo, 
não provoca náusea, conquista a confiança do 
paciente 
b. Paciente sentado, no sentido vertical, plano de 
Frankfurt (PoOr) paralelo ao solo 
c. Profissional na posição nove horas (ao lado do 
paciente) 
5. Moldagem superior: 
a. Paciente sentado no sentido vertical 
b. Profissional na posição onze horas (atrás do 
paciente) 
c. Orientar o paciente para inclinar a cabeça para 
frente 
d. Encaixar a moldeira em posterior primeiro 
e. Inclinar a moldeira contra a porção posterior do 
palato 
f. Evitar excesso de alginato na posterior 
OBS: Moldar paciente deitado pode fazer o alginato 
escoar para a garganta 
 
 Passos convencionais: 
1. Introdução da moldeira 
2. Centralização 
3. Aprofundamento 
4.Tracionamento da musculatura peribucal 
5. Estabilização 
6. Remoção após geleificação do alginato 
 
 Molde considerado aceitável: 
 Alginato – superfície lisa e brilhante 
 Isenção de bolhas 
 Reproduzir todos os detalhes anatômicos da 
região de interesse 
 Quanto mais exata a cópia, mais fiel o modelo 
 
 Registro da oclusão: 
 Relacionar os modelos inf e sup 
 Relação cêntrica/MIH – aparelho extrabucal 
 Placa de cera nº7, largura dos dentes posteriores 
 
 Desinfecção do molde: 
 Lavar em água corrente: remover excessos de 
saliva 
 Borrifar em glutaraldeído 2,2% ou hipoclorito de 
sódio 1% ou ácido periacético 0,2% e deixar por 
10 minutos 
o Guardar em saco plástico limpo e seco 
o Atenção à sinérese e embebição do alginato! 
 Lavar novamente em água corrente 
 Remover o excesso de água (secar o modelo) 
 Vazar o gesso 
 
 Vazamento do modelo: 
 Material usado: gesso pedra branco 
o Na clínica: tipo III e IV 
o Proporção: 412g de gesso para 145ml de água 
 Vibrador: fluir sobre os detalhes, escoando bem 
 Vazar o molde 
 
 Características do modelo: 
 Reproduzir todos os detalhes anatômicos 
 Reproduzir a oclusão do paciente (OC ou MIH?) 
 Permitir análise das relações molar de canino e 
incisivos 
 Permitir uma avaliação das assimetrias e 
discrepâncias 
 Bom padrão de acabamento 
o O ideal é armazenar por no mínimo 10 anos 
para se resguardar de judicialização 
 
 
 
Controle de espaço na dentadura decídua e mista 
 Características da dentadura decídua: 
 Pouca variabilidade entre indivíduos 
 
 Arcos ovoides 
 
 Diastemas na região anterior 
 
 Espaço primata – mesial de caninos superiores e 
distal de caninos inferiores 
 
 Incisivos verticalizados na base óssea – decíduos 
tem 170 graus de inclinação, permanentes 130 
graus 
o Incisivos sup. guardam trespasse horizontal 
positivo de cerca de 2mm em relação aos inf. 
o Os superiores devem cobrir metade da coroa dos 
inferiores, pois estão mais vestibularizados 
o Incisivos sup. devem guardar trespasse vertical 
positivo em relação aos inf. 
 
 Plano terminal reto – posição normal dos segundos 
molares decíduos, provocando um plano reto em 
relação às faces distais desses dentes; faces distais 
em um mesmo plano vertical 
o Os primeiros molares permanentes são guiados 
pela superfície distal dos segundos molares 
decíduos 
 
 Curva de Spee planificada 
 Estabilidade do arco – não tem crescimento 
transversal significativo 
 
 Análise de espaço na dentição decídua: 
 Problemas dentários 
 Problemas esqueléticos 
 Problemas dentários e esqueléticos 
 
 Método de Carrea: 
 Avaliação da oclusão por meio de modelos de 
estudo 
 Material: placas de acrílico, triângulos equiláteros, 
bissetrizes e circunferências, lápis, régua, 
compasso e modelos da arcada 
 Projeta análise de espaço na dentição decídua 
 Aplicações: 
o Perda unilateral de espaço 
o Discrepância entre arcos 
o Constrição entre arcos 
 
 Dentição mista: 
 Classificação dos arcos segundo Baume: 
o Arco tipo I: presença de diastema na região dos 
incisivos 
o Arco tipo II: ausência de diastemas na região 
dos incisivos; diastemas restritos (62-63, 52-53, 
73-74, 83-84) – espaços primatas 
 
 
 
 Espaço primata: 
 
 
 Plano terminal: 
o Plano terminal reto = 76% - faces distais dos 2M 
decíduos no mesmo plano vertical, pode evoluir 
para: 
 Classe I 
 Classe II 
 Classe III 
 
o Plano terminal degrau mesial = 14% - 2M 
inferior decíduo distalizado em relação ao 
superior, quando irrompem os 1M 
permanentes o paciente será: 
 Classe II 
 
o Plano terminal degrau distal = 10% - 2M inferior 
decíduo anteriorizado em relação superior, 
quando irromperem os 1M permanentes o 
paciente poderá ser: 
 Classe I 
 Classe III 
 
OBS: os primeiros molares permanentes são guiados 
pela superfície distal dos segundos molares decíduos 
 
 Espaço para os incisivos permanentes: 
 Diastemas: na região dos incisivos decíduos – 
arco tipo I 
 
 Inclinação durante o irrompimento: há diferença 
na inclinação dos inc. decíduos e permanentes 
 
 Distalização dos caninos: os caninos inferiores 
decíduos ocupam os espaços primatas 
 
 Crescimento transversal dos arcos: sofrem 
alterações dimensionais dos 4 aos 14 anos 
o Largura inter-caninos sup: +5mm 
o Largura inter-caninos inf: +3mm 
o Largura inter-molares sup: +4mm 
o Largura inter-molares inf: +2mm 
o Comprimento do arco sup: mantém 
o Comprimento do arco inf: -2mm 
 
 Análise de espaço: 
A análise da dentadura permanente se dá pela medição 
de ER e EP, obtendo DM. Já para a dentadura mista, 
tem-se uma propensão matemática (Moyers) ou 
radiográfica (Nance) para prever o tamanho dos dentes 
permanentes não erupcionados e se haverá espaço 
para posicionamento no arco ósseo. Essa análise é feita 
a partir dos 8 anos, pois requer a presença de todos os 
primeiros molares e incisivos permanentes. 
 
 Análise de Nance: 
 Método radiográfico de análise de espaço, 
efetuado para cada dente permanente posterior 
não erupcionado 
 Espaço presente x espaço requerido 
o Espaço presente: mede-se o perímetro do arco, 
de mesial a mesial dos primeiros molares 
permanentes, em etapas com compasso de 
ponta seca ou com fio de latão 
o Mede-se o comprimento da distal do segundo 
molar decíduo até a ponta da cúspide do canino 
decíduo, da ponta da cúspide do canino decíduo 
até mesial do incisivo central permanente 
o Espaço requerido: somatório das larguras MD 
dos incisivos e a soma das larguras MD dos 
caninos, primeiros e segundos PM medida na 
radiografia – para determinação do tamanho 
real dos dentes observados na radiografia, faz-
se regra de três para cada dente analisado 
o Faz a regra de três individualmente para cada 
dente não irrompido (canino e prés) 
Tr – Ta 
Trx – Tax 
 
o Tr = tamanho real do dente mais próximo ao 
dente analisado 
o Ta = tamanho aparente (medido na radio) do 
dente mais próximo ao dente analisado 
o Trx = tamanho real do dente analisado 
o Tax = tamanho aparente do dente analisado 
 Resultado da análise de espaço: 
o Espaço presente – espaço requerido informa a 
situação do arco dentário: 
 Valores negativos: falta de espaço para 
irromper os molares 
 Valores positivos: sobra de espaço para os 
dentes permanentes 
 Espaço livre de Nance (Lee Way Space): 
o Para os dentes posteriores 
o Hemi-arco superior: 0,9mm (1,8 total) 
o Hemi-arco inferior: 1,7mm (3,4 total) 
 Espaço para os incisivos permanentes: 
o Diastemas interincisivos 
o Aumento da distância intercaninos 
o Vestibularização dos incisivos permanentes 
 
 
 Análise de Moyers: 
 Método estatístico para análise de espaço com 
base nos incisivos inferiores, que irrompem 
rapidamente e são facilmente medidos, além de 
estarem envolvidos em quase todos os 
problemas de controle de espaço; a partir deles, 
consegue-se determinar a soma da largura MD 
dos caninos e pré-molares 
 Espaço presente x espaço requerido 
o Espaço presente: mede-se o perímetro do 
arco, de mesial a mesial dos primeiros molares 
permanentes, em etapas com compasso de 
ponta seca ou com fio de latão – igual análise 
de Nance 
o Espaço requerido: somatório das larguras MD 
dos incisivos inferiores, com esse valor, 
verifica-se através da tabela de Moyers, ao 
nível de 75% de probabilidade, os valores da 
soma das larguras MD dos caninos e PM para 
ambos os arcos 
o Somatório das larguras MD dos incisivos 
superiores, por meio das medidas obtidas na 
tabela (vezes dois), somadas com as 
respectivas larguras MD dos incisivos, obtém-
se o espaço requerido de cada arco 
 
OBS: primeira linha – soma dos 4 incisivos 
permanentes; primeira coluna – porcentagens; 
segunda coluna em diante – valores previstos para 
caninos e pré-molares (usa a 4ª linha – 75%) 
 Resultado da análise de espaço: 
o Espaço presente – espaço requerido informa a 
situação do arco dentário: Valores negativos: falta de espaço para 
irromper os molares 
 Valores positivos: sobra de espaço para os 
dentes permanentes 
 Vantagens da análise de Moyers: 
o Erro sistemático mínimo 
o Não exige muito tempo 
o Não necessita de radiografias 
 
OBS: ambas as análises objetivam determinar a relação 
entre a quantidade de espaço no arco alveolar e o 
material dentário presente, para que os dentes se 
alinhem corretamente no futuro; quando associada a 
cefalometria, pode-se realizar um planejamento 
ortodôntico e avaliar a necessidade de extrações. 
 Espaço presente: circunferência que inicia na 
mesial do 1M permanente, passa pelo centro da 
oclusal dos posteriores e borda incisial dos 
anteriores, chegando até a mesial do outro 1M 
 Espaço requerido: medido dente a dente, soma do 
maior diâmetro MD dos permanentes localizados 
de mesial do 1M de um lado até do outro 
 Discrepância de modelos (DM): EP – ER 
o Pode ser feita na dentadura permanente e mista 
o +: EP>ER: sobra espaço ósseo para a erupção dos 
permanentes 
o -: EP<ER: não há espaço para os permanentes que 
ainda não erupcionaram 
o 0: EP=ER: discrepância nula 
o Usa compasso de ponta seca, fio de latão e 
paquímetro 
 
 Causas da falta de espaço: 
 Fatores hereditários 
o Desarmonia das bases ósseas 
o Dentes supranumerários 
o Agenesias 
o Anomalias de tamanho 
o Discrepâncias ósseo-dentárias 
o Fenda labial e palatina 
o Displasia cleidocraniana 
o Síndrome de Down 
 Fatores ambientais 
o Pré natal: 
 Sífilis 
 Rubéola 
 Cretinismo 
 Paralisia cerebral 
 Macroglossia 
 Traumatismo durante o parto 
 Anquilose da ATM 
o Pós-natal: 
 Cáries extensas 
 Perdas precoces 
 Restaurações insatisfatórias 
 Problemas de irrompimento 
 Retenção prolongada de dentes decíduos 
 Hábitos bucais deletérios 
 
 Chave de oclusão do primeiro molar permanente: 
 Mesialização precoce do molar aproveitando o 
espaço primata no arco inferior 
 Mesialização tardia aproveitando o espaço livre 
de Nance 
 
 
Biologia dos movimentos dentários 
 Classificação de Angle (1899): 
 Classificação simples, prática, abrangente 
 Adotada universalmente 
 Requer presença do primeiro molar permanente 
 Tipos das más-oclusões: 
o Classe I: chave de molar 
 Apinhamento, diastema, más posições 
dentárias individuais, mordida profunda ou 
mordida cruzada 
 Relação molar normal 
o Classe II – divisão 1 e 2: distoclusão 
 Trespasse horizontal aumentado 
o Classe III: mesioclusão 
 Trespasse horizontal negativo 
OBS: Classe II e III tem subdivisão direita ou esquerda 
quando é unilateral 
 
 Classificação de Lischer (1911): 
 Variações verticais: 
o Mordida aberta 
o Mordida normal 
o Mordida profunda 
 Variações transversais: 
o Mordida cruzada 
o Mordida normal 
 Variações ântero-posteriores 
o Neutroclusão 
o Mesioclusão 
o Distoclusão 
 Variações dentais individuais: classifica o mau 
posicionamento dentário de forma individual, 
acrescentando o sufixo versão ao termo 
indicativo da direção do desvio 
o Mesioversão 
o Distoversão 
o Vestibulo/labioversão 
o Linguo/palatoversão 
o Infraversão – face oclusal/incisal aquém do 
plano oclusal 
o Supraversão – face oclusal/incisal além do 
plano oclusal 
o Giroversão – rotação do dente em torno do seu 
longo eixo 
o Axiversão – alteração da inclinação do longo 
eixo dental 
o Transversão – troca do posicionamento do 
dente no arco dental com outro elemento 
o Perversão – dente impactado 
 
A movimentação dentária ocorre ao longo de toda 
vida, podendo ser fisiológica ou induzida. O movimento 
dentário fisiológico é algo normal, a reação tissular é 
consequência da função normal: funcional na 
mastigação, erupção dentária, migração para espaços 
adjacentes e antagonistas, movimento oclusal 
 
Já o movimento dentário ortodôntico é provocado por 
forças externas, portanto, o movimento é mais rápido 
e as reações tissulares são mais intensas. 
 
Envolve três movimentos: 
1. Compressão inicial dos tecidos e alterações 
associadas ao fluxo sanguíneo dentro do ligamento 
periodontal 
2. Estímulos elétricos, produção e liberação de 
mensageiros químicos 
3. Ativação e diferenciação das células multinucleadas 
 
A força continuada induzida na coroa (por forças 
externas) se dissipa para a raiz e para o ligamento 
periodontal. Na imagem, a movimentação é para 
mesial, logo, nessa direção, tem-se o lado da 
compressão e da contenção óssea, onde atuam os 
osteoclatos, promovendo reabsorção óssea. No lado 
contrário, o lado de tensão, tem-se osteoblastos, 
responsáveis pela deposição da matriz óssea, ou seja, 
formação óssea. 
 
 
 
No lado compressão, como as reações ósseas são de 
baixa intensidade e longa duração, a inflamação e o 
estresse celular são discretos, acumulando baixa 
quantidade de mediadores difusamente localizados: a 
região fica com esclerose óssea e cortical mais espessa 
pela hipóxia causada por diminuição do fluxo 
sanguíneo e aumento de CO2. Se essa inflamação for 
mais intensa, os mediadores se acumulam em grande 
nível e provocam reabsorção extensa, que não é o 
desejado, pois almeja-se apenas a remodelação. 
 
 
Os osteoclastos são células provenientes do sangue, 
enquanto os osteoblastos já estão no osso, mas de 
forma indiferenciada, sofrendo diferenciação quando 
há estímulo (no caso, a força do aparelho ortodôntico). 
Assim, as células inflamatórias e citocinas promovem a 
diferenciação das células mesenquimais em 
osteoblastos, que iniciam a remodelação. 
 
A perturbação das células periodontais altera o influxo 
de Ca e Na nas células, o que altera a produção de 
AMPc e GMPc. Baixos níveis de AMPc e GMPc 
promovem a diferenciação citada anteriormente. 
 
Os osteócitos, quando aprisionados dentro da matriz, 
se comunicam e estimulam a diferenciação dos 
osteoblastos. 
 
Osso X Dente: osso produz células do sangue devido à 
medula, os dentes possuem a polpa; se o osso quebrar, 
ele pode se regenerar, o dente não. A movimentação 
ortodôntica nada mais é que a regeneração do osso, 
por isso, não é indicado aparelho ortodôntico para 
pessoas sistematicamente comprometidas. 
 
 Centro de resistência: 
 
 Quando a força é feita no centro de resistência, o 
dente realiza o movimento de translação 
 O deslocamento do dente depende do ponto de 
aplicação da força (a aceleração aumenta a 
medida que o ponto de aplicação se afasta do 
ponto centro de resistência do dente) 
 Quando afasta do centro, há inclinação 
 
 Teorias do controle biológico do movimento 
dentário: 
 Teoria da Piezoeletricidade: 
o Sinais elétricos emitidos através de estruturas 
cristalinas poderiam gerar deformações 
o No osso alveolar, um fluxo de elétrons modifica 
o potencial bioelétrico, alterando a 
permeabilidade das membranas celulares e 
possibilitando o movimento dentário 
o O estresse mecânico estimula a reabsorção 
osteoclástica no processo de remodelação 
 
 Teoria da Pressão e Tensão: 
o A força aplicada gera alteração no fluxo 
sanguíneo do ligamento periodontal, o que gera 
mudanças de posição do dente no espaço 
periodontal, proporcionando tensão e pressão 
 
 Teoria do Mecanismo Inflamatório: 
o Vasodilatação > formação de exsudato no LP > 
aumento da viscosidade e diminuição do fluxo 
sanguíneo > saída de células > marginação 
leucocitária > leucodiapedese > infiltrado 
inflamatório 
o Os receptores dos osteoblastos promovem 
mobilização celular e estabelecimento de 
unidades osteorremodeladoras que causam 
reabsorção óssea e movimentação dentária 
 
 Fatores que interferem na resposta ortodôntica: 
 Magnitude da força: 
o Em alguns movimentos, quando a força é 
pesada, pode causar necrose 
o Aparelhos extraorais usam força pesada, sendo 
a única excessão, pois eu preciso de criar as 
áreas de necrose para o palato romper, no caso 
deum aparelho de separação do osso para 
tratamento de mordida cruzada. 
o Forças inócuas: força da mastigação, magnitude 
muito pequena, incapaz de promover 
movimentação dentária, aumenta e diminui 
muito rápido 
o Forças leves: 
 Reabsorção frontal 
 Pouca área de necrose nos tecidos 
periodontais 
 Facilidade da movimentação dentária 
 Força fisiológica = maior taxa da 
movimentação/dia 
 Ausência de dor 
 “Dente anda e o osso reabsorve”, 
movimento planejado e lento, se parar de 
usar o aparelho, o movimento cessa 
 
 
o Forças pesadas: 
 Reabsorção à distância 
 Produção de grande quantidade de áreas de 
hialinização 
 Absorção solapente 
 Presença de maior sintomatologia dolorosa 
 Efeitos deletérios 
 
 
 
 Ritmo de aplicação da força 
o Força contínua: razoavelmente constante entre 
uma sessão clínica e outra. Ex: arcos de 
nivelamento, aparelhos fixos 
 Curta duração: queda abrupta 
 Longa duração: queda suave 
o Força intermitente: declina a zero quando o 
aparelho é removido e readquire o mesmo valor 
inicial quando é recolocado. Ex: aparelho móvel 
o Força interrompida: diminui até zero entre as 
ativações. Ex: ligadura elástica 
o Força funcional: ação ocorre durante a função 
bucal 
 
 Condições anatômicas 
o Volume radicular: diminuído na região dos 
incisivos, é normal a ponta da raiz sumir 
durante movimentações 
o Idade do paciente: com a idade, ocorre redução 
da vascularização e celularidade do LP, assim, 
deve-se usar forças suaves com maior período 
de reativação em pacientes adultos, para evitar 
a necrose extensa 
o Estrutura óssea: importante avaliar a presença 
de osteoporose, pois o medicamento pode 
estimular a formação óssea e, assim, o dente 
não movimenta 
 Condições metabólicas 
o Fatores hormonais: excesso de 
 Paratormônio: aumenta número de 
osteoclastos 
 Calcitocina: inibe atividade osteoclástica 
 Hormônios do crescimento: aumenta 
aposição óssea 
 Pós-menopausa (estrogênio) 
 Lactação (prolactina) 
o Fatores nutricionais: 
 Deficiência de aminoácidos afeta síntese de 
colágeno 
 Deficiência de cálcio causa raquitismo 
(matriz óssea não calcifica) e, no adulto, 
osteomalácia ou osteoporose 
o Fatores vitamínicos: 
 Vit. A – equilíbrio entre aposição e 
reabsorção 
 Vit. C – síntese de colágeno (sustentação LP) 
 Vit. D – absorção de cálcio intestinal 
 
 Resposta ortodôntica ideal: 
 Primeiras frações de segundos: 
o Movimento contido pelo LP e fluido intersticial 
o Efeito piezoelétrico no osso 
o Aumento da compressão dos vasos sanguíneos 
à medida que a pressão no LP aumenta 
 Dos primeiros segundos até o 2º dia: 
o Resistência do fluído intersticial 
o Fluxo sanguíneo alterado no lado pressão e 
tensão 
o Resposta imediata: liberação de histamina 
o Resposta tardia: produção de citocinas, 
formação de prostaglandinas, vasobilatação e 
permeabilidade vascular 
o Lado pressão: osteoclastos 
o Ladotensão: fibroblastos e o osteoblastos 
 Após o 2º dia: 
o Osteoclastos e osteoblastos iniciam o processo 
de remodelação óssea 
o Aposição no lado de tensão das fibras 
periodontais 
o Reabsorção na face óssea comprimida pelos 
ligamentos 
 
 Tipos de movimento: 
 Inclinação: movimento simultâneo de coroa e raiz 
em sentidos opostos, onde existe grande 
amplitude de movimento coronário em relação 
ao radicular 
o Mais seguro e biológico 
o Força simples, de 50 a 75g 
 Torque: movimento simultâneo de coroa e raiz 
em sentidos opostos, onde existe grande 
amplitude do movimento radicular em relação ao 
coronário 
o Mudança no longo eixo do dente promove 
relação correta de oclusão 
 Translação: movimento simultâneo de coroa e 
raiz no mesmo sentido, movimento de corpo 
o Não altera o longo eixo do dente 
o Força de 100 a 150g 
 Rotação: movimento em que o dente gira em 
torno do seu próprio eixo, normalmente sob a 
ação de forças binárias 
o Tendência à recidiva 
o Sobrecorreção e/ou cirurgia 
o Força de 50 a 75g 
 Intrusão: movimento de difícil obtenção, 
promove reabsorção óssea em praticamente 
toda a parte interna do alvéolo dentário 
o Forças leves de 15 a 25g 
o Presença do LP e feixe vásculo-nervoso 
 Extrusão: movimento de relativamente fácil 
obtenção, ocorre no sentido da erupção dentária, 
promovendo formação óssea no interior do 
alveólo dentário 
o Força de 50 a 75g 
o Correção de mordida aberta 
o Extrusão rápida: fora do processo alveolar 
o Extrusão lenta: conjunto com o processo 
alveolar 
 Verticalização: coroa dentária está estabilizada e 
o ápice se move, inclinando 
 Efeitos colaterais da movimentação ortodôntica: 
 Dor – uso de forças pesadas, vários dias 
 Mobilidade dental – movimentação repentina 
após reabsorção à distância 
 Reações pulpares 
 Alterações na crista óssea alveolar – perda óssea 
<0,5mm 
 Reabsorções radiculares – predisposição: 
o Susceptibilidade individual 
o Fatores genéticos 
o Nutrição 
o Idade do paciente 
o Tratamento ortodôntico: 
 Risco de reabsorção prévia 
 Tipo de aparelho 
 Tipo de movimento 
 Quantidade de força 
 Força contínua x força intermitente 
 Extensão do movimento dentário 
 Duração do tratamento ortodôntico 
 Forma da raiz 
 
 
 
 
Diagnóstico e tratamento da mordida aberta anterior 
Definição: ausência de contato entre as bordas dos 
incisivos superiores e inferiores, logo, o trespasse 
vertical é negativo. 
 
Prevalência: é a má oclusão mais frequente na 
dentadura decídua e apresenta alta prevalência na 
dentadura mista (17 a 18,5%) 
 
 Tratamento: 
 É feito a partir dos 5 anos e é mais fácil na dentadura 
decídua, pois o comprometimento é basicamente 
dentário com pouco envolvimento esquelético; na 
dentadura mista já há desenvolvimento da mordida 
aberta, que passa a afetar o tecido ósseo. 
 Dentadura decídua: 
o Até os 5 anos: orientar para abandonar o hábito 
deletério até 
o Após os 5 anos: uso de grade palatina removível 
(lembrete para não interpor a língua) ou fixa 
(barreira mecânica), dependendo da 
colaboração do paciente 
o Manter a grade até se obter trespasse vertical 
de 1 a 2mm 
o Após a correção, usar placa de Hawley para 
correto posicionamento da língua 
 Dentadura mista: 
o Aumento do componente esquelético 
o Mesmo tratamento que decídua, mas mais 
demorado 
o Manter a grade até se obter trespasse vertical 
de 2 a 3mm 
o Quando ocorre simultaneamente a mordida 
cruzada posterior, a grade pode ser usada com 
arco em W, bihélice ou disjuntores 
 
 Etiologia: multifatorial e funcional 
É importante ter conhecimento da etiologia, pois não 
adianta fazer a correção morfológica e manter os 
hábitos. Aleitamento, hereditariedade, traumatismos e 
patologias podem contribuir na etiologia. 
 Fatores ambientais: 
o Sucção digital 
o Chupeta 
o Respiração bucal 
 Fatores genéticos: 
o Padrão de crescimento facial 
o Anomalias craniofaciais 
 
Chupeta e sucção digital causam desequilíbrio nos 
músculos, aumentando a ação do bucinador e 
diminuindo o desenvolvimento transversal do palato. A 
mordida aberta causada por chupeta é mais circular e 
limitada a região anterior, enquanto a do polegar vai 
causar overjet e diastemas também, pois causa 
vestibuloversão dos incisivos superiores e linguoversão 
dos inferiores. O hábito de sucção pode causar, além 
da mordida aberta anterior, atresia do arco dentário 
superior, interposição lingual, deglutição atípica, 
alteração na articulação das palavras, aprofundamento 
do palato e mordida cruzada posterior, por isso, é 
importante evitar ao máximo o uso de chupetas. 
 
A língua exerce papel secundário na etiologia, pois 
pode manter ou agravar a mordida aberta quando se 
interpõe entre os dentes. Em repouso há maior 
potencial deletério, pois mesmo com menor força, o 
períodode interposição é maior. 
 
 Classificação quanto a etiologia: 
 Dentoalveolar: não há comprometimento 
esquelético, relacionada aos hábitos, pacientes 
apresentam bom padrão de crescimento facial, 
tratamento mais fácil 
 Esquelética: não há envolvimento apenas 
dentário e alveolar, pacientes apresentam 
alguma desarmonia no crescimento facial e 
podem precisar de cirurgia ortognática 
 
 Classificação quanto ao grau de severidade: 
 Suave: distância entre as bordas de até 2mm 
 Moderada: de 2 a 4mm 
 Severa: maior que 4mm 
 
 Tríade de Graber: 
Nem sempre os hábitos deletérios vão causar a 
mordida aberta, deve-se considerar: 
 Frequência: número de vezes em 24h 
 Intensidade: força com que é realizado 
 Duração: tempo total a cada vez que faz 
 
 Respiração bucal: 
Fator etiológico importante, ocorre na presença de 
obstrução nasal, prejudicando o fluxo de ar pelas 
narinas e a criança precisa respirar pela boca. Modifica 
a postura da cabeça: lábios entreabertos, mandíbula 
deslocada para baixo e para trás, língua mais inferior e 
anterior, sem contato com o palato. Pode causar 
atresia do arco superior, mordida aberta anterior e 
mordida cruzada posterior. Na normalidade, a ponta 
da língua fica em contato com a papila incisiva e as 
bordas laterais da língua se contrapõe ao bucinador, 
com a alteração, não há força muscular interposta. 
 Obstáculos que impedem ou dificultam a 
respiração nasal: 
o Hipertrofia de cornetos 
o Desvio de septo nasal 
o Rinite alérgica 
o Hipertrofia adenoidea 
o Hipertrofia das amígdalas 
 Características de face adenoideana – Síndrome 
da Face Longa: 
o Lábios entreabertos e ressecados 
o Postura labial alterada (hipertonicidade do 
lábio inferior e hipotonicidade do superior) 
o Padrão dolicofacial 
o Palato ogival 
o Narinas pequenas 
o Olheiras e aparência de cansaço 
 
 Padrão de crescimento facial: 
 Braquifaciais: 
o Face pequena e larga 
o Presença de selamento labial passivo 
o Musculatura facial forte 
o AFAI diminuída 
o Sobremordida profunda 
o Maior espaço funcional livre 
o Menor altura dentoalveolar de M e I 
o Cefalometria: paralelismo entre os planos 
horizontais da face, ângulos diminuídos 
 Mesiofaciais: 
 Dolicofaciais: 
o Face longa e estreita 
o Ausência de selamento labial passivo 
o Musculatura facial fraca 
o AFAI aumentada 
o Mordida aberta anterior 
o Menor espaço funcional livre 
o Maior altura dentoalveolar de M e I 
o Cefalometria: divergência entre os planos 
horizontais da face, ângulos aumentados 
 
 
Diagnóstico e tratamento da mordida cruzada 
posterior 
Definição: inversão na relação V-L normal pelo 
estreitamento do arco superior ou, menos 
comumente, arco inferior com dimensões 
aumentadas; os dentes superiores posteriores ocluem 
“dentro” (por lingual) dos inferiores; má oclusão no 
sentido transversal (mordida aberta é no sentido 
vertical) 
 
Fatores causais: hábitos deletérios, ectopia de germe 
permanente, falta de espaço nos arcos (discrepância 
entre o tamanho do dente e do arco), fissuras lábio-
palatinas 
 
 Diagnóstico: 
 Gravidade: pode envolver um ou todos os dentes 
posteriores, sendo uni ou bilateral 
 Simetria: 
o Bilateral: atresia simétrica do arco dentário 
superior (um lado tem a mesma magnitude e 
estreitamento que o outro) 
o Unilateral: 
 MIH: apenas um lado cruzado 
 RC: mordida de topo bilateral, desvio da linha 
média para o lado da mordida cruzada, 
estreitamento simétrico do arco superior 
 Origem: 
o Dento-alveolar: alteração na inclinação ou 
posição V-L dos dentes posteriores em que um 
ou mais dentes irrompem em uma posição 
cruzada em relação ao antagonista 
o Esquelética: atresia óssea da maxila, maior 
gravidade, envolve vários dentes, linha média 
pode ou não estar desviada, bilateral é quase 
sempre de origem esquelética 
OBS: para diferenciar esquelética de dentária, nota-se 
que a esquelética tem uma inclinação para vestibular 
como tentativa de compensação. 
 
 Mordida cruzada unilateral funcional: 
 MIH: mandíbula desviada, dentes posteriores 
cruzados em um dos lados, linha média desviada 
para o lado cruzado 
 RC: linha média coincidente, dentes posteriores 
em topo ou não cruzados 
 Desvio devido às interferências dentárias 
 Contato prematuro do canino decíduo 
 Mordida cruzada unilateral verdadeira: 
 MIH e RC: mordida cruzada unilateral sem desvio 
da linha média 
 Muito rara 
 
 Tratamento: 
Deve ser feito a partir dos 5 anos pela maturidade 
psicológica, deve-se atuar na origem do problema, 
normalizando a atresia do arco superior 
 Expansão lenta da maxila: origem dentoalveolar 
normalizando a inclinação V-L dos superiores 
o Dentadura decídua ou mista 
o Aparelhos removíveis (placa removível com 
parafuso expansor) ou fixos (quadri-hélice, bi-
hélice, arco em W) – os parafusos devem ser 
ativados toda semana 
o Não tem efeito ortopédico, só ortodôntico 
 Expansão rápida da maxila: tratamento para a 
mordida cruzada esquelética, expansão da base 
maxilar secundária a abertura de sutura palatina 
mediana em casos de atresia esquelética da 
maxila 
o Fase de crescimento 
o Aparelhos fixos com parafuso expansor e 
disjuntores que determinam a abertura da 
sutura palatina mediana (Haas, Hyrax) 
o Minimiza o efeito ortodôntico para maximizar 
o efeito ortopédico 
o Aumenta a largura transversal com 
movimento mínimo dos dentes posteriores 
 Tratamento ortodôntico-cirúrgico: 
o Após a fase de crescimento 
o Cirurgia ortognática 
 
 Deficiência transversal da maxila: 
Estreitamento do arco dentário superior, podendo 
envolver alterações dentárias, desenvolve-se 
precocemente e não se corrige espontaneamente 
OBS: pode ou não estar acompanhada de mordida 
cruzada posterior 
 Frequência: 30% da população adulta 
 Etiologia: 
o Problemas respiratórios 
o Hábitos de sucção 
o Perdas dentárias precoces 
o Assimetrias esqueléticas 
o Genética 
o Fusão prematura de suturas 
o Patologias 
 Manifestações clínicas: 
o Formato ogival da abóbada palatina 
o Corredor bucal sem preenchimento 
o Mordida cruzada posterior 
 Avaliar componentes dentário e 
esquelético 
 Avaliar em RC: indica o tipo e dimensão 
real da mordida cruzada 
 Atresias maxilares reais ou relativas: 
observar em modelos 
 
 Expansão rápida da maxila: 
Terapia ortopédica realizada por meio de expansores 
fixos que promovem o aumento transversal da maxila 
em consequência da abertura da sutura palatina 
mediana e neoformação óssea 
 Indicações: 
o Mordida cruzada posterior esquelética 
o Mordida cruzada posterior dentária severa 
o Morduda cruzada total 
o Atresia maxilar acompanhada de atresia do arco 
dentário inferior 
o Apneia/hiponeia obstrutiva do sono em 
crianças 
 Limitações: 
o Má colaboração do paciente 
o Apenas um dente cruzado 
o Assimetria esquelética da maxila ou mandíbula 
o Reais problemas esqueléticos para os quais está 
indicada a cirurgia ortognática 
o Pacientes que apresentem acentuada 
tendência vertical de crescimento e/ou 
mordida aberta anterior 
 Época ideal: na faixa dos 10 a 15 anos, acima de 
20 observa-se um certo desconforto 
o A resistência das estruturas esqueléticas 
aumenta com a idade, devido à redução da 
atividade celular e mineralização das suturas da 
face, limitando os efeitos ortopédicos e 
acentuando os efeitos ortodônticos 
o É um procedimento viável para casos 
selecionados de atresia maxilar moderada em 
adultos 
o Em pacientes adultos deve ser usada apenas em 
casos de constrição maxilar moderada, de até 
5mm 
 Aparelhos: 
o Haas (dentomucossuportado) 
 Possibilidade de necrose do palato por má 
higienização do paciente 
o Hyrax (dentossuportado) 
o Hyrax colado com cobertura acrílica 
o Expansor tipo borboleta Sintomatologia: 
o Desconforto imediato 
o Dor fugaz e suportável durante as ativações 
o Pressão sob os dentes de ancoragem 
 Efeitos ortopédicos: 
o Abertura triangular nos planos transversal e 
frontal da sutura palatina mediana 
o Deslocamento da maxila para frente e para 
baixo 
o Ação nas suturas oblíquas do complexo 
nasomaxilar 
o Abertura das suturas de órbita (diplopia) 
o Aumento da cavidade nasal 
o Aumento da largura maxilar 
o Compressão do LP 
o Inclinação do processo alveolar 
o Vestibularização dos dentes posteriores 
o Extrusão dos dentes posteriores 
o Convergência das coroas e divergência das 
raízes dos incisivos centrais superiores 
o Abertura temporária de diastema entre os 
incisivos centrais superiores – prova clínica da 
abertura da sutura palatina mediana 
o Aumento da distância intermolar superior 
 Efeitos ortopéticos X ortodônticos: 
o Ortopédicos: maior estabilidade, menor 
recidiva 
o Ortodônticos: pouca estabilidade, excesso de 
vestibularização dentoalveolar 
 Contenção: 
o Estabilização do expansor: 3 a 6 meses 
o Utilização de placa de acrílico removível: 6 
meses de uso contínuo e 6 de uso noturno 
o Barra palatina soldada com extensão até pré-
molares: obrigatório para pacientes com 
respiração bucal 
o Melhor contenção é a sobrecorreção 
 Recidiva: 
o 10-15% da distância bizigomática durante os 3 
meses de contenção 
o Recidiva de 1/3 a ½ da expansão total 
Mantenedor e recuperador de espaço 
Os dentes decíduos são os mantenedores de espaço 
ideais, pois estimulam o desenvolvimento correto dos 
maxilares e promovem a manutenção de espaço para 
os dentes permanentes, além de estabilizar a oclusão 
dos dentes antagonistas. São barreiras fisiológicas ao 
deslocamento dos dentes antagonistas e adjacentes, 
por isso, a perda precoce ou a não erupção de um 
dente decíduo precisam de medidas preventivas e 
interceptativas para cada situação. 
 
 A perda precoce pode gerar: 
 Desvio mesial do molar permanente 
 Diminuição do arco dentário 
 Aumento da sobremordida 
 Impactações 
 Apinhamento 
 Assimetria do arco dentário 
 Sequência de erupção alternada 
 Desvio da linha média 
 
Os mantenedores de espaço são escolhidos levando 
em conta o número de dentes perdidos, localização 
destes, idade do paciente, condição dos dentes 
presentes, tipo de oclusão, cooperação e higiene do 
paciente e preferência do ortodontista. 
 
 Classificação dos mantenedores de espaço: 
 Função: 
o Funcionais 
o Não funcionais 
 Retenção: 
o Fixos 
o Semi-fixos 
o Removíveis 
 
 Mantenedores fixos: 
 Características: 
o Estabilidade 
o Fácil construção 
o Não interferem no crescimento 
o Não necessitam de colaboração do paciente 
 Tipos: 
o Banda alça: banda no molar e alça de fio 
ortodôntico para manter o espaço 
o Coroa alça 
o Mantenedor com guia de erupção 
o Arco lingual: não pode ser usado em casos de 
mordida profunda devido ao contato dos 
incisivos inferiores com o arco no lado lingual 
maxilar 
o Botão de Nance 
o Barra palatina 
o Prótese fixa – estética 
 
 
 Mantenedores semi-fixos: 
 Características: 
o Podem ser removidos para higienização e 
readaptação 
 Mantenedores removíveis: 
 Características: 
o Restabelece as superfícies oclusais 
o Necessita de cooperação do paciente 
 Tipos: 
o Placa de Hawley 
o Placa de Hawley com dentes 
o Prótese parcial com dentes de acrílico 
 
Os recuperadores de espaço são usados quando o 
ortodontista é procurado e a perda de espaço já 
ocorreu, então, usa-se dispositivos ortodônticos fixos 
ou removíveis para recuperar o espaço perdido, 
principalmente onde houve a mesialização dos 
primeiros molares permanentes. 
 
 Recuperadores de espaço: 
o Restabelecer o perímetro do arco 
o Minimizar o movimento recíproco dos dentes 
de suporte 
o Aplicar a força corretamente e nos pontos de 
apoio corretos para evitar movimentação 
indesejada 
o Evitar movimentos complexos pelo bem-estar 
do paciente 
o Remover interferências oclusais 
 Tipos: 
o Placa de Hawley com mola 
o Arco lingual inferior ativo 
o Botão de Nance ativo 
o Placa lábio-ativa 
o Fio de latão ou borracha de separação 
o Aparelho fixo parcial 
 Molas mais utilizadas: 
o Mola de Benac 
o Mola helicoidal 
 
 
Extração Seriada 
Extração de dentes decíduos e permanentes seguindo 
uma sequência lógica para conciliar as diferenças entre 
a largura dos dentes com o espaço dos maxilares, 
permitindo que os dentes assumam posições mais 
naturais durante o irrompimento e diminuindo a 
severidade das más oclusões, adequando o equilíbrio 
da musculatura peribucal. O diagnóstico deve ser feito 
no início da dentadura mista. 
 
 Vantagens: 
 Permitir movimentos dentais fisiológicos 
 Reduzir o tempo de uso de aparelhos fixos 
 Diminuir o período de contenção 
 Alinhamento natural dos dentes 
 Restabelecimento da harmonia facial 
 Alto alcance social 
 Melhora a saúde bucal 
 Simplifica a terapia ortodôntica 
 Evitar movimentos dentais exagerados 
 Reduzir o risco de cárie interproximal e doença 
periodontal causadas pelo apinhamento 
 
 Desvantagens: 
 Aumento da sobremordida e sobressalência 
 Inclinação lingual dos incisivos 
 Tecido cicatricial nos espaços das extrações 
 Diastemas 
 Alterações funcionais da língua 
 Achatamento do perfil 
 Necessidade do uso de aparelho fixo 
 Trauma psicológico 
 
 Sistema esquelético: 
 O crescimento entre 4 e 8 anos é muito sutil e 
acomete apenas a região posterior 
 Muitas vezes, o ganho de espaço não é suficiente 
para o alinhamento dentário 
 Classe I é a mais bem-sucedida na extração 
seriada, pois já existe equilíbrio entre maxila e 
mandíbula, havendo apenas desproporção 
dentária 
 
 Sistema muscular: 
 Equilíbrio muscular entre lábios, bochechas e 
língua é necessário, pois, em repouso, os 
músculos periorais influenciam no equilíbrio dos 
arcos dentais 
 O alinhamento dos incisivos, após a extração dos 
caninos decíduos, ocorre pela ação da 
musculatura peribucal 
 
 Sistema dentário: 
 Diastemas fisiológicos localizados 
o Arco tipo I de Braune: diastemas generalizados 
no arco superior e inferior 
o Arco tipo II de Braune: sem diastemas 
o Espaço primata: mesial dos caninos superiores 
e distal dos caninos inferiores 
 Relação distal dos segundos molares decíduos 
 Sequência de erupção dos dentes permanentes 
o Esfoliação precoce dos caninos ou 1M decíduos 
pode causar alteração da erupção dos 
permanentes 
o Fatores que alteram a sequência de erupção 
dos dentes permanentes: 
 Lesões periapicais e pulpotomia dos molares 
decíduos aceleram a erupção do sucessor 
 Extração do decíduo após estágio 7 de Nolla 
acelera a erupção do sucessor (estágio 8 de 
Nolla = 2/3 da raiz formada) 
 Extração do decíduo antes do estágio 7 de 
Nolla retarda a erupção do sucessor 
OBS: a velocidade normal de erupção é 1mm/mês 
 Distância intercaninos: entre 5 e 9 anos há um 
crescimento dessa distância, distalizando os 
caninos e ocupando o espaço primata 
o Dos 4 aos 14 anos: sup +5mm, inf +3mm 
 Comprimento do arco: se altera o perímetro, 
altera o comprimento do arco 
o Dos 4 aos 14 anos: maxila não se altera e 
mandíbula diminui cerca de 10% 
 Mudança no perímetro do arco: o arco 
mandibular diminui em relação ao maxilar, que 
aumenta pela vestibularização dos incisivos 
 
 Exame diagnóstico – características ideais: 
 Início da irrupção dos incisivos permanentes 
superiores e inferiores (dentição mista inicial, 
antes do segundo período transitório) 
 Presença de Classe I bilateral 
 Extrema falta de espaço 
 Esqueleto facial equilibrado 
 DM igual ou maior que 4mm em cada quadrante 
 Linhas médias coincidentes 
 Ausência de mordida aberta ou sobremordida 
OBS: TODA extração aprofunda a mordida! 
 Paciente com idade de 6 a 9 anos 
 Dentes anterioresmal posicionados, impactados 
ou com retração gengival 
 Perfil não pode ser reto ou côncavo, deve ter 
suave biprotrusão 
 Incisivos inferiores bem implantados 
 
 Indicação clínica: 
 Esfoliação precoce de um ou mais caninos 
decíduos 
 Incisivos laterais fora do alinhamento 
 Incisivos inferiores vestibularizados e com 
recessão gengival 
 Falta de espaço para os caninos permanentes 
 Irrupção ectópica dos primeiros molares 
permanentes 
 
 Contraindicações: 
 Discrepância sagital 
 Paciente com perfil reto 
 Apinhamento somente superior 
 Sobremordida profunda 
 Apinhamento suave 
 
 Fatores que contribuem para a falta de espaço: 
 Perda precoce de dentes decíduos 
 Cárie interproximal 
 Reabsorção irregular dos decíduos 
 Arco dentário atrésico 
 Discrepância no tamanho dos dentes 
 
 Técnica convencional de extração seriada: 
1. Extração dos caninos decíduos para permitir o 
alinhamento dos incisivos laterais pela 
musculatura dos lábios e da língua, prevenindo a 
migração mesial dos caninos 
a. Entre 8 e 9 anos 
2. Extração dos primeiros molares decíduos para 
acelerar a erupção dos primeiros pré-molares 
(precisam de ter de ½ a 1/3 de raiz formada) 
a. Entre 9 e 10 anos 
b. Entre estágio 7 e 8 de Nolla 
c. Pode causar distalização dos laterais e aumento 
da mordida profunda anterior 
3. Extração dos primeiros pré-molares para permitir 
que os caninos se alinhem 
a. Antes do irrompimento dos caninos 
b. Caso o canino inferior, mesmo com a extração, 
erupcione antes dos primeiros pré-molares, 
causará impactação dos prés, quando isso 
acontece, é preciso desgastar ou extrair os 
segundos molares decíduos 
c. Os primeiros prés vão erupcionar no local, serão 
extraídos e um mantenedor de espaço será 
colocado no lugar para garantir a erupção do 
segundo pré 
 
 Técnica de Tweed: 
1. Extração dos primeiros molares decíduos até 8 
anos, sem preocupação com o apinhamento 
anterior 
2. Remoção simultânea dos primeiros pré-molares 
e dos caninos decíduos, permitindo o 
desapinhamento anterior e erupção do canino 
permanente 
 Limitações: a lingualização dos incisivos vai 
aumentar a curva de Spee, os 2PM podem 
irromper com inclinação axial para mesial, pode 
proporcionar problemas periodontais muito cedo 
e pode acabar faltando espaço 
 Conduta: uso de placa de mordida de acrílico para 
prevenir a sobremordida – uso de aparelhos para 
controlar a mesialização: mantenedor de espaço 
removível e arco de contenção de Nance 
 
 
Diagnóstico e tratamento de Classe II 
Classificação de Angle para Classe II: “O corpo da 
mandíbula e sua correspondente arcada estão numa 
relação distal com a maxila por metade do diâmetro 
mesio-distal do primeiro molar inferior ou diâmetro 
total de um pré-molar” – a cúspide MV do primeiro 
molar superior oclui afrente (mesialmente) do sulco 
vestibular do primeiro molar inferior, na normalidade, 
oclui exatamente no sulco; ao contrário, o molar 
inferior oclui em posição distal ao superior 
(distoclusão) 
 
 
 Características da Classe II: 
 Divisão I: 
o Molares em relação de classe II 
o Arco superior atrésico e maior em comprimento 
o Protrusão dos incisivos superiores 
o Função anormal dos lábios 
o Subdivisão = classe II de um lado só 
o Overjet aumentando 
 
 Divisão II: 
o Molares em relação de classe II 
o Menor estreitamento do arco superior (não 
tem tanta atresia quanto a divisão I) 
o Incisivos centrais superiores inclinados para 
lingual e laterais para vestibular (diferença da I) 
o Subdivisão = classe II de um lado só 
 
 
 Frequência: alta incidência 
 Classe II = 35% de todas as más oclusões 
o Divisão I: 68,2% 
o Divisão II: 31,8% 
 
 Diagnóstico etiopatogênico das Classes II: 
 Causas hereditárias 
 Causas congênitas 
o Anquilose temporomandibular 
o Síndrome de Pierre Robin 
o Hipocondilia infecciosa, tumoral ou traumática 
 Causas funcionais: 
o Respiração bucal (principal) 
o Interposição da língua e/ou do lábio 
o Sucção de dedo 
o Hipofunção dos músculos propulsores 
o Uso do colete de Miwalkee 
 Causas dentárias: 
o Agenesias dos incisivos laterais superiores ou 
pré-molares 
o Perda prematura de dentes 
o Dentes extranumerários 
 
 Classificação cefalométrica da Classe II: 
 SNA (maxila) = aumentado 
 SNB (mandíbula) = diminuído 
 ANB (maxila x mandíbula) = aumentado 
 SNGoGn, SNGn, SNPO (padrão de crescimento) 
 1.NA e 1-NA (incisivos superiores) = aumentados 
 1.NB e 1-NB (incisivos inferiores) = diminuídos 
 
 Diagnóstico diferencial da Classe II: 
 Dentes superiores vestibularizados e/ou 
 Dentes anteriores retraídos e/ou 
 Maxila protruída e/ou 
 Mandíbula retruída 
 
 
 Quando iniciar o tratamento? 
 O patamar de crescimento é estável até os 12 
anos de idade para meninos e 10 para meninas, 
com o surto de crescimento (puberdade), é a 
melhor época para intervir na má oclusão de 
Classe II 
 Podem ser realizados tratamentos para: 
o Inibir o crescimento da maxila 
o Estimular o crescimento da mandíbula 
 Quanto maior o crescimento, mais rápido seria o 
tratamento 
 
 
 Características faciais do respirador bucal: 
 Principal causa funcional da Classe II 
 Ausência de selamento labial 
 Boca entreaberta 
 Atrofia das narinas 
 Falta de crescimento na maxila 
 Olheiras 
 Fechamento do espaço da adenoide nas vias 
aéreas superiores 
 
 Tratamento interceptativo: 
 Maxila protruída: 
o Aparelho thurow (extrabucal) 
 Mandíbula retruída: 
o Ativador mandibular: 
 Bionator 
 Bimler 
 Frankel 
 Herbst 
 
Correção da má oclusão esquelética de classe II com 
retrusão mandibular: 
 Diagnóstico: 
 Avaliação facial 
 Avaliação dentária 
 Avaliação cefalométrica 
 
 Tratamento - Ativadores mandibulares: 
 Aparelhos que alteram o arranjo dos vários 
grupos musculares que influenciam a função e 
posição da mandíbula transmitindo forças à 
dentição e osso basal 
 Indicados no tratamento da má oclusão 
esquelética de classe II com deficiência 
mandibular – só funciona enquanto está em 
crescimento 
 Atuam estimulando o aumento do comprimento 
mandibular, prevenindo e corrigindo hábitos 
deletérios 
 Aparelhos: 
o Bimler: 
 Armação metálica que permite modificação 
dentária nos 3 sentidos do espaço 
 Age como uma mola: quando a boca se fecha, 
os músculos levam a mandíbula à posição 
solicitada 
 Pouca estrutura de acrílico, mais confortável 
 Tipo A ou Standart: classe II divisão 1 
 Tipo B ou Deckbiss: classe II divisão 2 
 Tipo C ou Progênie: mordida cruzada anterior 
 Efeitos: aumento do comprimento 
mandibular e grandes compensações dento-
alveolares 
 Vantagens: confortável (pouco acrílico), 
permite movimentos de látero-protrusão, 
expansão dento-alveolar passiva 
 Desvantagens: necessita de cooperação 
(removível), quebra com facilidade, pouco 
controle vertical sobre erupção dos dentes 
 
 
o Frankel: 
 Aparelho mucosuportado que atua 
modificando o padrão postural dos músculos 
e removendo forças que possam conter o 
desenvolvimento esquelético e dental 
 Constituído por fios (arco vestibular, apoio 
canino, arco palatino, fios de conexão, 
suporte para escudo, apoio oclusal) e acrílico 
 Aparelho volumoso que afasta os tecidos 
moles e o lábio da porção inferior 
 Ação muito voltada para a musculatura 
 Indicação: RF 1 – classe II div. 1, RF 2 – classe 
II div. 2, dentadura mista ou permanence 
precoce 
 Mordida construtiva: avanço de 2 a 3mm a 
cada 4 ou 5 meses 
 Tempo de uso: 1,5 a 2 anos 
 Efeitos: movimento mandibular para frente e 
para baixo, suave restrição do crescimento 
anterior da maxila, extrusão dos molares 
inferiores e superiores, aumento AFAI (altura 
facial ântero-inferior), expansão lateral dos 
arcos, inclinações dentárias 
 Desvantagens: imprescindível colaboração do 
paciente, incomoda durante fala e deglutição 
(volumoso), difícil confecçãoe manipulação, 
dificuldade no controle dos movimentos 
dentários, pequeno controle de erupção 
vertical 
 
 
o Herbst: 
 Dispositivo de avanço mandibular fixo para 
tratamento de classe II 
 Época ideal para tratamento: dentadura mista 
(período intertransitório) 
 Mecanismo de ação: mecanismo telescópico 
com ancoragem inter-arcos para manutenção 
da mandíbula em posição continuamente 
avançada, promovendo remodelação da ATM 
 Uso de bandas nos molares superiores e 
inferiores estendendo até o canino inferior 
 Construção do aparelho: 
1. Ancoragem pesada: arco inferior – arco 
lingual modificado ou placa removível; 
arco superior – Haas ou barra palatina 
modificada 
2. Colocação dos pivôs nas bandas dos 
molares superiores e na região de caninos 
ou pré-molares inferiores 
3. Ajuste dos tubos articulares 
4. Ajuste dos pistons 
5. Ajuste dos parafusos 
 Efeitos: aumento do comprimento 
mandibular, restrição do crescimento maxilar, 
aumento na AFAI, movimento distal dos 
dentes superiores e mesial nos inferiores 
 Recidivas: condições oclusais estáveis, 
crescimento desfavorável, persistência de 
hábitos orais 
 Contenção: até estabelecimento de uma 
oclusão estável 
 Vantagens: rapidez do tratamento (por ser 
fixo, não tira nem para comer), não requer 
colaboração do paciente, trabalha 24 horas por 
dia, tempo de tratamento curto (de 6 a 8 
meses), pouca interferência na fala e estética 
 Desvantagens: não permite movimentos de 
lateralidade, desconfortável, aparelho mais 
susceptível a quebrar 
 
 
o Bionator de Balters: 
 Muito utilizado na atualidade 
 Estético e confortável 
 Não dificulta fonação e deglutição 
 Manejo clínico fácil e rápido 
 Necessita de diagnóstico correto e 
planejamento consciente 
 Promove alterações musculares, ósseas e 
dentárias 
 Afasta tecido mole e o paciente só toca na 
região anterior 
 Objetivos: 
1. Normalizar o espaço bucal funcional – 
equilíbrio entre língua, bochechas e lábios 
2. Corrigir posições dentárias e relação 
maxilo-mandibular 
3. Corrigir, manter ou proteger a integridade 
da ATM 
4. Promover selamento labial 
 Atua removendo influências ambientais de 
crescimento-retardantes e afetando o 
crescimento dentro dos limites do potencial 
genético individual 
 Efeitos: redirecionamento do crescimento 
maxilar, expansão maxilar transversal, 
estimulação do crescimento mandibular, 
irrupção passiva de dentes com abertura da 
mordida, aumento da AFAI, nivelamento da 
curva de Spee, movimentação dentária 
 Inclinação dos incisivos superiores para distal, 
dos inferiores para vestibular, extrusão dos 
dentes posteriores, inibição do crescimento 
da maxila, estímulo do crescimento da 
mandíbula e remodelação do côndilo 
 
 
 
 
o Bionator básico: 
 Indicado para má oclusão de classe II divisão 1 
com deficiência mandibular e AFAI normal ou 
diminuída 
 Época ideal de tratamento: segundo período 
transitório, tentando coincidir com a curva 
ascendente da adolescência 
 Sequência de confecção: 
1. Obtenção dos modelos 
2. Mordida construtitiva 
3. Montagem em verticulador 
4. Etapa laboratorial – alça palatina, arco 
vestibular, escudos e acrilização 
5. Acabamento com brocas 
 
 
 
 
Diagnóstico e tratamento da Classe III 
Definição: a cúspide MV do primeiro molar superior 
oclui distalmente em relação ao sulco vestibular do 
primeiro molar inferior; normalmente, está associada 
a mordida cruzada anterior e presença de diastemas – 
ao contrário, sulco mesio-vestibular do 1o. molar 
permanente inferior ocluindo mesialmente em relação 
à cúspide mésio-vestibular do 1o. molar permanente 
superior (mesioclusão); presença de trespasse 
horizontal negativo e perfil facial côncavo 
 
 
 
Como diferenciar má oclusão esquelética de dentária? 
Pedir para o paciente ocluir em RC e observar se a 
chave de molares continua a mesma de quando o 
paciente está em MIH, se sim, a alteração é 
esquelética, se não, é dentária. Pode diferenciar pela 
cefalometria também. 
 
 Classificações: 
A classe III pode ser um problema relacionado a atresia 
maxilar, displasia mandibular ou combinação dos dois 
(esquelético). Pode ser, também, apenas uma 
alteração dentária, como maxila retruída ou mandíbula 
protruída ou rotação mandibular. 
 
 Mordida cruzada esquelética classe III verdadeira 
 
 Mordida cruzada funcional pseudoclasse III 
 
 Mordida cruzada dentária classe III 
 
 Diagnóstico diferencial: 
Depende do número de dentes envolvidos, 
alinhamento dental, perfil do paciente, classe de Angle 
e RC X MIH 
 Mordida cruzada anterior dentária 
 Mordida cruzada anterior funcional 
 Mordida cruzada anterior esquelética 
Nas mordidas cruzadas, tem-se desvio funcional da 
mandíbula, ANB negativo (classe III esquelética) e 
inclinação axial dos incisivos, o que vai gerar 
inflamação gengival, reabsorção óssea, distúrbios na 
ATM, prejuízo no crescimento condilar e maxilar e 
problemas estéticos e funcionais 
 
Para o tratamento das mordidas cruzadas anteriores, 
avalia-se espaço mésio-distal, sobremordida 
suficiente, inclinação axial do dente, relação molar e 
eliminação dos fatores causadores. Para a mordida 
cruzada dentária, opta-se pelo aparelho removível com 
arco de progenia e parafuso expansor, plano inclinado, 
aparelho removível com molas, aparelhos fixos parcial 
ou total. 
 
 Tratamento da Classe III esquelética: 
 
 Máscara facial + disjuntor: 
o Elásticos presos na máscara e no aparelho 
maxilar gerando força anterior na maxila que 
induz movimentação e crescimento 
 Aparelho ortopédico funcional: 
o Pacientes classe III moderado 
o Maior efeito em mudanças dentárias, causa 
movimento mesial dos molares superiores 
enquanto mantém os inferiores em posição 
vertical e anteroposterior 
o Ativadores ortopédicos, bionator, frankel, 
bimler de Classe III 
 Mentoneira: usado em casos de excesso 
mandibular, classe III muito difícil de tratar 
o Muda a direção do crescimento mandibular 
girando o mento para baixo e para trás 
o Não restringe o crescimento mandibular, 
apenas modifica 
o Efeito secundário: inclinação lingual dos 
incisivos inferiores 
 
 Em adultos: tratamento orto-cirúrgico 
 
Cefalometria 
Mensuração de grandezas físicas, angulares e lineares 
em radiografias de cabeça. 
 
 Objetivos: 
 Apreciação do crescimento dos distintos 
componentes ósseos do crânio e da face, além da 
direção do crescimento dos maxilares 
 Diagnóstico clínico de anomalia 
 Comparação de mudanças ocasionadas durante o 
tratamento ortodôntico 
 Avaliação dos resultados obtidos mediante 
cálculos sobrepostos 
 Classificação esquelética das maloclusões 
(diferente das Classes de Angle – aqui só tem a 
relação óssea): determinar o que está protruído 
e/ou retraído em relação à base do crânio 
o Classe I: ANB entre 0 e 4 graus (norma padrão) 
o Classe II: ANB>4 
o Classe III: ANB<0 
OBS: ANB = SNA – SNB (posição da maxila – posição da 
mandíbula = relação maxilomandibular no sentido 
anteroposterior) 
 Determinar os padrões esqueléticos: 
o Mesocefálicos (na média padrão) 
o Braquicefálicos (menor que a média) 
o Dolicocefálicos (acima da média) 
 
 Indicações: 
 Auxiliar no diagnóstico 
 Registro de pré-tratamento 
 Monitorar o progresso do paciente

Continue navegando