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Clínica Médica- Epilepsias

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1 Isadora Silva 
Clínica Médica 
Epilepsias 
Temos de início diferenciar a crise convulsiva 
da epilepsia. 
 
-CRISE CONVULSIVA: é o sintoma da 
epilepsia, que pela descarga aguda, síncrona e 
de intensidade anormal de um grupo de 
neurônios, leva a manifestações clínicas de 
acordo com a área cerebral afetada, causando 
morte neuronal a cada crise. Pode também ser 
causada por outras tipos de doenças (EX. AVE 
hemorrágico). 
 Provocadas: por causa de injúria aguda 
ao cérebro- AVE, TCE, infecções, drogas, 
intoxicações, HAS. 
 Não provocadas: são aquelas 
espontâneas ou provocadas por fatores 
predisponentes- falta de sono, luzes 
piscando, jejum longo. 
 
-EPILEPSIA: é a doença propriamente dita, 
sendo um transtorno neurológico crônico 
constituído pela predisposição do indivíduo em 
apresentar crises convulsivas, sendo um termo 
usado para pacientes que apresentam 2 ou 
mais crises espontâneas em um intervalo > 24 
hrs. 
OBS: quando o intervalo entre as crises é 
<24hrs e crise com mais de 5 min, temos o 
ESTADO DE MAL EPILÉPTICO, que é 
considerado uma emergência neurológica pela 
sua gravidade, sendo que o paciente pode ter 
PCR. 
 
 
 
EPILEPSIAS 
São consideradas doenças de alta recorrência 
no Brasil, tendo aproximadamente 340 casos 
novos por ano. 
 
 FISIOPATOLOGIA: para o funcionamento 
em homeostase do nosso cérebro é 
necessário a existência de 
neurotransmissores excitatórios e 
inibitórios. Na pessoa com epilepsia, na 
ocorrência de um fator precipitante essa 
homeostase deixa de realizar seu real 
papel devido à redução de 
neurotransmissores inibitórios e/ou 
aumento de excitatórios, no qual permite 
que haja um processo de 
hiperestimulação da atividade cerebral, 
com a despolarização contínua dos 
neurônios. Os sintomas são de acordo 
com a área cerebral afetada. 
 
Geralmente as crise duram em torno de 1 min 
que é o tempo de despolarização e para que os 
neurotransmissores passem a serem 
reabsorvidos. Nesse sentido, o cérebro 
modificar a hiperestimulação passa a liberar 
peptídeos e levar o cérebro para a 
hipoestimulação, atuando no pós crise do 
paciente, no qual ele vai ficar com movimentos 
lentos e “moles”, sendo que esse estado é 
chamado de ESTADO PÓS-ICTAL. 
 
 
A CLASSIFICAÇÃO acontece através do tipo de 
crise convulsiva: 
1- Crise focal/parcial: aquela em que a 
atividade elétrica anormal ocorre a partir 
de um ponto em 1 hemisfério. 
Bom lembrar que os sintomas vão acometer 
somente um lado do corpo. 
 
2 Isadora Silva 
 
 
Nesse caso podemos ter as crises motoras 
unilaterais com a presença de: 
 Automatismos: exemplo mastigar direto, 
bater palmas, piscar os olhos 
 Atônica: perda de tônus 
 Clônica: espasmos 
 Mioclônica: espasmos rápidos 
 Tônico colônica: enrijecimento e 
espasmos 
 Tônica: enrijecimento do tônus. 
 
E ter crises não motoras: 
 Autonômicas: como por exemplo salivar 
 Cognitivo 
 Emocional 
 Sensitivo 
 
Os tipos de crises focais são: 
- SIMPLES: não há perda de consciência 
- COMPLEXAS: há perda de consciência 
-FOCAL QUE GENERALIZA: começa unilateral 
mas depois passa para o outro lado. 
 
2- Crises generalizadas: acometimento dos 
hemisférios concomitantemente, sendo 
que os sintomas se apresentam 
bilateralmente. 
Nesse caso há perda de consciência, sendo que 
a única que não tem perda de consciência é a 
crise generalizada mioclônica (onde a pessoa 
tem espasmos rápidos). 
 
 
Nesse caso há manifestações motoras 
bilaterais (menos nas de ausência): 
 Automatismos 
 Atônica 
 Tônica 
 Clônica 
 Mioclônica 
 Hipercinética 
 
E como há na grande maioria das vezes perda 
de consciência as perdas não motoras tendem 
a não acontecer. 
 
 
A ETIOLOGIA pode acontecer por: 
 Causa genética 
 Causa estrutural ou metabólica: 
meningite (infecciosas), tóxicas 
(drogas), vasculares (AVEi, AVEh), 
traumáticas e tumorais 
 Causas desconhecidas 
 
Os FATORES PRECIPITANTES são alguns 
daqueles que já foram citados que causam 
desbalanciameento de neurotransmissores e 
causam a crise: 
 Luz intensa 
 Tempo de sono 
 Hipoglicemia 
 Hiperventilação 
 Estresse 
 
3 Isadora Silva 
O DIGNÓSTICO por sua vez, é essencialmente 
clínico, mas não infere que não podemos 
realizar exames complementares. 
- Vamos realizar uma anamnese criteriosa com: 
fatores desencadeantes, tempo de crise, 
sintomas durante crise, tempo para retorno da 
normalidade pós crise. 
Vamos avaliar causas secundárias 
 Síncope 
 Arritmias cardíacas 
 Ataque isquêmico transitório 
 Auras (migrâneas) 
 Ataques de pânico 
 Distúrbios metabólicos 
 Crises psicogênicas 
Os achados do exame físico possui poucos 
achados e por isso vamos incluir perguntas 
gerais como: antecedentes gestacionais e 
parto, convulsão febril, comorbidades e 
histórico de TCE. 
 
Exames complementares: 
-Exames laboratoriais: pesquisa de glicemia, 
rastreio infeccioso, alterações hidroeletrolíticas, 
perfil toxicológico. 
-Punção de líquor: em caso de suspeita de 
meningite 
-Exame de imagem: TC e RM 
 
Já o exame padrão ouro para diagnóstico e 
análise do tipo de epilepsia é o EEG 
(eletroencefalograma), que realiza um 
mapeamento cerebral e localiza o foco 
epiléptico. No surto, o exame presenta ondas 
de grande amplitude. 
 
O TRATAMENTO acontece a fim de tratar as 
crises não provocadas, já que nas crises 
provocadas vamos ter que inicialmente tratar a 
causa primária (seja TCE, AVE, drogas, HAS). 
 
Devemos realizar o tratamento para cessar as 
crises, já que em cada uma delas há perda 
neuronal. 
 
 Não medicamentoso: tratamento dos 
fatores precipitantes- dieta e atividade 
física, controle glicêmico, higiene do 
sono, evitar tabagismo, etilismo e uso de 
drogas, orientar sobre riscos laborais. 
 Medicamentoso: vamos usar 
antiepilépticos (anticonvulsivantes): 
 
1ª geração: mais antigos, encontramos fácil e 
tem melhor custo- Fenobarbital, fenitoína, 
carbamazepina, etossuximda, valporato de 
sódio. 
2ª geração: Lamotrigina, Topiramato, 
gabapentina, egabalina, clobazam... 
3ª geração: Lacosamida 
 
Sempre vamos iniciar com monoterapia e ir até 
a dose máxima do medicamento. Se não for 
resolutivo, vamos trocá-lo ao invés de associar 
(até tentar umas 4 medicações), começando 
em dosagem baixa e indo até a máxima. A 
associação é em último caso, porque estudos 
mostraram apenas um ganho de 5% com essa 
associação medicamentosa. 
 
 Crises focais: carbamazepina (melhor), 
fenitoína, lamotrigina (coringa), 
topiramato. 
 Crises generalizadas: valproato de sódio, 
lamotrigina (coringa), etossuximida 
(crise de ausência). 
OBS: não dar carbamazepina em crises 
generalizadas, porque pode levar o paciente 
para mal epiléptico. 
 
 
 
 
4 Isadora Silva 
EPILEPSIA DE AUSÊNCIA DA INFÂNCIA 
É um tipo de epilepsia geral com manifestação 
sensorial. A criança vai parar de realizar sua 
atividade subitamente sendo que ao final da 
crise vai retornar espontaneamente, sem 
sintomas pós ictus. (Ela é a única que não tem 
função motora). 
Na maioria das vezes é desencadeada por 
hiperventilação (atividades físicas, ansiedade) e 
o médico usa de exames físicos que causem 
hiperventilação pra avaliar o quando clínico do 
paciente. 
Normalmente é aquela criança que vai mal na 
escola, porque ela perde partes dos conteúdos 
que estão sendo explicados. 
 Tratamento: etossuximida e como 
segunda opção valproato de sódio 
 
 
EPILEPSIA MIOCLÔNICA JUVENIL 
É aquela epilepsia generalizada que não tem 
perda de consciência. Se iniciam na juventude 
(13-18 anos) e são aqueles jovens 
considerados desastrados, já que esse tipo de 
convulsão causa espasmos com movimentos 
rápidos. 
Pode ser desencadeada por fotoestimulação 
(ao despertar principalmente). 
Pode causar crises tônico-colônicasgeneralizadas. 
 Tratamento: valproato de sódio e como 
segunda opção lamotrigina 
 
 
ESTADO DE MAL EPILÉTICO 
É uma crise convulsiva grave, que não cessa, 
tendo duração maior que 5 min, com 2 ou mais 
crises sem retorno da consciência. É 
considerado uma emergência neurológica 
porque pode levar o paciente a PCR. 
Tem por causas: má adesão ao tratamento, 
hiponatremia e hipoglicemia, tumores, uso de 
drogas, síndrome de abstinência em uso de 
álcool. 
 
O TRATAMENTO de início deve ser para conter 
as crises: 
 DIAZEPAM: 10 mg EV a cada 5 min, 
sendo a dose máxima 20 mg. 
 FENITOÍNA (anticonvulsivante): EV- 
15-20mg/Kg, FENOBARBITAL EV ou ÁCIDO 
VALPRÓICO. 
 SEDATIVOS: midazolan, propofol, 
pentobarbital. 
 
E depois vamos tratar a causa base da crise 
pedindo exames laboratoriais e de imagem para 
o diagnóstico.

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