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MINI-CURRICULO Prof.ª Rebeca Brito de Moraes Assistente Social, Pós-Graduada em Gestão do Sistema Único de Assistência Social - SUAS, Pós-Graduada em Administração de Recursos Humanos pela Universidade Estácio de Sá. Experiência como servidora pública trabalhando na Política de Assistência Social durante 12 anos, entre as práticas profissionais, gestou o Programa Bolsa Família, coordenou projetos sociais, executou a burocracia do Sistema Único de Assistência Social no órgão gestor como prestação de contas tanto para o Governo Federal quanto para o Governo do Estado entre outras práticas que são pertinentes à Gestão da Assistência Social. Também lecionou no Ensino Superior. Seu trabalho atual é de consultoria e assessoria, prestando serviços à ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública. “ Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar e principalmente fazer. ” (Dalai Lama) CURSO ONLINE AO VIVO AS COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS DA COORDENAÇÃO DOS CRAS E CREAS Período: 29/03/2021 à 30/03/2021 Elaboração: Profª Rebeca Brito de Moraes ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 1 AS COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS DA COORDENAÇÃO DOS CRAS E CREAS Instrutora/Professora: REBECA MORAES INTRODUÇÃO... ...PANDEMIA. 1 2 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 2 DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO Publicado em: 25/03/2020 | Edição: 58 | Seção: 1 | Página: 14 Órgão: Ministério da Cidadania/Gabinete do Ministro PORTARIA Nº 337, DE 24 DE MARÇO DE 2020 Dispõe acerca de medidas para o enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, COVID-19, no âmbito do Sistema Único de Assistência Social. Parágrafo único. Os estados, municípios e Distrito Federal deverão compatibilizar a aplicabilidade desta Portaria conforme as normativas e as condições de saúde pública local. Art. 2º A oferta dos serviços, programas e benefícios socioassistenciais no âmbito do estados, municípios e Distrito Federal deverá ser garantida àqueles que necessitarem, observando as medidas e condições que garantam a segurança e saúde dos usuários e profissionais do SUAS. Art. 3º Sem prejuízo do disposto nesta Portaria, os órgãos gestores da política de assistência social dos estados, municípios e Distrito Federal adotarão uma ou mais das medidas de prevenção, cautela e redução do risco de transmissão para preservar a oferta regular e essencial dos serviços, programas e benefícios socioassistenciais, quais sejam: 3 4 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 3 I - adoção de regime de jornada em turnos de revezamento em que se promova melhor distribuição da força de trabalho com o objetivo de evitar a concentração e a proximidade de pessoas no ambiente de trabalho; II - adoção de medidas de segurança para os profissionais do SUAS com a disponibilização de materiais de higiene e Equipamentos de Proteção Individual - EPI, recomendados pelo Ministério da Saúde, afastamento ou colocação em teletrabalho dos grupos de risco; III - observar no âmbito dos equipamentos e serviços socioassistenciais as orientações do Ministério da Saúde com relação ao cuidado e prevenção da transmissão nos termos da Cartilha do Ministério da Saúde, em especial nos Serviços de Acolhimentos, no Serviço de Proteção Social Especial para pessoas com Deficiência, idosas e suas Famílias e no Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua. 5 6 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 4 IV - flexibilizar as atividades presenciais dos usuários no âmbito dos Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e dos Centros Especializados de Assistência Social - CREAS, com vistas a reduzir a circulação de pessoas e evitar a aglomeração nos equipamentos; V - intensificar as atividades de: a) disseminação de informação aos usuários acerca do cuidado e prevenção da transmissão, conforme orientações do Ministério da Saúde; b) disseminação de informações à rede socioassistencial aos profissionais e usuários do SUAS acerca das estratégias e procedimentos que serão adotados para assegurar as ofertas essenciais; e c) acompanhamento remoto dos usuários, por meio de ligação telefônica ou aplicativos de mensagens - como WhatsApp, principalmente daqueles tidos como grupos de risco, tais como idosos, gestantes e lactantes, visando assegurar a sua proteção. VI - organizar a oferta dos serviços, programas e benefícios socioassistenciais preferencialmente por agendamento remoto, priorizando os atendimentos individualizados graves ou urgentes, evitando-se a aglomeração de pessoas nas salas de espera ou recepção das unidades; VII - realização de atendimentos individuais em ambientes amplos, arejados e constantemente limpos, atentando para a garantia de sigilo e privacidade do atendimento, ainda que se opte por realizá-los em locais abertos como varandas, quintais, tendas, etc; e VIII - suspensão temporária de eventos, encontros, cursos de formação, oficinas, entre outras atividades coletivas 7 8 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 5 VAMOS AO CONTEÚDO DO TREINAMENTO... COORDENAÇÃO DE CRAS 9 10 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 6 Coordenador do CRAS Perfil: Escolaridade mínima de nível superior, concursado, com experiência em gestão pública; domínio da legislação referente à política nacional de assistência social e direitos sociais; conhecimento dos serviços, programas, projetos e/ou benefícios socioassistenciais; experiência de coordenação de equipes, com habilidade de comunicação, de estabelecer relações e negociar conflitos; com boa capacidade de gestão, em especial para lidar com informações, planejar, monitorar e acompanhar os serviços socioassistenciais, bem como de gerenciar a rede socioassistencial local. Atribuições: • Articular, acompanhar e avaliar o processo de implantação do CRAS e a implementação dos programas, serviços, projetos de proteção social básica operacionalizadas nessa unidade; • Coordenar a execução e o monitoramento dos serviços, o registro de informações e a avaliação das ações, programas, projetos, serviços e benefícios; • Participar da elaboração, acompanhar e avaliar os fluxos e procedimentos para garantir a efetivação da referência e contrarreferência; • Coordenar a execução das ações, de forma a manter o diálogo e garantir a participação dos profissionais, bem como das famílias inseridas nos serviços ofertados pelo CRAS e pela rede prestadora de serviços no território; • Definir, com participação da equipe de profissionais, os critérios de inclusão, acompanhamento e desligamento das famílias, dos serviços ofertados no CRAS; 11 12 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 7 • Coordenar a definição, junto com a equipe de profissionais e representantes da rede socioassistencial do território, o fluxo de entrada, acompanhamento, monitoramento, avaliação e desligamento das famílias e indivíduos nos serviços de proteção social básica da rede socioassistencial referenciada ao CRAS; • Promover a articulação entre serviços, transferência de renda e benefícios socioassistenciais na área de abrangência do CRAS; • Definir, junto com a equipe técnica, os meios e as ferramentas teórico-metodológicos de trabalho social com famílias e dos serviços de convivência; • Contribuir para avaliação, a ser feita pelo gestor, da eficácia, eficiência e impactos dos programas, serviços e projetos na qualidade de vida dos usuários; • Efetuar ações de mapeamento, articulação e potencialização da rede socioassistencial no território de abrangência do CRAS e fazer a gestão local desta rede; • Efetuar ações de mapeamento e articulação das redes de apoio informais existentes no território (lideranças comunitárias, associaçõesde bairro); • Coordenar a alimentação de sistemas de informação de âmbito local e monitorar o envio regular e nos prazos, de informações sobre os serviços socioassistenciais referenciados, encaminhando-os à Secretaria Municipal (ou do DF) de Assistência Social; • Participar dos processos de articulação intersetorial no território do CRAS; • Averiguar as necessidades de capacitação da equipe de referência e informar a Secretaria de Assistência Social (do município ou do DF); 13 14 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 8 • Planejar e coordenar o processo de busca ativa no território de abrangência do CRAS, em consonância com diretrizes da Secretaria de Assistência Social (do município ou do DF); • Participar das reuniões de planejamento promovidas pela Secretaria de Assistência Social (do município ou do DF), contribuindo com sugestões estratégicas para a melhoria dos serviços a serem prestados; • Participar de reuniões sistemáticas na Secretaria Municipal, com presença de coordenadores de outro(s) CRAS (quando for o caso) e de coordenador(es) do CREAS (ou, na ausência deste, de representante da proteção especial). TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIA 15 16 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 9 Definição de trabalho social com famílias, no âmbito do PAIF: Conjunto de procedimentos efetuados a partir de pressupostos éticos, conhecimento teórico-metodológico e técnico-operativo, com a finalidade de contribuir para a convivência, reconhecimento de direitos e possibilidades de intervenção na vida social de um conjunto de pessoas, unidas por laços consanguíneos, afetivos e/ou de solidariedade – que se constitui em um espaço privilegiado e insubstituível de proteção e socialização primárias, com o objetivo de proteger seus direitos, apoiá-las no desempenho da sua função de proteção e socialização de seus membros, bem como assegurar o convívio familiar e comunitário, a partir do reconhecimento do papel do Estado na proteção às famílias e aos seus membros mais vulneráveis. Tal objetivo materializa-se a partir do desenvolvimento de ações de caráter “preventivo, protetivo e proativo”, reconhecendo as famílias e seus membros como sujeitos de direitos e tendo por foco as potencialidades e vulnerabilidades presentes no seu território de vivência. 17 18 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 10 São ações do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF: Acolhida; Oficinas com Famílias; Ações Comunitárias; Ações Particularizadas; Encaminhamentos. A “organização gerencial do trabalho social com famílias do PAIF” é uma atribuição do coordenador do CRAS. Consiste no planejamento, organização do Serviço para alcance das famílias, bem como, no monitoramento dos resultados das ações e avaliação das atividades, que deverá contar com a participação dos usuários. 19 20 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 11 Todas essas ações devem, necessariamente, estar disponíveis no PAIF, de forma a atingir os objetivos e impactos sociais esperados do Serviço, que tem por objetivo o enfrentamento de vulnerabilidades e prevenção de riscos sociais complexos e multicausais, bem como garantir as aquisições das famílias usuárias, conforme normatização da Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. Observa-se que as ações de inclusão produtiva, de reforço escolar, da área da saúde, entre outras, não compõem o PAIF e não devem ser incorporadas às suas ações. As formas de implementação das ações não são estanques ou autônomas. Ao contrário, elas são articuladas e, muitas vezes, interdependentes. Por exemplo, um evento comunitário certamente demandará a realização de palestras e/ou campanhas para o cumprimento de seu objetivo. 21 22 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 12 A acolhida é, na maioria das vezes, o processo de contato inicial de um indivíduo ou família com o PAIF - não raras vezes é o primeiro contato “qualificado” da família com o SUAS. Consiste no processo inicial de escuta das necessidades e demandas trazidas pelas famílias, bem como de oferta de informações sobre as ações do Serviço, da rede socioassistencial, em especial do CRAS e demais políticas setoriais. A acolhida constitui ação essencial do PAIF, pois é quando ocorre o início do vínculo entre o Serviço e a família. É o momento em que o profissional deve buscar compreender os múltiplos significados das demandas, vulnerabilidades e necessidades apresentadas pelas famílias, buscando também identificar seus recursos e potencialidades e como tais situações se relacionam e ganham significado no território. 23 24 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 13 Na acolhida, a história de cada família deve ser compreendida, quando houver a possibilidade, a partir da escuta do maior número possível de membros. São parte dessa história fatos, emoções ou sentimentos relatados pelos membros atendidos ou apreendidos pelos profissionais responsáveis pela acolhida. Esses relatos e percepções favorecerão a reflexão sobre a relação da família com o território, suas redes de apoio, acesso a serviços, potenciais comunitários e dos membros pertencentes a esse grupo familiar. A acolhida não é uma ação exclusiva do PAIF, mas uma ação presente em todos os serviços, programas e projetos socioassistenciais. A ressalva feita ao se conceituar a acolhida como o contato inicial das famílias “na maioria das vezes”, deve-se ao reconhecimento de que as famílias também podem ter seu contato inicial com o PAIF por meio da participação em ações comunitárias (palestras, eventos comunitários, entre outros), para os quais não é necessário passar pelo processo de acolhida. 25 26 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 14 Constitui importante momento para o estabelecimento de relações de confiança e de reconhecimento da equipe de referência do CRAS como profissionais qualificados para o atendimento da demanda familiar, permitindo a instituição do vínculo entre as famílias usuárias e o PAIF – fator indispensável para a continuidade do atendimento socioassistencial iniciado. A acolhida é uma etapa em que se deve coletar informações sobre a vida familiar e comunitária das famílias e sobre o território, sendo importante considerar não só os aspectos objetivos, concretos, tais como a situação socioeconômica vivenciada, mas também a subjetividade das famílias, suas crenças, valores, formas de comunicação e expectativas em relação ao Serviço. Estudo Social - análise tecnicamente qualificada sobre a família, determinante para explicitar a necessidade de inserção da família no atendimento ou no acompanhamento familiar. Neste momento, os profissionais responsáveis deverão, em conjunto com as famílias: enumerar as situações de vulnerabilidade social vivenciadas, buscando compreender suas origens e consequências; identificar as potencialidades e recursos que as famílias possuem; identificar/reconhecer as características e especificidades do território que influenciam e/ou determinam as situações de vulnerabilidade vivenciadas pelas famílias. O estudo social da situação familiar constitui momento de compreensão da realidade vivenciada pelas famílias, bem como de afirmação da assistência social como direito de cidadania e dever do Estado. 27 28 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 15 A acolhida é o momento de apresentação do PAIF à família ou a algum de seus membros. Também é a ocasião na qual há o conhecimento das condições de vida, vulnerabilidades e potencialidades das famílias pelos profissionais e do estabelecimento de vínculos entre o Serviço e seus usuários. Constitui, assim, ação primordial na garantia de acesso da população ao SUAS e de compreensão da assistência social como dever estatal e direito de cidadania. No processo de acolhida podem ser identificadas situações que demandam atendimento do âmbito da Proteção Social Especial. Nesses casos, é importante uma ação imediata de referenciamentoda família e/ou indivíduo ao CREAS - para atendimento pelo PAEFI, ou pela equipe da PSE do órgão gestor municipal, ou do DF, de assistência social (ou congênere), caso não haja a presença de um CREAS no município (ou CREAS regional que atenda as demanda do município). 29 30 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 16 A acolhida pode ser particularizada ou em grupo. Todavia, como afirmado anteriormente, as formas de execução de cada ação do PAIF não se esgotam no que está aqui apresentado, podendo ser adotadas outras formas, conforme as especificidades dos territórios e a abordagem metodológica adotada pela equipe de referência do CRAS. Acolhida em Grupo É o processo de acolhida realizado de modo coletivo (duas ou mais famílias). Utiliza-se como estratégia a formação de pequenos grupos de acolhida para: a) repasse de informações gerais sobre o Serviço; b) escuta das demandas gerais das famílias; c) compreensão dos impactos do território sobre tais demandas, e d) publicização e discussão de assuntos de interesse de um grande número de famílias ou da comunidade (informações sobre o Benefício de Prestação Continuada, Programa Bolsa Família, outras políticas públicas, inclusão produtiva etc.). 31 32 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 17 Essa forma de acolhida deve ser empregada de modo a organizar o processo de acolhida no Serviço, em especial quando há um grande de número de famílias envolvidas, para dinamizar e agilizar o processo de atendimento, pois ela otimiza o repasse de informações e sana dúvidas. Além disto, ressalta-se que o compartilhamento de expectativas e demandas entre as famílias contribui para não individualizar a problemática enfrentada pelas famílias daquele território e favorece a efetividade das adesões às ações do PAIF, na medida em que as famílias participantes poderão ter maior clareza do que procuram e do que lhes é oferecido. As acolhidas particularizada e em grupo se complementam. As famílias que participaram da acolhida em grupo deverão gradativamente ser acolhidas também de modo particularizado, para que tenham oportunidade de relatar aquilo que não se sentiram à vontade para expor coletivamente, bem como para que o profissional possa registrar as informações repassadas pela família de forma mais sistemática e sigilosa, no prontuário da família. Entende- se desse modo que ao longo do tempo todas as famílias atendidas pelo CRAS devem ser acolhidas de modo particularizado para um conhecimento mais aprofundado das vivências e necessidades dessas famílias. 33 34 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 18 Assim, a acolhida em grupo pode ser empregada de modo prévio à acolhida particularizada – caracterizando-se como essencial para a identificação das situações de vulnerabilidades vivenciadas, das potencialidades e dos recursos que as famílias dispõem, proporcionando conhecimento necessário e imprescindível para sua inserção no PAIF. Acolhida Particularizada É o processo de acolhida de uma família, ou algum de seus membros, de modo particularizado. É o momento no qual o profissional preenche ou atualiza o Prontuário da Família. Pode ocorrer no CRAS ou no domicílio da família. 35 36 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 19 Acolhida no CRAS – refere-se ao processo de acolhida que ocorre no espaço físico do CRAS. Para a acolhida no CRAS é preciso garantir locais adequados, configurados para assegurar o bem-estar das famílias, ao expor suas demandas e vulnerabilidades, e para resguardar o sigilo das informações, devendo ocorrer, portanto, em uma sala de atendimento. Essa atividade, geralmente, é antecedida pela recepção da família nessa Unidade da rede socioassistencial. Acolhida no Domicílio - consiste no processo de acolhida de uma família, ou de algum de seus membros, no seu próprio domicílio. Essa forma de acolhida deve ser utilizada em situações específicas, nas quais as famílias não respondem ao convite para comparecer ao CRAS ou vivenciam situações de vulnerabilidade ou risco social e não procuram o Serviço. São exemplos dessas situações: as famílias em descumprimento reiterado de condicionalidades (esse descumprimento pode significar situações de vulnerabilidade ou risco social) ou famílias com crianças, adolescentes ou jovens de até 18 anos com deficiência, beneficiários do BPC e fora da escola. 37 38 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 20 OFICINAS COM FAMÍLIAS Consistem na realização de encontros previamente organizados, com objetivos de curto prazo a serem atingidos com um conjunto de famílias, por meio de seus responsáveis ou outros representantes, sob a condução de técnicos de nível superior do CRAS. 39 40 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 21 A opção de se trabalhar com um conjunto de famílias decorre da compreensão de que as pessoas estão em contínuo processo de interação com o outro. Por isso se afirma que o ser humano é relacional, necessita do diálogo, da participação e da comunicação. Nesse sentido, as pessoas passam a concretizar a sua existência produzindo, recriando e realizando-se nas suas relações com o outro. Os membros familiares, portanto, se realizam no grupo familiar, ao passo que as famílias se percebem nos contextos comunitários e territoriais em que estão inseridas, ou ainda na interação com suas redes (que podem não estar no mesmo território). OBJETIVO DAS OFICINAS 41 42 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 22 As oficinas com famílias têm por intuito suscitar reflexão sobre um tema de interesse das famílias, sobre vulnerabilidades e riscos, ou potencialidades, identificados no território, contribuindo para o alcance de aquisições, em especial, o fortalecimento dos laços comunitários, o acesso a direitos, o protagonismo, a participação social e a prevenção a riscos. Assim, constituem objetivos das oficinas com famílias a discussão e a reflexão sobre situações vivenciadas e interesses comuns, que dizem respeito à reprodução social da família, ao fortalecimento de sua função protetiva, ao acesso a direitos e às vulnerabilidades do território, que impactam no convívio familiar e comunitário. Deste contexto, surge a necessidade de se trabalhar com o responsável pela família, pois recaem sobre esse membro, de modo mais intenso: as consequências referentes aos obstáculos à proteção aos demais membros da família, ao não acesso aos direitos, às vulnerabilidades do território entre outros. 43 44 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 23 Proporcionar o compartilhamento de experiências, o desenvolvimento das habilidades de negociação e mobilização, com vistas ao exercício do protagonismo e autonomia; Fomentar a reflexão sobre a importância e os meios de participação social, inclusive por meio do estímulo à participação nas atividades de planejamento do PAIF, bem como em espaços públicos de consulta popular e/ou deliberativos (comitês, conselhos, associações) para a garantia dos direitos e o exercício da cidadania. Esses objetivos contribuem para o desenvolvimento de projetos coletivos e o empoderamento da comunidade, assim como para a conquista do protagonismo e da autonomia de cada um dos membros das famílias do território. Uma determinada oficina não precisa abordar todos os objetivos mencionados simultaneamente. A escolha de qual objetivo(s) elencado(s) se pretende atingir depende das demandas apresentadas pelas famílias. 45 46 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 24 Orientações sobre a Composição de Oficinas com Famílias Para definir o número de componentes de uma Oficina com Famílias deve-se considerar o direito de cada qual de expressar a sua opinião, permitindo que todos se manifestem e se sintam participantes. Recomenda-se que as oficinas sejam realizadas com no mínimo 7 (sete) e no máximo 15 (quinze) participantes, de acordo com os objetivos a serem alcançados. Profissionais Responsáveis pela Condução dasOficinas com Famílias Sugere-se que as Oficinas com Famílias sejam, a partir de critérios dos técnicos de nível superior e coordenador do CRAS, conduzidas por dois técnicos de nível superior da equipe de referência do CRAS, de diferentes formações acadêmicas (assistente social e psicólogo). Tal composição é capaz de melhor compreender as vulnerabilidades sociais - fenômenos complexos e multifacetados, que exigem respostas diversificadas, alcançadas por meio do olhar interdisciplinar, qualificando a intervenção realizada. 47 48 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 25 É preciso que os profissionais, responsáveis pela condução das oficinas com famílias, desenvolvam competência técnica para trabalhar questões como: os conflitos entre os membros da oficina, o relato de experiências que fogem às expectativas das famílias ou que possam causar comoção (relatos de violação de direitos vivenciados e outros). Os profissionais devem promover discussões e dinâmicas que sensibilizem os participantes sobre a importância e o impacto do sigilo das informações, na construção da confiança mútua, e no alcance dos objetivos das oficinas com famílias. Formato das Oficinas com Famílias As oficinas podem apresentar diferentes formatos quanto à sua composição no decorrer dos encontros, destacando-se as formas: aberta e fechada. As oficinas denominadas “abertas” recebem novos integrantes a qualquer instante do processo de operacionalização da oficina, ou seja, não há uma restrição à entrada de novos integrantes – mesmo que no último encontro da oficina (caso a oficina seja operacionalizada em mais de um encontro). Já o formato fechado restringe a inserção de novos componentes após sua inicialização. A escolha entre o formato aberto ou fechado deve ser realizada pela equipe técnica responsável por sua operacionalização, a partir da temática a ser abordada, do perfil dos participantes e das dimensões (reflexão, convivência, ação) a serem enfatizadas nas oficinas 49 50 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 26 Sugestões de Temas a serem Abordados nas Oficinas com Famílias Os temas a serem abordados nas oficinas com famílias devem ser adequados à realidade do território, responder às necessidades e expectativas das famílias, possuir caráter preventivo, protetivo e proativo, contribuindo para o alcance dos objetivos do PAIF. Com o intuito de auxiliar no processo de escolha de temas a serem trabalhados nas oficinas com famílias do PAIF, seguem sugestões de temáticas, por tratarem de questões referentes aos objetivos do PAIF: Direito à transferência de renda (programa Bolsa Família e outros programas de transferência de renda) e benefícios assistenciais (BPC e Benefícios Eventuais); Direito à Documentação Civil Básica (certidão de nascimento, CPF, RG, título eleitoral); Direito à cultura, ao esporte e lazer; Direitos das crianças e adolescentes; Direito das Mulheres; Direitos das pessoas idosas; Direitos das pessoas com deficiência; Direito à alimentação e nutrição adequada; Direito ao meio ambiente saudável. 51 52 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 27 REgISTRO DAS OFICINAS COM FAMÍLIAS. AVALIAÇÃO DAS OFICINAS COM FAMÍLIAS. IMpLEMENTAÇÃO DAS OFICINAS COM FAMÍLIAS: REFLExÃO; CONVIVêNCIA; AÇÃO. 53 54 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 28 Ênfase na Reflexão Há oferta e busca de informações sobre uma ampla gama de assuntos que dizem respeito à vida familiar e comunitária. O foco é o desenvolvimento da capacidade das famílias em sistematizar e refletir sobre uma dada questão, que diz respeito à experiência vivenciada, sendo estimuladas a: conhecer seus direitos; conviver com a diversidade, reduzir preconceitos, discriminações e estigmas no âmbito familiar e comunitário; desenvolver e/ ou fortalecer redes de apoio social; compor iniciativas de participação social; identificar e fortalecer as potencialidades do território e estabelecer diretrizes para mudança; conhecer as formas de apoio do Estado para fortalecimento da função protetiva da família; identificar situações com potencial de risco social, buscando atuar na sua prevenção. Ênfase na Convivência Seu foco está no desenvolvimento: a) do sentimento de pertença e identidade; b) da capacidade de produzir consensos e de negociar conflitos de modo não violento; c) da habilidade de comunicação e interação; d) da proteção mútua entre os membros das famílias; e) de redes de apoio social, f) da capacidade de vocalizar suas necessidades e desejos; g) da participação social e h) do fortalecimento dos grupos no território que possuem objetivos em comum. É por meio da promoção de troca de experiências e vivências entre os participantes das oficinas, que se consegue trabalhar a dimensão da convivência nas Oficinas com Famílias. 55 56 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 29 Ênfase na Ação O desenvolvimento da participação social, do protagonismo e da autonomia representam objetivos a ser alcançados quando se enfatiza a “ação” em uma oficina com famílias. Tem por foco desencadear um processo de mudança para o alcance de direitos. Para tal, demanda a adoção de uma atitude investigativa pelos participantes, que possibilite compreender e problematizar obstáculos que impedem ou dificultam o acesso a direitos, procurando desenvolver processos de cooperação e solidariedade comunitárias, que desencadeiem mobilização social e o desenvolvimento de projetos comunitários. AÇÕES COMUNITÁRIAS 57 58 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 30 Palestras Consistem em exposições orais a respeito de um tema, que atendam expectativas e necessidades das famílias. Os encontros privilegiarão o repasse de informações e o esclarecimento de dúvidas, e o estímulo à troca de ideias e impressões das famílias sobre determinados temas. É necessário o emprego de técnicas criativas com a finalidade de estimular a participação e o interesse das famílias, dentre as quais: a utilização de recursos audiovisuais, apresentação de teatro ou música, contando preferencialmente com grupos da própria comunidade. Os filmes e apresentações teatrais ou musicais são excelentes instrumentos, por configurarem momento de lazer, evocando emoções, experiências vividas, apreensão de identidades e diferenças entre os participantes, auxiliando no processo de repasse e troca de informações. 59 60 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 31 Campanhas Referem-se a um conjunto de procedimentos dirigidos para a sensibilização, informação, sobre temáticas relacionadas aos direitos socioassistenciais, com o objetivo de induzir uma reflexão crítica, identificar e fortalecer os recursos de uma coletividade e prevenir a ocorrência de vulnerabilidades e/ou riscos sociais. Podem ser elementos constituintes de uma campanha: a panfletagem, colagem de cartazes, utilização de carros de som, rádios comunitárias, jornais, reuniões, mostra de filmes, apresentações artísticas, entre outros, de modo a traduzir um esforço em prol de um tema. AÇÕES pARTICULARIZADAS 61 62 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 32 Ações particularizadas referem-se ao atendimento prestado pela equipe técnica do CRAS à família – algum(ns) membro(s) ou todo o grupo familiar, após a acolhida, de modo individualizado. As ações particularizadas devem ser realizadas por indicação do técnico responsável pela acolhida da família. O técnico também pode optar por esse tipo de atendimento a pedido da família. Ação Particularizada no CRAS Refere-se ao atendimento prestado pela equipe técnica do CRAS à família de modo individualizado, seja por meio do atendimento a um núcleo familiar ou a um de seus membros, no CRAS. O espaço para a realização do atendimento individualizado deve ser acolhedor e apropriado para a garantia do sigilo das informações repassadas no decorrer do atendimento. 63 64 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 33 AçãoParticularizada Domiciliar É o processo de atendimento individualizado prestado à família em sua unidade domiciliar. Essa forma de atendimento deve ser utilizada em situações específicas, nas quais a família, em especial o responsável familiar, apresenta dificuldades em comparecer ao CRAS por vulnerabilidades diversas (como a impossibilidade temporária de locomoção devido a uma fratura na perna, entre outras). ENCAMINHAMENTOS 65 66 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 34 SERVIÇO DE CONVIVêNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS E O SERVIÇO DE pROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA NO DOMICÍLIO pARA pESSOAS COM DEFICIêNCIA E IDOSAS. O CREAS é uma unidade pública estatal, de abrangência municipal ou regional, referência para a oferta de trabalho social a famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social, por violação de direitos, que demandam intervenções especializadas no âmbito do SUAS. Sua gestão e funcionamento compreendem um conjunto de aspectos, tais como: infraestrutura e recursos humanos Compatíveis com os serviços ofertados, trabalho em rede, articulação com as demais unidades e serviços da rede socioassistencial, das demais políticas públicas e órgãos de defesa de direitos, além da organização de registros de informação e o desenvolvimento de processos de monitoramento e avaliação das ações realizadas. 67 68 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 35 Sistema Único de Assistência Social (2005) Política de Assistência Social ( PNAS - 2004) Convívio Familiar e Comunitário Seguranças Afiançadas AcolhidaRenda Desenvolvimento da Autonomia Sobrevivência a Riscos Circunstanciais Sistema Único • Compõe um conjunto articulado e integrado, entre: serviços, programas, projetos e benefícios; • Pacto federativo; • Rede pública e privada; • É um sistema nacionalizado, com mesma organização em todo o país. Serviços da PSB 1 – SERVIÇO DE PROTEÇÃO E ATENDIMENTO INTEGRAL À FAMÍLIA/PAIF Serviço ofertado no CRAS, consisti no trabalho com famílias de caráter continuado com a finalidade de fortalecer a função protetiva da família. 2 – SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS: Serviço para criança até 6 anos. Tem como foco o fortalecimento de vínculos e prevenção de ocorrência de situações de exclusão social e risco. 69 70 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 36 Para crianças e adolescentes de 06 a 15 anos Tem por foco a constituição de espaço de convivência, participação e cidadania, bem como propiciar experiência favorecedoras do desenvolvimento de sociabilidades e na prevenção de situações de risco social. Para adolescentes e Jovens de 15 a 17 anos Tem como foco o fortalecimento da convivência familiar e comunitária, contribuir para o retorno ou permanência dos adolescentes e jovens na escola, por meio de desenvolvimento de atividades que estimulem a convivência social, a participação cidadã e uma formação geral para o mundo do trabalho. Para Idosos Tem como foco o desenvolvimento de atividades que contribuam no processo de envelhecimento saudável, de sociabilidade no fortalecimento dos vínculos de atividades, convívio comunitário e prevenção de situações de risco social. 3 – SERVIÇO DE PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA NO DOMICÍLIO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E IDOSAS. O serviço contribui para promoção do acesso de pessoas com deficiência e idosa, ao serviço de convivência e fortalecimento de vínculo a toda rede socioassistencial, aos serviços de outras políticas (educação, saúde, trabalho, transporte especial) e programas especializados de habilitação e reabilitação. 71 72 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 37 PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL Considera Cidadão e a família como sujeito protagonistas da Rede de Serviços, mostrando caminhos para superação de suas dificuldades, abrindo espaços para o exercício da cidadania. PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL Destina - se a indivíduos e famílias em situação de: - Maus Tratos; - Negligência; - Abandono/Desamor - Discriminação/ Preconceito - Abuso e exploração sexual; - Trabalho Infantil - Violência domestica, intra- familiar, socioeconômica entre outros. 73 74 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 38 PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL Organiza- se em níveis de complexidade de atendimento: 01 – Média Complexidade 02- Alta Complexidade CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social Unidade pública estatal que oferta serviços de média complexidade, que requerem acompanhamento: • Especializado; • Individualizado; • Continuado; e • Articulado à rede principalmente ao Sistema de Garantia de Direito. 75 76 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 39 COORDENAÇÃO DE CREAS Perfil e principais atribuições do Coordenador do CREAS Escolaridade de nível superior de acordo com a NOB/RH/2006 e com a Resolução do CNAS nº 17/2011; • Experiência na área social, em gestão pública e coordenação de equipes; • Conhecimento da legislação referente à política de Assistência Social, direitos socioassistenciais e legislações relacionadas a segmentos específicos (crianças e adolescentes, idosos, pessoas com deficiência, mulheres etc.); • Conhecimento da rede de proteção socioassistencial, das demais políticas públicas e órgãos de defesa de direitos, do território; • Habilidade para comunicação, coordenação de equipe, mediação de conflitos, organização de informações, planejamento, monitoramento e acompanhamento de serviços. 77 78 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 40 Articular, acompanhar e avaliar o processo de implantação do CREAS e seu (s) serviço (s), quando for o caso; • Coordenar as rotinas administrativas, os processos de trabalho e os recursos humanos da Unidade; • Participar da elaboração, acompanhamento, implementação e avaliação dos fluxos e procedimentos adotados, visando garantir a efetivação das articulações necessárias; • Subsidiar e participar da elaboração dos mapeamentos da área de vigilância socioassistencial do órgão gestor de Assistência Social; • Coordenar a relação cotidiana entre CREAS e as unidades referenciadas ao CREAS no seu território de abrangência; • Coordenar o processo de articulação cotidiana com as demais unidades e serviços socioassistenciais, especialmente os CRAS e Serviços de Acolhimento, na sua área de abrangência • Coordenar o processo de articulação cotidiana com as demais políticas públicas e os órgãos de defesa de direitos, recorrendo ao apoio do órgão gestor de Assistência Social, sempre que necessário; • Definir com a equipe a dinâmica e os processos de trabalho a serem desenvolvidos na Unidade; 79 80 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 41 • Discutir com a equipe técnica a adoção de estratégias e ferramentas teórico-metodológicas que possam qualificar o trabalho; • Definir com a equipe os critérios de inclusão, acompanhamento e desligamento das famílias e indivíduos nos serviços ofertados no CREAS; • Coordenar o processo, com a equipe, unidades referenciadas e rede de articulação, quando for o caso, do fluxo de entrada, acolhida, acompanhamento, encaminhamento e desligamento das famílias e indivíduos no CREAS; • Coordenar a execução das ações, assegurando diálogo e possibilidades de participação dos profissionais e dos usuários; • Coordenar a oferta e o acompanhamento do (s) serviço (s), incluindo o monitoramento dos registros de informações e a avaliação das ações desenvolvidas; • Coordenar a alimentação dos registros de informação e monitorar o envio regular de informações sobre o CREAS e as unidades referenciadas, encaminhando-os ao órgão gestor; • Contribuir para a avaliação, por parte do órgão gestor, dos resultados obtidos pelo CREAS; • Participar das reuniões de planejamento promovidas pelo órgão gestor de Assistência Social e representar a Unidade em outros espaços, quando solicitado; • Identificar as necessidades de ampliação do RH da Unidadee/ou capacitação da equipe e informar o órgão gestor de Assistência Social; • Coordenar os encaminhamentos à rede e seu acompanhamento. 81 82 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 42 TIpIFICAÇÃO NACIONAL DOS SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL MÉDIA COMPLEXIDADE Alta Complexidade Famílias e Indivíduos em situação de: Risco, necessitando de atendimento fora de seu núcleo de origem; Abandono, sem referência familiar; Com rompimento de vínculos familiares SERVIÇO DE ACOLHIMENTO 83 84 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 43 PSEMC – SERVIÇO DE PROTEÇÃO E ATENDIMENTO ESPECIALIZADO A FAMÍLIAS E INDIVÍDUOS - PAEFI Fortalecimento da família no desempenho de sua função protetiva; Inclusão das famílias no sistema de proteção social e nos serviços públicos, conforme as necessidades; Restauração e preservação da integridade e das condições de autonomia dos usuários; Rompimento dos padrões violadores de direitos no interior da família; Reparação de danos e da incidência de violação de direitos; Prevenção da reincidência de violações de direitos. Unidade: CREAS Período de funcionamento: 5 dias e 8 horas VIOLAÇÃO DE DIREITOS Violência física, psicológica e negligência; Violência sexual: abuso e/ou exploração sexual; Afastamento do convívio familiar devido à aplicação de medida socioeducativa ou medida de proteção; Tráfico de pessoas; Situação de rua e mendicância; Abandono; Vivência de trabalho infantil; Discriminação em decorrência da orientação sexual e/ou raça/etnia; Outras formas decorrentes de discriminações/submissões a situações que provocam danos e agravos à condição de vida e impedem de usufruir da autonomia e do bem estar; Descumprimento de condicionalidades do PBF e do PETI em decorrência de violação de direitos. 85 86 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 44 Conforme a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, o Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos – PAEFI configura- se como serviço de apoio, orientação e acompanhamento a famílias com um ou mais de seus membros em situação de ameaça ou violação de direitos. Compreende atenções e orientações direcionadas para a promoção de direitos, a preservação e o fortalecimento de vínculos familiares, comunitários e sociais e para o fortalecimento da função protetiva das famílias diante do conjunto de condições que as vulnerabilizam e as submetem a situações de risco pessoal e social. O atendimento fundamenta-se no respeito à heterogeneidade, potencialidades, valores, crenças e identidades das famílias. O serviço articula-se com as atividades e atenções prestadas às famílias nos demais serviços socioassistenciais, nas diversas políticas públicas e com os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos. Deve garantir atendimento sistemático, continuado e providências necessárias para a inclusão da família e seus membros em serviços socioassistenciais e/ou em programas de transferência de renda, de forma a qualificar a intervenção e restaurar direitos. 87 88 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 45 Condições: Famílias e indivíduos que vivenciam violação de direitos. Formas: As famílias e indivíduos em situação de violação de direitos podem acessar o PAEFI por identificação e encaminhamento dos serviços de proteção e vigilância social; serviços das políticas públicas setoriais; demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos; Sistema de Segurança Pública; serviços, programas e projetos de instituições não governamentais e comunitárias, entre outros. Os usuários do PAEFI podem acessar o serviço, também, através de demanda espontânea. Nesta situação, é preciso realizar a acolhida e analisar se trata de demanda para o PAEFI. Em caso negativo, a família e/ou indivíduo deverá ser orientado e, se necessário, encaminhado ao órgão, serviço, programa ou projeto que atenda a sua demanda. No entanto, se tratar de situação em que seja necessário o acompanhamento pelo PAEFI, a equipe do serviço deverá dar início aos atendimentos. CONDIÇÕES E FORMAS DE ACESSO: Para que os encaminhamentos realizados sejam efetivos e atendam às necessidades dos usuários, é imprescindível o conhecimento do papel e da ação realizada por todos os atores da rede socioassistencial, das demais políticas públicas, dos órgãos de defesa de direitos e do sistema de justiça. Salienta-se que o PAEFI deverá realizar a acolhida, acompanhamento especializado e todos os procedimentos de atendimento, independentemente de Boletim de Ocorrência e/ou outro instrumental de caracterização da violação de direitos ou de encaminhamento. Cabe ressaltar, ainda, que não é possível a constituição de lista de espera, uma vez que as famílias e os indivíduos que procuram e/ou são encaminhados ao PAEFI estão sob ameaça e/ou vivenciando situações de violação de direitos, sendo assim devem ser atendidos e acompanhados pelo serviço de acordo com suas demandas. 89 90 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 46 Constituem-se objetivos do PAEFI: - Contribuir para o fortalecimento da família no desempenho de sua função protetiva; - Processar a inclusão das famílias no sistema de proteção social e nos serviços públicos, conforme necessidades; - Contribuir para restaurar e preservar a integridade e as condições de autonomia dos usuários; - Contribuir para romper com padrões violadores de direitos no interior da família; - Contribuir para a reparação de danos e da incidência de violação de direitos; - Prevenir a reincidência de violações de direito. É imprescindível compreender que as situações atendidas pelo PAEFI são multifacetadas e multideterminadas, portanto a concretização de seus objetivos apenas é possível a partir de articulações intra e intersetoriais. Este serviço deverá ser ofertado obrigatoriamente no CREAS. Sendo assim, este serviço não poderá ser ofertado em unidade referenciada, mediante convênio, nem mesmo em outros equipamentos públicos da política de assistência social, das demais políticas públicas e órgãos de defesa de direitos. O serviço deverá funcionar no período mínimo de cinco dias por semana, oito horas diárias, com possibilidade de operar em feriados e finais de semana, conforme necessidade dos usuários. 91 92 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 47 Constituem-se ações do PAEFI: - Entrevistas de acolhida e avaliação inicial; - Atendimento psicossocial (individual, familiar e em grupo); - Construção do Plano de Atendimento; - Orientação jurídico-social; - Elaboração de relatórios técnicos sobre o acompanhamento realizado; - Ações de mobilização e enfrentamento; - Acompanhamento dos encaminhamentos; - Visita domiciliar, quando necessário; - Entre outras. Toda ação do PAEFI deve objetivar o caráter protetivo e preventivo do serviço, visando a acolhida, (re)construção dos vínculos familiares e comunitários, a resignificação de vivências, a ruptura da violação de direitos e/ou do ciclo de violência. Sendo assim, é importante destacar que a necessidade de psicoterapia pode surgir em alguns casos acompanhados pelo PAEFI, no entanto, esse trabalho é atribuição da política de saúde e, por isso, os usuários com esta demanda devem ser encaminhados para as unidades de saúde, a exemplo da demanda por atendimento psicoterapêutico devido aos agravos no campo da saúde mental por vivência de violências, por uso abusivo de drogas ou dependência química. 93 94 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 48 Ressalta-se, ainda, que, através da Resolução CFESS Nº 569, de 25 de março de 2010, normatizou-se a vedação da realização de terapias associadas ao título e/ou ao exercício profissional do assistente social. Também NÃO é atribuição do PAEFI realizar escuta para subsidiar processos investigativos e/ou decisões de caráter judicial para responsabilização de autores de violaçãode direitos. Sendo assim, NÃO cabe à equipe de referência do PAEFI realizar investigação para apresentar relatórios, pareceres, estudos sociais com conteúdo inquisitório ou de responsabilização ao órgão e/ou instituição solicitante. As informações prestadas pelo PAEFI a outros órgãos e serviços deverão atender apenas ao que tange à proteção social dos usuários do serviço, considerando as diretrizes nacionais da política de assistência social, sem prejuízo do vínculo profissional estabelecido, resguardando, ainda, o sigilo profissional. O PAEFI deve atuar, portanto, nas questões sociais advindas da vivência de ameaça ou violação de direitos atendidas e acompanhadas no âmbito da assistência social, especificamente, da proteção social especial de média complexidade. A equipe do PAEFI NÃO deve ocupar o lugar da equipe ausente nas demais instâncias e políticas públicas (saúde, educação, equipe de outros atores do sistema de garantia de direitos), tendo em vista sua atuação na perspectiva psicossocial e/ou jurídico-social. Entretanto, poderá haver a necessidade de acompanhamento da família/indivíduo concomitantemente pelo PAEFI e outros serviços/órgãos/instituições, com isso as equipes deverão reunir-se periodicamente para assegurar uma convergência das ações, potencializando o trabalho intersetorial. 95 96 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 49 Relação do PAEFI com os Serviços de Acolhimento A relação do PAEFI com os Serviços de Acolhimento deve considerar as especificidades de cada serviço, modalidade de atendimento e as situações ou motivos que levaram ao acolhimento, sem perder de vista a proteção da pessoa acolhida e a possibilidade de manutenção e/ou reconstrução de vínculos de referência familiar e comunitária. Deste modo, o PAEFI tem papel fundamental no acompanhamento familiar especializado dos casos que envolvem situações de violação de direitos, promovendo suporte aos membros da família. Tal ação deve contribuir para a superação das situações de vulnerabilidade e risco pessoal e social que deram origem ou tencionaram o afastamento da pessoa do núcleo familiar, com vistas ao fortalecimento da função protetiva da família e a garantia do direito à convivência familiar e comunitária. Tendo em vista que as unidades residenciais e institucionais acolhem temporariamente indivíduos e famílias que sofreram algum tipo de violência, o PAEFI deve: 97 98 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 50 • ser a contrarreferência na relação com as Unidades de Alta Complexidade; • atuar de forma articulada com o Serviço de Alta Complexidade no planejamento, na definição de estratégias de ação, no estudo de caso, em reuniões periódicas para acompanhamento das situações que envolvem violações de direitos; • envolver os indivíduos e familiares que estão acolhidos, o Conselho Tutelar e outros órgãos de Defesa dos Direitos dos usuários, a equipe responsável pelo atendimento na unidade de alta complexidade, afim de estruturar o Plano de Acompanhamento Individual e/ou Familiar; • realizar o atendimento e acompanhamento dos familiares daqueles que se encontram em acolhimento e que foram afastados da convivência familiar, em decorrência da violência intrafamiliar, exploração sexual, tráfico de pessoas ou que vivenciaram outras violações de direitos; • continuar o atendimento e acompanhamento, de acordo com o Plano de Acompanhamento Individual e/ou Familiar, quando ocorrer o desligamento do serviço de acolhimento. As Orientações Técnicas – Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes (MDS, 2009), ratifica que as crianças e adolescentes acolhidos e seus familiares devem ser inseridos no PAEFI, quando o motivo do afastamento do convívio familiar envolver violência intrafamiliar (física, psicológica, sexual, negligência grave), exploração sexual ou outras situações de violação de direitos, que estejam sob o escopo de ação deste serviço. Ressalta-se, portanto, a necessidade de ações articuladas e planejadas entre as equipes envolvidas, a fim de evitar sobreposições de ações e revitimizações. 99 100 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 51 Capacidade de atendimento da equipe do PAEFI A capacidade de acompanhamento da equipe de referência nos casos de municípios em gestão inicial e básica é de 50 casos e nos municípios em gestão plena e Estados com serviços regionais é de 80 casos. Os casos referem-se tanto a famílias, como a indivíduos sem vínculos ou sem outros membros da família no serviço. A capacidade de atendimento considera o acompanhamento simultâneo, portanto uma equipe de referência deverá acompanhar até 50/80 casos simultaneamente, de acordo com o porte do município. Logo, se houver mais casos em acompanhamento do que o limite colocado, a equipe de referência deverá ser ampliada ou outro CREAS deverá ser implantado. Equipe de Referência do CREAS: O Papel do Advogado no PAEFI O advogado, assim como o assistente social e o psicólogo, compõem a equipe de referência do CREAS, portanto deverá ter as mesmas atribuições que os demais profissionais Considerando o caráter protetivo do serviço e a necessidade do estabelecimento de confiança e construção de vínculos com os usuários, as atividades do advogado no CREAS não deve ser um trabalho forense ou de interpor ações individuais no âmbito do Poder Judiciário. Embora seja importante um conhecimento desta atividade para avaliar o caso e orientar o usuário, sobre a autoridade competente e existente na rede local, a exemplo, da Vara da Infância e Juventude, Ministério Público, Defensorias, Centros de Defesa. 101 102 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 52 O advogado deve atender também o grupo familiar e manter articulações com a rede, visando o acompanhamento e orientação das ações e realizando diálogos sobre as questões jurídicas com as instituições envolvidas, quando necessário e no que tange os objetivos do serviço. Podem ser demandados a realização de atendimentos individuais, podendo proceder, por exemplo, uma avaliação inicial do caso, orientação à família e/ou às partes envolvidas, etc. Este profissional exerce, portanto, um papel de assessoramento, interlocução com os entes judiciais e de mediação quando se fizer necessário. Salienta-se, ainda, que NÃO cabe ao advogado do PAEFI realizar interdições, estas devem ser solicitadas pelo Poder Judiciário, mediante parecer médico. No entanto, se o PAEFI realiza acompanhamento especializado à família com essa demanda, deve encaminhá-la à rede socioassistencial, especificamente, à política de saúde (CAPS), para atendimento e avaliação do caso, fornecendo os esclarecimentos e orientações necessárias para atendimento da demanda e garantia de direitos. As competências específicas dos(as) Assistentes Sociais abrangem... Abordagens individuais, familiares ou grupais na perspectiva de atendimento às necessidades básicas e acesso aos direitos, bens e equipamentos públicos. Essa dimensão não deve se orientar pelo atendimento psicoterapêutico a indivíduos e famílias (próprio da Psicologia), mas sim à potencialização da orientação social com vistas à ampliação do acesso dos indivíduos e da coletividade aos direitos sociais; 103 104 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 53 Estimular estudos sistemáticos com a equipe, na perspectiva de análise conjunta da realidade e planejamento coletivo das ações, o que supõe assegurar espaços de reunião e reflexão no âmbito das equipes multiprofissionais; Contribuir para viabilizar a participação dos(as) usuários(as) no processo de elaboração e avaliação do plano de intervenção; O PAPEL DO PSICÓLOGO... Proporcionar atendimento ao demandante e suas famílias que apresentam sofrimento emocional e psíquico decorrente da violência sofrida. Propiciar uma escuta atenta, qualificada, favorecendo a empatia e oportunizando a emergência de significados ocultos ou inconscientes. 105 106 ICAP – Institutode Capacitação em Administração Pública 54 Criar um ambiente favorável ao resgate da autoestima, à reconstrução de reações afetivas, à reconstrução de significados acerca da violência, da compreensão, da vivência familiar, etc. É importante destacar que a necessidade de psicoterapia pode surgir em alguns casos. E esse trabalho é atribuição da política de saúde, uma vez que os agravos da violência sexual (por ex.) também devem ser atendidos pelo campo da saúde mental. Portanto, devem ser encaminhados para as unidades de saúde. O atendimento psicológico realizado pelo CREAS NÃO constitui um processo psicoterápico. O psicólogo deve avaliar adequadamente a demanda e indicar a psicoterapia. Assim, o caminho é priorizar o atendimento psicossocial em grupo, sendo o atendimento individual considerado apenas em casos excepcionais. 107 108 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 55 O psicólogo do CREAS NÃO deve se tornar um investigador, aquele que produz prova nas situações de violência, encaminhados pela justiça, conselho tutelar etc. Seu papel fundamental é trabalhar na reconstrução de relações e no fortalecimento das possibilidades de continuidade de um desenvolvimento saudável, apesar da violência vivida. O psicólogo do CREAS NÃO deve ocupar o lugar do psicólogo ausente nas demais instâncias (saúde,educação, equipe de outros atores do sistema de garantias). Desligamento do Usuário do Serviço: No processo de desligamento dos indivíduos e famílias acompanhadas é preciso considerar o ciclo de vida, o tipo de violência que a pessoa foi envolvida, os objetivos e diretrizes do PAEFI e, especialmente, o alcance dos resultados propostos no Plano de Atendimento Individual e/ou Familiar. Recomenda-se que o possível desligamento da pessoa e da família acompanhada seja precedido de um estudo de caso da equipe de referência e, dentro do possível, com a participação de profissionais de equipes de outras políticas públicas setoriais e outros atores do Sistema de Garantia dos Direitos que tiveram papel importante no atendimento de alguma demanda ou compartilharam o acompanhamento das pessoas envolvidas. 109 110 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 56 O desligamento do serviço poderá ter, entre outros, os seguintes parâmetros/indicadores: • a superação da situação de violação de direitos constatadas; • o fortalecimento da função de proteção do grupo familiar; • as aquisições obtidas pelos indivíduos e familiares; • o empoderamento, a autonomia e o desenvolvimento das potencialidades da família/indivíduo; • a redução significativa na possibilidade de reincidência da violação do direito e do retorno à situação de violência; • a superação dos agravos sociais provocados pela violação dos direitos. É fundamental que a família ajude a avaliar o processo de acompanhamento na sua globalidade, da acolhida inicial ao desligamento do serviço. No caso do desligamento de criança e de adolescente, em particular nas situações de aplicação de medida protetiva, é aconselhável que o Conselho Tutelar seja envolvido, participando do estudo de caso, de forma a contribuir com a tomada de decisão. Contudo, havendo qualquer impossibilidade desta participação, o Conselho Tutelar deve ser prontamente informado do processo de desligamento da criança, do adolescente e da família. Importante que no processo de desligamento a família, juntamente com o técnico de referência, assine o formulário atestando o seu desejo de ser desligado do serviço. 111 112 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 57 SERVIÇO ESPECIALIZADO EM ABORDAGEM SOCIAL Trabalho social de abordagem e busca ativa; Construção do processo de saída das ruas e de acesso à rede de serviços e benefícios socioassistenciais; Identificação das famílias e indivíduos com direitos violados, a natureza das violações, as condições em que vivem, estratégias de sobrevivência, procedências, aspirações, desejos e relações estabelecidas com as instituições; Sensibilização para divulgação do trabalho realizado, direitos e necessidades de inclusão social e estabelecimento de parcerias; Reinserção familiar e comunitária. Unidade: CREAS ou unidade específica referenciada Período de funcionamento: ininterrupto ou de acordo com as especificidades do território. PSEMC – SERVIÇO DE PROTEÇÃO SOCIAL A ADOLESCENTES EM CUMPRIMENTO DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA – LA E PSC Acompanhamento social a adolescentes durante o cumprimento de medida socioeducativa de LA e PSC; Inserção em outros serviços e programas socioassistenciais e de políticas públicas setoriais; Construção/reconstrução de projetos de vida que visem à ruptura com a prática de ato infracional; Estabelecimento de contratos com o (a) adolescente a partir das possibilidades e limites do trabalho a ser desenvolvido e normas que regulem o período de cumprimento da medida socioeducativa; Retomada da autoconfiança e da capacidade de reflexão sobre as possibilidades de construção de autonomias; Acessos e oportunidades para a ampliação do universo informacional e cultural e o desenvolvimento de habilidades e competências; Fortalecimento da convivência familiar e comunitária. Unidade: CREAS Período de funcionamento: 5 dias e 8 horas. 113 114 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 58 PSEMC – SERVIÇO DE PROTEÇÃO SOCIAL A ADOLESCENTES EM CUMPRIMENTO DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA – LA E PSC PSC: identificação dos locais para a prestação de serviços: entidades sociais, programas comunitários, hospitais, escolas e outros serviços governamentais; Prestação dos serviços: tarefas gratuitas e de interesse geral; com jornada máxima de oito horas semanais; sem prejuízo da escola ou do trabalho, no caso de adolescentes maiores de 16 anos ou na condição de aprendiz a partir dos 14 anos. Inserção do (a) adolescente em qualquer dessas alternativas deve ser compatível com suas aptidões e favorecedora de seu desenvolvimento pessoal e social. PSEMC – SERVIÇO DE PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS, IDOSOS (AS) E SUAS FAMÍLIAS Oferta de atendimento especializado a famílias com pessoas com deficiência e idosos (as) com algum grau de dependência, que tiveram suas limitações agravadas por violações de direitos: exploração da imagem, isolamento, confinamento, atitudes discriminatórias e preconceituosas no seio da família; falta de cuidados adequados por parte do cuidador, alto grau de estresse do cuidador; desvalorização da potencialidade/capacidade da pessoa; outras que agravam a dependência e comprometem o desenvolvimento da autonomia. Unidade: domicílio do usuário, centro-dia, CREAS ou unidade referenciada. Período de funcionamento: conforme necessidades e orientações técnicas combinadas com os usuários, cuidadores e familiares. 115 116 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 59 pROTEÇÃO SOCIAL ESpECIAL SERVIÇOS DE ALTA COMpLExIDADE CONFORME TIpIFICAÇÃO NACIONAL DOS SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS PSEAC – SERVIÇO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL Acolhimento em diferentes tipos de equipamento; Destinado à famílias e/ou indivíduos com vínculos familiares rompidos ou fragilizados; Garantia da privacidade, dos costumes, das tradições e às diversidades: Ciclos de vida Arranjos familiares Raça/etnia; Religião; Gênero Orientação sexual. 117 118 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 60 PSEAC – SERVIÇO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES Acolhimento provisório e excepcional para crianças e adolescentes de ambos os sexos, inclusive crianças e adolescentes com deficiência, sob medida de proteção (Art. 98 do Estatuto da Criança e do Adolescente); em situação de risco pessoal e social; cujas famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção; Grupos de crianças e adolescentes com vínculos de parentesco – irmãos, primosetc., atendidos na mesma unidade; Acolhimento realizado até que seja possível o retorno à família de origem (nuclear ou extensa) ou a colocação em família substituta. Organizado segundo princípios, diretrizes e orientações do ECA e das Orientações Técnicas para Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes. PSEAC – SERVIÇO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES - MODALIDADES Atendimento em unidade residencial onde uma pessoa ou casal trabalha como educador/cuidador residente, prestando cuidados a um grupo de até 10 crianças e/ou adolescentes; Atendimento em unidade institucional semelhante a uma residência, destinada ao atendimento de grupos de até 20 crianças e/ou adolescentes. Unidade: Casa-lar e abrigo institucional Período de funcionamento: ininterrupto 119 120 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 61 PSEAC – SERVIÇO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL PARA ADULTOS E FAMÍLIAS - MODALIDADES Acolhimento provisório com estrutura para acolher pessoas do mesmo sexo ou grupo familiar; Atendimento em unidade institucional semelhante a uma residência com o limite máximo de 50 pessoas por unidade e de 4 pessoas por quarto; Atendimento em unidade institucional de passagem para a oferta de acolhimento imediato e emergencial. Unidade: abrigo institucional e casa de passagem. Período de funcionamento: ininterrupto PSEAC – SERVIÇO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL PARA MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIAS - MODALIDADES Acolhimento provisório para mulheres, acompanhadas ou não de seus filhos; em situação de risco de morte ou ameaças em razão da violência doméstica e familiar, causadora de lesão, sofrimento físico, sexual, psicológico ou dano moral; Desenvolvido em local sigiloso, com funcionamento em regime de co- gestão; Em articulação com a rede de serviços socioassistenciais, das demais políticas públicas e do Sistema de Justiça; Oferta de atendimento jurídico e psicológico para a usuárias e seu filhos e/ou dependente, quando estiver sob sua responsabilidade. Unidade: abrigo institucional Período de funcionamento: ininterrupto. 121 122 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 62 PSEAC – SERVIÇO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL PARA JOVENS E ADULTOS COM DEFICIÊNCIA - MODALIDADES Jovens e adultos com deficiência que não dispõem de condições de autosustentabilidade, de retaguarda familiar temporária ou permanente ou que estejam em processo de desligamento de instituições de longa permanência; Desenvolvido em Residências Inclusivas inseridas na comunidade; Funcionando em locais com estrutura física adequada; Finalidade de favorecer a construção progressiva da autonomia, da inclusão social e comunitária e do desenvolvimento de capacidades adaptativas para a vida diária. Unidade: residências inclusivas Período de funcionamento: ininterrupto PSEAC – SERVIÇO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL PARA IDOSOS (AS) - MODALIDADES Acolhimento provisório e, excepcionalmente, de longa permanência quando esgotadas todas as possibilidades de auto-sustento e convívio com os familiares; Idosos (as) com 60 anos ou mais, de ambos os sexos, independentes e/ou com diversos graus de dependência; Que não dispõem de condições para permanecer com a família, com vivência de situações de violência e negligência, em situação de rua e de abandono, com vínculos familiares fragilizados ou rompidos. Idosos (as) com vínculo de parentesco ou afinidade – casais, irmãos, amigos etc. atendidos na mesma unidade; Preferencialmente, deve ser ofertado aos casais de idosos o compartilhamento do mesmo quarto. Unidade: casa-lar e abrigo institucional. Período de funcionamento: ininterrupto. 123 124 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 63 PSEAC – SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM REPÚBLICA Serviço que oferece proteção, apoio e moradia subsidiada a grupos de pessoas maiores de 18 anos em estado de abandono, situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social; com vínculos familiares rompidos ou extremamente fragilizados e sem condições de moradia e auto- sustentação; Construção e fortalecimento de vínculos comunitários, integração e participação social e desenvolvimento da autonomia das pessoas atendidas; Desenvolvido em sistema de autogestão ou co-gestão, possibilitando gradual autonomia e independência de seus moradores. PSEAC – SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM REPÚBLICA PARA JOVENS Jovens entre 18 e 21 anos após desligamento de serviços de acolhimento para crianças e adolescentes ou em outra situação que demande este serviço; Tempo de permanência limitado, podendo ser reavaliado e prorrogado em função do projeto individual formulado em conjunto com o profissional de referência; Qualificação e inserção profissional e construção de projeto de vida. Unidade: República. Período de funcionamento: ininterrupto 125 126 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 64 PSEAC – SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM REPÚBLICA PARA ADULTOS EM PROCESSO DE SAÍDA DAS RUAS Pessoas adultas com vivência de rua em fase de reinserção social, que estejam em processo de restabelecimento dos vínculos sociais e construção; Tempo de permanência limitado, podendo ser reavaliado e prorrogado em função do projeto individual formulado em conjunto com o profissional de referência; Organizadas em unidades femininas e unidades masculinas; Qualificação e inserção profissional e a construção de projeto de vida. Unidade: República. Período de funcionamento: ininterrupto PSEAC – SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM REPÚBLICA PARA IDOSOS (AS) Idosos (as) que tenham capacidade de gestão coletiva da moradia; e condições de desenvolver, de forma independente, as atividades da vida diária, mesmo que requeiram o uso de equipamentos de auto-ajuda. Unidade: República. Período de funcionamento: ininterrupto 127 128 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 65 PSEAC – SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM FAMÍLIA ACOLHEDORA Acolhimento de crianças e adolescentes, afastados da família por medida de proteção; Realizado em residência de famílias acolhedoras cadastradas; Até que seja possível o retorno à família de origem ou, na sua impossibilidade, o encaminhamento para adoção; Seleciona, capacita, cadastra e acompanha as famílias acolhedoras; Realiza o acompanhamento da criança e/ou adolescente acolhido e de sua família de origem; Organizado segundo os princípios, diretrizes e orientações do ECA e do documento “Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes”. Unidade: unidade de referência da PSE e residência da família acolhedora Período de funcionamento: ininterrupto PSEAC – SERVIÇO DE PROTEÇÃO EM SITUAÇÕES DE CALAMIDADES PÚBLICAS E DE EMERGÊNCIAS Acolhimento imediato em condições dignas e de segurança; Manutenção em alojamentos provisórios, quando necessário; Identificação das perdas e danos ocorridos; Cadastramento da população atingida; Articulação com a rede de políticas públicas e redes sociais de apoio para prover as necessidades detectadas; Inserção na rede socioassistencial e acesso a benefícios eventuais. Unidade: unidades referenciados ao órgão gestor da assistência social. Período de funcionamento: - na ocorrência das situações de emergência e de calamidades públicas; - mediante a mobilização de equipe de prontidão escalonada pelo regime de plantão; - a ser acionada em qualquer horário e dia da semana. 129 130 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 66 EQUIpE TÉCNICA DE CRAS NÃO ExECUTA pROTEÇÃO SOCIAL ESpECIAL. FAZ ENCAMINHAMENTOS pARA A pSE. EQUIpE TÉCNICA DE CRAS ExECUTA pROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA. 131 132 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 67 FLUxOgRAMA DO CRAS 133 134 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 68 FLUxOgRAMA DO CREAS 135 136 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 69 PAIF/PAEFI Instrumento técnico que tem como objetivocontribuir para a organização e qualificação do conjunto de informações necessárias ao diagnóstico, planejamento e acompanhamento do trabalho social realizado com as famílias/indivíduos. Permitirá aos profissionais dos CRAS e CREAS registrar as principais características da família e as ações realizadas com a mesma, preservando assim todo o histórico de relacionamento da família com os serviços da Unidade 137 138 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 70 ACOMPANHAMENTO E ENCAMINHAMENTO: FAMÍLIAS EM SITUAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE CONDICIONALIDADES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA; ENCAMINHAMENTO PARA O SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS; DESLIGAMENTO E ENCAMINHAMENTO PARA A PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA; ENTRE OUTROS. Diferentemente da Proteção Social Básica que tem um caráter preventivo, a PSE atua com natureza protetiva. São ações que requerem o acompanhamento familiar e individual e maior flexibilidade nas soluções. Comportam encaminhamentos efetivos e monitorados, apoios e processos que assegurem qualidade na atenção. 139 140 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 71 As atividades da Proteção Especial são diferenciadas de acordo com níveis de complexidade (média ou alta) e conforme a situação vivenciada pelo indivíduo ou família. Os serviços de PSE atuam diretamente ligados com o Sistema de Garantia de Direito, exigindo uma gestão mais complexa e compartilhada com o Poder Judiciário o Ministério Público e com outros órgãos e ações do Executivo. O NOVO DESENHO DA pOLÍTICA DE ASSISTêNCIA SOCIAL BUSCA ROMpER COM A TRADIÇÃO DE ATENDIMENTOS pONTUAIS, DISpERSOS, DESCONTÍNUOS E FRAgMENTADOS, VOLTADOS pARA SITUAÇÕES LIMITES ExTREMAS, ASSUMINDO UMA DIMENSÃO pREVENTIVA, EM NÍVEL DE ATENÇÃO BÁSICA, ALÉM DAQUELA DIRIgIDA pARA SITUAÇÕES DE MÉDIA E ALTA COMpLExIDADE, QUANDO O RISCO OU VIOLAÇÃO DE DIREITOS JÁ OCORREU. HÁ, ENTRE SEUS pRINCÍpIOS ESTRUTURADORES, A MATRICIALIDADE SOCIOFAMILIAR COMO ANTÍDOTO à FRAgMENTAÇÃO DOS ATENDIMENTOS, COMO SUJEITO à pROTEÇÃO DE UMA REDE DE SERVIÇOS DE SUpORTE à FAMÍLIA. NOVOS DESAFIOS... 141 142 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 72 Mioto (2004a; 2006) sintetiza o trabalho social com família baseado em: a) Concepções estereotipadas de famílias e papéis familiares, centrados na noção de família padrão e as demais como “desestruturadas”, com expectativas das clássicas funções alicerçadas nos papéis atribuídos por sexo e lugar nos espaços público e privado; b) Prevalência de propostas residuais, dirigindo-se a determinados problemas, segmentados e fragmentados da totalidade social, tomados como “desviantes”, “patológicos” e sujeitos ao trabalho psicossocial individualizante e terapêutico, para cujo diagnóstico e solução envolve- se a família, responsabilizada pelo fracasso na socialização, educação e cuidados de seus membros; c) Focalização nas famílias em situação-limite, em especial nas “mais derrotadas”, “incapazes”, “fracassadas”, e não em situações cotidianas da vida familiar, com ações preventivas e na oferta de serviços que deem sustentabilidade às famílias. O papel do CREAS no SUAS define suas competências que, de modo geral, compreendem: • ofertar e referenciar serviços especializados de caráter continuado para famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social, por violação de direitos, conforme dispõe a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais; • a gestão dos processos de trabalho na Unidade, incluindo a coordenação técnica e administrativa da equipe, o planejamento, monitoramento e avaliação das ações, a organização e execução direta do trabalho social no âmbito dos serviços ofertados, o relacionamento cotidiano com a rede e o registro de informações, sem prejuízo das competências do órgão gestor de assistência social em relação à Unidade. 143 144 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 73 Nessa direção, a oferta de serviços especializados pelo CREAS deve orientar-se pela garantia das seguranças socioassistenciais, conforme previsto na PNAS e na Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais: Segurança de Acolhida: para sua garantia, o CREAS deve dispor de infraestrutura física adequada e equipe com capacidade técnica para a recepção e escuta profissional qualificada, orientada pela ética e sigilo e pela postura de respeito à dignidade, diversidade e não discriminação. A acolhida pressupõe conhecer cada família e indivíduo em sua singularidade, demandas e potencialidades e proporcionar informações relativas ao trabalho social e a direitos que possam acessar, assegurando-lhes ambiência favorecedora da expressão e do diálogo. Finalmente, a oferta de serviços pelo CREAS deve ter consonância com as situações identificadas no território, para que as famílias e indivíduos possam encontrar a acolhida necessária às suas demandas. 145 146 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 74 Segurança de Convívio ou Vivência Familiar: sua materialização, no CREAS, requer a oferta de serviços de forma continuada, direcionados ao fortalecimento, resgate ou construção de vínculos familiares, comunitários e sociais. Deve, ainda, contribuir para a prospecção dos sujeitos na elaboração de projetos individuais e coletivos de vida, com a perspectiva de possibilitar a vivência de novas possibilidades de interação familiares e comunitárias, bem como a participação social, o que implica, necessariamente, em propiciar acesso à rede. Segurança de Sobrevivência ou de Rendimento e de Autonomia: a atenção ofertada no CREAS deve nortear- se pelo respeito à autonomia das famílias e indiví- duos, tendo em vista o empoderamento e o desenvolvimento de capacidades e potencialidades para o enfrentamento e superação de condições adversas oriundas das situações vivenciadas. Nessa direção, o acompanhamento especializado ofertado no CREAS deve contribuir para o alcance de maior grau de independência familiar e pessoal e qualidade nos laços sociais, devendo, para tanto, primar pela integração entre o acesso a serviços, benefícios e programas de transferência de renda. 147 148 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 75 FRENTE AO ExpOSTO, E CONSIDERANDO O pApEL DO CREAS E COMpETêNCIAS DECORRENTES, DESTACA-SE QUE A ESTE NÃO CABE: • Ocupar lacunas provenientes da ausência de atendimentos que devem ser ofertados na rede pelas outras políticas públicas e/ou órgãos de defesa de direito; • Ter seu papel institucional confundido com o de outras políticas ou órgãos, e por conseguinte, as funções de sua equipe com as de equipes interprofissionais de outros atores da rede, como, por exemplo, da segurança pública (Delegacias Especializadas, unidades do sistema prisional, etc), órgãos de defesa e responsabilização (Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública e Conselho Tutelar) ou de outras políticas (saúde mental, etc.); • Assumir a atribuição de investigação para a responsabilização dos autores de violência, tendo em vista que seu papel institucional é definido pelo papel e escopo de competências do SUAS. 149 150 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração Pública 76 Eixos norteadores do trabalho social no CREAS Considerando os princípios e as diretrizes da PNAS e conceitos e parâmetros do SUAS, alguns eixos devem nortear a organização e o desenvolvimento do trabalho social nos serviços do CREAS. Além do desenvolvimento das atividades no âmbito dos Serviços ofertados, tais eixos devem consubstanciar, ainda, o processo de implantação, organização e funcionamento da Unidade. Estes eixos – atenção especializada e qualificação do atendimento; território e localização; acesso a direitos socioassistenciais; centralidade na família; mobilização e participação social; e trabalho em rede – devem nortear, ainda, a concepção compartilhada pela equipe na atuação profissional para o desenvolvimento do trabalho social. 151 152 ICAP – Instituto de Capacitação em Administração
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