Buscar

QUESTÕES DIREITO DE FAMÍLIA - CASAMENTO - REGIME DE BENS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

OUTRAS - CASAMENTO/REGIME DE BENS 
1. Flávio e Fernanda se casaram pelo regime da comunhão parcial de bens. Antes 
do casamento, Flávio não tinha qualquer bem, enquanto Fernanda tinha um 
apartamento. Durante a constância do casamento, Fernanda vendeu o apartamento e, 
com o fruto da venda, adquiriu uma casa, constando a sub-rogação do bem na escritura 
pública. Além disso, Flávio adquiriu em seu nome e sem a participação econômica de 
sua esposa, um prédio comercial. Ainda durante o casamento, Flávio recebeu uma 
chácara de herança de seu genitor. Por fim, Fernanda recebeu a doação de uma 
motocicleta. Com o fim do casamento, quais bens integram a meação do casal? 
Apenas o prédio comercial (art. 1.659, CC). 
 
2. Marcos é casado sob regime de comunhão parcial de bens com Amália. Em 
virtude de desavenças no relacionamento, o casal acabou se distanciando. Com o 
iminente fim da relação conjugal, Amália descobriu que Marcos estava prestes a 
realizar a doação de um automóvel adquirido onerosamente por ambos na constância do 
casamento. Tendo justo motivo para discordar da doação, Amália procurou seu 
advogado e ingressou com pedido de tutela cautelar antecedente, com o objetivo de 
evitar a realização do negócio. A tutela cautelar foi concedida em 12/04/2019, porém, em 
razão da desídia da autora, não foi efetivada. Nos mesmos autos, foi formulado o pedido 
principal em 19/06/2019, requerendo que fosse declarada a impossibilidade da doação. 
Tendo em vista o caso exposto, responda aos itens a seguir. 
Caso a doação venha a ser efetivada, ela é válida? 
 
Não. De acordo com o artigo 1658 do CC, no regime de comunhão parcial, comunicam-se os 
bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos 
seguintes. Nesse caso, por não se enquadrar em nenhuma das hipóteses de exceções do artigo 
1659 ele não pode doar sem a autorização de Amália, conforme os termos do artigo 1649 e 
1648, inciso IV. Nesse caso, se for realizada a doação, o cônjuge lesado terá até 02 anos 
depois de terminada a sociedade conjugal para anular a doação. 
Se a doação acontecer e for anulada e um terceiro a esta relação for lesado tem direito à 
perdas e danos por meio de ação de retorno contra aquele que realizou a doação que não 
poderia ter feito. 
Caso a doação seja feita a um filho do casal ela será válida mesmo que não tenha autorização 
do cônjuge pois nesse caso a doutrina e a jurisprudência presume que isto foi feito como um 
ato de benevolência a ajudar um filho que vai estabelecer economia ́própria por exemplo. 
Nesse caso, o casal estaria ajudando o filho a se estabilizar cumprindo com seu dever de 
assistência aos filhos. 
 
3. Mariana Silva, atualmente com 35 anos de idade, e Alfredo Albuquerque, 
atualmente com 40 anos de idade, casaram-se em 02/10/2008 pelo regime da comunhão 
parcial de bens, passando ele a se chamar Alfredo Albuquerque Silva. Desta união 
nasceram Amir, em 24/01/2010, e Geny, em 15/03/2012. Ambos os cônjuges são 
bacharéis em psicologia. Ela, atualmente, é servidora pública concursada em Minas 
Gerais. Ele encontra-se desempregado há mais de dois anos. Após uma discussão, em 01 
de maio de 2017, nunca mais conversaram e estão separados de fato, morando, inclusive, 
em casas separadas: Mariana e os dois filhos permaneceram no local e, Alfredo, na casa 
de familiares. Mariana, desde 12 de junho de 2018, passou a manter uma relação estável 
com Sofia, solteira, e não mais tem permitido o contato dos filhos com o pai. Antes do 
casamento, apenas Alfredo era proprietário de um único bem: um apartamento situado 
em Patos de Minas, MG, que, em 2011, foi dado à Construtora Paris, como entrada, 
equivalente a 30% do valor total do imóvel, de uma casa adquirida pelo casal em Belo 
Horizonte. O restante do valor foi financiado junto ao Banco Novo. Em 01 de julho de 
2018, Mariana adquiriu um novo veículo com dinheiro que recebeu de uma ação que 
cobrava diferenças salariais, ajuizada em 2010 e transitada em julgado em 2016. Uma 
vez que existe o interesse do casal em se divorciar, discorra, detalhadamente, sobre os 
direitos das partes em relação à partilha dos bens, à luz da lei, doutrina e 
jurisprudência. 
 
O apartamento de Alfredo situado em Patos de Minas foi adquirido antes da constância do 
casamento, sendo apenas bem particular de Alfredo ele não vai integrar a meação nos termos 
do artigo 1659 inciso 1º do CC. Supondo que o apartamento de BH tenha sido quitado devido 
à realização de financiamento junto ao banco, 30% de seu valor pertence apenas a Alfredo e 
os demais 70% serão meados entre o casal. 
Com relação ao veículo adquirido com o dinheiro advindo de ação trabalhista que transitou 
em julgado na constância do casamento em tese de acordo com o inciso VI do artigo 1659 do 
CC, esse bem não entraria na meação por tratar-se de provento pessoal de trabalho . 
No entanto, o STJ possui posicionamento de que as verbas trabalhistas e o FGTS se 
comunicam na meação porque é proveniente da constância do casamento. 
 
4. ANA e BERNARDO celebraram, por meio de escritura pública, pacto 
antenupcial, optando pelo regime da comunhão universal de bens e, ainda, 
convencionando as seguintes cláusulas: 
(A) exclusão do patrimônio comum de uma pequena casa de propriedade de ANA, que, após 
o casamento, continuaria pertencendo ao cônjuge mulher. 
(B) que, devido às constantes viagens de BERNARDO, o pátrio poder sobre eventual prole 
comum seria exercido apenas por ANA. 
Pergunta-se: Esse pacto antenupcial é válido? Justifique, mencionando o(s) dispositivo(s) 
legal(is) pertinente(s). 
 
Parcialmente válido. A segunda cláusula contraria o disposto no CC acerca do exercício do 
poder familiar. Segundo o artigo 1565 homens e mulheres assumem mutuamente a condição 
de responsáveis pela família. Além disso, o artigo 1634 Caput aborda que compete a ambos 
os pais o pleno exercício do poder familiar. Dessa forma, apesar dos cônjuges poderem 
discorrer livremente no pacto antenupcial sobre os acordos de bens e outras questões relativas 
à administração da vida conjugal, o pátrio poder pertence a ambos. Além das disposições do 
código ele também é estabelecido pela CF em seu artigo 226 § 5º. 
 
5. Qual a consequência de casamento realizado com infringência a impedimento? O 
casamento de menor de 16 anos é sempre anulável? 
 
O casamento realizado com infringência a impedimento é nulo de modo que não possui 
eficácia nos termos do artigo 1548 inciso II. Em relação ao casamento do menor de 16 anos, 
ou seja de quem ainda não possui idade dúbia para se casar, a lei 13.811/2019 deu nova 
redação ao artigo 1520 do CC e passou a estabelecer que não será permitido em qualquer caso 
o casamento do menor de 16 anos. Nesse caso a nova redação criou uma verdadeira hipótese 
de impedimento de forma que nesse caso o casamento será NULO e não anulável na medida 
em que está violando a proibição legal nos termos do artigo 166 do CC. Com isso, legitima-se 
o Promotor de Justiça ajuizar ações de nulidade na hipótese de um indevido matrimônio com 
menor de 16 anos. Destaca-se que nesse caso o menor de 16 anos não expressa consentimento 
de forma que seu casamento afeta o plano da eficácia, vez que não está presente o requisito 
essencial de manifestação da vontade. Assim, se não tem consentimento o ato é inexistente, 
por isso, nulo. 
 
Entretanto, cabe o destaque que sendo maior de 14 anos e menor de 16 e se porventura 
sobrevier o casamento, e se do casamento resultar gravidez, ele não será anulado para não 
prejudicar a prole. 
 
6. Jane e Carlos constituíram uma união estável em julho de 2003 e não celebraram 
contrato para regular as relações patrimoniais decorrentes da aludida entidade familiar. 
Em março de 2005, Jane recebeu R$ 100.000,00 (cem mil reais) a título de doação de seu 
tio Túlio. Com os R$ 100.000,00 (cem mil reais), Jane adquiriu em maio de 2005 umimóvel na Barra da Tijuca. Em 2010, Jane e Carlos se separaram. Carlos procura um 
advogado, indagando se tem direito a partilhar o imóvel adquirido por Jane na Barra da 
Tijuca em maio de 2005. Dê um parecer para Carlos. 
 
Art 1725 do CC “Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, 
aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens”. 
Jane comprou o imóvel da Barra da Tijuca com uma quantia advinda do seu tio, configurando 
uma hipótese de sub-rogação como presente no artigo 1659 inciso I “Art. 1.659. Excluem-se 
da comunhão: I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na 
constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar. 
Dessa forma, como a casa foi comprada pelo dinheiro doado pelo tio de Jane, como não existe 
nenhuma menção a cláusula de comunicabilidade no contrato de doação feito pelo seu tio, 
esse bem não será objeto de meação. 
 
7. Juliana é sócia de uma sociedade empresária que produz bens que exigem alto 
investimento, por meio de financiamento significativo. Casada com Mário pelo regime 
da comunhão universal de bens, desde 1998, e sem filhos, decide o casal alterar o regime 
de casamento para o de separação de bens, sem prejudicar direitos de terceiros, e com a 
intenção de evitar a colocação do patrimônio já adquirido em risco. 
Como o casal poderia realizar a alteração do regime de bens? 
 
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus 
bens, o que lhes aprouver. 
§2º É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido 
motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os 
direitos de terceiros. 
Pelo princípio da autonomia da vontade e pela variedade de regimes a disposição os cônjuges 
podem inclusive com efeito ex tunc a celebração do casamento de acordo com jurisprudência 
do STJ eles podem alterar o regime de bens. 
 
8. Roberto e Ana casaram-se, em 2005, pelo regime da comunhão parcial de bens. 
Em 2008, Roberto ganhou na loteria e, com os recursos auferidos, adquiriu um 
imóvel no Recreio dos Bandeirantes. Em 2014, Roberto foi agraciado com uma 
casa em Santa Teresa, fruto da herança de sua tia. Em 2015, Roberto e Ana se 
separaram. 
Tendo em vista o regime de bens do casamento, assinale a afirmativa correta. 
● a) Os imóveis situados no Recreio dos Bandeirantes e em Santa Teresa são bens 
comuns e, por isso, deverão ser partilhados em virtude da separação do casal. 
● b) Apenas o imóvel situado no Recreio dos Bandeirantes deve ser partilhado, 
sendo o imóvel situado em Santa Teresa bem particular de Roberto. 
● c) Apenas o imóvel situado em Santa Teresa deve ser partilhado, sendo o imóvel 
situado no Recreio dos Bandeirantes excluído da comunhão, por ter sido adquirido 
com o produto de bem advindo de fato eventual. 
● d) Nenhum dos dois imóveis deverá ser partilhado, tendo em vista que ambos são 
bens particulares de Roberto. 
 
9. Maria procura você alegando ser companheira de João desde maio de 2020, 
inclusive residindo com ele. Pretende dissolver a relação e quer saber que direitos teria 
se isso ocorresse. Você, atento ao art. 3º, §3º, do CPC, sugere uma conversa com João. 
Maria autoriza o contato. Você, então, telefona para João e ele afirma que nunca foi 
companheiro de Maria, mas apenas namorado. Para demonstrar o que alega, João te 
envia uma escritura pública de um contrato de namoro firmado por eles em maio de 
2020. Qual a sua avaliação jurídica dessa situação? 
 
Primeiramente, o contrato de namoro não é uma forma típica de contrato, apenas o que existe 
é o contrato de união estável. Dessa forma, esse contrato de namoro para todos os fins não 
tem forte validade devendo ser apurada a situação fática/jurídica do casal. Caso fosse provado 
que eles eram socialmente conhecidos como um casal num relacionamento duradouro 
contínuo e com objetivo de constituição de família, artigo 1723 CC, nesse caso a Maria teria 
os direitos relativos a União Estável como o regime da comunhão parcial de bens. 
 
 
10. Abu e Samira são sírios e se casaram em 2020 no Marrocos. Em 2021, passaram a 
residir permanentemente no Brasil. Esse casamento de estrangeiros realizado no 
exterior possui validade no Brasil? 
 
Se o país for signatário do código Bustamante não é necessária a validação no território 
brasileiro por este já possuir validade, desde que as leis não conflituam. Nos demais casos ele 
pode ser validado através de um procedimento, comparecendo ambos à autoridade consular e 
solicitando a legalização do documento no consulado. Após esse procedimento, deve ocorrer 
a transcrição do documento no cartório de registro civil. 
 
11. Carla tem 72 anos de idade e pretende se casar com Paulo, de 27. Quais regimes 
de bens podem escolher? Os aquestos se comunicarão sempre ou nunca? Se houver 
possibilidade de comunicação compulsória de aquestos, Carla te pede para afastá-la; é 
possível? 
 
Estabelece o art. 1.641 do Código Civil que, dependendo da conjuntura específica, deverá ser 
obrigatório o regime da separação de bens no casamento. O inciso II estabelece a 
obrigatoriedade de tal regime quando um dos cônjuges for maior de 70 (setenta) anos, como é 
o caso. Dessa forma, o casal explicitado não poderia escolher o regime. Somado a isso, 
avaliando a pretensão de Paulo, deverá se estipular por pacto antenupcial o regime da 
separação de bens, incluindo aqueles adquiridos na constância do casamento. Dessa forma, 
afasta-se a incidência da Súmula 377 do STF e atende-se ao preceituado pelo Enunciado 634 
da VIII Jornada de Direito Civil, o qual demonstra a forma de se efetivar a separação de bens. 
 
OBS: O esforço comum segundo o STJ tem que ser comprovado ou seja não pode ser 
presumido. 
 
Súmula 377 STF. No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na 
constância do casamento. 
 
 
12. Sofia reside com Pedro como se fossem marido e mulher desde 2017, morando 
juntos em Vila Velha, apresentando-se assim perante a comunidade onde vivem; além 
disso, tratam-se mutuamente como marido e mulher. Quando se conheceram, Pedro 
afirmou que era separado de fato de sua esposa (Mariana), que residia em São Mateus, 
tendo inclusive apresentado para Sofia uma cópia da petição inicial da ação de divórcio, 
mas, segundo ele, o processo ainda não havia chegado ao fim pela demora natural do 
Judiciário. Durante o relacionamento, Pedro adquiriu um apartamento em Vila Velha, 
com seu salário. Em janeiro de 2022, Pedro falece em um acidente. No funeral, Sofia e 
Mariana se encontram pela primeira vez e fica constatado que Pedro morreu na posse 
do estado de casado, haja vista nunca ter se separado de fato e nem judicialmente, pois 
desistira daquela ação de divórcio antes da sentença. Sofia tem algum direito? 
Caso de união estável putativa pois Sofia agiu de boa fé, apesar de figurar como uma das 
causas de impedimento. Assim a situação de fato irá produzir todos os efeitos da união estável 
tanto para ela quanto para possíveis herdeiros, sendo aplicado o disposto no artigo 1561. 
 
13. Paulo tem 72 anos e planeja se casar com Maria, de 30 anos. Podem escolher o 
regime de bens? Se não puderem, Paulo gostaria de afastar a possibilidade de seu 
patrimônio se comunicar com o de Maria. Qual o seu parecer? 
Estabelece o art. 1.641 do Código Civil que, dependendo da conjuntura específica, deverá ser 
obrigatório o regime da separação de bens no casamento. O inciso II estabelece a 
obrigatoriedade de tal regime quando um dos cônjuges for maior de 70 (setenta) anos, como é 
o caso. Dessa forma, o casal explicitado não poderia escolher o regime. Somado a isso, 
avaliando a pretensão de Paulo, deverá se estipular por pacto antenupcial o regime da 
separação de bens, incluindo aqueles adquiridos na constânciado casamento. Dessa forma, 
afasta-se a incidência da Súmula 377 do STF e atende-se ao preceituado pelo Enunciado 634 
da VIII Jornada de Direito Civil, o qual demonstra a forma de se efetivar a separação de bens 
 
14. Qual a origem da Súmula 377 do STF? Ela sobreviveu ao atual código civil? 
Fundamente. 
A súmula 377 do STF estava diretamente relacionada ao art. 259 do CC/16, o qual 
preceituava que: 
Art. 259. Embora o regime não seja o da comunhão de bens, prevalecerão, no silêncio do 
contrato, os princípios dela, quanto à comunicação dos adquiridos na constância do 
casamento. 
Referia-se tal dispositivo legal ao denominado pacto antenupcial, explicitando que, em 
hipótese dos nubentes se casarem sob o regime da separação convencional de bens, porém 
sem previsão no pacto supracitado acerca da comunicação entre os aquestos, eles 
automaticamente se comunicariam. 
Tal entendimento adivinha da forte predileção pelo regime da comunhão de bens à época. O 
esforço comum entre os cônjuges, no que tange à obtenção dos bens na constância da 
sociedade conjugal, era presumido, sendo tais bens objeto de divisão, caso não especificada 
nenhum tipo de determinação no pacto antenupcial. 
Não se pode afirmar que tal súmula esteja em consonância com o atual código civil. Isso se dá 
pelo fato de que a presunção do esforço comum, alicerce para a comunhão de bens em voga, 
não coaduna com o regime da separação legal de bens hoje em dia estipulado. Ainda se faz 
necessário mencionar o Enunciado 634 da VIII Jornada de Direito Civil, que expressamente 
prevê a forma de se evitar a incidência da súmula em questão no bojo da separação de bens, a 
partir da determinação explícita da não comunicação de bens adquiridos na constância do 
casamento. Além disso, demonstra-se a revogação do fundamento legal para tal súmula. Tais 
preceitos demonstram a incompatibilidade de tal súmula com a conjuntura jurídica atual. 
 
15. Com base no que foi dito em sala de aula, qual é o “defeito” da Lei 13.146/2015? 
A Lei 13.146/2015, denominada de Estatuto da Pessoa com Deficiência, revogou o inciso I do 
art. 1.548 do Código Civil. Tal dispositivo demonstrava ser nulo o casamento de “enfermo 
mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil”. Além disso, preceitua a 
possibilidade do deficiente se casar, em seu art 6°, inciso I, já que a deficiência não afeta a 
plena capacidade civil da pessoa. 
O “defeito” de tal Lei reside em eventual conclusão de que todo deficiente mental estaria apto 
a contrair casamento civil e não poderia, portanto, ser impedido de casar. Não se pode, no 
entanto, interpretar o referido dispositivo de forma genérica, pois poderia resultar em 
prejuízos inestimáveis à própria pessoa deficiente que se deveria proteger. Existem diversas 
situações nas quais o casamento, ao invés de se caracterizar como forma de plena inclusão 
social do deficiente, se configura como verdadeiro risco patrimonial. Para evitar tal 
conjuntura, deverá o Estado avaliar o grau de incapacidade do deficiente e o Oficial do 
Registro não poderá expedir o Certificado de Habilitação, devendo dirigir ao Juiz de Registros 
o caso, nos termos do art. 204 da Lei nº 6.015/73 c/c art. 5º do Estatuto. O Estado, portanto, 
deveria estar incumbido em tais situações de proteger os reais interesses do deficiente, como 
forma de se evitar situações de lesão patrimonial. 
 
16. Explique em até 20 linhas como o Casamento auxiliou na consolidação da nova 
ordem instituída com a Proclamação da República. 
No que diz respeito ao instituto do casamento, antes da Proclamação da República, explicita-
se que somente a autoridade religiosa era a legitimada para realizar as funções inerentes à 
formação, validação e consolidação do matrimonio. Demonstra-se, portanto, a forte influência 
da Igreja dentro do bojo familiar, com estímulos recorrentes ao casamento religioso e não ao 
civil (o qual, por sua vez, não gerava nenhum efeito jurídico). 
No entanto, após a proclamação da república no ano de 1889, rompeu-se tal ligação entre o 
Estado e a Igreja, não detendo esta poder e licitude para realizar atos relacionados ao 
casamento e outros atos da vida cível, tendo em vista o fato de que o país não mais era 
oficialmente católico. 
No ano após a referida proclamação, promulgou-se Decreto n° 181/1890, desvinculando os 
efeitos jurídicos do casamento religioso e instituindo o casamento civil. 
Dessa forma, o casamento civil serviu como marco e símbolo da desvinculação do poder 
estatal ao poder religioso, haja vista que o casamento religioso deixou de ser alvo de proteção 
e regulamentação estatal, somente sendo reconhecido e atribuído valor ao próprio casamento 
de cunho civil. 
 
17. Carlos se casa com Maria em 2012, pelo regime legal. Ele possuía um patrimônio 
de 500.000,00 antes de se casar e ela bens no valor de R$300.000,00. No período de 2012 
até 2020, ele herda (sucessão legítima) uma casa de R$800.000,00 e ela adquire, com o 
honorários que recebeu como advogada autônoma, um veículo esportivo de 
R$300.000,00 e um apartamento de R$1.200.000,00. Este imóvel foi alugado e Maria, 
com a renda obtida, comprou um terreno de R$400.000,00. Ao longo dos anos, a relação 
se desgastou e a esposa pretende se divorciar. Ocorre que Maria descobriu, em 
dezembro de 2020, que Carlos, quando contraiu matrimônio com ela, era casado com 
Penha, ainda viva. O que você, como advogado consultor, recomenda que Maria faça 
para obter o máximo de patrimônio para ela na dissolução da sociedade conjugal e do 
vínculo matrimonial, segundo a legislação? 
 
O caso configura casamento putativo pois de acordo com o disposto no art. 1548, II do CC, o 
fato de carlos ser casado com penha ainda viva é um exemplo de nulidade portanto o 
casamento é inválido. Ocorre que mesmo carlos estando impedido de adquirir novo 
matrimônio por está impedido, art. 1521, IV do CC, Maria estava de boa-fé. Dessa forma de 
acordo com o parágrafo primeiro do artigo 1561, os efeitos civil do casamento serão 
aproveitados apenas a Maria que estava de boa-fé. Carlos, por sua vez, perderá todas as 
vantagens adquiridas na constância do casamento com Maria. Assim, considerando o regime 
da comunhão parcial de bens, Carlos sairá do casamento com o valor de 500.000,00 anterior a 
constituição do casamento e a casa de 800,000,00 mil pois por terem sido provenientes de 
doação está excluído da partilha de acordo com o art. 1.659, I. Maria manterá todos os bens 
adquiridos por ela na constância do casamento, inclusive o terreno fruto do recebimento de 
aluguéis (veículo esportivo, apartamento, terreno) além do valor de 300,000,00 existente antes 
do casamento. 
 
18. As verbas de natureza trabalhista pleiteadas na constância da união estável sob 
regime de comunhão parcial integram o patrimônio comum da sociedade e devem, por 
isso, ser partilhadas em eventual dissolução. Julgue a afirmativa. 
 
 
19. Luana tem 14 anos de idade e há seis meses, com o consentimento expresso de 
ambos os pais, reside com Danilo, seu namorado há quase dois anos. Ambos resolveram 
que é hora de se casar e seus pais não se opõe ao casamento por entenderem que ambos 
já compreendem quais são as obrigações matrimoniais. Ao dar entrada no processo de 
habilitação para o casamento, foram informados pelo oficial que seria necessário o 
procedimento de suprimento judicial da idade. Feito o procedimento, os nubentes 
tiveram negado o pedido, pois, segundo o Juiz da Vara de Registros Públicos, o 
casamento não preenche os pressupostos estabelecidos em lei para o casamento de quem 
não atingiu a idade núbil. 
 
a) Explique para os nubentes quais são esses pressupostos e que recurso seria 
cabível visando a autorização. 
 
b) Se o casamento tivesse sido realizado, ele seria válido? 
 
64. O primeiro marido de Sônia desapareceu há três anos, sendo sua morte presumida 
por meio de sentença que reconheceuo falecimento presumido de ausente. Depois de 
dois anos do desaparecimento, já tendo sido proferida a mencionada sentença, Sônia se 
casou novamente, vindo a ter um filho dessa nova relação. 
Ocorre que, há pouco mais de 2 meses, o primeiro marido de Sônia retornou, vivinho da 
silva. 
a) O casamento contraído por Sônia após o desaparecimento é válido? 
 
b) Como ficaria a questão da filiação caso o casamento fosse considerado inválido? 
 
60. Um agricultor do interior do Estado, ‘humilde e ingênuo’, casou-se há dois meses 
com bonita moça da cidade que havia conhecido numa das feiras de domingo. Após 
alguns meses de namoro, casaram-se pelo regime de comunhão universal de bens 
(sugerido pela própria moça). Mas, apenas um mês depois do casamento a moça saiu de 
casa, alegando que o marido lhe negava constantemente dinheiro para comprar roupas e 
sapatos. Neste mês que moraram juntos, chegou ao ponto da moça só manter relações 
sexuais com seu marido se este lhe desse dinheiro após o ato! O agricultor, chateado com 
toda essa situação, conversando com algumas pessoas descobriu que a moça tinha 
casado com ele única e exclusivamente por interesse econômico, tinha ela interesse 
(declarado) não só no dinheiro do marido, como principalmente, em ficar com parte da 
chácara do agricultor que era conhecida na região por ser produtora de ótimos produtos 
artesanais como queijos e geleias. Evidenciado o mero interesse econômico no 
casamento, pode o agricultor pedir sua anulação? Justifique sua resposta em no máximo 
cinco linhas e na resposta indique o prazo para a propositura da ação. 
 
61. De acordo com a legislação constitucional e infraconstitucional vigentes, podemos 
afirmar: 
I. Nas ações de divórcio, em que há situação recente de violência 
doméstica declarada em Vara especializada, o Ministério Público 
somente intervirá quando houver interesse de incapaz envolvido. - 
FALSA. O MP pode atuar em ações em que há violência doméstica 
(art. 698, CPC). 
II. Em discussão de guarda de filho menor, o cônjuge considerado 
culpado no processo de divórcio poderá sofrer restrições em sua 
pretensão de guarda compartilhada. - FALSA. A culpa com relação ao 
divórcio apenas atinge questões patrimoniais, não afetando questões 
de guarda (art. 1.584, §2º, CC). 
III. O companheiro é parente por afinidade em terceiro grau do 
sobrinho de sua companheira. - FALSA. Não é parente afim. 
IV. Não é possível a coexistência simultânea de um pai biológico e 
um pai socioafetivo no assento de nascimento de uma pessoa, pela 
proibição legal da multiparentalidade. - FALSA. Multiparentalidade. 
V. Quando ambos os genitores do alimentando estiverem vivos, não 
será possível a fixação de alimentos avoengos. - FALSA. Ainda que 
vivos os pais, os avós podem ser chamados a prestar alimentos (art. 
1.696, CC).

Outros materiais