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FACULDADE ANHANGUERA LEISHMANIOSE Aluna: Tamara Antonio Santos Ribeiro de Souza Atividade: Medicina Veterinária preventiva e controle de zoonoses Professor: Eduardo SÃO BERNARDO DO CAMPO 2023 Introdução As leishmanioses são um conjunto de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania e da família Trypanosomatidae. Se dividem em leishmaniose tegumentar americana, que ataca a pele e as mucosas, e leishmaniose visceral, que ataca órgãos internos. A Leishmaniose Visceral Canina (LVC), também conhecida como Calazar, é uma zoonose que acomete os cães, os quais são considerados, no ciclo urbano de transmissão, os principais reservatórios, através do qual, o homem pode se infectar. Sinais clínicos e métodos diagnósticos O espectro clínico da LVC progressiva inclui linfoadenopatia (que é um sinal muito importante), epistaxe, anemia não regenerativa, diarreia, hepatoesplenomegalia, problemas de locomoção, conjuntivite, lesões oculares e lesões dermatológicas. Os sintomas como a caquexia, a atrofia muscular (mais notória na cabeça), e a perda de peso são devidos em grande parte à proteinúria, decorrente da disfunção glomerular, como na glomerulonefrite membranoproliferativa, por deposição de imunocomplexos, ao nível da membrana basal do endotélio glomerular, que perde assim a capacidade de filtração. A doença evolui gerando síndrome nefrótica ou insuficiência renal crônica. A hipoalbuminemia pode estar presente como resultado da perda de proteína, as lesões oculares incluem blefarite associada à alopecia, seborreia, e dermatite facial; ceratoconjuntivite seca devido à ação destrutiva dos parasitas no aparelho lacrimal; conjuntivite granulomatosa refratária ao tratamento; ceratite; uveíte anterior mediada por imunocomplexos e associada a edema da córnea e glaucoma de ângulo fechado; esclerite, e hemorragia retiniana, Dentre as lesões cutâneas, encontra-se alopecia principalmente na zona periocular, dermatite esfoliativa seca e generalizada, com escamas branco-prateadas como asbesto, pregas de pele e articulações, anomalias de cornificação, hiperqueratose, seborreia, seca, paroníquia, onicogrifose, dermatose do bordo da margem do pavilhão auricular, com hiperqueratose, associada à vasculite, que evoluem para úlceras e crostas, ainda, encontram-se úlceras no focinho e ao nível da transição muco-cutânea dos lábios e da mucosa nasal, que com frequência é denunciada pela epistaxe, geralmente unilateral. A confirmação do diagnóstico da LVC pode se basear em métodos parasitológicos, sorológicos e moleculares. O diagnóstico parasitológico observa as formas amastigotas da Leishmania em esfregaços de linfonodos, medula óssea, aspirado esplênico, biópsia hepática e esfregaços sanguíneos corados com corantes de rotina, tais como Giemsa, Wright e Panótico. A imuno-histoquímica apresenta-se como um método sensível, específico e seguro para o diagnóstico parasitológico da LC, que vem sendo utilizada para a detecção de formas amastigotas de Leishmania sp em amostras de diversos tecidos. O diagnóstico sorológico se baseia na detecção de anticorpos anti-Leishmania circulantes, as técnicas sorológicas recomendadas atualmente pelo Ministério da Saúde para o inquérito canino são os TR-DPP® e ELISA. Transmissão A leishmania é transmitida por insetos vetores ou transmissores, conhecidos como flebotomíneos, principalmente do gênero Lutzomyia, entre os quais se destaca a espécie Lutzomyia longipalpis, conhecido popularmente, por mosquito-palha, birigui ou tatuquiras. A transmissão acontece quando uma fêmea infectada passa o protozoário a uma vítima, enquanto se alimenta de seu sangue. As fontes de infecção das leishmanioses são, principalmente, os animais silvestres e os insetos flebotomíneos que abrigam o parasita em seu tubo digestivo, porém, o hospedeiro também pode ser o cão doméstico e o cavalo. Na leishmaniose cutânea os animais silvestres que atuam como reservatórios são os roedores silvestres, tamanduás e preguiças. Na leishmaniose visceral a principal fonte de infecção é a raposa do campo. Os flebótomos medem de 2 a 3 milímetros de comprimento e devido ao seu pequeno tamanho são capazes de atravessar as malhas dos mosquiteiros e telas. Apresentam cor amarelada ou acinzentada e suas asas permanecem abertas quando estão parados. Prevenção As principais orientações são o uso de repelentes, evitar os horários e ambientes onde esses vetores possam ter atividade, a utilização de mosquiteiros de tela fina e, dentro do possível, a colocação de telas de proteção nas janelas. Outras medidas importantes são manter sempre limpas as áreas próximas às residências e os abrigos de animais domésticos; realizar podas periódicas nas árvores para que não se criem os ambientes sombreados; além de não acumular lixo orgânico, objetivando evitar a presença mamíferos próximos às residências, como marsupiais e roedores, que são prováveis fontes de infecção. Tratamento Desde 2013 o tratamento contra a leishmaniose visceral em cães foi autorizado no país. O Milteforan® é o único produto aprovado para uso veterinário no Brasil, tem como princípio ativo a Miltefosina e é aplicado por via oral (Figura 6). A leishmaniose canina é mais resistente ao tratamento do que a leishmaniose humana; apenas alguns animais são considerados totalmente curados e as recidivas são frequentes. Com a mudança no Código Sanitário, os proprietários que tiverem seus cães com o diagnóstico da leishmaniose e optarem pelo tratamento, deverão comunicar a Coordenadoria de Combate a Zoonoses por meio de um protocolo. O tratamento de animais será aceito pelo órgão sanitário se for realizado com a supervisão de um médico veterinário e com o uso de medicamentos autorizados Profilaxia A forma mais eficaz de combater a doença seria o controle do mosquito palha, responsável pela transmissão. O princípio básico para a prevenção da LVC é evitar o contato entre o vetor infectado e o cão, cuidados de limpeza do ambiente, aplicação de inseticidas ambientais à base de deltametrina e cipermetrina, uso de inseticidas de aplicação tópica à base de permetrina, uso de plantas repelentes de insetos, como a citronela; e, evitar passeios crepusculares ou noturnos, horários de maior atividade dos mosquitos, privilegiando os passeios diurnos. Dentre todas as medidas profiláticas, a mais efetiva é a utilização de coleiras. Outra forma imuno profilática de proteger os canídeos da leishmaniose é por vacinação, que deve ser precedida de exame sorológico para determinar se o cão tem a doença por teste rápido imunocromatográfico. Em estudos sobre o tratamento da leishmaniose foram relatadas a utilização das vacinas Leishmune® e a Leish-Tec® que induz resposta imune protetora contra a infecção por L. donovani, L. amazonensis e L. chagasi. Bibliografia Leishmaniose. Fiocruz. <https://portal.fiocruz.br/doenca/leishmaniose> acesso em: 29, mais 2023 Leishmaniose canina – desafios diagnósticos, tratamento e prevenção. Lab&vet diagnóstico e consultoria veterinária. <https://labvet.com.br/laboratorio-veterinario/41/2/19/Leishmaniose-canina-%E2%80 %93-desafios-diagnosticos,-tratamento-e-prevencao> acesso em: 30, mai 2023. Junior, A B; Pasquali, A K S; Leandro, A S; Pozzolo, E M; Navarro, I T; Chiyo, L; Breganó, R M; Dias, R C F; Friedrich, R; Freire, R L, Soccol, V T. Manual técnico Leishmanioses caninas. Crmvpr. <https://www.crmv-pr.org.br/uploads/publicacao/arquivos/Manual-tecnico-de-leishma nioses-caninas.pdf> acesso em: 30, mai 2023. https://portal.fiocruz.br/doenca/leishmaniose https://labvet.com.br/laboratorio-veterinario/41/2/19/Leishmaniose-canina-%E2%80%93-desafios-diagnosticos,-tratamento-e-prevencao https://labvet.com.br/laboratorio-veterinario/41/2/19/Leishmaniose-canina-%E2%80%93-desafios-diagnosticos,-tratamento-e-prevencao https://www.crmv-pr.org.br/uploads/publicacao/arquivos/Manual-tecnico-de-leishmanioses-caninas.pdf https://www.crmv-pr.org.br/uploads/publicacao/arquivos/Manual-tecnico-de-leishmanioses-caninas.pdf
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