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.~ s ~g) "\ ~ a ~ ~~ ~ ~ ~ .~ s assuntos importantes da Matematica - de 5? a 8? serie - sao desenvolvidos nos \ivros da serie A descoberta da Matematica, uma proposta inovadora de ensino, nascida de uma \onga experiencia em sala de aula. Atraves de hist6rias \eves e agradaveis, os conteudos matematicos vao sendo abordados de forma concreta, com explicaG6es \6gicas e claras, que respei~am o nivel do a\uno e procuram atender as necessidades do professor. 0 prazer da leitura, somado ao rigor dos conceitos vistos, taz de cada texto desta serie um va\ioso complemento ao \ivro didatico. I ISBN 85 08 o289o 3} Luzia Faraco Ramos '! •·. 11~11 . . ~ ~ ~ -~ - - ~ - ~ -~--~- Luzia Faraco Ramos Professora de Matematica e Assessora para o en sino de Mate matico no pre-escola e no 1? grau m Q) -f/l a:s<l> oO CDo ..... t<V .~ <> -m ..a- ·-0 coo ~~= -6 ~ ~ CD 0 "0 _...., . \.{) z ~ .8 <t: E .9 CD rJ r- "0 I """' • z~.-_ __. TEXTO editor: Fernando Paixao assistente editorial: Carmen Lucia Campos preparac;:ao de originais: Jose Roberto Miney: suplemento de avaliac;:ao: · Luzia Faraco Ramos ARTE projeto grafico e edic;:ao de arte: Pau lo Cesar Pere ira ilustrac;:oes infernos: C laudson Rocha diagramac;:ao e arte-final: Pau lo Cesar Pereira manuscritos: PVM A elaborac;:ao desta serie ter ia sido impossfvel sem um verdadeiro espfri to de equipe. Alem da dedicac;:ao da Autora, Luzia Faraco Ramos, este p rojeto contou com o inestimavel traba lho do escritor Luiz Ga ld ino. Tiveram ainda partic ipac;:ao importa nte nesse volume, atraves de leituras crfticas e sugestoes, os segu intes professores de Matematica: Marcia Anaf Milton Anton io Muniz Rosano Aparecida Fioretto Marotti Vincenzo Bong iovann i ISBN 85 08 028 90 3 1988 Todos os direitos reservados pela Editora Atica S.A. R. Barlio de lguape, 110- Tel.: PABX 278-9322 C. Postal 8656 - End. Telegnifico "Bomli~r6" - S. Paulo ~ 7 1 Volta as aulas I 00 pesar de inuito cedo, o sol prometia urn dia de veriio. A margem da estrada, o casal de jovens divertia-se, a:tirando pedras nas aguas baixas do a<;:ude. - Alice ... Voce ja reparou como o nivel do a<;:ude esta baixo? A jovem nissei parou urn instante com as pedras, ob- servou sem pressa, e comentou: - Meu pai esta com medo que nao chova. E se. nao ti- ver como irrigar as planta<;:6es, vai perder tudo. - Por falar em perder ... Se o Beto e a Tais demora- rem muito, acabarao perdendo a carona ... - Ainda e cedo, Lino. N6s e que chegamos adiantados. 0 garoto ouviu a explica<;:ao e propos com ar matreiro: - Ganha urn doce 1 se adivinhar por que eles ainda nao desceram ... Alice riu com tanta descontra<;:ao, que seus olhinhos amendoados se fecharam. Antes, porem, que pudesse dizer algo, os dois irmaos apontaram entre as arvores que circun- davam a bela casa da colina. - La _vern eles _:_ apontou Alice. -Ate que enfim! A garota observou o olhar quase aflito de Lino e cen- surou em tom de brincadeira: - Sosseg,a, Lino! Logo a Tais estara aqui. Ele desviou o olhar por urn segundo apenas e tornou ao caminho, por onde a Tais e o Beto se aproximavam. - Oi, Alice ... Oi, Lino ... Tudo em ordem?- cumpri- mentou Beto. - Tudo bern, Beto? E voce, Tais - respondeu Alice. Lino respondera com urn gesto de mao, os olhos pre- sos na garota que ficara para tras. Sem pressa nenhuma, Tais tratava de ajeitar o material escolar na mochila. - E ai, Lino ... Parece que esta fora de sintonia .... - cobrou Beto. - Ah, tudo bern. Acho que ainda nao acordei direito. E Alice juntou, num tom que deixava margem a dupla interpreta<;:ao: - Ele esta sintonizado em outra faixa ... Alias, estava muito preocupado com o atraso de voces. - Posso imaginar -:- piscou Beto, com cumplicidade - Adivinhe quem foi a causa? - Nao corriece! - rebeloo.-se a irma, encaixando 'a mo- chila no ombro. - Eu, hoje, nao estou muito pra papo, nao! < J\ntevendo o mau humor da amiga, Lino tentou a di- plo tnacia: - Nota dez pra voce, Tais ... - Nota dez por que? - indagou ela. Encabulado, ele se atrapalhou urn pouco, mas conse- guiu dizer: -Ora ... Sei l<i ... Voce esta demais, hoje ... - Ah ... - reagiu ela com afetac;ao. - Obrigada. Beto ignorou o dialogo; levantou a vista para o ceu e comentou: - Nota dez para a Tais e nota zero para esse sol ... - Essa nao! - discordou a irma. - 0 que e que voce tern contra o sol, hein? -Bern .. . Ate que gosto de urn solzinho, mas esse tem- po esta exagerando. Se nao chover logo, os plantadores te- rao problemas ... - E verdade . Meus pais estao preocupados - apoiou Alice. - M·uito bern . .. Que tal a gente comec;ar uma danc;a da chuva? - ironizou Tais. Antes que alguem acrescentasse a lgo, Beto desculpou- se pela irma : - Nao reparem. A Tais deve ter se levantado com o pe esquerdo. - E o Samuel? Sera que ele deixou a gente na mao? - interrogou ela, sem dar ouvido ao que o irmao dizia. - Nao e possfvel- interveio Lino. - N6s estamos aqui ha quase meia hora . . Mal terminara de falar, quando Alice apontou para a estrada. - Salvo engano, aquele e o superfusca do Samuel. - E ele mesmo- confirmou Beto. - Nao ha nada pa- recido pelas redondezas. Assim que o veiculo parou, Samuel desceu, distribuin- do risos, beijos e abrac;os. - Tudo em cima? Prontos para a volta as aulas? - Tudo em cima, Samuel! Pelo jeito, andou pegando .uma bela praia, hein? ... - comentou Tais. - Puxa, estava demais! Mas pelo que estou vendo, sol e 0 que nao faltou por aqui. .. Lino chamou a atenc;ao do professor para o a<;ude: - Olha l<i, Samuel... 0 a<;ude, que tern cinqiienta me- tros de profundidade, esta com agua na marca dos dez. - E ... A situac;ao parece grave - concordou ele . - E entao? Vamos? T ·----- -8 Assim que ele abriu a porta do carro, Alice percebeu varios cartoes coloridos e algumas pe<;as de encaixe dentro de uma sacola. - 0 que e isso, Samuel? E para mandar bilhetinhos co- loridos aos pais dos alunos? - E eu sou de mandar bilhetinho, Alice? - brincou ele. -Esse material nos ajudara a fazer importantes desco- bertas. - Descobertas? Ja estou morrendo de curiosidade! - Curiosidade nao mata; pelo contrario, ensina! - acrescentou o professor, com ar divertido. - E vamos em- bora, ou chegaremos atrasados. Co01 quantas &a~Oest____..,.--- se faz 001 inteiro inicio da aula foi urn tanto conturbado. Muitos queriam ouvir as aventuras de Samuel durante as ferias e, tambem, relatar as pr6prias. Mas, en- fim, o professor conseguiu. 0 Fazendo algum suspense, Samuel retirou al- gumas pe<;as da sacola que Alice vira no carro e comec;ou a encaixa-las umas nas outras, formando uma bar- ra de quatro pe<;as, das quais tres eram .listadas . - 0 que e que eu tenho nas maos? - perguntou, fi- nalmente, diante da classe muito curiosa. - Uma barra formada de quatro pe<;as - identificou 1 uliana. - E tres dessas pec;as sao listadas . - 6timo - concordou Samuel, repetindo: - Temos uma barra composta de quatro pec;as, das quais tres sao lis- tadas. E estas pe<;as, sao todas iguais? - Sao - confirmou Guilherme. - Eu tenho urn jogo de montar igualzinho a esse . - Muito bern .. . E Samuel se p6s a preparar uma nova barra, que mos- trou em seguida a classe, interrogando: - E agora? Quantas partes eu tenho nesta barra e quan- tas sao listadas? - Cinco partes, sendo duas listadas - respondeu Tais. - Muito bern. A partir desses dois exemplos, eu posso considerar cada uma das barras coRlo algo inteiro? -Claro que pode! - afirmou Lino. - Sao como OS chocolates que trouxe de lanche: uma barra maior e outra menor, no entanto, as duas estao inteiras. - E a barra maior e para a Tais! - gritou alguem no ·t:undo da sala. . Lino virou-se, ten tan do localizar o engra<;adinho, mas Samuel nao deu tempo para discuss6es. - Excelente exemplo, Lino! Com isso, estamos pron- tos para iniciar nossos estudossobre fra<;6es . - Fra<;6es? - Que sao fra<;6es? - interrogou Marcelao. Tais virou-se criticando: - Poxa, Marcelao . .. E isso que Samuel vai explicar. 0 professor esperou pelo siH!ncio e prosseguiu: - Observando os exemplos que eu dei, voces devem ter notado que os inteiros considerados sao diferentes, mas apre- sentam uma caracteristica co mum ... . -.Nos dois exemplos ha partes listadas - observou Be- to. - E isso, Samuel? , · - Exatamente! Vejamos, agora, como e possivel representa-las ... Propos e escreveu na lousa: tre~ tni 1uatro ~aD li1.taiiM cllUAI\.. em cinco M£>h~~ -.,.. E o que is so tern a ver com a Matematica? - per- guntou · J.uliana. - E que existe - explicou Samuel - uma forma ma- tematica para n!presentar essas partes consideradas do intei- ro. No primeiro exemplo temos tres partes listadas em qua- tro, mas tambem podemos dizer que tres quartos sao lista- r o I dos, e, no segundo exemplo, as duas partes listadas em cinco podem ser representadas por dais quintos. E foi substituindo pela nova forma: - ~D t~€4 qw.trto~ MO lL1tado1- 1~1111 doih- qu.itt~ ~do li~tado~ - Quer dizer, em linguagem matematica, frariio e es- sa forma de representar as partes consideradas de cada urn dos inteiros. Eta c escrita utilizando urn par de numeros: urn deles, o denominador, vai indicar em quantas partes iguais o inteiro foi dividido, e o outro, o numerador, ira indicar a quantidade dessas partes a serem consideradas. E o deno- minador e o numcrador sao os termos de fra<;:ao . 1~[- 1 tr~ qwu-i~ OtL 3 -numerador 4- denominador I- 11-1 ~ ~IA.iKt01t OtA, 2 ---- numerador 5- cienomLttad.or 0 professor se preparava para dar seqi.H!ncia a aula, quando Guilherme interrompeu: - Se n6s tivessemos apenas uma parte listada, no pri- meiro exemplo, como a representariamos? Samuel foi ao quadro e colocou a proposta do aluno: E imediatamente Alice concluiu: - Temos uma parte listada em quatro, ou sqa, 11111 quarto. - Muito bern - concordou Samuel, que rcgistrou: • 1''11 ..__. ~ t lem,m,: l.(.m ~a.rto Ft:ar;ao e todo par de . . . a numeros natura1sb, on de: - b, chamado deno minador, indica em quantas partes iguais o inteiro foi dividido; - a, chamado nume- rador, indica 0 nu- mero de pdrtes consideradas des- se inteiro. Observa<;:iio importan- 1te: Como niio existe divisiio por zero, niio existe frar;iio 'com de- nominador zero. Assim que ele escreveli, Juliana perguntou: - E no outro exemplo ... Se tivessemos apenas uma par- te listada, como ficaria? Enquanto Samuel registrava na lousa a proposta de Ju- liana, Beto respondeu: - Se a barra' tern cinco partes e s6 uma e listada, te- mos urn quinto da barra listada. Nao e isso, Samuel? - Correto - afirmou ele e completou: • 1 luI I I --..--' ~ e lemm: um. qt.A..U1-to Lino, que apenas acompanhava, propos, em tom de con- clusao: - Quer dizer que podemos formar barras com qual- quer numero de pe~as iguais e considerar as suas fra~c)es? - Exatamente! A ideia de inteiro pode variar de for- ma, tamanho, quantidade de partes e assim por clianlc. E desenhou para·exemplificar: 60 I I - 0 que caracteriza a fra~ao e que o inteiro considera- do, de qualquer tamanho ou forma, seja dividido em partes iguais . Por exemplo ... Falou e dividiu as figuras em partes iguais: Mffi I I I I E, logo em seguida, pintou algumas partes das figuras, escreveu a fra~ao correspondente as partes riscadas em cada urn dos inteiros, registrando tambem a maneira de le-los: ~ . .J:i •, ·'!:'"'""' ' -;, .!f:FJ-.·. , :(!" •7.' .""' ~ r:. .. -tre1- clo(A, 1~rt<n t.ft.Ulrt.M- Oll ~ OtL ~ 1rfh- ·te..r~ 0\lw~ q.~.tairo 'ftAi.n.-to1,_, 00.,4 b Como todos houvessem entendido, Samuel continuou a aula: - Lino, Icmbra-se de que voce me chamou a aten~ao para o nivel da agua Ia no a~ude? - Lcmbro. Eu comentci que a a ltura normal da agua, que e de 50 metros, estava rcduzida a 10, por causa da seca. Lino ainda nao tcrminara de falar e Samuel ja se pos a desenhar: 50 """ ..:to- 30 - 20- fO -f 1 - Vamos imaginar que este eo a~ude; ele tem 50 me- tros de profundiclade, mas esta reduzido a marca dos I 0. Co- mo as marcas sao de 10 em 10 metros, podemos considera-lo como se fosse formado por 5 partes iguais de 10 metros ca- da uma, em que apenas uma das partes contem agua ... Em seguida, Samuel fez urn novo esbo~o da situa~ao, mais apropriado a analise sob 0 ponto de vista das fra~6es: 1---------- -- -- ±Mm~I.Ul 5 o.~Ltde cheio 01! _§_ 5 ~··~} ~ co~ &q~.t~ - Quer dizer que apenas urn quinto do a~ude tern agua? - interrogou Lino. - Isso mesmo - confirmou Samuel. - Temos qua- tro quintos sem agua.Caso o a~ude estivesse cheio, teriamos cinco quintos de agua, que e a sua capacidade total. 9 \ ~ ~. ----------------------~----------------------------------~ - Que legal - comentou Tais. Nesse instante, Marcelao fez uma pergunta: - Pra que existem as fra~oes? - Elas servem para representar partes iguais de intei- ros ou partes iguais de quantidades - esclareceu Samuel. -Voce poderia dar urn exemplo? Samuel pensou um pouco e propos: - Imagine que a sua mae fez uma daquelas deliciosas tortas de chocolate ... - Humm . .. fez Lino com agua na boca. - Ela poderia dividir a torta assim, supondo que a fa- milia tcnha cinco pessoas ... ([ill) - Se eu ficasse com a parte menor, reclamaria! - brin- cou Beto. - Tenho certeza que sim - tornou o professor. - Dai surge a necessidade de dividi-la em cinco partes iguais, nao e mesmo? Todos concordaram e Samuel procedeu a nova divisao: - Agora sim - aplaudiu Beto. Como cada urn vai ga- nhar urn quinto da torta, todos vao comer peda~os iguais. _:__ Ja deu para perceber a importi'mcia das fra~oes? - quis saber Samuel. Como todos tivessem entendido o exemplo, Samuel deu continuidade a aula, passando a comentar como as fra~oes devem ser lid as . -Bern pessoal, voces Ja perceberam como se leem al- gumas fra~oes. S6 para recordar, vou escrever algumas fra- <;oes na lousa para voces lerem: 3 a.) 2 b)} -No exemplo a, devemos ler tres meios - disse Juliana. - E no b, Iemos dois ter~os - completou Guilherme. - Esta correto - confirmou Samuel. - S6 para con- firmar: nas fra~()es, devemos ler o numerador e depois ode- nominador. Os denominadores 2 e 3 sao lidos meios e ten;os, respectivamente. - Tambem ja sabemos ler as fra<;6es com denomina- dores quatro e cinco - lembrou Beto. - E verdade, mas vamos deixar bern claro como deve- mos ler as fra<;6es que tenham denominadores de quatro ate nove; primeiramente, Iemos o numerador e, em seguida, Ie- mos o denominador como urn numeral ordinal. -Numeral ordinal? Como assim?- perguntou Tais. - Numerais ordinais a partir de quatro ate nove sao: quarto, quinto, sexto, setimo, oitavo e nono, ou entao no plural, dependendo do numero de partes. Assim, observem - e escreveu algumas fra~6es registrando por extenso a for- ma de le-las: ~ trM. oi:ta. voi- ~ tr~ C,JUartOi.- ~ 41u.alro ~exto1- 5 . ~ CLnCO l'\.0~ ; Jo~ qu.ittt~ i lAW\- 1ih~o - Agora- prosseguiu Samuel-, as fra~6es que tern denominadores dez, cern, mil, dez mil sao chamadas fra~6es decimais. Lemos o numerador e, em seguida, os denomina- dores : decimo, centesimo, milesimo ... , ou no plural, depen- dendo do numero de partes. Propos alguns exercfcios para os alunos e eles escreve- ram como as fra~6es deveriam ser lidas: ~ qtA.atro clecimDlt 1~0 cirtco cevt:t6~ 1~ -1ete- mili1-tm~ A classe achou facil, mas Alice ainda nao estava sa- tisfeita: - E as outras fra<;6es, como Iemos? - Nas fra~6es que tern denominador acima de nove, e que nao sao decimais, Iemos o numerador e a seguir o de- nominador, acrescido da palavra avos, por exemplo: 3 t A • 15 r~ '-f-14.Lvt:z.e avoi- J4 00\le tri~tct e qwnro ~vo-it E para verificar se todos estavam compreendendo, Sa- muel propos urn exercicio, explicando antes o seguinte: - Em cada urn dos inteiros,voces devem considerar qual fra~ao deles esta riscada. Em seguida, escrevam mate- maticamente e por extenso como se le cada uma das fra<;6es encontradas . Depois de certo tempo, Samuel escreveu na lousa as res- pastas que os alunos davam: ~ ~ 1 2. !Am rne1.0 5 • 6 ~~A ClvtCO ~exu.r.l- 7 12 -1ei:e. dOze avoo., g s oclo oi:tav~ - Excelente, pessoal!- comentou ele ao constatar que a maioria tinha acertado. - Por hoje e s6, que ja vai bater o sinal. - Mas n6s nao vamos usar aqueles cart6es da caixa? - perguntou Al ice, a descobridora deles. - Vamos usar sim, mas nas pr6ximas aulas- disse Sa- muel, enquanto a turma se desped ia. casa 01isteriosa lice encontrou Beto e Tais confortavelmente ins- talados na varanda da bela casa. Por toda volta, s6 se via o laranjal e, por cima das copas, urn Iindo ceu azul, sem nuvens. Por causa do calor, Tais estava muito a vontade numa rede, vestindo apenas short e camiseta. Alice procurou Iugar junto a Beto. - Que calor, hein? - comentou ela. - Eu acho 6timo! - disse Tais entusiasmada. - 0 que voces acharam da aula do Samuel? 1 0 ; 15 I, Alice perguntou -no plurai, mas dirigia-se quase exclu- - E verdade, ela esta sempre fechada e ninguem co- . sivamente a Beto, ja que Tais s6parecia se preocupar com nhece os seus donas ... Mas isso nada tern de misterioso . Pro- a verao. ' vavelrnente, pertence a alguem que nao precisa dela ... - - Eu gostei! Entendi tudo! - respondeu o garoto. considerou Beto. - Se fosse voce, nao ficaria tao empolgado ~contra- 0 amigo ouviu com aten~ao, mas nao se deu por riou a irma. - Hoje foi refresco, mas logo vern chumbo vencido. grosso... 1 -Sabem o que acabo de ver Ia? - E claro que vern materia nova ... Chumbo grosso, co- - 0 fan_tasma ?a c~Iina! - respon~eu ~lice no a to, mo voce diz ... Se fosse para ver materia conhecida, nao te- provocando nsos. LI~o vi~o~-se na sua_ due~ao: . ria grac;a nenhuma. - Sabe que voce esta fiCando mmto engra~admha? Sem se importar com a explica~ao do irmao, Tais apon- - A final, o que voce viu de tao estranho? - insistiu tou para a alam~da que conduzia a casa. Beto . . . . . , - Olhem la ... Chegou quem faltava. - VI fuma~a samdo ~a.chamme. Beto e Alice observaram pelos vaos da mureta e reco- . - Fuma<;:a? Na chamme daquela casa? - estranhou nheceram Lino, que vinha a toda pressa. Tais. . . . ~ Lino.:. Estamos aqui, na varanda . .. _ avisou Be- -_Ora, viva!~ aplaudm Beto. Fmalmente saberemos to, levantando-se e agitando os bra~os. quem ~ao o~ donas. . .. 0 amigo retribuiu com urn gesto de mao e dirigiu-se a Lm? nao s_e mostrava nada empolgado com a Ideia. E escadaria, na frente da casa. Subiu para a varanda aos sal- prossegum, hesit~nte: . . . . tos e veio ao encontro dos companheiros, na ala lateral da . - E tern mais.: . Alem de fuma~a na chamme, ouvi urn casa a mais fresca. · gmncho deyorco. · · . ~ '_ p - . . . . ---: Gumcho de parco? - estranhou Ahce. - E voce ensamos que nao vma mais .. . - comentou Tais . · · h d -1 ? I . . . . . . nunca ouvm gumc o e parco an es. - magme se Lmo ma nos pnvar de sua companhia... C t Cl · · · h ·t L" _ brincou Beto. - er o... aro _q~e Ja ouv1, mas ... - esi ou m~. . . . - De repente, a chamme de uma casa abandonada se poe Os garotos nr~~· ~n~uanto Lmo procurava urn Iugar a sol tar fuma~a ... e, ainda por cima, uma porca guincha ... no banco. E .~eto msts~m. _ ? - Uma porca? - interessou-se Tais. -Voce conse- E _dai. _Qual fm a r~zao do atraso · ,. gue identificar o sexo dos porcos pelo guincho? - Nao, s~I n~m ?se devm contar._. · . ? '· Ninguem se agiientou; riram todos com espalhafato. ~qual e, Lmo. Suspense pra c1ma da gente. - cen- Custou para Lino conseguir falar: surou Ta1s. . . . -Voces riem porque nao estavam la! Eu fiquei ar- . Ele se a]eitou no ban~o, ao lado ~e .A:hce, de maneira repiado! a poder ver o rosto de Ta1s na rede e miciOu: - lhhh ... Pelo vista, teremos de levar Lino ate a casa - Bern . .. Voces conhecem a casa abandonada... dele ... - insinuou Tais . --:- A gent~ conhece desde que nasceu! Quale o proble- I Quando retomaram a seriedade, Beto sugeriu: rna, Lmo? -;- mterpelou Beto. , - Por que a gente nao vai ate Ia dar uma olhada? ... -:- Problema? Poe problema nisso! E wisteria mesmot - Boa ideia - aplaudiu Alice. - agttou-se o garoto. - Nao contem comigo! - desistiu Tais. - Nao saio Corri ar de riso, Alice interferiu: , desta sombra por nada do mundo! . - Nao va me dizer que voce anda levando a serio as .: - Tudo bern. Podemos ir amanha a tarde - tornou . hist6rias que os caboclos contam... Beto. - Quem topa? - Nao. Quer dizer. .. Claro que nao! Toparam todos e Alice juntou uma pitada de humoc: _; Entao, qual eo misterio? - cobrou Alice. , - Muito bern, iremos amanha a tarde ... E .. . E ... E se l:ino fez urn intervalo, aparentemente indeciso entre ' o morador for realmente urn fantasma? ... • p,;osseguir e parar. Por fim, retomou: Ela falou rindo, e Tais embarcou: ' -Born.:. E. 16gico que nao .acredito nessas hist6rias... - Seria 6timo! Poderiamos cobrar ingressos para a vi- Mas, que aquela casa e muito esquisita, isso ela e! sitac;ao e, como dinheiro arrecadado, comprariamos os ins- li F" ~-------------------------------- 1 --------------------------------~ trumentos pro nosso conjunto. Puxa, ja faz urn tempao que a gente esta querendo montar urn ... Com a tirada de Tais, retomaram o tema do dia-a-dia. -Ate que nao seria rna ideia ... - considerou Beto.- Pelo jeito, s6 conseguiremos os nossos instrumentos atraves de alguma interven<;ao sobrenatural mesmo ... - Voce falou com o seu pai? - interessou-se Lino. - Falei - disse Beto desanimado. - E ele? - Ele diz que agora o dinheiro anda curto. Lino reagiu com desanimo: - Quer dizer que nada de instrumentos mesmo? - E voce, Lino? Conseguiu alguma coisa? - quis sa- ber Alice. - Consegui nada- respondeu ele.- Nem tive cora- gem de tocar no assunto ... Meu pai esta s6 esperando o fim da safra pa':.a ver se nao teremos prejuizo por causa da seca. - E ... Ainda acho que o melhor seria n6s mesmos ga- nharmos o dinheiro para comprar nossos instrumentos - dis- se Tafs. - E ganhar onde? Como? - reclamou Lino. Ao que Tafs contrapos com humor: -Ora ... Vendendo ingressos para a visita<;ao publica ao seu fantasma! 7 4 Fra~Oes se01 Dlisterios I I Ill • aquela manha luminosa, mal Samuel entrou na N sala e come<;ou a recapitular. - Na ultima aula, tivemos as primeiras ideias sobre fra<;6es. Aprendemos o que elas re- presentam e como devem ser lidas. No entanto, e preciso deixar claro que podemos, tambem, calcular fra<;6es de quantidades... . - Fra<;6es de quantidades? - confundiu-se Marcelao. - Como assim? - E simples. Para cakular fra<;6es, eu posso conside- rar coisas inteiras, como uma figura, urn bolo, uma deter- minada area... E posso considerar, tam bern, urn a cei:ta quantidade como algo inteiro. E, dizendo isso, espalhou o conteudo de urn pacote que trouxera sobre a mesa: vinte ameixas. - Vamos supor que eu queira calcular dois quintos des- sa quantidade vinte. Primeiro, terei de separa-la em cinco gru- ~ - ~1 . [,,. • ., ·j ·' 1:: .. : pos, pois o denominador que indica em quantas partes o in- teiro sera dividido e cinco. Fez urn intervalo para ver se a classe acompanhava a explica<;ao. - Sao cinco grupos de urn quinto, nao e Samuel? - perguntou Juliana. E ele devolveu a pergunta: - Sim, e quantas ameixas vao corresponder a urn quinto nesse caso? - Born, vamos ter que separar os grupos- disse Beto. E assim fizeram: 0 \8:; OJ \& '(.]-"')_ '(J(J Samuel foi ate a lousa e representou a situa<;:ao com urn desenho: ,. 1 f 1 1 1 55 55 5 ~~~iggjgg\ggjgg I E logo Guilherme concluiu: - Ah, urn quinto de vinte ameixas corresponde a qua- tro ameixas! - E dois quintos correspondem a oito ameixas! - acrescentou Beto. - E tres quintos sao doze ameixas! - prosseguiu Tafs. Samuel concordou com as observa<;:6esdos garotos e continuou com a aula: - Esse exemplo deixa claro que n6s podemos calcular tambem fra<;:6es de quantidades. Nesse caso, o inteiro consi- derado foi a quantidade vinte. - Eu nunca havia pensado em partes de quantidades assim ... - interveio Juliana. - Poderiamos, por exemplo, considerar a distancia en- tre duas cidades como algo inteiro. Supondo que uma cida- de A fica a uma distancia de 72 quilometros da cidade B, n6s terfamos ... Dirigiu-se a lousa e riscou: ~~======~7=2~h~m~====- 5 /----------------------------------------------------------- ~ 19 -Agora, vamos imaginar que alguem saiu da cidade A em direc;ao a cidade B, e andou dois sextos da disUincia entre elas. Como podemos calcular a distancia que essa pes- soa percorreu? Quem se manifestou foi Alice: - Primeiro, temos de dividir a distancia total de 72 qui- lometros em seis partes iguais. - Por que? - perguntou Beto. - Ele andou dois sextos da distancia total, nao foi? 0 denominador seis indica que o inteiro foi dividido em seis partes de urn sexto; nesse caso, o inteiro, ou seja, a distancia total, sera representado pela frac;ao seis sextos - explicou Samuel. E escreveu: £~n"'m 6 A 72 kl11 ? 5 - Agora teremos que calcular dois sextos dessa distan- cia . . . Nao foi isso que voce propos? - lembrou Lino. - Sim - concordou Samuel. E como faremos isso? - Precisamos achar quanta vale urn sexto- concluiu Be to. Alice, que se mostrava pensativa, arriscou: - Samuel, eu estava me lembrando que a gente ja aprendeu problemas mais ou menos assim: se sete lapis cus- tam tanto, quanta custarao cinco lapis? - E verdade ... - concordou Lino. - A gente tern que descobrir o prec;o de urn lapis e, como prec;o de urn, calcu- lar o valor da quantidade que quiser. - Muito bern lembrado, turma. Entao, se nos sabemos que seis sextos equivalem a 72 quilometros e precisamos cal- cular o valor de urn sexto ... - E so dividir 72 por 6 - completou Tais. Alice, que ja havia feito o calculo, adiantou: - Urn sexto de 72 quilometros corresponde a 12 quilo- metros . - Muito bern - aprovou Samuel, escrevendo: 6 6~72hm ~ __.,. 72:6.::12 A I 12 I 12 I 12 I 12 I 12 I 1'2. I 5 ~ ? - Se urn sexto corresponde a 12 quilometros - conti- nuou ele - , os dois sextos que indicam a disU'mcia percorri- .. ~ .... L- ~~ . ~ ~ da correspondem a duas vezes 12 quilometros. Ou seja, 24 quilometros. Falou e completou: ~ ~72hm 1 72:6:::12 A 12 12 12 12 12 12 P.\~~- -----:--- - ·-___.., 6-t 't Ln<..~d Uw J:.!l ~ --. Zx12=-24 km ? \ '.~ssocla!fao Oeste_. "-~,,w---- - Muito bern- ia completando Samuel, quando foi interrompido por Marcelao: - Po! Esse cara nao esta cansado! Andar tudo isso ape! - Bern, ja que ele andou tanto, nos podemos trabalhar mais urn pouco - observou o professor. - Agora, final - mente, vamos comec;ar a trabalhar com esses cartoes. Dizendo isso, foi distribuindo quatro cartoes para ca- da aluno, sendo urn marrom, urn cinza, urn rosa e urn preto, e passou as explicayoes: - Nos ja temos algumas ideias claras sabre frac;oes ... Daqui para frente, para facilitar o nosso trabalho, vamos uti- lizar urn material que nos mesmos vamos preparar. Em seguida, Samuel propos a classe: - Comparando esses cartoes, o que voces podem perceber? - Sao de cores diferentes - observou Tais. - Mas todos tern o mesmo tamanho - percebeu Juliana. - E isso mesmo- confirmou Samuel, que continuou suas explicac;oes. - Quando preparamos urn material de fra- c;oes como este, e preciso que os inteiros sejam do mesmo tamanho, a fim de que possamos comparar as frac;oes que viermos a encontrar. - Por que os cartoes sao de cores diferentes? - per- guntou Juliana. - Porque isso facilitara o nosso trabalho, quando co" meyarmos a compara-las. - Mas os cartoes poderiam ser rnaiores . .. - interveio Marcelao. - 0 tamanho e a forma poderiam ser outros ... 0 im- portante e que os cartoes usados tenham o mesmo tamanho e a mesma forma entre si. Em seguida, Samuel pegou o cartao preto eo mostrou para a classe. - Nos vamos considerar este cartao preto como sendo 0 nosso inteiro padrao. lsso quer dizer que nos nao vamos corta-lo, pois ele servira para as nossas comparayoes . "I II·· l•11 20 ~ 21 - Agora, peguem o cartao man·om, dobrem ao mcio como este aqui ... - Eu ja dobrei - adiantou-sc Lino. - 6timo! Estou vendo que todos dobraram seus car- toes marrons em duas partes ... E, assim, cada parte passa a representar urn meio do nosso inteiro, correto? Como todos concordassem, ele prosseguiu: - Agora, voces vao cortar este cartao no local da do- bra e escrever a fra<;ao correspondente a cada uma das partes ... Depois que os alunos cortaram e escreveram, pediu: - Coloquem, agora, as partes cortadas sobre o cartao preto e comparem. E os garotos assim fizeram. - Legal! Cada parte marrom representa urn meio do nosso inteiro! - observou Tais. - E as duas partes marrons juntas sao dois meios - completou Juliana. Samuel concordou com as garotas e questionou: ~ ·· - E quando colocamos os dois meios em cima do car- tao preto, que e 0 nosso inteiro, 0 que notamos? - Que eles tern o mesmo tamanho do inteiro. E isso, Samuel? - indagou Guilherme. - Tinha de ser! Antes de a gente cortar, eles nao ti- nham o mesmo tamanho? - comentou Lino. Samuel ouviu as observa<;6es e confirmou: - E isso mesmo. Dessa forma, n6s comprovamos que dois meios valem o mesmo que urn inteiro. Ou nao? - Valem! - concordou a classe em coro. - Hummm .. . E por que o denominador da fra<;:ao que corresponde a cada cartao marrom e dois? - perguntou Samuel. -Ora, porque dividimos o inteiro em duas partes! - respondeu Alice. - Eo numerador da fra<;:ao correspondente a cada parte. marrom e urn, porque cada parte e uma parte - completou Lino. - Conclusao brilhante! - brincou Tais, virando-se pa- ra o amigo. - Perfeito! Suas observa<;6es estao corretas- concluiu Samuel. - Notem que o importante e saber o porque de tu- do que fazemos. A classe concordou e ele sugeriu: - Vamos registrar nos cadernos as observa<;:6es que fizemos? E ja se voltou para a lousa, escrevendo: a) z 1rv T -Que sinal e esse ai, Samuel?- alarmou-se Juliana. -Eo simbolo matematico para equivalencia. Ja que dois meios valem o mesmo que urn inteiro, podemos usar esse simbolo para representar isso. Os jovens anotaram e o professor seguiu adiante. - Cada urn de voces vai pegar, agora, urn carUio cin- za,. dobrar ao meio como o marrom e corta-lo. Deixem as partes juntas e nao escrevam nada ainda. - Assim, Samuel? - perguntou Beto. - Ficaram iguais as partes do cartao marrom - no- tou Marcelao. - E mesmo - disse Samuel. - Entao, peguem cada parte cinza, dobrem ao meio e cortem novamente. Samuel deu urn tempo para a prepara<;:ao e tornou: - Cortaram? 6timo! Coloquem, entao, as quatro par- tes cinza sobre o cartao preto e escrevam em cada parte a fraGilO correspondente a ela: • '', i "'t, '}'!.~ 1 ,,.i(.l • >• ' •, ',l I ,-4 ,,'•'-11 r '• I ~ ~ oN!1!1 It ',, ' 1 Ill • I•.J, - Cada parte ficou sendo urn quarto do inteiro - cons- tatou Beto. - E quando a gente junta tudo, fica com quatro quar- tos, que e o mesmo que urn inteiro - concluiu Guilherme. Samuel concordou e considerou: - Desconfio que voces ja estao percebendo para que servirao estes cartoes ... -Para que a gente possa comparar, nao e isso?- ten- tau Tafs. - lsso mesmo. Na lousa, ele completou: 2. 4 ct) 1 rv 2 ""-' 4 - Ja anotaram? Vamos continuar. .. Peguem, entao, uma parte marrom e comparem com duas partes cinza. Ou seja, comparem urn meio com dois quartos e vejam o que descobrem ... Os alunos fizeram conforme o proposto: - Que legal! U m meio tern o mesmo tamanho de do is As trar;:aes que repre- quartos - exclamou Beto diante da descoberta sentam am esma pa!-. te do mtelfo sao - Observa<;:ao correta! Nesse caso, dizemos que as fra- cham adas fr a<;:oes <;:oesurn meio e dois quartos sao fra<;:oes equivalentes. Em eqwvalentes. outras palavras, as duas representam a mesma parte do inteiro . - Quer dizer que se eu dividir o inteiro ao meio e pe- gar uma parte eo mesmo que dividir o inteiro em quatro par- tes e pegar duas? - perguntou Marcelao. - Exatamente a mesma coisa- observou o professor. Lino pos o indicador na testa, como se houvesse desco- berto algo e disse: - Entao, se eu comer meio bolo ou dois quartos de bo- lo, estarei comendo a mesma quantidade? -Claro que sim. Desde que os bolos tenham o mesmo tamanho. Entendido? Coloquem a nova observaGilO no nos- so resumo. 2 4 a.) 1rv Z "'-' 4 2 b) ~ rv 4 Depois de registrar no caderno, Alice considerou: - Lino tinha de por urn bolo no meio eta questao! - Eu nao pus o bolo na questao, apenas trouxe a ma- tematica para o clia-a-clia - clevolveu ele. 0 professor, que ouvia atento, interveio: - Entao, responda, Lino ... Voce comeria mais bolo se comesse clois meios ou quatro quartos? Lino pensou urn pouco antes de responder: - Comeria a mesma quanticlacle, porque clois meios equivalem a quatro quartos. As cluas fraG6es representam a mesma quanticlacle, que e urn inteiro. - E Lino comeria mesmo!- aparteou Tafs.- Preci- sa ver como ele come! A classe riu muito com o gracejo de Tafs, e logo Sa- muel prosseguiu: - Vejamos, agora ... Se eu pegar tres peclaGOS cinza, que fraGilO terei? - Se cacla cqrtao cinza representa urn quarto, tres cle- les serao tres quartos - concluiu Beto. - Perfeito- aprovou o professor. -Vamos passar, en tao, ao cartao rosa ... Dobrem-no em oito partes iguais e cortem-no nas dobras. Samuel acompanhava o trabalho. Os alunos dobraram ao meio, obtenclo cluas partes e cortaram. Novas dobras ao meio, e novos cortes, agora quatro partes. E, novamente, cor- tanclo as quatro partes, conseguiram oito cartoes iguais. Tafs terminou e constatou: - Cada uma clessas partes rosa representa urn oitavo, pois o inteiro foi dividiclo em oito partes iguais. Sob a orienta<;:ao de Samuel, os alunos marcaram a fra- <;:ao corresponclente a cacla parte. Em seguicla, colocaram os oitavos sobre o cartao preto que representava o inteiro: - Entao- concluiu Beto - oito oitavos eo mesmo QUe um intciro. - Muito bern- cumprimentou Samuel que, em segui- da, pegou as seguintes fra<;:6es e as comparou: ;~~ :~:.:'.' 1 2. ., ' , . ·,: .. _,,. 1 , "' 'l: ~ 'wl "' , A '· , (; • ~ )>' ', ';_1'1; ! 'I ' ' ;.:'" . ;, , ""l :':t~P '· - ~\";' s ..... ,, Os alunos fizeram o mesmo em suas mesas e nao de- 111oraram a perceber: - Urn meio, dois quartos e quatro oitavos sao fra<;:6es equivalentes- disse Tais. - Todas representam metade do inteiro. - lsso mesmo!- concordou Lino.- Repartir ao meio e pegar uma parte e o mesmo que dividir em quatro partes e pegar duas ou dividir em oito e pegar quatro partes. - E ainda tern mais - observou Beto, mostrando as seguintes fra<;:6es: - Da pra notar, tambem, que urn quarto e equivalen- te a dois oitavos. - Muito bern, Beto. Vamos aproveitar a sua observa- ~ao e registni-la. Venha ate o quadro e complete o resumo. a) 1 rv _g_ I"V ±. rv ~ 2. 4 8 b'\ ..L "-' .£ rv ± /2 4 g c)-1 "--'~ 4 g Como Samuel comc<;:asse a recolhcr o material, Marce- lao quis satisfazcr uma curiosidadc: - 0 material que vamos preparar c s6 esse? - Nao. Aguarde que amanha n6s continuaremos - avi- sou Samuel. 0 fantas01a -assa pao tarde, os quatro se reuniram para realizar a sen- A I sacional expedi<;:ao a casa abandonada. Lino foi o tiltimo a chegar. 1 - Que demora! - criticou Tais . - Pensa-mos que o fantasma tivesse sumido com voce! - Desculpem ... E que aproveitei para dar uma examinada, quando vinha para ca. - E dai? Encontrou o fantasma da colina? - brincou Be to. Lino esperou que cessassem as brincadeiras e passou aos fatos: - Nao descobri nada e isso eo mais estranho. Ontem, havia fuma<;:a saindo da chamine; hoje, tudo esta quieto de novo, nenhum sinal de vida. - Bern . .. Acho que a (mica maneira de descobrir se ha alguem ou algo naquela casa e indo ate Ia averiguar ... _c_ Beto tern razao! Vamos?- convidou Alice, que nem bern terminara de falar e ja foi se colocando a frente do gru- po, seguida de perto pela Tais. Os dois garotos seguiram lo- go atras. 0 acesso mais facil era pela estrada, de maneira que des- ceram ate o a~ude e tomaram a direita, dire~ao onde mora- vam Lino e Samuel. E transposta a grande subida, avista- ram a casa abandonada no extremo de urn terreno plano. - La esta ela - apontou Lino. - Como e que pode ~ sair fumac;:a da chamine de uma casa abandonada? Ninguem disse nada. E como se criasse novo impasse, Alice avan<;ou mais uma vez, comandando: - Se saiu fuma<;a, tern fogo! E se tern fogo, tern gen- te! Vamos p6r tudo em pratos limpos! - E ... Se nao formos, continuaremos sem saber. .. - apoiou Beto, acompanhando a amiga. - Por via das duvidas, e melhor nao nos afastarmos muito uns dos outros ... - sugeriu Lino. - Ei, olhem aquilo! - apontou Alice . - Fuma<;a - constatou Beto. - Pelo visto, temos mesmo urn novo vizinho ... Vamos torcer para que nao seja nenhum chato! - comentou Tais. Desceram a encosta que se formava entre o leito da es- trada e o plano onde se assentava a casa. Quando ja se en- contravam bern pr6ximos, Beto pressentiu: - Esse fantasma cleve preparar urn cafezinho delicioso! - Humm .. . E mesmo! Tambem senti o cheirinho! - apoiou Alice. - Ja posso ate adivinhar - prosseguiu Beto. - Deve ser uma daquelas velhinhas simpaticas, que tomam cafe com bolinhos a tarde. 0 0 - Tambem pode ser uma daquelas velhotas de preto, com verrugas no nariz, que preparam sopas de sapos e ara- nhas ... - riu Tais. Sentindo-se o alvo da tro<;a, Lino tratou de desconversar: - E claro que se houver alguem ai sera uma familia ou uma velhinha simpatica, como disse Beto ... Voce tern cacla uma ... A frente da casa estava fechada, os jovens deram a vol- ta, tentando a porta da cozinha. Pelo vao entreaberto, vi- ram a mesa forrada com toalha muito branca. E sobre ela urn belo pao caseiro, alem de uma bandeja com urn bule de cafe e uma canequinha de esmalte em vo.lta . - Oi de casal Bateram, chamaram, mas nao apareceu ninguem. - Ue ... Sera que nao tern ninguem?- estranhou Beto. Muito concentrado, Lino examinava o teto da cozinha, como se o dono da casa pudesse estar dependurado na cu- meeira. - Muito esquisito - comentou ele. - 0 que e que tern de tao esquisito, Lino? A dona ou o dono da casa deve estar dormindo! Ou saiu por ai, pelo mato! 28 Beto chamou mais uma vez: - Oi de casal Tern alguem ai? Sem resposta, Tais empurrou a portae entrou ate o pon- to que dava passagem para a sala. - Nao ha ninguem mesmo ... 56 se estiver no quarto ... Os demais entraram e se reuniram a garota. Alice nao tinha duvidas: - 0 dono da casa acabou de coar o seu cafe e foi tirar urn cochilo. Melhor a gente voltar outra hora. Nao fica bern invadir a casa das pessoas assim. Alice mal tinha silenciado, quando ouviram as suas costas: - Que moc;:ada bonita! De onde surgiram voces? Pegos de surpresa, voltaram-se para ver quem falava. E Lino por pouco nao desmaia de susto, o que nao passou despercebido a senhora, de pe junto ao batente da porta. -Credo, menino! Parece que viu fantasma! Cairam todos na gargalhada; Lino e que nao sabia on- de esconder o rosto. 0 fantasma tao temido chamava-se do- na Rosa e nao passava de uma senhora muito simpatica. Enquanto saboreavam o cafe com o delicioso pao ca- seiro, a senhora contou: - Durante anos, meu irmao Jose economizou para comprar este sitiozinho, pensando em viver aqui, logo que se aposenta.sse ... Conseguiu comprar a propriedade, porem faleceu dois anos antes de completar os trinta e cinco de servic;:o ... - lsso e coisa da vida ... - comentou Tais. - Po is e ... Ele mal conheceu o sitio, pois vi via muito atarefado ... Como era solteiro, eu herdei a propriedade,mas tambem precisei esperar alguns anos ate obter minha apo- sentadoria. Sou enfermeira. - Bern ... Pelo menos, a senhora tera uma vida tran- qi.iila ... Nao precisa mais trabalhar. .. - considerou Tais. A mulher estranhou: · - Que e isso, menina! Quero ver esta terra produzir! - Eu acho que a senhora faz muito bern - interveio Alice. -Mas pelo que nos contou, nao tern experiencia com a terra ... E tam bern nao esta facil conseguir empregados por aqm ... - E verdade, dona Rosa - endossou Beto. - Alice fala por experiencia propria, os pais•dela vivem do cultivo da terra. - Jamais imaginei que seria facil. A aposentadoria que recebo e as economias nao sao muito ... Nao poderia sequer pagar empregados ... Os garotos entreolharam-se constrangidos. Por fim, Beto se manifestou: - Nao entendemos, dona Rosa ... Se a senhora nao tern experiencia e tam bern nao tern como pagar empregados ... Nao pode fazer todo o trabalho sozinha ... A mulher nao se perturbou. - Qual e a dificuldade, garotos? Eu dou sociedade na produc;:ao! Ofere<;:o terra, sementes, ferramentas e cinqi.ien- ta por cento do que colhermos, como pagamento pelo tra- balho. Eu sei que muita gente faz isso. - 0 que a senhora quer e urn s6cio para OS Jucros e tam bern para os riscos ... E isso? - indagou Tais. - Exatamente, menina! Quando alguem depende do que vai produzir, tenho certeza de que da mais aten<;:ao e cui- dado ao que faz! 0 que parecia J6gica a mulher deixava OS garotos mu- dos. Mais uma vez, Alice senti u-se na obrigac;:ao de ser franca: - Dona Rosa ... Tenho a impressao de que nao sera facil conseguir alguem nessas condic;:oes. Falta mao-de-obra na regiao ... - Todo mundo esta indo para a cidade- apoiou Lino. - Nem todos- riu ela.- Muitos estao vindo das gran- des cidades para o campo. Concorda? - E verdade - concordou Lino. E juntou:- De qual- quer forma, pode contar conosco . Tentaremos encontrar alguem ... - Eu sei que posso contar com voces . Os jovens se despediram e, ao atingirem a estrada, Tais comentou: - Bern ... Agora, sabemos que temos uma vizinha de carne e osso .. . -E ... Pena que com aquele projeto ela nao vai muito Ionge - lamentou Lino. Beto nao estava muito certo disso. - Depend e ... Se ela encontrar a pessoa certa, sera urn born neg6cio para os dois lados. -Voce conhece alguem para indicar?- indagou Alice. - Eu estava pensando ... Em vez de pegar uma pessoa com pratica, ela poderia pegar varias sem pratica ... - Eu acho que assim a dificuldade aumenta - retru- cou a garota. - Pois eu acho que nao - devolveu Beto. Tais encurtou o passo para indagar: - Ah, nao? Quem seriam essas pessoas? - N6s quatro. - N6s? -- espantaram-se todos. - Apesar de niio sermos lavradores, temos muito mais experiencia que ela. Sempre vivemos no campo. E pensem s6 no que poderiamos comprar com a nossa parte da so- ciedade ... Tais bobeou por urn instante; em seguida, seus olhos brilharam. - Beto! Voce e urn genio! Poderiamos comprar nos- sos instrumentos! - E niio se esque~am de que Alice tern pnltica com plan- ta~oes - lembrou Beto. Alice nao esperou mais: - Eu topo! - Sera que ela aceita a gente? - perguntou Tais. - Dona Rosa pode niio nos levar a serio - disse Lino desani- mado.- Tambem tern a escola -lembrou Alice.- S6 po- deriamos ajuda-la meio periodo. - Eu tenho a impressao de que ela topa. Niio sera fa- cil ela conseguir alguem - reforGOU Beto. - 0 que estamos esperando, entiio? - interrogou Tais. - Vamos voltar Ia e dizer que aceitamos a sociedade! Beto, porem, nao tinha pressa. - Devagar, Tais. Eu acho uma boa ideia, mas e me- lhor pensarmos mais sobre o assunto. Alem disso, precisa- mos consultar nossos pais. - Beto tern raziio, e muita responsabilidade- concor- dou Alice. - Vamos pensar melhor nos pros e contras. - Por mim ja esta pensado! Se dependesse de mim, amanhii mesmo a gente come~ava a plantar os instrumen- tos! - brincou Lino. Os jovens riram muito e partiram para casa com o co- ra~iio tocando num ritmo forte. No co01passo das &a~Oes N o dia seguinte tiveram aulas normais, sendo a ultima a do Samuel. Assim que entrou na sa- la, ele distribuiu outros cartoes coloridos, do , mesmo tamanho dos que havia distribuido no dia anterior, e orientou os alunos a prepararem as seguintes fra~oes: ~ 1 1 1 ~ ~ q 1 1 1 9 ~ if 1 j_ 1.. ~ ~ 9 Dessa maneira, cada parte vermelha representava urn terGo; cada parte bege, urn sexto; e cada parte branca repre- sentava urn nono. Alguns alunos logo notaram novas fraG5es equivalen- tes. Pegaram os cartoes correspondentes e demonstraram: 1 q 1 '3 ..L g rr I 1 ~11 I Ii i i \!\\1 1 l 1l1 r II 11 II ~1111 1: 'II I ill I ~I . E todos perceberam que urn ten;:o e equivalente a dois sextos e a tres nonos, porque todas essas frac;6es representa- varn a terc;a parte do inteiro, bern como notaram que tres sex- tos e equivalente a urn meio. E continuaram a completar o resumo do dia anterior em seus cadernos: a' 1"-' ~"'"' 3 "-' 4 "-' ~ "-' ~ "V !1_ ., z 3 4 6 8 9 b'i"\J ~ "-' ± rv ~ 'lz 4 g 6 c) ..LtV 2 4 8 d) ..L "-' .£ rv 2.. 3 6 9 Nesse momento Samuel pediu que os jovens observas- sem atentamente as frac;6es equivalentes que haviam acaba- do de perceber. Em seguida, dirigiu-se a lousa e disse: - Todos ja sabemos que urn terc;o e equivalente a dois sextos, e a tres nonos, dessa forma podemos observar o se- gui 11te ... E escreveu: 1 I 3 x z 6 1 ;) 3 -=- 3 -- 9 - lsso significa que podemos encontrar frac;6es equi- valentes fazendo multiplicac;6es? - interessou-se Tafs. - Exato. Podemos encontrar equivalencias como fize- mos ate agora, comparando as partes; ou como acabamos de descobrir. Notem que se multiplicarmos o numerador e o denominador de uma frac;ao por urn mesmo numero, des- de que nao seja zero, encontraremos uma frac;ao equivalen- te a ela. - E mesmo!- confirmou Lino. Se multiplicarmos os terrnos da frac;ao urn meio por quatro, encontraremos qua- tro oitavos. E Samuel escreveu na lousa: E ratificou: 1 x4 2 x4 = 4 g - Multiplicando os termos de uma frac;ao por urn mes- mo numero, diferente de zero, encontramos sempre uma fra- c;ao equivalente a ela. Como estivessem todos de acordo, ele propos: I ~----------------~~ •\$' . ~. ~ I - Respondam, agora ... Se eu tiver a frac;ao quatro oi- tavos, que operac;ao matematica deverei realizar com seus ter- mos para voltar a urn meio? 4 ? - 1 8 ? - 2 Todos os alunos se puseram a pensar e Alice disse: - Se multiplicando o numerador e o denominador da fra<;:ao urn meio por quatro encontramos quatro oitavos, entao ... - Ja sei! - disse Beto. - E s6 dividir o numerador e o denominador por quatro! Todos concordaram, pois haviam chegado a mesma con- clusao. Contente com a descoberta dos jovens, Samuel com- pletou, escrevendo na lousa: 1 ~ - 4 1 =-4 2 4 - g 8 1 2 -Com isso, percebemos a propriedade fundamental das fra<;:6cs: multiplicando ou dividindo os termos de uma fra<;:ao por urn mesmo numero, diferente de zero, obtem-se uma fra<;:ao equivalente a frac;ao dada. - Jsso vale para qualquer fra<;ao que imaginarmos? - indagou Tais. - Vale. E notem o seguinte: apesar de trabalharmos nesse material s6 com alguns exemplos de fra<;:6es, elas sao infinitas. Nos preparamos esse material para que voces pu- dessem entender bern o conceito de frac;ao, mas nem sempre trabalharemos com cart6es ... Ate porque seria impossivel pre- parar infinitos cart6es ... Certo? Vamos, entao, verificar nos- sos conhecimentos sobre as fra<;:6es, agora sem usar os cart6es. Dizendo isso, desenhou: ~ . . . E perguntou: - Beto ... Que frac;ao a parte riscada da figura re- presenta? - Humm ... A figura esta dividida em quatro partes, das quais tres estao riscadas ... Portanto, sao tres quartos. Propriedade lunda · mental das frar;6es: Multiplicando ou divi· dindo (quando possi vel) os termos de uma frar;ao parurn mesrno numero natural, dife· rente de zero, obtem· se uma frar;ao equiva· lente a frar;ao dada. Samuel escreveu a fra<;:ao ao !ado da figura e, desenhan~ do novas figuras, chamou alguns alunos para colocarem as fra<;:oes correspondentes: . ~ ~ 2 1 6 4 JA @9._·.·· ., ' "" 3 1 4 3 2. 4 5 6 1 2 Enquanto Samuel foi fazer a chamada, cada urn come- <;:ou a guardar o jogo de . fra<;:oes que havia preparado. Per- cebendo isso, Samuel avisou: - Nao guardem as fra<;:6es que prepararam. Coloquem aqui nesta caixa, pois de agora em diante usaremos esse ma- terial em conjunto, e logo voces saberao por que. Em seguida, pediu que Lino pegasse cartoes que repre- sentassem a fra<;:ao cinco quartos. - Deverei pegar cinco cartoes de urn quarto . E dizendo isso, colocou-os no paine! que Samuel in- dicara: 1 4 . 1 " 4 - Muito bern ... Verifique se com as quantidades que tern chega a formar algum inteiro . . . - Quatro quartos ja formam urn inteiro!. .. E sob orienta<;:ao de Samuel, Lino arrumou os cartoes: I ~ 1 Dl 4 1 1 4 4 Tais adiantou-se e observou: - Da maneira como estao colocados os cart6es, pare- ce que temos urn inteiro e ainda urn quarto . - Justamente - confirmou Samuel.- As fra<;:6es que representam quantidades maiores que o inteiro podem ser es- critas em forma de numero misto por terem uma parte intei- ra e outra fracionaria! - Disse c escreveu: 2... ou. 1 j_ 4 . 4 A seguir, propos varias fra<;:6es, pedindo aos compo- nentes da classe que pegassem os cartoes e as representas- sem, formando os possiveis inteiros. E, depois, fixaram os exemplos no paine! e escreveram as conclusoes: 8 30Lt 2~ 3 1 9 1 9 1 1 2 1 q j_ 9 1 1 q 1 q _1 fj~ I L~~ I _j I ~ I I· ~ I I~ I I~ I~ I 1 ~~~~~~----~ 13 4 q g '::} 9 Ott- 1-9 Nesse momento, a fim de dar continuidade ao estudo de fra<;6es, Samuel dividiu a classe em tres grupos e para ca- da urn deles propos que, usando os cartoes, representassem as fra<;6es das etiquetas que ele distribuia. Cada grupo pre- parou o que !he foi proposto, colocando tudo nos respecti- vos paineis, ficando assim: 0 1 3 0 z ~ OLt 1G ~ OIA-2.4 '1 4 . 1 ]_ ou. 3 2 2 0 3 3 Ott, 1 s 4 OLt 2 4 ott2 2 .2. ou., 3 3 Depois de tudo preparado, Samuel pediu que todos ob- servassem atentamente os paineis e descobrissem as diferen- <;as entre as fra<;6es apresentadas em cada urn deles. - 0 grupo A tern fra<;6es que nao chegam a formar urn inteiro - constatou Alice. - 0 grupo B chega a formar inteiros e tern mais algu- mas partes alem dos inteiros formados. - E por que as fra<;6es do grupo C nao estao com as do grupo B? Elas tam bern formam inteiros? - indagou Tais . Foi Beto quem !he respondeu: - E que as fra<;:oes do grupo C representam inteiros sem mais nenhuma parte. Sao so inteiros mesmo. Veja, formam urn, dois, tres inteiros ... 0 professor ouviu satisfeito os resultados das observa~ <,:oes e concluiu : - Voces observaram corretamente. So falta, agora, sa- ber que nome recebem essas fra<,:oes ... - Ah, elas tern nome? - estranhou Tais. - Tern . 0 paine! A apresenta fra<;oes proprias; o pai- ne! B, fra<,:oes improprias; e o paine! C, fra<,:oes a.parentes. Foi ate a lousa e fez un1 resumo das explica<;ocs: Fr~o P-r6P-ria t a~uela t,tue repre.~.ent~ park do er.ro. Porta.-tto t me.-tOr '-f'Ue. U+tt mtttr6. fra~ao i.mJ:lrom:t.o. i aquell.\. G.}!te conttl;t\ "W\ o~.t mai1 ~ie~r<». POrtanto u~d.- fr~ ~ wu:uor que o ~~ro. · Fra{ao ~~arettte i a iMPr6pria .aue.. equivale. a udeirm. 0-numetaclor i mlllfaplo dO denominador. . E propos, em seguida, exercicios para que o grupo de- terminasse a fra<;ao, bern como a sua classifica<,:ao . Para alc- gria de Samuel, o grupo resolveu as questoes. ~ 7 ' > 5 ( ' . ) g propra.a ~ i ( propna) ~~'?ti1] ar ... ~'C3 • ! (ap~re.nte.) ~J II ~ (impropri~) •• fl})rf!J~ ~ (aparet1te.) ~ (improprla.) - Muito bern. Voces estao mesmo a(iados em fra<;:ao. Adivinhem, agora, qual e 6 proximo passo? - Nao consigo imaginar - reconheceu Beto . - Nem eu - secundou Alice. Foi a conta de falarem e bater o sinal. - 0 proximo passo e entrar naquele confort<ivel fusca e tocar para casa, que meu est6mago esta roncando de fo- me! - disse Tais inspirada. - lsso mesmo - disse Samuel, entregando-lhe as cha- ves. - Podem tomar seus lugares que num minuto estou Ia. E so o tempo de lavar as maos. '! ( . . Fra~io , . na pratica urante a noite que sucedeu ao encontro com do- D na Rosa e no dia seguinte, os jovens consultaram seus pais sobre a ·ideia, conversaram demorada-. me~te com Sa_muel e, principalmente, discutiram m u tto entre Sl. '"\ ·Os pais nao viam nada que pudesse repro- var o projeto dos garotos, embora alertassem para a dificul- dade do trabalho e para a responsabilidade que assumiriam diantc da nova vizinha, que, afinal, estaria contando com os resultados da empreitada. Samuel nao so se entusiasmou com a ideia, como aju- dou a convencer os pais de Alice, que se mostraram um tan- to relutantes de inicio. E, assim, numa tarde, logo apos a volta da cscola, rumaram em dire<;:ao a casa branca, com a deci- sao tomada. A dona da casa, percebendo que os garotos mantinham- se de pe, convidou: - Sentem-se, que eu vou cortar este bolo de mandioca . - Nao precisa se preocupar, dona Rosa. Nos viemos porque precisamos falar com a senhora. - Ora essa, Beto ... Voce e o Beto, nao e? - Sou eu mesmo . - Sente-se e sirva-se de bolo . Podemos conversar, en- quanta comemos . Sem dar treguas, a mulher cortou o atraente bolo, que estava no centro da mesa, e serviu um por um. - Obrigada, dona Rosa - agradeceu Alice. - Humm ... Esta uma delicia! - elogiou Beto. - Comam a vontade! E, agora, se quiserem adiantar o ass unto que os trouxe, estou ouvindo ... Os olhosdo grupo se voltaram para Beto, que havia si- do escolhido como o porta-voz. Meio sem jeito, ele come<;:ou: - E sobre a conversa que tivemos anteontem, quando nos conhecemos e falamos sobre os problemas que a senho- ra encontraria para conseguir ajuda no trato da terra ... - Xiii ... Esta mesmo complicado! - desabafou ela. - Ainda hoje passaram dois trabalhadores ai na porta, mas ninguem quer arriscar por causa da seca. Querem ganhar por dial - E ... 0 pessoal esta com medo de nao colher nada - observou Alice. - Eu sei disso. 0 probJ-ema e que realmente nao tenho como pagar; so mesmo com parte da colheita. Os garotos entreolharam-se sem saber se ficavam tris- tes pelas dificuldades da senhora ou sese alegravam pela pers- pectiva que as circunstancias lhes ofereciam. Como Beto hesitasse, Lino cutucou-o e ele se abriu: - Bern, dona Rosa ... N6s nao somos exatamente tra- balhadores rurais, mas temos alguma pnitica .. . Principalmen- te a Alice, que ajuda os pais dela ... - Esperem ai. . . Deixem-me verse eu estou entenden- do direito ... Voces estao se oferecendo para trabalhar comi- go? E isso? Antes que Beto abrisse a boca, Lino descarregou: - E isso mesmo, dona Rosa! A senhora aceita? A mulher ficou sacudindo a cabe<;a, como se nao acre- ditasse. Em seguida, questionou: - Voces entenderam bern a proposta que eu fiz? - Entendemos - respondeu Tafs. - Dinheiro s6 na colheita, se houver colheita! - E consultaram os seus pais? - Sim, n6s falamos com cles- tranquilizou Lino . - Nao ha problema! - Voces sabem melhor que eu: trabalho no campo nao e facil. .. E assim mesmo estao dispostos? - tornou ela, co- movida com a iniciativa dos garotos. - Por mim come<;ava agora mesmo!- respondeu Li- no entusiasmado. Os olhos deJa brilhavam; por pouco nao se encheram de lagrimas. Beto percebeu e juntou: - Verdade que s6 poderemos dar nossa contribui<;ao no perfodo da tarde ... Alem de que, algumas vezes, teremos trabalhos escolares ou precisaremos estudar . .. Sem palavras, dona Rosa levantou-se, contornou a mesa e abra<;ou-se a Beto. Depois, voltando-se para os demais, disse oque todos esperavam com ansiedade: - Voces estao empregados! Ou melhor, sao meus s6- cios no que produzirmos! Alegrifl maior, impassive!. Abra<;aram-se todos e, em seguida, selaram o compromisso com urn delicioso cafe coa- do na hora. No entanto, a alegria maior era da mulher. - N6s conseguiremos ... S6 precisamos confiar em nos mesmos ... - Claro que conseguiremos - endossou Alice. - Meu pai disse que a terra daqui e muito boa! ~ ~ , .• ' J• ., ----------------~ - Dona Rosa .. . A senhora ja pensou no que plantar? - indagou Beto, objetivo. E!a nao titubeou: - Come<;aremos com as coisas mais simples ... Verdu- ras e legumes . Produzem mais depressa e garantirao pelo me- nos a sobrevivencia. Que acham? - Esse tipo de plantio precisa de muita agua- preve- niu Alice. - A agua existe, h<i varias nascentes Ia em cima. S6 pr~ cisamos puxa-la para baixo. - Uma mangueira- sugeriu Lino. - Exatamente - aprovou ela. - Vamos canalizar a agua. Depois da eu foria, Be to passou a pratica: - Precisamos conhecer os Iimites do terreno ... A mulher saiu a portae mostrou: - Notem que o terreno e quadrado. Tem cem metros de !ado, e gostaria que a metade dele ficassc para a casa e para o espa<;o livre. - Entao- disse Beto -, vamos plantar na outra mc- tade, a que beira a cstrada. Nesse momento, Tafs pegou um bloco de papel da bol- sa e desenhou apcnas a parte do tcrreno destinada ao plan- tio, dividida em quatro partes iguais: []]]J 100m - E is so af - concordaram os demais. - Agora e s6 calcular que parte do terreno correspondente a planta<;ao ca- bera a cada um de n6s. - Se o terreno para plantio tern cern metros de com- primento ... - propos Alice - dividindo por quatro ... - A cada urn de n6s correspondera uma parte equiva- Jente a 25 metros - concluiu Lino. E indicou no desenho que Beto havia riscado: Z5m 25m 25m 25m __.._, _..._ _...._ _..._ IJilGJll ~ . foom r ~~~~ 1 111 I I Ill 1111 Ill I I' .I ~--------------- 3 1 - =- 6 2 Entao, questionou: - Qual dessas frac;:oes parece a mais simples? -Urn meio - tornou ela sem hesitar. - Certo. Eu posso considerar urn meio como a simpli- ficac;:ao de tres sextos- concordou e interrogou: - Voces estaci lembrados da propriedade fundamental das fra<;:oes? 7 ~~ · - ! f I I I· Ap6s urn curto silencio, Beto falou: - E aquela que diz que podemos multiplicar ou divi- dir os termos de uma frac;:ao por urn mesmo numero .. . Nao e isso? - E como resultado, encontraremos uma frac;:ao equi- valente - completou Juliana. - Estou vendo que voces ainda se recordam ... Agora, pensem nessa propriedade e me digam que calculo temos de fazer para simplificar tres sextos em urn meio? - Ora, Samuel. .. E s6 dividir os termos da frac;:ao por tres - respondeu Lino. · Samuel foi a lousa e indicou: E concluiu: 3 · 6 · 1 -2 - Pprtanto, para simplificar frac;:oes, dcvcmos dividir os scus termos por urn mesmo numero, que seja divisor do numerador e do denominador ao mesmo tempo. E voltou a escrever: 4 12. Ap6s o que, questionou: - Como faremos para simplificar a frac;:ao quatro do- ze avos? - Podemos dividir ambos os termos por dois- suge- riu Tais. 4 :2 12. :2 =2: 6 Quando Samuel terminava de escrever, Alice sugeriu: - Ainda da pra dividir por dois de novo! Ele gostou da intervenc;:ao e completou: 4 :z Q :z 1 --= =- 12:2 6 : '2 3 - Espere ai, Samuel. .. - pediu Beto. -A gente nao poderia simpli ficar de uma vez s6, dividindo por quatro? 45 \ - Era isso mesmo que eu queria que voces percebessem. E registrou conforme o proposto: 4 :4 12:4 ;j_ 3 - As duas maneiras de simplificar estao corretas, mas o Beto percebeu que quatro e o maior numero possivel pelo qual os termos da fra<;ao poderiam ser divididos. De qual-· quer forma, 0 importante e chegar a uma fra<;ao irredutivel. .. - lrredutivel? - interrogou Marcelao. - Uma fra<;ao que nao possa mais ser simplificada. E propos varias fra<;6es para serem simplificadas: - Se voces perceberem qual e o maior divisor dos ter- mos, a simplifica<;ao tera urn numero de passagens inenor e sera mais rapida. 4 :2. Q 6 :2 3 =- =- 6 :2 3 10:2 5 5 :5 1 30 :10 3 -- =-- 100:5 20 160 :10 16 Para simplificar uma frar;:§o, deve-se dividir seus termos por um mesmo numero natu- ral, diferente de zero, obtendo-se dessa for · ma uma frar;:ao equi- valente 8 frar;:iio dada. As frar;:6es que niio podem ser simplifica · das s§o chamadas ir - redutlveis. Exemplo: 1 4 11 14 Como a turma dominasse o assunto com facilidade, ele l£'o' T.'1' 75"· I deu prosseguimento a aula para que OS alunos conhecessem outros aspectos das fra<;6es. - Agora, vamos ver como somar ou subtrair fra<;6es como mesmo denominador. Para isso, voltaremos a usar os cart6es. Deslizou o indicador no ar e apontou para urn aluno: - Guilherme ... Va ate a caixa e pegue tres oitavos. 0 jovem pegou tres cart6es rosa: Entao, ele chamou: -Alice ... Voce vai pegar quatro oitavos. ~ ... -. - Ela mostrou quatro cart6es rosa, ap6s o que Samuel quis saber: - Se n6s reunirmos estes tres oitavos aos quatro oita- vos, que fra<;ao teremos? - Sete oitavos. Isto e, sete partes de urn oitavo - res- pondeu Alice prontamente. Samuel aprovou e escreveu: 3 4 7 -+ -==- 8 8 8 Em seguida, o professor chamou Tais: - Pegue, vamos ver. .. Sete quartos. ..1. 4 :~~~ /o:e~'m:rde~~~ mmador, somam-se os numeradores e 'ponserva-se o d.eno- minador. [£1 ~.. I .... --~ -------. . . I ln IJ: CU \v ",,J A garota pegou sete cart6es de urn quarto, dos qu~s; socla~ao Oeste Samuel retirou seis quartos. E dirigiu-se a classe: --~ - Com que fra<;ao Tais ficou? - Urn quarto! - acertaram todos. Ele confirmou com urn gesto e escreveu: 7 6 1 4-4=4 - Muito bern ... 0 que voces perceberam sobre a for- ma de realizar essas opera<;6es? - Nos nao mexernos no denominador. Fizemos as con- tas, usando apenas os numeradores - percebeu Alice. - E verdade - concordou Beto. - Mas por que, Samuel? - indagou Lino. E Samuel passou a explana<;ao: - Notem o seguinte: o denomin-ador indica em quan- tas partes o inteiro foi dividido; portanto, define o tamanho de cada parte. Como n6s estamos lidando com partes do mes- mo tamanho, e s6 somar ou subtrair a quantidade das partes. Nao satisfeito, pegou urn cartao e prosseguiu: - Por isso, usamos uma cor para cada denominador e os cart6es da mesma cor sao do mesmo tamanhp. Por exem- plo, tres cart6es bege com mais dois cart6es bege somam cinco Para subtrair frar;:6es como mesmo deno - minador, subtraem-se os numeradores e conserva-se o deno- 1minador. ·<3>-------------------------· cart6es bege, da mesma forma que tres sextos com dois sex- tos resultam cinco sextos. Desenhou os cart6es na lousa e escreveu matematica- mente a questao, antes de continuar: DDD 'DD 2.+~==__§_ 6 6 6 - Dessa forma, fica clara que samar ou subtrair fra - <;6es com o mesmo denominador e como contar partes do mesmo tamanho . Alice preferiu ilustrar com urn novo exemplo: - Entao, se eu tiver tres cart6es vermelhos e pegar mai s quatro, ficarei com sete cart6es vermelhos. Ou seja·, tres ter- c;os mais quatro ter<;os resultam sete terc;os. E isso? · - lsso mesmo - confirmou Samuel, registrando o exemplo da jovem na lousa. ODD DODD ~+ 4 ==:I_ 3 3 3 Todos compreenderam e alguem pediu um exemplo com subtrac;ao. 0 professor atendeu: - Se eu tiver dez cart6es cinza e Lino me tirar quatro cart6es, ficarei com seis cart6es cinza. Isto e: se eu tiver dez quartos e me forem retirados quatro quartos, ficarei com seis quartos. E registrou na lousa, como fizera antes com o exemplo de Alice: DDDDD D 0 0 1Z H:Z 10 4 6 4-4:::. 4 r .. Em seguida, voltou-se para a classe e disse: - Observem se ainda existe alga que podemos fazer ... - Claro! Podemos simplificar o resultado! - Isso, Tafs! Quer vir a lousa? E ela explicou diante da classe: . - 0 maior numero quee divisor do seis e do quatro ao mesmo tempo eo doi s ... Ai e s6 dividir para simplificar: 10 -- 4 4 4 6 .. 3 4 .<J = z - Obrigado, Tais. Foi uma excelehte apresentac;ao. Como a classe se pusesse a murmurar pelo ]eito con- vencido da Tais, Samuel passou ao resumo da materia: - Nao sc csque<;am ... Para samar ou subtrair fra<;6es com o mcsmo dcnominador, conservamos o dcnominador c somamos ou subtrafmos os numeradores. E passou uma serie de exercicios para que os alunos re- solvcsscm nos cadernos, lembrando que deveriam simplifi- car os resultados scmprc que passive!. ....7_ + j_ + _9_ :::. 11_ 5 5 5 5 1·0 +.£= g 8 16 :8 2 8 ·s -= T 2 1 -+-= '3 g 15 9 6-6= 3 :3 - 1 9 :3 - 3 6 6 1 6 :6 =- T 17+_1 =18:2 =2._ 16 16 16 :2 8 1 11 11:11 II ', II~' II ' ' ~ / 9 Ao trabalho / ISl amuel andava muito curiosa de conhecer dona Rosa, pois os garotos s6 falavam dela. E dona Rosa, de conhece-lo, porque notava bern o cari- nho com que os jovens se referiam ao professor. A oportunidade surgiu com a necessidade das compras. 0 grupo precisava ir a cidade adquirir os quatrocentos e tantos metros de mangueira, al- gumas ferramentas e sementes. Mais que depressa, Samuel colocou 0 fusquinha a disposi<;:ao. No sabado, foram as compras, a bordo do veiculo su- perlotado. E, como esperavam, o primeiro encontro entre o amigo e a mulher foi cereado da maior alegria. Tambem seu Luis e dona Ofelia, pais de Beto e Tais, prestaram sua eolabora<;:ao, despachando um dos emprega- dos para o sitio vizinho, a fim de consertar uns peda<;:os de cerca, trocar as telhas quebradas da casa e instalar a man- guetra. Na segunda-feira, finalmente, logo ap6s a volta da es- cola, OS jovens puseram maOS a obra. - Onde e que eu cavo? - adiantou-se Lino, disposto . - A divisao ja foi feita ... E s6 pegar a sua quarta par- te - respondeu Tais. - E ... Mas assim, sem uma divisao real, fica dificil sa- ber onde come<;ar e onde parar: - Humm .. . Pela disposi<;ao, Lino vai fazer toda a parte dele hoje ... - ironizou Alice. - Espera ai, Alice ... Lino tern razao! A primeira coisa que temos a fazer e delimitar a area a ser cultivada ... Preci- samos de uma marca<;ao concreta. - Como faremos essas marca<;oes?- quis saber Lino. Os componentes do grupo puserarh-se a procurar em volta por algo que pudesse servir, mas Alice tinha a solu<;:ao. - Vamos precisar de barbante. - 6tima icteia - aplaudiu Beto. E Tais lembrou-se: - Dona Rosa tern urn rolo de barbante guardado la na gaveta da mesa. Eu a vi cortar urn peda<;o, outro dia. De fato, a mulher dispunha do material necessaria, urn novelo inteiro, que comprara na intui<;ao de que ainda servi- ria para alguma coisa. -- Usem a vontade! Daqui a pouco, eu OS chama para o cafe com broa de milho! - Oba! Broa de milho? - Que alegria e essa, Lino? N6s viemos aqui para co- mer ou para trabalhar? - censurou Tais. Dirigidos por Alice, Beto e Lino fincaram estacas de ma- deira e esticaram os fios, delimitando os varios canteiros. - Pronto ... Os canteiros ja estao demarcados ... - mos- trou Lino. - E .. . Acho que chegou a hora de cavar. .. - falou Be to. - Tambem desconfio que as cenouras nao vao se en- fiar pelo chao sozinhas ... - brincou Tais. - Poxa ... Esse chao esta mesmo seco ... - observou Lino, tentando com a enxada. Beto pisoteava o solo com o calcanhar da bota e pare- cia concordar com o amigo, que brincou: - Continue batendo, Beto... Quem sa be a terra amolcce? - Nao precisa pisotear ... - contrariou Alice. - E s6 jogar agua! - Que agua? - indagou Lino, procurando a sua volta. Alice olhou-o e perguntou: - Para que voce acha que n6s compramos a manguei- ra, hein, Lino? - Ora, para molhar as plantas! Falou e imediatamente percebeu a tolice que dissera. An- tes que o assunto se prolongasse, convidou Beto e foram bus- car o equipamento. - Puxa, Alice ... Voce sabe mesmo das coisas ... - cum- primentou Tais. - Eu tenho de saber; sempre ajudei os meus pais no plantio... · -E ... N6s nunca passamos perto de uma enxada ... - reconheceu Tais, meio encabulada. A nissei percebeu e justificou, rindo: - Ora, isso e natural, Tais ... Os pais de voces tern ne- g6cios na cidade. Nao vivem como n6s, exclusivamente da terra. - Ainda bern, Alice, ainda bern! - Nao fosse a sua experiencia, nao sei se valeria a pena ... - comentou Beta, de passagem. Mal ele falou e chegou dona Rosa animada: - N6s conseguiremos, garoto, ponha isso na sua ca- be<;a! E com os conheeimentos da Alice sera, sem duvida, mais facil! 51 r- - Claro que conseguiremos - confirmou Tais. - A senhora pode contar comigo, dona Rosa! Eu vou ate o fim! - prometeu Lino. - N6s chegaremos Ia, juntos! Voces verao! Antes de tocar o projeto pra frente, que tal tomar urn cafe com broa? Nao foi preciso urn novo convite. Desceram todos atras eta mulher, em dire<;:ao a cozinha. Deno10inadores diferentes om dia, turma. Preparem-se todos, que hoje tern novidade. A classe cessou o burburinho c clirigiu a at.cn- <;:ao para Samuel. ' - N6s ja aprendemos a somar c a subt.rair fra<;:6es como mesmo denominador. Hojc, vamos descobrir como proccder com dcnominadores clif'ercnte~. Enquanto falava, ja pegou clois cart6es c, moslrando para a classe, interrogou: B ~· t "r-; t.' ' . . . 1' .. l') ' ~,) • ' ,'f ~ ~; f, .,,, ;,.._,... . • • • ~h·'!;l;4 ,,(:;,; \'k ,J'F.f«/~;, • n I ,l'< ~,, /fJi.§LIIJ'l':.Ji\' ' lt rr-t , - Que fra~ao resulta dessa soma entre urn meio e urn quarto? A classe fez silencio e demorou para que alguem ar- riscasse. - E urn sexto? - tentou Guilherme. Samuel pegou urn sexto e colocou no paine!, ao !ado etas frq<;:6es que queria somar. - 0 que voces acham? A soma de urn meio e um quarto resulta um sexto? - Claroque nao! Urn sexto e ate menor que urn quar- to! - interveio Beto com seguran~a. - Entao, deve ser dois sextos - retrucou Marcelao. E Samuel comparou novamente: - Bem ... Voces dcvcm estar notanda que a ideia de so- mar os dcnominadores csla errada ... - 0 problema c que n6s s6 aprendcmos a somar fra- <;:6cs com o mesmo clenominador! - falou Tais. - E, Samuel. .. N6s s6 aprendemos a so mar partes do mcsmo Lamanho! - acrcsccntou Alice. Samuel riu com a perplcxiclade etas garotas c concorclou: - E vcrclacle, voces tem razao ... No cntanto, podemos fazcr Lrocas por fra<;:6cs cquivalentcs. Por que voces nao pro- curam na ca ixa de cart6cs alguma possibiliclacle? Os a lunos aceitaram a sugcstao c logo pcrccberam qual era a saicla. - N6s poclemos trocar um marrom por do is cinza ... Ou seja, trocar a fra<;:ao urn meio pela fra<;:ao dois quartos - dcscobriu Bcto. - Nao e isso, Samuel? - Sim. Dcssa forma, poderemos somar com o outro um quarto, pois ai teremos fra<;:6es com o mesmo denomi- nador, ou seja, todas as partes terao o mesmo tamanho - cone I uiu Samuel. E dizcnclo isso, foi ate o paine!, onde fixou os cart6es e escreveu o seguinte: E continuou: 1 2 l I' .01 • ' I~ •; l~f ' . f .· ~ ; { ·· . .... :· .. . ::4·"\·• ·: . ' ' tr •'-' t• - Depois de efetuada a troca de um meio por sua equi- valente dois quartos, temos o seguinte: 1 . 4 53 ' 'r 1111 ,II ljll I -_,._ .. >---------------------------------------------------------~--------------------------------------------------~ E todos gostaram muito de como tudo foi feito. E logo a seguir Samuel propos outra questao: -- Vamos somar dois nonos com urn ten;o ... -- Quer que eu pegue os cartoes referentes a essas fra- r;:oes? -- ofereceu-se Alice. -- Sim, claro, e ponha-os no paine!, por favor. .. tE ~+..!__= 9 3 Ass im que a garota colocou no paine!, Tais mani- festou-se: -- Essa esta facil ! E s6 trocar urn terr;:o por trcs nonos e ja poderemos somar! Alice procedeu a substituir;:ao e ao calculo: tE .!.. t3 _!.._ 9 1 9 2 3 5 -+-=-g 9 g -- Muito bem-- elogiou Samuel. -- Pode voltar ao seu Iugar. .. E falou,entao, para a classe: -- Voces notaram que bastou trocar uma das fra<;:oes por outra equivalente, para que ambas ficassem com o mes- mo denominador e passassem a representar partes do mes- mo tamanho. Dessa forma, podemos entao somar os numeradores ... Entretanto, nem sempre e tao simples assim ... E dizendo isso, propos nova atividade, pegando as se- guintes fra<;:oes: -- Como podemos somar essas duas fra<;:oes? -- Vai ser dific il -- reclamou Tais. -- Acho que nao da para trocar meios por terr;:os ou te rr;:os por meios?! -- Voce tern razao-- concordou Samuel. --Para so- mar essas frar;:oes nao basta transformar somente uma de- las. Na verdade, teremos de encontrar urn novo denominador para as duas frar;:oes ... Peguem os cartoes e ten tern desco- brir o caminho. Varios alunos correram aos cartoes e, depois de algum tempo, Lino mostrou: -- Sera que e isso? Se eu trocar tudo por cartoes bege, acho que da certo. Estarei trocando tudo por sextos e mostrou: • • -- Muito bern, Lino! Registre sua descoberta na lousa: 1 1 -+-= 2 3 3 2 5 -+-=--6 6 6 Depois ·que o garoto resolveu, Samuel confirmou: -- Perfeito. Efetuando as trocas pelas fra<;:oes equiva- lentes, com denominadores iguais, encontramos cinco sextos. Juliana nao se mostrava muito convencida. -- Se estou entendendo, a gente vai ter de adivinhar, cada vez que quiser calcular. .. - Nao, Juliana, nao tern nada aver com adivinha~ao. Os exemplos que nos trabalhamos podem nos dar as pistas ... - Pistas? Mostre ao menos uma, que eu nao estou ven- do absolutamente nada. Samuel riu e pos-se a recapitular: - Nos trabalhamos com tres exemplos ... Certo? - Certo. - No primeiro, entre os denominadores dois e quatro, nos escolhemos o quatro. E notem que ele e multiplo de dois e dele mesmo . No segundo exemplo, entre o tres e o nove, escolhemos o nove, que e multiplo de tres e dele mesmo. E no terceiro, entre dois e tres, escolhemos o seis, que e multi- plo do dois e do tres, simultaneamente. Certo? - Ate af estou acompanhando - concordou Juliana. - E daf? - Como vimos - continuou Samuel com a explica~;ao -, em cada caso, o novo denominador foi sempre m(iltiplo dos denominadores das fra~6es que queriamos so mar ... - Quer dizer que a chave e descobrir urn multiplo dos denominadores? - tentou Tafs. - Quase isso, Tafs. Se voces notarem bern, nos esco- lhemos sempre o menor multiplo comum. Em seguida, so precisaremos encontrar os numeradores dessas fra<;6es equi- valentes as anteriores ... Vamos ao exemplo . . . 2. 4 -+-= 3 5 - Como as fra~6es tern denominadores diferentes, pre- cisamos encontrar urn novo denominador, igual para as duas fra<;6es - observou Beto. - Correto - concordou Samuel. - E qual eo menor multiplo comum de tres e cinco? - E quinze - respondeu a classe. Samuel gostou do desempenho e prosseguiu: - 0 proximo paSSO e descobrir OS numeradores de ca- da uma das fra~6es equivalentes as anteFiores, cujo denomi- nador seja o quinze ... Falou e escreveu: 2 4 3+-s= 15 +15= Todo numero natural possui um conjunto infinito de multiplos, que resulta da multi- plica<;:fio desse nume· ro pel a sequencia dos numeros naturais. Exemplos: Ml31 = ! 0, 3, 6, 9, 12 .. I Ml101 = 10. 10, 20, 30, 40 .. l Ml211 = JO, 21, 42, 63, 84 .. l Dessa forma, pode-se dizer que a e multip/o de b, se a for divisive/ por b. - E agora voltamos a adivinha~ao? - indagou Lino. - Adivinhar seria mais dificil. Se o novo denomina- dor e multiplo do denominador anterior, isso significa que o tres foi multiplicado por algum numero a fim de resultar quinze. Estou certo? A classe inteira concordou e ele passou a escrever: 3x®= 15 Ott 15:3=® - s: entao? Qual e 0 numero? -Eo cinco! - Portanto, e so dividir o novo denominador pelo antigo ... - Dividir o novo denominador pelo antigo? - estra- nhou algucm. E Samuel tornou a explica~ao: - Voces se lembram da propriedade fundamental das fra~6es? - Se multiplicarmos os termos de uma fra<;ao pelo mes- mo numero, encontraremos uma fra<;ao equivalente- enun- ciou Beto. - lsso mesmo! Entao, vamos Ia! N6s ja descobrimos que o antigo denominador tres foi multiplicado por cinco, resultando quinze, que eo novo denominador. Portanto, te- mos agora de multiplicar o antigo numerador dois por cinco tambem. E assim procedeu: _g_ + _4_ == 3 \ 5 10 ) ·, 15 -t 15 = - Notem que a fra~ao dez quinze avos e equivalente a fra~ao dois ter~os, porque dividir por tres e pegar duas par- tes e 0 mesmo que dividir por quinze e pegar dez partes. E passou a comoletar a segunda fra~ao: ·"'I' I ~ ~ ) + E: ~) ('10 '( 12 .- \ -15 + \ 15 - 22 15 - Ao dividirmos o quinze pelo cinco, encontramos tres, que e o mesmo que descobrir por qual numero o cinco foi multiplicado. Esse resultado, tres, foi entao multiplicado pelo numerador e dessa forma encontramos doze quinze avos, que e equivalente a fra<;ao quatro quintos. - Dai, podemos somar as fra<;6es porque elas passa- ram a ter o mesmo denominador - prosseguiu Tais. - E n6s podemos encontrar a solu<;ao, usando cart6es ou, en tao, calculando dessa forma ... - concluiu Beto. - Correto - concordou Samuel. - E como nem sem- pre teremos cartoes, e importante saber calcular. Na verda- de, eles serviram para nos dar as pistas para que chegassemos ate aqui. - E sea gente fizesse urn resumo de tudo isso? - pro- pos Juliana. - Era isso mesmo que eu ia sugerir - disse Samuel, que foi ate a lousa e escreveu: SOMA DE fRA(:Of5 COM OENOMJNADORE5 OlfE.RE.NTE5 1~) Encontrar o menor multtplo comw...,_ entre· 01, deno~LMdorM,. 2~) E1.crt\Jtr o mliltLplo t-nconirado ~ -1u£i o f\OVO det1omi.r\a.dor da~ fra¢~ . 3~Vividir eMe. det1omiMdor v.elo attitrior t multlplicar o re11Alta.do ~~CL divi~ao ptlo a.-tttgo nuwterador. 4~) f?epo~ ~ obttr M fracB~ tqutvalet1-tti, lM.- anterwr~ com o wu~nto deKDmiM.ador1 .6o~ar ~ V\~ wteracJ.orf..i,. Para reduzir fracoes a um mesmo denomina- dor e preciso: - determinar o me- nor multiplo co- mum aos denomi- nadores; - para cada frar;ijo, efetuar a divisiio do multiplo encon- trado pelo denomi- nador e multiplicar o resultado obtido pelo numerador. ·--------------------------------~ Registrado o resumo nos cadernos, Lino levantou a questao: - 6 Samuel. .. N6s podemos so mar mais de duas fra- <;6es com denominadores diferentes? - Naturalmente. Basta transforma-las em fra<;6es equi- valentes a cada uma delas que tenham o mesmo denomina- dor. .. - e mudando de tom: - E por que mesmo as fra<;6es devem ter o mesmo denominador para efetuarmos adi<;6es ou subtra<;6es? - Para que as fra<;6es fiquem com as partes do mes- mo tamanho - lembrou Tais. E Samuel confirmou: - Reduzimos as fra<;6es a urn mesmo denominador quando queremos soma-las porque s6 podemos realizar essa opera<;ao com partes iguais entre si. Aproveitando o interesse da classe, lan<;ou urn novo desafio: - Alguem pode me dizer como fazemos para subtrair fra<;6es que tenham denominadores diferentes? A resposta de Alice nao demorou a surgir: - Precisamos encontrar as fra<;6es equivalentes a ca- da urn a de las com o mesmo denominador. - Precisamos encontrar o menor multiplo comum dos denominadores - lembrou Beto. - E ... - prosseguiu Alice. - Podemos fazer da mes- ma maneira que fizemos com a soma. Dividimos o novo de- nominador pelo anterior e multiplicamos o resultado da divisao pelo antigo numerador. - Excelente! - reagiu Samuel. - Entao, posso pro- por urn exercicio? Enquanto falava, escreveu no quadro: 2 1 4-3== Depois, virando-se para a classe, convidou: - Beto ... Quer vir resolver? Beto foi ate a frente e come<;ou a explicar: - Primeiro, e preciso achar o menor multiplo comum de quatro e tres, que e doze. Dai, e s6 dividir o doze pelos denominadores e multiplicar pelos numeradores ... 2 1 4-3= 6 4 z 12 - 12 == 12 11 - Muito bern- aprovou o professor.- Alguem tern 7 algum coment<irio a fazer? • ,
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