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Queimaduras - Resumo completo (técnicas cirúrgicas, tratamento, fisiopatologia etc)

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Definição 
 
Toda lesão causada aos tecidos corporais, produzida por agentes externos sobre o revestimento do corpo, podendo destruir desde a pele até tecidos 
mais profundos, como ossos e órgãos 
 
Epidemiologia 
 
- A maior incidência dos acidentes ocorre no domicílio 
- Gênero masculino é o mais acometido 
- Membros superiores são os mais afetados 
 
Etiologias 
 
Agentes Físicos 
 
Térmicos: líquidos quentes, gordura quente, ferro quente, vapor, fumaça e fogo 
Elétricos: corrente de baixa voltagem (eletrodomésticos), alta tensão e raios 
Radiantes: resultam da exposição à luz solar ou fontes nucleares 
 
Agentes Químicos 
 
Substâncias químicas industriais, produtos de uso doméstico como solventes, soda cáustica, alvejantes ou qualquer ácido ou álcalis. 
 
Agentes Biológicos 
 
Seres vivos: taturanas, água-viva, urtiga. 
 
Fisiopatologia 
 
Alterações Locais 
 
Zona de Coagulação: Esse tecido é danificado irreversivelmente no momento em que ocorre a lesão. É onde as células foram destruídas. 
 
Zona de Estase: Adjacente à zona necrótica, tem um grau de lesão moderado, com perfusão tissular reduzida. Dependendo das condições da 
ferida, pode sobreviver ou evoluir para necrose de coagulação. Está associada a dano vascular com extravasamento de fluídos. 
 
Zona de Hiperemia: Caracterizada pela vasodilatação em razão da inflamação circunjacente à queimadura. Essa região contém o tecido 
claramente viável do qual se inicia o processo de cicatrização e, geralmente, não tem risco de necrose adicional. 
 
 
 
Alterações Sistêmicas 
 
Queimaduras graves normalmente são seguidas por um período de estresse, inflamação e hipermetabolismo, caracterizados por uma resposta 
circulatória hiperdinâmica com aumento da temperatura corporal, glicólise, proteólise, lipólise e ciclo de substrato. 
 
 
 
Classificação 
 
Profundidade 
 
Primeiro Grau: São as mais superficiais (também chamadas de queimaduras superficiais). Afetam apenas a camada exterior da pele (epiderme). 
 
Segundo Grau: Também chamadas de queimaduras de espessura parcial. Chegam à camada média da pele (derme). As queimaduras de segundo 
grau são, por vezes, adicionalmente descritas como superficiais (que envolvem a parte mais superficial da derme) ou profundas (que envolvem as 
partes superficiais e as partes profundas da derme). 
 
 
 
Extensão 
 
Regra dos noves: é atribuído, a cada segmento corporal, o valor nove (ou múltiplo dele) 
 
 Cabeça: 9% 
Tronco Frente: 18% 
Tronco Costas: 18% 
Membros Superiores: 9% cada 
Membros Inferiores: 18% cada 
Genitais: 1%
 
 Crianças: usar tabelas de Lund e Browder 
 
 
Gravidade 
 
Queimaduras Leves 
 
Todas as queimaduras de 1º grau, da mesma forma que as queimaduras de 2º grau que representam menos 10% da superfície corporal costumam 
ser classificadas como leves. 
 
Queimaduras Moderadas e Graves 
 
São queimaduras que envolvem mãos, pés, a face ou os genitais. 
Queimaduras de 2º grau que envolvem mais de 10% da superfície corporal e todas as queimaduras de 3º grau que envolvem mais de 1% do corpo 
são classificadas como moderadas ou, mais frequentemente, como graves. 
 
Diagnóstico 
 
 Avaliação da profundidade e extensão da lesão 
 Exames de sangue: Hg, eletrólitos, urina (rabdomiólise) 
 Sinais vitais 
 Volume urinário: desidratação, hipovolemia, choque 
 Eletrocardiograma (ECG) e radiografia de tórax se necessário 
 
Rabdomiólise é a degradação do tecido muscular que libera mioglobina no sangue. A mioglobina pode danificar os rins. Os sintomas incluem 
urina avermelhada e escura, diminuição na quantidade de urina, fraqueza e dores musculares. O tratamento precoce com reposição intensa de 
fluidos reduz o risco de danos aos rins. 
 
Atendimento ao Queimado 
 
 Devemos considerar o grande queimado como politraumatizado; 
 Extinguir as chamas sobre a vítima ou suas roupas; 
 Remover a vítima do ambiente hostil; 
 Remover roupas que não estejam aderidas a seu corpo; 
 Promover o resfriamento da lesão e de fragmentos de roupas ou substancias, como asfalto, aderidos ao corpo do queimado; 
 Após interromper o processo de queimadura, proceder ao atendimento segundo o A-B-C-D-E. 
 
Fases 
 
Avaliar vias aéreas de acordo com a gravidade da queimadura e o agente causador da queimadura. Estas vítimas podem necessitar de IOT. 
 Sinais de alerta: queimaduras faciais, das sobrancelhas e nasais, deposito de fuligem na orofaringe, faringe vermelha e edemaciada. 
 
Inalação de fumaça e a intoxicação por monóxido de carbono determinam lesões potencialmente graves. O tratamento consiste na 
administração de oxigênio na maior concentração possível. 
 
 Os queimados graves necessitam de reposição de fluidos intravenosos, feita de acordo com o cálculo da extensão da queimadura 
 Fórmula de Parkland: 2 (ml) x % SCQ x peso (kg). SCQ: superfície corporal queimada. 50% nas primeiras 8 horas e os 50% restante nas 
próximas 16 horas. 
 
Observar o nível de consciência do paciente (hipoxia e intoxicação por monóxido) 
 
Retirar acessórios (anéis, pulseiras, relógios etc) devido ao edema e possibilidade de estrangulamento do membro e consequente 
isquemia. 
 
Quando devemos internar? 
 
 Queimaduras de 2º grau em áreas >20% SCQ em adultos 
 Queimaduras de 2º grau >10% SCQ em crianças ou maiores de 50 anos 
 Espessura parcial >10% SCQ 
 Face, mãos, pés, genitália, períneo e articulações 
 Qualquer queimadura de espessura total (3º grau) 
 Queimaduras elétricas / químicas 
 Lesão inalatória 
 Pacientes com comorbidades / crianças 
 Trauma associado 
 Intervenção social e reabilitação de longo prazo. 
 
Tratamento 
 
1º Grau / Espessura Superficial 
 
Queimaduras que atingem apenas a epiderme. 
Causas mais comuns: exposição a luz solar e rápida exposição à agua quente. 
Apresenta vermelhidão, dor, edema e descama em 4 a 6 dias (5-10 dias) não deixando cicatrizes residuais 
A dor se resolve em 48-72 horas 
 
Água corrente em temperatura ambiente sobre a lesão. 
Analgésicos para a dor: paracetamol, ibuprofeno, ácido acetilsalicílico 
 Lidocaína ou gel com aloe vera, calamina 
Hidratação 
 
 
 
2º Grau / Espessura Parcial 
 
Atingem a epiderme e a derme, produzindo dor severa. 
A pele se apresenta avermelhada e com bolhas. 
As lesões que atingem a derme mais profunda revelam-se úmidas. 
 
 Água corrente por 30 minutos 
Parte queimada se possível colocar para cima 
Polimixina, sulfadiazina de prata a 1% ou bacitracina associada a neomicina podem ser aplicadas no local da queimadura ou uma de gaze 
vaselinada não aderente estéril. 
Evitar expor a área ao sol 
Troca do curativo uma ou duas vezes ao dia e a ferida deve ser lavada suavemente com sabonete antibacteriano 
Analgesia para dor: ibuprofeno 
 
3º Grau / Espessura Total 
 
Atingem toda a espessura da pele e chegam ao tecido subcutâneo 
Lesões secas, de cor esbranquiçada, com aspecto de couro, ou então pretas, de aspecto carbonizado 
Geralmente não são dolorosas (destruição das terminações) 
Bordos desta queimadura (3º grau) podem ser muito dolorosos (2º grau) 
3º grau profundo: atingem tecido muscular e ósseo, causando danos severos 
 
Limpeza e lavar o ferimento com água corrente 
Profilaxia de tétano 
Profilaxia de úlcera de estresse 
Heparinizar 
Desbridamento 
Sulfadiazina de prata 1% 
Escarotomia (quando há compromentimento nervoso) 
 
 
 
 
Enxerto em Queimaduras 
 
Autoenxerto: pele de uma área não queimada da mesma pessoa 
Aloenxerto: pele de uma pessoa falecida 
Xenoenxerto: pele de animal, peixe (tilápia), sintética 
 
 Aloenxertos e Xenoenxertos são rejeitados após 10 a 21 dias pelo sistema imunológico do paciente, e a pele artificial é removida. 
 
Complicações 
 
 Insufiência respiratória 
Choque hipovolêmico 
Infecção 
Sepse 
Cicatrizes 
Quelóides 
Deformidade estética 
Amputações 
Depressão 
Câncer 
 
Queimadura x Risco de Câncer 
 
O tecido da pele queimado que não foi tratado adequadamente e no tempo correto, que passou por uma cicatrização longa ao longo dos anos pode 
sofrer malignização,em um fenômeno chamado Úlcera de Marjolin, quando o tecido queimado se transforma em um tumor de pele com 
bastante gravidade.

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