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Teoria contemporânea das Relações Internacionais Prova 1

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Teoria contemporânea das Relações Internacionais Prova 1: 60%
1) “Uma abordagem construtivista pode avançar muito em direção a uma explicação sistemática da mudança nas relações internacionais. Até um certo ponto, a construção social da realidade que leva a mudanças no significado e propósito coletivo aos objetos físicos é ela mesma um componente importante do processo de mudança. Tome-se como exemplo o fim da Guerra Fria, um poderoso evento que as abordagens tradicionais têm tido dificuldade de explicar, e certamente não previram. Torna-se cada vez mais claro que os eventos e fenômenos que pareciam ser "sistematicamente" sem importância, tal como o movimento de dissidência soviético e o acidente nuclear em Chernobyl, que tornou familiar os horrores do poder nuclear sem controle, deram espaço em poucos anos para consequências amplas e não previstas” (Adler, 1999, p. 231).
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais e o trecho citado acima, análise as afirmações abaixo que tratam dos pontos de divergência do construtivismo com o a teoria realista:
I. A caracterização realista do Estado, como um agente monolítico e de atuação universalmente orientada pelo autointeresse e pela garantia da própria sobrevivência, é rechaçada pelos autores construtivistas.
II. O construtivismo adota uma posição crítica à concepção realista de que a política mundial e as políticas domésticas dos Estados podem ser enquadradas como uma continuum de atuação, sem uma fronteira divisória clara.
III. O privilégio analítico concedido pelos realistas aos aspectos materiais da realidade internacional é criticado pelos construtivistas, uma vez que a compreensão sobre as relações entre os atores sociais também envolve incidência de constrangimentos econômicos.
IV. A compreensão realista de que a anarquia é uma condição natural e permanente do sistema internacional é negada pelos construtivistas, que entendem que os interesses e as identidades dos Estados podem se alterar e, como consequência, promover mudanças na estrutura internacional.
Agora, assinale a alternativa que indica as corretas:
C) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas.
1) “A crítica coxiana não leva a supor que a busca por um conhecimento neutro ou imparcial deva inspirar o teórico. Ao contrário, afirma que todo conhecimento refletirá particularidades de quem o produz, e das quais o teórico não pode se julgar imune. A perspectiva deve ser compreendida como o contexto histórico a partir do qual a produção teórica ocorre [...] Uma teoria sempre serve a alguém e a algum propósito. É imprescindível conhecer o contexto em que é gerada e usada; igualmente imperativo é conhecer se o objetivo do teórico e de quem se utiliza da teoria é manter a ordem social existente ou mudá-la. Esses dois propósitos levam a duas espécies de teoria” (Silva, 2005, p. 261-262).
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais e a divisão entre Teorias Críticas e Teorias de Solução de Problemas feita por Robert Cox, assinale a alternativa que descreve, corretamente, como o autor define as teorias de solução de problemas nas Relações Internacionais:
B) As teorias de solução de problemas podem ser caracterizadas pela adoção de uma visão naturalizada acerca da realidade internacional, de modo que tendem a reproduzir os pressupostos do próprio objeto a ser estudado
2) “A vulnerabilidade é uma das problemáticas mais relevantes dessa pandemia, que mostrou como a saúde de cada um está dependente das ações e omissões de outros, e como a busca da invulnerabilidade total é uma ilusão. Até certo ponto, a vulnerabilidade é inevitável, resultando da frágil condição corpórea e do caráter social da vida humana. A crescente interconexão e interdependência globais, reforçadas pela globalização do capitalismo, somaram a essa vulnerabilidade ao aproximarem as sociedades e aumentarem a capacidade humana de infligir danos além-fronteiras. A COVID-19 demonstrou a acentuada vulnerabilização da vida cotidiana no capitalismo neoliberal. À vulnerabilidade inevitável o neoliberalismo adicionou sucessivas camadas de vulnerabilidade “patogênica”, baseadas em “relações interpessoais e sociais moralmente disfuncionais ou abusivas, e [em] opressão ou injustiça sociopolítica” (Nunes, 2020, p. 3).Tendo como base o texto citado acima e os conteúdos discutidos na disciplina de Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais sobre a noção de ‘dano’, na teoria crítica de Andrew Linklater, analise as afirmações abaixo que abordam essa temática:
I. Com o objetivo de pensar na construção de uma comunidade global de cidadãos, Linklater defende que é preciso observar os processos históricos, políticos e sociais que possibilitaram que Estados viessem a constituir “convenções cosmopolitas de dano”, capazes de proteger pessoas de maneira universalista.
II. A noção de dano pode servir para a constituição de uma ética cosmopolita, por estabelecer regras e normas universais de conduta para os Estados e para os seus cidadãos, uniformizando os esforços internacionais de combate às múltiplas formas de violência.
III. A ética cosmopolita, em sua versão negativa, delimita que não causar dano ao cidadão estrangeiro é uma obrigação de todos na comunidade internacional.
IV. A ética cosmopolita de não causar dano a qualquer cidadão estrangeiro tem criado as bases necessárias para a construção de uma comunidade internacional pós-nacional, na qual as necessidades dos indivíduos prevalecem com relação aos interesses estatais.
A) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
3) “A teoria de securitização é uma das principais contribuições da Escola de Copenhague, que surgiu em 1985, originalmente chamada de Copenhagen Peace ResearchInstitute (Tanno 2003, p.48). Nesse momento, as escolas europeias acompanhavam o movimento de renovação teórica das Relações Internacionais sobre os conceitos de segurança [...] A Escola demonstra se alinhar ao realismo em seu objeto de referência, que continua sendo o Estado. Porém, ao mesmo tempo em que não abandonam o Estado como referência, os autores de Copenhague elaboraram uma teoria de securitização cuja essência se fundamenta no Construtivismo dos autores da virada linguística, como Nicholas Onuf e F. Kratochwi” (Silva e Pereira, 2019, p. 6). assinale a alternativa que apresenta, corretamente, um dos aspectos que demonstram a influência da teoria construtivista na compreensão da segurança internacional da Escola de Copenhague: 
C)A Escola de Copenhague questiona o entendimento realista da segurança ao introduzir uma concepção que considera os processos intersubjetivos presentes na construção social das ameaças nas relações internacionais.
4) “Uma característica fundamental dos novos processos incorporados na agenda internacional é o seu ‘caráter descentralizado’, querendo-se expressar com este termo o fato de que, agora, a busca de soluções políticas e técnicas escapa ao monopólio estatal. O fato de os fenômenos de crescimento populacional, migrações internacionais e desequilíbrios ambientais serem descentralizados abre uma extensa possibilidade de os atores transnacionais societais virem a influenciar os centros de decisão estatal e supranacional relacionados com a implementação de políticas globais. Dessa forma, a categoria de influência proporciona o instrumental teórico que permite localizar os limites reais da ação política do ator transnacional no sistema internacional do pós-Guerra Fria.” (Villa, 1999, p. 23).
Considerando o trecho citado acima e os conteúdos discutidos ao longo da disciplina de Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais, análise as assertivas abaixo, que tratam dos chamados atores transnacionais não estatais:
I. Segundo autores como Keohane e Nye Jr., a pluralização e a complexificação das fontes de poder e de interdependência no sistema internacional contemporâneo obrigam a que se amplie o critério por meio do qual são definidos os atores e recursospoliticamente relevantes para a política internacional – tornando empresas, ONGs, movimentos sociais e até mesmo indivíduos, objetos legítimos de estudo para as Relações Internacionais.
PORQUE
II. Ainda que os atores transnacionais sejam definidos conjuntamente pelo seu caráter não estatal, importantes diferenças podem ser percebidas entre eles: empresas transnacionais, por exemplo, organizam-se de maneira hierárquica, a partir de um centro (matriz), e orientando-se pela obtenção de lucro privado, a fim de atender a seus acionistas; ONGs e movimentos sociais, por outro lado, compõem a “sociedade civil”, ou seja, um espaço de associação voluntária entre indivíduos mobilizados em torno de uma pauta pública comum.
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é uma justificativa correta da I.
6) “De acordo com Onuf, tal como MajaZehfuss explica, a sociedade política tem duas propriedades. De um lado, há sempre regras que dão significado às atividades humanas, tornando-as socialmente inteligíveis e significativas. De outro lado, dadas as assimetrias sociais e materiais, “as regras resultam numa distribuição desigual de benefícios”, o que significa dizer que elas levam a certas condições de domínio ou governo (Zehfuss, 2002, p. 152; 2001, p. 61). Assim, Onuf correlaciona sociedade e política por meio do “nexo regras-governo”: enquanto a sociedade é baseada em regras, a “política sempre lida com relações sociais assimétricas geradas por regras, ou seja, [certas condições assimétricas de] governo” (Zehfuss, 2002, p. 152). Nas palavras de Onuf, “onde há regras (e, portanto, instituições) há governo – uma condição na qual agentes usam regras para exercer controle e obter vantagens sobre outros agentes” (1998, p. 63). Retornando ao pensamento social alemão, mais especificamente ao paradigma do Herrschaft, traduzido por ele como o “paradigma da sociedade política”, Onuf entende tal sociedade política como a expressão de “relações de superordenação e subordinação – relações mantidas por meio de regras e resultando em governo” (Onuf, 2013, p. 196)” (Herz e Yamato, 2018, p. 8).”Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Teorias Contemporâneas das Relações Internacionais, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, quais são os três tipos de assimetria existentes nas relações internacionais de acordo com Nicholas Onuf:
A)Hegemonia, Hierarquia e Heteronomia.
7)“Por que o gênero importa para a política mundial? Qual diferença faz enxergar a política mundial por meio das lentes do gênero? O que se torna visível quando vemos as “relações internacionais” como relações interconectadas de desigualdades – entre gêneros, raças, classes, sexualidades e nacionalidades – em oposição às simples interações entre e em Estados autointeressados? Quais são os custos de estar desatento às dinâmicas de gênero, a fim de lidar com uma miríade de problemas globais que afetam a todos nós?” (Runyan; Peterson, 2014, p. 1; tradução a partir do trecho original em inglês).análise as assertivas abaixo, que tratam da inserção do pensamento feminista na área de Relações Internacionais:
I. Um dos principais questionamentos do feminismo em relação à área consiste na denúncia da ausência das mulheres e do gênero como partes integrantes das temáticas ligadas à política internacional.
PORQUE
II. Os pressupostos implícitos à noção de “internacional”, objeto de estudo da área, excluem aquilo que é considerado “privado”, “doméstico”, “local” ou “trivial”, restringindo, dessa forma, a agenda de pesquisa da disciplina aos objetos associados aos homens e ao masculino, como o Estado e a guerra.
Sobre as assertivas acima, assinale a alternativa que faz a análise correta:
C) As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa correta da I.
8) “Na perspectiva de Laclau e Mouffe (2011), a linguagem é apenas um dos componentes da estrutura discursiva. O discurso possui, enquanto sistema, a sua evidente dimensão linguística, mas não se restringe aos atos de fala ou ao que está estritamente escrito, englobando também ações e relações que possuem significado social, sendo resultado de uma prática articulatória que constitui e organiza essas relações” (Oliveira, 2018, p. assinale a alternativa que explica, corretamente, a importância da linguagem para a abordagem pós-estruturalista nas Relações Internacionais:
B) A linguagem, por se constituir como um sistema de signos que molda a interpretação dos indivíduos sobre a realidade e o modo de se agir sobre ela, não possui uma função meramente representativa do mundo e da política, mas também é capaz de produzir e alterar a realidade internacional.
9) “Ao privilegiarmos o estudo de regras internacionais sobre violência, damos particular atenção a um elemento constitutivo comum às definições de regimes internacionais e instituições fundamentais, o qual, ademais, é fundacionalmente relacionado à norma de justiça procedimental intrínseca à estrutura constitucional da sociedade internacional. Para os fins deste artigo, adotamos a definição construtivista de regra de Nicholas G. Onuf, de acordo com a qual a regra é um termo intermediário entre as pessoas e as sociedades, uma “declaração que diz às pessoas o que [elas devem] fazer”, intermediando e co-constituindo o “processo pelo qual pessoas e sociedade[s] constituem-se uns aos outros” contínua e reciprocamente (Onuf, 1998, p. 59) (Herz e Yamato, 2018, p. 7)”. analise as afirmações abaixo, que tratam da classificação para as regras propostas pelo autor:
I. Para Nicholas Onuf, as regras – que constroem a realidade internacional ao produzirem normatividade – podem ser classificadas como regras de instrução, regras diretivas e regras de compromisso.
II. As regras de instrução baseiam-se em discursos políticos de construção de identidade e tendem a produzir comportamentos a partir do compartilhamento de símbolos e valores.
III. As regras diretivas estão associadas à ordem e ao comando e costumam envolver a utilização de verbos como comandar, exigir, permitir.
IV. As regras de compromisso são aquelas que geram a atribuição de direitos a outros atores e o consequente dever de cumpri-los por parte do ator emissor.
C)Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
10) “A divisão entre os sexos parece estar ‘na ordem das coisas’, como se diz por vezes para falar do que é normal, natural, a ponto de ser inevitável: ela está presente, ao mesmo tempo, em estado objetivado nas coisas (na casa, por exemplo, cujas partes são todas ‘sexuadas’), em todo o mundo social e, em estado incorporado, nos corpos e nos habitus dos agentes, funcionando como sistemas de esquemas de percepção, de pensamento e de ação. [...] Essa experiência apreende o mundo social e suas arbitrárias divisões, a começar pela divisão socialmente construída entre os sexos, como naturais, evidentes, e adquire, assim, todo um reconhecimento de legitimação” (Bourdieu, 2007, p. 17).análise as afirmações abaixo, acerca das relações de poder que são construídas a partir do gênero:
I. As relações de poder construídas com base no gênero constituem uma força de ordenação social que não apenas categoriza os corpos a partir de uma lógica binária – a do feminino/masculino –, mas também hierarquiza tais corpos, dando privilégio ao masculino.
II. As relações de poder construídas com base no gênero são especialmente visíveis nas esferas privadas – as da casa, da família e do parentesco –, mas seus efeitos são anulados na escala internacional, dado o predomínio dos Estados nacionais como atores principais dessa esfera.
III. As relações de poder entre homens e mulheres são sustentadas por instituições sociais patriarcais e reforçadas por uma visão de mundo androcêntrica que naturaliza as desigualdades de gênero.
IV. Pensar a realidade internacional a partir do feminismo significa analisar o papel do androcentrismo e do patriarcado na configuração dos fenômenos da política global, bem como na moldagem dos conceitos e teorias utilizados para analisar tais fenômenos.A) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.

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