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Daniella Machado TURMA XXVI Habilidades Clínicas IV: Módulo 1 Exame Físico Geral – Interação Organismo Humano e Drogas Sinais Vitais Posições: decúbito, sentada, de pé e andando. Beira do leito ou da mesa, o examinador de pé. Pressão arterial 1- Explicar procedimento ao paciente em repouso por pelo menos 5 minutos em ambiente calmo. Não conversar durante a medida. As dúvidas são antes ou após medição. 2- Paciente não: ingeriu bebida alcoólica, café ou alimentos; fumou nos 30 minutos anteriores; não está com a bexiga cheia. 3- Posicionamento do paciente: sentado, pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado. O braço deve estar na altura do coração (nível do ponto médio do esterno ou 4º EIC), livre de roupas, apoiado. Com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido. 4- Colocar manguito (com circunferência correta e sem deixar folgas) 2-3cm acima da fossa cubital. 5- Centralizar: o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial. 6- Estimar o nível de pressão sistólica pela palpação do pulso radial. O seu reaparecimento corresponderá à PA sistólica. 7- Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula ou o diafragma do estetoscópio sem compressão excessiva. 8- Inflar rapidamente até ultrapassar 20-30 mmHg o nível estimado da pressão sistólica, obtida pela palpação. 9- Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo). 10- Determinar pressão sistólica: pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff) que é em geral fraco seguido de batidas regulares e, após aumentar ligeiramente a velocidade de deflação. 11- Determinar a pressão diastólica: no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff). Observações Auscultar cerca de 20-30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa. Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a pressão diastólica no abafamento dos sons (IV de Korotkoff) e anotar valores da sistólica/diastólica/zero. Informar os valores de pressões arteriais obtidos para o paciente. Anotar os valores exatos sem “arredondamentos” e o braço em que a pressão arterial foi medida Pulso Verificar durante 1 minuto. Radial, Femoral (melhor), carotídeo (mais fácil), pedioso (tibial anterior), tibial posterior e poplíteo. Valores: RN- 100-170 bpm, 2-10 anos: 70-120 bpm e maiores de 10 anos: 60-100 bpm. Tipos o Bradicardia ou bradisfigmia ou pulso fino: FC abaixo do normal (abaixo de 60 bpm). o Taquicardia ou taquisfigmia ou pulso acelerado: FC acima do normal (acima de 100 bpm). o Pulso rítmico: os intervalos entre batimentos são iguais. o Pulso arrítmico: os intervalos entre os batimentos são desiguais. Fatores que influenciam a FC o Idade o Ritmo circadiano: manhã, final do dia. o Gênero: mulheres 7-8 batimentos a mais por minuto. o Composição física: pessoas altas apresentam frequência mais lenta. o Aumento: febre, calor, dor e exercício de curta duração. o Drogas: podem desacelerar ou acelerar a taxa de contrações cardíacas. Exame Físico Geral– Módulo 1 Daniella Machado Habilidades Clínicas – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 2 Frequência respiratória Temperatura Normal: axilar (35,5º C a 37º C), bucal (36-37,4º C) e retal (36-37,5º C). Fatores que influenciam temperatura corporal o Idade o Ritmo circadiano o Sexo o Outros: atividade física, alimentação e alterações climáticas. o Febre (temperatura corporal acima da faixa da normalidade) o Febre leve ou febrícula: 37 - 37,5º C o Febre moderada: 37,5 - 38,5º C o Febre elevada: acima de 38,5ºC Características: o Duração: febre prolongada (mais de uma semana). o Modo de evolução: febre contínua e febre irregular ou séptica, remitente, intermitente, recorrente ou ondulante. o Término: crise ou lise. Nível de consciência Alerta – vigília: 15 pontos na escala de Glasgow. Sonolência: paciente facilmente despertado, responde mais ou menos apropriado e volta logo a dormir. Obnubilação: consciência comprometida de modo pouco intenso, mas estado de alerta moderamente comprometido. Confusão mental: perda de atenção, pensamento não claro, as respostas são lentas e não há percepção normal do ponto de vista temporoespacial (alucinações, ilusão e agitação). Torpor/estupor: movimentos espontâneos, mas não abre os olhos. 1. Coma superficial: não há desperta com estimulação forte e o paciente sem movimentos espontâneos, 11 pontos. 2. Coma intermediário: até 7 pontos. 3. Coma profundo: 3 – 4 pontos. Audição, fala e linguagem Avaliação: Fala espontânea, linguagem falada, fluência verbal, articulação de fonemas, compressão oral. Formular ordens com questões de respostas “sim” ou “não”. Pedir que repita palavras (curtas e longas), frases (curtas e longas). Ademais, pedir para nomear objetos, objetos, cores e partes do corpo. Ocorrência: supressão ou substituição de fonemas, sílabas ou palavras. Dificuldades em encontrar palavras. Alterações o Disfonia ou afonia: alteração do timbre da voz causada por um problema no órgão fonador. A voz pode ser rouca, fanhosa ou bitonal. o Dislalia: alterações menores da fala, como troca de letras. Exemplo: disritmolalia (gagueira/taquilalia). Exame Físico Geral– Módulo 1 Daniella Machado Habilidades Clínicas – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 3 o Disartria: alterações nos músculos da fonação, incoordenação cerebral, hipertonia no parkinsonismo ou perda do controle piramidal. o Disfasia: depende de uma perturbação na elaboração cortical da fala. Pode ser de recepção ou sensorial (afasia de Wernicke), ou de expressão ou motora (afasia de Broca), ou misto. o Dislexia: perda da capacidade de ler. o Disgrafia: perda da capacidade de escrever. Postura/Atitude e Decúbito preferido Atitude: posição adotada pelo cliente, seja do ponto de vista estático ou dinâmico. Tipos: típica e atípica. Atitude ativa Capaz de se movimentar voluntariamente. Indiferente: sem desconforto pode assumir qualquer posição. Eletiva: posições preferidas (diminuí desconforto ou limitações funcionais). Atitude passiva Paciente não é capaz de se movimentar voluntariamente, comas, paralisias. Atitudes voluntárias: adota por vontade própria Atitude genupeitoral ou prece maometana Derrame pericárdico, aumenta o retorno venoso. Joelhos com o tronco fletido sobre as coxas, enquanto a face anterior do tórax (peito) põe-se em contato com o solo. Atitude de cócoras (squatting) Cardiopatias congênitas: a posição promove diminuição do retorno venoso. Atitude Parkinsoniana Paciente com Parkinson, semiflexão da cabeça, tronco e membros inferiores e ao calcanhar parece estar correndo atrás do seu próprio eixo, com hipertonia generalizada. Atitude ortopneica Aliviar falta de ar pela insuficiência cardíaca, asma e ascite volumosa. Cardiopatias (IVE). Atitude em decúbito o Decúbito lateral: dor de origem pleurítica. Paciente reduz a movimentação dos folhetos pleurais. o Decúbito dorsal: pernas fletidas sobre as coxas e estas sobre a bacia, nos processos inflamatórios pélvis-peritoneais o Decúbito ventral: portadores de cólica intestinal. Atitudes involuntárias Ortótono: tronco e membros estão rígidos. Opistótono: contratura da musculatura lombar, como no tétano e meningite. Parece um arco. Epistótono: contrário do opistótono, presente na meningite, raiva e tétano. Pleurostótono: corpo se curva lateralmente, tétano, meningite e raiva. Posição em gatilho: hiperextensão da cabeça, flexão das pernas sobre as coxas e encurvamento do tronco com concavidade para diante. Encontrada na irritação meníngea. Movimentos involuntários Tremores: movimentos alternantes, rápidos e regulares. Tremorde repouso, atitude ou postural, discinéico ou intencional e vibratório. Exame Físico Geral– Módulo 1 Daniella Machado Habilidades Clínicas – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 4 Movimentos coreicos(coreia): movimentos involuntários, amplos, desordenados e de ocorrência inesperada e arrítmicos, multiformes e sem finalidade. Hemibalismo: movimentos abruptos, violentos, de grande amplitude, rápido e só de uma metade do corpo. Marcha Avaliação de coordenação, equilíbrio, associação do sistema osteomuscular e neurológico. Observar: postura, equilíbrio, balanço dos braços, movimento das pernas (simetria) e posição dos pés. Marcha espástica/ceifante/hemiplégica/helicópode: ocorre nas hemiplegias (síndrome piramidal). Marcha anserina: acentua a lordose lombar e inclina o tronco para direita ou para esquerda. Marcha escarvante ou do pé caído: ocorre nas paralisias do movimento de flexão dorsal do pé (neuropatias). Marcha tabética/atáxica espinhal/ talonante: ocorre nas tabes Dorsalis (Sífilis). Marcha dos passos miúdos ou Petit-pas: ocorre nas hemiplegias. Marcha atáxica/ cerebelar/ ebriosa: ocorre nas lesões cerebelares e nas intoxicações alcoólicas. Marcha vestibular ou em estrela: ocorre nas lesões do labirinto e do oitavo par craniano. Marcha em tesoura ou espástica: encurtamento dos músculos adutores do quadril, ocorre na paralisia cerebral. Marcha coréica/dançante/palhaço: ocorrem movimentos involuntários durante a marcha (síndrome extrapiramidal hipercinética). Marcha claudicante: paciente manca para um dos lados. Marcha parkinsoniana: paciente anda como um bloco, sem movimentar braços. Fácies Traços anatômicos + Expressão Fisionômica. Normal ou atípica, as outras – típicas – são características de uma condição fisiológica. Fácie hipócratica Olhos fundos, parados e inexpressivos. Nariz afinalado e lábios delgados (falta gordura facial). “batimento” das aletas nasais. Palidez cutânea e cianose labial. Presente em afecções terminais. Fácie Parkinsoniana/cérea/ em máscara Inexpressiva, com rigidez facial. Olhar parado, vago e fixo. Imobilidade palpebral e elevação do supercílio. Cabeça um pouco inclinada para frente. Fácie Basedowiana Pálpebras muito abertas, olhos salientes (exoftalmia) e brilhantes. Aparência de terror. Tremores. Pele quente e fina. Excitabilidade psíquica (euforia) e bócio. Fácies Mixedematosa Rosto arredondado, nariz e lábios grossos (macroglossia), pele seca, espessada e com acentuação de seus sulcos. Pálpebras infiltradas e enrugadas. Supercílios escassos e cabelos secos e sem brilho. Expressão de desanimo, letárgica, apatia e estupidez. Fácies acromegálica Saliência das arcadas supraorbitárias, proeminência das macas do rosto e maior desenvolvimento do maxilar inferior, além do tamanho do nariz, lábios e orelhas, olhos pequenos. Exame Físico Geral– Módulo 1 Daniella Machado Habilidades Clínicas – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 5 Facies Cushingoide ou de lua cheia Arredondamento dos traços faciais com atenuação dos traças faciais. Aparecimento de acne, por causa do uso de glicocorticoides Facie Leonina (Hanseníase na forma Virchiowiana) Pele espessada, grande número de lepromas de tamanhos variados, em maior número na fronte. Os supercílios caem, o nariz se espessa e se alarga. Os lábios ficam mais grossos e proeminentes. Barba escasseia e desaparece. Facie Adenoidiana Rosto alongado, nariz pequeno e afilado e aboca entreaberta. Dentes incisivos proeminentes, dentes agrupados, maxila pouco desenvolvida. Lábio superior curto. Narinas elevadas. Palato arqueado. Hipertrofia das adenoides que dificulta respiração pelo nariz ao obstruírem os orifícios posteriores das fossas nasais. Facie Miastênica Ptose palpebral bilateral que obriga o paciente a frangir a testa e levantar a cabeça. Ocorre na miastenia gravis e em outras miopatias. Semelhante as fácies neurotóxicas do acidente crotálico (efeito do veneno de cascavel). Fácie Esclerodérmica Imobilidade facial, pele apergaminhada, endurecida e aderente aos planos profundos, com repuxamento dos lábios, afinamento do nariz e imobilização das pálpebras. Fisionomia inexpressiva, parada, imutável, comparação com múmia. Fácie etílica Olhos avermelhados. Ruborização da face. Hálito etílico. Voz arrastada. Fácie mongolóide Olho oblíquo por causa da prega do epicanto, Olhos distantes um do outro (hipertelorismo), rosto arredondado, boca quase sempre entreaberta, Síndrome de Down. Fácie renal Edema ao redor dos olhos que predomina no período da manhã e palidez cutânea. Presente na Síndrome nefrótica e GNDA (glomerulonefrite difusa aguda). Fácie depressiva Inexpressividade, cabisbaixo, olhos com pouco brilho e fixos em um ponto distante. Sulco nasolabial aumentado, cantos da boca rebaixados. Fácie pseudobulbar Súbitas crises de choro ou riso, involuntárias, paciente tenta contê-las, dando efeito espasmódico na face. Fácie da paralisia facial periférica Assimetria da face com impossibilidade de fechar as pálpebras, repuxamento da boca para o lado e o apagamento do sulco nasolabial. Fácie do deficiente mental Boca entreaberta pode ter salivação, hipertelorismo e estrabismo. Traços faciais são apagados e grosseiros. Olhar desprovido de objetividade, olhos não se fixam (alheamento ao meio ambiente). Sorriso nos lábios sem motivo. Exame Físico Geral– Módulo 1 Daniella Machado Habilidades Clínicas – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 6 Estado de Hidratação Estado em que a oferta de líquidos e eletrólitos estiver de acordo com as necessidades do organismo e não houver perdas extras sem reposição adequada. Ingestão e excreção de água é controlada principalmente pelas ações antidiuréticas de hormônios. A desidratação pode ser por oferta deficiente ou perda excessiva. Sinais clínicos de desidratação o Olhos encovados e hipotônicos o Estado geral comprometido o Oligúria (diurese reduzida) o Mucosas, pele e olhos secos e sem brilho o Turgor e elasticidade da pele diminuído o Alterações do sensório o Fontanelas deprimidas: em crianças. Quanto a intensidade o Leve ou de 1º grau: perda de peso até 5%. o Moderada ou de 2º grau: perda de peso de 5-10%. o Grave ou de 3º grau: perda de peso acima de 10%. Quanto a osmolaridade o Isotônica: sólido nos limites normais. o Hipotônica: sódio está baixo. o Hipertônica: sódio está acima. Nutrição Estado nutricional: expressa o grau no qual as necessidades fisiológicas por nutrientes estão sendo alcançadas. Sendo bom usar IMC. Fator importante na etiologia e tratamento de diversas patologias. Desnutrição: ingesta insuficiente de energia, perda de peso, perda de gordura subcutânea, perda de massa muscular, acúmulo de líquido localizado ou generalizado e capacidade funcional diminuída. Perda de gordura subcutânea e a massa magra devem ser avaliadas. Assim como a presença de edemas. Marasmo (desnutrição seca): não há edemas. Deficiência de carboidratos e lipídios. Kwashiorkor (desnutrição molhada): há edema, deficiência de proteínas e vitaminas. Marasmo-Kwashiorkor: misto. Trofismo muscular Inspeção e palpação dos grupamentos musculares. Pode-se medir alguns segmentos com fita métrica bilateralmente para fazer comparações. Todos os grupos musculares devem ser examinados. Olhar a superfície corporal com o paciente em repouso, observando relevo das massas musculares mais volumosas. A palpação é feita com polpas digitais em forma de pinça. Primeiro palpar em repouso e depois em contração. Troficidade: massa do próprio músculo, podendo ser normal, hipertrófica e hipotrófica. Tonicidade: estado de semi-contração do músculo normal, pode ter tônus normal, hipertonicidadeou hipotonicidade. Exame Físico Geral– Módulo 1 Daniella Machado Habilidades Clínicas – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 7 Pele e anexos Pregas cutâneas. Avaliar a reserva de gordura do organismo nas áreas Tricipital, bicipital, subescapular e abdominal. o Coloração o Textura o Temperatura o Turgor o Elasticidade o Alterações de cor o Lesões elementares Avaliação de palidez Podem ocorrer na queda da hemoglobina ou por vasoconstrição periférica. Avaliar pele e mucosas. Avaliação de icterícia Morte natural das hemácias (renovam a cada 4 meses) é liberado um pigmento, processado no fígado e eliminado na bile. Quando a quantidade de bilirrubina produzida ultrapassa a capacidade de processamento pelo fígado. O metabolismo do pigmento está prejudicado, por alterações hepáticas ou nas vias biliares. As causas mais frequentes são anemia hemolítica (aumento bilirrubina indireta), hepatites ou cirrose ou colangite (aumento da bilirrubina direta). Urina: coloração amarelo-escuro devido acúmulo de bilirrubina conjugada = colúria. Avaliação de possível cianose Coloração azulada da pele decorrente de oxigenação insuficiente do sangue, periférica ou central. A cianose surge quando circula pela pele sangue sem oxigênio (desoxigenado) que é mais azulado e menos vermelho. A hemoglobina reduzida atinge concentrações de 4g/dl ou acima Cianose central: cardiopatia congênitas (shunt-átrio-ventriculares) e doenças pulmonares. Avaliação de possível dispneia Sensação subjetiva desconfortável de percepção da respiração ou receio de não conseguir respirar ou avidez por ar. Causas de dispneia 1. Alterações da caixa torácica: deformidade torácica. 2. Afecções das vias respiratórias 3. Alterações pulmonares 4. Alterações pleurais 5. Afecções do mediastino 6. Alterações cardíacas 7. Outras causas: anemia, obesidade, TAG e síndrome do pânico. Terminologia da respiração I. Dispneia: dificuldade de respirar. II. Eupneia: presente em individuo que respira normalmente. III. Taquipneia: aumento da frequência respiratória. IV. Bradipneia: redução da frequência respiratória. Aparência e higiene pessoal Excesso de roupa: doenças, esconder lesões ou uso de drogas. Roupa escassa: doenças (hipertireoidismo). Roupa abotoada corretamente edemas de MMII nas sandálias abertas. Odores/hálito: cetônico (DM) e fétido (conservação dos dentes e abscesso pulmonar). Exame Físico Geral– Módulo 1 Daniella Machado Habilidades Clínicas – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 8 Roupas sugerem grupo social/hábitos de vida. Observar limpeza corporal em: cabelos, unhas, dentes e pele. Edemas Aumento de fluído intersticial em qualquer região ou órgão do corpo. Ocorre devido a um desequilíbrio entre a pressão hidrostática e osmótica. Aumento da espessura, depressível, com cor própria da pele ou rósea- branca. É determinado pelo acúmulo de líquido na derme e/ou hipoderme. Linfedema: edema formado pelo acúmulo de linfa, rico em proteínas (acúmulo de obstrução ou destruição dos canais linfáticos ou linfonodos, são acastanhados, fibrosos, não compressíveis. Mixedema: normalmente no hipotireoidismo, acúmulo de água, sais e proteínas. É duro, opaco e elástico. Aspectos semiológicos • Localização: localizado ou generalizado • Duração e evolução (início, horário, fenômenos que acompanham). • Intensidade • Consistência: mole ou duro • Temperatura da pele adjacente: quente é inflamatório (acompanhado de rubor e dor). • Sensibilidade da pele adjacente e outras alterações nela. Semiotécnica Avaliar através de compressão firme e sustenta as polpas digital do polegar ou indicados, contra uma estrutura rígida subjacente (tíbia, sacro, ossos da face). Depressão local: fóvea, cacifo. Graduar em cruzes (+/++++) Edemas localizados o Estase venosa periférica o Trombose venosa profunda (TVP) o Linfedema o Angioedema Edema generalizado o Baixa pressão oncótica (desnutrição, lesões gastrintestinais e doenças do fígado ou rins) o Insuficiência cardíaca (direita) – causa mais comum Alterações da cor Manchas vásculo-sanguíneas Eritema: cor vermelha consequente à vasodilatação que desaparece por pressão digital ou vitropressão. Cianose: eritema arroxeada por congestão venosa ou passiva, com diminuição da temperatura. Rubor: eritema rubro, por vasocongestão ativa ou arterial com aumento de temperatura. Púrpura: extravasamento de hemácias. Hipercromia Mancha de cor variável, causada pelo aumento da melanina ou depósito de outro pigmento. O aumento da melanina (mancha melanodérmica tem cor variável do castanho claro ao escuro, azulado ou preto). As manchas resultantes do depósito de hemossiderina ou do ácido homogentísico tem cor do castanho escuro. A cor amarelada da pele é observada na icterícia e na carotinemia. As tatuagens apresentam coloração variável. Exame Físico Geral– Módulo 1 Daniella Machado Habilidades Clínicas – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 9 Formações sólidas Resultado de processo inflamatório ou neoplásico, atingindo isolada ou conjuntamente a epiderme, derme ou hipoderme. Pápula Lesão sólida, circunscrita elevada, menor que 1 cm, por processo patológico epidérmico, dérmico ou misto. Placa papulosa Lesão elevada de altura inferior a 1 cm, em plataforma que se estende em superfície por vários centímetros. Pode ser individual ou constituir aglomerado de pápulas. Nódulo Lesão sólida, circunscrita, elevada ou não, de 1-3 cm de tamanho. É um processo patológico que localiza-se na epiderme, derme e/ou hipoderme. Coleções líquidas Está no grupo de lesões elementares, com conteúdo líquido que pode ser serosidade, sangue ou pus. Compreendem as vesículas, pústulas, bolhas, gomas, abscessos e hematomas. Vesículas Elevação circunscrita, contendo líquido claro, até 1 cm de tamanho. O líquido, primitivamente claro (seroso), pode se tornar turvo (purulento) ou rubro (hemorrágico). Bolha Elevação contendo líquido claro, maior que 1 cm em tamanho. O líquido primitivamente claro, pode ficar turvo-amarelado ou rubro. Pústula Elevação circunscrita contendo pus até 1 cm em tamanho. Abscesso superficial. Abscesso Coleção de pus na pele ou subcutâneo, circunscrita, proeminente ou não, de tamanho variável. A pele pode estar ruborizada e há calor, dor e flutuação. Hematoma Coleção de sangue na pele ou subcutâneo, circunscrita, proeminente ou não, de tamanho variável. Alterações de espessura Queratose: Espessamente da pele, duro, inelástico, amarelado e de superfície eventualmente áspera. Causado pelo aumento da espessura da camada córnea. Liquenificação: Espessamento da pele com acentuamento dos sulcos e da cor própria da pele, com aspecto quadriculado, de malhas poligonais bem definidas. Pelo aumento da camada malpighiana. Infiltração Aumento da espessura e consistência da pele com menor evidência dos sulcos, limites imprecisos, acompanhando-se (às vezes) de eritema discreto. Pela vitropressão, surge fundo de cor café com leite. Resulta da presença na derme de infiltrado celular, com edema ou vasodilatação. Exame Físico Geral– Módulo 1 Daniella Machado Habilidades Clínicas – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 10 Esclerose Alteração da espessura com aumento da consistência da pele que se torna lardácea ou coriácea. A pele pode estar espessada ou adelgaçada, não é depressível e o pragueamento é difícil ou impossível, resulta da fibrose do colágeno. Atrofia Diminuição da espessura da espessura da pele, localizado ou difuso, que pode acompanhar de adelgaçamento e pragueamento da pele. Devido redução do número e volume dos constituintesteciduais. A atrofia linear chama-se vibice ou lesão purpúrica linear. Cicatriz Lesão lisa, plana, saliente ou deprimida, sem sulcos, poros e pelos, móvel, aderente ou retrátil. Associa atrofia com fibrose e discromia. É resultante da reparação de processo destrutivo da pele. Podem ser: Atrófica: fina, pragueada, papirácea. Críbrica: perfurada por pequenos orifícios. Hipertrófica: nodular, elevada, vascular, com excessiva proliferação fibrosa, com tendencia a regredir. Perdas teciduais Lesões da eliminação exagerada ou da destruição dos tecidos cutâneos. Escama: massa laminada, furfurácea, micácea ou foliácea que se desprende da superfície cutânea. Devido à alteração da queratinização Erosão ou exulceração: perda superficial que atinge somente a epiderme. Escoriação: erosão linear que é consequente à cocagem. Ulceração: perda de epiderme e derme eventualmente atingindo a hipoderme e outros tecidos. Úlcera: ulceração (perda da epiderme e derme, podendo até ir a hipoderme) persistente e crônica. Pelos, unhas e glândulas Alterações da distribuição dos pelos o Hirsutismo o Alopecia A. Unha em vidro de relógio – hipocromatismo digital B. Paroníquia C. Onicomicose D. onicofagia Circulação colateral Presença de circuito venoso anormal visível ao exame da pele. Distinguir desenho venoso de circulação colateral. Ela indica dificuldade ou impedimento do fluxo venoso através dos troncos venosos principais. 1. Localização 2. Direção do fluxo sanguíneo: abdome-tórax, ombro-tórax e pelve-abdome. 3. Presença de frêmito/sopro Tipo porta: rede na face anterior do tronco, direção de baixo pra cima, do abdome para o tórax Tipo cava superior: metade superior da anterior do tórax, direção toracoabdominal Linfonodos o Cervicais Exame Físico Geral– Módulo 1 Daniella Machado Habilidades Clínicas – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 11 o Axilares o Supra-trocleares o Inguinais Cadeias superficiais A. Occipital B. Auriculares posteriores C. Parotidianos D. Submandibulares E. Submentonianos F. Cervicais G. Supraclaviculares H. Inguinais Avaliação o Consistência o Localização o Dor o Fístulas Dados antropométricos Peso Peso atual: uso de uma balança, colocar em uma cama-balança o paciente acamado, para recém-nascidos usar uma balança pediátrica. *Perda de peso fisiológica: após nascimento as crianças perdem 3-5% do peso corporal e algumas mães podem se assustar ao levar a criança à consulta de 1 semana. Depois de uma semana recupera. Peso usual/habitual Peso ideal/desejável/teórico: de acordo com idade, biótipo, sexo e altura. Peso ajustado: a partir do peso atual e do peso ideal para prescrição de dietas. Peso corrigida: pacientes amputados. Peso estimado: qual o peso do individuo quando não se tem balança. Peso seco: paciente está com edema e ascite. Altura/estatura: Cinco pontos anatômicos (calcanhares, panturrilha, glúteos, escápulas e ombros). Importante para medir o crescimento da criança e até os 2 anos medi-la com ela deitada. Altura do joelho: paciente sentado, com pés no chão. Medida do ponto de ósseo externo, logo abaixo rótula. Após medir a altura do joelho pode-se estimar a altura do paciente usando fórmulas. Envergadura e semienvergadura: Posição ereta, encostado na parede, com ombros nivelados, verificando distância entre o ponto médio do esterno e a falange distal do terceiro quirodáctilo. Fórmula de Rabito: usar semienvergadura: Altura (cm) = 63,525 – (3,237 × sexo*) – (0,06904 × idade) + (1,293 × SE). A envergadura é da extensão de uma ponta a outra da falange distal. Altura recombente: posição supina em leito horizontal, cabeça reta, medida do topo da cabeca e base do pé. Circunferência corporais (crânio, braço, relação cintura-quadril): A CC (circunferência da cintura) é usada para estabelecer obesidade. Circunferência da panturrilha (CP) é importante para pacientes acamados hospitalizados e idosos em desnutrição (sendo menor que Exame Físico Geral– Módulo 1 Daniella Machado Habilidades Clínicas – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 12 31 cm caracterizado como sarcopenia). O perímetro cefálico (PC) é uma medida antropométrica realizada até 2 anos de idade. Desenvolvimento físico o Normal o Hiperdesenvolvimento: gigantismo. o Hipodesenvolvimento: nanismo. o Hábito grácil: constituição corpórea frágil e delgada, ossatura fina, musculatura pouco desenvolvida. o Infantilismo: persistência anormal das características infantis. Exame físico geral normal Sinais vitais: P – 88 bpm (normoesfígmico); PA -120/80 mmHg (normotenso); T – 37º C (afebril); FR -16 irpm (eupneico). Medidas antropométricas: Peso – 53,4 kg; estatura – 1,60 cm; IMC – 20, 8 kg/m2 (estado nutricional normal). Paciente em bom estado geral; consciente e orientado; eupneico, acianótico, anictérico e afebril; fácies incaracterística; postura indiferente; marcha normal; biotipo normolíneo; mucosas normocoradas e úmidas; pele e turgo e elasticidade conservados, coloração, textura e umidade cutâneas normais; ausência de lesões de pele. ; pelos em quantidade e distribuição compatíveis com idade e sexo; unhas de forma, brilho, cor e superfície normais; panículo adiposo de espessura normal e distribuição conforma o sexo; ausência de edema subcutâneo; linfonodos superficiais não palpáveis; musculatura normotrófica; sem deformidades osteoarticulares; extremidades com coloração, temperatura e perfusão preservadas, ausência de dilatações venosas superficiais. Bibliografia Exame Clínico - Porto