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@bene.med TUTORIAL 09 – MÓDULO XX NEFROLITÍASE Concentração de cristais que se formam no trato urinário e causam sintomas apenas quando tamanho atinge o suficiente pra serem vistos na imagem. EPIDEMIOLOGIA: importante morbidade, nos países desenvolvidos é mais nos adultos, vias urinarias superiores e na forma de cálculos de cálcio, já nos países em desenvolvimento, acomete mais crianças e cálculos vesicais e acido úrico. Essa mudança se da por mudanças dietéticas. Mais homens, raro em afro e asiáticos. FISIOPATOLOGIA Formação começa com supersaturação urinaria de componentes insolúveis devido ao baixo volume urinário, excreção excessiva ou insuficiente de compostos ou fatores que diminuem a solubilidade. Maioria formada de oxalato de cálcio, associado geralmente à hipercalciúria. ➢ Dieta muito rica em sódio, uso de diuréticos de alça, acidose tubular renal distal, sarcoidose síndrome de Cushing, excesso de aldosterona ou distúrbios associados a hipercalcemia e/ou hiperoxalúria. Na mulher, cálcio urinário tem que ser < 200 divido pelo peso, tem que dar < 4mg/kg/dia. No homem, tem que ser < 300, pra dar < 4mg/kg/dia. Caso > 4 é hipercalciúria, e trata com HCTZ (troca cálcio pelo cloro) ➢ Hiperoxalúria é presente nas síndromes de má absorção intestinal. Investiga tipo primário Cálculos de oxalato de cálcio podem se formar também pela falta de citrato urinário (inibidor da formação de cálculos), que pode ser excretado insuficientemente na acidose metabólica. Podem se formar também por hiperuricosúria. ➢ Citrato urinário tem que ficar > 320, se baixo da citrato (litocit) Menos frequentemente tem os cálculos de fosfato de cálcio, que se precipitam quando ph urinário fica bem alto, associado a acidose tubular renal distal. Os cálculos de estruvita (coraliformes) se desenvolvem no sistema coletor (se moldam nos cálices) quando tem infecção por microrganismos produtores de urease. Os fatores de risco são ITU previa, nefrolitiase previa, cateteres urinários e bexiga neurogênica. Os cálculos de acido úrico se formam quando ph urinário está ácido, pacientes tem síndrome metabólica e resistência à insulina, apresentam-se com gota. ➢ Hiperuricosúria: na mulher tem que ficar < 750, no homem < 850. Trata com alopurinol corrigido pra TFG. Os do tipo cistina são referentes a um defeito hereditário raro no transporte renal e intestinal de aminoácidos. Mais frequentemente quando ph acido. QUADRO CLÍNICO O mais característico é a cólica renal, súbita, e fica insuportável em pouco tempo (crise de 20-60min), podendo causar náuseas e vômitos. Dor segue trajeto da litíase até a bexiga, começa no flanco e irradia pra virilha. Quando calculo atinge junção ureterovesical tem polaciuria e disuria, e a dor desaparece quando ele chega na bexiga. Pode se apresentar com hematúria micro ou macro em 90% dos casos, complicar pra infecção (febre alta, calafrios, leucocitose a E), obstrução gerando hidronefrose, nefrocalcinose. Os coraliformes são assintomáticos associados a mal prognostico do rim acometido, indicado intervenção. DIAGNÓSTICO EXAMES LABORATORIAIS: ➢ EQU: ve os critais de cistina, cristais de oxalato de cálcio ➢ Creatinina ➢ Acido úrico ➢ Sódio ➢ Potássio ➢ Urocultura com microscopia ➢ Fitas reagentes pra hemácias, leucócitos, nitrito e pH ➢ Hemograma ➢ PCR ➢ Urina de 24h: calciúria e oxalúria, ácido úrico (calculo é radiotransparente, nao ve na imagem), citrato (pode estar baixo e causar), magnésio (pode estar baixo e causar). RAIO-X: visualização de cálculos radiopacos (estruvita), radiodensos (fosfato de cálcio e oxalato de cálcio) e não ve os radiotransparentes (acido úrico), mas ve na TC. TRATAMENTO Na fase aguda fazer analgesia da cólica renal (AINEs, BB, anfa-1- adrenergicos pra relaxar musc liso). ➢ Tansulosina Cálculos < 5 mm passam espontaneamente. Quando se encontram na uretra proximal, fica menos propenso de passar. Litotripsia com ondas de choque extracorpórea (LOCE): é a terapia clinica indicada quando tem calculo de acido úrico ou estruvita na junção ureteropelvica. CI nos casos de gravidez, aneurisma aórtico ou de artéria renal, hipertensão grave, uso de MP e cálculos coraliformes. Usa cateter duplo J. Cistoureteroscopia – ureteroscopia rígida: cálculos do ureter distal. Quando semi-rigida pra ureter médio e flexível pros no ureter proximal e pelve renal. Nefrolitotomia percutânea: quando > 2cm, coraliformes, polo renal inferior e refratários à LOCE. Nefrolitotomia aberta: nos refratários a métodos invasivos. Nos tipos complicados, com pielonefrite ou com obstrução total, faz retirada dos cálculos primeiro, evitando perda de parênquima. @bene.med Terapia medicamentosa visa prevenção da recorrência dos cálculos e depende do distúrbio associado: ➢ Tiazídicos usa na hipercalciuria ➢ Alopurinol na hiperuricosúria ➢ Citrato de potássio na hipocitraturia, hiperuricosuria, acidose tubular renal e hipercalciuria. HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA Uma das patologias mais comuns nos homens após 50 anos de idade, associada a sintomas do trato urinário inferior, costuma inferir nas atividades diárias e padrão do sono, podendo levar a retenção urinaria, hidronefrose e IR. É tumor benigno mais comum dos homens, causa infrequente de morte. EPIDEMIOLOGIA: começa aos 30 anos de idade, e quando chega aos 80 anos, 85% dos homens apresentam HPB. Principal fator de risco é o envelhecimento e os testículos funcionantes, além de aparecimento dos sintomas antes dos 65 anos em parente do 1º grau. ETIOLOGIA: causa multifatorial e de controle endócrino. Investigações mostraram correlação positiva entre níveis de testosterona livre, que sob sua forma biologicamente ativa (DHT), estimula células estromais a secretarem fatores de crescimento. Com envelhecimento, tem níveis de estrogênio livres, que induz expressão de receptores androgênicos, corroborando pro crescimento glandular. PATOLOGIA: é um processo hiperplásico verdadeiro, tendo aumento no numero de células na zona de transição prostática, crescimento nodular composto de estroma e epitélio. Tem compressão de zonas externas da próstata, resultando em formação de capsula cirúrgica. QUADRO CLÍNICO Pode ser intermitente ou progressivo, alguns apresentam sintomas do trato urinário inferior mesmo sem crescimento expressivo, e alguns com crescimento excessivo permanecem oligossintomáticas. ➢ Sintomas de armazenamento: polaciuria, nocturia, urgência e incontinência, enurese noturna ➢ Sintomas de esvaziamento: jato fraco, bífido ou intermitente, hesitação, esforço miccional e gotejamento terminal ➢ Sintomas pós-miccionais: tenesmo vesical e gotejamento pós-miccional. I-PSS: escore internacional de sintomas prostáticos tem 7 perguntas autoaplicadas pelo paciente que avalia grau dos sintomas, se prejudicam a qualidade de vida. Auxiliada por um diário miccional, que paciente registra sintomas, horários e volume durante 3 dias e 3 noites. DIAGNÓSTICO Historia clinica, toque retal, exame simples de urina (exclusão de infecção ou hematúria) e função renal + PSA. TOQUE RETAL: crescimento elástico, firme, regular. Caso endurecido, pedir PSA, USG transretal e biopsia. PSA – ANTÍGENO PROSTÁTICO ESPECÍFICO: glicoproteína que pode se elevar em qualquer patológica prostática inflamatória ou neoplásica. Nos > 60 anos, o valor normal é 4,0ng/ml, quando > 1,6ng/ml já tem mais risco de progressão pra HPB, preditor da intensidade dos sintomas. TRATAMENTO Assintomáticos não necessitam de tratamento. Observação e acompanhamento é indicado nos sintomas leves (IPSS 0-7), indicado nos que não querem iniciar medicação ou intervenção também. Tratamento farmacológico indicado nos pacientes com sintomatologia moderada (IPSS8-19), e também nos pacientes com sintomatologia grave e observados de 6 meses a 1 ano. ➢ Alfa-bloqueadores (fenoxibenzamina, prozosina, terazosina, tansulosina) diminui tônus prostático ➢ Inibidores da 5-alfa-redutase (finasterida) impede a formação local de DHT no tecido prostático, uso diminui 30% do volume, aliviando sintomas. Uso deles também diminui o PSA. Tratamento cirúrgico é indicado pra retenção urinaria refrataria ao medicamento ou ainda recorrente, hematúria recorrente, IR e calculo vesical. ➢ Ressecção transuretral da próstata: padrão-ouro ➢ Prostectomia aberta ➢ Ablação prostática por agulha ➢ Termoterapia CÂNCER DE PRÓSTATA Tipo mais comum de CA nos homens depois dos tumores de pele não melanoma, 2ª causa de morte oncológica em homens. Da pra detectar pelo PSA quando assintomático. FATORES DE RISCO: ➢ Idade > 65 anos ➢ Etnia negra @bene.med ➢ HF por numero de familiares acometidos, porem 85% são esporádicos. Cuidar com parente 1º grau < 55 anos acometido ➢ Mutação BRCA1 e BRCA2 ➢ Mutação HCP-1 ➢ IGF-1 é essencial pro crescimento somático ➢ Dieta gordurosa ➢ Obesidade FISIOPATOLOGIA: CA de próstata geralmente cresce na zona periférica, facilitando o diagnostico por toque retal, porem não favorece sintomatologia precoce. TIPOS HISTOLÓGICOS: ➢ Adenocarcinoma em 95%, sendo MULTIFOCAL, desenvolvendo-se em diferentes áreas prostáticas. ➢ Outros: sarcoma, linfoma, carcinoma urotelial RASTREAMENTO: indicado nos pacientes entre 50 a 75 anos de idade e quando tem alguns fatores de risco em pacientes a partir dos 45 anos. Nos pacientes assintomáticos pede PSA e realiza toque retal. É indicado discutir riscos e benefícios com os pacientes. ➢ Geralmente assintomático ➢ PSA > 4ng/ml ➢ Toque retal com nódulo palpável ➢ Sintomáticos: hematúria ou hemospermia, sintomas do trato urinário inferior (prostatismo), disfunção erétil, dor pélvica, perineal ou dor óssea (sitio de metástase mais comum). DIAGNÓSTICO: feito pela biopsia de próstata por USG transretal de amostras da periferia da próstata. ➢ Tipo histológico ➢ Grau histológico: padronização anatomopatológica de Gleason´s Pattern. Equivalência é o ISUP de 1 a 5, enquanto Gleason de 6-10. ESTADIAMENTO: dependo do risco, quando intermedirio/alto adiciona cintilografia óssea (PSA > 20, gleason > ou igual a 8, T3- T4, sintomas de metástase óssea) e RNM multiparametrica de próstata (PI-RADS, quando 4 ou 5 é câncer). TRATAMENTO: existem dois critérios pro manejo, primeiro ve o risco e conversa com o paciente sobre as opções de tratamento. O segundo critérios é o estadiamento. Vigilância ativa é uma conduta terapêutica de segmentos no paciente de baixo risco, fica acompanhando PSA e biopsias intercaladas, oferecendo nos pacientes mais velhos. ➢ Baixo risco ➢ PSA < 10 ➢ Expectativa de vida < 10 anos. Quando localizado faz prostectomia e RT, mas quando metastático faz hormonioterapia e tratamento sistêmico. As complicações do tratamento da doença localizada incluem disfunção erétil, incontinência urinaria, estenose de uretra, hematúria, retite e cistite actinicas na RT, recidiva.
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