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Doenças Obstrutivas e Restritivas Doenças obstrutivas · Ocasionada pelo aumento da ↑ Resistência das Vias Aéreas (↓ raio) causado por uma obstrução parcial ou completa que pode atingir qualquer nível da (os): · Traqueia. · Brônquios. · Bronquíolos Terminais. · Bronquíolos Respiratórios. · Os dois principais exemplos são: · Bronquite Crônica. · Enfisema Pulmonar. · Além disso, ressalta-se o papel do Tabagismo na gênese dessas mazelas. · Indivíduos com Doenças Obstrutivas têm uma Resistência maior nas Vias Aéreas particularmente quando há um aumento do ↑ Fluxo Respiratório. · Isso ocorre porque quanto mais rápido o fluxo, maior o ↑ atrito das moléculas de ar com as Vias Aéreas, isso causa o ↑ da Resistência da via aérea. · Entram nessa classificação: · Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas (DPOC’s): enfisema e bronquite crônica. · Asma: ela pode ser considerada como uma doença não crônica devido ao seu caráter, muitas vezes, reversível. Além disso, ela não causa alterações estruturais, ela é uma hipersensibilidade. Doenças restritivas · Caracteriza-se pela: · Redução da expansibilidade do Parênquima Pulmonar (↓ complacência). · Diminuição do Capacidade Pulmonar Total (↓CPT): redução da Capacidade Vital. · Diminuição do Volume Corrente (↓Vc). · Maior Frequência Respiratória (↑ FR). · Ocorrem por dois principais mecanismos: · Distúrbios na Parede Torácica: Poliomielite, Cifoescoliose, obesidade severa, doenças pleurais e desordens neuromusculares (como a síndrome de Guillain-Barré, que afetam os músculos respiratórios). · Doenças Intersticiais e Infiltrativas Crônicas: Pneumoconioses e Fibrose Intersticial. Achados espirométricos · As doenças obstrutivas apresentam alterações de fluxo, pois os pacientes possuem dificuldades na expiração (↓ VEF1, esses pacientes apresentam respiração prolongada). · Já as doenças restritivas apresentam redução dos volumes e capacidades estáticos, sem necessariamente redução de fluxo. São pacientes que têm dificuldade na realização da inspiração. Observação.: · Diagnóstico Funcional: é o achado na espirometria, podendo ser um distúrbio obstrutivo, restritivo ou misto. · Diagnóstico clínico: é a patologia (DPOC, asma etc.). · Doença pulmonares obstrutivas aguda:Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica · Aspiração de corpo estranho. · Bronquite. · Porém as tratadas em aula serão doenças pulmonares obstrutivas crônicas. Fatores que interferem na ventilação · Ventilação: entrada de ar no alvéolos, troca de ar entre o pulmão e o ar ambiente. · Fatores que interferem: · Resistência das vias aéreas - fluxo: precisa da permeabilidade das vias de transmissão, a resistência aumenta faz com que fluxo de ar do alvéolo diminui e diminui a ventilação. · Complacência das caixa torácica e dos pulmões: capacidade de expandir e contrair, se não expande e contrai interfere na ventilação; · Quando se tem aumento da resistência ao fluxo é uma doença do tipo obstrutiva, quando se fecha a via aérea o fluxo diminui, as doenças pulmonares obstrutivas são aquelas que comprometem o fluxo de ar, se dividindo em crônicas e agudas. · Aguda: geralmente são ocasionadas por mecanismo de obstrução do fluxo por bronquiolite, aspiração de corpo. · Crônicas: Asma, bronquite crônica, enfisema pulmonar, DPCO (principais exemplos - tendo mais causas). · O principal fator etiológico de doenças pulmonares obstrutiva crônica é o tabagismo. · A tendência do tabagismo é a pessoa possuir concomitantemente alterações enfisematosas e da bronquite crônica. · Existe paciente que tem exclusivamente enfisema pulmonar ou exclusivamente bronquite crônica. · Mas geralmente são associadas pelo fator etiológico ser o mesmo (tabagismo). Ex.: Pode-se ter uma limitação de fluxo por acúmulo de secreção. Como na obstrução ao fluxo que ocorre em uma pneumonia que tenha secreção pulmonar. Ex.: Pode ser por Edema em asma ou bronquite crônica, porque se tem espessamento da membrana e portanto limitação de fluxo. Enfisema · É destruição da estrutura alveolar. · É uma doença obstrutiva, porque a base da doença é a destruição da arquitetura alveolar por aumento de substância que destrói a estrutura parenquimatosa. · Inclui em DPCO porque as pequenas vias respiratórias não contém cartilagem (acaba antes) e quem mantém essas vias de transmissão aberta são as trações exercidas pela estrutura pulmonar (que faz a luz do bronquíolo aumentar). · Quando se tem enfisema porque tem a destruição da estrutura pulmonar faz com que deixe de exercer tração sobre as pequenas vias respiratórias (como ficasse murcha) e isso diminui fluxo. · Além disso o ar entra porque a inspiração e a expiração dentro do processo fisiológico se comportam de forma diferente, a inspiração é um processo ativo e a expiração é um processo passivo, sendo mais fácil entrar ar do que sair. · A expiração é mais prolongada que a inspiração, no momento que se inspira o ar entra, quando se faz uma inspiração a tendência do ar é acumular, com o tempo vai entrando ar e cada vez mais ar, e não vai saindo e expandindo e fazendo Alçaponamento. · Quando tem alçaponamento comprime uma estrutura que não tem mais sustentação e fecha as vias respiratórias. · Por isso que o enfisema pulmonar entra nas doenças pulmonares obstrutivas crônicas. · Diferente da fibrose pulmonar que se caracteriza por presença de fibrose no espaço intersticial, fazendo que tenha tração das grandes vias respiratórias, porém perde o movimento do pulmão, sendo considerada uma doença pulmonar restritiva. · Então, o enfisema pulmonar faz perda da tração radial por perda da estrutura radial. Definição de DPOC · É: · Comum. · De alta prevalência. · Tratável. · Caracterizada por: · Sintomas respiratórias persistentes. · Limitação de fluxo aéreo devido a obstrução da via respiratória ou anormalidade alveolar. · Usualmente causada por exposição de partículas nocivas ou gases, influenciando no comprometimento da função pulmonar. · Ou seja, a doença obstrutiva crônica é limitação ao fluxo de ar, seja da estrutura brônquica ou parenquimatosa pulmonar ocasionada por exposição a gases nocivos. · O processo inflamatório crônico pode produzir alterações: · Dos Brônquios: Bronquite Crônica. · Dos Bronquíolos: Bronquiolite Obstrutiva. · Parênquima Pulmonar: Enfisema Pulmonar. · A predominância destas alterações é variável em cada indivíduo, tendo relação com os vários sintomas apresentados. Etiologia e Fatores de Risco · O que causa a doença pulmonar obstrutiva crônica é principalmente o tabagismo/cigarro. Também pode ser causada por: · Fibrose Cística. · Bronquiectasia. · Mas não é exclusivamente o cigarro, nem todas pessoas que fumam têm DPOC, por causa de fatores individuais e genéticos ainda não conhecidas. · É uma doença inflamatória então depende de fatores do indivíduo. · Doença com resposta inflamatória depende da resposta do organismo (de fatores genéticos e imunológicos) ao fator etiológico (o agente etiológico provoca uma resposta única na individuo), por isso nem todos que fumam têm DPOC e a mesma resposta fisiopatológica. · Dessa forma está relacionado a fatores genéticos. Padrão genético de cada indivíduo condiciona o desenvolvimento ou não da doença. · Portadores de deficiência de α1-antitripsina e inibidor da proteína proteinase α1, desenvolvem enfisema pulmonar. · Pacientes jovens que não são tabagistas, deve ser investigado a α1-antitripsina. · Outros fatores que podem desenvolver essas patologias de DPOC são exposição a partículas como: · Fumaça do cigarro. · Poeiras ocupacionais, orgânicas e inorgânicas. · Poluição do ar intradomiciliar proveniente da combustão de biomassa (lenha). · Poluição do ar exterior. · Alguns outros fatores relacionados à questão genética: · Crescimento e desenvolvimento pulmonar. · Estresse oxidativo. · Sexo e idade. · Infecções Respiratórias. · Status Socioeconômico. · Nutrição. · Comorbidades. Patogênese · O cigarro: 1. Vai ativar macrófagos: · Os macrófagos liberam substancia quimiotáxicas (resposta inflamatória), no momento quese tem liberação de leucotrienos, ativa e aumenta a concentração de neutrófilos. 2. É uma substância antioxidante: · Inibe a ação antioxidante e aumenta a quantidade ↑ radicais livres. · Quando se aumenta radicais livres e bloqueia a ação de antioxidante se faz lesão celular. · A grande quantidade de neutrófilos, libera uma quantidade muito grande de elastase neutrofílica. · Elastase neutrofílica: é substância proteolítica. Ele a libera para destruir a célula feita de material lipo proteica e depois limpar a célula contaminada. · Para combater o excesso o da limpeza dessa enzima proteolítica, tem-se a substância antiprotease que é a α1-antitripsina. · α1-antitripsina: é uma substância que bloqueia as enzimas degradadoras de proteína. · Então, quando o cigarro inibe as antiproteases (α1-antitripsina) e aumenta a quantidade de neutrófilos por estímulo, ocorre um processo de destruição indiscriminado, é dessa maneira que o cigarro faz lesões enfisematosa, porque além de estimular a quantidade de neutrófilos por lesão tecidual (liberação de macrófago), também inibe a ação das enzimas, e começa a ter um desequilíbrio, com um aumento muito grande de enzimas que fazem destruição sem o bloqueio desta enzima. · Além disso, o cigarro faz lesão de célula endotelial. · A resposta seria diminuir a quantidade de substância que entra no epitélio e fazer muco para limpar. · Porém os pacientes que fumam tem lesão dos cílios, então o organismo produz muco para a limpeza só que não consegue levar para vias superiores porque está comprometido o movimento ciliar, e acumula muco. · Tem a resposta inflamatória que edemasia a parede, porque fez edema. · Então esse paciente vai: 1. Ter edema. 2. Produzir muco sem conseguir colocar fora. 3. Encher de neutrófilos. 4. Bloquear ação da α1-antitripsina. 5. Ter destruição parenquimatosa. Isso tudo gera uma limitação de fluxo muito grande. Ex. Paciente com deficiência de α1-antitripsina: esse paciente vai ter resposta imunológica para qualquer substância que entre na sua vida respiratória (mesmo que não fume cigarro) com liberação de macrófagos, neutrófilos, e seguindo o mesmo padrão de quem fuma cigarro. Portanto fazer destruição porque não tem o equilíbrio, porque mesmo sem o cigarro para inibir a α1-antitripsina, esse paciente tem deficiência própria. · Portanto, a doença pulmonar obstrutiva crônica é uma doença inflamatória das vias aéreas. · Caracteriza-se por aumento de células inflamatórias, macrófagos, neutrófilos e linfócitos, liberação de citocinas inflamatórias, devido a uma resposta inflamatória anormal, a combinação dessas alteração junto ao cigarro leva a alterações como o enfisema pulmonar. Observação: Pode ser reversível ou não a alteração da espessura: dependendo da fase em que paciente se encontra, atualmente é considerada uma doença tratável. Tem-se na DPOC: destruição parenquimatosa, perda da vias alveolares, diminuição da contração elástica, se tem secreção excessiva, parede espessada e anormalidade parenquimatosa. Enfisema Características · É caracterizado por: · Destruição da estrutura arquitetônica alveolar. · Dilatação dos espaços aéreos. · Os bronquíolos terminais ficam pequenos por diminuição da contração e perda da tração radial das vias aéreas. · Representa a destruição dos Septos Interalveolares. · Resultando em: · Aumento do volume dos Alvéolos. · Diminuição da área de superfície para as Trocas Gasosas. · Por conta disso, o colabamento das Vias Aéreas é frequente, caracterizando um aumento da Resistência. · Além disso, a destruição das fibras colágenas e elásticas dos septos interalveolares, provocam: · ↓ da Elastância. · ↑ Complacência Pulmonar. · O Tórax do paciente, portanto, é expandido devido à Hiperinsuflação Pulmonar (pulmão fica cheio de ar). Alterações Fisiopatológicas Infecção Crônica · Causada pela Exposição Crônica a substâncias tóxicas como: · Fumaça do tabaco. · Poluente inalados. · Isso induz à uma inflamação que perturba os mecanismos normais de proteção das vias aéreas: 1. A nicotina ocasiona paralisia dos cílios do Epitélio Respiratório: como resultado o Muco não pode ser mobilizado com facilidade para fora das vias aéreas. 2. Estímulo para a secreção excessiva de muco: o que piora ainda mais essa condição. 3. Há diminuição dos Macrófagos Alveolares: e eles passam a ser menos eficazes no combate as infecções. · As Células Inflamatórias liberam LTB4, IL-1, IL-6, IL-8 e TNF-α, que: · Danificam a Estrutura Pulmonar. · Mantem a Inflamação Neutrofílica. · O Tabaco libera ERO’s (Radicais Livres), que: · Estimulam a produção das substâncias que recrutam Neutrófilos: · Os neutrófilos são as principais fontes de Proteases Celulares. · Na inflamação eles são estimulados a liberarem os Grânulos de Proteases que tem Atividade Proteolítica. · Inativam a α1-Antitripsina: que é um importante inibidor das proteases (particularmente da Elastase). · Os produtos da degradação da elastina perpetuam a inflamação. O ciclo inflamatório e proteolítico continua a menos que antielastases (α1-antitripsina). · Essa inflamação causa a perda do Tecido Elástico, o que causa o colapso dos Bronquíolos Respiratórios durante a Expiração e provoca uma Obstrução Funcional do Fluxo Aéreo. Obstrução Crônica · A infecção, o Muco excessivo e o Edema Inflamatório, causam o bloqueio das pequenas vias aéreas. · A obstrução das Vias Aéreas torna especialmente difícil a expiração, ocasionando o aprisionamento do ar no interior dos alvéolos e sua Hiperdistensão. · Assim, a Hiperdistensão junto com a infecção causa a destruição de cerca de 50 a 80% das Paredes Alveolares. Componente Genético · A deficiência genética da Enzima α1-Antitripsina (Antielastase presente no Parênquima Pulmonar (faz com que Enzimas Proteolíticas liberadas por qualquer motivo não sejam inativadas e atuem sobre os tecidos, causando destruição parenquimatosa. Consequências do Enfisema Pulmonar 1. Aumento da Resistência das Vias Aéreas: causada pela obstrução. 2. Diminuição da Capacidade de Difusão Pulmonar: causada pela perda das paredes alveolares, o que reduz a capacidade dos pulmões de oxigenar o sangue e remover o CO2 circulante. 3. Relação V/q muito anormais: em algumas partes do pulmão fica muito baixa resultando em Aeração Insuficiente do sangue. Em outras regiões fica muito alta (↑Espaço Morto Fisiológico), resultando em ventilação perdida. 4. Hipertensão Pulmonar: a perda das Paredes Alveolares diminui o número de Capilares Pulmonares pelos quais o sangue pode passar, como resultado aumenta a Resistência Vascular Pulmonar, causando Hipertensão Pulmonar. Esta hipertensão sobrecarrega o Lado Direito do Coração e pode causar IC Direita. Tipos de enfisema · O enfisema é classificado de acordo de acordo com a distribuição anatômica em 4 tipos: 1. Enfisema Centroacinar/Centrolobular: · Constitui a maioria dos casos de Enfisema. · Acomete as porções centrais ou proximais dos Ácinos, formados por Bronquíolos Respiratórios. · Enquanto os Alvéolos são poupados. · Assim, ocorre uma mistura de espaços aéreos enfisematosos e normais no mesmo Ácino. · É mais frequente no Ápice do Pulmão. · É associado ao uso de cigarro. 2. Enfisema Panacinar/Panlobular: · Os Ácinos estão uniformemente aumentados desde o nível do Bronquíolo Respiratório até os Alvéolos. · É mais frequente nas zonas mais baixas e nas margens anteriores do pulmão. · Está associado à deficiência de α1-Antitripsina. 3. Enfisema Acinar Distal/Parasseptal: · A Porção Proximal do Ácino está normal e a Parte Distal é predominantemente envolvida. · O Enfisema Parasseptal é mais notável em áreas adjacentes à Pleura. 4. Enfisema Irregular (aumento do Espaço Aéreo com Fibrose): · O Ácino é envolvido irregularmente e está constantemente associado a uma cicatrização. · Geralmente são assintomáticos e insignificantes. Obs. Ácino Pulmonar: são as estruturas que estão depois do bronquíolo terminal (todas as estruturas que possuem alvéolos na sua parede): · Bronquíolo Respiratório. · DuctoAlveolar. · Saco Alveolar. · Alvéolos. Relação V/q · Relação ↑ V/q alta. · Ocorre diminuição da ↓ Perfusão devido à diminuição da ↓ Área de Superfície dos Alvéolos. Deab · Paciente apresenta dispneia e está hiperventilando, por isso, as trocas gasosas e as concentrações sanguíneas dos gases são relativamente normais até o estágio avançado da doença. · Em estágios avançados: · PO2 baixa: pois tem redução da superfície de troca. · PCO2 alta (hipercapnia): dificuldade de expirar. · A morte de pacientes com enfisema geralmente ocorre por acidose respiratória. Achados Espirométricos · ↓VEF1: pois o paciente tem dificuldade de expirar. Logo, no primeiro segundo da expiração ele solta menor ar que o normal (ele tem uma expiração mais lenta e longa). · CVF (capacidade vital forçada): normal ou próxima do normal. · Portanto, a razão VEF1/CVF está reduzida (↓ Índice de Tiffeneau). Obs. Como o tórax faz uma pressão extra para conseguir expirar, essa pressão também gera a tendência de as vias aéreas colapsarem, dificultando a saída do ar. Assim o ar tende a entrar nos pulmões e logo em seguida fica aprisionado. O resultado disso à longo prazo é: · ↑ CPT. · ↑ VR. Curva de dissociação da Hb · Está inalterada (concentração dos gases e pH inalterados). Exame físico · O paciente é o Soprador Rosado: · Aumento da produção de hemácias na tentativa de compensar o déficit respiratório. · Sem tosse ou expectoração. · Sem cianose. · Seu exame físico: · Na inspeção estática: · Os pacientes apresentam abaulamento torácico. · Os pacientes tendem a curvar-se para a frente em posição de “corcunda” na tentativa de expulsar o ar dos pulmões a cada Esforço Expiratório. · Na inspeção dinâmica: · Aumento da ↑ Frequência Respiratória: Taquipneia. · Dispneia com tempo expiratório prolongado · Na palpação: na percussão há a presença de Som Timpânico, em razão do acúmulo de ar no Parênquima Pulmonar. · Na ausculta: Murmúrio Vesicular abolido, justamente por conta da obstrução. · Além disso, esses pacientes apresentam Cor Pulmonale: uma forma de insuficiência cardíaca, onde há diminuição da capacidade de funcionamento das câmaras direitas do coração, por doença pulmonar. Deficiência de α1-antitripsina · Existe um risco genético para o desenvolvimento de enfisema, sendo o mais estudado o déficit de α1-antitripsina. · Trata-se de uma doença genética rara que está associada ao Enfisema de aparecimento precoce. · Embora controverso, alguns especialistas defendem que todos os doentes com DPOC devem ser estudados para a deficiência de α1-antitripsina. · No entanto, a Sociedade Americana do Tórax e a Sociedade Europeia de Doenças Respiratórias (ATE/ERS) sugerem o doseamento de α1-antitripsina apenas nas seguintes situações: · Enfisema de início precoce (idade inferior a 45 anos). · Enfisema não relacionado com o tabagismo. · Enfisema predominantemente nas bases pulmonares (Panacinar). · Paniculite necrotizante (doença Weber-Christian). · Vasculite positiva c-ANCA (por exemplo, granulomatose de Wegener). · História familiar de enfisema de início precoce. · Bronquiectasia, sem outra etiologia. · Doença hepática inexplicada. · História familiar de Déficit de α1 AT, DPOC, Bronquiectasias ou paniculite. · Asma persistente, com obstrução fixa do fluxo aéreo. Bronquite Crônica · É uma doença produzida por uma excessiva produção de muco traqueobrônquico, que se manifesta com tosse e expectoração no tempo mínimo de: 3 meses ao ano durante mais de 2 anos consecutivos. Na ausência de qualquer outra causa identificável Patogenia · O fator primário ou inicial na gênese da Bronquite Crônica é uma irritação de longa duração por substâncias inaladas como: · A fumaça do Tabaco: cerca de 90% dos pacientes são fumantes. · Dióxido de Enxofre (combustível). · Sílica etc. · A principal característica da Bronquite Crônica é a Hipersecreção de Muco nas Grandes Vias Aéreas, associada a: · Uma hipertrofia das Glândulas Submucosas na Traqueia e nos Brônquios. · Aumento das células Caliciformes nos Brônquios Pequenos e Bronquíolos. · A causa da superprodução de escarro é, portanto, a Hipersecreção de Muco nas Grandes Vias Aéreas. Essa expectoração pode ser: · Esbranquiçada. · Amarelada: secreção mucopurulenta. O mecanismo de Hipersecreção de Muco · A Hipersecreção de Muco é estimulada por: · Proteases liberadas por neutrófilos, como: Elastase Neutrofílica e Catepsina. · Metaloproteinases da Matriz. · Ademais, quando a Bronquite persiste, ocorre um aumento acentuado das Células Caliciformes das Pequenas Vias Aéreas (Brônquios Pequenos e Bronquíolos), levando a uma produção excessiva de Muco, que contribui para a obstrução das Vias Aéreas. · Acredita-se que, tanto a Hipertrofia das Glândulas Submucosas quanto o aumento das Células Caliciformes consistam em reações metaplásicas protetoras contra as substâncias nocivas. · Tais irritantes causam inflamação com aporte de: · Linfócitos TCD8+. · Macrófagos. · Neutrófilos. Obs. ao contrário da Asma, não são recrutados Eosinófilos na Bronquite Crônica. · O efeito desses irritantes ambientais, também influencia a expressão de mediadores químicos (como a IL-13 pelos Linfócitos T) que induz a produção de Muco pelas Células Epiteliais. · A transcrição do gene relacionado com a Mucina (MUC5AC) no Epitélio Brônquico e a produção de Elastase pelos Neutrófilos estão aumentadas como consequência da exposição à fumaça do tabaco. · O papel da Infecção parece ser secundário: ela não é responsável pelo início da Bronquite Crônica, mas provavelmente é importante para sua manutenção e pode ser crítica na produção de Exacerbações Agudas. · Ademais, é valido ressaltar que o quadro favorece a instalação de infecções secundárias. · Nesse paciente ocorre um remodelamento de toda a estrutura epitelial que reveste o brônquio: · Aumento das células inflamatórias. · Aumento da quantidade de células glandulares. · Aumento da espessura. · Aumentam da produção de muco. · Os cílios não conseguem limpar porque estão com alteração, e acontece: · Edema. · Acúmulo de secreção. · Limitação de fluxo. Caracterizando paciente portadores de bronquite crônica. · O paciente que tem doença obstrutiva predominantemente por obstrução de fluxo, como é o caso do paciente com bronquite crônica, não se tem destruição de grande quantidade da estrutura alveolar. · Ele vai apresentar: 1. Limitação de fluxo e aprisionamento de ar: · A extensão da inflamação, fibrose e exsudato na luz das pequenas vias aéreas estão relacionadas com a redução do VEF1 e da relação VEF1/CVF. 2. Anormalidade nas trocas gasosas: · Desequilíbrio da relação ventilação-perfusão (V/q) - hipoxemia com ou sem hipercapnia. · Pioram com a progressão da doença - redução da ventilação. 3. Hipertensão Pulmonar: · É o aumento da resistência da circulação pulmonar. · O principal mecanismo que gera constrição ou contração pulmonar, é a ↓ óxido nítrico. · Então, quando se tem hipoglicemia libera-se substâncias que ↓ óxido nítrico, que fazem com que esta área tenha uma vasoconstrição para que o sangue seja direcionado para a área mais bem ventilada. · Se nesse paciente a limitação é mais alta ambos os alvéolos ficam com baixa concentração de O2. · Se as estruturas alveolares têm baixa concentração de O2, a resposta vascular será vasoconstrição que gera Hipertensão pulmonar, pois o todo o pulmão está com vasoconstrição. · A hipertensão pulmonar leve à moderada pode se desenvolver tardiamente durante a DPOC devido à vasoconstrição hipóxica das pequenas artérias pulmonares. · Eventualmente resultando em mudanças estruturais que incluem hiperplasia da íntima e depois hipertrofia/hiperplasia do músculo liso. · A perda do leito capilar pulmonar no enfisema pode também contribuir para elevar a pressão da circulação pulmonar. · A hipertensão pulmonar progressiva pode levar à hipertrofia ventricular direita e ao final à insuficiência cardíaca direita (cor pulmonale). 4. Hipersecreção de Muco: · Resultando numa tosse crônica produtiva, é uma característicada bronquite crônica e não está obrigatoriamente associada à limitação do fluxo aéreo. · Inversamente, nem todos os pacientes com DPOC têm secreção sintomática de muco. · Disfunção mucociliar. Achados espirométricos · Diminuição do Volume Corrente (↓Vc) - hipoventilaçao. · ↑ VR: fica mais ar no pulmão na respiração forçada. · ↑ CRF: capacidade residual funcional (fica mais ar nos pulmões na respiração normal). Relação V/q · Relação ↓ V/q baixa. · Aumento do Espaço Morto Fisiológico. Deab · Hipoventilação: o que leva à: · Hipercapnia (↑ CO2). · Hipoxemia (↓ O2). Curva de dissociação da Hb · Curva de Dissociação da Oxihemoglobina para direita. Exame físico · O paciente é o Pletórico Azul (cianótico): apresenta Cianose por conta da hipoxemia. · Apresenta tosse produtiva. · Seu exame físico: · Na inspeção estática: · Paciente é brevelíneo com tendência a ganhar peso. · Na inspeção dinâmica: · Dispneia discreta e intermitente. · Na palpação: · A percussão está normal. · Na ausculta: · Murmúrio vesicular está diminuído. · Há presença de roncos e sibilos. Bronquite x Enfisema · Tudo isso vai desencadear hipoglicemia alveolar por: · Diminuição de fluxo. · Diminuição da oxigenação. · Aumenta a frequência ventilatória. · A dispneia que é causada pela obstrução do fluxo de ar no alvéolo, costuma causar uma taquipneia para tentar compensar, o que diminui a PCO2. · Nesse alvéolo obstruído, costuma-se ter uma baixa concentração de O2 e de CO2 inicialmente, há uma vasoconstrição reflexa a baixa concentração gasosa, de modo que há a resposta de redirecionamento do fluxo sanguíneo para áreas mais bem ventiladas. · Se o paciente tem predomínio de bronquite crônica: · Aumento da viscosidade do sangue, o mesmo acontece com o paciente que está em altas altitudes. · A hipertensão pulmonar do paciente com bronquite crônica o mecanismo fisiopatológico é hipoxemia alvear, se o paciente Alçapona ar tem predisposição desenvolver doenças cardiorrespiratórias. · O paciente que tem predominantemente enfisema: hipertensão pulmonar por perda capilar pulmonar. · Paciente enfisematoso no momento que começa a ter limitação ventilatória, um quadro de descondicionamento físico e desnutrição que compromete a ventilação ventilatória, diminui os exercícios físicos e diminui a ventilação. Por isso esses pacientes devem fazer exercícios para aumentar a força muscular para melhorar a qualidade de vida. · O paciente (bronquite e enfisema) que tem limitação de fluxo: · Tem taquipnéia. · Cansaço. · Tosse: muitas vezes não consegue liberar catarro, então é uma tosse seca (função ciliar dele está comprometida). · Então é um paciente que vai ter falta de ar (dispnéia) cansaço, dificuldade para respirar, desconforto, tosse com ou sem produção de escarro. ENFISEMA BRONQUITE ↑FR Dispneia ↓ vol. corrente Hipoxemia + cianose PCO2 normal Hiperventilação ↑ VR, da CRF e da CPTotal ↑ relação V/Q ↓ relação V/Q Perfusão prejudicada pela destruição dos septos alveolares ↑ Espaço Morto Fisiológico Curva de dissociação da Oxihemoglobina inalterada Curva de dissociação da Oxihemoglobina para a direita Característica do paciente que tem bronquite crônica · O paciente tem coloração azulada, o sangue mais viscoso, porque estas são as características do paciente com bronquite crônica. · O paciente que tem doença pulmonar obstrutiva crônica, ele perfunde bem mas ventila mal, nesses vasos, começa a aumentar a ventilação, aumentar a quantidade de hemácias, ou seja tem uma grande produção de hemácias com pouco oxigênio por ventilar mal dessa forma ele fica cianótico porque não consegue saturar adequadamente a hemácia e sua coloração fica azulada, com o sangue mais viscoso. · Paciente com tosse e é mais azulado. Característica do paciente que tem enfisema · A característica patogênica do enfisema é a destruição da estrutura alveolar. · Quando destruo a estrutura alveolar, destruo também os capilares, portanto a relação ventilação perfusão permanece normal. · Não se tem nem sangue para circular, nem ar, nem oxigênio. · Isso se compensa pelo aumento da frequência cardíaca: para aumentar a quantidade de vezes que o fluxo de sangue passa no meu pulmão para levar o oxigênio. · Isso faz o gasto energético e toda reserva de oxigênio é deixada para as atividades vitais, ou seja, o coração, rim, fígado e o pulmão. · O paciente não consegue tomar banho porque a reserva energética que ele tem cardiorrespiratória é o suficiente para manter a capacidade vital dele, não tem O2 para os músculos, ficando magro e caquético. Diagnóstico · Considere DPOC, e faça espirometria, se quaisquer desses indicadores estiverem presentes num indivíduo acima de 40 anos. · Esses indicadores não são o diagnóstico em si, mas a presença de indicadores fundamentais múltiplos aumenta a probabilidade de um diagnóstico de DPOC. · A espirometria é necessária para estabelecer o diagnóstico de DPOC. · Dispnéia que é: · Progressiva (piora com o tempo). · Geralmente piora com o exercício físico. · Persistente (presente todos os dias). · Descrito pelo paciente como um "aumento do esforço para respirar", "peso", "fome de ar ou "estar ofegante" · Tosse Crônica: · Pode ser intermitente e pode ser seca, sem secreção. · Produção Crônica de Muco: · Qualquer padrão de produção crônica de muco pode indicar DOC. · História de exposições a fatores de risco, principalmente: · Fumaça de tabaco. · Poeiras e produtos químicos ocupacionais. · Fumaça proveniente da cozinha domiciliar e do gás de aquecimento. Espirometria · A espirometria comprova a limitação de fluxo de entrada de ar nos alvéolos. · A espirometria do paciente com DPOC tem característica não ter melhora do fluxo com o broncodilatador. · A espirometria trata-se de um exame no qual o paciente realiza um sopro forçado por meio de um bocal acoplado em um aparelho que consegue medir o fluxo de ar produzido pela pessoa, caracterizando-se por obstrução persistente a partir do valor da relação VEF1/CVF após a broncodilatação < 70. E VEF1 < 80% do previsto pós broncodilatador. · Quando é reversível com o uso de broncodilatador é um paciente asmático. · Valores na DPOC: · VEF1: 2,30. · CVF: 3,90. · VEF1/CVF: 0,59. · Prova com broncodilatador: negativa · Difusão com CO2: reduzido. · Teste de NO exalado: abaixo de 16 ppm. Espirometria · A espirometria é o método utilizado para estudar a ventilação pulmonar por meio do registro do movimento do volume de ar para dentro e para fora dos pulmões. · Como o ar, por si só, apresenta certa dificuldade de ser medido volumetricamente, a espirometria utiliza-se de registros gráficos desse ar. · Essa técnica ou recurso de medir graficamente o ar é denominada espirografia. · A espirometria é um teste que: · Auxilia na prevenção. · Permite o diagnóstico e a quantificação dos distúrbios ventilatórios. · Ela deve ser parte integrante da avaliação de pacientes com sintomas respiratórios ou doença respiratória conhecida. · Um espirômetro básico consiste em um cilindro invertido sobre uma câmara de água, com o cilindro contrabalançado por peso. · O interior do cilindro está cheio de gás respiratório, geralmente, ar ou O2. · Um tubo conecta a boca com a câmara de gás. · Quando uma pessoa é conectada a esse espirômetro tradicional por meio desse bocal, o seu nariz é fechado com um grampo, assim o trato respiratório da pessoa e o espirômetro formam um sistema fechado. · Quando se respira para dentro e para fora dessa câmara, o cilindro sobe e desce, então o registro é feito em um papel que se move (espirograma). · Quando a pessoa inspira, o ar move-se para dentro dos pulmões, o volume da campânula diminui, e o registro sobe o traçado. · Quando a pessoa expira o ar volta para o espirômetro, o volume da campânula aumenta e o registro move-se para baixo. · Atualmente, a maioria dos espirômetro em uso clínico são pequenas máquinas computadorizadas, em vez do espirômetro tradicional. volumes e capacidades pulmonaresEspirometria estática · Essa figura é referente à um espirograma, que mostra as variações dos volumes pulmonares, sob diferentes condições de respiração. · Para facilitar a descrição dos eventos da ventilação pulmonar, o ar nos pulmões foi subdividido, neste diagrama, em quatro volumes e quatro capacidades. · Todos são as médias para um homem adulto jovem. Obs. Esses volumes variam com a idade, sexo, altura e peso. · Nas mulheres: esses volumes e capacidade são cerca de 20% a 25% menores do que nos homens. · Em pessoas atléticas e com massas corporais maiores: esses volumes e capacidades são maiores do que em pessoas menores e astênicas. Volumes pulmonares 1. Volume Corrente (Vc): é o volume de ar que se move durante uma única inspiração ou expiração, em uma respiração normal. · Volume Corrente Médio = 500 ml. 2. Volume Reserva Inspiratório (VRI): é o volume adicional inspirado, acima do volume corrente, quando a pessoa inspira com força total. · Em média é cerca de 3000 ml. (aproximadamente 6x acima que o Vc) 3. Volume Reserva Expiratório (VRE): é a quantidade de ar expirado vigorosamente na expiração forçada, após uma expiração corrente normal. · Em média é cerca de 1100 ml. 4. Volume Residual (VR): é o volume de ar presente no sistema respiratório (que fica nos pulmões), após a expiração máxima. · Cerca de 1200 ml. Obs. A maior parte desse volume residual existe, pois os pulmões são mantidos estirados aderidos pelo líquido pleural às costelas. Capacidades pulmonares · Capacidade é o somatório de 2 ou mais volumes. 1. Capacidade Vital (CV): representa a quantidade máxima de ar que pode ser voluntariamente movida para dentro ou para fora do sistema respiratório (primeiro se inspira até a extensão máxima e depois se expira, também até a sua extensão máxima). · Pode ser calculada por: CV = VRI + VRE + VC · Essa capacidade é cerca de 4600 ml. 2. Capacidade Pulmonar Total (CPT): é o volume máximo que os pulmões podem ser expandidos com o maior esforço. · Pode ser calculada por: CPT = CV + VR · Essa capacidade é cerca de 5800 ml. 3. Capacidade Inspiratória (CI): é a quantidade de ar que a pessoa pode respirar, começando a partir do nível expiratório normal e distendendo os pulmões até seu máximo. · Pode ser calculada por: CI = Vc + VRI · Essa capacidade é cerca de 3500 ml. 4. Capacidade Residual Funcional (CRF): é a quantidade de ar que permanece nos pulmões, ao final de uma expiração normal. · Pode ser calculada por: CRF = VRE + VR · Essa capacidade é cerca de 2300 ml. Obs. O espirômetro não pode ser usado de modo direto para medir a capacidade residual funcional, pois o ar no volume residual dos pulmões não pode ser expirado para o interior do espirômetro (e o vol. Residual constitui cerca da metade da capacidade residual funcional). Então o espirômetro é utilizado de maneira indireta a partir do método de diluição do hélio. O volume conhecido do espirômetro é cheio de ar misturado com hélio (em concentração conhecida). Antes de usar o espirômetro a pessoa expira normalmente, o volume remanescente nos pulmões ao final dessa expiração, é justamente igual à capacidade residual funcional. A partir daí a pessoa começa a respirar no espirômetro e os gases do espirômetro começam a se misturar com os gases pulmonares. Assim, como o Hélio é diluído pelos gases da CRF, o volume dessa capacidade pode ser calculado pelo grau de diluição do hélio. A partir da determinação da CRF, pode-se calcular o VR. Espirometria Dinâmica · Envolve, além de volumes e capacidades, a velocidade com que o ar deixa os pulmões. · Isto é, o fluxo aéreo ou fluxo expiratório, que significa o tempo que uma quantidade de ar leva para passar pelas vias aéreas e chegar à boca. · O fluxo expiratório fornece dados importantes sobre a função pulmonar. · Normalmente, o teste de fluxos (fluxometria) é obtido por meio de uma manobra denominada Capacidade Vital Forçada (CVF), que consiste em: · Inspirar o máximo possível. · Em seguida, expirar o mais rapidamente e profundamente possível: colocando para fora dos pulmões todo o ar que puder. · Essa manobra expiratória deve ser realizada com uso de clip nasal a fim de evitar o escape do ar pelo nariz. · Essa manobra expiratória de CVF fornece alguns valores diretos e outros indiretos, expressos em litros/segundo ou litros: 1. Volume Expiratório Forçado em 1 segundo (VEF1): · Mede o quão rápido o ar deixa as vias aéreas no primeiro segundo da expiração forçada. · Clinicamente, é a medida de Função Pulmonar mais útil. · Os resultados devem ser expressos em gráficos de Volume-Tempo e Fluxo-Volume. 2. Pico de Fluxo Expiratório (PFE) – Peak Flow: · Representa o Fluxo Máximo de ar durante a manobra de CVF (máximo de velocidade durante a expiração). · Guarda dependência com o esforço, o que o torna um bom indicador da colaboração na fase inicial da Expiração. 3. Índice de Tiffeneau (VEF1/CVF): · É o resultado da divisão entre o VEF1 e a CVF. · Esse valor deverá estar em torno de 68% a 85% da CVF: significa que 80% do ar que deve ser expirado sai no primeiro 1 segundo. · Tem-se adotado o porcentual de 80% como referencial para normalidade, sendo que abaixo disso considera-se deficiência obstrutiva. Obs. Deve-se considerar as diferenças entre adultos e crianças. Há indicativos de que 50% a 60% da CVF é explicada pela idade e pela estatura, portanto, uma faixa de normalidade é melhor empregada que um único valor porcentual. 4. Fluxo Expiratório Forçado Intermediário: · Representa o Fluxo Expiratório Forçado Médio obtido durante a Manobra de Capacidade Vital Forçada, na faixa intermediária entre 25-75% da CVF. Interpretação Dos Valores Espirométricos · Dentre as anormalidades possíveis de ser identificadas por meio da espirometria, enquadram-se os padrões: · Obstrutivo: alterações de fluxo (dificuldades na expiração). · Restritivo: redução dos volumes estáticos, sem necessariamente redução de fluxo. · Misto: é a combinação de ambos. · Nas anormalidades de padrão obstrutivo: · As alterações são do fluxo expiratório, pois o ar que foi inspirado apresenta dificuldades para ser expirado. · As variáveis que melhor exprimem a presença de uma obstrução são: · VEF1. · Índice de Tiffeneau. · Peak-Flow. · FEF 25%-75%. Obs. Eles apresentam-se diminuídos. · Neste caso, a CV poderá permanecer normal (depende muito do paciente). · O enfisema pulmonar e a bronquite crônica são exemplos de doenças cujo quadro espirométricos pode acusar uma obstrução. · Para algumas dessas variáveis é possível classificar o grau de comprometimento obstrutivo. Por exemplo, se os valores de CVF, VEF1 e índice VEF/CVF forem levemente, moderadamente ou gravemente reduzidos. · 𝑉𝐸𝐹1/𝐶𝑉𝐹 = 0,8 → Normal. · 𝑉𝐸𝐹1/𝐶𝑉𝐹 = diminuída → Asma. · 𝑉𝐸𝐹1/𝐶𝑉𝐹 = aumentada →Fibrose. · Depois de se detectar uma obstrução se administra um broncodilatador, se o VEF1, Tiffeneau e Peak Flow melhorarem, significa que é uma obstrução reversível. Caso não melhore, é uma obstrução estrutural, obstrução irreversível.
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