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Gêneros Textuais Acadêmicos 1.1 Vídeo: Introdução aos gêneros textuais acadêmicos Neste vídeo, fazemos uma breve introdução ao tema do nosso curso Gêneros Textuais Acadêmicos. Dos gêneros textuais acadêmicos. Então, inicialmente, vamos começar pelo conceito de gênero textual. O que são gêneros textuais? Deixa só eu colocar aqui no modo apresentação que fica melhor. Os gêneros textuais são diversos tipos de textos produzidos de forma oral ou escrita, com objetivos comunicativos e sociais diferentes. Existe um número infinito, enorme de gêneros textuais, e eles variam de acordo com o objetivo comunicativo deles. Por exemplo, história é um gênero que pode ser oral ou escrito e que normalmente e se estrutura em situação inicial, complicação e solução. E possui personagens, enredo, tempo e espaço. Tem a finalidade de contar algum acontecimento. Bom, outro gênero textual aqui que eu exemplifico é o bilhete. É um gênero textual escrito que tem o objetivo de fazer um comunicado breve. Para isso ele utiliza uma linguagem informal, e normalmente a sua estrutura é o nome do destinatário, o texto, a despedida e o nome do autor. Vejam que existem muitos gêneros textuais. Uma conversa telefônica é um gênero textual. Uma mensagem de WhatsApp e SMS é um gênero textual. E-mail é um gênero textual. Palestra é um gênero textual. Então tudo depende da finalidade da comunicação, para quem eu estou me comunicando, com qual finalidade e para quem, em qual contexto social ocorre essa comunicação. Agora nós nos direcionamos para o tema do nosso curso, que é “o que são gêneros textuais acadêmicos”. São diferentes tipos de textos orais ou escritos utilizados no meio acadêmico, nas escolas, universidades, institutos, congressos, possuem estruturas e tamanhos variados, porém a maioria se caracteriza por utilizar uma linguagem formal e terminologia específica de determinada área do conhecimento. Vocabulário, palavras que são próprias de determinada área. Por exemplo, a área do direito tem o que eles chamam de “juridiquês”. Quer dizer, são palavras que são utilizadas principalmente naquela área, que uma pessoa sem conhecimento pode não entender. Engenharia tem muita terminologia, muito vocabulário técnico. Esses gêneros são destinados a um público leitor ou que ouve, destinados a um público restrito, porque não é destinado a pessoas que não são daquela área acadêmica e possui então pouca variação em sua estrutura. Normalmente seguem uma estrutura mais rígida, diferente de outros gêneros mais informais. Quais são os gêneros textuais acadêmicos? Eu gostaria que você se perguntasse, se conhece algum gênero textual acadêmico, já produziu. Quais seriam então os gêneros textuais acadêmicos? Aqui eu divido eles em orais e escritos. Aula expositiva é um gênero textual, palestra, mesa redonda, debate, apresentação oral, apresentação de pôster. É claro que, no ambiente, no contexto acadêmico, existe mais produção de gêneros inscritos do que orais, mais variedade, digamos assim. Por exemplo, alguns gêneros nós vamos ver aqui no nosso curso: fichamento, resumo, resenha. Existem outros gêneros que nós não temos alcance para ver todos eles no nosso curso, como, por exemplo, ensaio, relatório de estágio/pesquisa, projeto de pesquisa, artigo acadêmico, que nós vamos ver aqui no curso também, monografia, dissertação, tese, livro, capítulo de livro. Todos são gêneros textuais do meio acadêmico. Quais desses gêneros você já produziu? Já produziu algum deles? Como foi a experiência de produzir um gênero textual acadêmico? Muitas vezes, quando os alunos começam a produzir esse tipo de gênero, ficam bastante, às vezes um pouco amedrontados, assustados devido à formalidade mesmo da linguagem. É preciso fazer algumas adaptações no modo como nós estamos muitas vezes acostumados a escrever ou mesmo a dizer as coisas. No que esses gêneros textuais acadêmicos se diferem dos gêneros que não são acadêmicos? Qual é a diferença deles? Eles são extremamente formais. Privilegiam o uso da variante padrão escrita da língua, no nosso caso, a língua portuguesa. Destinam-se ao uso acadêmico, ou seja, a finalidade desses gêneros é compartilhar conhecimento. E normalmente é voltado para um público de uma determinada área do conhecimento: o público da biologia, o público da ciência da computação, enfim. Normalmente são gêneros cujo conteúdo é voltado para pessoas que já conhecem, que têm um conhecimento mínimo daquela área. E o que é a linguagem acadêmica? Claro que só a linguagem acadêmica já daria um curso à parte. É difícil dizer em poucas palavras, mas como esse é um curso introdutório, eu vou pelo menos dar uma noção para vocês. A linguagem acadêmica é a variante padrão da língua utilizada no meio acadêmico. É formal e caracteriza-se por uma terminologia específica. Faz referências explícitas e detalhadas. Terminologia, essas questões todas eu já havia citado, a formalidade, o uso de vocabulário técnico ou de jargões, que são palavras de determinada área do conhecimento. E aqui também um ponto importante que é a parte das referências. Faz referências explícitas e detalhadas. Diferentemente da nossa fala ou da nossa escrita mais informal, eu não fico dando referências e fazendo citações no texto de um bilhete, por exemplo. Dificilmente num e-mail ou mesmo numa fala. O texto acadêmico tem essa exigência com relação aos direitos autorais mesmo. Quais são as principais características linguísticas dos textos acadêmicos? A linguagem formal e técnica, uma linguagem correta e precisa. Então por isso a importância de que esse texto passe, às vezes, até mesmo por várias revisões para que a linguagem seja realmente correta. É inadmissível erros de português, de acentuação num texto acadêmico. Ainda mais num texto que vai ser publicado. Objetividade: não é um texto artístico, não é uma poesia, não é um texto que tem a finalidade de entretenimento. Texto acadêmico tem que ser objetivo e tem que ser conciso também. As pessoas não têm todo o tempo do mundo para ficar lendo coisas muito intermináveis, de detalhamentos. Uso de conectivos para estabelecer a coesão: os conectivos são importantes no texto acadêmico porque eles tornam as relações mais claras, as relações entre as palavras e as frases mais claras, o que facilita o entendimento do texto. Porque normalmente os textos acadêmicos são mais complexos, têm a tendência de serem de uma leitura um pouco mais difícil. Coerência e clareza das ideias: por isso que se preza tanto por uma linguagem correta, pela objetividade, pela coerência, para que esse texto possa realmente ser, entre aspas, um termo que a gente usa, “digerido” pelo leitor. Muitas vezes são textos que têm mesmo que ser digeridos, tamanha, às vezes, até mesmo a dificuldade. Uso de terminologias: como já falei, vocabulário, termos específicos de algumas áreas do conhecimento e vocabulário adequado. Eu não posso usar qualquer palavra, uma palavra pejorativa, por exemplo, um palavrão. Há uma exigência com relação à formalidade das palavras. Explicações detalhadas e com exemplos; organização de conteúdos que facilite a compreensão do tema: é importante a organização das seções, das subseções, às vezes também a importância de incluir uma tabela para organizar as informações ou um esquema que auxilie mesmo o leitor desse texto. Progressão temática; pontuação precisa. Progressão temática significa que eu desenvolva um tema, que o texto tenha início, meio e fim, que eu não fique o texto inteiro só na introdução, por exemplo. A pontuação é muito importante, porque ela muda o sentido da frase. Uma pontuação inadequada pode levar a confusões, há mal-entendidos. Maior uso da voz passiva e terceira pessoa do singular. Há bastante uso, talvez um pouco mais do que em outros textos que nós estamos acostumados a ler, da voz passiva. Terceira pessoa do singular tambémé bastante utilizada. Preferencialmente citações indiretas e diretas curtas: há uma preferência de que as citações sejam curtas. Linguagem científica: basicamente o uso de três tipologias textuais, que seriam o texto informativo, o descritivo e o argumentativo. Uso de recursos ilustrativos: por exemplo, gráficos e tabelas são sempre muito bem-vindos em textos acadêmicos. O que se deve evitar nos textos acadêmicos? O que não fazer? Redundâncias: a pessoa começa e termina o parágrafo falando a mesma coisa, não tem uma sequência, não tem uma progressão. Repetição de palavras e ideias: sempre estar atento à repetição da mesma palavra, evitar, buscar sinônimos. Parágrafos demasiadamente longos: até por essa exigência de que seja uma linguagem clara e objetiva, o ideal é que os parágrafos não sejam demasiadamente longos. Dispersão do tema: é preciso manter o foco no objetivo, no tema de pesquisa, não dá para querer falar sobre tudo num trabalho acadêmico, é preciso ter bem delimitado sempre o tema, aquilo que se quer. Expressões da língua oral: como por exemplo “aí aconteceu tal coisa”, “daí tal coisa aconteceu”, “isso não tem nada a ver com que o autor disse antes”, por exemplo. “Ter a ver com” é uma expressão da oralidade, não é uma expressão aceitável numa linguagem formal acadêmica. Isso é talvez uma das coisas que mais o estudante, principalmente o estudante de graduação, que está iniciando nos gêneros acadêmicos, precisa aprender, que é essa adequação da variante da língua, aprender como se diz as coisas na linguagem acadêmica. Uma coisa é dizer “esse tema é superlegal”, eu não posso escrever no meu artigo “comecei a pesquisa e achei o tema superlegal”. Eu tenho que dizer “é um tema muito relevante para a área por tais e tais motivos”. A linguagem acadêmica requer essas adaptações. Ditados populares: a não ser que eu esteja fazendo um estudo sobre ditados populares e analisando esses ditados, as regiões em que aparecem, os ditados populares nos gêneros textuais, mas se o meu tema de pesquisa não é ditados populares, de preferência que eu não os utilize. Não posso dizer “quando o autor concluiu o texto e aí choveu canivete”. Não dá para chover canivete num texto acadêmico. Citações de fontes não acadêmicas: por exemplo, Wikipedia, Revista Época ou qualquer outra revista popular ou jornal. De novo, se o meu tema de pesquisa não é a revista ou algo dessa revista ou algo desse site ou o meu tema de pesquisa não é isso, de preferência que eu não utilize essas fontes que não são consideradas acadêmicas no trabalho. O que seriam consideradas fontes acadêmicas? Livros, capítulos de livros, artigos publicados em periódicos, artigos publicados em anais de revista. Faço uma pesquisa na internet, encontro um blog, um site com alguém dando uma opinião sobre alguma coisa: isso não é uma fonte confiável de pesquisa. Pode até ser interessante, pode até me ajudar, mas eu não posso citar isso, a não ser que realmente seja um site ou um blog que eu esteja estudando. Se eu resolver fazer essa citação, devo fazer de uma maneira diferenciada. Uso da primeira pessoa “eu”: é um pouco polêmico. Um tempo atrás era praticamente proibido usar “eu” como sujeito principal, por exemplo, em um artigo acadêmico. “Eu acho que esse livro contribui muito”. Normalmente se usava na terceira pessoa: “Achamos que esse livro contribui muito”. Mesmo que o autor do artigo da resenha fosse um autor apenas. Primeiro porque se se tem essa ideia de que o texto acadêmico deve ser imparcial, o que é impossível, porque na nossa linguagem nunca é imparcial, todas as escolhas que nós fazemos, as escolhas lexicais, a forma como nós falamos as coisas não é imparcial. A nossa subjetividade está envolvida em todo o processo da linguagem. Esse era um dos argumentos para parecer um texto mais imparcial, pelo menos parecer. Outro argumento também no sentido de que, por mais que eu seja o único autor e que apenas eu assim aquele artigo, por exemplo, aquela publicação, eu dificilmente fiz isso sozinho, outras pessoas contribuíram de maneira indireta para aquilo, os autores que eu li e que talvez eu nem tenha citado, mas eu também li, contribuíram. Então é difícil imaginar um “eu” apenas um indivíduo autor. Mas como eu disse é um tema polêmico, essa questão tem sido reavaliada e já tem áreas em que nós vemos sim o uso da primeira pessoa como autor dos textos acadêmicos. Há algumas barreiras aí que está se quebrando com relação a esse tema. Uso de muitas citações diretas e longas: um texto com muita citação dá a ideia de que o autor não tem voz, o autor se apaga. É muito a voz de outros e pouco a voz de si mesmo. Na verdade, na produção de um texto acadêmico o que se quer é que o escritor se posicione. Qual é a tua contribuição para isso? É isso que se deseja. Uso de citações desnecessárias: também se observa muito isso, os alunos acham que tem que ter uma citação nessa página, não tem nenhuma citação nessa página, não tem nenhuma citação nesse parágrafo. Não necessariamente precisa ter uma citação. As citações são usadas com a finalidade de falar sobre, por exemplo, algo ou um tema sobre o qual eu não tenho propriedade para falar sozinho ou para indicar uma fonte de consulta que foi importante, que norteia o meu trabalho. Futuramente no curso nós vamos ver também sobre as citações. Mas importante é não ficar usando citação só por usar. Uso excessivo de adjetivos, que é uma característica muitas vezes da língua falada. Como, por exemplo, “essa pesquisa é fantástica” ou “legal”, como eu disse antes. E uso de palavras que você não conhece. Tem que ter um cuidado na hora de usar palavras que você não conhece. Na verdade, é preciso ter uma pesquisa, não só um cuidado, mas uma pesquisa sobre essa palavra. Se você não se sente seguro em usá-la, melhor você usar uma palavra mais simples, mas que caiba dentro daquele contexto. Por fim, então, quais são as ferramentas que podem auxiliar você a escrever, a produzir gêneros textuais acadêmicos? É claro que o dicionário sempre é uma fonte importante de pesquisa da língua. Dicionário, dicionário de sinônimos. Eu vou mostrar depois para vocês como acessar. Glossários terminológicos, glossários ou às vezes tem até mesmo dicionários de ciência da computação, de administração, enfim. Eles têm termos e esclarecem o uso desses termos, auxiliam bastante. É claro também gramática da língua portuguesa, para sanar dificuldades como pontuação, acentuação. Certamente hoje se usa muito mais o Google como gramática do que propriamente as gramáticas. Da mesma forma tem que se ter um certo cuidado no momento de fazer essa pesquisa por meio do Google, para ver se de fato é confiável a fonte. Manual de redação: todos eles falam normalmente sobre alguns gêneros, como resumo, apresentam algumas características de forma mais detalhada, por exemplo, da linguagem acadêmica, da linguagem formal. E bases de dados para a pesquisa, que é onde vocês vão encontrar artigos, livros e poder aprofundar os temas de pesquisa de vocês. Então essa foi a nossa introdução, espero ter respondido algumas perguntas e colocado mais perguntas também, para despertar o interesse de vocês. Antes de finalizar, quero só mostrar aqui um dicionário de sinônimos. Eu considero esse um recurso importante na hora de escrever, porque justamente às vezes nós escrevemos o texto e quando vamos reler percebemos “nossa, como eu utilizei várias vezes essa palavra”. E aí que entra o dicionário de sinônimos, no momento de tentar substituir essa palavra por outra palavra. Claro que, em alguns momentos, eu posso substituir, por exemplo, por um pronome, mas às vezes eu preciso realmente substituir por um sinônimo. Então você pode fazer aqui uma busca e pode também, claro, ver aqui nas últimas atualizações, se alguma delas serve para vocês. Mas olhando aqui, por exemplo, “portanto”, queé uma palavra que se usa bastante nas conclusões dos textos, conclusões de ideias. Se o seu texto está muito cheio de “portanto”, você pode substituir por “por conseguinte”, “logo”, “consequentemente”, “por isso”, “assim sendo”, enfim. Os dicionários de sinônimos ajudam bastante nesse sentido. Muito obrigado. Continuamos na sequência, nós vamos iniciar pelo gênero fichamento. 1.2 Leitura básica do curso A fim de aprofundar os conhecimentos sobre os gêneros textuais acadêmicos, sua tarefa é realizar a leitura atenta do livro LAZZARIN, L. F. Introdução à escrita acadêmica. 1. ed. – Santa Maria, RS: UFSM, NTE, UAB, 2016. 39 p. Para esta primeira unidade, você precisará ler, pelo menos, as páginas 11 a 15. Ao final, você responderá um questionário com perguntas sobre o vídeo e sobre esta primeira parte do livro. Esse livro foi escolhido como leitura básica do nosso curso por ser um manual introdutório à leitura e escrita acadêmica. Para a unidade 2 do nosso curso, você terá que concluir, pelo menos, a leitura do primeiro capítulo do livro. Para as unidades 3 e 4, você precisará concluir a leitura dos outros 2 capítulos do livro. Ao longo do curso, ensinaremos como produzir o fichamento, o resumo e a resenha utilizando esse livro como exemplo. Portanto, sua leitura é imprescindível para que você possa avançar no curso. 1.3 Material complementar Como material complementar ao nosso curso, sugerimos os vídeos do Prof. Marcus Sacrini Ferraz da USP sobre Práticas de Leitura e Escrita Acadêmica. Esta e as outras aulas podem ser assistidas no canal do Youtube: https://goo.gl/BgQKnt Muito bem, nesta aula nós vamos introduzir um novo tópico. Avançar um passo então importante no curso. Vamos fazer uma introdução então à escrita, similar àquela que fizemos à leitura. Bom, de início eu queria notar que tal como a leitura acadêmica a escrita acadêmica envolve vários aspectos técnicos que não são imediatamente óbvios, assim como a leitura não é uma leitura qualquer no nosso mundo acadêmico, a escrita também não será. Muito bem, vamos marcar esse ponto inicial muito simples, mas central para a nossa argumentação. A escrita acadêmica envolve vários aspectos técnicos tal qual a leitura. Hoje em dia, se vocês pensarem bem, se produzem muitos textos por quem é letrado. Por exemplo, postagens em redes sociais. As pessoas postam centenas por dia. Olha quanta escrita! Grupo de Whatsapp (risos), a pessoa posta o dia inteiro, Escreve o dia inteiro, olha como as pessoas estão escrevendo, não é? Sim, de certa forma sim, mas isso não quer dizer que ao fazer isso vocês estão treinando os componentes específicos da escrita acadêmica, em particular da escrita argumentativa, que é o que nos interessa. Produzir vários formatos no dia a dia não garante que já se está capacitado para a produção escrita de textos acadêmicos, principalmente de cunho argumentativo, que é o que nos interessa aqui. Tudo bem, vamos aceitar isso como um ponto de partida. E como é então que treinamos para a escrita acadêmica? Eu creio que a principal tarefa preparatória para a escrita acadêmica já tem sido feita por vocês. Qual que é a principal tarefa para escrever bem? É ler. É ler a principal coisa. É uma condição, me parece, para escrever bem argumentativamente, ler bem textos argumentativos. Dificilmente, alguém vai escrever bem senão lê textos daquele gênero. Parece uma coisa óbvia, mas dá para desenvolver. Tem pontos não óbvios aqui. Eu acredito que há pelo menos dois motivos: um motivo técnico e o outro motivo temático, contextual, vamos chamar assim na falta de melhor nome. Dois motivos porque a leitura impulsiona a escrita. Primeiro motivo, temático contextual. Ora, é uma marca da discursividade argumentativa, que marca? Alguns teóricos chamam intertextualidade. O que isso quer dizer: os temas argumentativos raramente são invenções individuais. Normalmente, os temas sobre os que se argumenta decorrem de uma contribuição de vários autores, contribuições registradas em vários textos no decorrer de décadas formando tradições do pensamento no interior das quais as questões são pensadas. Os temas são desenvolvidos paulatinamente em contextos teóricos que vão formando o corpo de uma certa disciplina, um certo campo disciplinar, com certas regras interiores, certos gêneros privilegiados, certas maneiras específicas de avançar. Como é que você vai escrever se você não conhece isso? Como conhecer? Lendo, lendo os textos do gênero que você pretende produzir. Marcadamente insisto, a argumentação envolve uma sedimentação tradicional, envolve uma certa tradição do pensar, se argumenta de certa forma, por quê? Porque já se fez assim e é no interior desse se fazer assim que nós vamos avançar. Tudo bem? É muito difícil alguém simplesmente acordar do nada. “Puxa! Não, tenho nada o que fazer, vou fazer um argumento.” Não tem isso. Bom, pode ter. Hoje em dia tem de tudo, mas normalmente, vou fazer um argumento em relação a certo texto, a certo problema teórico que foi desenvolvido em certa disciplina, é assim. E https://www.youtube.com/redirect?q=https%3A%2F%2Fgoo.gl%2FBgQKnt&redir_token=QUFFLUhqbEdkaTZaYmhwUXNxZzZDM1VHcjNtTE95SEVid3xBQ3Jtc0trYl9CTTNsRWdIZE85R1Z4MzBnOHUzVWt5MUZ5ZFRQekNodDBtZ3V4bmNpVVk3eWFOVkVUcXhQWHBwbG04ZWotb2VaRUhzLXFSNS12MkJDMTRwUFFxVGZLdHVMWmE3U2NkLTNwWUgtYjFvUWRjcUNCQQ%3D%3D&v=Dyb8bOwZkXI&event=video_description como você vai saber disso? Lendo! Lendo bem. Vamos marcar tudo isso. Os temas argumentativos são desenvolvidos em tradições textuais que devem ser retomadas pela leitura. É lógico que há inovação, é lógico que há mudança, mas sempre a partir de uma certa tradição já instaurada. Não acreditem naquele mito da pessoa totalmente isolada, o gênio que começa a escrever coisas maravilhosas sozinho. Isso é ...se não é impossível, é a exceção da exceção. Normalmente, não é assim. Escrever bem supõe reativar ao menos parte do sentido já constituído do tema em vista, o que supõe a leitura de textos inseridos em tradições intelectuais. Bem, isso é só um motivo. Quero escrever bem? Preciso ler bem. Por conta do tema, as características do tema. Os temas das humanidades têm um desenrolar histórico. Segundo ponto: escrever bem supõe ler bem no segundo aspecto também, que eu mencionei, rapidamente, no aspecto técnico. Que aspecto técnico? No sentido de que ler bem supõe já exercitar-se na escrita. Ler bem já é escrever. Como? Claro, é isso que vocês estão fazendo, produzindo fichas, notas, anotações, esquemas. Uma boa leitura não fica no ar, ela se registra, ela se sedimenta. Como? Com a escrita. É uma continuidade, entende? A ideia desse curso foi passar esse modo de trabalhar. Já lemos escrevendo. Bom, então a escrita não é tão difícil porque nós já estamos escrevendo o tempo todo ao ler, ao ler bem. Tudo bem, isso eu acho central. Alguns alunos, de outras turmas, até me falaram “Puxa! né, eu nunca tinha escrito notas”. Surpreendente! Talvez essa pessoa tenha perdido muito do modo de sedimentar o conhecimento. Claro, ela pode até ir bem em uma prova, é diferente. Mas em longo prazo, a formação fica comprometida. A leitura acadêmica é essa leitura mais técnica, que nós estamos tentando passar no curso, já envolve a prática da escrita, fichamentos. O que nós passamos aqui é um modelo ideal. É lógico, as circunstâncias reais devem ser avaliadas. Nem sempre é possível fazer as fichas adequadamente. Claro, esse é o mundo real. Mas, idealmente, lê-se bem, escrevendo. Por que? Porque os textos são complexos, o sentido não é imediato, é preciso fixar o sentido. Você leitor vai fixar o sentido. E mais, ao ler bem escrevemos, mas também não escrevemos de qualquer modo, pelo menos essa é a ideia. Não é que estamos escrevendo postagens no Facebook. Não é isso. Estamos escrevendo certas fichas. A ficha, pelo menos tal como nós a pensamos aqui, a ficha já reproduzcertos modos de a exposição argumentativa avançar. Então, ao escrever segundo o modelo da ficha, você já incorpora um modo como a argumentação avança. É essa a ideia do fichamento. O fichamento não é qualquer coisa. É reconstruir um movimento expositivo. Ora, nessa reconstrução do movimento expositivo, você assimila os padrões argumentativos que estão sendo utilizados. A minha ficha não é qualquer coisa. Ela tem padrões. Vamos marcar aqui no esquema para a gente não se perder. Esse é um item importante, a produção das fichas não é qualquer coisa. Ela deve levar a fixar padrões expositivos argumentativos. Ao produzir a ficha você incorpora certos padrões. Você aprende certa orientação do pensamento. Você vai ganhando repertório, as suas capacidades vão ampliando a partir do modo como você leu bem, como você conseguiu entender certa argumentação, certa passagem lógica. Olha nunca tinha visto esse modo de resolver esse problema! Agora, você aprendeu, você tem esse modo a sua disposição também, se você reconstruiu bem, se você é capaz de expô-lo bem na ficha. Bom, isso, esse último ponto, é particularmente notável em relação ao fichamento expandido. Vocês tiveram uma aula sobre isso com o professor Caetano. O que marca o fichamento expandido? Se vocês se lembrarem lá da aula do professor é a ideia de uma síntese, síntese em relação às análises cumpridas nos fichamentos mais básicos, tem o fichamento expresso, depois o fichamento expandido que é um movimento analítico, você vai quebrando o texto. Mas a ideia de uma síntese, o fichamento expandido é isso, você leu o texto e conseguiu analisar, quebrar em partes, mas falta ainda um movimento, uma tarefa, é isso que marca o fichamento expandido. Que tarefa? Sintetizar, sintetizar o movimento expositivo com as suas próprias palavras. Você leitor é capaz de contar, narrar, em poucas palavras, aquilo que é central no texto lido e aquilo que é central tal como organizado ou reorganizado em torno de três núcleos. Vocês lembram disso? Três núcleos: o problema, a tese ou a posição e o caminho expositivo, caminho argumentativo. Gente, todo o texto, isso é tão geral, serve para qualquer texto, todo texto se foi escrito, foi escrito porque o cara reconheceu algum estado de coisas problemático. Alguma coisa mereceu receber um artigo, um texto. Então, esse é o problema. Qual é o problema central do texto? É isso, aquilo para o qual o texto se volta, e o texto se volta para dizer alguma coisa, o que que o texto diz, no geral, sobre o seu problema? É a tese, é a posição. E lembrem-se, não precisa ser uma posição positiva, por assim dizer, não precisa defender algo. Simplesmente pode ser: esse é um falso problema, isso é um falso problema, esse problema está mal colocado; ou não tem solução, a posição cética, não tem solução. Tudo isso são posições. Todo texto é escrito porque tem um problema em vista, toma uma posição diante desse problema, toma uma posição por meio de um caminho expositivo, é isso. O fichamento expandido deve reconstruir isso em poucas palavras. Ora, escrever uma ficha, então esse fichamento expandido, já é exercer essa organização argumentativa do tema, já é pensar em termos de problema, já é pensar em termos de tese, em termos de caminhos expositivos. Já na ficha, ao ler e ao entender o texto, você já está pensando em termos argumentativos. Fazer bem uma ficha de leitura já envolve essa escrita, já envolve essa retomada dos padrões expositivos. Vamos marcar isso. Então, o exemplo, o fichamento expandido, que é um exercício de síntese em torno de três articuladores lógicos: problema, tese, caminho argumentativo. Isso é tão geral que serve para todo o texto teórico. Todo texto foi escrito em vista de algum problema, foi escrito para tomar alguma posição e essa posição é articulada de algum modo expositivo, é isso. Mas é isso, é fácil falar, não é? Mas é difícil fazer e fazer bem com as suas próprias palavras. Muito bem, esse é o desafio do fichamento expandido. Agora, fazer bem o fichamento expandido já é meio caminho para fazer uma dissertação. No fundo, essa é a tese da aula de hoje, é isso. Se você fizer bem o fichamento expandido, você já tem um bom caminho já percorrido para escrever sobre o texto. Bom, mas eu queria antes de chegar nas tarefas, propor uma generalização, acho que vai ser útil para pensar o nosso tema. Vamos propor uma generalização. Todo esse material produzido no âmbito da leitura, todas essas notas e essas fichas, vamos dar um título geral para isso, então, que é o seguinte: são os textos de registro de estudo. No curso até agora trabalhamos com isso, texto de registro de estudo. Fazem parte dessa categoria: notas, fichas, que vocês fazem durante a leitura ou depois da leitura, aquilo que é escrito tendo em vista a fixação do sentido livro. Textos de registros de estudo aquilo que vocês devem se servir para consolidar a compreensão do que é lido. Consolida a compreensão do que é lido, logo após a leitura, e mais, torna disponível certo entendimento do texto, do tema, para ser retomado, por vezes muito tempo depois. Essa é a grande utilidade de se escrever bem as fichas. Muito tempo depois você pode retomar, passam-se anos, puxa vou ter que voltar àquele texto, mas eu tenho a minha ficha, eu fiz bem feito na época, isso é um enorme atalho para você recuperar o sentido daquilo que foi dito. Bem eu acredito que esses textos de registros de estudo são indispensáveis para boa formação acadêmica. Produzi-los constantemente implica gerar um estoque de resultados por meio do qual se pode retomar, mais, não é? Objetivar o sentido daquilo que passou por você, objetivar de forma durável, isso faz toda a diferença para uma formação de longo prazo. Pensem bem, no semestre em que vocês leram o texto, textos, e não anotaram nada, e um semestre que vocês anotaram. Vejam cada um por si a grande diferença. Passa-se o tempo quando você não anota nada, a memória se apaga, bom agora vai se apagar de qualquer jeito, mas se você anotou, você pode retomar. Isso faz toda a diferença na formação principalmente quem tem em vista fazer depois uma pós-graduação, avançar na pesquisa, dar aula. Você vai ter já um material de anos registrado. Então, faz sim toda a diferença registrar o seu estudo. É cansativo, às vezes é chato. É claro! Mas tem que se habituar. É um novo modo de trabalhar. É uma pena que às vezes isso é pouco discutido no primeiro ano. As primeiras aulas tinham que focar nisso, como é que você vai estudar? Você vai passar aqui 4, 5, 6 anos, como você vai estudar? Vai fazer toda a diferença. Você vai fazer nota? Que tipo de nota? Como você vai registrar a nota? Depois a nota tem que ser acessível. Você vai fazer no papel de pão, depois estraga. Que tipo de papel? É caderno? São coisas concretas que fazem muita diferença no correr dos anos, depois passa 3, 4 anos, “poxa, eu não notei nada”, os anos se passaram, os anos passaram e aí? O que é que vai ficar? Faz muita diferença sim, como você vai registrar o que você aprendeu. 2.1 Vídeo: o gênero fichamento Neste vídeo, apresentamos as noções básicas sobre fichamento. Vamos começar explorando o gênero textual acadêmico fichamento. Ele consiste em sintetizar um texto e registrá-lo de forma organizada. As suas anotações, a sua compreensão do texto, destacando as informações que forem importantes para o objetivo da sua leitura. No momento em que leio um livro ou um artigo científico, eu estou lendo com uma determinada finalidade. Ou porque eu estou fazendo a revisão bibliográfica para minha pesquisa ou porque eu estou procurando dados para fazer a discussão dos resultados da minha pesquisa. Então, de acordo com o meu objetivo de leitura, eu vou determinar o que é e o que não é importante de se anotar. Dentro do empreendimento acadêmico e/ou científico, muito do esforço de organizar e sistematizaros conhecimentos, de modo a obter novas informações, consiste precisamente em registrá-lo adequadamente à medida que se coleta. Muitas vezes o estudante acaba sofrendo no momento de fazer o seu artigo, de sentar e de realmente escrever, porque ele se depara com uma certa desorganização. Ele muitas vezes não sabe nem por onde começar. Se nós começamos já a fazer a pesquisa de forma organizada, de registrar de forma organizada as nossas leituras, isso vai nos economizar muito tempo nesse momento de sistematizar essas informações e de escrevê-las. Então por isso a importância do fichamento. O fichamento como uma forma organizada de registro das nossas leituras. Bom, o que registrar? Eco diz que há muitas formas de se fichar um livro. E aqui não se aplica apenas a livros, mas a qualquer material de consulta, de leitura. Com certeza, é muito importante sempre a primeira informação que é preciso colocar em um fichamento são as indicações bibliográficas precisas. Já se faz a referência bibliográfica no modelo ABNT, que é o modelo que vai ser usado depois futuramente no seu trabalho. Então se você já fizer isso nesse primeiro momento de registro da sua leitura, vai facilitar, porque, quando você for fazer a referência lá no seu trabalho, você já tem todos os dados prontos e não precisa ir em busca desses dados. Informações precisas sobre o autor. Nós queremos dizer escrever corretamente o sobrenome, colocar o número de páginas total do artigo, do livro. Resumo. Esse resumo pode ser em tópicos, esse resumo pode ser em forma de texto, esse resumo pode ser em forma de esquema, de tabela. A forma como o conteúdo do texto vai ser resumido vai depender muito de cada leitor. Citações diretas. São as transcrições, as cópias literais do texto. Essas citações sempre devem ser indicadas por aspas e ter o número da página em que foram retiradas. Devem ser feitas com bastante cuidado, de forma a preservar totalmente a originalidade do texto. E junto também podem ser adicionados comentários apreciativos ou analíticos. Ideias que surgiram a partir desse texto, perguntas que surgiram, talvez até questões para pesquisas futuras. Muitas coisas vão surgindo a partir das leituras. Então, fichamento, na verdade, não é apenas uma forma de registrar e documentar, de guardar as informações importantes das minhas leituras, mas na verdade é um processo de síntese que funciona também como uma estratégia de compreensão leitora. Porque no momento em que estou fazendo um fichamento e que eu tenho que decidir o que é importante e o que não é importante, eu vou interagindo mais com esse texto. Na verdade, eu vou fazendo uma leitura analítica, vou estudando esse texto para poder já ir resumindo ele, o que é diferente de simplesmente ler um texto sem ter esse propósito. Então ele também funciona como uma estratégia de compreensão. No fichamento, é possível também registrar, como nós dissemos antes, as ideias que o leitor vai formando sobre o tema a partir do texto e que futuramente vão ser usadas no seu próprio texto, no texto da sua autoria. Mas aqui nós temos que ter um cuidado muito grande para justamente separar o que é do autor do texto que eu li e o que é meu, minhas ideias, minha compreensão enquanto leitor. Isso tem que se ter muito claro e muito bem delimitado dentro do fichamento. Por isso a importância de, quando for feita a cópia, que seja feita em forma de citação direta e, quando for feita uma paráfrase do texto, que seja fez em forma de citação indireta. Tipos de fichamento. A princípio há três tipos de fichamento. Fichamento de transcrição, que seria todo ele composto de citações diretas. Fichamento de indicação bibliográfica, que é aquele que contém o nome do autor e a identificação da referência da obra e apenas o assunto, em uma ou duas linhas o assunto de que trata a obra. E o fichamento de resumo, que seria aquele que, além da referência, tem um resumo do texto. As partes que constituem o fichamento. São basicamente duas partes. No cabeçalho, é feita a indicação bibliográfica e, no corpo do texto, seu formato varia de acordo com o tipo de fichamento. O fichamento tipo citação é, como eu disse antes, uma transcrição fiel dos trechos do texto e obedece – e é importante que obedeça – as suas normas, de que toda citação venha entre aspas, de que após a citação sempre entre parênteses tem o número da página ou das páginas de onde foram extraídas, que a transmissão seja textual e não esquemática no caso de uma citação direta e que se houver supressão de alguma palavra ou de alguma expressão que isso sempre seja marcado com colchetes e três pontos. No caso de acréscimos ou comentários do leitor isso deve sempre vir entre colchetes. Eu, quando faço fichamento, sempre coloco em separado e sempre coloco uma observação bem grande "meu comentário", "minha ideia", para delimitar bem e não haver depois, dali às vezes um mês, dois meses, até um ano, quando eu voltar a pegar esse meu registro da minha leitura, para que eu não fique confusa. O fichamento então não deve conter opiniões ou posicionamentos do leitor. Não necessariamente. Digamos, se eu estou fazendo um fichamento com o objetivo de fazer uma resenha que nós vamos ver futuramente, eu posso sim incluir opiniões e posicionamentos desde que eu deixe bem claro o que é do autor e o que é meu, do leitor. O fichamento não deve acrescentar novas informações ao que foi exposto ao texto. Também, se eu resolver fazer isso que eu faça com bastante cuidado, realmente mostrando que não foi do autor que partiu nessa informação. Se houver erros de grafia ou erros gramaticais em uma citação direta deve-se sempre copiar conforme original, ou seja, com o erro. Então é muito frequente hoje nós vermos trabalhos que fazem a citação de textos que foram publicados antes da reforma ortográfica que vão usar daqui a pouco trema, hífen em palavras e expressões que hoje não se usa mais. Quando eu for fazer esse tipo de citação, eu tenho que copiar com o trema, com o hífen, tenho que copiar a ideia com acento. Tenho que copiar o texto na sua forma integral, sem modificações. O fichamento bibliográfico é um fichamento bem simples. Ele contém basicamente a referência e o tema do assunto, não me permite maior aprofundamento dentro daquele conteúdo, serve basicamente para que eu saiba localizar onde, quais livros ou quais artigos que eu li que tratam desse tema. E aí, a partir dessa ficha, eu vou e procuro o texto original. O corpo do fichamento deve conter um resumo sobre o assunto do livro ou do artigo, incluindo detalhes importantes sobre o tema tratado que possam ajudar o pesquisador na sua tarefa de pesquisa. O fichamento do tipo resumo é um resumo do texto. Ele pode ser feito com as próprias palavras do leitor e pode ser feito em forma de resumo ou em forma de itens, na forma como o leitor preferir. Então pode-se utilizar esse tipo de ficha para expor abreviadamente as principais ideias do autor e também para sintetizar as ideias principais de um texto ou de uma aula. A ficha de resumo deve ser breve e redigida com as próprias palavras, não precisando obedecer a estrutura da obra. O que eu incluí aqui ao final é o que chamo de fichamento misto, que na verdade é o que eu faço. Eu não sigo nenhum desses três tipos de fichamento e acho que isso deve acontecer com muitos leitores. À medida que vai se familiarizando com a prática do fichamento e vai utilizando isso com bastante frequência, você mais ou menos vai criando seu próprio estilo de fazer um fichamento. Então você pode mesclar os três tipos de fichamento e pode decidir qual vai ser o melhor suporte para fazer esse registro. Se vai ser fichas de leitura, se vai ser em cadernos ou se vai fazer as anotações talvez no computador, no smartphone, enfim. Eu prefiro escrever. Eu acho que, quando eu escrevo no papel, isso me ajuda a compreender,aprender melhor aquilo que que eu estou lendo. Então eu às vezes faço em folhas mesmo de caderno e guardo numa pasta. Já também peguei uma agenda velha e fui escrevendo ali todos os fichamentos de vários artigos. Pode ser feito também no caderno. O suporte daí vai da preferência de cada leitor. O que eu considero fichamento, antes de mais nada, é o registro da leitura do texto e não do texto em si. Não apenas o texto fica registrado, mas fica registrada a minha compreensão do texto. Então, além de servir como arquivo, como memória, ele serve na verdade para o próprio processo de compreensão e aprendizado sobre aquela temática. Por fim, gostaria de mostrar um recurso que eu utilizo para fazer, me auxiliar na leitura principalmente de materiais digitais. Nem sempre nós podemos imprimir todos os materiais para ler, até porque isso é antiecológico, muitas vezes é mais prático fazer a leitura no computador mesmo. Tem um programa que se chama Foxit Reader, que você pode baixar no site que eu demonstro no slide. Esse programa permite que você faça alterações no PDF. Além disso, em seguida eu demonstro para vocês como se faz essas alterações, mas eu queria também dar uma última dica antes de fechar a apresentação de PowerPoint, que é ao salvar os arquivos no computador. Desculpa aqui o nome computador ficou digitado errado, tem que ajustar. Eu sempre salvo no meu computador os arquivos ou livros digitais sempre já no formato das referências. Eu começo colocando o nome do primeiro sobrenome, no caso do primeiro autor, a parte inicial do título daquele artigo e o ano. O ano às vezes eu não coloco, mas se é um autor que eu tenho muitos artigos, muito material sobre aquele autor, é interessante colocar o ano também. Isso facilita muito a localização desse material depois dentro dos meus arquivos de computador. Vou demonstrar para vocês aqui o uso do Foxit Reader. Eu abri um livro que se chama Retratos da Leitura no Brasil e aqui eu demonstro de que forma fiz essa leitura, de que forma esse programa, que tem algumas ferramentas, como destacar. Posso destacar em amarelo, posso destacar em outras cores, posso sublinhar. Tenho recurso da máquina de escrever, então eu posso, por exemplo, incluir aqui uma impressão minha sobre o texto. Digamos que o texto está dizendo que 33% das pessoas pesquisadas disseram que nada as faria frequentar uma biblioteca. Poderia colocar, por exemplo, um comentário: por que será que isso acontece? Eu posso inserir dessa forma aqui um comentário ou posso também inserir em forma de nota, que é uma outra forma de deixar registrada a minha leitura. Enfim, há várias formas de fazer isso. Acabou ficando aqui com dois comentários. E tem também essas flechinhas. Quando eu acho que é uma informação muito relevante, eu gosto de colocar essas flechas também. Enfim, cada um, cada leitor vai criando os seus esquemas, a sua forma de registrar a sua leitura, para quando voltar nesse material você tem aí assinalado as partes mais importantes. Então você pode sublinhar de uma outra forma, pode fazer o uso de diversos recursos aqui. Além disso, mesmo quando eu faço a leitura usando o Fox Reader, ainda assim eu faço o meu fichamento, porque é muito fácil a gente perder essas informações no meio dos arquivos do computador. E quando a gente faz a ficha de leitura e organiza esse fichamento por semelhanças de assunto, por semelhanças de temática, fica muito mais fácil depois de encontrar essas informações. Por fim, só para demonstrar para vocês de que forma eu salvo os arquivos aqui no meu computador. Aqui eu tenho, por exemplo, Nation. Nation é o sobrenome da autora. O iniciozinho do título do artigo. E aqui eu coloco esse LD quando eu tenho o arquivo lido, ou seja, eu salvo com as minhas marcações e deixo também um arquivo do mesmo artigo sem as minhas marcações caso eu precise dele de forma original, para enviar para alguma pessoa. Eu salvo sempre a versão lida e a versão não lida. Também é uma forma de eu saber que já li esse artigo. Eu já olho rapidamente na lista e vejo que li esse artigo. Bom, eu espero então ter contribuído com vocês com relação a esse gênero, que considero um gênero simples, mas que é realmente uma ferramenta, uma ferramenta de estudo do texto e uma forma de nos organizarmos, para que depois, no momento de sentar e escrever, não seja um momento tão penoso, tão difícil, com mais desafios além dos que já existem. Então, se pelo menos nós fizermos esse trabalho de organizarmos essas informações antes, acredito que esse momento vai ficar um pouco mais fácil, um pouco mais fácil sentar e escrever. Certo? Muito obrigada. E vamos em seguida para os outros, explorar os outros gêneros acadêmicos também. 2.2 Como fazer um fichamento: passo a passo Neste vídeo, mostramos o passo a passo de como fazer um fichamento misto do livro de Lazzarin (2016), leitura básica do nosso curso. Olá, vamos iniciar então a nossa segunda aula sobre fichamento da unidade 2 do nosso curso. Nesta aula, eu vou demonstrar para vocês o passo a passo de como fazer um fichamento. Eu vou usar como exemplo o livro Introdução à Escrita Acadêmica, de Luís Fernando Lazzarin, que já foi indicado como leitura básica do curso na unidade 1. Vocês já leram até a página 15 e nós vamos demonstrar o fichamento até a página 20, que seria o primeiro capítulo do livro. Um fichamento, como nós já falamos na unidade 2, no outro vídeo, serve para fazer um registro organizado da leitura que você está fazendo. Há várias formas de se fazer um fichamento. Aqui eu vou demonstrar como nós podemos fazer as marcações dentro do próprio PDF e como também podemos fazer o fichamento um pouco mais elaborado em um editor de texto. A primeira informação que vamos colocar no fichamento é a referência completa do livro. Temos aqui o título, o autor, as informações da editora e o ano. Caso não encontrem todas as informações na capa, vocês podem procurar, próximo da capa, a ficha catalográfica do livro, que é o local onde todas as informações importantes da edição podem ser observadas, localizadas. No fichamento, no editor de texto, nós colocamos a referência já nas normas da ABNT, que é o recomendado para que você não tenha que depois, quando for utilizar futuramente esse livro em algum trabalho, precisar se preocupar em formatar, já coloca de forma correta a referência. Nesse arquivo sobre fichamento, eu vou demonstrar para vocês algumas formas de se fazer as anotações no fichamento. Esse arquivo vai ficar disponível para vocês lá na unidade 2 do curso. Primeiro, começo com exemplos de formas de registro. Eu posso registrar a informação por meio de uma citação direta, ou seja, uma cópia integral do texto. Eu copio literalmente o que está no texto. Ou posso fazer em forma de uma citação indireta, ou seja, eu falo com as minhas próprias palavras aquilo que está sendo dito pelo autor do texto. Na apresentação do livro, fala que ele é um material didático da disciplina "Introdução à escrita acadêmica e ao texto científico", da Universidade Federal de Santa Maria, que é um guia para estudos e tem o objetivo de compreender os diferentes gêneros e exercitar a elaboração dos principais formatos de trabalho acadêmico. Possui uma explicação das normas da ABNT, de estratégias de leitura e algumas atividades, exercícios práticos ao final do livro. Então nós já temos um resumo sobre esse livro, que vocês podem colocar no fichamento na forma de citação direta, aquela frase que eu destaquei no livro: "nosso objetivo será compreender os diferentes gêneros e exercitar a elaboração dos principais formatos de trabalho acadêmico". Se vocês optarem por fazer um fichamento com uma citação direta, vocês vão sempre precisar utilizar aspas no início e no final do texto que foi copiado e sempre indicar a página de onde foi retirado esse trecho do livro.Se vocês optarem por falar a mesma coisa, só que na forma de paráfrase, ou seja, fazer uma citação indireta, vão poder então colocar de forma resumida, mas sem copiar o texto, o que vocês entenderam daquele conteúdo. Por exemplo, aqui: "O livro é um guia de estudos com o objetivo de compreender os diferentes gêneros textuais usados nos trabalhos acadêmicos, apresenta estratégias de leitura, normas da ABNT e atividades para a prática da escrita". Aqui vocês têm um exemplo de como nós podemos falar sobre a mesma a parte do livro, o mesmo conteúdo, só que de formas diferentes, ou por meio de uma citação direta e no outro por meio de uma citação indireta. Como eu coloquei nos comentários do lado para vocês, se for por meio de uma citação indireta, não precisa utilizar aspas e também não é obrigatório indicar o número da página. Sempre que possível, aconselho que mesmo assim coloquem a página, porque depois, em algum outro momento, se vocês precisarem retomar essa leitura ou localizar alguma informação do livro, é bom que vocês tenham a página também de onde vocês retiraram essas informações. Depois, futuramente, no momento de fazer uma citação indireta no seu trabalho, você não vai precisar indicar o número de páginas. O outro formato possível seria o registro em forma de tópicos: O livro é um guia de estudos, fala sobre diferentes gêneros acadêmicos, normas para trabalhos da ABNT, estratégias de leitura e atividades. Esses três formatos são os mais utilizados no momento de fazer um fichamento. Vocês podem optar por utilizar apenas um deles ou podem optar por utilizar os três formatos, misturar os três formatos. O importante é que, sempre quando forem fazer uma citação direta, uma cópia, que vocês coloquem aspas e o número da página. O próximo conteúdo que aparece no livro é o sumário. O que fazer com o sumário? Preciso incluir no fichamento o sumário ou não? Vai depender muito do objetivo do seu fichamento. Vocês podem incluir os principais itens, os itens do sumário que acharem mais relevantes, aqueles capítulos que leram, talvez sinalizar os que não leram. O fichamento é um instrumento muito singular de cada leitor. Eu coloquei um exemplo de sumário, em que eu coloco que o livro tem três capítulos e escrevo o título principal de cada um dos capítulos, coloco ao final “Atividades”. Se vocês observarem no livro, vocês vão ver: o livro está aqui dividido em Unidade 1, Unidade 2 e Unidade 3. Eu utilizei apenas a parte em negrito que seria o título principal da unidade, mas não detalhei as seções e subseções no fichamento. Vai depender muito do objetivo de vocês, mas considero que ter o nome de cada uma das unidades ou capítulos principais sempre é importante, porque já dá uma ideia boa do conteúdo desse livro. Agora nós iniciamos o primeiro capítulo de fato, que é o capítulo 1: "Leitura de textos acadêmicos". Vocês sempre vão ter uma introdução na unidade em que ele fala dos objetivos dessa unidade. São objetivos mais no sentido da disciplina. Como ele é um guia para uma disciplina, são objetivos principalmente voltados para aquilo que ele quer desenvolver nos alunos por meio desse material. Inicia o item 1.1 "Diretrizes para compreensão de textos". Eu já fui marcando em amarelo algumas ideias principais desse item 1.1. Com o Foxit Reader é possível também escrever nas margens do texto. Tem uma ferramenta aqui, Typewriter, que é possível escrever do ladinho, nas margens do texto. O que eu destaquei aqui? Que o livro é uma trama organizada de fios. Ele coloca o conceito de texto como sendo "uma trama organizada de fios", "um tecido de ideias" e depois faz uma citação direta de Koch e Elias, dizendo que o texto é um "evento sociocomunicativo". No meu fichamento, como é que eu posso colocar? Fichamento do Capítulo 1. É importante vocês identificarem cada uma das partes, Capítulo 1, Capítulo 2, ir organizando o fichamento também por meio dos capítulos e dos subitens para você se localizarem. Eu coloquei Capítulo 1 e 1.1 que é o item "Diretrizes para compreensão de textos" e destaquei "Conceito de texto". Fiz por meio de paráfrase e itens. A partir daqui eu faço o fichamento por meio itens. Então o que o autor colocou lá sobre o conceito de texto? Que texto é um tecido, é uma trama, pode ser escrito ou falado, é um "tecido de ideias". Eu coloquei entre aspas "tecido de ideias" e escrevi a página de onde eu retirei esse trecho "tecido de ideias", porque não é muito comum alguém utilizar essa definição para textos. No sentido de que isso é uma metáfora, o texto como "tecido de ideias" é uma metáfora. Então por isso que eu fiz a citação direta. E copiei aquela citação que tinha dentro do livro de Koch e Elias. É importante que, quando vocês copiam uma citação dentro do material, do fichamento, vocês sempre coloquem também os dados dessa citação de forma correta: KOCH; ELIAS, 2014, a página e a página do livro onde estava essa citação, que é a página 11. Seguindo, fala depois sobre a leitura, atividade de leitura que é uma prática específica e continuada, que tem o objetivo de reter o essencial, a ideia principal do texto.Fala de estratégias de leitura, anotar ideias, mapas mentais, resumos, ler mais de uma vez. Fala sobre leitura proveitosa e destaca, segundo Marconie Lakatos, alguns aspectos dessa leitura proveitosa: a atenção, a reflexão, o espírito crítico, a análise e a síntese. No fichamento, vou colocar: leitura, como ele define leitura, o que ele fala sobre leitura, que é uma prática específica e continuada. Coloquei aspas pois é uma citação direta. Indiquei a página. O que é uma leitura adequada para ele? É reter o essencial do texto. Como ler um texto acadêmico? Quais são as estratégias que ele destaca? Ler mais de uma vez, anotar ideias principais, estruturas, mapas mentais, resumos, esquemas. Então listei algumas estratégias que ele apontou lá no texto. Leitura proveitosa, segundo Marconi e Lakatos. Aqui os pontos, os aspectos que ele destacou, atenção, reflexão, espírito crítico e também a definição de leitura proveitosa. "Diferentes etapas, que se sucedem em níveis de aprofundamento e reflexão crescentes"; "gradativamente, penetrar nas ideias do autor e tornar-se íntimo de sua construção".Que é o que eu destaquei em amarelo no PDF. Depois ele fala sobre as fases da leitura, fala do reconhecimento do texto, da fase exploratória, fase seletiva, fase reflexiva, e define cada uma delas. Daí então vai depender muito do grau de profundidade do seu conhecimento sobre leitura. Você poderia resumir cada uma dessas fases no seu fichamento ou apenas listar cada uma das fases. Eu apenas listei, coloquei aqui "fases de leitura" e coloquei cada uma delas: reconhecimento, exploratória, seletiva e reflexiva. O que nós também podemos incluir nos nossos fichamentos são os nossos comentários. Mas para isso nós temos que ter um pouquinho mais de cuidado, para não confundir o que é comentário nosso e o que é o conteúdo do livro do autor. Vocês podem criar a forma que vocês acharem melhor de marcar isso. Pode ser numa cor em azul. Muitas vezes se indica o uso do parênteses ou do colchetes. Certo? Para indicar um comentário, eu coloquei: "Meu comentário [será que eu faço a leitura reflexiva? Acho que é importante fazer]". Vocês também podem colocar os comentários, mas como eu coloquei ao lado para vocês, sempre importante indicar entre colchetes que é o teu comentário e marcar isso de forma bem explícita no texto. Item 1.2. Nós temos "Interpretação de textos: análise textual, análise temática e análise interpretativa". Novamente, o autor do livro cita outros autores, Severino, Marconi e Lakatos, e apresenta um roteiro de orientação para leitura de textos acadêmicos. O autor deixa bem claro que a leitura de um texto acadêmico é uma leitura diferenciada, não é como ler uma mensagem de WhatsApp, umanotícia, enfim, algum texto mais lúdico. A leitura de um texto acadêmico exige uma leitura mais atenta, exige uma leitura com estratégias mais complexas, porque tem um conteúdo mais complexo. Ele sugere esse roteiro de leitura para auxiliar os leitores iniciantes, quem está começando sua vida acadêmica, começando a se deparar com esses textos. Ele cita então o que seria o passo a passo para se fazer uma leitura de um texto acadêmico. A análise textual, que seria então a escolha, a delimitação desse texto. Para isso é necessário então se fazer uma leitura rápida e panorâmica. A análise temática, que seria então a etapa realmente de compreensão do texto. E aqui ele sugere que se faça um esquema, um mapa mental ou mesmo em tópicos a sequência de ideias desse texto, que na verdade é um pouco o que nós fazemos com o fichamento. A análise interpretativa, que seria a interpretação, uma análise mais crítica desse texto. E ele sugere então que se faça um resumo para indicar essa interpretação. A problematização, que seria se levantar e debater questões a partir do texto. E a síntese pessoal, que seria então a reelaboração do texto em forma de paráfrase, com discussões de reflexões. Então no nosso fichamento eu coloquei novamente, destaquei que esse roteiro não é do autor do livro, esse roteiro foi elaborado a partir das referências do Severino e do Marconi. E coloquei brevemente cada um itens: análise textual, temática, interpretativa, problematização, síntese pessoal, com aquelas palavras que eu destaquei em amarelo no PDF. Brevemente cada uma delas. E depois o autor conclui falando da diferença entre texto falado e escrito. Ele coloca que a fala é mais dinâmica, permite que a pessoa reelabore as suas ideias enquanto está falando. Enquanto o texto escrito é mais planejado, não há interação com o ouvinte, com o interlocutor. Então o texto escrito é um pouco mais rígido, tem uma estrutura mais rígida, não é tão flexível como o texto falado. Eu destaquei em amarelo, destaquei nas margens do texto também, eu particularmente gosto muito desse tipo de anotação, porque ele sintetiza e auxilia muito o leitor no momento depois de retomar o texto. E por fim ele encerra essa seção falando que a leitura e a escrita estão interligadas, que é um pouco também da ideia que eu defendo ao longo desse nosso curso. Para escrever bem, eu preciso também ler, ler muitos textos acadêmicos, ter esta experiência de leitura bem aprofundada dos textos. No nosso fichamento encerro colocando "texto falado versus texto escrito", "leitura e escrita interligadas". Na próxima seção, 1.3, ele fala das características de um bom texto acadêmico, segundo Viana, 2003. Então aponta seis características. Eu utilizei cores diferentes para demarcar o título de cada uma das características. Também uma boa estratégia nas anotações é numerar. Coloquei, numerei, como eram várias, seis características, fui colocando os números no PDF ao lado e destacando em amarelo as principais ideias de cada uma dessas características. Depois no editor de texto eu fiz a mesma coisa. Coloquei a numeração, copiei o título de cada uma delas e sintetizei brevemente com aquelas anotações que eu fiz em amarelo. Sempre que eu copiei, coloquei entre aspas e coloquei a página aqui do lado. Eu também fiz essa mesma anotação das características de um bom texto em forma de esquema. Eu entendo que o fichamento é um instrumento de compreensão da leitura também, além de ser um registro, porque no momento em que eu registro já estou direcionando o que que é importante para mim enquanto leitor dentro desse texto? Já há um direcionamento, já há um trabalho de compreensão, interpretação por trás dessa tarefa de selecionar o que é mais importante e aquilo que eu quero registrar. Então uma forma de fazer esse registro no fichamento é também a forma do esquema, dos mapas mentais, tabelas, gráficos. Eu sei que já seria um pouco mais avançado, mas quem sabe até mesmo em gráfico. Vocês podem comparar que essa informação de cima é a mesma informação de baixo, mas me parece muito mais claro, em vez de ter os itens numerados, ter essa informação na forma de um esquema. Parece que nós entendemos muito mais rapidamente o conteúdo desses textos quando nós conseguimos utilizar um recurso visual, um esquema, uma imagem para representar esse conteúdo. Ao mesmo tempo isso também pode se tornar uma estratégia de leitura importante que eu posso colocar dentro da minha anotação do fichamento. Depois, o autor aponta essas características, que um bom texto se comunica, ele tem uma lógica, é um texto que demonstra que a pessoa é domina aquele assunto, é um texto que é dirigido para um leitor, para um possível leitor. Então sempre é importante ter em mente quem vai ler, quem é o leitor daquele texto que está sendo produzido. Depois ele aponta, segundo Silva, 2016, algumas sugestões para a escrita acadêmica. Ele já destaca em negrito, dentro do próprio texto, então não achei necessário fazer nenhum outro destaque. Como já são bem claras: suspender censura, ter equilíbrio entre ler e escrever. Como o próprio início aqui de cada uma delas já me parece que é bem claro, eu não destaquei nada em amarelo. Mas é claro que poderia ficar a critério de vocês, se achassen que seria necessário destacar em amarelo alguma palavra-chave dentro de cada uma delas. No meu fichamento, eu coloquei de forma bem breve: sugestões para escrita acadêmica, a autora. E coloquei a lista, copiei e colei os nomes, a lista que ela sugere. Claro que, futuramente, se vocês fossem citar digamos uma dessas ou mais de uma dessas teria que colocar entre aspas o nome de cada uma delas, porque seria uma citação direta. O item 1.4 do livro, "Tipos de texto descritivo, narrativo e argumentativo", fala sobre a escrita acadêmica, que utiliza diferentes tipos de texto. E ele descreve cada uma delas de forma muito breve. O texto descritivo, que enumera fatos, pormenores, aspectos. O texto narrativo conta uma história, um enredo. O dissertativo defende uma ideia, tem argumentos. No nosso fichamento, eu coloquei também de forma bem breve: a escrita acadêmica. Coloquei em itens: texto descritivo... Fiz uma citação direta, conforme o autor. Ele já é bastante breve na descrição, então optei por usar a citação direta mesmo no momento de descrever cada tipo de texto. Depois ele apresenta os tipos de argumentos. Coloquei do lado, na margem, tipos de argumentos, enumerei cada um deles. Eles já estão destacados em itálico. De preferência, vocês poderiam também destacar em amarelo. E ele também apresenta de forma bem breve cada um dos tipos de argumentos, segundo Weston. Eu apenas citei, enumerei, expliquei cada tipo de argumento. Também ficaria da opção de cada leitor descrever ou não esses tipos de argumentos no fichamento. Mas como já é uma descrição bem breve, praticamente vocês teriam que copiar. Para um fichamento, copiar esses cinco itens na íntegra seria bastante trabalhoso, pensando que o objetivo do fichamento é mais de resumir mesmo a informação. Então o ideal seria vocês colocarem, indicarem os tipos de argumento. No momento que vocês quisessem retomar essa leitura ou se aprofundar um pouco mais nesses tipos de argumentos, vocês poderiam voltar ao texto original na página 19 e ler cada um deles de forma mais aprofundada. Depois, no livro, o autor fala também brevemente sobre o parágrafo. Eu destaquei em amarelo aquilo que eu considerei mais relevante, já simulando o que seria a leitura de vocês, o que para vocês seria relevante dentro dessa parte do texto. E fiz em forma de citações diretas, copiei algumas partes que eu considerei mais importantes: que o parágrafo expressa as etapas do raciocínio, então o parágrafo é organizado em introdução, desenvolvimento e conclusão; que a mudança de um parágrafo marca o fim de uma ideia, de um raciocínio,e o início de outra; que o parágrafo ele deve girar em torno da primeira frase desse parágrafo, que é conhecido como tópico frasal; e que cada parágrafo deve explorar uma só ideia. Coloquei aqui um comentário para vocês: "Poderia resumir e parafrasear sem usar essa citação direta". E coloquei um exemplo. Em vez de usar essas citações diretas aqui, eu poderia dizer com as minhas palavras: "O parágrafo se organiza em introdução, desenvolvimento e conclusão, gira em torno da primeira frase e explora apenas uma ideia." Uma forma de sintetizar essas essas citações diretas com as minhas palavras. Isso é uma forma de citação indireta ou de paráfrase. Coloquei no comentário só para nós praticarmos um pouquinho mais essa noção, essa ideia. Por fim, no item 1.5, ele fala da "Utilização de ideias de outros autores", que seria a questão da cópia sem as referências, que também é conhecida como um crime, um crime chamado plágio. Destaquei em amarelo aqui algumas ideias. E o autor demonstra rapidamente qual seria a forma correta de fazer cópias. Não é proibido que nós façamos cópias. Nós precisamos apenas indicar de forma correta quem é o autor, de onde foi retirado, fazer a citação, colocar nas referências. Então ele indica os três tipos de citação: a literal, a paráfrase e a citação de citação. E fala que o ideal é se utilizar principalmente das paráfrases e não abusar muito das citações diretas. No item 1.5 eu fiz alguns itens, destaquei algumas daquelas citações em amarelo que eu destaquei no PDF e coloquei os três tipos de citações e o que o autor definiu como sendo a citação literal, a paráfrase e a citação de citação. Espero eu tenha contribuído com esse passo a passo. Sei que ficou um vídeo um pouco mais longo, mas é necessário mostrar como se fazer, de que forma se fazer um fichamento. Eu vou convidar vocês a continuarem esse fichamento. Que vocês continuem os capítulos 2 e 3 desse livro, que é um livro bastante curto, só tem 32, 39 páginas. Falta um pouquinho só para vocês concluírem, eu deixo como sugestão de exercício que vocês concluam, terminem esse fichamento. Eu vou deixar para vocês lá na unidade 2 um arquivo com o fichamento completo do livro. Vou deixar esse arquivo, que é o exemplo que utilizei no vídeo, e vou deixar um outro arquivo em que vocês vão ter os capítulos 2 e 3 juntos no fichamento. Assim vocês vão poder conferir, comparar como ficou o fichamento que vocês fizeram dos capítulos 2 e 3 e o fichamento que eu fiz dos capítulos 2 e 3. Para vocês terem uma referência nas próximas unidades. Na unidade 3, sobre resumo, nós vamos demonstrar em vídeo como fazer o resumo desse livro. E na unidade 4 vamos demonstrar como fazer a resenha desse livro. Um abraço a todos! 2.3 Sugestão de atividade Agora que você já sabe como fazer um fichamento, continue fazendo o fichamento do livro de Lazzarin (2016) o qual constitui a leitura básica do nosso curso. Termine o fichamento dos capítulos 2 e 3. Deixaremos, na sequência, um arquivo com o fichamento completo do livro. Assim, você poderá comparar e avaliar o seu fichamento. Observação: Esta é uma sugestão de atividade para prática dos conhecimentos sobre fichamento. Portanto, você não precisará enviar o seu fichamento e essa tarefa não contará para avaliação do curso. 2.5 Material complementar Indicamos como leitura complementar nesta unidade o capítulo 6 "Fichamento" do livro: MEDEIROS, J. B. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 12. ed. São Paulo, SP: Atlas, 2012. Neste capítulo, o autor apresenta diversos tipos de fichamento e esclarece seus usos. Estude o texto e faça anotações, pois elas serão importantes para auxiliá-lo na compreensão deste gênero. Link de acesso: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4998908/mod_resource/content/0 /Redacao_cientifica_-_Joao_Bosco_Medeiros.pdf 3.1 Vídeo: o gênero resumo Neste vídeo, apresentamos as noções básicas sobre o resumo acadêmico e não acadêmico. Nesta aula nós vamos conhecer um pouco mais sobre o gênero acadêmico resumo. Resumo, conforme Matêncio, é uma atividade de retextualização. Significa escrever um novo texto a partir das ideias principais de um ou mais textos originais. Retextualizar é a mesma coisa que reescrever em forma de um novo texto. Não é apenas apagar algumas partes e copiar outras. Esse é o conceito mais básico que se tem de resumir e talvez o que nós tenhamos aprendido lá no Ensino Fundamental. Mas, mesmo no resumo, é importante lembrar que, se houver cópia integral do texto, é preciso fazer uma citação direta. O resumo também envolve e requer um planejamento. Ler para resumir é diferente, por exemplo, de ler para entretenimento. Quando se está lendo para resumir, é importante fazer anotações, talvez até um fichamento, em forma de itens desse texto. Principalmente dependendo se é um texto longo ou se é um texto mais curto. Um processo importante também é o automonitoramento. O leitor precisa avaliar a sua compreensão do texto para ver se ela é suficiente para fazer um resumo. Se esse leitor perceber que a sua compreensão é muito limitada desse texto, ele deve usar outras estratégias, como pesquisar mais sobre o tema do texto original, conversar, pedir ajuda para alguém para tentar compreender esse texto. A avaliação e a revisão final do resumo são os processos que nós normalmente fazemos sempre que nós escrevemos um texto. Escrever um texto, produzir requer sempre essa etapa de revisão. Um texto passa por muitas revisões antes de poder ser publicado. Um conceito importante para se abordar o resumo é o conceito que Camacho apresenta: a distinção entre sentidos essenciais e sentidos acessórios. Para Camacho, os sentidos que são continuados, que constituem uma cadeia de sentidos no texto, eles são essenciais. Seriam então aquelas ideias que são, ao longo do texto, aprofundadas, desenvolvidas, exemplificadas, discutidas e retomadas. Os sentidos acessórios seriam aqueles sentidos que não são continuados, que https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4998908/mod_resource/content/0/Redacao_cientifica_-_Joao_Bosco_Medeiros.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4998908/mod_resource/content/0/Redacao_cientifica_-_Joao_Bosco_Medeiros.pdf aparecem uma única vez no texto e não são retomados. A partir desses princípios, resumir seria produzir um novo texto a partir dos sentidos essenciais do texto que está sendo resumido. Charolles apresenta alguns princípios também para ser resumir: a contração das informações, ou seja, a redução dessas informações; a paráfrase, que é dizer com as suas palavras o que o autor disse ou dizer com outras palavras aquilo que o texto resumido diz; a condensação, que seria condensar esses sentidos em um texto menor; e a reformulação, que é justamente uma reformulação na forma mas não no conteúdo, ou seja, nós reformulamos a forma linguística como este conteúdo está sendo veiculado. Graeff apresenta três princípios. O princípio primeiro é o da completude, no sentido de que o resumo, como é um novo texto, ele também precisa ter início, meio e fim. Ele deve ter a completude das ideias essenciais do texto que está sendo resumido. De preferência não deixar faltar nenhuma ideia essencial do texto que está sendo lido e resumido. A fidelidade, no sentido de que o resumo não pode acrescentar nem incluir informações que não estão no texto original. E por isso a importância da compreensão desse texto, porque, se eu não compreendo muito bem, o meu resumo vai refletir isso, eu posso colocar palavras na boca do autor que ele na verdade não disse. E a economia, que é o princípio que todos nós já conhecemos do resumo, é o princípio mais conhecido do resumo, que seria justamente o sintetizar. O resumo requer, antes de mais nada, que seja feita uma leitura estratégica, uma leitura analítica do texto. É preciso ler uma, duas,várias vezes o texto a ser resumido. E também no momento de escrever o resumo, é preciso considerar três questões importantes. Primeiro por que ler este texto que está sendo resumido? Por que resumir este texto? E para quem este resumo se dirige, quem vai ler este resumo? São três informações importantes, questões importantes para se considerar no momento de escrever esse resumo. Faça a leitura atenta e selecione as ideias principais. E tenha também atenção para a estrutura do texto, a organização e a progressão das ideias. Na verdade, o resumo é um processo que ocorre no momento da leitura. O cérebro faz esse processo de resumir, porque na verdade na nossa memória ela não consegue armazenar o texto, nem um parágrafo muito menos um texto maior na sua completude. Ao final da leitura, nós não lembramos exatamente as palavras, exatamente as frases que estavam no texto. A nossa memória não tira uma fotografia, não escaneia esse texto. O que fica na nossa memória, na verdade, é um resumo daquilo que nós compreendemos. E quando nós falamos do gênero textual resumo nós estamos falando justamente nesse processo de traduzir o nosso resumo mental para um resumo no formato de um texto escrito. Nós podemos resumir praticamente qualquer outro gênero textual. Nós podemos resumir um um livro, um livro de história, um livro acadêmico, um artigo, enfim, podemos resumir diversos gêneros acadêmicos. E isso também interfere na forma como o nosso resumo vai ser feito. Mas também é importante aqui distinguir que existe um gênero específico de resumo que é o resumo do trabalho científico, que é o resumo que vai ser utilizado nos artigos, nas dissertações, monografias, teses, todos esses gêneros acadêmicos já se iniciam pelo resumo. Conforme a ABNT, o gênero resumo de trabalho científico tem a finalidade específica de passar ao leitor uma ideia completa do teor do trabalho. Deve informar de maneira clara e sintética os resultados e as conclusões mais relevantes, bem como seu valor e originalidade. Trata-se da composição de um texto e não da enumeração de tópicos. O resumo enquanto gênero que vai compor outro gênero acadêmico, no caso dos que eu citei antes, tem a finalidade justamente de introduzir, de mostrar que trabalho é esse. No momento em que nós, por exemplo, fazemos uma pesquisa bibliográfica, a primeira coisa que nós lemos antes de ler um artigo inteiro, antes de ler uma tese inteira, a primeira coisa que nós vamos ler é o resumo. Para ver se aquele trabalho que nós estamos ali pesquisando realmente é relevante para o nosso objetivo da nossa pesquisa bibliográfica. Por isso a importância desse resumo que acompanha o trabalho científico e a importância de ele estar completo. Para que esteja completo, ele precisa ter obrigatoriamente as informações básicas da pesquisa, que são os objetivos, os métodos, os resultados e as conclusões. Para demonstrar um pouco melhor isso, depois eu vou analisar também um resumo para vocês. Linguagem. Os resumos, no geral, usam o verbo na voz ativa. No inglês, se usa um pouco mais a voz passiva, mas no momento que se fizer o abstract, se fizer um resumo traduzido para o inglês, muitas vezes vai se passar da voz ativa para voz passiva. Mas no português predomina a voz ativa. Terceira pessoa do singular. É importante evitar o uso de símbolos e gráficos de citações e de referências nos resumos. Importante que ele esteja organizado em um único parágrafo. O resumo que acompanha o trabalho científico é um único parágrafo. O número de palavras varia muito do suporte, de onde esse resumo vai ser publicado. Se é publicado numa revista ou em eventos, aí é preciso seguir as diretrizes para os autores, porque há revistas e eventos que limitam em 100, 150 palavras, varia bastante. Normalmente esses resumos ficam em torno de 200 palavras. Para mostrar o exemplo, eu vou abrir aqui um outro arquivo até para que vocês já se familiarizem com o layout do artigo científico. Esse é um artigo que eu publiquei com a minha orientadora de de doutorado. O título é "A relação entre o desempenho em compreensão leitora e fatores socioeconômicos em escolas públicas do Sul do Brasil". Essa revista exigia que nós traduzíssemos em duas línguas. Aqui nós temos em espanhol e em inglês. Eu vou também usar aquele recurso que eu apresentei no vídeo do fichamento que é o recurso de marcar com cores aqui para vocês perceberem aqueles elementos. Nós vimos antes nos slides que é importante ter os objetivos, ter os métodos, os resultados e a conclusão. Vamos ver se nós conseguimos identificar isso nesse resumo. “Este trabalho tem o objetivo de investigar a relação entre o desempenho em compreensão leitora e fatores sociais e econômicos: escolaridade parental, renda familiar e investimento em leitura. Isto aqui então, claramente, como o próprio texto diz, é o objetivo.” Bom, depois disso. “Participaram do estudo 49 bons leitores e 37 leitores com dificuldades de compreensão leitora cursando a 8ª série do Ensino Fundamental de escolas públicas do município de Santa Cruz do Sul, localizado no sul do Brasil.” Isto é o que nós chamamos de método. Cada um pode escolher a forma como quer destacar no texto isso. Eu vou destacar de uma forma bem diferente, usando uma linha como se fosse um sublinhado. Isto aqui é o método. “Os dados revelaram que a escolaridade dos pais é mais relevante do que renda familiar quando relacionada ao desempenho em compreensão leitora dos estudantes. Então aqui nós já estamos indo para os resultados. Exibiram, ainda, correlação entre a escolaridade dos pais e a média de investimento em material de leitura. Sendo assim, o nível educacional dos pais pode ser um fator determinante da forma como eles incentivam e promovem a leitura nas suas famílias.” Então nessa parte aqui já tenham um pouco de resultados e também já um pouco de discussão. “Pesquisas futuras devem aprofundar a investigação sobre escolaridade parental e as ações de letramento familiar contribuem para o desenvolvimento em compreensão leitora dos estudantes.” Usei aqui uma marcação de sublinhado diferente para indicar que isso aqui seria então parte da conclusão desse estudo. Além de demonstrar para vocês o gênero resumo acadêmico, que é então nesse caso aqui um resumo que faz parte de um artigo acadêmico. Normalmente é acompanhado de palavras-chave, que são palavras, expressões que resumem ainda mais, é o resumo do resumo, digamos assim, em poucas palavras. E normalmente ele é acompanhado do resumo nas línguas estrangeiras. E depois inicia-se, nesse caso aqui, o artigo. Além disso também quero mostrar para vocês, vou ver com vocês um texto, algo como se fosse um gênero notícia, e explorar algumas estratégias para se fazer o resumo. “Ministério da Saúde adverte: estudar faz bem à saúde.” Eu fiz isso no Word, mas é claro que vocês podem fazer em papel ou podem usar outros recursos para fazer isso. Aqui é um trocadilho, porque "Ministério da Saúde adverte" normalmente são coisas negativas: fumar faz mal à saúde, por exemplo. Aqui eles usam essa frase conhecida para dar o título ao texto. E o título, na verdade, ele é já uma síntese do texto muitas vezes. Claro, há títulos que usam outras estratégias, mas muitas vezes o título é já um resumo do texto. E no caso dessa notícia aqui, após a data já há um pequeno resumo. “Saúde e os níveis de escolaridade caminham juntos: o estudo não apenas alimenta um espírito crítico, como também amplia a capacidade das pessoas cuidarem melhor de si mesmas e dos seus entes queridos.” Depois vem a autora, o local de publicação e a introdução do texto. “Você já reparou que em datas especiais como aniversários e ano novo estamos sempre desejando saúde para quem é próximo? Mais ainda: se você perguntar para qualquer pessoa qual sua maior preocupação, é bem provável que a resposta seja a própria saúde e a da família.Afinal todo mundo concorda que precisamos estar saudáveis para levar- nos a vida adiante.” Se nós pensarmos lá nos slides, quando nós falamos informação essencial e informação acessória, qual a informação aqui que é acessória e qual informação nesse parágrafo é essencial? A questão de aniversários e datas comemorativas é uma informação acessória, está aqui apenas ilustrando. Mas o momento em que fala de preocupação com a saúde, essa ideia, sim, é iniciada aqui e depois é retomada quando fala que precisamos estar saudáveis para levarmos a vida adiante. Então esse parágrafo é uma introdução e basicamente fala da crescente preocupação que as pessoas têm com a saúde. No segundo parágrafo, continua com esse mesmo aspecto. “É evidente também que, ao longo da história, o cuidado consigo mesmo e com os outros alcançou um status tão inseparável da existência humana que foi incorporado aos direitos inalienáveis da vida, da saúde e dos tratamentos não cruéis. Cada dia nos damos mais conta de que não basta viver - é preciso viver bem.” Então o que ele introduz aqui? Continua ainda falando da importância de viver bem, da importância de se preocupar com a saúde. A progressão da temática do texto, do primeiro para o segundo parágrafo, se dá a partir disso. E aqui ele fala da questão histórica, de que ao longo da história essa preocupação que nós já identificamos lá na introdução que era uma preocupação crescente, ao longo da história essa preocupação foi aumentando. E se começa também a aliar o tema aqui de saúde com o tema de qualidade de vida quando ele fala em viver bem. Continua então o texto. “No Brasil, a saúde aparece como uma das prioridades de investimento da população, mas também figura entre os serviços públicos mais insatisfatórios. De acordo com uma pesquisa do Instituto Idea Big Data, esse é o segundo setor em que as pessoas investiriam caso ganhassem um aumento. Mas e o primeiro? Acertou quem pensou em Educação.” Então aqui ele já começa a falar sobre a relação entre saúde e educação na perspectiva do investimento. Quando ele fala do investimento que as pessoas fazem, do investimento que o governo faz e da relação entre essas duas. No próximo parágrafo é que ele vai justamente apresentar de forma mais consistente esse argumento. “Essa dobradinha não é gratuita. Em um exercício simples de observação dos índices de desenvolvimento dos países, a saúde e os níveis de escolaridade caminham juntos. Tal relação tem sido estudada ao longo dos anos por diversos especialistas e as evidências são animadoras: o estudo não apenas alimenta o espírito crítico como também amplia a capacidade das pessoas cuidarem melhor de si mesmos e dos seus entes próximos. Não acredita? Então vamos olhar para o que já foi descoberto.” Ele introduz de forma mais clara o argumento dele, que é a educação interfere na saúde, e aqui começa a usar uma estratégia de argumentação que é citar pesquisas, citar outros estudiosos da área para sustentar o seu argumento. Nesse parágrafo, ele apela para as pesquisas que mostram o índice de desenvolvimento dos países. No parágrafo seguinte, ele novamente apresenta uma sustentação para o argumento, falando de uma pesquisa que fala sobre o aumento no tempo de vida. “Quem estuda mais, vive mais. Uma pesquisa de 2017 da OCDE com os países-membros da organização apontou que um ano a mais de estudo no Ensino Fundamental equivale a 3,2 meses a mais de vida.” No parágrafo seguinte, ele continua apresentando, tentando sustentar o seu argumento por meio das pesquisas. “Quem estuda mais, tem menos doenças. Estudos apontam que quanto maior o tempo de ensino, maior a probabilidade de se ter um estilo de vida saudável, resultando em uma menor incidência de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão.” Terceiro dado usado para sustentar o argumento é de que estudar diminui as doenças. Ele faz aqui uma relação entre educação, estilo de vida e no parágrafo seguinte também criação dos filhos. “Mães estudadas, filhos saudáveis. Pesquisas indicam que quanto mais anos de estudo tem a mãe, mais saudáveis são os seus filhos pequenos.” Então aqui ele já complexifica um pouco mais o argumento dele. Começa apresentando um argumento de relação de educação com a saúde e aqui ele já está falando que na verdade é uma relação, no argumento final dele, de saúde com educação por meio do estilo de vida. “Ser saudável passa por uma série de decisões - individuais e coletivas - feitas ao longo da vida e essas escolhas, por sua vez, passam por uma Educação crítica e de qualidade. apostar. Apostar na Educação agora mudará sua história e a das próximas gerações que sofrerão cada vez menos com males evitáveis como a morte prematura de crianças pequenas (associado à baixa escolaridade das mães) e terão mais recursos intelectuais para investir em pesquisas sobre enfermidades que destroem famílias como a Aids ou o Mal de Alzheimer.” Então ele conclui o texto com esse argumento final em que diz que saúde depende de decisões e que essas decisões dependem de informação, depende da educação que as pessoas têm. Ele conclui fazendo encadeamento de dois argumentos, que é o argumento da educação, da saúde e justamente do estilo de vida, que tudo isso, que ter mais educação nos ajuda a ter mais saúde no momento em que ela muda o nosso estilo de vida. No momento de fazer um resumo do texto, quando nós fazemos essa leitura estratégica, de ir anotando e colocando comentários, ir identificando essa estrutura, a estrutura do texto, a progressão de ideias, tudo isso vai facilitar no momento que o leitor for resumir esse texto. Bom, gente, para concluir então coloco para vocês as referências apresentadas nessa apresentação de PowerPoint e espero ter contribuído com vocês, que você saibam elaborar um pouco melhor os seus resumos. Obrigado. 3.2 Vídeo: como fazer um resumo Neste vídeo, mostraremos o passo a passo para a elaboração de um resumo do livro de Lazzarin (2016), leitura básica do curso. Usaremos o fichamento, disponível na pasta de material do módulo 2, como base para a elaboração do resumo. Olá. Nesta aula da unidade 3, nós vamos demonstrar como fazer um resumo a partir do livro que é a nossa leitura básica do curso: Introdução à Escrita Acadêmica, de Lazzarin. Então eu vou demonstrar para vocês como fazer um resumo. E, é claro, não é um resumo destinado para apresentação de um trabalho, nem um evento científico, nem um resumo de artigo. É um resumo que tem o objetivo de sintetizar o conteúdo desse livro, certo? É o que nós chamamos de resumo não acadêmico, porque ele tem o objetivo de fato de resumir um determinado conteúdo, mas não de resumir uma determinada pesquisa científica. Bom, eu vou demonstrar para vocês, então, como nós podemos fazer esse resumo tanto utilizando o nosso fichamento aqui do próprio livro, os nossos destaques aqui em amarelo no próprio livro, mas, principalmente, como nós podemos fazer utilizando o fichamento, fazer o resumo a partir do fichamento. Vocês vão ver que é muito mais fácil fazer o resumo utilizando aquilo que está no fichamento do que utilizando, tentando retomar novamente a leitura do livro. Certo? Então, nós começamos aqui o resumo com a parte introdutória do livro. O livro Introdução à Escrita Acadêmica, de Lazzarin, 2016, é um guia de estudos com o objetivo de compreender os diferentes gêneros textuais usados nos trabalhos acadêmicos. Bom, isso é o que está lá no começo do nosso fichamento. Certo? Nesse arquivo que eu vou usar aqui de fichamento é o arquivo com o fichamento completo do livro. Vocês lembram que no vídeo anterior eu falei, um vídeo lá da unidade 2, que eu deixaria um arquivo com o fichamento que eu utilizei para fazer o vídeo, em que vocês têm ali os comentários junto, e esse aqui é o arquivo com fichamento completo e limpo. Eu tirei os comentários e deixei ele num formato que,digamos assim, você poderia entregar para um professor. Um fichamento que está pronto, como um trabalho até mesmo para uma disciplina. Certo? Então aqui eu já deixei ele mais limpo e incluí as unidades 2 e 3 do livro. Certo? Então vocês podem ver que, nessa primeira parte aqui da apresentação do livro, nós já temos de certa forma um resumo do que se trata essa obra e podemos basicamente copiar e iniciar a introdução do nosso resumo a partir da apresentação do próprio livro. Certo? No resumo, nós vamos estruturar um parágrafo para cada unidade do livro, sintetizando cada uma delas e um parágrafo final para as considerações finais. Então retomando lá o nosso fechamento, nós temos aqui o Sumário e já iniciamos com a unidade 1, em que nós temos o conceito de texto, ele apresenta aqui a definição fala sobre as estratégias de leitura, fala da leitura proveitosa, as etapas, as fases de leitura, enfim, e conclui esse item 1.1 a partir disso. Então lá no nosso resumo, nós começamos descrevendo essa primeira unidade, colocando, apontando os principais pontos que são aprofundados nessa unidade. Ela apresenta diretrizes para a compreensão do texto. Inicia pela definição de texto, estratégias de leitura de textos acadêmicos, aspectos da leitura proveitosa e fases da leitura. Em seguida, então nós podemos olhar lá no nosso material, para onde vai o o item 1.2, em que o autor apresenta a interpretação de textos, análise textual, temática, interpretativa, a distinção fala escrita. E depois já vai para o item 1.3. Então lá no nosso fichamento, nós já resumimos isto desta forma aqui: roteiro de orientação para a leitura de textos acadêmicos, texto falava e escrito e fechamento ali falando da forma como leitura e escrita estão interligados. Lá no nosso resumo nós continuamos, então, ainda falando da primeira unidade, em seguida apresenta um roteiro de orientação para a leitura de textos acadêmicos, as características de um bom texto e sugestões para realizar esse tipo de escrita. Essas sugestões aqui, características de um bom texto acadêmico, ele apresenta e as sugestões aqui ao lado, que é uma citação indireta de Silva, sugestões de como escrever bem um texto acadêmico. Nós colocamos lá no nosso fichamento, aqui em forma de esquema, as características e destacamos aqui embaixo, por meio de citação, as características e as sugestões. Certo? Continuando, então, nosso resumo. Depois disso, descreve ainda os principais tipos de texto. Então podemos olhar lá no nosso fichamento, ele descreve texto descritivo, narrativo, dissertativo e os tipos de argumentos. Depois ele fala, então, brevemente, sobre o parágrafo e sobre a questão da utilização de ideias de outros autores, que seria o plágio. Certo? Então vocês podem ver que, se tentarem retomar o conteúdo do livro aqui no próprio livro, por mais que vocês destaquem em amarelo o que for mais importante, enumerem, escrevam nas margens, é muito mais rápido e prático olhar diretamente no fichamento, onde você já tem esquematizado todo esse conteúdo aqui do item 1.4 do livro. Continuando, então, a parte do parágrafo, voltamos lá para o nosso resumo, finaliza com esclarecimento sobre plágio e a forma correta de se utilizar as ideias de outros autores no texto a partir de uma breve descrição sobre os tipos de citações e seus usos. É o que ele faz aqui apresentando lá os três tipos de citações que nós colocamos no nosso fichamento. Certo? O que eu destaco para vocês aqui nesse parágrafo e também nos demais? A importância de vocês colocarem marcadores que indicam a sequência desses conteúdos nesta unidade do livro. Por isso a importância dos conectores e de verbos que indicam isso. Por exemplo, "inicia' e 'finaliza" são verbos que indicam essa sequência. "Em seguida", "descreve ainda", "também", "na sequência". Então são palavras que vão indicando e orientando o leitor dentro desse conteúdo do livro. Certo? Agora então vamos ver a segunda unidade, o que ele apresenta na segunda unidade. Ele fala sobre os gêneros textuais, os gêneros de documentação, aponta o fichamento, a resenha e o esquema como gêneros de documentação e depois ele vai caracterizar então cada um dos gêneros que denomina como gêneros de comunicação: o resumo, o relatório, o artigo, o ensaio. Lá no nosso fichamento nós já esquematizamos tudo, já colocamos aqui: gênero, conceito de gênero textual, de gênero textual acadêmico, gêneros de documentação, fichamento, resenha e esquema e os gêneros de comunicação. Ele cita sete gêneros de comunicação. Certo? Então vamos lá para o nosso resumo. A segunda unidade trata dos tipos, estrutura e características dos trabalhos acadêmicos. Primeiramente conceitua gênero textual e gênero textual acadêmico, caracteriza o fichamento, resenha e esquema como gêneros de documentação, ou seja, formas de registro da pesquisa ou leitura. Posteriormente, apresenta os gêneros de comunicação, resumo, relatório, artigo, ensaio, monografia, pôster e comunicação oral. Vejam aqui, de forma bem sintética, colocamos "primeiramente" e "posteriormente", indicando a sequência desses conteúdos. É claro que, se vocês quisessem, poderiam detalhar um pouco mais nesta unidade, incluindo algumas outras informações, como, por exemplo, que ele dá orientação para formatação de pôsteres, ele faz recomendações de como fazer uma apresentação oral. Além da estrutura desses trabalhos, ele traz algumas informações extras, como, por exemplo, aqui a distinção dos relatórios finais quando é especialização, graduação, monografia, mestrado, doutorado, a denominação de cada um deles. Então fica a critério do leitor, se ele vai detalhar um pouco mais esse conteúdo ou não. Mas vejam que em nenhum momento aqui no resumo nós vamos usar uma citação direta ou nós vamos ver entrar muito dentro do conceito de cada um desses conceitos que são apresentados pelo autor. Nós falamos assim de forma breve, pontuamos, fazemos basicamente uma lista, só que em forma de texto, desses conteúdos básicos dentro de cada unidade do livro. Certo? É claro que o tamanho desse resumo também vai depender muito se, digamos, é um resumo para uma disciplina que o professor pediu. Às vezes o professor limita o número de páginas, aqui eu fiz em uma página o resumo, ou limita o número de caracteres, aqui deu 326 caracteres. Depende também do espaço que nós temos. Se nós temos um limite para esse resumo, nós temos que acabar trabalhando dentro desse limite. Certo? Vamos então para última unidade do livro, que é a terceira unidade, onde o autor apresenta as normas da ABNT. Fala também do manual que as universidades têm com esses trabalhos, que é a ABNT. E apresenta aqui então os elementos da estrutura física dos trabalhos, os pré-textuais, apresenta na forma de quadro, os textuais e depois os pós-textuais, cada um aqui com seus elementos, as suas partes, que compõem cada uma das divisões do trabalho acadêmico. E depois algumas noções bem básicas aqui de formatação: margem, espaçamento e citações. Ele dá um exemplo de cada tipo de citação, como ela é colocada no texto, como é formatada e, por fim, as referências aqui algumas referências, alguns exemplos de referência. Certo? Lá no nosso fichamento, temos também então esse mesmo conteúdo sintetizado: elementos da estrutura física, pré-textuais, textuais e pós- textuais, formatação, citação direta, paráfrase, citação de citação, referências. Certo? Então lá no nosso texto, nós colocamos assim: "A terceira unidade traz as diretrizes da ABNT para os trabalhos acadêmicos. No início, faz o detalhamento da estrutura física dos trabalhos a partir de três elementos. Na sequência, exibe as informações principais sobre a formatação dos trabalhos. Finalmente, traz exemplos de situações (...)". Coloquei aqui entre parênteses os três tipos de citações. "(...) e referências", também aqui entre parênteses as referênciasque são exemplificadas por ele. Para concluir, então, nas considerações finais nós destacamos aqui essa citação direta: "É praticando que aprendemos a ler e escrever com habilidade e desenvoltura". Lá no nosso fichamento nós também colocamos essa citação. Como no resumo o ideal é não utilizar citações diretas, nós vamos escrever com as nossas próprias palavras aqui. Nas considerações finais, o autor enfatiza a importância da prática, da escrita e da leitura. Por fim, nós temos então, no livro, depois das referências, ele traz algumas sugestões de atividades. E lá no nosso fichamento nós destacamos cinco sugestões de atividades, uma para texto descritivo e narrativo, uma para escrita argumentativa, uma para mapa mental, uma para paráfrase e uma para referências. Certo? Então colocamos aqui no nosso resumo: "Ao final, apresenta sugestão de cinco atividades práticas de leitura e escrita acadêmica". Poderíamos aqui citar os tipos de atividades ou não, enfim. Depende da preferência e do espaço que nós temos. No final, colocamos a referência completa do livro. Certo? Bom, espero então que este vídeo tenha sido esclarecedor, tenha dado algum norte para vocês de como produzir um resumo. Sempre enfatizando a importância, de fato, de já termos um fichamento, porque o trabalho fica muito mais fácil. De certa forma, o fichamento já é um resumo, mas não em forma de texto. O resumo seria não apenas uma esquematização, um arquivo em tópicos do conteúdo do livro e também não tão detalhado quanto o fichamento. No resumo nós temos um texto, vejam que o nosso texto tem introdução, desenvolvimento, que seria as unidades, e a conclusão dele. Ele descreve de forma bem objetiva os conteúdos que estão no livro. Certo? Na unidade 4, nós vamos fazer a resenha desse mesmo livro, justamente para vocês poderem comparar e compreender qual é a diferença de fichamento, resumo e resenha na prática. Vou deixar para vocês, então, esse arquivo do resumo lá na unidade 3 do livro. Tá certo? Muito obrigado então. Exemplo: resumo elaborado no vídeo EXEMPLO DE RESUMO O livro “Introdução à escrita acadêmica” de Lazzarin (2016) é um guia de estudos com objetivo de compreender os diferentes gêneros textuais usados nos trabalhos acadêmicos, apresenta estratégias e roteiro de leitura, normas da ABNT e atividades para a prática da escrita. A primeira unidade apresenta diretrizes para a compreensão do texto. Inicia pela definição de texto, estratégias de leitura de textos acadêmicos, aspectos da leitura proveitosa e fases da leitura. Em seguida, apresenta um roteiro de orientação para a leitura de textos acadêmicos, as características de um bom texto acadêmico e sugestões para realizar esse tipo de escrita. Descreve, ainda, os principais tipos de texto: descritivo, narrativo e dissertativo, os tipos de argumentos e noções básicas sobre o parágrafo. Finaliza com esclarecimentos sobre plágio e a forma correta de se utilizar as ideias de outros autores no texto a partir de uma breve descrição sobre os tipos de citações e seus usos. A segunda unidade trata dos tipos, estrutura e características dos trabalhos acadêmicos. Primeiramente, conceitua gênero textual e gênero textual acadêmico. Caracteriza o fichamento, resenha e esquema como gêneros de documentação, ou seja, formas de registro da pesquisa ou leitura. Posteriormente, apresenta os gêneros de comunicação: resumo, relatório, artigo, ensaio, monografia, pôster e comunicação oral. A terceira unidade traz as diretrizes da ABNT para os trabalhos acadêmicos. No início, faz o detalhamento da estrutura física dos trabalhos a partir de três elementos: pré-textuais, textuais e pós-textuais. Na sequência, exibe as informações principais sobre a formatação dos trabalhos. Finalmente, traz exemplos de citações (direta, paráfrase e citação de citação) e referências (livro no todo, artigo de periódico, livro organizado, capítulo de livro e texto de internet.). Nas considerações finais, o autor enfatiza a importância da prática da escrita e da leitura. Ao final, apresenta sugestão de cinco atividades práticas de leitura e escrita acadêmica. REFERÊNCIA: LAZZARIN, L. F. Introdução à escrita acadêmica. 1. ed. – Santa Maria, RS : UFSM, NTE, UAB, 2016. 39 p. 3.4 Sugestão de atividade No vídeo sobre como fazer um resumo, enfatizamos a importância de se utilizar adequadamente os conectivos ao longo do texto. Eles consistem em elementos de ligação, ou seja, por meio deles conseguimos “costurar” as frases e parágrafos, dando uma sequência lógica para as ideias do texto. Por isso, sugerimos que você aprofunde os seus conhecimentos sobre os conectivos, busque compreender as relações de sentido que podem ser estabelecidas através deles e incorpore novos termos para a sua linguagem acadêmica. Segue uma sugestão de site para explorar um pouco mais esse tema: https://www.todamateria.com.br/conectivos/ Observação: Esta é uma sugestão de atividade para prática dos conhecimentos. Portanto, você não precisará enviar a pesquisa e essa tarefa não contará para avaliação do curso. 3.5 Material complementar Indicamos como material complementar o artigo de Luz-Freitas e Rosa (2014) que elucida muito bem a diferença entre resumo acadêmico/abstract e resumo não https://www.todamateria.com.br/conectivos/ acadêmico. O artigo descreve claramente a estrutura do resumo acadêmico e sua linguagem. Aproveite também para observar, além do seu conteúdo, a sua organização uma vez que o texto é um artigo acadêmico (tema do módulo 5 do curso). Referência: LUZ-FREITAS, M. S.; ROSA, C. M. M. Resumos acadêmicos: entre o ensino e a prática de produção textual. In: XVII CONGRESO INTERNACIONAL ASOCIACIÓN DE LINGÜÍSTICA Y FILOLOGÍA DE AMÉRICA LATINA, 2014, João Pessoa. Anais eletrônicos do XVII Congreso Internacional Asociación de Lingüística y Filologia de América Latina, João Pessoa, 2014. Disponível em: http://www.mundoalfal.org/CDAnaisXVII/trabalhos/R0873-2.pdf 4.1 Vídeo: o gênero resenha Neste vídeo, apresentamos as noções básicas sobre a resenha. O gênero acadêmico que nós vamos estudar hoje é a resenha. A resenha é um relato minucioso das propriedades de um objeto ou de suas partes constitutivas. É um tipo de redação técnica que inclui variadas modalidades de textos: descrição, narração e dissertação. Estruturalmente, descreve as propriedades da obra, que é onde ocorre mais a descrição, relata as credenciais do autor, resume a obra, apresenta suas conclusões e metodologia empregada, bem como expõe um quadro de referências em que o autor se apoiou, que é onde ocorre mais a narração, e finalmente apresenta uma avaliação da obra e diz a quem a obra se destina, que é então a parte do tipo textual dissertação, que é onde ocorre mais a argumentação. A resenha, muitas vezes, nós conhecemos por ser um resumo crítico. Alguns livros, alguns professores definem resenha dizendo que é um resumo com comentários, é um resumo com avaliação. De forma mais simplificada, é possível dizer que, sim, a resenha é um resumo acompanhado de uma avaliação crítica da obra. Como diz aqui nessa definição de Medeiros, ela se constitui a partir de três tipos textuais básicos, que é a descrição, a narração e a dissertação. E cada parte da resenha, então, utiliza mais de um tipo ou de outro tipo de texto. Por exemplo, na introdução, que tem o objetivo de apresentar a obra, vai ocorrer mais o uso da descrição, de descrever que obra é essa, como ela é organizada, quem é o autor, enfim. Depois, quando se faz de fato o resumo dessa obra, muitas vezes se seguindo pelos capítulos, se usa mais narração e descrição. E a parte do texto dissertativo mesmo, que seria a parte opinativa, argumentativa, normalmente é deixada mais para o final, em que se faz então esse juízo de valor, essa avaliação da obra. A resenha pode avaliar diversos objetos, objetos artísticoscomo peças teatrais, CDs DVDs, exposições de arte, pode analisar objetos científicos como livros, artigos acadêmicos, dissertações, teses, e pode-se avaliar também objetos literários como livros de ficção, livros de literatura, enfim. O propósito da resenha, segundo Campos. Ela em geral é feita por cientistas, que além do conhecimento especializado do tema têm condições de emitir um juízo crítico, ou seja, um juízo de valor. Então originalmente a resenha era um gênero mais http://www.mundoalfal.org/CDAnaisXVII/trabalhos/R0873-2.pdf reservado para especialistas, para pesquisadores. Porque para poder avaliar um livro sobre um determinado tema é preciso que esse leitor tenha um conhecimento muito grande desse tema. Mas a resenha também começou a ser utilizada como trabalho acadêmico. Na descrição, Campos diz o seguinte: como trabalho acadêmico, tem o propósito de exercitar a capacidade de compreensão e de leitura crítica do estudante, bem como a associação dos textos resenhados com os conteúdos de uma disciplina de um curso específico. Então, como trabalho acadêmico, como exercício de leitura e de compreensão, a resenha tem sido bastante utilizada nos cursos de graduação, de pós-graduação e ela tem o seu valor no sentido de que leva o estudante a buscar fazer uma leitura crítica e não uma leitura simplesmente passiva do material analisado e também sempre no sentido de fazer associações entre a disciplina que está estudando e o livro, a obra que está resenhada. Os tipos de resenha, segundo Platão e Fiorin. Ela pode ser uma resenha descritiva, sem nenhum julgamento ou apreciação, que não seria daí no caso muito diferente de um resumo. Uma resenha descritiva sem julgamento, sem avaliação seria basicamente um resumo. E a resenha crítica, que é então pontuada de apreciações, notas e correlações estabelecidas pelo juízo crítico de quem elaborou, que digamos assim seria o modelo mais utilizado, mais clássico de resenha. A estrutura da resenha. Inicialmente, a introdução apresenta a obra. Apresenta o autor, o nome, quem é esse autor, suas credenciais. O título completo, e é muito importante que se tenha informações corretas da obra, do título. O nome da editora ou o nome da revista, se for o caso. Lugar e data de publicação. Número de volume páginas. O gênero desse texto, dessa obra. E informações adicionais depende de cada edição e depende do que se está analisando. Se é uma obra traduzida, sempre importante falar sobre quem traduziu, como foi feita essa tradução, se essa tradução é de qualidade. Sempre claro, também, importante dar informações sobre a língua original e a edição original dessa obra. Se é uma edição especial, por exemplo, uma edição comemorativa aos 100 anos de Machado de Assis, é importante falar um pouco mais sobre essa edição. Às vezes pode ter dados da capa, da orelha, dados até gráficos que possam chamar atenção, que podem ser importantes nesses tipos de edições. E também se é um livro que tem muitas edições, é interessante falar qual o número da edição que está sendo avaliado. A estrutura da obra é importante também que seja apresentada já nessa introdução, se a obra é estruturada por capítulos, como essa obra se organiza e se traz outras informações, como, por exemplo, glossário, lista de figuras, talvez um prefácio de um outro autor. Seguindo, depois da introdução, ocorre o resumo do conteúdo da obra, resumo do tema, do objetivo da obra, do seu conteúdo, do ponto de vista do autor. Metodologia depende da obra. Se é, por exemplo, um livro literário não vai ter metodologia. Se é um livro científico, vai ter metodologia. Importante falar sobre a profundidade e a extensão, a forma como esses assuntos estão sendo abordados nessa obra, se é com profundidade, até onde esse autor avança nessa discussão ou nessa descrição. E, claro, também apontar as conclusões do autor e o quadro de referências do autor. Não quer dizer que seja obrigatório que você tenha todas essas informações no resumo da obra, mas aqui são itens importantes que se aconselha que tenha. Pontos essenciais do texto, podendo seguir a estrutura dos capítulos. Não é obrigatório, como eu já disse, que se siga a estrutura dos capítulos e o resumo pode ser com ou sem crítica. Então você pode optar por já ir fazendo o resumo e já ir fazendo a crítica, digamos assim, de cada capítulo ou de cada parte dessa obra ou fazer primeiro resumo e separar a parte de resumo e a parte de análise crítica, deixando a parte crítica, então, para o final, que seria a terceira parte da resenha: avaliação, comentários e julgamentos do autor da resenha sobre a obra. Por fim, normalmente nessa parte final se faz também indicação de leitura, para quem é destinado e recomendado essa obra, se é para estudantes, se é para professores, se é para pais, se é para pessoas que têm muita informação já sobre esse tema, se é para pessoas que têm pouca informação sobre esse tema. Qual é o público leitor e essa obra é indicada para quais objetivos, para quem tem o objetivo de conhecer em qual profundidade esse tema Características linguísticas das resenhas. Elas são predominantemente descritivas, podendo também então apresentar trechos de narração e argumentação, como nós falamos antes. Demarca com clareza quando é a voz do autor da resenha e quando é a voz do autor da obra resenhada. Isso é muito importante, que se tenha uma demarcação muito clara das vozes que estão ali presentes no texto. Por isso, pode-se usar tanto o discurso direto quanto o discurso indireto. Quando há cópia de trechos da obra, cópia literal, é preciso fazer citação direta. Então usa-se as normas da ABNT para isso. A citação indireta já não é necessária, porque a resenha em si é uma citação indireta ela inteira. Então não é preciso fazer a citação indireta, apenas a direta. A resenha também parte de uma leitura crítica, assim como eu falei nos vídeos anteriores do fichamento e do resumo, a compreensão leitora é a base para qualquer um desses gêneros. Então as estratégias usadas na leitura da obra são importantes. Uma boa resenha começa com uma boa leitura, ou seja, é preciso compreender muito bem o texto a ser resenhado. E na resenha há esse adicional. Além de compreender muito bem o texto a ser resenhado, também compreender muito bem o tema sobre o qual se refere esse livro que está sendo resenhado. A leitura deve ter a finalidade de ser crítica e de avaliar o conteúdo e a relevância da obra. Ao contrário, uma coisa é eu ler para fazer um fichamento, outra coisa é eu ler para fazer uma resenha. Quando eu leio e faço simplesmente um fichamento, muitas vezes eu estou querendo realmente resumir, anotar pontos importantes, que depois vão servir para minha revisão bibliográfica, vão servir quando eu for sentar para escrever um artigo, para escrever uma monografia. Na resenha, é outro objetivo de leitura. É claro que eu leio com intenção também de resumir, mas principalmente com a intenção de avaliar. Então tem que me colocar numa posição de leitor crítico. É claro que se posicionar diante do texto é uma forma de ler que nós deveríamos adotar sempre. Na verdade, nunca ser um leitor passivo, sempre ser um leitor ativo diante do texto, sempre buscar dialogar com esse texto, independente de se fazer uma resenha ou não. Mas na resenha, em especial, nós temos que, digamos assim, aguçar ainda mais esse leitor crítico que nós temos dentro de nós. Durante a leitura, já se pode selecionar os conteúdos que vão ser incluídos na resenha de acordo com o objetivo da resenha. Então o que considerar antes de começar a escrever? Primeiro, o objetivo da resenha: por que eu estou escrevendo? É para fazer uma publicação, é para alguma disciplina de um curso, enfim, qual a finalidade? Conhecimento prévio: o que eu já conheço sobre o tema que me permite avaliar essa obra, esse livro. Destinatário: quem será o leitorda minha resenha, se é para uma revista, qual é o tipo de leitor dessa revista. E suporte: onde será publicada essa resenha. Bom, aqui as referências da apresentação de PowerPoint e eu passo para análise de uma resenha que eu publiquei no ano de 2013, na revista Linguagem e Ensino. Nessa resenha, eu optei por não colocar um título para resenha, isso é opcional. Você pode elaborar um título para resenha que não seja o título do livro resenhado. Foi o que eu fiz, coloquei então, indiquei a referência bibliográfica completa, conforme ABNT, do livro que eu resenhei, no caso "Os neurônios da leitura". Depois, em seguida, vem a indicação do meu nome como autora da resenha e a minha credencial, na época fazia doutorado na PUC. Bom, aqui abro então a apresentação do livro. O livro "Os neurônios da leitura", lançado em 2012 pela editora Penso, é uma tradução do original "Les neurones de la lecture", publicado em 2007 por Stanislas Dehaene. Aqui já inicia uma parte mais descritiva em que eu o título, o ano, a editora e falo da tradução. Como é um livro que foi traduzido, informo aqui o título original da obra, o ano em que foi lançado pela primeira vez e os dados do autor: Stanislas Dehaene, professor de Psicologia Cognitiva Experimental na Collège de France e diretor da Unidade de Neuroimagem Cognitiva. A tradução do livro foi feita pela renomada linguista doutora Leonor Scliar Cabral, professora emérita da Universidade Federal de Santa Catarina, o que confere qualidade à tradução e adaptação dos exemplos ao sistema linguístico do português brasileiro. Então vejam que aqui, mesmo sendo a introdução apenas da resenha, eu já estou fazendo um julgamento, já estou fazendo uma avaliação da qualidade da tradução desse texto, quem traduziu e a forma como isso como traduziu. O livro tem sido reconhecido por professores e pesquisadores da leitura como uma das mais importantes fontes de pesquisas sobre o tema na atualidade. Também já busco outras vozes para me apoiarem nessa análise, o que outros professores e pesquisadores estão falando e a forma como estão reconhecendo essa obra. A começar pelo sumário, vemos o quão ambicioso é o autor. Ele se propõe a responder as grandes questões investigadas pela ciência da leitura há décadas, sendo a principal: como lemos. Aqui novamente já se faz um julgamento, uma avaliação já na escolha lexical, ou seja, no momento em que eu escolho as palavras que eu vou utilizar para descrever esse livro, eu já estou de certa forma avaliando ele. Então no momento que eu escolhi a palavra "ambicioso", eu já estou fazendo um julgamento desse texto e desse autor. Depois disso, eu não vou ler o texto integral da resenha para vocês porque são quatro páginas, mas vou mostrando as partes da resenha para ilustrar aquilo que que eu falei lá no PowerPoint. Ainda no primeiro parágrafo eu começo a falar sobre a introdução. Já na introdução, Dehaene fala dos instrumentos tecnológicos que têm permitido explorar o funcionamento do cérebro in vivo durante atividades cognitivas complexas como a leitura e, consequentemente, responder questões que antes pareciam impossíveis. O que esses estudos têm revelado? Vejamos brevemente o conteúdo dos capítulos. Então aqui eu encerro o primeiro parágrafo já lançando uma pergunta, fazendo uma pergunta para o leitor da minha resenha, uma pergunta que vai ser respondida ao longo dos capítulos, e começo então a resumir cada um dos capítulos do livro. Vejam que essa estratégia de lançar perguntas para o seu leitor é uma estratégia que busca um engajamento maior do leitor e também uma proximidade maior do seu texto com seu leitor. A leitura é uma proeza, afirma o autor na introdução. Como o cérebro é capaz de realizar tal proeza? Então continuo descrevendo a introdução e falo no final que o autor lança mão da hipótese da reciclagem neuronal desenvolvida ao longo dos capítulos. Já indico também um pouco da estruturação lógica dessa obra, que toda essa obra vai girar em torno de uma hipótese central, que é a hipótese da reciclagem neuronal. Começa daí e sigo para os capítulos. O primeiro capítulo, "Como Lemos", coloco aqui entre aspas porque é o título do capítulo, busca explicar as etapas sucessivas da leitura, iniciando pelo funcionamento dos olhos. Segue descrevendo o caminho que percorre o estímulo visual no cérebro, enfim, continua... Em "O cérebro ao pé da letra", segundo capítulo, Dehaene expõe em detalhes o que as pesquisas com neuroimagem têm apontado. No capítulo 3, que dá nome ao livro, o sistema visual humano é comparado com de outros primatas. Ainda no capítulo 3, destaco aqui, Dehaene chega a um ponto crucial do livro que é a hipótese da reciclagem neuronal, que ele vai explicar em maior profundidade essa hipótese. Em "A invenção da leitura", que é o quarto capítulo, o autor analisa a história da invenção da escrita. A partir do quinto capítulo, vemos uma clara preocupação do autor com aplicabilidade das descobertas descritas. Vejam que apesar do resumo dos capítulos ser predominantemente descritivo e narrativo já há um pouco de argumentação no momento em que eu falo que há uma clara preocupação do autor com a aplicabilidade das descobertas. Eu poderia simplesmente dizer: a partir do quinto capítulo, o foco é o processo do ensino-aprendizagem. No capítulo 6, "O cérebro do disléxico", o autor cita inúmeras pesquisas realizadas nos últimos 30 anos. Em "Leitura e simetria", sétimo capítulo, vê-se a explicação da neurociência para a escrita espelhada. E no capítulo final, "Em direção a uma cultura dos neurônios", o autor se questiona sobre a possibilidade de ampliar o modelo de reciclagem neuronal. E a conclusão do livro. Na conclusão, o autor lembra a importância da leitura enquanto alavanca para outras capacidades mentais. Depois de apresentar a conclusão do livro, do autor do livro resenhado, o parágrafo final, nesse caso aqui dessa resenha, é a análise crítica. Claro que isso pode ser feito em um ou mais parágrafos. Assim como também pode ser incluído mais ao longo do resumo dos capítulos. O livro abrange as grandes perguntas que perpassam a pesquisa e o ensino da leitura. Ao contrário do reducionismo, vemos o esforço do autor em dialogar com áreas humanas, mostrando como o biológico e o cultural, o inato e o social, a modularidade e a conectividade não são visões antagônicas, mas complementares que podem constituir uma abordagem neuroantropológica da leitura. A qualidade dessa obra se revela na medida em que recupera e integra conhecimentos sobre a leitura e outras atividades cognitivas e culturais do homem. Então até aqui vejam que é uma avaliação geral das qualidades dessa obra. Além disso, destaca-se pela constante preocupação com a utilidade das descobertas da neurociência para o ensino e o tratamento das doenças. E no final, a recomendação de leitura. "Os neurônios da leitura" é uma leitura obrigatória para professores e pesquisadores da leitura e produzirá repercussões futuras importantíssimas para essa área de estudo. Certo? Então esse é um exemplo de resenha, é uma possibilidade de se estruturar resenha. Como eu disse para vocês, não necessariamente eu preciso fazer esse resumo de capítulo por capítulo. E é claro que a extensão da resenha varia muito. Ela pode ser uma resenha de quatro páginas, de 10 páginas, enfim, depende. Também a resenha, tanto o estilo da resenha, a extensão da resenha, enfim, vai depender muito do gênero textual do que está sendo resenhado. Nesse caso aqui é um livro científico. Se fosse um livro literário, certamente seria diferente essa resenha, teria um estilo e até mesmo uma linguagem um pouco diferente. Certo? Então, pessoal, espero ter contribuído com relação às resenhas. Agradeço a atenção de todos. 4.2 Resenha analisada no vídeo Disponibilizamos o link para o acesso à resenha que analisamos no vídeo: SOUSA, L.B. Resenha Os neurônios da leitura - como a ciência explica a nossa capacidade de ler. Linguagem e Ensino, v. 16, n. 1, p. 263-277, jan./jun. 2013. Clique o link https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/rle/article/view/15442 para abrir o recurso. 4.3 Vídeo: como fazer uma resenha Neste vídeo, mostraremos o passo a passo de como elaborar uma resenha do livro de Lazzarin (2016), leitura básica do nosso curso. Utilizaremos o resumo e o fichamento, já elaborados nos módulos 2 e 3, como material de referência para essa tarefa. Olá, nesta aula, eu vou demonstrar como nós podemos fazer uma resenha do livro Introdução à Escrita Acadêmica, do Luís Fernando Lazzarin. Nós vamos usar como principal referência tanto o resumo que nós produzimos do livro quanto o fichamento. Vocês vão ver que vão ser materiais importantes que vão nos auxiliar a fazer essa resenha, além, é claro, do livro original, do próprio livro do Lazzarin. Primeiro, vamos começar relembrando o conceito de resenha, que nós apresentamos no primeiro vídeo da unidade 4 . Basicamente, a maioria dos autores define resenha como sendo um resumo crítico de uma determinada obra, ou seja, além do resumo você precisa apresentar esse material com uma certa criticidade. Aqui, criticidade não quer dizer que você tem que criticar, que apontar apenas os pontos negativos. Na verdade, quer dizer que você tem que fazer uma análise, olhar para esse livro, para esse material, com os olhos de um leitor, de um estudante, enfim, e ver o que ele tem de bom, o que ele tem de não tão bom assim, destacar os pontos relevantes dessa obra. Você precisa fazer um julgamento, uma avaliação, uma análise desse livro, desse material. É claro que quanto mais você já souber, já conhecer sobre o tema dessa obra, desse livro, mais fácil vai ser poder julgar se esse livro de fato cumpre com seus objetivos, auxilia bem o leitor, avaliar a sua qualidade. É claro que nós entendemos que o estudante vai ter as suas limitações ao tentar escrever uma resenha de qualquer material que seja, mas as atividades de resenha, https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/rle/article/view/15442 quando são propostas por um professor de uma determinada disciplina, têm justamente o objetivo de dar ao aluno a oportunidade de praticar a sua criticidade, de desenvolver essa leitura mais crítica, mais aprofundada do material que foi indicado. Então, é um exercício de análise, um exercício de leitura, um exercício de escrita. Por isso que, muitas vezes, a maioria dos professores prefere pedir uma resenha e não um resumo ou fichamento, porque ela, claro, é um pouco mais complexa e envolve um pensamento um pouco mais avançado em termos do conhecimento e da forma como ele está sendo apresentado no livro. Feita essa breve introdução do conceito de resenha, eu vou dizer então para vocês de que forma eu comecei a construí-la. Eu peguei basicamente o nosso texto do resumo. Copiei, colei ele no novo documento e marquei em azul para vocês as coisas, as partes que eu escrevi além do resumo, o que eu adicionei, o que eu incluí lá naquele texto do resumo. Então se vocês forem comparar, eu tenho aqui o início da resenha "O livro Introdução à escrita acadêmica, de..." Aí aqui eu já coloquei o nome completo do autor e depois eu continuava lá no resumo, aqui na parte em preto, "...um guia de estudos". Eu vou voltar lá para vocês poderem comparar. "O livro (...) é um guia de estudos". Então por que aqui na resenha eu optei por colocar o nome completo e optei por colocar aquelas informações lá da apresentação do livro, que falava que é um material produzido por uma disciplina? Porque justamente a resenha tem esse cunho de parecer, de análise. É quase como um texto que você faz para alguém que não leu esse livro, para que essa pessoa saiba do que se trata esse livro e se vale a pena ler ou não. Quando nós vemos, às vezes, lá na internet uma resenha de um filme, por exemplo, ou de um álbum lançado por algum cantor, algum artista, nós vemos um pouco dessas características. Claro que, na resenha acadêmica, nosso objetivo não é necessariamente fazer uma propaganda desse livro, mas de certa forma nós temos que, digamos assim, treinar o nosso olhar, a nossa leitura para determinados detalhes desse livro, dessa obra, que lá no nosso resumo e no nosso fichamento passaram um pouco despercebidos. Lá o nosso objetivo era apenas sintetizar o conteúdo como quem está ali lendo para aprender aquele conteúdo ou para usar aquele conteúdo em um trabalho futuro, para escrever depois um artigo, para escrever depois uma monografia. A resenha é um texto publicável. O resumo normalmente nós não publicamos, a não ser que seja o resumo acadêmico que nós enviamos para um seminário e que depois vai para os anais. O fichamento também, não é possível publicar um fichamento. Mas a resenha é sim um texto publicável. Por isso que ela tem esse caráter diferente. Por isso que nesse texto eu tenho que me colocar mais enquanto leitor, eu tenho que dar mais de mim, não necessariamente a minha opinião, mas a minha avaliação. É claro que tem que ser uma avaliação fundamentada, uma avaliação não com base nos meus gostos pessoais, mas com base no meu conhecimento acadêmico. Retomando o livro. Essa informação inicial, primeiro, de que se trata e eu vou assinalar aqui no PDF em rosa, as informações que são importantes e que passaram despercebidas lá no resumo, no fichamento, que nós não destacamos antes no resumo e no fichamento, mas que são importantes para a resenha. Algumas informações são essas: quem produziu esse material, é importante informar que se trata de um e-book, de um livro virtual, é importante falar que ele é um material didático de uma determinada disciplina, que ele foi feito para o ensino desse conteúdo. Ficou meio mal a minha marcação aqui, não tá querendo marcar direitinho. Mas aí vocês poderiam destacar aqui: material didático da disciplina. Outros detalhes também que no primeiro momento passaram despercebidos. Foram esses detalhes aqui. "Interatividade, no endereço você poderá encontrar diversas videoaulas sobre o material aqui apresentado." E depois: "Entenda os ícones", "atenção, interatividade, saiba mais e termo do glossário". Isso não é muito comum ver em um livro, por se tratar de um guia de estudos, por se tratar de um material didático para uma disciplina que foi ministrada a distância, ele tem esses recursos, esse diferencial. Isso é muito importante de mencionar lá na resenha. Eu optei por colocar no final da resenha isso porque é um diferencial desse material. Começamos no Capítulo 1. Outro detalhe que nós não colocamos no fichamento e no resumo, mas que na resenha nós podemos incluir é essa introdução. Antes de cada unidade, ele coloca aqui uma introdução, em que fala quais são os objetivos da unidade. Se nós olharmos para esses objetivos, nós vamos ver que são objetivos de ensino-aprendizagem, quer dizer "capacitar o estudante a efetuar uma leitura proveitosa". É um objetivo de ensino, o que ele quer ensinar, o que ele quer que a pessoa aprenda nessa unidade. Então também nós podemos mencionar isso na nossa resenha. Voltando para o texto da resenha, eu incluí essas informações em azul, de que se trata de um material didático, que é um e-book, é um livro virtual, o número de páginas que tem esse livro. São detalhes que lá antes não eram tão importantes, mas que em uma resenha esses detalhes mais técnicos, da edição, são importantes. Você pode, inclusive, dependendo do livro, mencionar até mesmo a arte da capa, informações extras que são colocadas ali no livro, fazendo a sua apreciação desse material. No nosso caso aqui não é necessário. Não há nada a princípio que mereça destaque na capa do livro ou em alguma outra questão de edição gráfica do livro. Continuando, pessoal. Para terminar, esse primeiro parágrafo introdutórioda nossa resenha, nós escrevemos: "O livro divide-se em três unidades e possui ao final sugestões de atividades práticas de escrita acadêmica. Na introdução de cada unidade, o autor apresenta os objetivos didáticos que pretendem ser nelas alcançados". Esse primeiro parágrafo da resenha dá um overview, uma visão geral do que seja esse livro, com detalhes de número de páginas, de números de capítulos. É uma parte bem descritiva da estrutura desse trabalho e do objetivo dele. Depois, começa a parte mais do resumo propriamente dito. Peguei lá aquele parágrafo do nosso resumo em que nós falamos sobre a primeira unidade do livro, essa parte aqui, e passei lá para nossa resenha. Agora o que é necessário enfatizar nessa minha descrição? Coloquei em azul algumas palavras como, por exemplo, "gerais, brevemente, rápida" porque nós sabemos que é um material bastante objetivo e prático. Tem apenas 39 páginas. Ele não aprofunda muito em nenhum desses assuntos, ele realmente traz noções básicas. É importante colocar essas palavras apara sinalizar isso dentro do seu texto. Então "apresenta diretrizes gerais para a compreensão de textos". Depois "descreve brevemente", muito brevemente os textos descritivo, narrativo e dissertativo. Depois do final do parágrafo, que ele finaliza o esclarecimento sobre plágio, é a partir de uma rápida descrição dos tipos de citações. Para dar noção para o leitor, aquela pessoa que vai ler a sua resenha e não leu o livro do Lazzarin, para que ela tenha muito bem a noção do que se trata esse livro e do que esperar desse livro. No momento em que nós inserimos essas palavras, a pessoa já vai saber que não pode esperar encontrar todas as informações possíveis com relação à citação, com relação à leitura de texto acadêmico, a tipos de texto, enfim. O objetivo do material não é esse. Isso é importante nós destacarmos dentro da resenha. Aqui eu justamente esclareço um pouco, inseri uma parte em azul, esclarecendo isso: "Nesta primeira unidade, o autor objetiva preparar o estudante que está iniciando a leitura dos textos acadêmicos, os quais, segundo ele, são mais complexos e exigem uma leitura mais aprofundada. O autor finaliza esclarecendo que leitura e escrita estão fortemente relacionadas e se desenvolvem com a prática contínua". É o que nós vamos ver. No resumo nós não incluímos isso, mas no nosso fichamento, se vocês forem olhar, nós temos uma citação direta sobre isso. "Leitura e escrita interligadas", "ler bem para escrever bem". É o que o autor enfatiza bastante nessa primeira unidade. Voltando lá para nossa resenha, segunda unidade, vocês veem que boa parte do texto que está em preto foi o que eu aproveitei do nosso resumo. Copiei e colei de lá. E o que eu inseri, que outras informações eu inseri nessa segunda unidade? Então eu falo que "posteriormente, ele define e apresenta de forma resumida (...)". Novamente enfatizando de forma breve, de forma resumida que esses conteúdos são apresentados. "(...) os elementos estruturais básicos". Vejam que há vários elementos estruturais que poderiam ser aprofundados pelo autor, mas ele cita os básicos. "(...) dos seguintes gêneros de comunicação: resumo, relatório, artigo (...)", que é essa parte que nós temos no fichamento, gêneros acadêmicos de comunicação. Então ele cita cada um dos gêneros brevemente. E lá no livro nós também podemos ver de que forma ele faz essa descrição do Capítulo 2. Ele destaca a estrutura básica, principais partes do resumo, o relatório de pesquisa, o modelo, a capa, as partes, estrutura, resumo, introdução, desenvolvimento, conclusão. Ele mostra essa diferença de nomes, de nomenclaturas para os relatórios de conclusão dos cursos de diferentes níveis. Depois nós temos na monografia algumas características, apresentação oral de trabalhos ele traz algumas orientações, na comunicação oral traz recomendações. Na resenha eu incluí, não havia colocado no resumo, mas incluí justamente isso. "O autor diferencia os relatórios finais produzidos nos cursos de diferentes níveis de ensino superior, destaca as principais características de uma monografia, fornece algumas orientações para formatação de pôster e conclui com recomendações para apresentação oral de trabalhos. Eu quis deixar essa descrição um pouco mais completa até para valorizar também algumas informações importantes que o autor coloca, como, por exemplo, as recomendações, as orientações e recomendações que ele faz. A última unidade do texto, que é a terceira unidade, também boa parte desse parágrafo da resenha eu aproveitei do nosso resumo. De novo, o que eu incluí , "de maneira bastante sintética", ele traz realmente uma introdução da introdução das diretrizes da ABNT. Coloquei, na questão de formatação de trabalhos, que ele cita margens, fonte, espaçamento e incluí mais um trecho aqui no final desse parágrafo, novamente fazendo algum esclarecimento para esse leitor da minha resenha. Vejam, sempre pensando e projetando um leitor. Quem faz um exercício como esse, de produzir uma resenha, tem que produzir a resenha pensando que vai publicar ela, é a melhor forma de fazer essa produção textual, porque você vai imaginar ela sendo publicada e vai imaginar um leitor para essa resenha. Quem é esse leitor? É um aluno de graduação, é um aluno de ensino médio, um aluno de pós- graduação? Em que tipo de revista eu pretendo publicar essa resenha? Enfim, fazer essa projeção nos ajuda a escrever melhor o nosso texto, porque nós pensamos justamente no nosso leitor, nós nos dirigimos a ele, não de forma direta, diretamente. Não digo "querido leitor, veja só que bonito este livro", não nesse sentido, mas nós de certa forma buscamos responder possíveis perguntas que este leitor tenha a respeito dessa obra. Se eu sou uma leitora e vi que há uma resenha aqui de um livro. Gostei do título do livro, me interessou, me chamou atenção, eu pensei "ah, vou ler a resenha para ver se vale a pena ler o livro, buscar mesmo esse livro". Então eu vou lendo essa resenha e vou formulando algumas perguntas sobre esse material e, de certa forma, a pessoa que escreve a resenha busca antecipar essas perguntas e essas respostas de um provável leitor desse livro. Para finalizar aa unidade 3, eu escrevi: "Nesta unidade, o autor se propõe a introduzir as normas para acadêmicos, trazendo apenas noções básicas, sem se aprofundar nas diretrizes. Ele aponta que os detalhes devem ser buscados pelo estudante na própria ABNT e no manual de trabalhos acadêmicos da instituição de ensino a qual está vinculado". Nas considerações finais, então, eu utilizo novamente aquela parte que tem no resumo e no fichamento, porque são bem breves as considerações finais do autor e também das atividades. Nós colocamos apenas uma citação direta, mas assim como no resumo o ideal não é se colocar uma citação direta na resenha. Não é impossível, até pode ser feito, mas o ideal é que se use mesmo de paráfrase. Recomenda-se para uma resenha, se você for fazer uma citação direta, que seja de uma frase bastante impactante, de bastante destaque, que tem um significado muito importante dentro desse livro, algo que realmente seja merecedor de uma citação direta dentro da resenha, considerando que a resenha é uma grande citação indireta da obra. Então tudo que está escrito na resenha é referente à obra, foi retirado dessa obra. Aqui nós temos as cinco sugestões de atividades e o que elas enfocam de cada uma das atividades: texto descritivo, narrativo, argumentativo, mapa mental, paráfrases e referências. Então, voltando para nossa resenha: "Nas considerações finais, o autor enfatiza a importância da prática (...)", e eu incluí em azul "contínua", que tenha continuidade, "da escrita e da leitura para seu aperfeiçoamento. Ao final, apresenta sugestão de cinco atividades" e cito os tipos de atividades. Aqueles recursos que mostrei para vocêse que destaquei no livro, eu resolvi comentar sobre eles aqui no parágrafo final da resenha. É claro que fica a critério de cada escritor se preferiria colocar isso na introdução ou colocar na conclusão. Mas normalmente o parágrafo de conclusão da resenha é o parágrafo que tem maior quantidade de avaliação. Como vocês viram, só para gente retomar rapidamente, na introdução falei da resenha, se fala muito mais sobre dados mais técnicos, números de páginas, número de capítulos, uma parte bem descritiva, ano de publicação. Depois nós começamos com resumo propriamente dito, que normalmente dentro da resenha vai se estruturar acompanhando a estrutura da própria obra, ou seja, um parágrafo para cada unidade assim como nós fizemos lá no resumo. Concluindo a parte de resumir o conteúdo básico dos capítulos do livro, o último parágrafo da resenha sempre é um parágrafo em que você vai ter mais avaliação mesmo, vai ter mais essa parte de colocar o seu julgamento, sua avaliação da obra. Certo? Então por isso eu deixei, reservei essa informação dos recursos para o final, porque eu achei bastante interessante, então compôs parte da minha avaliação dessa obra. Então coloquei: "Destacam-se no livro alguns recursos importantes que sinalizam a preocupação do autor com a aprendizagem do conteúdo apresentado. Por se tratar de um guia de estudos para disciplina a distância, o material busca alcançar maior interatividade por meio da inserção de ícones (...)" e aí coloca entre parênteses quais são os ícones: "atenção, interatividade, saiba mais e termo do glossário". Que são então inseridos aonde: "ao longo do texto os quais direcionam a atenção do leitor a determinados conceitos do texto ou a busca de materiais complementares e exercícios disponíveis em sites da internet." Aqui eu faço a minha avaliação final, o fechamento da resenha: "O livro constitui-se em um ótimo material introdutório com noções básicas de texto leitura, gêneros e escrita acadêmica, sendo recomendado (...)". Para quem, para que tipo de leitor: "para estudantes que estejam iniciando as suas vidas acadêmicas e busquem um material de instrumentalização que oriente as suas primeiras práticas de leitura e escrita". Então, vejam, a minha resenha deu três páginas, é basicamente duas, duas e um pouquinho, daria talvez, se tivesse um espaço limitado, para sintetizar um pouquinho mais alguma parte, deixar em duas páginas. Tem quase 700 palavras. Busquei, então, nessa resenha, contemplar e destacar para vocês qual é a diferença de uma resenha e de um resumo e de uma resenha e de um resumo de um fichamento, que é o objetivo do nosso curso. Espero que tenha ajudado, muito obrigado. Exemplo: resenha elaborada no vídeo EXEMPLO DE RESENHA O livro “Introdução à escrita acadêmica” de Luiz Fernando Lazzarin foi publicado em 2016 pelo Núcleo de Tecnologia Educacional da Universidade Federal de Santa Maria para os cursos da UAB (Universidade Aberta do Brasil) como material didático da disciplina Introdução à Escrita Acadêmica e ao texto científico do curso de Licenciatura em Educação Especial a distância da referida universidade. O e-book possui 39 páginas e constitui-se como um guia de estudos com objetivo de compreender os diferentes gêneros textuais usados nos trabalhos acadêmicos, apresenta estratégias e roteiro de leitura, normas da ABNT e atividades para a prática da escrita. O livro divide-se em três unidades e possui, ao final, sugestões de atividades práticas de escrita acadêmica. Na introdução de cada unidade, o autor apresenta os objetivos didáticos que pretendem ser nelas alcançados. A primeira unidade apresenta diretrizes gerais para a compreensão do texto. Inicia pela definição de texto, estratégias de leitura de textos acadêmicos, aspectos da leitura proveitosa e fases da leitura. Em seguida, apresenta um roteiro de orientação para a leitura de textos acadêmicos, as características de um bom texto acadêmico e sugestões para realizar esse tipo de escrita. Descreve, brevemente, os principais tipos de texto: descritivo, narrativo e dissertativo, os tipos de argumentos e noções básicas sobre o parágrafo. Finaliza com esclarecimentos sobre plágio e a forma correta de se utilizar as ideias de outros autores no texto a partir de uma rápida descrição sobre os tipos de citações e seus usos. Nesta primeira unidade, o autor objetiva preparar o estudante que está iniciando a leitura dos textos acadêmicos os quais, segundo ele, são mais complexos e exigem uma leitura mais aprofundada. O autor finaliza esclarecendo que leitura e escrita estão fortemente relacionadas e se desenvolvem com a prática contínua. A segunda unidade trata dos tipos, estrutura e características dos trabalhos acadêmicos. Primeiramente, conceitua gênero textual e gênero textual acadêmico. Caracteriza o fichamento, a resenha e o esquema como gêneros de documentação, ou seja, formas de registro da pesquisa ou leitura. Posteriormente, define e apresenta, de forma resumida, os elementos estruturais básicos dos seguintes gêneros de comunicação: resumo, relatório, artigo, ensaio, monografia, pôster e comunicação oral. O autor diferencia os relatórios finais produzidos nos cursos de diferentes níveis do ensino superior, destaca as principais características de uma monografia, fornece algumas orientações para formatação de pôster e conclui com recomendações para a apresentação oral de trabalhos. A terceira unidade traz as diretrizes da ABNT para os trabalhos acadêmicos de maneira bastante sintética. No início, faz o detalhamento da estrutura física dos trabalhos a partir de três elementos: pré-textuais, textuais e pós-textuais. Na sequência, exibe as informações principais sobre a formatação dos trabalhos: margens, fonte e espaçamento. Finalmente, traz alguns exemplos de citações (direta, paráfrase e citação de citação) e referências (livro no todo, artigo de periódico, livro organizado, capítulo de livro e texto de internet.). Nesta unidade, o autor se propõe a introduzir as normas para trabalhos acadêmicos, trazendo apenas noções básicas, sem se aprofundar nas diretrizes. Ele aponta que os detalhes devem ser buscados pelo estudante na própria ABNT e no manual de trabalhos acadêmicos da instituição de ensino a qual está vinculado. Nas considerações finais, o autor enfatiza a importância da prática contínua da escrita e da leitura para o seu aperfeiçoamento. Ao final, apresenta sugestão de cinco atividades práticas de leitura e escrita acadêmica envolvendo texto descritivo e narrativo, argumentação, mapas mentais, paráfrase e formatação de referências. Destacam-se, no livro, alguns recursos importantes que sinalizam a preocupação do autor com a aprendizagem do conteúdo apresentado. Por se tratar de um guia de estudos para uma disciplina a distância, o material busca alcançar maior interatividade por meio da inserção de ícones (atenção, interatividade, saiba mais e termo do glossário) ao longo do texto os quais direcionam a atenção do leitor a determinados conceitos do texto ou a busca de materiais complementares e exercícios disponíveis em sites da internet. O livro constitui-se em um ótimo material introdutório com noções básicas de texto, leitura, gêneros e escrita acadêmica, sendo recomendado para estudantes que estejam iniciando as suas vidas acadêmicas e busquem um material de instrumentalização que oriente as suas primeiras práticas de leitura e escrita. 4.5 Sugestão de atividade Para aprender a escrever qualquer gênero textual, o primeiro passo é ler vários textos do gênero que se deseja produzir. Por isso, para praticar os seus conhecimentos sobre resenha, sugerimos que você escolha uma resenha da sua área de interesse e faça uma leitura atenta, procurando identificar as suas partes. Você encontrará as resenhas em periódicos, revistas especializadas da sua área do conhecimento.Caso você ainda não tenha tido contato com essas revistas acadêmicas, sugerimos que visite o site: https://www.periodicos.capes.gov.br/ Se você preferir, também pode fazer a leitura da resenha que indicamos a seguir: PAIVA, F. J. O. Uma leitura crítica de Letramentos digitais, de Gavin Duduney, Nicky Hochly e Mark Pegrum. Matraga, v.24, n.41, mai./ago. 2017. Link: http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/matraga/article/view/28347 Em sua análise, identifique o tipo de resenha e os seus elementos estruturais como resumo, referência, etc. Observação: Esta é uma sugestão de atividade para prática dos conhecimentos sobre resenha. Portanto, você não precisará enviar a sua análise e essa tarefa não contará para avaliação do curso. 4.6 Material complementar Indicamos como material complementar o Manual de Gêneros Acadêmicos de Campos (2015). Nesta leitura, você poderá aprofundar mais os conhecimentos sobre resenha (p. 3-16) e sobre os outros gêneros explorados no nosso curso. Referência: CAMPOS, M. Manual de gêneros acadêmicos: resenha, fichamento, memorial, resumo científico, relatório, projeto de pesquisa, artigo científico/paper, Normas da ABNT. Mariana: Edição do Autor, 2015. Link de acesso: https://www.academia.edu/10981399/Manual_de_g%C3%AAneros_acad% C3%AAmicos_Resenha_Fichamento_Memorial_Resumo_Cient%C3%ADfico_Relat% C3%B3rio_Projeto_de_Pesquisa_Artigo_cient%C3%ADfico_paper_Normas_da_ABNT 5.1 Vídeo: o gênero artigo científico Neste vídeo, apresentamos as noções básicas sobre artigo científico. O último gênero acadêmico que nós vamos explorar no curso é o artigo científico. Então, nós começamos pela definição da ABNT, segundo a qual o artigo científico consiste em uma publicação com autoria declarada que apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento. É um relato, segundo Sabadini, que busca respostas para uma pergunta científica, mostrando o caminho que foi feito. Então eu gosto muito dessa ideia de que o artigo científico busca responder uma pergunta. Na verdade, todo o trabalho científico busca responder perguntas. É claro que, mesmo dentro de um artigo científico, você também pode responder a mais de uma pergunta. Mas, enfim, o artigo científico é um gênero reduzido, comparado, por exemplo, com uma https://www.periodicos.capes.gov.br/ http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/matraga/article/view/28347 https://www.academia.edu/10981399/Manual_de_g%C3%AAneros_acad%C3%AAmicos_Resenha_Fichamento_Memorial_Resumo_Cient%C3%ADfico_Relat%C3%B3rio_Projeto_de_Pesquisa_Artigo_cient%C3%ADfico_paper_Normas_da_ABNT https://www.academia.edu/10981399/Manual_de_g%C3%AAneros_acad%C3%AAmicos_Resenha_Fichamento_Memorial_Resumo_Cient%C3%ADfico_Relat%C3%B3rio_Projeto_de_Pesquisa_Artigo_cient%C3%ADfico_paper_Normas_da_ABNT https://www.academia.edu/10981399/Manual_de_g%C3%AAneros_acad%C3%AAmicos_Resenha_Fichamento_Memorial_Resumo_Cient%C3%ADfico_Relat%C3%B3rio_Projeto_de_Pesquisa_Artigo_cient%C3%ADfico_paper_Normas_da_ABNT tese, com uma dissertação. Então, não há muito espaço para que se respondam muitas perguntas dentro de um artigo científico. Mas a finalidade dele é justamente então descrever pesquisas de forma objetiva, concisa e clara. É a forma mais atualizada e acessível do que os livros. Então tem crescido muito o número de revistas acadêmicas no Brasil e tem se utilizado, como uma das principais formas de divulgação das pesquisas e do conhecimento científico que está se produzindo, as publicações por meio dos artigos. Há um tempo, claro que o livro era a forma mais consagrada, mais tradicional, enfim, às vezes até considerada como mais confiável do que os artigos. Hoje isso mudou um pouco, até porque, como eu digo aqui na apresentação, muitas vezes esses artigos são publicados em eventos ou em periódicos que normalmente possuem avaliação por pares. Dependendo da qualidade da revista também, a avaliação por pares é muito rigorosa. Então se passa por uma comissão de avaliação muito rigorosa do artigo, isso também dá uma confiabilidade maior para os artigos científicos. Os artigos podem ter um ou mais autores, depende também muito da área. É comum, por exemplo, na área da biologia, nas áreas médicas, engenharia, se ver um artigo às vezes até com mais de cinco, seis autores, às vezes até mais de 10 autores. Já nas áreas das humanas, isso é menos frequente, porque depende muito das pessoas envolvidas nessas pesquisas. A extensão do artigo varia de acordo com suporte. Normalmente eles variam entre 12 e 20 páginas. Bom, eles são normalmente classificados em dois tipos. Artigo de revisão, que é um estudo sobre um tema com o objetivo de resumir, analisar e discutir as informações já publicadas. Então um artigo de revisão é como se fosse um artigo em que eu apresento justamente uma revisão bibliográfica sobre algum assunto ou uma questão bem específica de um determinado tema. Mas é importante destacar aqui que não é apenas um resumo de outras pesquisas. Ele resume, mas também analisa e discute. Então, não é possível esquecer dessas duas palavras que são chaves aqui no artigo de revisão, que é analisar e discutir as informações, as pesquisas que já foram publicadas sobre aquele tema. O artigo original ou também chamado artigo de divulgação apresenta temas ou abordagens originais, pode informar resultados de pesquisas descrever métodos, técnicas e processos, apresentar ideias novas etc. Então, são os artigos que normalmente buscam apresentar os resultados de uma determinada pesquisa. Há algumas revistas que inclusive limitam, que só aceitam artigos originais, que não aceitam artigos de revisão. Há diferentes exigências também, estruturas com relação a esses dois tipos de artigos. Os artigos científicos são comumente publicados em periódicos especializados, de acordo com a sua área do conhecimento. Então, é uma maneira, uma forma de publicação usada em todas as áreas do conhecimento. Os artigos devem seguir as normas da ABNT para citações, para as referências. No entanto, há revistas que têm suas próprias regras, ou revistas que usam, por exemplo, referências bibliográficas no estilo internacional, que não é ABNT, de outra forma. Por exemplo, a APA, que é uma norma de referências usadas muito em artigos de psicologia e áreas afins no exterior. Então é importante sempre, claro que se você está fazendo um artigo para uma disciplina do curso de pós-graduação ou para um curso, você vai seguir as normas da ABNT, mas, no momento em que for enviar este artigo para publicação, é preciso procurar algumas revistas e buscar as informações que são as diretrizes para os autores, para verificar. Lá nessas diretrizes você vai encontrar tanto informações de formatação, a fonte, parágrafo, quanto diretrizes com relação às referências bibliográficas, às citações e também ao uso, por exemplo, de imagens e gráficos. As revistas são avaliadas pelas Capes, desculpa aqui tem um "S" a mais, são avaliados pela Capes, por meio de conceitos, que vão de A1, que seriam as revistas mais bem conceituadas do país, até o conceito C. Depois, ao final da apresentação, eu vou mostrar para vocês como encontrar esse Qualis Capes. Público-alvo. O artigo é um texto elaborado para ser lido por especialistas da área, por isso, deve ter uma linguagem informal e direta. Então vejam que uma coisa é eu falar sobre fotossíntese num artigo para uma revista como, por exemplo, a Super Interessante, que é uma revista que tem uma finalidade de divulgação científica para leigos, para pessoas que não estudaram fotossíntese. Outra coisa é eu elaborar um artigo científico para uma revista acadêmica, que é voltada para acadêmicos, que é voltada para especialistas da área. Então é sempre importante ter isso em mente, que quem vai ler o meu artigo são os meus pares, são pessoas ou alunos de graduação, alunos de pós-graduação,que estudaram ou que estão começando o estudo dessa temática. Público-alvo também depende da revista em que será publicado. Claro, porque tem algumas revistas que são voltadas para estudantes de graduação, outras revistas têm como o público leitor doutores, enfim. Sendo assim, é importante obter informações sobre o público ao qual se destina o periódico. A estrutura do artigo. O artigo inicia pelo título, pode ou não ter um subtítulo. Segue com as informações dos autores e suas credenciais. Credenciais: normalmente a instituição à qual ele está vinculado ou trabalha ou estuda. O resumo desse artigo, as palavras-chaves, o resumo em outro idioma, normalmente em inglês, espanhol. Algumas revistas exigem mais de um idioma. As palavras-chaves no outro idioma. Os elementos textuais, que seriam, então, introdução desenvolvimento e conclusão. E os elementos pós-textuais, como por exemplo as referências. Agora eu vou explicar então cada um deles. O resumo. Busca fornecer informações ao leitor, de forma que ele possa verificar se o conteúdo do artigo atende ou não a sua pesquisa. O resumo é a vitrine do meu trabalho. É ele que vai ser a primeira impressão do meu leitor. A pessoa que estiver fazendo, por exemplo, uma pesquisa bibliográfica vai ler o resumo do meu artigo para julgar se vale a pena ler o restante do trabalho ou não. Por isso que esse resumo, como nós já vimos lá na apresentação da disciplina, especificamente sobre resumos, ele deve conter tema, objetivo, método, principais resultados e conclusão. A extensão varia então de 200 a 250 palavras. Algumas revistas também limitam isso. Algumas revistas pedem menos: 100, 150 palavras. Então depende muito de cada revista. As palavras-chaves resumem em poucas palavras o tema do artigo. Agora, o que é importante saber sobre as palavras-chaves é que elas não podem ser simplesmente palavras aleatórias. Elas têm que ser palavras que são usadas nos mecanismos de busca para localizar o artigo. Futuramente, as palavras-chaves vão ser cadastradas por mecanismos de buscas, como, por exemplo, mecanismo da biblioteca, enfim, o Periódicos Capes, que nós vamos ver depois, ou dentro da própria revista. Normalmente, os sites das revistas têm um mecanismo de busca, então elas são palavras que vão ajudar a localizar o seu artigo no meio de um mundo de artigos que existe. Por isso que é muito importante ter um cuidado especial ao escolher as palavras-chaves, elas podem ser usadas pelos leitores para orientar também outras buscas sobre esse tema de pesquisa. Ao escolhê-las, é importante verificar sua ocorrência em bases de pesquisa para certificar-se de sua adequação. Então, você escolhe as palavras-chaves que acha adequadas e depois faz uma pesquisa no site de busca de periódicos e de artigos, por exemplo, e verifica se aquelas palavras que você colocou estão buscando artigos com temas relacionados ao tema do seu artigo, para ver se estão adequadas. Elementos textuais. A introdução é apresentação do estudo e contextualização do geral para o específico. Normalmente, na introdução do artigo, se fala sobre a justificativa desse tema de pesquisa, sobre quais são os problemas que envolvem esse tema e pode-se também até apresentar as hipóteses. Mas claro que isso não ocorre na introdução, isso é feito de forma textual, não é feito em forma de itens, como, por exemplo, num projeto de pesquisa. Quando eu falo que a contextualização é do geral para o específico, é no sentido de que se começa se falando sobre o tema de forma bem geral e se vai caminhando até a questão, o ponto-chave do seu artigo, que é a pergunta que você vai buscar responder no seu artigo. Desenvolvimento, então, é a descrição do método, apresentação e discussão dos resultados. Isso para um artigo original. Num artigo de revisão, não vai ter necessariamente essas partes método, apresentação dos resultados e discussão, ele vai se organizar de uma forma diferente que depois eu vou demonstrar para vocês. Conclusão ou considerações finais. As pessoas às vezes usam uma palavra ou outra. Nas áreas das humanas acho que se usa mais considerações finais, principalmente em artigos de revisão. Então resume-se brevemente o artigo, seus resultados e contribuições diante de seus objetivos, apontando para conclusões, limitações e estudos futuros. Aqui nessa parte final, também, além de retomar o objetivo e os resultados, é importante falar já sobre as limitações, algumas escolhas que foram feitas ao delimitar o tema, ao escolher o método. E também estudos futuros, que lacunas ficaram que nós não conseguimos responder nesse artigo, que coisas poderiam ser aprofundadas, por exemplo. Elementos pós-textuais. Normalmente são as referências. As referências fornecem informações completas sobre as fontes citadas ao longo do trabalho e devem seguir então as normas da ABNT ou as normas do periódico em que vai ser publicado. Então é preciso ter um cuidado também com as referências, não deixar faltar nem sobrar, que as referências sejam de fato aquilo que foi citado ao longo do trabalho. Apêndice são os elementos - aqui apêndice, anexos e notas são elementos não- obrigatórios, você pode ou não ter no seu trabalho. Apêndice, então, seriam documentos ou materiais que o próprio autor do artigo produziu e que quer colocar junto com o trabalho para complementar o seu trabalho, para demonstrar algo que não conseguiu demonstrar ao longo do texto e que considere muito relevante para o leitor do artigo. Então, digamos, o meu artigo é sobre um questionário e eu coloco no apêndice esse questionário, coisas desse tipo. Normalmente são identificados com letras: apêndice A, apêndice B e assim por diante. Anexo são também documentos, enfim, só que não são produzidos pelo autor do artigo, são produzidos por outros autores. Aí por isso que os anexos também tem que ser acompanhados da referência, de onde eles foram retirados. E também são organizados e identificados com letras. As notas são informações complementares. Elas servem para indicar informações que não se adequam ao corpo do texto porque normalmente interrompem a sequência temática. Parar para explicar, parar o raciocínio que eu estou desenvolvendo no meu texto para explicar alguma coisa às vezes não é adequado, talvez vai atrapalhar a leitura ou a compreensão do meu leitor. Então normalmente isso é feito por meio das notas. E nessas notas, então, eu posso colocar, por exemplo, esclarecimentos, observações, fontes de consulta, tradução de citação direta, enfim. E elas podem ser de rodapé ou de fim. Eu percebo o maior uso das notas de rodapé que seria a nota ao final da página em que foi colocada a nota. Mas há revistas que preferem notas de fim, que colocam lá nas suas normas de publicação que as notas devem vir só ao final do artigo. Então busca se seguir as orientações do periódico quanto à preferência do tipo de nota, mas a maioria dos periódicos orienta que não sejam muito usadas, que se use pouco, que se use parcimoniosamente as notas, que se use só mesmo aquelas que são muito necessárias. Aqui são as referências da minha apresentação, que eu quero mostrar para vocês utilizando, primeiro, a plataforma Sucupira. Vocês podem ir lá no Google escrever "plataforma Sucupira". Ela vai apresentar para vocês, então, essa tela, que vocês têm aqui diversos sites relacionados nessa plataforma, entre eles o Qualis. Vocês devem colocar "Li o texto e entendi a finalidade do Qualis" e aí ele vai direcionar vocês para o Qualis. O Qualis é uma classificação divulgada normalmente em triênios ou quadriênios, que é feita pela Capes, um órgão do Ministério da Educação responsável pelos programas de pós-graduação, de Mestrado ou de Doutorado. Eles divulgam, então, periodicamente, período de três ou quatro anos, a avaliação dos periódicos de cada área do conhecimento. Então para que vocês conheçam e possamtambém usar como fonte de pesquisa. Vou selecionar aqui quadriênio 2013/2016, vocês podem fazer uma busca por título, se já sabem o título do periódico que querem, ou vocês podem fazer uma busca por periódicos. Foi para o lugar errado, deixa eu entrar aqui de novo. Vamos selecionar aqui o quadriênio e colocar buscar. Então, ao buscar, ele vai me apresentar as opções de áreas do conhecimento. Vou colocar aqui, por exemplo, “Educação”. ISSN seria um número de registro da revista, você não precisa saber para fazer a busca. Título também não. E você pode aqui, que é a parte que eu quero demonstrar para vocês, aqui estão as classificações: de A1 a A2, B1, até B5 e depois C. Digamos que eu quero conhecer quais são os melhores periódicos da área da Educação no Brasil e inclusive há também internacionais. Então eu selecionei aqui A1, selecionei área de Educação e fiz uma busca. Então ele vai buscar diversas revistas. Por exemplo, aqui temos Acta Botanica Brasilica, que se percebe que não é pelo português que não é do Brasil. Ambiente & Sociedade, Análise Social. Aqui em espanhol. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior, Bakhtiniana; Revista de Estudos do Discurso. Em inglês, British Journal of Sociology of Education. Cadernos de Pesquisa, Ciência & Educação. Enfim, vai me apresentar todas as revistas classificadas. São 1 a 50 de 121 registros. Então 121 revistas com esse conceito. É claro que pelo próprio título do periódico eu já posso perceber uma certa delimitação, algumas já têm uma delimitação temática que pode ser percebida até mesmo no título, algumas outras não. Enfim, posso fazer a partir daqui uma busca por um determinado periódico. Para fazer a busca do periódico tenho que basicamente copiar o nome do periódico, colar lá no Google e tentar acessá- lo. Mas uma outra forma de fazer a pesquisa se eu não tenho nome de periódico específico ou nenhuma exigência com relação à qualidade da avaliação desse periódico, é fazer a busca pelo portal de periódicos da Capes. Vocês podem também colocar lá no Google "portal de periódicos da Capes". Abre então essa tela aqui para vocês. Vocês podem aqui fazer uma busca por assunto, por periódico. Em busca avançada, vai abrir opção também de fazer busca por autor do artigo. Vamos fazer, digamos, uma busca de "gêneros acadêmicos", que é o tema do nosso curso. Vamos buscar "gêneros acadêmicos" e ver o que aparece aqui. Bom, o portal de periódicos também é organizado pela Capes e pelo MEC e é uma grande base que concentra revistas, ou seja, periódicos do mundo todo, não só periódicos brasileiros. O importante dele é que no momento em que você, por exemplo, eu estou acessando ele aqui no Instituto Federal, no Campus Ibirubá, e no momento em que eu acessei ele, mesmo sem fazer o login, ele já reconheceu o lugar de onde eu estou acessando. Isso me garante acesso a periódicos pagos, que talvez se eu acessasse em um outro lugar eu não conseguisse ter acesso. Então por isso é importante o portal de periódicos, porque ele é federal, ele dá um acesso aos institutos, às universidades federais a periódicos que são pagos, que muitas universidades particulares precisam pagar para poder acessar. Aqui nós vemos alguns artigos que surgiram a partir dessa palavra-chave "gêneros acadêmicos". Então Marcas de interatividade em gêneros acadêmicos, Los géneros académicos en el grado de filología hispánica, em espanhol, A polifonia dos gêneros acadêmicos e formulaicos, La enseñanza de la impersonalidad en una escritura de géneros académicos, Gêneros acadêmicos em cursos de especialização, Conjunto ou colônia de gêneros, Redes sociais e produção colaborativa. Esse parece ser um tema interessante para o curso de Ensino, Linguagens e suas Tecnologias. Então, nós podemos aqui acessar. Ele pode abrir uma janela em separado ou pode exibir aqui embaixo já. Se eu clicar em "Exibir online", ele já exibe o artigo e a revista. Ou posso também clicar em "Detalhes". Se eu só quero ver primeiro o resumo antes de entrar no texto completo, também posso clicar em "Detalhes", para ver o resumo. Dessa forma posso acessar a revista. É uma forma mais fácil do que, por exemplo, ir de revista em revista, procurando no sites de cada uma delas o tema que eu pretendo o pesquisar. Claro que eu também posso fazer essa busca pelo Google, mas o problema é que o Google não me dá acesso a periódicos pagos que o portal de periódicos da Capes dá. Então aqui eu tenho dados desse artigo, eu vejo que ele foi publicado na revista Signo em 2014. Há então aqui um resumo dele. Se eu clicar em "Full text", ele vai abrir então a página da revista em que esse artigo foi publicado. E aqui em "Texto completo", eu posso ter acesso então ao texto em PDF do artigo. E se eu quiser eu posso vir em "Baixar este texto em PDF" e baixar o texto inteiro. Aproveitando que eu estou aqui num site de revista, eu também já vou mostrar para vocês normalmente como funciona um site de revista, brevemente, claro, o objetivo do nosso curso não é esse. Mas, enfim, há sempre na capa as notícias, normalmente, chamadas para publicações. E aqui nós já temos o sumário do volume 43, nº 76 da edição de 2018. A apresentação da revista e aqui já os artigos. Edição, textualidades e produção textual, Uso da transmídia por editoras brasileiras. Desculpa, "Edição, textualidades e produção textual" é o tema da revista. Desculpa. O nome do artigo é "Da leitura à dele(i)tura: apagamento e temporalidade na literatura digital". Então todos eles têm o PDF. Eu posso acessar os textos na íntegra. Nessa edição da revista também tem uma entrevista, tem duas resenhas. É comum que esses periódicos tenham não só artigos científicos, mas também entrevistas e resenhas. Aqui eu tenho "Sobre", há dados aqui importantes para quando você quer pesquisar essa revista com a finalidade de publicar um artigo. Foco e Escopo, que vai dizer que tipos de artigos são publicados, sobre qual temática, a periodicidade dessa revista, Políticas de Seção, com diretrizes para os autores, a submissão on-line as diretrizes, vai explicando direitinho como deve ser feito para o envio do artigo. Aqui nós temos então o mecanismo de pesquisa dentro da revista, dentro dos artigos da revista. Há um mecanismo de busca que vai buscar artigos apenas entre os publicados aqui na Signo. E tem também Edição Atual e as Edições Anteriores. Bom, então, gente, no próximo vídeo, para não ficar muito longo um vídeo só, no próximo eu vou explorar então dois artigos com vocês. Ok? 5.2 Vídeo comparando artigos Neste vídeo, comparamos a estrutura de dois tipos de artigos: artigo de revisão x artigo original ou de divulgação. Nós vamos ver então a nossa segunda parte da aula sobre artigo científico. Vamos ver dois tipos de artigos diferentes: o artigo de revisão e o artigo original. Eu escolhi dois artigos que que publiquei em coautoria com a minha orientadora do doutorado, professora Lilian Cristine Hübner. Escolhi artigos de minha autoria até pela questão dos direitos autorais. Vou começar já falando para vocês dos dados que essa revista traz de início, que é o DOI. O DOI é como se fosse um endereço localizador e identificador do artigo, é algo que está se começando a utilizar mais aqui no Brasil. No exterior já é mais frequente. Mas também não são todas as revistas que têm esse número de identificação. Depois, o título do artigo, "A relação entre desempenho em compreensão leitora e fatores socioeconômicos em escolas públicas do Sul do Brasil", que eu já apresentei nos outros vídeos para vocês. Aqui nós temos o título em espanhol, o título em inglês, as autoras e as credenciais das autoras, as instituições às quais elas estão vinculadas. Normalmente em nota de rodapé se colocam informações adicionais sobre os autores também. Depende muito do periódico. Algumas revistas já delimitam quais são as informaçõesque vão ser colocadas, outras deixam a critério dos autores, se vão colocar, por exemplo, e-mail ou não. Em seguida nós temos o resumo, que nós já vimos lá no vídeo sobre resumos, as palavras- chaves, depois em inglês e em espanhol e então a introdução. Esse artigo é um artigo original, ou seja, ele tem o objetivo de apresentar uma pesquisa de campo que foi realizada e apresentar os seus resultados e as suas conclusões. Ele segue aquela estrutura padrão, aquele modelo padrão de estrutura que é: introdução, métodos, resultados e conclusão. Na introdução, lembram que eu falei no vídeo anterior, a introdução vai fazer o quê? Primeiro, uma contextualização do tema. Aqui eu começo falando sobre a compreensão leitora como uma habilidade importante par a inserção do cidadão nos diversos espaços sociais. E ela vai afunilando, a introdução começa num contexto maior para um contexto mais específico em que vai começando a direcionar para pergunta principal, a pergunta-chave do artigo, que é o que o artigo quer responder. Já aqui na introdução é possível se colocar a justificativa, os problemas, as hipóteses. Não são necessariamente também elementos obrigatórios. Não é obrigatório que num artigo original se apresente as hipóteses, por exemplo, na introdução. São coisas que daí fica realmente a critério do autor de cada artigo. Vocês podem ver aqui que eu faço essa contextualização, já citando alguns autores, falando também do contexto brasileiro, o que essas pesquisas têm mostrado. E parto para a segunda parte do artigo, para a seção 2, que é especificamente o tema de que trata o artigo, que é a relação entre leitura e fatores socioeconômicos. Nessa seção 2, eu faço uma pequena revisão bibliográfica sobre o assunto principal do artigo. Não necessariamente é preciso que essa revisão bibliográfica esteja numa seção separada da introdução. Depende muito da estrutura de cada artigo. E normalmente é importante enfatizar que essa revisão bibliográfica no artigo original é uma revisão muito curta, muito abreviada, porque o objetivo principal do artigo original ou artigo de divulgação, como também é denominado, o objetivo principal é apresentar os resultados de uma pesquisa. Não se pode deter muito tempo aqui na revisão bibliográfica porque não é esse o objetivo. Na seção 3 já começa a descrição do método da pesquisa. Sempre importante, claro, que ao final de cada seção haja uma sequência e que no final de uma seção se fale o que se vai fazer na próxima seção. Como por exemplo aqui: "Nossa pesquisa, embora incipiente, parece apontar para alguns fatores que podem ser promissores em futuras investigações do tema como vemos na próxima seção”. Então sempre é importante fazer o fechamento. Como se nós tivéssemos que entender que cada seção do artigo é como se fosse um minitexto completo. Cada seção precisa ter introdução, desenvolvimento e conclusão. Precisa introduzir aquele tema ou subtema, de acordo como foi organizado. Precisa ter um desenvolvimento, um aprofundamento daquele tema. E ao final precisa ter um encerramento, precisa encerrar esse subtema para se fazer a discussão do próximo tema ou, nesse caso aqui, do método. Então o método deve descrever os participantes. Pode ser organizado de diversas formas a seção do método. Pode ser organizado em subseções né 3, 3.1, 3.2 ou 3.1.1, enfim, dependendo da necessidade, da quantidade de informações. Ou pode ser dividido de outra forma, a critério do autor do antigo. Pode ser todo ele na forma de um texto, sem que haja divisões por partes do método. Então aqui começo falando que foram 86 estudantes classificados em dois grupos. Apresento em uma tabela a caracterização desses estudantes, a média de idade, o nível de compreensão textual, como ocorre a leitura de palavras e pseudopalavras, o desempenho deles nesse teste. Falo também aqui a quantidade de meninas e meninos, faço a caracterização do grupo. No item 3.2, falo então sobre os instrumentos e procedimentos, que é a parte mais metodológica, quais instrumentos foram usados, quais testes foram usados, se são testes que eu elaborei, se são testes que eu retirei de algum outro trabalho, como foi o critério de classificação desses grupos. Então são detalhes sobre os instrumentos que utilizei para realizar esse teste, essa coleta de dados. Depois também sobre a análise desses dados: “Os dados foram analisados de forma descritiva, cálculo de frequência e percentual, bem como inferencial, testes de diferença, associação e correlação, considerando o nível de significância de 5%”. Como nesse caso era uma pesquisa mais quantitativa, então eu tenho dados de análise estatística mesmo. No item 3.3, então eu apresento os resultados. Você como autor pode optar se quer primeiro apresentar os resultados e depois discutir os resultados ou se quer fazer apresentação e discussão dos resultados já numa seção só. Então fica de acordo com a sua preferência. Então aqui nesse artigo o que eu fiz foi apresentar primeiramente os resultados. Tudo, claro, depende muito do tipo de dado que você coletou e que você vai analisar. Sempre tabelas, gráficos ajudam, principalmente quando é uma pesquisa quantitativa na visualização desses resultados. Na visualização e também na análise. A seção seguinte do artigo é a seção de discussão, que com certeza é a parte mais trabalhosa e também uma das mais importantes do artigo, porque é justamente analisar esses resultados à luz de outras pesquisas, à luz do que se conhece sobre esse assunto. Então é comparar esse resultado com o resultado de outras pesquisas semelhantes, é buscar explicar porque esse resultado foi esse e o que o fato desse resultado ter sido dessa forma explica sobre aquela minha pergunta geradora lá no início do artigo. Então seguimos aqui com a discussão. É o momento em que se usa muito citação, que se retoma basicamente o seu referencial bibliográfico para que esse referencial venha dar suporte às análises desses resultados. Concluindo a discussão, vem as considerações finais. E aqui basicamente se retoma o artigo como um todo, se começa a retomando: o que nós fizemos aqui, o que nós vimos aqui, quais foram os nossos principais resultados, o que nós vimos a partir da discussão e o que nós basicamente concluímos com isso. Também, como eu falei nos lá no Powerpoint, a importância de falar sobre algumas limitações. É importante, por exemplo, dizer por que nós escolhemos esse método e não outro, por que nós tratamos só dessa questão e não tratamos daquele outro problema que também interferiu, que também seria importante de ser discutido, ou por que nós optamos por esse número de participantes apenas, enfim, limitações. Como nós sabemos, quando fazemos uma pesquisa não é possível contemplar tudo. Temos que fazer muitas escolhas. Então muitas vezes nas considerações finais ou dependendo na própria seção do método é importante descrever em detalhes e também falar sobre essas escolhas. E no final, também se pode falar sobre pesquisas futuras, que coisas nós percebemos a partir dessa nossa pesquisa que ainda não foram respondidas ou que podem vir a ser pesquisadas, que ainda não foram bem pesquisadas, que merecem maior atenção. Ou a partir das nossas limitações, o que as pesquisas futuras poderiam fazer para evitar essas limitações. Depois das considerações finais, as referências. Em ordem alfabética, as referências. E aqui, no caso, nas normas da revista, não está nas normas da ABNT. Vocês podem ver que essa revista usa um outro sistema de normas, um sistema internacional. Com relação às referências, o que eu gostaria de dizer para vocês é justamente a importância delas, porque é muito comum, por exemplo, alunos de graduação acharem que as referências são a parte menos importante do artigo. Daqui a pouco imprime o artigo mas não imprime as referências, porque essa parte aqui eu não preciso.Na verdade, é o contrário. Na verdade, as referências são tão importantes quanto o artigo em si, às vezes até mais importante do que o artigo. E por quê? Porque são as referências que vão guiar os meus próximos passos de pesquisa, principalmente quando estou fazendo uma pesquisa bibliográfica. Talvez o assunto desse artigo não seja diretamente o assunto que eu estou pesquisando, mas esse artigo pode citar autores que tenham pesquisado exatamente o que eu quero pesquisar, e por meio deste artigo eu posso chegar nessas referências. Realmente as referências são indispensáveis. E parte da leitura do artigo é, sim, não digo ler integralmente as referências, mas ter atenção ao texto quando há uma referência e ir para ela sempre que vocês tiverem vontade de conhecer mais sobre aquele assunto que está sendo citado e referenciado. Bom, gente, então esse é o artigo do tipo original ou de divulgação, em que eu tenho um experimento e que eu descrevo esse experimento. O objetivo principal dele é descrever um experimento. Claro que não necessariamente um experimento, um artigo original pode, por exemplo, apresentar uma metodologia que foi desenvolvida, talvez nem ainda foi testada. Por exemplo, eu poderia apresentar aqui um teste de compreensão leitora que eu desenvolvi, mesmo que eu ainda não tenha testado. Há várias finalidades, não necessariamente precisam ser pesquisas de campo como essa. Outro artigo que eu quero mostrar para vocês é um artigo de revisão. Não há resultados numéricos. Os resultados são as minhas conclusões sobre a revisão bibliográfica que eu fiz. Lembram que eu chamei a atenção de vocês para duas palavras na definição do artigo de revisão que é análise e discussão. Então não é só resumir o que as pessoas estão dizendo sobre esse assunto , o que as pessoas estão publicando e pesquisando, mas é também fazer a minha análise e a minha discussão desse assunto. Então aqui de novo nós vemos os dados da revista em que foi publicada, a revista Neuropsicologia Latinoamericana, 2015. O título do artigo "Desafios na avaliação da compreensão leitora: demanda cognitiva e leiturabilidade textual", seguido do título em três línguas. Essa revista exigia que se tivesse francês, espanhol e inglês. Os autores e as credenciais dos autores. Aqui nós colocamos também um agradecimento à Capes, que financiou a minha bolsa de doutorado. O resumo nas quatro línguas e a introdução. Aqui há um elemento que eu também não havia mostrado ainda para vocês, uma citação de abertura na introdução, que também vocês podem utilizar nos artigos e em cada seção se quiserem. É um elemento opcional. Aqui na introdução novamente eu começo contextualizando a avaliação da compreensão leitora, esse que é o tema principal do artigo, e vou aos poucos apresentando como surgiu esse artigo, em que contexto ele surgiu e por fim apresentando a forma como ele está organizado. Então, nos artigos de revisão, é interessante, além claro de apresentar o objetivo que eu busco responder por meio dessa revisão bibliográfica, apresentar também de que forma eu vou responder isso dentro do artigo. Nesse caso aqui eu descrevi duas seções, que o artigo está organizado em duas seções: “Na primeira, revisa-se o que estudos apontam como demandas cognitivas presentes nos diferentes tipos de tarefas, com destaque às memórias, ao conhecimento prévio, à habilidade escrita, dentre outros. Na segunda seção, discutem-se os métodos quantitativos e qualitativos de análise da leiturabilidade textual.” Então eu inicio a minha primeira seção. Vejam que aqui eu não estou numerando, diferentemente do outro artigo. Não há um número para introdução, um número para a primeira seção, que seria “Demandas cognitivas”, apenas então como se fosse um título dessa seção. Aqui eu apresento os dados da pesquisa já com a discussão, a análise e o recorte que eu fiz, que eu escolhi para tentar responder essa questão das demandas cognitivas nas nossas tarefas de compreensão leitora. Eu apresento também tabelas, porque que foram basicamente o resultado desse meu trabalho de pesquisa de síntese e de análise de outras pesquisas sobre esses tipos de tarefas. Eu coloco, por exemplo, que o tipo de tarefa, o grupo em que ela se enquadra e as limitações que essa tarefa tem e vou desenvolvendo esse tema. Em seguida vem a próxima seção do artigo que é a “Leiturabilidade dos textos”. Aqui inicia-se a segunda seção do artigo, lembrando que, como eu disse no artigo anterior, cada seção é como se fosse um texto dentro do artigo, então tenho que ter uma sequência introdução, desenvolvimento e conclusão dentro dessa seção. Aqui novamente eu faço uso de tabelas para esquematizar e sintetizar essas informações da pesquisa. Por fim, então, as considerações finais, de novo retomando todas as coisas que foram escritas, analisadas, pensadas ao longo deste artigo: “Neste artigo exploramos dois importantes fatores a serem considerados na avaliação da compreensão leitora: demandas cognitivas subjacentes às tarefas avaliativas e leiturabilidade textual. Os desafios na construção das tarefas de avaliação da compreensão são inúmeros. Tratamos aqui de apenas dois, pois consideramos serem pouco debatidos especialmente na literatura em língua portuguesa.” De certa forma eu estou apontando uma limitação e justificando uma escolha metodológica. E aqui então concluo o artigo falando sobre a importância desse tema: “O desenvolvimento dessa área de estudo é fundamental para que a pesquisa em leitura avance em nosso país, sendo para isso necessário o trabalho colaborativo de profissionais de diversas áreas.” Aqui já falando daqui da questão das pesquisas futuras. E as referências bibliográficas, que estão no modelo da APA, que é da Associação Internacional de Psicologia. Certo? Aqui se percebe que a estrutura do artigo de revisão realmente é um pouco diferente do artigo original, não há aquela descrição de métodos, resultados. O que há é uma revisão de pesquisas com relação a um determinado tema, normalmente um tema bem delimitado que se coloca lá na introdução, muitas vezes até mesmo por meio de pergunta. E o objetivo desse tipo de resumo é justamente contribuir, de que forma por meio do meu artigo eu posso contribuir na para a discussão desse tema a partir da minha revisão bibliográfica. Certo? Agradeço mais uma vez atenção de vocês. 5.3 Leitura básica Devido à complexidade do gênero artigo acadêmico, não demonstraremos neste curso como escrever um artigo, da forma como fizemos com o fichamento, o resumo e a resenha. Para isso, necessitaríamos de um curso apenas sobre artigo científico! Deixaremos como indicação de leitura básica desta unidade um ótimo artigo de Campos (2012) no qual você conhecerá mais sobre a estrutura e as normas para a produção de um artigo científico. Esse material poderá auxiliar no passo a passo da produção de um artigo. Referência: CAMPOS, M. O gênero artigo científico. Revista Âmbito Jurídico, Rio Grande, XV, n. 100, maio de 2012. Acesse o artigo no link: https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-100/o-genero- textual-artigo-cientifico/ 5.4 Sugestão de atividade Análise de artigos Para conhecer melhor os artigos científicos, sugerimos que você escolha dois artigos (um artigo de revisão e um artigo original) da sua área de interesse e faça uma leitura atenta, procurando identificar a sua estrutura, as suas partes, semelhanças e diferenças entre os dois tipos de artigo, características da linguagem acadêmica, etc. Você encontrará esses tipos de artigos em periódicos da sua área do conhecimento. Caso você ainda não tenha tido contato com essas revistas acadêmicas, sugerimos que visite o site: https://www.periodicos.capes.gov.br/ Se você preferir, também pode fazer a leitura e análise dos artigos que indicamos a seguir: FERREIRA, N. G. A construção argumentativa no gêneroartigo científico em diferentes campos do conhecimento. Cadernos CESPUC de Pesquisa Série Ensaios, v. 1, n. 26, p. 51-70, 2015. Link: http://seer.pucminas.br/index.php/cadernoscespuc/article/view/P2358- 3231.2015n26p51 https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-100/o-genero-textual-artigo-cientifico/ https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-100/o-genero-textual-artigo-cientifico/ https://www.periodicos.capes.gov.br/ http://seer.pucminas.br/index.php/cadernoscespuc/article/view/P2358-3231.2015n26p51 http://seer.pucminas.br/index.php/cadernoscespuc/article/view/P2358-3231.2015n26p51 TARGINO, M. G. Artigos científicos: a saga da autoria e co-autoria. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 28., 2005, Rio de Janeiro, RJ. Anais do Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. São Paulo: Intercom, 2005. Link: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2005/resumos/R0277-1.pdf Observação: Esta é uma sugestão de atividade para prática dos conhecimentos sobre artigos. Portanto, você não precisará enviar a sua análise e essa tarefa não contará para avaliação do curso. 5.5 Material complementar Como leitura complementar, sugerimos este artigo que o auxiliará a compreender as características, histórico e estrutura do gênero artigo científico. Referência: COSTA, A. R. O gênero textual artigo científico: estratégias de organização. In: II SEMANA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO IFPE, 2011, Caruaru. Anais da II Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, Caruaru, 2011. O artigo pode ser acessado através do link: https://manualzz.com/doc/15451848/ii- semana-nacional-de-ci%C3%AAncia-e-tecnologia-do-ifpe-%E2%80%93...-c... Teste seus conhecimentos 5 6.1 Vídeo: citações e referências Neste vídeo, apresentamos as noções básicas sobre citações e referências em trabalhos acadêmicos. Mais detalhes podem ser encontrados nos manuais de trabalhos acadêmicos das instituições de ensino superior e na ABNT. Como não poderia faltar, falar sobre gêneros textuais acadêmicos é preciso falar também sobre citações e referências. Eu vou dar uma breve visão sobre citações e referências. É claro que precisaria de quase que um curso apenas para citações e referências. Então nós vamos ver, assim, para ter algumas noções básicas e importantes e, ao final da apresentação, indico alguns recursos e também manuais que podem auxiliá-los. A citação é a menção de uma informação retirada de outra fonte, quer seja escrita ou oral em qualquer suporte, para esclarecer, sustentar ou ilustrar o assunto em discussão. Citar é informar a autoria de onde nós retiramos o texto na sua forma integral ou aquela ideia ou aquele exemplo ou, enfim, aquele argumento. A citação não é usada o tempo todo e para qualquer objetivo. Ela é usada justamente, como diz aqui, para dar suporte a uma determinada informação, validar aquela informação, esclarecer. Muitas vezes eu falo com as minhas próprias palavras sobre determinado assunto, mas retiro parte de um texto em que algum outro autor esclarece, explica, melhor do que eu consigo explicar talvez determinado assunto. Para sustentar uma determinada informação, dizer que "olha, eu não tirei essa informação da minha ideia, da minha cabeça, existem pesquisas, trabalhos que mostram que isso de fato acontece". Para ilustrar um assunto, enfim. http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2005/resumos/R0277-1.pdf https://manualzz.com/doc/15451848/ii-semana-nacional-de-ci%C3%AAncia-e-tecnologia-do-ifpe-%E2%80%93...-c... https://manualzz.com/doc/15451848/ii-semana-nacional-de-ci%C3%AAncia-e-tecnologia-do-ifpe-%E2%80%93...-c... As situações podem aparecer no texto ou podem ser usadas em notas de rodapé. Claro que é mais frequente que elas apareçam no texto. A omissão da fonte da qual foi retirado o texto constitui crime e tem um nome específico que é o plágio. Aqui a importância de realmente nós sabermos para que servem as citações e como fazer as citações porque hoje, inclusive, os institutos, as universidades têm programas, softwares especializados em localizar plágio. Então está cada vez mais difícil conseguir ludibriar, enfim, conseguir passar sem ser percebido hoje, no ambiente acadêmico, o plágio. E é claro que, às vezes, também acontece de a pessoa se atrapalhar, não se organizar da forma adequada e acabar, enfim, fazendo, falando, escrevendo alguma coisa sem dar a referência correta ou necessária. Então é muito importante que se entenda esse tema e que se considere com bastante responsabilidade. Existem três tipos de citações. São as diretas, as indiretas e a citação de citação. Vamos começar, então, pela citação direta. É aquela que se usa para indicar que o texto foi retirado integralmente da fonte sem nenhuma modificação. Deve estar sempre entre aspas duplas e acompanhada de informação sobre a fonte. Por exemplo, "segundo o autor", onde que eu coloco o autor. Sempre é o último sobrenome do autor, como o próprio slide está dizendo. E aí entre parênteses o ano em que foi publicada a obra e exatamente a página que foi retirada. Numa citação direta eu sempre preciso indicar a página em que foi retirado esse texto. É claro que a referência completa desse autor vai lá na lista de referências. Então sempre ter um cuidado muito grande com a escrita, a ortografia do sobrenome desses autores, o ano. O ano que está aqui no texto deve conferir com o ano da obra que está lá nas referências. Às vezes, as obras têm várias edições, eu posso consultar uma e referenciar outra, então ter esses cuidados, certo? Sempre entre aspas duplas a parte do texto que eu retirei. Outra forma de fazer isso é simplesmente colocar o texto entre aspas, e entre parênteses os dados do autor, o ano e o número da página. Os mesmos dados, só que a diferença aqui, nesse caso, é que o sobrenome do autor fica com letra maiúscula dentro dos parênteses. No outro sistema, o sobrenome do autor fica fora dos parênteses e apenas a primeira letra maiúscula. Quanto a citação direta ultrapassa três linhas, ela deve ser destacada do texto com recuo de quatro centímetros, espaçamento simples e fonte tamanho 10. Então, ultrapassando três linhas, eu preciso demarcar de uma outra forma essa citação. Eu exemplifico aqui, por exemplo: Miranda (2005, página 165) da mesma forma observa que "a educação da oralidade ainda não se constitui como um conteúdo explícito nos programas reais de Língua Portuguesa". Outra forma de fazer isso seria: Nessa perspectiva, a "língua é tida como uma forma de ação social e histórica que, ao dizer, também constitui a realidade". No exemplo 2, eu não interrompo o texto para dar a voz ao autor, eu não anuncio no texto o nome desse autor. A autoria fica simplesmente como uma informação secundária, entre parênteses. A vantagem de fazer isso é que eu não preciso às vezes nem mesmo interromper o meu raciocínio ou a sequência de ideias que estou desenvolvendo naquele parágrafo, naquele trecho do texto. Um terceiro exemplo é uma citação direta longa, que tem mais que três linhas e que por isso tem que ficar destacada. "Na sua necessidade de comunicar, o ser humano quer principalmente ser compreendido e ser escutado no seu meio social. Não se pode negar que a língua é um dos elementos que nos permite viver em sociedade. A língua é intrinsecamente ligada às relações sociais, inclusive às relações de poder". Então aqui, da mesma forma, as informações sobre autora, ano e página podem tanto vir destacadas, com o sobrenome do autor dentro ou fora dos parênteses. Das duas maneiras é possível, desde que ela seja destacada e o seu espaçamento e tamanho de letra diferenciados. A citação indireta, na verdade, usa principalmente de paráfrases. É eu dizer com as minhas palavras o que disse o autor. Ela é usada para que se atribua autoria dessa ideia, desse conceito, dessa teoria sobre a qual eu estou escrevendo. Ela não precisa usar aspas e apenasé necessário fazer a indicação do autor e do ano. Não precisa indicar as páginas. Para fazer uma observação aqui, os exemplos de citação que eu estou dando foram retirados de artigos que eu publiquei, que eu sou autora desses artigos. Eu não estou fazendo citação, colocando em forma de citação de citação, porque, enfim, aí daria uma confusão. Esses artigos que eu estou referenciando estão ao final, nas referências da apresentação. Bom, exemplo de citação indireta. Exemplo 1: É importante esclarecer que não pensamos no ensino da fala de forma isolada, mas integrada com o da escrita. Botelho (2010) apresenta, me desculpe, argumenta que oralidade e escrita se influenciam mutuamente. Então aqui coloca-se o nome, o sobrenome no caso, do autor, o ano e introduzo por meio do verbo "argumenta" o que ele diz sobre o tema. Exemplo 2. Também há estudos, embora em menor número, sobre a relação entre nível socioeconômico e compreensão leitora. A citação indireta também é bastante usada nesse caso: "há estudos" e aí eu cito alguns estudos. Claro que eu não posso citar todos, mas até mesmo para indicar para o leitor do artigo algumas fontes que eu consultei, enfim. Exemplo 3. A leitura pode ser estudada tanto no seu aspecto cognitivo quanto social. Ela pode ser considerada um ato subjetivo e individual, uma vez que a compreende, desculpe, uma vez que a compreensão depende da memória de nossos conhecimentos e experiências. Quando eu falo aqui sobre leitura, em que eu estou falando de memória, de conhecimentos e experiências prévias, eu preciso referenciar um autor que se chama Kintsch, que foi um dos primeiros a falar sobre a relação entre memória e leitura e compreensão leitora. Citação de citação. Usa-se para indicar que a citação foi retirada de uma outra citação quando não é possível ter acesso ao texto original. A indicação da fonte é feita pelo sobrenome do autor da obra. Isso aqui eu mostro no exemplo em seguida que fica mais claro. Recomenda-se evitar esse uso de citação de citação, sempre que possível buscar os textos originais. Para vocês verem como é feita eu coloco, por exemplo, aqui: Segundo Reyzábal, se informa o sobrenome do autor, o ano da publicação, apud Sousa. O que é esse apud? É uma expressão latina que indica que foi citado por. Então Reyzábal foi citado por Sousa, ou seja, o que está entre aspas, esse texto que está aqui entre aspas que é a minha citação direta, esse texto foi retirado de Sousa e não foi retirado de Reyzábal. Essa expressão apud é que indica quando ocorre uma citação de citação. Eu posso também usar a expressão "citado por”. Reyzábal, 1999, em vez de usar apud, citado por Sousa também é possível. Nesse caso, como uma citação direta, há indicação da página, mas essa página indicada apenas em Sousa e não em Reyzábal. Exemplo 2 é o mesmo exemplo, o mesmo texto, as mesmas fontes, só que, em vez de dizer "segundo" e colocar o sobrenome, eu coloco a citação e dentro dos parênteses os sobrenomes dos dois autores Reyzábal, 1999 apud, ou seja, citado por Sousa, 2018. Uso das citações. Procure sempre consultar as fontes primárias e fontes confiáveis e atuais. Então ter acesso às fontes. Quando eu falo fontes primárias, também quero dizer assim quem deu origem, não ficar falando sobre o que falaram de uma teoria, não ficar falando a partir do que falaram. Mas falar a partir de quem realmente iniciou aquela teoria e, a partir daquele do texto, procurar ter acesso aos textos que são as fontes primárias, que são as fontes mais importantes. E por isso a importância de ler uma língua estrangeira, porque muitas vezes essas fontes estão em línguas estrangeiras. Sempre que possível use citações indiretas ou citações diretas breves. Claro que o uso de citações no texto é importante, mas o uso exagerado de citações, como eu já disse antes, pelo contrário, não é bem visto, porque dá impressão de que o autor do texto não tem nada para falar por si mesmo, por si só. Antes de utilizar as citações diretas, reflita sobre a necessidade de se usar esse recurso. Então, sempre antes de usar uma citação, pense: essa citação dá maior autoridade a um argumento no meu texto? Essa citação serve para sustentar alguma informação, para ilustrar, para exemplificar algo, para aprofundar algo que eu não consigo fazer com as minhas próprias palavras, para esclarecer, para concordar com alguma coisa, para contrapor alguma ideia, para justificar, para indagar, enfim, qual finalidade dessa citação dentro do texto? Principalmente quando são citações diretas, claro que citações indiretas é muito mais dizer a minha fonte de consulta, quem eu li para falar sobre isso, quem falou sobre isso antes de mim? Quando a citação original estiver em língua estrangeira, traduza para a língua do seu artigo e coloque na nota de rodapé a autoria da tradução, no caso "traduzido pelo autor", e a citação na sua língua original. Se essa citação fui eu que traduzi para o português e a língua original dela é o inglês, então no meu texto eu coloco a minha tradução, coloca uma nota de rodapé naquela citação e escrevo "traduzido pelo autor" e coloco entre aspas o texto em inglês. Isso para evitar problemas de que eu possa ter feito uma tradução não muito adequada, evitar problemas com relação a isso. Referências. As referências são uma lista, normalmente em ordem alfabética, com as informações completas sobre as fontes que foram citadas no texto. Então, não pode faltar, não posso citar no texto e depois não ter na referência. Assim como também o ideal é que eu não tenha referências lá no final que não foram citadas no texto. Essa conferência sempre é importante que se faça. E muitas vezes dá um certo trabalho fazer essa conferência. As referências devem seguir as normas da ABNT ou as normas da revista, do periódico, as orientações que foram dadas pelo periódico. Eu coloco aqui apenas alguns exemplos. Como eu disse, o foco do nosso curso não são as referências e as citações. É só para dar mesmo uma noção para vocês. Quando eu vou fazer a referência, por exemplo, de um livro, sempre vou ter aqui o sobrenome maiúsculo do autor, a inicial do primeiro nome, a letra inicial do primeiro nome, o título do livro em negrito. Depois, a cidade da editora, o nome da editora, o ano da publicação e o número final das páginas. É bom ter bastante cuidado, por exemplo, que depois do ano é um ponto, depois do número de página tem um espaço, tem um "p" minúsculo e um ponto. Esses detalhezinhos muitas vezes são percebidos. Capítulo, então. No capítulo, eu tenho o sobrenome do autor, a letra inicial do primeiro nome do autor, o nome do capítulo "Gêneros textuais: definição e funcionalidade", ponto, In. Aí eu coloco a citação do livro, que é onde foi retirado esse capítulo. Sobrenome dos autores do livro, no caso aqui organizadores, em negrito o título do livro e não do capítulo, cidade da editora, nome da editora e o ano. Na verdade, aqui deveria ter também as páginas do capítulo. Artigo. Sobrenome do autor, iniciais do nome e sobrenome desse autor, título do artigo "Da teoria à prática: um olhar sobre oralidade na sala de aula". O que vai no negrito, o que se negrita é o nome da revista e não o título do artigo. Então "Revista Internacional d'Humanitats", o volume, o ano em que foi publicado. Aqui também teríamos que ter informações sobre as páginas. E na tese, sobrenome do autor, iniciais dos nomes, em negrito o título da tese, o ano em que foi defendida, o número de páginas e depois os detalhes: o programa de pós-graduação em que foi defendida, a universidade, a cidade e o ano. Normas para referências. Uma norma básica importante aqui para os estudantes do Instituto Federal é o Manual de trabalhos acadêmicos do IFRS. Coloquei aqui o link para vocês, em seguida eu mostro. E para encerrar, como eu não tenho condições de fazer um curso nesse momento só um curso sobrecitações e referências, eu coloquei alguns recursos tecnológicos que podem ajudar vocês. Coloquei aqui um link para videozinhos no YouTube que dão orientações para usar esses recursos e vou mostrar brevemente para vocês eles. Aqui tem as referências finais dessa minha apresentação, o Manual de trabalhos acadêmicos do IF pode ser acessado por meio daquele link. É um manual bastante completo, fala sobre a pesquisa científica, os tipos de pesquisas, os tipos de trabalhos científicos, artigo, memorial, monografia, projeto, relatório, resenha. Depois elaboração das referências, das citações, com bastante detalhamento. Então eu realmente aconselho que vocês olhem com bastante atenção essa parte. E depois também a formatação dos textos, margens, alinhamento, enfim. Com relação aos recursos para as referências bibliográficas. Uma dica é o Google Acadêmico. Vocês entram lá no Google e digitem Google Acadêmico. E aqui vocês podem procurar, por exemplo, pelo nome do livro que vocês querem colocar nas referências. Digamos que eu quero por nas referências o livro Os Neurônios da Leitura, aquele do Dehaene que nós lemos a resenha. Já coloco aqui no sistema de busca "neurônios da leitura" e ele me apresenta esses resultados. Se eu quero a citação desse livro, eu venho aqui nessas aspas, clico nas aspas e ele me dá a citação desse livro em três sistemas de citação: NBR 6023 é ABNT. É só fazer um "control C" e colar aqui nas minhas referências, "control V". O Google Acadêmico é uma forma bem fácil de se gerar referência. Claro que é bom sempre conferir. Às vezes pode não estar muito completa ou, como eu disse antes, às vezes eu posso estar consultando uma edição do livro e aqui aparecer outra edição. Esses detalhes é importante estar atento. Outro recurso é o Menthor. O Menthor é um recurso free. Você faz o seu login e, ao acessar, escolhe se você quer citar um livro, quer citar uma página da web, que citar um artigo ou quer fazer o download aqui de algum material. Então aqui você coloca, por exemplo, nos autores Dehaene, vamos citar o livro ali "Neurônios da Leitura". Dehaene, o primeiro nome com "S", título do livro "Os Neurônios da Leitura", não tem subtítulo. O local de edição a gente pode conferir, mas é Porto Alegre. A editora é editora Penso, o ano é 2012. Ele vai gerar. Só faltou o número de páginas, vamos chutar o número, não sei exatamente, trezentas e poucas páginas eu acho, 365 vamos colocar. Coloco e ele já gera aqui para mim. DEHAENE. Os neurônios da leitura. Porto Alegre: Penso, 2012. Já tem aqui os dados. Caso eu omita alguma informação, ele vai colocar aqui entre colchetes que essa informação não foi dada. Outro recurso é o Overleaf. Esse é um recurso mais completo, que não só formata, ajuda a formatar as referências e as citações, como formata o artigo inteiro. Ele é um pouco mais trabalhoso de se aprender a utilizar, mas eu recomendo. Especialmente quem já tem um pouco mais de conhecimento da parte da informática é um bom recurso para se utilizar. Outra forma, e esse eu utilizo bastante, é o Mendeley Desktop. Se vocês colocarem lá no Google "mendeley desktop", abre o site e vocês podem fazer o download. Também não tem custo nenhum para fazer o download. O Mendeley é um recurso mais completo porque ele não apenas auxilia ao gerar as citações e referências, ele tem uma interface com o Microsoft Word, então você instala no Word e já faz as referências por meio dele, mas ele também ajuda você a organizar e localizar depois os artigos, os capítulos, os livros dentro do seu computador. Então aqui você vai em "add files" ou "add folders" para adicionar arquivos ou pastas e coloca toda a sua biblioteca, todos os arquivos que tenham um conteúdo acadêmico que vocês querem para dentro do programa. Funciona então, ele tem um mecanismo de busca "search". Ele vai procurar para você ou por título ou por autor, pelo que vocês quiserem. Digamos que eu quero procurar uma autora da área da leitura, que é a Cain, o programa então me apresenta todos os artigos que eu tenho no meu computador sobre ela. Making sense of text, The nature of relationship between comprehension skill and ability to tell a story, The development of comprehension skills. E aqui o bom é que eu não só tenho título mas eu já tenho dados dos autores, já tenho dado da revista. E se eu quiser ver mais, o que eu faço? Eu posso, se eu der dois cliques, ele vai abrir dentro do próprio programa o artigo. E se eu quiser, por exemplo, localizar, pois não lembro mais onde eu salvei esse artigo, eu posso vir aqui em "open containing folder" que daí ele vai abrir a pasta do meu computador onde eu tenho armazenado esse artigo. Então é aqui nessa pasta que eu tenho armazenado esse artigo. Eu vou aqui, no meu caso como eu sempre já armazeno por nome de autor, eu já consigo identificar o autor. E também posso pedir que ele abra numa janela externa ao programa. Além disso eu posso simplesmente copiar a citação desse artigo. Venho aqui então com o direito do mouse em "Copy as", "Formated citation", que é citação formatada e colo lá no Word. Tenho a referência completa na norma da ABNT desse artigo que eu quero fazer a referência. Além disso, então, por meio do Mendeley, você pode aqui dentro do Microsoft Word em referências, você pode onde diz "Insert citation" pode instalar o Mendeley e fazer a busca pelo autor já aqui dentro do Word. Por exemplo, se eu quero procurar essa autora Cain, eu venho aqui, digito Cain. Ele já abre aqueles mesmos artigos, que ele abriu lá dentro do programa, ele abre aqui para mim. Então, se eu quero digamos citar esse artigo aqui The ability to learn, eu venho em OK e ele gera já uma citação para esse autor. E depois, quando eu quero incluir isso lá nas minhas referências, eu venho "Insert bibliography" e ele já me dá então a referência completa. Nesse caso aqui, está faltando uma informação, está faltando o nome da revista. Então, é claro que sempre esses recursos todos eu tenho que utilizar monitorando. Eu preciso monitorar esses recursos, às vezes pode ser que o programa não consiga extrair do arquivo todas as informações que ele precisa. Então tenho que que prestar atenção para conferir sempre se a referência está correta. Certo? Bom, esses então são alguns dos recursos que eu queria apresentar para vocês. Espero que vocês tenham aproveitado um pouco dessa introdução às citações e referências. CORREÇÕES NO CONTEÚDO DO VÍDEO: Na apresentação de power point usada neste vídeo, observamos a necessidade das seguintes correções: 1- Citação direta longa: não usa-se aspas no início e fim. 2- Referência de capítulo: é obrigatório informar o número da página inicial e final do capítulo após o ano de publicação do livro. Ex: MARCUSCHI, L. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A (org.). Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. p. 19-36. 3- Referência de artigo: é obrigatório informar o número da página inicial e final do capítulo antes do ano de publicação da revista. Ex: SERAFIM, M. S. Da teoria à prática: um olhar sobre a oralidade na sala de aula. Revista Internacional d’Humanitats, v. 21, p. 27-34, jan-jun 2011. 6.2 Links para os recursos tecnológicos citados no vídeo Nesta página, você encontrará os links para os recursos tecnológicos citados no vídeo. Recursos tecnológicos para citação e referências: Google acadêmico (buscar citações nas normas) [O vídeo a seguir é composto por uma narração e a visualização de uma tela de um computador, o qual está sendo manipulado durante o vídeo e faz parte da explicação de quem está apresentando] Olá, pessoal! Nesse vídeo vou mostrar pra vocês como formatar uma referência da sua lista em apenas alguns segundos! Sim, tem como fazer isso, e é super simples. Estou aqui agora com um resumo sobreum tema bem aleatório que eu escolhi: "Educação e saúde”. Estava lendo dois artigos sobre esse tema e construí uma ideia com base nesses dois artigos, com base na ideia de dois autores: um deles o Buss e outro o Alves, em seus respectivos anos. Esses aqui são os artigos que estava lendo, os dois em PDF (a apresentadora apenas abre o arquivo em PDF). Como eu fiz um resumo do pensamento dos dois autores, eu preciso dar o endereço desses dois autores. E esse endereço de como você encontra essa referência fica no final do documento, na lista de referências bibliográficas. As normas da ABNT possuem padronização específica de acordo com cada tipo de documento que você está utilizando, então se é artigo, formata de uma forma, se é livro formato de outra forma, e aí você tem que decorar tudo isso. E não é fácil! Como eu fazia na época do meu TCC. Não sei se você faz desse jeito, provavelmente sim. Eu vinha aqui, copiava o título do trabalho, colava aqui embaixo [aqui embaixo refere-se à área de referências bibliográficas], ia lá, copiava o nome do autor, colava aqui embaixo, e nisso se passam anos. Vinha aqui, pegava o nome da revista aqui embaixo, copiava lá e tentando fazer desse jeito. Da mesma forma com o outro, copiava o título, o autor. Eu vinha com o manual da ABNT, colocava o manual aqui do meu lado, abria uma página aqui do lado e ficava vendo: artigo, primeiro vem o nome do autor, depois aqui tem um ponto, então o título, mas só que não é assim, o sobrenome aqui vem primeiro em caixa alta. E aí ficava a noite inteira batendo cabeça com isso. Mas existe uma ferramenta que você utilizar que economiza todo esse trabalho pra você. É um link do Google Acadêmico. Se você não conhece essa página, digite a palavra acadêmico na página de busca principal do Google, e clique nessa neste link que vai aparecer [https://scholar.google.com.br]. Como faz por aqui? Você vai copiar o título do trabalho, e vai colar nessa aba de busca. E aí ele vai mostrar o trabalho, exatamente o autor que eu estava utilizando. Vou clicar em “Citar”, e ele me dá três formatos de referência: a primeira, que é mais utilizada pela área de humanas, a terceira que a “APA”, ela é bem utilizada na área de revistas com publicações em psicologia, e a nossa querida e temida ABNT. Você copia esse texto que o site vai gerar e cola no final do documento que está construindo. Pronto, demorou alguns segundos para fazer isso. Alguns segundos que vão economizar dias e anos, e noites perdidas de som da sua vida. Espero ter contribuído um pouco na sua vida acadêmica. Menthor (formata na ABNT) [O vídeo é a apresentação de uma plataforma por um narrador. Segue abaixo o conteúdo.] Para formatar as referências do seu trabalho nas regras da ABNT, existe um site chamado Menthor que faz isso automaticamente para você. Para acessá-lo, o link é www.menthor.co . É bem simples, é só clicar em acesse, onde você irá para uma página de login. Caso você tenha um login basta colocá-lo e entrar. Caso ainda não tenha, você pode entrar pelo Facebook, por uma conta Google ou criar uma conta para você. Eu vou entrar com uma conta Google, que é a mais simples. Depois de entrar, você irá para uma página onde terá a opção de fazer uma referência de um livro. É só colocar o nome do autor, título, entre outros dados que forem pedidos e então estará pronto. Pode-se fazer uma referência de um site da internet, colocando o site, o título e a data. Depois é bem simples, ele formatará para você automaticamente. E é só copiar e colar no seu trabalho. Você também pode salvar e copiar onde foi salvo. E poderá utilizar mais tarde, caso queira. Também pode fazer referências de artigos, sendo de revista ou de um artigo retirado da internet. Instalando normas ABNT no Word [O vídeo acima é a apresentação de um tutorial no programa Word e é apresentado por um narrador. Segue abaixo o conteúdo.] Fala pessoal, tudo bem com vocês? Nessa aula eu vou ensinar como instalar as normas da ABNT no Word. Dentro do programa, eu venho na aba Referências, no estilo, temos aqui os estilos da ABNT. No seu caso, provavelmente você não tem, deve ter a “APA” e os outros abaixo. A APA é a dos Estados Unidos. Em primeiro lugar vamos entrar no site da Microsoft para a gente ver o que é que eles falam pra gente. Tô aqui no site da Microsoft, e primeiro de tudo você vai conferir qual é a versão do seu Word. No meu caso aqui é o 2016, o que eu faço? Seleciono isso daqui [A localização das bibliotecas no computador referente a versão do Word], e copio o endereço. Vou abrir o executar, é só apertar a tecla do Windows e apertar o R. Ele já abre o executar. Control + V pra gente colar, e aperta o Enter. Ele já abre a pasta aqui pra gente. Ele já entrou na pasta do Microsoft, bibliografia, estilo e tudo mais, e aí é só você colar aqui. O que você vai colocar aqui? Esses arquivos aqui que eu vou deixar na descrição do vídeo para você baixar também. Você vai selecionar, e vai arrastar para a pasta. Aí é só você fechar o seu Word, depois você abre novamente, e já vai estar lá tudo funcionando para você trabalhar com as normas da ABNT e com os estilos, tudo certinho. Tá bom? É simples assim, mas se você ficar com dúvida deixe nos comentários abaixo que eu vou procurar ajudar. Mendeley para iniciantes [O vídeo a seguir é composto por uma narração que explica sobre o uso de uma ferramenta. Segue abaixo o conteúdo narrado] Fala galera, hoje iremos falar sobre “Mendeley”. O que seria o Mendeley? Mendeley é uma ferramenta que está sendo bastante utilizada no meio acadêmico para gerenciar, principalmente, suas referências bibliográficas. Além disso, ele pode compartilhar, editar, anotar, alguns dos seus artigos científicos. Está sendo bastante utilizado por estudantes, pesquisadores, palestrantes, bibliotecários, etc. Como instalar o Mendeley? Você terá que acessar o site do Mendeley [https://mendeley.com]. Depois que estiver no website, você vai no canto superior direito e clica aqui em download. O Mendeley atualmente, está disponível para várias plataformas, como Windows, MacOS e o Linux, além de sua versão mobile. Mas hoje iremos trabalhar com a versão desktop dele, utilizando a plataforma windows. Você seleciona e baixe conforme o seu sistema operacional. O download inicia automaticamente. Depois que você executar o arquivo baixado vai aparecer as permissões necessárias. Pronto, Mendeley desktop tá instalado. Pode deixar essa opção marcada. [Opção: Run Mendeley desktop] Aqui, ele vai executar automaticamente o Mendeley desktop ao final da instalação. Na tela inicial do Mendeley é onde você faz login, mas provavelmente você não terá nenhuma conta, então você vai ter que clicar em registrar-se. Vai direcionar para o site do Mendeley. Você vai colocar o seu e-mail. Após criar a sua conta, é exibido o seu Mendeley só que a versão para website, versão virtual. Aqui, ele pergunta se você já baixou o aplicativo, se já tem o mobile, mas vamos focar no Mendeley versão desktop. Depois do cadastro feito, a gente vai instalar duas ferramentas necessárias do Mendeley, que é o Web Importer, o navegador do Office. Você vai no botão Tools, seleciona Web importer. Caso você use o Google Chrome, você coloca aqui e instala a extensão do Google Chrome, Firefox, assim como com o Safari, Internet Explorer e outros. Essa ferramenta vai ser utilizada para você poder pegar os artigos científicos da internet em formato pdf e colocar automaticamente dentro da sua biblioteca do Mendeley. E, ao mesmo tempo que ele importa o arquivo, ele também vai estar importando as suas referências do título, autor, edição, tudo isso. Depois que você instalar a ferramenta para o Google Chrome, vai aparecer um ícone no canto superior direito. Futuramente vou explicar como utilizá-lo. Agora vamosinstalar a ferramenta para o Word. Você vem de novo no botão Tools e clica na segunda opção. Dê ok. Vamos abrir o Office para verificar se a instalação foi concluída. Você vai vir na aba de menu do programa, na parte de referências e vai verificar. Inserir citação, atualizar, voltar, abrir Mendeley, inserir bibliografia. Podemos conferir aqui que a instalação ocorreu sem nenhum erro. Eu vou passar para vocês como inserir a nossa primeira referência no Mendeley. Existem vários métodos. O primeiro que vou ensinar vocês, vai ser inserir através de um arquivo. [No processo ele clica num pequeno ícone de uma folha de papel que está no canto superior esquerdo] Eu já tenho um arquivo baixado aqui, uma mídia virtual, um livro “Paulo Nader - Introdução ao estudo do direito”. Depois que você botar o arquivo você vai ter que nomear o livro “Introdução ao estudo do direito”. Autor “Paulo Nader”. É importante observar que ele já muda a ordem automaticamente, assim como está na regra da ABNT. [O narrador segue colocando alguns dados do livro] Que ano essa versão? “2014”. Aqui na cidade de “Rio de Janeiro”. A edição “36ª”. Editor “Forense”. Só com esses dados ele já extraiu a ISBN. Tudo pronto. Está salva a nossa primeira referência bibliográfica “Nader, Paulo - Introdução ao estudo do direito”. Será necessário a gente, caso você queira trabalhar com a ABNT, você terá que colocar o estilo da citação no padrão ABNT. Como que faz isso? Você vai em view, citation style, more styles, get more styles, e então vou colocar aqui “Associação brasileira de Normas Técnicas”, install. Está instalado. Vou vir aqui em “Associação Brasileira de Normas Técnicas”, use this style. Pronto. Quando você fizer uma citação pelo Word ou qualquer outro programa de gerenciamento de texto, vai vir na forma da ABNT. Vamos para outra de como colocar referência bibliográfica. Outra forma será utilizando o link do Google Chrome. Você vai digitar “SciELO”, que é uma biblioteca eletrônica de artigos científicos. Vamos pesquisar um assunto aleatório. Vamos colocar “Filosofia do direito”. Vamos escolher um artigo. Vou selecionar o artigo “Educação na e para a democracia no Brasil: Considerações a partir de J. Dewey e J. Habermas”. Você vai até o canto superior direito e vai clicar no ícone do Mendeley. Ele vai analisar e pegar todos os dados necessários. O título, os autores, a data, o link de acesso, que é uma coisa muito necessária quando for um artigo virtual, assim como está escrito na norma da ABNT, e a data de acesso. Você vai selecionar esses dois itens. [Os itens em questão são duas caixas de seleção “Related papers - these documents might also be relevant.”, e a outra são os artigos relacionados.”] Aí, depois de referenciado, você vai vir no Mendeley e vai apertar em “Sincronizar” [sync]. Ele vai sincronizar o seu aplicativo com o Mendeley Web. Agora, o último caso de referências bibliográficas seria eu tendo a mídia física na minha casa e queria botar manualmente. [Para fazer isso, ele clica na pequena seta que fica no canto superior esquerdo ao lado do ícone de uma folha de papel. Após clicar na pequena seta, ele clica em “Add entry manually”] Digamos aqui que é um livro, ele é o “Dom Casmurro” do Machado de Assis. Título “Dom Casmurro”, o autor “Machado de Assis”, ano desta versão que eu tenho é “2009”, cidade “São Paulo”, Essa é a edição de número 40, editora “Ática”, número de páginas “232” (esses dados vão sendo solicitados em caixas de texto e preenchidos pelo autor do vídeo). Esses são os dados obrigatórios. Se posteriormente eu quiser colocar o ISBN do livro, eu posso colocar, mas por enquanto, para esse exemplo, vamos ficar somente esses dados. Salvo como livro. Todos esses dados são salvos aqui. Pois bem, como vamos referenciar isso no word? Vamos lá, a gente abre o Word, e a gente vai usar como exemplo o livro do Paulo Nader. Esse aqui é o livro do Paulo Nader que eu coloquei lá. Vamos pegar uma afirmação dele bem no início do livro dele. “Identificar o Direito, no universo das criações humanas, situando-o como ordem social dotada de coerção e, ao mesmo tempo, fórmula de garantia da liberdade, é a grande meta do conjunto de temas que se abrem à compreensão dos acadêmicos.”, esse é o trecho que vou utilizar. Vamos lá para o Microsoft Word. Como ele dizia lá, "Identificar o Direito, no universo das criações humanas, situando-o como ordem social dotada de coerção e, ao mesmo tempo, fórmula de garantia da liberdade, é a grande meta do conjunto de temas que se abrem à compreensão dos acadêmicos.” isso é uma afirmação de Paulo Nader. O que é que eu vou fazer? Vou inserir uma citação [Ele vai em Referências - insert citation]. Aqui diz, procure pelo autor, título, ano na minha biblioteca. Vou colocar “Paulo Nader”. Assim como está na ABNT, o Word acrescenta o “NADER, 2014”. Muito bem. Ao fim do meu artigo científico, o que é que eu vou ter que fazer? Vou ter que inserir a bibliografia completa. Então, vou clicar no botão do Word que está no menu referências, chamado “Insert Bibliography”, e pronto. Aqui estarão as minhas referências bibliográficas. Pois bem, o aplicativo Mendeley simplifica muito a vida do pesquisador e do estudante, porque conforme você vai estudando e lendo vários artigos, você pode ir salvando na sua biblioteca. E além de salvar vários temas, você pode criar, separar e organizar os diversos temas. Como? Você aqui, por exemplo, criar uma pasta. Vamos criar uma pasta de introdução ao estudo do direito. Vou lá nos meus documentos e vou arrastando para a pasta. Essa foi a explicação acerca da ferramenta Mendeley. Obrigado! Overleaf (formata artigo com as referências) [O vídeo a seguir é composto por uma narração e a visualização de uma tela de um computador, o qual está sendo manipulado durante a apresentação do vídeo] [Título: Latex rápido para TCC 1: Introdução ao Overleaf] Olá! Hoje, eu estou aqui para ensinar você num curso rapidinho de como usar LaTeX para escrever a sua monografia ou o seu TCC. Mais especificamente eu vou estar ensinando como usar os pacotes “Geotec” para fazer TCC na UTFPR. Aqui no Campus Pato Branco a gente tem o pacote mantido nesse repositório do GitHub [O repositório em questão chama-se gmsotavio/UTFPRTeX]. Mais pra frente vou explicar certinho como que a gente usa. Se vocês quiserem eu explico como usar o “GIt”, como usar essa ferramenta aí que a gente tem disponível. [Título: Primeiro passo] Mas para início de conversa, o que você precisa saber de LaTeX para poder fazer o seu TCC, fazer sua monografia? Você vai achar um monte de tutorial e um monte de curso pela internet te ensinando como instalar “as paradas e tals” e onde procurar pacotes. Mas, para quem está começando, para quem só usou o Word até hoje na vida e não sabe nem o que realmente é um processador de texto, eu recomendo que você o Overleaf. Essa ferramenta é fantástica. É só entrar no Google, escrever “Overleaf” e você vai achar. [Título: Como usar o Overleaf?] Você não precisa ter uma conta para usar, você pode simplesmente clica em “Create a New Paper”, e pronto! Você pode começar a escrever. Isso aqui é só um exemplo do que você pode fazer no Overleaf. Eles têm duas opções de escrita. Uma que parece mais com o Word, você só vem, e vai escrevendo como se fosse o Word mesmo. E para quem já é mais mais “root”, para quem é mais raiz, você tem o source normal. Daí aqui é LaTeX mesmo, aqui é na raça. Na metade direita da tela você consegue ver uma prévia de como vai ficar o seu documento. Isso aqui é só um exemplo, eles colocam uma tabelinha, colocam uma figura só para mostrar como é que ia ficar se você pegasse e deixasse o código do jeito que está. Se você clicar em project, vai aparecer uma lista de todos os arquivos que tem nesse projeto. Se você quiser, você pode adicionaruma nova pasta de imagens, e daí você vai e joga as imagens dentro para deixar tudo organizadinho do jeito que você quiser. Mas enfim, isso a gente olha mais pra frente. Você pode usar o Overleaf sem uma conta, mas eu não recomendo, porque é muito chato ter que ficar guardando a UTL para poder editar. [Título: Criando uma conta] A gente vai abrir uma conta aqui no Overleaf. Você clica, na página principal do site, em SIGN UP. Tem algumas opções que se você tiver uma conta no Google, eu recomendo que você só clique nesse botão. Você pode usar o e-mail da UTFPR pra fazer isso aqui. Você só precisa colocar o seu e- mail, a sua senha e pronto. Você acaba de criar sua conta no Overleaf. Agora você pode criar projetos e eles vão ficar aqui, registrados na sua conta. Conta feita, agora vamos criar o nosso projeto. Vamos em “Create a new project”, selecionamos “Blank paper”, e você já está pronto para começar a escrever, beleza? Acho que num próximo vídeo, vou explicar como que a gente coloca o pacote do UTFPRTeX aqui no Overleaf para escrever o nosso TCC ou proposta. 6.3 Plágio e receio sobre originalidade Quando tratamos sobre citações, surgem muitas dúvidas sobre o que configura o plágio. Para essa discussão, sugerimos o vídeo de Debora Diniz intitulado "Plágio e receio sobre originalidade". Olá, eu sou Débora Diniz, eu sou professora licenciada, eu estou em licença da universidade de Brasília, na faculdade de Direito. Atualmente eu sou pesquisadora na universidade de Brown, pesquisadora visitante. Durante muitos anos atuei na Anis Instituto de Bioética que é quem está apoiando a iniciativa da professora Rosana Pinheiro neste curso de escrita acadêmica. É um prazer muito grande estar com vocês. Eu estive na conversa de abertura inicial desse curso com ela. Quando eu digo que muitos anos eu estive na Anis, não é que não esteja mais. É que com a distância geográfica, a minha presença é diferente. É com muito prazer saber que é a Gabriela, Luciana, Artur e Yasmin que estão por trás de organizar a parte invisível deste curso. Eu agradeço a todos vocês, mas em particular as minhas colegas e aos meus colegas que vão oferecer as aulas. O tema que me foi pedido é um tema que mistura um certo interdito da vida acadêmica, um proibido, um fantasma, um medo. Eu acho que nós podemos sair aqui aumentando a lista de coisas que está em torno do plágio, mas também do seu outro lado escondido. Quer dizer, como é que eu vou criar algo? Como é que eu vou ser original em algo? Qual é a diferença entre originalidade e ineditismo? E todo esse processo da vida acadêmica que nos força, nos pede, nos ensina, nos domestica, nos apresenta a tantas pessoas contemporâneas a nós, que vieram antes de nós, que já disseram tantas coisas. Como é que nós fazemos para abraçar essa biblioteca? Biblioteca possível no momento de iniciação científica, de monografia de graduação, de mestrado, de doutorado ou em qualquer momento da sua vida como escritora. E esse receio “será que alguém já falou isso?” Será que essa minha ideia já foi dita por alguém? Será que isso é plágio ou será que tudo isso que eu estou dizendo não tem nada de novo? Por que que eu estou escrevendo? Então, o tema de hoje é plágio e esse receio de originalidade. Então, por que as duas coisas estariam juntas? E por que elas se movimentam assim no nosso processo de aprendizado acadêmico ou de domesticação e de iniciação à criação? Eu escrevi um livro em parceria com a Ana Terra que se chama “Plágio: palavras escondidas”. Ele está disponível em PDF. Ele foi produzido pela editora da Fiocruz junto com a editora Letras Livres da Anis. Eu sei que ele está em PDF, então claro que esse é um convite, se vocês puderem adquirir o livro adquiram, se vocês não puderem, ele está por aí em circulação. Eu preciso confessar a vocês que quando eu fui escrever esse livro, eu tive uma surpresa, o quanto se precisava escrever para se falar disso, plágio. Então, a minha proposta hoje é que eu comece com uma definição de plágio. Vocês vão encontrar outras, vocês vão encontrar outras autoras e atores. Ao contrário do que eu faço, eu vou falar no masculino, e eu já explico o porquê, a aula toda vai estar no masculino a partir de agora. Os autores, os plagiadores. Essa conversa, eu vou perseguir, vou começar com uma proposta de definição de plágio. Vou fazer uma diferença entre a ideia de plágio como uma cópia e plágio como um pastiche. O que fazer? Que técnicas podem ter para nós tentarmos evitar o risco de plágio? Essa fronteira tênue entre um pastiche ou plágio, pastiche e uma paráfrase, e o que é citação direta. E no final, um pouco sobre originalidade e ineditismo. Então, a gente tem quatro pontos aqui: uma definição de plágio como pastiche, o que fazer para evitar o plágio, a paráfrase e citação direta, esse final da originalidade e ineditismo e da criação. Como eu disse, então vamos começar. O que que é o plágio? O plágio é uma cópia. O plágio é quando se faz uma apropriação indevida, é quando se retira palavras, ideias, criações, mas ideias escritas, criações escritas. Uma produção, uma matéria e se faz uma apropriação indevida. Então, vejam eu não estou usando, eu não estou definindo plágio como roubo, eu não estou definido plágio como apropriação de ideias, ideias no sentido da oralidade. Eu estou definido plágio na vida acadêmica. Na música pode ser outra coisa, em patentes pode ser outra coisa. Eu estou falando na vida acadêmica com a escritura acadêmica, com a escrita acadêmica. Então, a nossa conversa sobre o plágio está circunscrita aqui. Certamente outros campos e outras formas de circulação de conhecimento vão colocar outras fronteiras para definição do que seja apropriação indevida, inclusive fazendo uma fronteira com o campo jurídico de propriedade intelectual. Então, imaginem vocês como é que eu estou definido plágio: uma apropriação indevida de uma criação literária, de uma peça escrita de outra pessoa. Essa apropriação indevida se dá quando se retira algo que foi produzido por alguém e se faz assumir como se fosse de outra pessoa. Então, o plagiador é acima de tudo um mentiroso. Ele é alguém que faz crer que as pessoas que estão o lendo, os seus leitores, acreditam que aquelas palavras, que aquela composição argumentativa foi apresentada como uma criação do plagiador, e não foi. Ela é uma apropriação indevida da criação de outra pessoa. Alguns podem chamar isso de roubo, mas vejam que roubo é uma categoria penal e que implicaria que, na medida em que eu roubo algo, eu posso estar equivocada, e podem aparecer penalistas por aqui para fazer uma discussão comigo, que o roubo eu retiraria aquelas palavras, e a pessoa originalmente que as criou, que as elaborou, que as escreveu, perderia a posse delas, perderia a propriedade delas. O plágio faz essa circulação indevida de palavras, mas cujo principal efeito é uma enganação do leitor. O leitor imagina que está lendo algo escrito por um autor, mas foi por outro. Então, o plágio, na minha forma de entender, é majoritariamente uma questão de integridade acadêmica e da ética acadêmica. O plágio pode ter as suas implicações no campo jurídico. Como eu já disse com compreensões de que há sim algum tipo penal aqui ou mesmo discussões sobre propriedade intelectual. Então, imaginem vocês que quando alguma de vocês vem a escrever uma monografia de graduação e deposita na biblioteca, no repositório da sua universidade. Não há essa configuração de direitos autorais nessa peça porque a monografia de graduação, dissertação de mestrado e a tese de doutorado, ela é chamada, no campo da literatura acadêmica, me perdoe minha expressão, mas é assim o vocabulário, nós precisamos mudá-lo, como uma certa literatura cinzenta. Literatura cinzenta é aquela que é parte de um processo que a validação do que está dito é dado por uma banca, algumasvezes por um orientador. As publicações acadêmicas quando se submetem às editoras, quando se submetem aos periódicos que são regimes de estratificação, regime de poder, regime de reconhecimento, elas ganham um outro status, status acadêmico e também status caso venha a ocorrer um plágio porque um periódico acadêmico, aí sim, há um detentor de direitos autorais, os autores escrevem aqui, eu digo que fui eu que produzi isso e, e há disputa sobre a propriedade intelectual, há disputa sobre direitos intelectuais. É quando se publica nessas plataformas em que se concede o direito autoral, para as editoras, para os periódicos acadêmicos. Grande parte da nossa iniciação acadêmica é feita sem que esta fronteira com direito autoral exista. Isso não quer dizer que não tem autor, há um autor. Cada peça escrita na nossa vida acadêmica e que compõem esses ritos tem uma autoria. E se ele tem uma autoria, pode sim ser reclamado o plágio ou de quem o apresenta como seu ou de quem adiante copia. O plágio pode ser feito da maneira mais simplória possível, que é um CTRL + C, CTRL + V, copiar e colar. Esse é o plágio de um tolo, de alguém com pressa, é um plágio de alguém que sabe que aquele professor não vai ler mesmo. Então, isso aqui é uma tática para sobreviver porque você tem os encontros acadêmicos, que você também sabe até onde você pode ir. Então, esse plágio do copia e cola, que uma máquina que são chamados de software de caça plágio, os programas de computador de caça plágio, eles pegam por palavras em sequência. Então, eles pegam por palavras em sequência, sete palavras, e essa é grande parte da métrica de se levantar a bandeirinha vermelha de que é um risco de plágio desse mais óbvio de copia e cola, ele é feito por máquina. Há muitas universidades brasileiras agora, nos seus programas de pós-graduação que já incorporaram esses softwares de caça plágios, de incorporação para fazer uma varredura. Você não precisa nem ter acesso a esses softwares. Você pode ir por um uma ferramenta do Word que se chama “merge”. Você pega um texto e pega outro, cola e ele vai dar as duas colunas, e vai dizer o que é parecido ou não. Você pode ser ainda mais simples, você pode ir no Google. Você sente um “cheiro” de que aquele parágrafo, naquele texto que você está lendo, ele muda a voz, ele muda o estilo de escrever. Você copia e cola no Google e você consegue chegar, muitas vezes, nesse plágio que é simplesmente uma cópia. Esse é um plágio de um tolo, de um preguiçoso, esse é um plágio que uma máquina pega. Algumas pessoas dizem: “esse é um plágio tolo, esse é um plágio que uma máquina pega”, e se eu disser: um plágio infantil que até mesmo os computadores são capazes de identificar, isso é um plágio? O que é isso que eu acabei de fazer? O que será que acabou de ser feito? Quando eu troco palavras, quando eu troco ordens, mas o conteúdo da mensagem é o mesmo, o que eu estou fazendo? No livro, nós oferecemos esse nome, vindo da arte, como pastiche. Eu recomendo muito que vocês olhem, vem do campo da literatura, vem do campo das artes plásticas, e no livro vocês vão ver vários exemplos. Eu sugiro muito que se vocês puderem dar uma pausa agora e darem um Google no quadro da Monalisa, e começar a olhar Monalisa de Basquiat, Monalisa de Maurício de Sousa, Monalisa de Bottero. O que será que a gente tem diante de nós? Plágio? Será que Bottero, quando faz a sua própria Monalisa, nós vamos classificar isso como plágio? Ou há uma criação absurdamente inédita, uma peça estética que nos pede um tempo para olhar? Como a capa do livro, a leitura de Magri, do livro que eu escrevi com Ana Terra. Então, o pastiche na arte é valorizado, o pastiche na literatura é um intertexto que é feito para ludibriar o leitor de maneira que ele descubra o que está por ali escondido, ele é uma criação por ele mesmo. Na vida acadêmica, o pastiche, quase sempre, ou sempre, é só uma maneira de enganar, de esconder o original. Eu troco “mas” por “todavia”, o “original” por “peça primeva” e é assim que você faz. Então, é daí onde eu começo a migrar que é aqui no pastiche onde está o principal risco do plágio na vida acadêmica, especialmente, quando nós estamos começando a sermos expostos ao o que é a escritura acadêmica, o que é escrever como cientista. Nós aprendemos repetindo, nós aprendemos seguindo os modelos de introdução, metodologia, resultados. “Este artigo diz que”. Aí vai ter disputa se eu posso falar em primeira pessoa, ou primeira pessoa do plural, “discute-se que”. Mas nós temos uma fôrma de como escrever, e nós começamos a ler a mesma coisa em vários autores. Eles falam lá “Código de Hamurabi”, esse é um texto muito bacana para aqueles que são da área jurídica. Vale a pena vocês buscarem. Aí fala das cavernas, aí se pula para Aristóteles, de Aristóteles para Santo Agostinho, de Santo Agostinho para Getúlio Vargas, de Getúlio Vargas para ditadura militar no Brasil, e aí começa a se falar do que é o bolsonarismo. E para cada um desses períodos históricos que aparecem em quase todas as introduções de monografias, dissertações e teses tem que fazer um percurso. É um percurso que os historiadores que leem outras áreas que não da historiografia propriamente dita acham graça de como nós fazemos esses recortes de eventos da história. Mas além de se fazer essa historiografia que conecta como se houvesse uma linha no tempo, nos processos históricos, o que é mais curioso é que esses são parágrafos repetidos e repetitivos, de um para outro, que a gente não sabe mais quem foi que criou. “O tripé da seguridade social no Brasil, e aí nós tivemos a saúde, educação”, estou dando os exemplos das coisas que eu mais li. “O feminismo da primeira onda, o feminismo da segunda onda. Mas quem falou isso? Quem criou isso? É aqui onde nós começamos a nos confundir. Há um jargão da vida acadêmica que ninguém espera que você cite mais porque ele é parte do assentamento da sua comunidade. Então, não é tudo que você falar que você vai buscar a fonte porque há uma parte do jargão da comunidade a qual você entra. E que buscar fontes para falar “o feminismo da segunda, da terceira onda, da quarta onda” é talvez mostrar uma certa ingenuidade, até o momento em que aquele conceito está assentado. Uma vez o conceito assentado, você vai avançar para onde o debate está em controvérsia, aonde o debate pede a sua entrada com alguma originalidade de criação ou de composição de autores. Então, essa certa repetição, até mesmo sem fontes, é onde há o deslizamento de ser introduzido, há um jargão do campo e onde, inadvertidamente, correr o risco de um pastiche porque está se repetindo o que outros já disseram. Bem, quais são as formas de se evitar cair no risco do pastiche que é mudar as palavras, mudar as ordens, repetindo o que outros já disseram, muitas vezes escondendo as fontes? A primeira solução é sempre citar as suas fontes. Aquilo que você leu, você vai usar. Eu já vou explicar como citar, que há uma diferença entre citação por paráfrase, que é a chamada citação indireta para alguns, mas eu acho essa expressão confusa. E a citação direta que é aquela que nós abrimos as aspas e nós citamos. Então, é sempre citar, colocar o autor, o ano, a obra. Por isso que referências bibliográficas, ABNT, Chicago ou qual for o sistema da sua universidades ou do seu Programa são importantes, porque elas são rotas de reconhecimento por onde você passou e da integridade do seu pensamento, e de onde você se afilia, é a comunidade a qual você anuncia que você pertence. Referências bibliográficas é a comunidade a qual você pertence. Referências biográficas é diferente de bibliografia. Bibliografia é tudo aquilo que você leu, talvez fosse monografia, dissertação, tese. Referências bibliográficas é aquilo que efetivamente você citou, você usou para escrever aquele texto. Em geral, é muito menor. Nóslemos muito mais do que o que nós vamos de fato dizer. “Mas eu li e eu não vou usar?” Esqueçam esse verbo usar como citar, você usou para pensar, você usou para aprender com você mesmo. Você usou para criar, mas não necessariamente você precisa citar, referenciar. E não são todos os autores que merecem esse status tão importante de citação, de referência no seu texto. É uma referência que você está dizendo “eu referencio e reverencio o que essa pessoa disse”. Então, fala muito sobre você. Escolha muito quem você vai colocar nas suas referências biográficas. A primeira forma de evitar o plágio é cuidando das suas referências bibliográficas com notas cuidadosas. Todos os domingos, eu estou fazendo uma banquinha de tira-dúvidas e, certamente, notas, fichamentos, vai ser um dos temas de banquinha na qual nós podemos colateralmente mandar para banquinha do domingo na minha conta, na comunidade do Instagram que tem meu nome “debora_d_diniz”; e ali tem a banquinha todo domingo às 5:00 da tarde. Fazer notas bem feitas, usar o Mendeley bem feito, isso ajuda muito no controle de deslizes de notas, de se usar um pastiche. Não existe isso de dizer que eu li algo e eu acabei escrevendo de maneira idêntica porque eu tenho boa memória. A não ser que você seja um personagem de Jorge Luis Borges que se chama “Funes o memorioso”, isso não existe de lembrar de tudo que passou. Então, essa é uma hipótese menos razoável, mas são deslizes de notas e, em casos mais raros de má-fé. Quais são as duas formas que na escritura acadêmica nos ajudam a pelo menos eliminar o fantasma de que usei a escritura de alguém sem se quer ter citado? Mesmo fazendo um pastiche, mesmo fazendo algo mal feito. Um é que paráfrase não é pastiche. É uma regra básica matemática que eu daria a vocês. Você leu um livro inteiro, o livro tem 200 páginas e você está precisando resumir isso em duas páginas, que é isso que você vai fazer na sua dissertação, você vai terminar de ler o livro, você vai ver daqui o que me interessa para construção do meu argumento. Você está reduzindo 200 páginas em três parágrafos. Se o seu original te toca diretamente ao ponto de você achar que vale a pena introduzir aquilo ali no seu texto e é um parágrafo e você está precisando de um parágrafo no seu texto, isso é matéria para citação. Citação você mede pela extensão do original e a extensão das ideias que você precisa para dizer aquela ideia no seu texto enquanto a paráfrase exige um enorme exercício de contrição, de síntese e de análise. Nunca vai haver uma paráfrase igual a outra. Por isso que essa repetição que eu dizia antes, desses períodos históricos, em que todos repetem as mesmas coisas, é muito mais um pastiche que circula ou jargão que circula em uma comunidade do que mesmo a paráfrase bem feita. A paráfrase é feita por cada autor em um momento de composição de uma estrutura porque só ele vai saber como pegar um livro e compor uma contrição, uma redução de 200 páginas para cinco parágrafos no seu texto baseado no seu argumento, no seu tema de tese, de dissertação. Grande parte da nossa estrutura acadêmica é baseada em paráfrases, muito menos em citações diretas. Há inclusive autores que dizem que as citações diretas não devem tomar mais do que 10% do seu texto. Vocês vão dizer “mas caramba que coisa...que coisa prescritiva, por que dez porcento? Eu quero ser honesta com quem eu li, vou dizer “segundo fulano de tal”, “de acordo com o fulano de tal”. Porque todas as vezes que nós vamos fazer “segundo fulano de tal”, “de acordo com o fulano de tal”, olha quantas coisas você tem que fazer no seu texto. Você tem que fazer “Segundo Michel Foucault”, abre aspas. Se for uma citação mais longa você tem que mudar a fonte, fazer espaçamento. Abra a página da sua tese, da sua dissertação, da sua monografia, qual é a primeira coisa que você vê quando tem uma citação direta? A primeira coisa que eu vou ver é aquilo que não foi você que disse, que foi outra pessoa que disse. Enquanto a paráfrase é você dizendo. Há uma autoria na paráfrase porque inclusive eu posso dizer que você leu errado um autor, que você interpretou errado o autor. Grande parte da nossa iniciação na vida acadêmica, especialmente a graduação, mestrado e doutorado, são exercícios interpretativos de repetição analítica de um original para ser colocada à prova sobre como você interliga autores, conceitos e compreende aquela abstração. Todo conceito é uma composição abstrata. O seu exercício de escrita tem que ser noventa porcento paráfrase, dez porcento citação direta que é quando aquilo que você precisa tem a mesma extensão daquilo que você vai citar. Eu começo a terminar. Então, isso nos leva a dizer: “Poxa, então qual é a minha originalidade aqui? Se eu tenho que fazer essencialmente uma escrita de paráfrase, se eu tenho que dominar o jargão do campo, que aquilo que o campo aceita como uma circulação de informação já sem autoria. Grande parte é paráfrase, paráfrase tem autoria. Uma parte pequena é citação direta. Onde é que eu sou original? Nesta composição. Entre o jargão, a paráfrase e a citação direta com seu tema de pesquisa. A originalidade é esta composição da escritura que é sua, a partir do seu tema de pesquisa. Por isso que nós não copiamos as paráfrases de outra pessoa. Por isso que os seus professores vão dizer “leia os originais”, pode ser qualquer língua, mas leiam os originais porque você vai fazer a paráfrase. Nós lemos os manuais de ajuda dos originais, mas os manuais são parafraseadores que nos explicam como ler, mas ele está dando uma composição analítica. E é você que tem que ler para dizer: como eu, daqui, retiro a composição dos conceitos e da arquitetura da argumentação para responder à minha pergunta. Então, essa é a originalidade, você não precisa ter receio. Se você fizer isso bem, o seu texto é original, seu texto inédito, nunca foi feito antes. Ineditismo não é essa genialidade da descoberta, não. Isso é especialmente uma fantasia de uma área biomédica de poucos, descoberta de uma vacina, descoberta de um novo tratamento. O que nós fazemos, por exemplo, é tentar responder a pergunta de Foucault: “o que está acontecendo aqui?” E aí eu vou ver como outros me ajudam a pensar no que que está acontecendo aqui. Então, o que foi a nossa conversa de hoje? A nossa conversa de hoje foi sobre plágio. Eu falei sobre plágio como cópia e o plágio como pastiche. Eu falei sobre paráfrase, sobre citação direta. Eu falei da importância das suas notas, da importância das referências bibliográficas como um mapa do tesouro sobre quem é você, mas também da sua integridade acadêmica. Falei que isso é ser original e inédito e situei e faço uma proposta a nossa conversa de que o plágio está no campo da integridade acadêmica e não do campo do direito penal ou outra área, ao menos neste momento em que nós estamos nas escrituras iniciais da vida acadêmica. Então, por que que nós devemos ter medo do plágio? Porque se você for um plagiador, você só não vai ser descoberto se ninguém nunca leu você seriamente. A primeira vez que você for lido seriamente na sua vida, alguém vai descobrir o seu plágio, isso pode ter sido feito aos 20 anos, aos 30 ou aos 50. Você vai se salvar sendo um plagiador se você nunca foi lido seriamente. Lembra que o plágio não vai compensar, nem como deslize, nem como intencionalidade, porque no dia que você for levado a sério, você vai ser descoberto. Então, não tema, não tema criar dessa maneira por paráfrase, por citação, por construção a partir do seu problema de pesquisa. É assim que a ciência avança, é assim que o conhecimento avança e é assim que nós precisamos de pessoas como vocês que hoje estão seguindo esse curso. Muito obrigada a todos vocês. Estou segura que nós vamos nos encontrar todos os domingos na banquinha de tira dúvidas. Então, a gente sai daqui para lá e euvou estar aqui seguindo vocês. Um abraço forte. Este vídeo é a 3ª aula do Curso de Escrita Acadêmica coordenado por Rosana Pinheiro Machado que pode ser encontrado, na íntegra, no canal do Youtube (https://www.youtube.com/watch?v=UAzzxvxuF9g). Esse curso é uma ótima forma de aprofundar os conhecimentos por nós introduzidos uma vez que aborda a escrita acadêmica e a pesquisa científica. 6.4 Sugestão de atividade Uma importante estratégia de aprendizagem é a revisão e síntese do conteúdo. Tendo isso em mente, sugerimos como atividade final do curso que você elabore um texto de 2 a 3 páginas sobre gêneros textuais acadêmicos: conceitue-os e descreva, brevemente, cada um dos gêneros abordados no curso. Use citações diretas e indiretas dos textos indicados nas leituras de aprofundamento, tarefas e materiais complementares. Ao final, faça uma lista com as referências citadas. Construa o seu texto dentro de uma sequência encadeada de ideais, estruturando- o em introdução, desenvolvimento e conclusão. Observação: Esta é uma sugestão de atividade para prática e revisão dos conhecimentos aprendidos ao longo do curso. Portanto, você não precisará enviar o seu texto e essa tarefa não contará para avaliação do curso. 6.5 Material complementar Indicamos como material complementar o Manual de trabalhos acadêmicos do IFRS no qual você encontrará, em detalhes, as normas de citação e referências da ABNT. Referência: LEMÔNS, A. I. (Ed.) Manual de trabalhos acadêmicos do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul: Câmpus Bento Gonçalves. IFRS – Câmpus Bento Gonçalves, 2012. Clique o link https://repositorio.ifrs.edu.br/xmlui/handle/123456789/209 para abrir o recurso. 6.6 Atividade complementar Por fim, sugerimos mais um material complementar que também possui atividades sobre citações e referências. O discurso citado (Unisinos): http://portfolio.unisinos.br/discursocitado/index.html 6.7 Leitura final https://repositorio.ifrs.edu.br/xmlui/handle/123456789/209 http://portfolio.unisinos.br/discursocitado/index.html Para concluir o nosso curso, indicamos como leitura final esta entrevista com o professor David Russell da Universidade de Iowa a qual aborda diversas questões importantes sobre o letramento acadêmico. A entrevista pode ser acessada no link: http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/31/29 http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/31/29