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Gêneros Textuais Acadêmicos 1.1 Vídeo: Introdução aos gêneros textuais acadêmicos Neste vídeo, fazemos uma breve introdução ao tema do nosso curso Gêneros Textuais Acadêmicos. Dos gêneros textuais acadêmicos. Então, inicialmente, vamos começar pelo conceito de gênero textual. O que são gêneros textuais? Deixa só eu colocar aqui no modo apresentação que fica melhor. Os gêneros textuais são diversos tipos de textos produzidos de forma oral ou escrita, com objetivos comunicativos e sociais diferentes. Existe um número infinito, enorme de gêneros textuais, e eles variam de acordo com o objetivo comunicativo deles. Por exemplo, história é um gênero que pode ser oral ou escrito e que normalmente e se estrutura em situação inicial, complicação e solução. E possui personagens, enredo, tempo e espaço. Tem a finalidade de contar algum acontecimento. Bom, outro gênero textual aqui que eu exemplifico é o bilhete. É um gênero textual escrito que tem o objetivo de fazer um comunicado breve. Para isso ele utiliza uma linguagem informal, e normalmente a sua estrutura é o nome do destinatário, o texto, a despedida e o nome do autor. Vejam que existem muitos gêneros textuais. Uma conversa telefônica é um gênero textual. Uma mensagem de WhatsApp e SMS é um gênero textual. E-mail é um gênero textual. Palestra é um gênero textual. Então tudo depende da finalidade da comunicação, para quem eu estou me comunicando, com qual finalidade e para quem, em qual contexto social ocorre essa comunicação. Agora nós nos direcionamos para o tema do nosso curso, que é “o que são gêneros textuais acadêmicos”. São diferentes tipos de textos orais ou escritos utilizados no meio acadêmico, nas escolas, universidades, institutos, congressos, possuem estruturas e tamanhos variados, porém a maioria se caracteriza por utilizar uma linguagem formal e terminologia específica de determinada área do conhecimento. Vocabulário, palavras que são próprias de determinada área. Por exemplo, a área do direito tem o que eles chamam de “juridiquês”. Quer dizer, são palavras que são utilizadas principalmente naquela área, que uma pessoa sem conhecimento pode não entender. Engenharia tem muita terminologia, muito vocabulário técnico. Esses gêneros são destinados a um público leitor ou que ouve, destinados a um público restrito, porque não é destinado a pessoas que não são daquela área acadêmica e possui então pouca variação em sua estrutura. Normalmente seguem uma estrutura mais rígida, diferente de outros gêneros mais informais. Quais são os gêneros textuais acadêmicos? Eu gostaria que você se perguntasse, se conhece algum gênero textual acadêmico, já produziu. Quais seriam então os gêneros textuais acadêmicos? Aqui eu divido eles em orais e escritos. Aula expositiva é um gênero textual, palestra, mesa redonda, debate, apresentação oral, apresentação de pôster. É claro que, no ambiente, no contexto acadêmico, existe mais produção de gêneros inscritos do que orais, mais variedade, digamos assim. Por exemplo, alguns gêneros nós vamos ver aqui no nosso curso: fichamento, resumo, resenha. Existem outros gêneros que nós não temos alcance para ver todos eles no nosso curso, como, por exemplo, ensaio, relatório de estágio/pesquisa, projeto de pesquisa, artigo acadêmico, que nós vamos ver aqui no curso também, monografia, dissertação, tese, livro, capítulo de livro. Todos são gêneros textuais do meio acadêmico. Quais desses gêneros você já produziu? Já produziu algum deles? Como foi a experiência de produzir um gênero textual acadêmico? Muitas vezes, quando os alunos começam a produzir esse tipo de gênero, ficam bastante, às vezes um pouco amedrontados, assustados devido à formalidade mesmo da linguagem. É preciso fazer algumas adaptações no modo como nós estamos muitas vezes acostumados a escrever ou mesmo a dizer as coisas. No que esses gêneros textuais acadêmicos se diferem dos gêneros que não são acadêmicos? Qual é a diferença deles? Eles são extremamente formais. Privilegiam o uso da variante padrão escrita da língua, no nosso caso, a língua portuguesa. Destinam-se ao uso acadêmico, ou seja, a finalidade desses gêneros é compartilhar conhecimento. E normalmente é voltado para um público de uma determinada área do conhecimento: o público da biologia, o público da ciência da computação, enfim. Normalmente são gêneros cujo conteúdo é voltado para pessoas que já conhecem, que têm um conhecimento mínimo daquela área. E o que é a linguagem acadêmica? Claro que só a linguagem acadêmica já daria um curso à parte. É difícil dizer em poucas palavras, mas como esse é um curso introdutório, eu vou pelo menos dar uma noção para vocês. A linguagem acadêmica é a variante padrão da língua utilizada no meio acadêmico. É formal e caracteriza-se por uma terminologia específica. Faz referências explícitas e detalhadas. Terminologia, essas questões todas eu já havia citado, a formalidade, o uso de vocabulário técnico ou de jargões, que são palavras de determinada área do conhecimento. E aqui também um ponto importante que é a parte das referências. Faz referências explícitas e detalhadas. Diferentemente da nossa fala ou da nossa escrita mais informal, eu não fico dando referências e fazendo citações no texto de um bilhete, por exemplo. Dificilmente num e-mail ou mesmo numa fala. O texto acadêmico tem essa exigência com relação aos direitos autorais mesmo. Quais são as principais características linguísticas dos textos acadêmicos? A linguagem formal e técnica, uma linguagem correta e precisa. Então por isso a importância de que esse texto passe, às vezes, até mesmo por várias revisões para que a linguagem seja realmente correta. É inadmissível erros de português, de acentuação num texto acadêmico. Ainda mais num texto que vai ser publicado. Objetividade: não é um texto artístico, não é uma poesia, não é um texto que tem a finalidade de entretenimento. Texto acadêmico tem que ser objetivo e tem que ser conciso também. As pessoas não têm todo o tempo do mundo para ficar lendo coisas muito intermináveis, de detalhamentos. Uso de conectivos para estabelecer a coesão: os conectivos são importantes no texto acadêmico porque eles tornam as relações mais claras, as relações entre as palavras e as frases mais claras, o que facilita o entendimento do texto. Porque normalmente os textos acadêmicos são mais complexos, têm a tendência de serem de uma leitura um pouco mais difícil. Coerência e clareza das ideias: por isso que se preza tanto por uma linguagem correta, pela objetividade, pela coerência, para que esse texto possa realmente ser, entre aspas, um termo que a gente usa, “digerido” pelo leitor. Muitas vezes são textos que têm mesmo que ser digeridos, tamanha, às vezes, até mesmo a dificuldade. Uso de terminologias: como já falei, vocabulário, termos específicos de algumas áreas do conhecimento e vocabulário adequado. Eu não posso usar qualquer palavra, uma palavra pejorativa, por exemplo, um palavrão. Há uma exigência com relação à formalidade das palavras. Explicações detalhadas e com exemplos; organização de conteúdos que facilite a compreensão do tema: é importante a organização das seções, das subseções, às vezes também a importância de incluir uma tabela para organizar as informações ou um esquema que auxilie mesmo o leitor desse texto. Progressão temática; pontuação precisa. Progressão temática significa que eu desenvolva um tema, que o texto tenha início, meio e fim, que eu não fique o texto inteiro só na introdução, por exemplo. A pontuação é muito importante, porque ela muda o sentido da frase. Uma pontuação inadequada pode levar a confusões, há mal-entendidos. Maior uso da voz passiva e terceira pessoa do singular. Há bastante uso, talvez um pouco mais do que em outros textos que nós estamos acostumados a ler, da voz passiva. Terceira pessoa do singular tambémé bastante utilizada. Preferencialmente citações indiretas e diretas curtas: há uma preferência de que as citações sejam curtas. Linguagem científica: basicamente o uso de três tipologias textuais, que seriam o texto informativo, o descritivo e o argumentativo. Uso de recursos ilustrativos: por exemplo, gráficos e tabelas são sempre muito bem-vindos em textos acadêmicos. O que se deve evitar nos textos acadêmicos? O que não fazer? Redundâncias: a pessoa começa e termina o parágrafo falando a mesma coisa, não tem uma sequência, não tem uma progressão. Repetição de palavras e ideias: sempre estar atento à repetição da mesma palavra, evitar, buscar sinônimos. Parágrafos demasiadamente longos: até por essa exigência de que seja uma linguagem clara e objetiva, o ideal é que os parágrafos não sejam demasiadamente longos. Dispersão do tema: é preciso manter o foco no objetivo, no tema de pesquisa, não dá para querer falar sobre tudo num trabalho acadêmico, é preciso ter bem delimitado sempre o tema, aquilo que se quer. Expressões da língua oral: como por exemplo “aí aconteceu tal coisa”, “daí tal coisa aconteceu”, “isso não tem nada a ver com que o autor disse antes”, por exemplo. “Ter a ver com” é uma expressão da oralidade, não é uma expressão aceitável numa linguagem formal acadêmica. Isso é talvez uma das coisas que mais o estudante, principalmente o estudante de graduação, que está iniciando nos gêneros acadêmicos, precisa aprender, que é essa adequação da variante da língua, aprender como se diz as coisas na linguagem acadêmica. Uma coisa é dizer “esse tema é superlegal”, eu não posso escrever no meu artigo “comecei a pesquisa e achei o tema superlegal”. Eu tenho que dizer “é um tema muito relevante para a área por tais e tais motivos”. A linguagem acadêmica requer essas adaptações. Ditados populares: a não ser que eu esteja fazendo um estudo sobre ditados populares e analisando esses ditados, as regiões em que aparecem, os ditados populares nos gêneros textuais, mas se o meu tema de pesquisa não é ditados populares, de preferência que eu não os utilize. Não posso dizer “quando o autor concluiu o texto e aí choveu canivete”. Não dá para chover canivete num texto acadêmico. Citações de fontes não acadêmicas: por exemplo, Wikipedia, Revista Época ou qualquer outra revista popular ou jornal. De novo, se o meu tema de pesquisa não é a revista ou algo dessa revista ou algo desse site ou o meu tema de pesquisa não é isso, de preferência que eu não utilize essas fontes que não são consideradas acadêmicas no trabalho. O que seriam consideradas fontes acadêmicas? Livros, capítulos de livros, artigos publicados em periódicos, artigos publicados em anais de revista. Faço uma pesquisa na internet, encontro um blog, um site com alguém dando uma opinião sobre alguma coisa: isso não é uma fonte confiável de pesquisa. Pode até ser interessante, pode até me ajudar, mas eu não posso citar isso, a não ser que realmente seja um site ou um blog que eu esteja estudando. Se eu resolver fazer essa citação, devo fazer de uma maneira diferenciada. Uso da primeira pessoa “eu”: é um pouco polêmico. Um tempo atrás era praticamente proibido usar “eu” como sujeito principal, por exemplo, em um artigo acadêmico. “Eu acho que esse livro contribui muito”. Normalmente se usava na terceira pessoa: “Achamos que esse livro contribui muito”. Mesmo que o autor do artigo da resenha fosse um autor apenas. Primeiro porque se se tem essa ideia de que o texto acadêmico deve ser imparcial, o que é impossível, porque na nossa linguagem nunca é imparcial, todas as escolhas que nós fazemos, as escolhas lexicais, a forma como nós falamos as coisas não é imparcial. A nossa subjetividade está envolvida em todo o processo da linguagem. Esse era um dos argumentos para parecer um texto mais imparcial, pelo menos parecer. Outro argumento também no sentido de que, por mais que eu seja o único autor e que apenas eu assim aquele artigo, por exemplo, aquela publicação, eu dificilmente fiz isso sozinho, outras pessoas contribuíram de maneira indireta para aquilo, os autores que eu li e que talvez eu nem tenha citado, mas eu também li, contribuíram. Então é difícil imaginar um “eu” apenas um indivíduo autor. Mas como eu disse é um tema polêmico, essa questão tem sido reavaliada e já tem áreas em que nós vemos sim o uso da primeira pessoa como autor dos textos acadêmicos. Há algumas barreiras aí que está se quebrando com relação a esse tema. Uso de muitas citações diretas e longas: um texto com muita citação dá a ideia de que o autor não tem voz, o autor se apaga. É muito a voz de outros e pouco a voz de si mesmo. Na verdade, na produção de um texto acadêmico o que se quer é que o escritor se posicione. Qual é a tua contribuição para isso? É isso que se deseja. Uso de citações desnecessárias: também se observa muito isso, os alunos acham que tem que ter uma citação nessa página, não tem nenhuma citação nessa página, não tem nenhuma citação nesse parágrafo. Não necessariamente precisa ter uma citação. As citações são usadas com a finalidade de falar sobre, por exemplo, algo ou um tema sobre o qual eu não tenho propriedade para falar sozinho ou para indicar uma fonte de consulta que foi importante, que norteia o meu trabalho. Futuramente no curso nós vamos ver também sobre as citações. Mas importante é não ficar usando citação só por usar. Uso excessivo de adjetivos, que é uma característica muitas vezes da língua falada. Como, por exemplo, “essa pesquisa é fantástica” ou “legal”, como eu disse antes. E uso de palavras que você não conhece. Tem que ter um cuidado na hora de usar palavras que você não conhece. Na verdade, é preciso ter uma pesquisa, não só um cuidado, mas uma pesquisa sobre essa palavra. Se você não se sente seguro em usá-la, melhor você usar uma palavra mais simples, mas que caiba dentro daquele contexto. Por fim, então, quais são as ferramentas que podem auxiliar você a escrever, a produzir gêneros textuais acadêmicos? É claro que o dicionário sempre é uma fonte importante de pesquisa da língua. Dicionário, dicionário de sinônimos. Eu vou mostrar depois para vocês como acessar. Glossários terminológicos, glossários ou às vezes tem até mesmo dicionários de ciência da computação, de administração, enfim. Eles têm termos e esclarecem o uso desses termos, auxiliam bastante. É claro também gramática da língua portuguesa, para sanar dificuldades como pontuação, acentuação. Certamente hoje se usa muito mais o Google como gramática do que propriamente as gramáticas. Da mesma forma tem que se ter um certo cuidado no momento de fazer essa pesquisa por meio do Google, para ver se de fato é confiável a fonte. Manual de redação: todos eles falam normalmente sobre alguns gêneros, como resumo, apresentam algumas características de forma mais detalhada, por exemplo, da linguagem acadêmica, da linguagem formal. E bases de dados para a pesquisa, que é onde vocês vão encontrar artigos, livros e poder aprofundar os temas de pesquisa de vocês. Então essa foi a nossa introdução, espero ter respondido algumas perguntas e colocado mais perguntas também, para despertar o interesse de vocês. Antes de finalizar, quero só mostrar aqui um dicionário de sinônimos. Eu considero esse um recurso importante na hora de escrever, porque justamente às vezes nós escrevemos o texto e quando vamos reler percebemos “nossa, como eu utilizei várias vezes essa palavra”. E aí que entra o dicionário de sinônimos, no momento de tentar substituir essa palavra por outra palavra. Claro que, em alguns momentos, eu posso substituir, por exemplo, por um pronome, mas às vezes eu preciso realmente substituir por um sinônimo. Então você pode fazer aqui uma busca e pode também, claro, ver aqui nas últimas atualizações, se alguma delas serve para vocês. Mas olhando aqui, por exemplo, “portanto”, queé uma palavra que se usa bastante nas conclusões dos textos, conclusões de ideias. Se o seu texto está muito cheio de “portanto”, você pode substituir por “por conseguinte”, “logo”, “consequentemente”, “por isso”, “assim sendo”, enfim. Os dicionários de sinônimos ajudam bastante nesse sentido. Muito obrigado. Continuamos na sequência, nós vamos iniciar pelo gênero fichamento. 1.2 Leitura básica do curso A fim de aprofundar os conhecimentos sobre os gêneros textuais acadêmicos, sua tarefa é realizar a leitura atenta do livro LAZZARIN, L. F. Introdução à escrita acadêmica. 1. ed. – Santa Maria, RS: UFSM, NTE, UAB, 2016. 39 p. Para esta primeira unidade, você precisará ler, pelo menos, as páginas 11 a 15. Ao final, você responderá um questionário com perguntas sobre o vídeo e sobre esta primeira parte do livro. Esse livro foi escolhido como leitura básica do nosso curso por ser um manual introdutório à leitura e escrita acadêmica. Para a unidade 2 do nosso curso, você terá que concluir, pelo menos, a leitura do primeiro capítulo do livro. Para as unidades 3 e 4, você precisará concluir a leitura dos outros 2 capítulos do livro. Ao longo do curso, ensinaremos como produzir o fichamento, o resumo e a resenha utilizando esse livro como exemplo. Portanto, sua leitura é imprescindível para que você possa avançar no curso. 1.3 Material complementar Como material complementar ao nosso curso, sugerimos os vídeos do Prof. Marcus Sacrini Ferraz da USP sobre Práticas de Leitura e Escrita Acadêmica. Esta e as outras aulas podem ser assistidas no canal do Youtube: https://goo.gl/BgQKnt Muito bem, nesta aula nós vamos introduzir um novo tópico. Avançar um passo então importante no curso. Vamos fazer uma introdução então à escrita, similar àquela que fizemos à leitura. Bom, de início eu queria notar que tal como a leitura acadêmica a escrita acadêmica envolve vários aspectos técnicos que não são imediatamente óbvios, assim como a leitura não é uma leitura qualquer no nosso mundo acadêmico, a escrita também não será. Muito bem, vamos marcar esse ponto inicial muito simples, mas central para a nossa argumentação. A escrita acadêmica envolve vários aspectos técnicos tal qual a leitura. Hoje em dia, se vocês pensarem bem, se produzem muitos textos por quem é letrado. Por exemplo, postagens em redes sociais. As pessoas postam centenas por dia. Olha quanta escrita! Grupo de Whatsapp (risos), a pessoa posta o dia inteiro, Escreve o dia inteiro, olha como as pessoas estão escrevendo, não é? Sim, de certa forma sim, mas isso não quer dizer que ao fazer isso vocês estão treinando os componentes específicos da escrita acadêmica, em particular da escrita argumentativa, que é o que nos interessa. Produzir vários formatos no dia a dia não garante que já se está capacitado para a produção escrita de textos acadêmicos, principalmente de cunho argumentativo, que é o que nos interessa aqui. Tudo bem, vamos aceitar isso como um ponto de partida. E como é então que treinamos para a escrita acadêmica? Eu creio que a principal tarefa preparatória para a escrita acadêmica já tem sido feita por vocês. Qual que é a principal tarefa para escrever bem? É ler. É ler a principal coisa. É uma condição, me parece, para escrever bem argumentativamente, ler bem textos argumentativos. Dificilmente, alguém vai escrever bem senão lê textos daquele gênero. Parece uma coisa óbvia, mas dá para desenvolver. Tem pontos não óbvios aqui. Eu acredito que há pelo menos dois motivos: um motivo técnico e o outro motivo temático, contextual, vamos chamar assim na falta de melhor nome. Dois motivos porque a leitura impulsiona a escrita. Primeiro motivo, temático contextual. Ora, é uma marca da discursividade argumentativa, que marca? Alguns teóricos chamam intertextualidade. O que isso quer dizer: os temas argumentativos raramente são invenções individuais. Normalmente, os temas sobre os que se argumenta decorrem de uma contribuição de vários autores, contribuições registradas em vários textos no decorrer de décadas formando tradições do pensamento no interior das quais as questões são pensadas. Os temas são desenvolvidos paulatinamente em contextos teóricos que vão formando o corpo de uma certa disciplina, um certo campo disciplinar, com certas regras interiores, certos gêneros privilegiados, certas maneiras específicas de avançar. Como é que você vai escrever se você não conhece isso? Como conhecer? Lendo, lendo os textos do gênero que você pretende produzir. Marcadamente insisto, a argumentação envolve uma sedimentação tradicional, envolve uma certa tradição do pensar, se argumenta de certa forma, por quê? Porque já se fez assim e é no interior desse se fazer assim que nós vamos avançar. Tudo bem? É muito difícil alguém simplesmente acordar do nada. “Puxa! Não, tenho nada o que fazer, vou fazer um argumento.” Não tem isso. Bom, pode ter. Hoje em dia tem de tudo, mas normalmente, vou fazer um argumento em relação a certo texto, a certo problema teórico que foi desenvolvido em certa disciplina, é assim. E https://www.youtube.com/redirect?q=https%3A%2F%2Fgoo.gl%2FBgQKnt&redir_token=QUFFLUhqbEdkaTZaYmhwUXNxZzZDM1VHcjNtTE95SEVid3xBQ3Jtc0trYl9CTTNsRWdIZE85R1Z4MzBnOHUzVWt5MUZ5ZFRQekNodDBtZ3V4bmNpVVk3eWFOVkVUcXhQWHBwbG04ZWotb2VaRUhzLXFSNS12MkJDMTRwUFFxVGZLdHVMWmE3U2NkLTNwWUgtYjFvUWRjcUNCQQ%3D%3D&v=Dyb8bOwZkXI&event=video_description como você vai saber disso? Lendo! Lendo bem. Vamos marcar tudo isso. Os temas argumentativos são desenvolvidos em tradições textuais que devem ser retomadas pela leitura. É lógico que há inovação, é lógico que há mudança, mas sempre a partir de uma certa tradição já instaurada. Não acreditem naquele mito da pessoa totalmente isolada, o gênio que começa a escrever coisas maravilhosas sozinho. Isso é ...se não é impossível, é a exceção da exceção. Normalmente, não é assim. Escrever bem supõe reativar ao menos parte do sentido já constituído do tema em vista, o que supõe a leitura de textos inseridos em tradições intelectuais. Bem, isso é só um motivo. Quero escrever bem? Preciso ler bem. Por conta do tema, as características do tema. Os temas das humanidades têm um desenrolar histórico. Segundo ponto: escrever bem supõe ler bem no segundo aspecto também, que eu mencionei, rapidamente, no aspecto técnico. Que aspecto técnico? No sentido de que ler bem supõe já exercitar-se na escrita. Ler bem já é escrever. Como? Claro, é isso que vocês estão fazendo, produzindo fichas, notas, anotações, esquemas. Uma boa leitura não fica no ar, ela se registra, ela se sedimenta. Como? Com a escrita. É uma continuidade, entende? A ideia desse curso foi passar esse modo de trabalhar. Já lemos escrevendo. Bom, então a escrita não é tão difícil porque nós já estamos escrevendo o tempo todo ao ler, ao ler bem. Tudo bem, isso eu acho central. Alguns alunos, de outras turmas, até me falaram “Puxa! né, eu nunca tinha escrito notas”. Surpreendente! Talvez essa pessoa tenha perdido muito do modo de sedimentar o conhecimento. Claro, ela pode até ir bem em uma prova, é diferente. Mas em longo prazo, a formação fica comprometida. A leitura acadêmica é essa leitura mais técnica, que nós estamos tentando passar no curso, já envolve a prática da escrita, fichamentos. O que nós passamos aqui é um modelo ideal. É lógico, as circunstâncias reais devem ser avaliadas. Nem sempre é possível fazer as fichas adequadamente. Claro, esse é o mundo real. Mas, idealmente, lê-se bem, escrevendo. Por que? Porque os textos são complexos, o sentido não é imediato, é preciso fixar o sentido. Você leitor vai fixar o sentido. E mais, ao ler bem escrevemos, mas também não escrevemos de qualquer modo, pelo menos essa é a ideia. Não é que estamos escrevendo postagens no Facebook. Não é isso. Estamos escrevendo certas fichas. A ficha, pelo menos tal como nós a pensamos aqui, a ficha já reproduzcertos modos de a exposição argumentativa avançar. Então, ao escrever segundo o modelo da ficha, você já incorpora um modo como a argumentação avança. É essa a ideia do fichamento. O fichamento não é qualquer coisa. É reconstruir um movimento expositivo. Ora, nessa reconstrução do movimento expositivo, você assimila os padrões argumentativos que estão sendo utilizados. A minha ficha não é qualquer coisa. Ela tem padrões. Vamos marcar aqui no esquema para a gente não se perder. Esse é um item importante, a produção das fichas não é qualquer coisa. Ela deve levar a fixar padrões expositivos argumentativos. Ao produzir a ficha você incorpora certos padrões. Você aprende certa orientação do pensamento. Você vai ganhando repertório, as suas capacidades vão ampliando a partir do modo como você leu bem, como você conseguiu entender certa argumentação, certa passagem lógica. Olha nunca tinha visto esse modo de resolver esse problema! Agora, você aprendeu, você tem esse modo a sua disposição também, se você reconstruiu bem, se você é capaz de expô-lo bem na ficha. Bom, isso, esse último ponto, é particularmente notável em relação ao fichamento expandido. Vocês tiveram uma aula sobre isso com o professor Caetano. O que marca o fichamento expandido? Se vocês se lembrarem lá da aula do professor é a ideia de uma síntese, síntese em relação às análises cumpridas nos fichamentos mais básicos, tem o fichamento expresso, depois o fichamento expandido que é um movimento analítico, você vai quebrando o texto. Mas a ideia de uma síntese, o fichamento expandido é isso, você leu o texto e conseguiu analisar, quebrar em partes, mas falta ainda um movimento, uma tarefa, é isso que marca o fichamento expandido. Que tarefa? Sintetizar, sintetizar o movimento expositivo com as suas próprias palavras. Você leitor é capaz de contar, narrar, em poucas palavras, aquilo que é central no texto lido e aquilo que é central tal como organizado ou reorganizado em torno de três núcleos. Vocês lembram disso? Três núcleos: o problema, a tese ou a posição e o caminho expositivo, caminho argumentativo. Gente, todo o texto, isso é tão geral, serve para qualquer texto, todo texto se foi escrito, foi escrito porque o cara reconheceu algum estado de coisas problemático. Alguma coisa mereceu receber um artigo, um texto. Então, esse é o problema. Qual é o problema central do texto? É isso, aquilo para o qual o texto se volta, e o texto se volta para dizer alguma coisa, o que que o texto diz, no geral, sobre o seu problema? É a tese, é a posição. E lembrem-se, não precisa ser uma posição positiva, por assim dizer, não precisa defender algo. Simplesmente pode ser: esse é um falso problema, isso é um falso problema, esse problema está mal colocado; ou não tem solução, a posição cética, não tem solução. Tudo isso são posições. Todo texto é escrito porque tem um problema em vista, toma uma posição diante desse problema, toma uma posição por meio de um caminho expositivo, é isso. O fichamento expandido deve reconstruir isso em poucas palavras. Ora, escrever uma ficha, então esse fichamento expandido, já é exercer essa organização argumentativa do tema, já é pensar em termos de problema, já é pensar em termos de tese, em termos de caminhos expositivos. Já na ficha, ao ler e ao entender o texto, você já está pensando em termos argumentativos. Fazer bem uma ficha de leitura já envolve essa escrita, já envolve essa retomada dos padrões expositivos. Vamos marcar isso. Então, o exemplo, o fichamento expandido, que é um exercício de síntese em torno de três articuladores lógicos: problema, tese, caminho argumentativo. Isso é tão geral que serve para todo o texto teórico. Todo texto foi escrito em vista de algum problema, foi escrito para tomar alguma posição e essa posição é articulada de algum modo expositivo, é isso. Mas é isso, é fácil falar, não é? Mas é difícil fazer e fazer bem com as suas próprias palavras. Muito bem, esse é o desafio do fichamento expandido. Agora, fazer bem o fichamento expandido já é meio caminho para fazer uma dissertação. No fundo, essa é a tese da aula de hoje, é isso. Se você fizer bem o fichamento expandido, você já tem um bom caminho já percorrido para escrever sobre o texto. Bom, mas eu queria antes de chegar nas tarefas, propor uma generalização, acho que vai ser útil para pensar o nosso tema. Vamos propor uma generalização. Todo esse material produzido no âmbito da leitura, todas essas notas e essas fichas, vamos dar um título geral para isso, então, que é o seguinte: são os textos de registro de estudo. No curso até agora trabalhamos com isso, texto de registro de estudo. Fazem parte dessa categoria: notas, fichas, que vocês fazem durante a leitura ou depois da leitura, aquilo que é escrito tendo em vista a fixação do sentido livro. Textos de registros de estudo aquilo que vocês devem se servir para consolidar a compreensão do que é lido. Consolida a compreensão do que é lido, logo após a leitura, e mais, torna disponível certo entendimento do texto, do tema, para ser retomado, por vezes muito tempo depois. Essa é a grande utilidade de se escrever bem as fichas. Muito tempo depois você pode retomar, passam-se anos, puxa vou ter que voltar àquele texto, mas eu tenho a minha ficha, eu fiz bem feito na época, isso é um enorme atalho para você recuperar o sentido daquilo que foi dito. Bem eu acredito que esses textos de registros de estudo são indispensáveis para boa formação acadêmica. Produzi-los constantemente implica gerar um estoque de resultados por meio do qual se pode retomar, mais, não é? Objetivar o sentido daquilo que passou por você, objetivar de forma durável, isso faz toda a diferença para uma formação de longo prazo. Pensem bem, no semestre em que vocês leram o texto, textos, e não anotaram nada, e um semestre que vocês anotaram. Vejam cada um por si a grande diferença. Passa-se o tempo quando você não anota nada, a memória se apaga, bom agora vai se apagar de qualquer jeito, mas se você anotou, você pode retomar. Isso faz toda a diferença na formação principalmente quem tem em vista fazer depois uma pós-graduação, avançar na pesquisa, dar aula. Você vai ter já um material de anos registrado. Então, faz sim toda a diferença registrar o seu estudo. É cansativo, às vezes é chato. É claro! Mas tem que se habituar. É um novo modo de trabalhar. É uma pena que às vezes isso é pouco discutido no primeiro ano. As primeiras aulas tinham que focar nisso, como é que você vai estudar? Você vai passar aqui 4, 5, 6 anos, como você vai estudar? Vai fazer toda a diferença. Você vai fazer nota? Que tipo de nota? Como você vai registrar a nota? Depois a nota tem que ser acessível. Você vai fazer no papel de pão, depois estraga. Que tipo de papel? É caderno? São coisas concretas que fazem muita diferença no correr dos anos, depois passa 3, 4 anos, “poxa, eu não notei nada”, os anos se passaram, os anos passaram e aí? O que é que vai ficar? Faz muita diferença sim, como você vai registrar o que você aprendeu. 2.1 Vídeo: o gênero fichamento Neste vídeo, apresentamos as noções básicas sobre fichamento. Vamos começar explorando o gênero textual acadêmico fichamento. Ele consiste em sintetizar um texto e registrá-lo de forma organizada. As suas anotações, a sua compreensão do texto, destacando as informações que forem importantes para o objetivo da sua leitura. No momento em que leio um livro ou um artigo científico, eu estou lendo com uma determinada finalidade. Ou porque eu estou fazendo a revisão bibliográfica para minha pesquisa ou porque eu estou procurando dados para fazer a discussão dos resultados da minha pesquisa. Então, de acordo com o meu objetivo de leitura, eu vou determinar o que é e o que não é importante de se anotar. Dentro do empreendimento acadêmico e/ou científico, muito do esforço de organizar e sistematizaros conhecimentos, de modo a obter novas informações, consiste precisamente em registrá-lo adequadamente à medida que se coleta. Muitas vezes o estudante acaba sofrendo no momento de fazer o seu artigo, de sentar e de realmente escrever, porque ele se depara com uma certa desorganização. Ele muitas vezes não sabe nem por onde começar. Se nós começamos já a fazer a pesquisa de forma organizada, de registrar de forma organizada as nossas leituras, isso vai nos economizar muito tempo nesse momento de sistematizar essas informações e de escrevê-las. Então por isso a importância do fichamento. O fichamento como uma forma organizada de registro das nossas leituras. Bom, o que registrar? Eco diz que há muitas formas de se fichar um livro. E aqui não se aplica apenas a livros, mas a qualquer material de consulta, de leitura. Com certeza, é muito importante sempre a primeira informação que é preciso colocar em um fichamento são as indicações bibliográficas precisas. Já se faz a referência bibliográfica no modelo ABNT, que é o modelo que vai ser usado depois futuramente no seu trabalho. Então se você já fizer isso nesse primeiro momento de registro da sua leitura, vai facilitar, porque, quando você for fazer a referência lá no seu trabalho, você já tem todos os dados prontos e não precisa ir em busca desses dados. Informações precisas sobre o autor. Nós queremos dizer escrever corretamente o sobrenome, colocar o número de páginas total do artigo, do livro. Resumo. Esse resumo pode ser em tópicos, esse resumo pode ser em forma de texto, esse resumo pode ser em forma de esquema, de tabela. A forma como o conteúdo do texto vai ser resumido vai depender muito de cada leitor. Citações diretas. São as transcrições, as cópias literais do texto. Essas citações sempre devem ser indicadas por aspas e ter o número da página em que foram retiradas. Devem ser feitas com bastante cuidado, de forma a preservar totalmente a originalidade do texto. E junto também podem ser adicionados comentários apreciativos ou analíticos. Ideias que surgiram a partir desse texto, perguntas que surgiram, talvez até questões para pesquisas futuras. Muitas coisas vão surgindo a partir das leituras. Então, fichamento, na verdade, não é apenas uma forma de registrar e documentar, de guardar as informações importantes das minhas leituras, mas na verdade é um processo de síntese que funciona também como uma estratégia de compreensão leitora. Porque no momento em que estou fazendo um fichamento e que eu tenho que decidir o que é importante e o que não é importante, eu vou interagindo mais com esse texto. Na verdade, eu vou fazendo uma leitura analítica, vou estudando esse texto para poder já ir resumindo ele, o que é diferente de simplesmente ler um texto sem ter esse propósito. Então ele também funciona como uma estratégia de compreensão. No fichamento, é possível também registrar, como nós dissemos antes, as ideias que o leitor vai formando sobre o tema a partir do texto e que futuramente vão ser usadas no seu próprio texto, no texto da sua autoria. Mas aqui nós temos que ter um cuidado muito grande para justamente separar o que é do autor do texto que eu li e o que é meu, minhas ideias, minha compreensão enquanto leitor. Isso tem que se ter muito claro e muito bem delimitado dentro do fichamento. Por isso a importância de, quando for feita a cópia, que seja feita em forma de citação direta e, quando for feita uma paráfrase do texto, que seja fez em forma de citação indireta. Tipos de fichamento. A princípio há três tipos de fichamento. Fichamento de transcrição, que seria todo ele composto de citações diretas. Fichamento de indicação bibliográfica, que é aquele que contém o nome do autor e a identificação da referência da obra e apenas o assunto, em uma ou duas linhas o assunto de que trata a obra. E o fichamento de resumo, que seria aquele que, além da referência, tem um resumo do texto. As partes que constituem o fichamento. São basicamente duas partes. No cabeçalho, é feita a indicação bibliográfica e, no corpo do texto, seu formato varia de acordo com o tipo de fichamento. O fichamento tipo citação é, como eu disse antes, uma transcrição fiel dos trechos do texto e obedece – e é importante que obedeça – as suas normas, de que toda citação venha entre aspas, de que após a citação sempre entre parênteses tem o número da página ou das páginas de onde foram extraídas, que a transmissão seja textual e não esquemática no caso de uma citação direta e que se houver supressão de alguma palavra ou de alguma expressão que isso sempre seja marcado com colchetes e três pontos. No caso de acréscimos ou comentários do leitor isso deve sempre vir entre colchetes. Eu, quando faço fichamento, sempre coloco em separado e sempre coloco uma observação bem grande "meu comentário", "minha ideia", para delimitar bem e não haver depois, dali às vezes um mês, dois meses, até um ano, quando eu voltar a pegar esse meu registro da minha leitura, para que eu não fique confusa. O fichamento então não deve conter opiniões ou posicionamentos do leitor. Não necessariamente. Digamos, se eu estou fazendo um fichamento com o objetivo de fazer uma resenha que nós vamos ver futuramente, eu posso sim incluir opiniões e posicionamentos desde que eu deixe bem claro o que é do autor e o que é meu, do leitor. O fichamento não deve acrescentar novas informações ao que foi exposto ao texto. Também, se eu resolver fazer isso que eu faça com bastante cuidado, realmente mostrando que não foi do autor que partiu nessa informação. Se houver erros de grafia ou erros gramaticais em uma citação direta deve-se sempre copiar conforme original, ou seja, com o erro. Então é muito frequente hoje nós vermos trabalhos que fazem a citação de textos que foram publicados antes da reforma ortográfica que vão usar daqui a pouco trema, hífen em palavras e expressões que hoje não se usa mais. Quando eu for fazer esse tipo de citação, eu tenho que copiar com o trema, com o hífen, tenho que copiar a ideia com acento. Tenho que copiar o texto na sua forma integral, sem modificações. O fichamento bibliográfico é um fichamento bem simples. Ele contém basicamente a referência e o tema do assunto, não me permite maior aprofundamento dentro daquele conteúdo, serve basicamente para que eu saiba localizar onde, quais livros ou quais artigos que eu li que tratam desse tema. E aí, a partir dessa ficha, eu vou e procuro o texto original. O corpo do fichamento deve conter um resumo sobre o assunto do livro ou do artigo, incluindo detalhes importantes sobre o tema tratado que possam ajudar o pesquisador na sua tarefa de pesquisa. O fichamento do tipo resumo é um resumo do texto. Ele pode ser feito com as próprias palavras do leitor e pode ser feito em forma de resumo ou em forma de itens, na forma como o leitor preferir. Então pode-se utilizar esse tipo de ficha para expor abreviadamente as principais ideias do autor e também para sintetizar as ideias principais de um texto ou de uma aula. A ficha de resumo deve ser breve e redigida com as próprias palavras, não precisando obedecer a estrutura da obra. O que eu incluí aqui ao final é o que chamo de fichamento misto, que na verdade é o que eu faço. Eu não sigo nenhum desses três tipos de fichamento e acho que isso deve acontecer com muitos leitores. À medida que vai se familiarizando com a prática do fichamento e vai utilizando isso com bastante frequência, você mais ou menos vai criando seu próprio estilo de fazer um fichamento. Então você pode mesclar os três tipos de fichamento e pode decidir qual vai ser o melhor suporte para fazer esse registro. Se vai ser fichas de leitura, se vai ser em cadernos ou se vai fazer as anotações talvez no computador, no smartphone, enfim. Eu prefiro escrever. Eu acho que, quando eu escrevo no papel, isso me ajuda a compreender,aprender melhor aquilo que que eu estou lendo. Então eu às vezes faço em folhas mesmo de caderno e guardo numa pasta. Já também peguei uma agenda velha e fui escrevendo ali todos os fichamentos de vários artigos. Pode ser feito também no caderno. O suporte daí vai da preferência de cada leitor. O que eu considero fichamento, antes de mais nada, é o registro da leitura do texto e não do texto em si. Não apenas o texto fica registrado, mas fica registrada a minha compreensão do texto. Então, além de servir como arquivo, como memória, ele serve na verdade para o próprio processo de compreensão e aprendizado sobre aquela temática. Por fim, gostaria de mostrar um recurso que eu utilizo para fazer, me auxiliar na leitura principalmente de materiais digitais. Nem sempre nós podemos imprimir todos os materiais para ler, até porque isso é antiecológico, muitas vezes é mais prático fazer a leitura no computador mesmo. Tem um programa que se chama Foxit Reader, que você pode baixar no site que eu demonstro no slide. Esse programa permite que você faça alterações no PDF. Além disso, em seguida eu demonstro para vocês como se faz essas alterações, mas eu queria também dar uma última dica antes de fechar a apresentação de PowerPoint, que é ao salvar os arquivos no computador. Desculpa aqui o nome computador ficou digitado errado, tem que ajustar. Eu sempre salvo no meu computador os arquivos ou livros digitais sempre já no formato das referências. Eu começo colocando o nome do primeiro sobrenome, no caso do primeiro autor, a parte inicial do título daquele artigo e o ano. O ano às vezes eu não coloco, mas se é um autor que eu tenho muitos artigos, muito material sobre aquele autor, é interessante colocar o ano também. Isso facilita muito a localização desse material depois dentro dos meus arquivos de computador. Vou demonstrar para vocês aqui o uso do Foxit Reader. Eu abri um livro que se chama Retratos da Leitura no Brasil e aqui eu demonstro de que forma fiz essa leitura, de que forma esse programa, que tem algumas ferramentas, como destacar. Posso destacar em amarelo, posso destacar em outras cores, posso sublinhar. Tenho recurso da máquina de escrever, então eu posso, por exemplo, incluir aqui uma impressão minha sobre o texto. Digamos que o texto está dizendo que 33% das pessoas pesquisadas disseram que nada as faria frequentar uma biblioteca. Poderia colocar, por exemplo, um comentário: por que será que isso acontece? Eu posso inserir dessa forma aqui um comentário ou posso também inserir em forma de nota, que é uma outra forma de deixar registrada a minha leitura. Enfim, há várias formas de fazer isso. Acabou ficando aqui com dois comentários. E tem também essas flechinhas. Quando eu acho que é uma informação muito relevante, eu gosto de colocar essas flechas também. Enfim, cada um, cada leitor vai criando os seus esquemas, a sua forma de registrar a sua leitura, para quando voltar nesse material você tem aí assinalado as partes mais importantes. Então você pode sublinhar de uma outra forma, pode fazer o uso de diversos recursos aqui. Além disso, mesmo quando eu faço a leitura usando o Fox Reader, ainda assim eu faço o meu fichamento, porque é muito fácil a gente perder essas informações no meio dos arquivos do computador. E quando a gente faz a ficha de leitura e organiza esse fichamento por semelhanças de assunto, por semelhanças de temática, fica muito mais fácil depois de encontrar essas informações. Por fim, só para demonstrar para vocês de que forma eu salvo os arquivos aqui no meu computador. Aqui eu tenho, por exemplo, Nation. Nation é o sobrenome da autora. O iniciozinho do título do artigo. E aqui eu coloco esse LD quando eu tenho o arquivo lido, ou seja, eu salvo com as minhas marcações e deixo também um arquivo do mesmo artigo sem as minhas marcações caso eu precise dele de forma original, para enviar para alguma pessoa. Eu salvo sempre a versão lida e a versão não lida. Também é uma forma de eu saber que já li esse artigo. Eu já olho rapidamente na lista e vejo que li esse artigo. Bom, eu espero então ter contribuído com vocês com relação a esse gênero, que considero um gênero simples, mas que é realmente uma ferramenta, uma ferramenta de estudo do texto e uma forma de nos organizarmos, para que depois, no momento de sentar e escrever, não seja um momento tão penoso, tão difícil, com mais desafios além dos que já existem. Então, se pelo menos nós fizermos esse trabalho de organizarmos essas informações antes, acredito que esse momento vai ficar um pouco mais fácil, um pouco mais fácil sentar e escrever. Certo? Muito obrigada. E vamos em seguida para os outros, explorar os outros gêneros acadêmicos também. 2.2 Como fazer um fichamento: passo a passo Neste vídeo, mostramos o passo a passo de como fazer um fichamento misto do livro de Lazzarin (2016), leitura básica do nosso curso. Olá, vamos iniciar então a nossa segunda aula sobre fichamento da unidade 2 do nosso curso. Nesta aula, eu vou demonstrar para vocês o passo a passo de como fazer um fichamento. Eu vou usar como exemplo o livro Introdução à Escrita Acadêmica, de Luís Fernando Lazzarin, que já foi indicado como leitura básica do curso na unidade 1. Vocês já leram até a página 15 e nós vamos demonstrar o fichamento até a página 20, que seria o primeiro capítulo do livro. Um fichamento, como nós já falamos na unidade 2, no outro vídeo, serve para fazer um registro organizado da leitura que você está fazendo. Há várias formas de se fazer um fichamento. Aqui eu vou demonstrar como nós podemos fazer as marcações dentro do próprio PDF e como também podemos fazer o fichamento um pouco mais elaborado em um editor de texto. A primeira informação que vamos colocar no fichamento é a referência completa do livro. Temos aqui o título, o autor, as informações da editora e o ano. Caso não encontrem todas as informações na capa, vocês podem procurar, próximo da capa, a ficha catalográfica do livro, que é o local onde todas as informações importantes da edição podem ser observadas, localizadas. No fichamento, no editor de texto, nós colocamos a referência já nas normas da ABNT, que é o recomendado para que você não tenha que depois, quando for utilizar futuramente esse livro em algum trabalho, precisar se preocupar em formatar, já coloca de forma correta a referência. Nesse arquivo sobre fichamento, eu vou demonstrar para vocês algumas formas de se fazer as anotações no fichamento. Esse arquivo vai ficar disponível para vocês lá na unidade 2 do curso. Primeiro, começo com exemplos de formas de registro. Eu posso registrar a informação por meio de uma citação direta, ou seja, uma cópia integral do texto. Eu copio literalmente o que está no texto. Ou posso fazer em forma de uma citação indireta, ou seja, eu falo com as minhas próprias palavras aquilo que está sendo dito pelo autor do texto. Na apresentação do livro, fala que ele é um material didático da disciplina "Introdução à escrita acadêmica e ao texto científico", da Universidade Federal de Santa Maria, que é um guia para estudos e tem o objetivo de compreender os diferentes gêneros e exercitar a elaboração dos principais formatos de trabalho acadêmico. Possui uma explicação das normas da ABNT, de estratégias de leitura e algumas atividades, exercícios práticos ao final do livro. Então nós já temos um resumo sobre esse livro, que vocês podem colocar no fichamento na forma de citação direta, aquela frase que eu destaquei no livro: "nosso objetivo será compreender os diferentes gêneros e exercitar a elaboração dos principais formatos de trabalho acadêmico". Se vocês optarem por fazer um fichamento com uma citação direta, vocês vão sempre precisar utilizar aspas no início e no final do texto que foi copiado e sempre indicar a página de onde foi retirado esse trecho do livro.Se vocês optarem por falar a mesma coisa, só que na forma de paráfrase, ou seja, fazer uma citação indireta, vão poder então colocar de forma resumida, mas sem copiar o texto, o que vocês entenderam daquele conteúdo. Por exemplo, aqui: "O livro é um guia de estudos com o objetivo de compreender os diferentes gêneros textuais usados nos trabalhos acadêmicos, apresenta estratégias de leitura, normas da ABNT e atividades para a prática da escrita". Aqui vocês têm um exemplo de como nós podemos falar sobre a mesma a parte do livro, o mesmo conteúdo, só que de formas diferentes, ou por meio de uma citação direta e no outro por meio de uma citação indireta. Como eu coloquei nos comentários do lado para vocês, se for por meio de uma citação indireta, não precisa utilizar aspas e também não é obrigatório indicar o número da página. Sempre que possível, aconselho que mesmo assim coloquem a página, porque depois, em algum outro momento, se vocês precisarem retomar essa leitura ou localizar alguma informação do livro, é bom que vocês tenham a página também de onde vocês retiraram essas informações. Depois, futuramente, no momento de fazer uma citação indireta no seu trabalho, você não vai precisar indicar o número de páginas. O outro formato possível seria o registro em forma de tópicos: O livro é um guia de estudos, fala sobre diferentes gêneros acadêmicos, normas para trabalhos da ABNT, estratégias de leitura e atividades. Esses três formatos são os mais utilizados no momento de fazer um fichamento. Vocês podem optar por utilizar apenas um deles ou podem optar por utilizar os três formatos, misturar os três formatos. O importante é que, sempre quando forem fazer uma citação direta, uma cópia, que vocês coloquem aspas e o número da página. O próximo conteúdo que aparece no livro é o sumário. O que fazer com o sumário? Preciso incluir no fichamento o sumário ou não? Vai depender muito do objetivo do seu fichamento. Vocês podem incluir os principais itens, os itens do sumário que acharem mais relevantes, aqueles capítulos que leram, talvez sinalizar os que não leram. O fichamento é um instrumento muito singular de cada leitor. Eu coloquei um exemplo de sumário, em que eu coloco que o livro tem três capítulos e escrevo o título principal de cada um dos capítulos, coloco ao final “Atividades”. Se vocês observarem no livro, vocês vão ver: o livro está aqui dividido em Unidade 1, Unidade 2 e Unidade 3. Eu utilizei apenas a parte em negrito que seria o título principal da unidade, mas não detalhei as seções e subseções no fichamento. Vai depender muito do objetivo de vocês, mas considero que ter o nome de cada uma das unidades ou capítulos principais sempre é importante, porque já dá uma ideia boa do conteúdo desse livro. Agora nós iniciamos o primeiro capítulo de fato, que é o capítulo 1: "Leitura de textos acadêmicos". Vocês sempre vão ter uma introdução na unidade em que ele fala dos objetivos dessa unidade. São objetivos mais no sentido da disciplina. Como ele é um guia para uma disciplina, são objetivos principalmente voltados para aquilo que ele quer desenvolver nos alunos por meio desse material. Inicia o item 1.1 "Diretrizes para compreensão de textos". Eu já fui marcando em amarelo algumas ideias principais desse item 1.1. Com o Foxit Reader é possível também escrever nas margens do texto. Tem uma ferramenta aqui, Typewriter, que é possível escrever do ladinho, nas margens do texto. O que eu destaquei aqui? Que o livro é uma trama organizada de fios. Ele coloca o conceito de texto como sendo "uma trama organizada de fios", "um tecido de ideias" e depois faz uma citação direta de Koch e Elias, dizendo que o texto é um "evento sociocomunicativo". No meu fichamento, como é que eu posso colocar? Fichamento do Capítulo 1. É importante vocês identificarem cada uma das partes, Capítulo 1, Capítulo 2, ir organizando o fichamento também por meio dos capítulos e dos subitens para você se localizarem. Eu coloquei Capítulo 1 e 1.1 que é o item "Diretrizes para compreensão de textos" e destaquei "Conceito de texto". Fiz por meio de paráfrase e itens. A partir daqui eu faço o fichamento por meio itens. Então o que o autor colocou lá sobre o conceito de texto? Que texto é um tecido, é uma trama, pode ser escrito ou falado, é um "tecido de ideias". Eu coloquei entre aspas "tecido de ideias" e escrevi a página de onde eu retirei esse trecho "tecido de ideias", porque não é muito comum alguém utilizar essa definição para textos. No sentido de que isso é uma metáfora, o texto como "tecido de ideias" é uma metáfora. Então por isso que eu fiz a citação direta. E copiei aquela citação que tinha dentro do livro de Koch e Elias. É importante que, quando vocês copiam uma citação dentro do material, do fichamento, vocês sempre coloquem também os dados dessa citação de forma correta: KOCH; ELIAS, 2014, a página e a página do livro onde estava essa citação, que é a página 11. Seguindo, fala depois sobre a leitura, atividade de leitura que é uma prática específica e continuada, que tem o objetivo de reter o essencial, a ideia principal do texto.Fala de estratégias de leitura, anotar ideias, mapas mentais, resumos, ler mais de uma vez. Fala sobre leitura proveitosa e destaca, segundo Marconie Lakatos, alguns aspectos dessa leitura proveitosa: a atenção, a reflexão, o espírito crítico, a análise e a síntese. No fichamento, vou colocar: leitura, como ele define leitura, o que ele fala sobre leitura, que é uma prática específica e continuada. Coloquei aspas pois é uma citação direta. Indiquei a página. O que é uma leitura adequada para ele? É reter o essencial do texto. Como ler um texto acadêmico? Quais são as estratégias que ele destaca? Ler mais de uma vez, anotar ideias principais, estruturas, mapas mentais, resumos, esquemas. Então listei algumas estratégias que ele apontou lá no texto. Leitura proveitosa, segundo Marconi e Lakatos. Aqui os pontos, os aspectos que ele destacou, atenção, reflexão, espírito crítico e também a definição de leitura proveitosa. "Diferentes etapas, que se sucedem em níveis de aprofundamento e reflexão crescentes"; "gradativamente, penetrar nas ideias do autor e tornar-se íntimo de sua construção".Que é o que eu destaquei em amarelo no PDF. Depois ele fala sobre as fases da leitura, fala do reconhecimento do texto, da fase exploratória, fase seletiva, fase reflexiva, e define cada uma delas. Daí então vai depender muito do grau de profundidade do seu conhecimento sobre leitura. Você poderia resumir cada uma dessas fases no seu fichamento ou apenas listar cada uma das fases. Eu apenas listei, coloquei aqui "fases de leitura" e coloquei cada uma delas: reconhecimento, exploratória, seletiva e reflexiva. O que nós também podemos incluir nos nossos fichamentos são os nossos comentários. Mas para isso nós temos que ter um pouquinho mais de cuidado, para não confundir o que é comentário nosso e o que é o conteúdo do livro do autor. Vocês podem criar a forma que vocês acharem melhor de marcar isso. Pode ser numa cor em azul. Muitas vezes se indica o uso do parênteses ou do colchetes. Certo? Para indicar um comentário, eu coloquei: "Meu comentário [será que eu faço a leitura reflexiva? Acho que é importante fazer]". Vocês também podem colocar os comentários, mas como eu coloquei ao lado para vocês, sempre importante indicar entre colchetes que é o teu comentário e marcar isso de forma bem explícita no texto. Item 1.2. Nós temos "Interpretação de textos: análise textual, análise temática e análise interpretativa". Novamente, o autor do livro cita outros autores, Severino, Marconi e Lakatos, e apresenta um roteiro de orientação para leitura de textos acadêmicos. O autor deixa bem claro que a leitura de um texto acadêmico é uma leitura diferenciada, não é como ler uma mensagem de WhatsApp, umanotícia, enfim, algum texto mais lúdico. A leitura de um texto acadêmico exige uma leitura mais atenta, exige uma leitura com estratégias mais complexas, porque tem um conteúdo mais complexo. Ele sugere esse roteiro de leitura para auxiliar os leitores iniciantes, quem está começando sua vida acadêmica, começando a se deparar com esses textos. Ele cita então o que seria o passo a passo para se fazer uma leitura de um texto acadêmico. A análise textual, que seria então a escolha, a delimitação desse texto. Para isso é necessário então se fazer uma leitura rápida e panorâmica. A análise temática, que seria então a etapa realmente de compreensão do texto. E aqui ele sugere que se faça um esquema, um mapa mental ou mesmo em tópicos a sequência de ideias desse texto, que na verdade é um pouco o que nós fazemos com o fichamento. A análise interpretativa, que seria a interpretação, uma análise mais crítica desse texto. E ele sugere então que se faça um resumo para indicar essa interpretação. A problematização, que seria se levantar e debater questões a partir do texto. E a síntese pessoal, que seria então a reelaboração do texto em forma de paráfrase, com discussões de reflexões. Então no nosso fichamento eu coloquei novamente, destaquei que esse roteiro não é do autor do livro, esse roteiro foi elaborado a partir das referências do Severino e do Marconi. E coloquei brevemente cada um itens: análise textual, temática, interpretativa, problematização, síntese pessoal, com aquelas palavras que eu destaquei em amarelo no PDF. Brevemente cada uma delas. E depois o autor conclui falando da diferença entre texto falado e escrito. Ele coloca que a fala é mais dinâmica, permite que a pessoa reelabore as suas ideias enquanto está falando. Enquanto o texto escrito é mais planejado, não há interação com o ouvinte, com o interlocutor. Então o texto escrito é um pouco mais rígido, tem uma estrutura mais rígida, não é tão flexível como o texto falado. Eu destaquei em amarelo, destaquei nas margens do texto também, eu particularmente gosto muito desse tipo de anotação, porque ele sintetiza e auxilia muito o leitor no momento depois de retomar o texto. E por fim ele encerra essa seção falando que a leitura e a escrita estão interligadas, que é um pouco também da ideia que eu defendo ao longo desse nosso curso. Para escrever bem, eu preciso também ler, ler muitos textos acadêmicos, ter esta experiência de leitura bem aprofundada dos textos. No nosso fichamento encerro colocando "texto falado versus texto escrito", "leitura e escrita interligadas". Na próxima seção, 1.3, ele fala das características de um bom texto acadêmico, segundo Viana, 2003. Então aponta seis características. Eu utilizei cores diferentes para demarcar o título de cada uma das características. Também uma boa estratégia nas anotações é numerar. Coloquei, numerei, como eram várias, seis características, fui colocando os números no PDF ao lado e destacando em amarelo as principais ideias de cada uma dessas características. Depois no editor de texto eu fiz a mesma coisa. Coloquei a numeração, copiei o título de cada uma delas e sintetizei brevemente com aquelas anotações que eu fiz em amarelo. Sempre que eu copiei, coloquei entre aspas e coloquei a página aqui do lado. Eu também fiz essa mesma anotação das características de um bom texto em forma de esquema. Eu entendo que o fichamento é um instrumento de compreensão da leitura também, além de ser um registro, porque no momento em que eu registro já estou direcionando o que que é importante para mim enquanto leitor dentro desse texto? Já há um direcionamento, já há um trabalho de compreensão, interpretação por trás dessa tarefa de selecionar o que é mais importante e aquilo que eu quero registrar. Então uma forma de fazer esse registro no fichamento é também a forma do esquema, dos mapas mentais, tabelas, gráficos. Eu sei que já seria um pouco mais avançado, mas quem sabe até mesmo em gráfico. Vocês podem comparar que essa informação de cima é a mesma informação de baixo, mas me parece muito mais claro, em vez de ter os itens numerados, ter essa informação na forma de um esquema. Parece que nós entendemos muito mais rapidamente o conteúdo desses textos quando nós conseguimos utilizar um recurso visual, um esquema, uma imagem para representar esse conteúdo. Ao mesmo tempo isso também pode se tornar uma estratégia de leitura importante que eu posso colocar dentro da minha anotação do fichamento. Depois, o autor aponta essas características, que um bom texto se comunica, ele tem uma lógica, é um texto que demonstra que a pessoa é domina aquele assunto, é um texto que é dirigido para um leitor, para um possível leitor. Então sempre é importante ter em mente quem vai ler, quem é o leitor daquele texto que está sendo produzido. Depois ele aponta, segundo Silva, 2016, algumas sugestões para a escrita acadêmica. Ele já destaca em negrito, dentro do próprio texto, então não achei necessário fazer nenhum outro destaque. Como já são bem claras: suspender censura, ter equilíbrio entre ler e escrever. Como o próprio início aqui de cada uma delas já me parece que é bem claro, eu não destaquei nada em amarelo. Mas é claro que poderia ficar a critério de vocês, se achassen que seria necessário destacar em amarelo alguma palavra-chave dentro de cada uma delas. No meu fichamento, eu coloquei de forma bem breve: sugestões para escrita acadêmica, a autora. E coloquei a lista, copiei e colei os nomes, a lista que ela sugere. Claro que, futuramente, se vocês fossem citar digamos uma dessas ou mais de uma dessas teria que colocar entre aspas o nome de cada uma delas, porque seria uma citação direta. O item 1.4 do livro, "Tipos de texto descritivo, narrativo e argumentativo", fala sobre a escrita acadêmica, que utiliza diferentes tipos de texto. E ele descreve cada uma delas de forma muito breve. O texto descritivo, que enumera fatos, pormenores, aspectos. O texto narrativo conta uma história, um enredo. O dissertativo defende uma ideia, tem argumentos. No nosso fichamento, eu coloquei também de forma bem breve: a escrita acadêmica. Coloquei em itens: texto descritivo... Fiz uma citação direta, conforme o autor. Ele já é bastante breve na descrição, então optei por usar a citação direta mesmo no momento de descrever cada tipo de texto. Depois ele apresenta os tipos de argumentos. Coloquei do lado, na margem, tipos de argumentos, enumerei cada um deles. Eles já estão destacados em itálico. De preferência, vocês poderiam também destacar em amarelo. E ele também apresenta de forma bem breve cada um dos tipos de argumentos, segundo Weston. Eu apenas citei, enumerei, expliquei cada tipo de argumento. Também ficaria da opção de cada leitor descrever ou não esses tipos de argumentos no fichamento. Mas como já é uma descrição bem breve, praticamente vocês teriam que copiar. Para um fichamento, copiar esses cinco itens na íntegra seria bastante trabalhoso, pensando que o objetivo do fichamento é mais de resumir mesmo a informação. Então o ideal seria vocês colocarem, indicarem os tipos de argumento. No momento que vocês quisessem retomar essa leitura ou se aprofundar um pouco mais nesses tipos de argumentos, vocês poderiam voltar ao texto original na página 19 e ler cada um deles de forma mais aprofundada. Depois, no livro, o autor fala também brevemente sobre o parágrafo. Eu destaquei em amarelo aquilo que eu considerei mais relevante, já simulando o que seria a leitura de vocês, o que para vocês seria relevante dentro dessa parte do texto. E fiz em forma de citações diretas, copiei algumas partes que eu considerei mais importantes: que o parágrafo expressa as etapas do raciocínio, então o parágrafo é organizado em introdução, desenvolvimento e conclusão; que a mudança de um parágrafo marca o fim de uma ideia, de um raciocínio,e o início de outra; que o parágrafo ele deve girar em torno da primeira frase desse parágrafo, que é conhecido como tópico frasal; e que cada parágrafo deve explorar uma só ideia. Coloquei aqui um comentário para vocês: "Poderia resumir e parafrasear sem usar essa citação direta". E coloquei um exemplo. Em vez de usar essas citações diretas aqui, eu poderia dizer com as minhas palavras: "O parágrafo se organiza em introdução, desenvolvimento e conclusão, gira em torno da primeira frase e explora apenas uma ideia." Uma forma de sintetizar essas essas citações diretas com as minhas palavras. Isso é uma forma de citação indireta ou de paráfrase. Coloquei no comentário só para nós praticarmos um pouquinho mais essa noção, essa ideia. Por fim, no item 1.5, ele fala da "Utilização de ideias de outros autores", que seria a questão da cópia sem as referências, que também é conhecida como um crime, um crime chamado plágio. Destaquei em amarelo aqui algumas ideias. E o autor demonstra rapidamente qual seria a forma correta de fazer cópias. Não é proibido que nós façamos cópias. Nós precisamos apenas indicar de forma correta quem é o autor, de onde foi retirado, fazer a citação, colocar nas referências. Então ele indica os três tipos de citação: a literal, a paráfrase e a citação de citação. E fala que o ideal é se utilizar principalmente das paráfrases e não abusar muito das citações diretas. No item 1.5 eu fiz alguns itens, destaquei algumas daquelas citações em amarelo que eu destaquei no PDF e coloquei os três tipos de citações e o que o autor definiu como sendo a citação literal, a paráfrase e a citação de citação. Espero eu tenha contribuído com esse passo a passo. Sei que ficou um vídeo um pouco mais longo, mas é necessário mostrar como se fazer, de que forma se fazer um fichamento. Eu vou convidar vocês a continuarem esse fichamento. Que vocês continuem os capítulos 2 e 3 desse livro, que é um livro bastante curto, só tem 32, 39 páginas. Falta um pouquinho só para vocês concluírem, eu deixo como sugestão de exercício que vocês concluam, terminem esse fichamento. Eu vou deixar para vocês lá na unidade 2 um arquivo com o fichamento completo do livro. Vou deixar esse arquivo, que é o exemplo que utilizei no vídeo, e vou deixar um outro arquivo em que vocês vão ter os capítulos 2 e 3 juntos no fichamento. Assim vocês vão poder conferir, comparar como ficou o fichamento que vocês fizeram dos capítulos 2 e 3 e o fichamento que eu fiz dos capítulos 2 e 3. Para vocês terem uma referência nas próximas unidades. Na unidade 3, sobre resumo, nós vamos demonstrar em vídeo como fazer o resumo desse livro. E na unidade 4 vamos demonstrar como fazer a resenha desse livro. Um abraço a todos! 2.3 Sugestão de atividade Agora que você já sabe como fazer um fichamento, continue fazendo o fichamento do livro de Lazzarin (2016) o qual constitui a leitura básica do nosso curso. Termine o fichamento dos capítulos 2 e 3. Deixaremos, na sequência, um arquivo com o fichamento completo do livro. Assim, você poderá comparar e avaliar o seu fichamento. Observação: Esta é uma sugestão de atividade para prática dos conhecimentos sobre fichamento. Portanto, você não precisará enviar o seu fichamento e essa tarefa não contará para avaliação do curso. 2.5 Material complementar Indicamos como leitura complementar nesta unidade o capítulo 6 "Fichamento" do livro: MEDEIROS, J. B. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 12. ed. São Paulo, SP: Atlas, 2012. Neste capítulo, o autor apresenta diversos tipos de fichamento e esclarece seus usos. Estude o texto e faça anotações, pois elas serão importantes para auxiliá-lo na compreensão deste gênero. Link de acesso: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4998908/mod_resource/content/0 /Redacao_cientifica_-_Joao_Bosco_Medeiros.pdf 3.1 Vídeo: o gênero resumo Neste vídeo, apresentamos as noções básicas sobre o resumo acadêmico e não acadêmico. Nesta aula nós vamos conhecer um pouco mais sobre o gênero acadêmico resumo. Resumo, conforme Matêncio, é uma atividade de retextualização. Significa escrever um novo texto a partir das ideias principais de um ou mais textos originais. Retextualizar é a mesma coisa que reescrever em forma de um novo texto. Não é apenas apagar algumas partes e copiar outras. Esse é o conceito mais básico que se tem de resumir e talvez o que nós tenhamos aprendido lá no Ensino Fundamental. Mas, mesmo no resumo, é importante lembrar que, se houver cópia integral do texto, é preciso fazer uma citação direta. O resumo também envolve e requer um planejamento. Ler para resumir é diferente, por exemplo, de ler para entretenimento. Quando se está lendo para resumir, é importante fazer anotações, talvez até um fichamento, em forma de itens desse texto. Principalmente dependendo se é um texto longo ou se é um texto mais curto. Um processo importante também é o automonitoramento. O leitor precisa avaliar a sua compreensão do texto para ver se ela é suficiente para fazer um resumo. Se esse leitor perceber que a sua compreensão é muito limitada desse texto, ele deve usar outras estratégias, como pesquisar mais sobre o tema do texto original, conversar, pedir ajuda para alguém para tentar compreender esse texto. A avaliação e a revisão final do resumo são os processos que nós normalmente fazemos sempre que nós escrevemos um texto. Escrever um texto, produzir requer sempre essa etapa de revisão. Um texto passa por muitas revisões antes de poder ser publicado. Um conceito importante para se abordar o resumo é o conceito que Camacho apresenta: a distinção entre sentidos essenciais e sentidos acessórios. Para Camacho, os sentidos que são continuados, que constituem uma cadeia de sentidos no texto, eles são essenciais. Seriam então aquelas ideias que são, ao longo do texto, aprofundadas, desenvolvidas, exemplificadas, discutidas e retomadas. Os sentidos acessórios seriam aqueles sentidos que não são continuados, que https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4998908/mod_resource/content/0/Redacao_cientifica_-_Joao_Bosco_Medeiros.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4998908/mod_resource/content/0/Redacao_cientifica_-_Joao_Bosco_Medeiros.pdf aparecem uma única vez no texto e não são retomados. A partir desses princípios, resumir seria produzir um novo texto a partir dos sentidos essenciais do texto que está sendo resumido. Charolles apresenta alguns princípios também para ser resumir: a contração das informações, ou seja, a redução dessas informações; a paráfrase, que é dizer com as suas palavras o que o autor disse ou dizer com outras palavras aquilo que o texto resumido diz; a condensação, que seria condensar esses sentidos em um texto menor; e a reformulação, que é justamente uma reformulação na forma mas não no conteúdo, ou seja, nós reformulamos a forma linguística como este conteúdo está sendo veiculado. Graeff apresenta três princípios. O princípio primeiro é o da completude, no sentido de que o resumo, como é um novo texto, ele também precisa ter início, meio e fim. Ele deve ter a completude das ideias essenciais do texto que está sendo resumido. De preferência não deixar faltar nenhuma ideia essencial do texto que está sendo lido e resumido. A fidelidade, no sentido de que o resumo não pode acrescentar nem incluir informações que não estão no texto original. E por isso a importância da compreensão desse texto, porque, se eu não compreendo muito bem, o meu resumo vai refletir isso, eu posso colocar palavras na boca do autor que ele na verdade não disse. E a economia, que é o princípio que todos nós já conhecemos do resumo, é o princípio mais conhecido do resumo, que seria justamente o sintetizar. O resumo requer, antes de mais nada, que seja feita uma leitura estratégica, uma leitura analítica do texto. É preciso ler uma, duas,várias vezes o texto a ser resumido. E também no momento de escrever o resumo, é preciso considerar três questões importantes. Primeiro por que ler este texto que está sendo resumido? Por que resumir este texto? E para quem este resumo se dirige, quem vai ler este resumo? São três informações importantes, questões importantes para se considerar no momento de escrever esse resumo. Faça a leitura atenta e selecione as ideias principais. E tenha também atenção para a estrutura do texto, a organização e a progressão das ideias. Na verdade, o resumo é um processo que ocorre no momento da leitura. O cérebro faz esse processo de resumir, porque na verdade na nossa memória ela não consegue armazenar o texto, nem um parágrafo muito menos um texto maior na sua completude. Ao final da leitura, nós não lembramos exatamente as palavras, exatamente as frases que estavam no texto. A nossa memória não tira uma fotografia, não escaneia esse texto. O que fica na nossa memória, na verdade, é um resumo daquilo que nós compreendemos. E quando nós falamos do gênero textual resumo nós estamos falando justamente nesse processo de traduzir o nosso resumo mental para um resumo no formato de um texto escrito. Nós podemos resumir praticamente qualquer outro gênero textual. Nós podemos resumir um um livro, um livro de história, um livro acadêmico, um artigo, enfim, podemos resumir diversos gêneros acadêmicos. E isso também interfere na forma como o nosso resumo vai ser feito. Mas também é importante aqui distinguir que existe um gênero específico de resumo que é o resumo do trabalho científico, que é o resumo que vai ser utilizado nos artigos, nas dissertações, monografias, teses, todos esses gêneros acadêmicos já se iniciam pelo resumo. Conforme a ABNT, o gênero resumo de trabalho científico tem a finalidade específica de passar ao leitor uma ideia completa do teor do trabalho. Deve informar de maneira clara e sintética os resultados e as conclusões mais relevantes, bem como seu valor e originalidade. Trata-se da composição de um texto e não da enumeração de tópicos. O resumo enquanto gênero que vai compor outro gênero acadêmico, no caso dos que eu citei antes, tem a finalidade justamente de introduzir, de mostrar que trabalho é esse. No momento em que nós, por exemplo, fazemos uma pesquisa bibliográfica, a primeira coisa que nós lemos antes de ler um artigo inteiro, antes de ler uma tese inteira, a primeira coisa que nós vamos ler é o resumo. Para ver se aquele trabalho que nós estamos ali pesquisando realmente é relevante para o nosso objetivo da nossa pesquisa bibliográfica. Por isso a importância desse resumo que acompanha o trabalho científico e a importância de ele estar completo. Para que esteja completo, ele precisa ter obrigatoriamente as informações básicas da pesquisa, que são os objetivos, os métodos, os resultados e as conclusões. Para demonstrar um pouco melhor isso, depois eu vou analisar também um resumo para vocês. Linguagem. Os resumos, no geral, usam o verbo na voz ativa. No inglês, se usa um pouco mais a voz passiva, mas no momento que se fizer o abstract, se fizer um resumo traduzido para o inglês, muitas vezes vai se passar da voz ativa para voz passiva. Mas no português predomina a voz ativa. Terceira pessoa do singular. É importante evitar o uso de símbolos e gráficos de citações e de referências nos resumos. Importante que ele esteja organizado em um único parágrafo. O resumo que acompanha o trabalho científico é um único parágrafo. O número de palavras varia muito do suporte, de onde esse resumo vai ser publicado. Se é publicado numa revista ou em eventos, aí é preciso seguir as diretrizes para os autores, porque há revistas e eventos que limitam em 100, 150 palavras, varia bastante. Normalmente esses resumos ficam em torno de 200 palavras. Para mostrar o exemplo, eu vou abrir aqui um outro arquivo até para que vocês já se familiarizem com o layout do artigo científico. Esse é um artigo que eu publiquei com a minha orientadora de de doutorado. O título é "A relação entre o desempenho em compreensão leitora e fatores socioeconômicos em escolas públicas do Sul do Brasil". Essa revista exigia que nós traduzíssemos em duas línguas. Aqui nós temos em espanhol e em inglês. Eu vou também usar aquele recurso que eu apresentei no vídeo do fichamento que é o recurso de marcar com cores aqui para vocês perceberem aqueles elementos. Nós vimos antes nos slides que é importante ter os objetivos, ter os métodos, os resultados e a conclusão. Vamos ver se nós conseguimos identificar isso nesse resumo. “Este trabalho tem o objetivo de investigar a relação entre o desempenho em compreensão leitora e fatores sociais e econômicos: escolaridade parental, renda familiar e investimento em leitura. Isto aqui então, claramente, como o próprio texto diz, é o objetivo.” Bom, depois disso. “Participaram do estudo 49 bons leitores e 37 leitores com dificuldades de compreensão leitora cursando a 8ª série do Ensino Fundamental de escolas públicas do município de Santa Cruz do Sul, localizado no sul do Brasil.” Isto é o que nós chamamos de método. Cada um pode escolher a forma como quer destacar no texto isso. Eu vou destacar de uma forma bem diferente, usando uma linha como se fosse um sublinhado. Isto aqui é o método. “Os dados revelaram que a escolaridade dos pais é mais relevante do que renda familiar quando relacionada ao desempenho em compreensão leitora dos estudantes. Então aqui nós já estamos indo para os resultados. Exibiram, ainda, correlação entre a escolaridade dos pais e a média de investimento em material de leitura. Sendo assim, o nível educacional dos pais pode ser um fator determinante da forma como eles incentivam e promovem a leitura nas suas famílias.” Então nessa parte aqui já tenham um pouco de resultados e também já um pouco de discussão. “Pesquisas futuras devem aprofundar a investigação sobre escolaridade parental e as ações de letramento familiar contribuem para o desenvolvimento em compreensão leitora dos estudantes.” Usei aqui uma marcação de sublinhado diferente para indicar que isso aqui seria então parte da conclusão desse estudo. Além de demonstrar para vocês o gênero resumo acadêmico, que é então nesse caso aqui um resumo que faz parte de um artigo acadêmico. Normalmente é acompanhado de palavras-chave, que são palavras, expressões que resumem ainda mais, é o resumo do resumo, digamos assim, em poucas palavras. E normalmente ele é acompanhado do resumo nas línguas estrangeiras. E depois inicia-se, nesse caso aqui, o artigo. Além disso também quero mostrar para vocês, vou ver com vocês um texto, algo como se fosse um gênero notícia, e explorar algumas estratégias para se fazer o resumo. “Ministério da Saúde adverte: estudar faz bem à saúde.” Eu fiz isso no Word, mas é claro que vocês podem fazer em papel ou podem usar outros recursos para fazer isso. Aqui é um trocadilho, porque "Ministério da Saúde adverte" normalmente são coisas negativas: fumar faz mal à saúde, por exemplo. Aqui eles usam essa frase conhecida para dar o título ao texto. E o título, na verdade, ele é já uma síntese do texto muitas vezes. Claro, há títulos que usam outras estratégias, mas muitas vezes o título é já um resumo do texto. E no caso dessa notícia aqui, após a data já há um pequeno resumo. “Saúde e os níveis de escolaridade caminham juntos: o estudo não apenas alimenta um espírito crítico, como também amplia a capacidade das pessoas cuidarem melhor de si mesmas e dos seus entes queridos.” Depois vem a autora, o local de publicação e a introdução do texto. “Você já reparou que em datas especiais como aniversários e ano novo estamos sempre desejando saúde para quem é próximo? Mais ainda: se você perguntar para qualquer pessoa qual sua maior preocupação, é bem provável que a resposta seja a própria saúde e a da família.
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