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Hér�i� Di�f���máti�� O diafragma é um músculo extremamente importante para a dinâmica respiratória. Além disso, separa o conteúdo da caixa torácica da cavidade abdominal. Ele é composto por três orifícios que permitem a passagem do esôfago, veia cava e aorta do tórax para o abdome. A hérnia diafragmática é uma malformação congênita marcada pela ausência de desenvolvimento de parte ou da totalidade de uma hemicúpula diafragmática. Nas hérnias diafragmáticas congênitas, ocorre a passagem do conteúdo abdominal através de um orifício patológico que causa compressão nas estruturas mediastinais, o pulmão é a estrutura mais afetada. Diafragma normal: A fisiopatologia das hérnias é caracterizada por alterações pulmonares que diminuem os números de alvéolos, diminui o espessamento da parede alveolar e aumentam o espaço intersticial. Assim, ocorre acentuada diminuição do espaço aéreo alveolar da área de troca gasosa. Alterações nos vasos pulmonares: ● Diminuição do número de vasos pulmonares; ● Hiperplasia da média; ● Extensão periférica do músculo para as arteríolas intra-acinares; ● Espessamento da adventícia; ● Hipertrofia da parede das pequenas artérias pulmonares, o que provoca um aumento da resistência pulmonar; ● Hipereatividade arteriolar; ● Hipertensão pulmonar; ● Persistência da circulação total - shunt direita/ esquerda (forame oval e canal arterial) após o nascimento. Anomalias associadas Na maioria dos casos, existem outras anomalias associadas → anomalias cromossômicas, síndromes genéticas, anomalias renais, gastrointestinais e neurológicas. Existem diferentes tipos de hérnias diafragmáticas congênitas. Classificação e etiologia ● Hérnia de Bochdalek ● Hérnia de Morgani ● Hérnia do Hiato Esofágico Hérnia de Bochdaleck Hérnia mais frequente, associada ao processo de herniação congênito Corresponde a 90% dos casos Decorre de uma falha do folheto pleuroperitoneal, responsável pelo amadurecimento do peritônio e da pleura, fornecendo aparato para o crescimento do diafragma. Assim, ocorre um erro na migração da musculatura diafragmática de forma que ela não se fecha adequadamente e apareçam orifícios, permitindo a herniação de estruturas. É um defeito póstero-lateral mais comum do lado esquerdo. As principais complicações são: hipertensão pulmonar e hipoplasia pulmonar devido à compressão → devido ao efeito de compressão em massa das estruturas abdominais dentro da cavidade torácica. Hérnia de Morgagni Acontece em 5-10% dos casos; É um defeito anterior próximo à linha mediana (hiato esternocostal); Ocorre mais frequentemente do lado direito e póstero-medial. Hérnia do Hiato esofágico Alargamento excessivo do hiato esofágico podendo levar a passagem do estômago para a cavidade torácica. Quadro clínico O quadro clínico é caracterizado por diminuição do murmúrio vesicular do lado acometido (devido a compressão do pulmão; Abdome escavado (migração do conteúdo abdominal) Aumento da cavidade torácica; Ruído hidroaéreo no tórax, dispnéia, cianose, insuficiência respiratória e instabilidade hemodinâmica. Nos casos mais tardios (em que as hérnias são menores e as complicações mais tardias) é possível observar vólvulo gástrico, vólvulo esplênico, obstrução intestinal, massa em tórax e sepse por perfuração intestinal. Diagnóstico O diagnóstico se inicia no pré-natal por meio de níveis diminuídos de alfa-fetoproteína (AFP) materno, polidrâmnio, bolha gástrica intratorácica e desvio mediastinal cardíaco A ultrassonografia pode diagnosticar a patologia a partir da 15º semana de gestação → ultrassonografia morfológica do 2º semestre. Em neonatos, a radiografia de tórax pode servir como exame diagnóstico. Tratamento Após a confirmação do diagnóstico, a terapia pós-natal inicial é direcionada à reanimação e estabilização da criança em sofrimento cardiopulmonar. Em casos graves, rápida intubação endotraqueal e suporte ventilatório mecânico provavelmente sejam necessários. A sonda nasogástrica deve ser inserida para evitar a distensão gástrica e intestinal. Cateteres arteriais e venosos auxilia em manobras de reanimação. O equilíbrio ácido - base e o estado de oxigenação-ventilação devem ser cuidadosamente monitorados. Ventilação mecânica A ventilação é um componente crítico no cuidado de crianças com insuficiência secundária a HDC. No entanto, os limites fisiológicos do pulmão hipoplásico tornam a ventilação mecânica um desafio. A hipoplasia pulmonar em bebês com HDC é caracterizada por uma diminuição do número de vias aéreas e espaços aéreos menores. Além disso, as ramificações da vascularização pulmonar diminuem, bem como há o aumento da espessura das paredes adventícias e medial. Por isso, resulta em graus diferentes de insuficiência respiratória e HVP (Hipertensão vascular pulmonar). Após o nascimento, o desenvolvimento vascular e pulmonar continua, portanto, estas sequelas pulmonares da HDC podem melhorar. Devido a essa maturação em curso, as estratégias de ventilação mecânica sempre tendem para abordagens menos agressivas, com o objetivo de manter a oxigenação e limitar os riscos de lesão pulmonar induzida por ventilador. Cirurgia Historicamente, o reparo precoce foi pensado para melhorar a ventilação, reduzindo pressões intratorácicas após a redução das vísceras herniadas. No entanto, estra estratégica conduziu frequentemente a procedimentos urgentes sendo realizada em crianças instáveis. Hoje, a cirurgia de HDC geralmente é adiada até que a estabilidade cardiopulmonar seja alcançada, embora a definição de estabilidade fisiológica permaneça altamente variável e inconsistente entre os centros. A correção cirúrgica aberta da HDC pode ser realizada por abordagem torácica ou abdominal. As vantagens da laparotomia incluem mais facilidade na redução das vísceras intratorácicas, capacidade de mobilizar a borda posterior do diafragma, maneja mais fácil de anomalias de rotação intestinal, assim como evitar sequelas musculoesqueléticas associadas à toracotomia. A grande maioria das cirurgias neonatais de HDC é feita através de uma incisão subcostal.