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12 Tribunal do Júri

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1 
Tribunal do Júri 
 
Introdução: 
• Art. 5º: 
 XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, 
assegurados: 
▪ a) a plenitude de defesa; 
▪ b) o sigilo das votações; 
▪ c) a soberania dos veredictos; 
▪ d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
• A corrente majoritária entende que o tribunal do júri é um órgão do Judiciário; 
 Fundamentos: 
▪ Composição – Juiz Presidente (togado) e de 25 juros, dos quais sete tomam assento 
no Conselho de Segurança; 
▪ CPP - Art. 78 - I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da 
jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri; 
▪ Decisões do Tribunal do Júri são passíveis de recurso – órgão político não tem suas 
decisões passíveis de apreciação pelo judiciário; 
▪ Constituição dos Estados preveem o Tribunal do Júri como órgão do Judiciário; 
 
Competência constitucional para julgamento: 
• Dos crimes dolosos contra a vida – assegurada a competência para os delitos dolosos contra a 
vida e não somente para eles; 
 Homicídio simples; 
 Homicídio privilegiado; 
 Homicídio qualificado; 
 Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação; 
 Infanticídio; 
 Abordo; 
 Genocídio; 
o Obs. Abrange as formas tentadas; 
 
Formação da culpa no procedimento do júri: 
• Infração penal possui investigação por meio do inquérito policial; 
• Encontradas provas suficientes da materialidade e autoria – MP vai oferecer denúncia, 
instaurando-se a fase de formação de culpa; 
 É feito diante de um juiz togado, colhendo-se provas sob o crivo do contraditório e ampla 
defesa, bem como garantias do devido processo legal; 
• Finalizada a instrução – juiz avaliar se é viável enviar processo para apreciação dos jurados, no 
Tribunal do Júri; 
 
2 
 
Procedimento especial do Júri e a fase de avaliação da admissibilidade da acusação: 
• Tribunal do Júri – procedimento especial; 
• Recebida a denúncia, junto com a lista de até 8 testemunhas, o juiz irá determinar a citação do 
réu para responder à acusação; 
▪ Art. 406 - § 2o A acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), 
na denúncia ou na queixa. 
 Defesa prévia - Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação 
do acusado para responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 
 § 1o O prazo previsto no caput deste artigo será contado a partir do efetivo cumprimento 
do mandado ou do comparecimento, em juízo, do acusado ou de defensor constituído, 
no caso de citação inválida ou por edital. 
 § 3o Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo que interesse a sua 
defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar 
testemunhas, até o máximo de 8 (oito), qualificando-as e requerendo sua intimação, 
quando necessário. 
▪ Na defesa prévia, pode o acusado alegar tudo que interessa à sua defesa, 
incluindo a arguição de preliminares, oferecimento de documentos e justificativas, 
especificar provas, arrolar testemunhas, etc.; 
 Ausência de defesa prévia no prazo de 10 (dez) dias: 
▪ Art. 408. Não apresentada a resposta no prazo legal, o juiz nomeará defensor para 
oferecê-la em até 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos. 
 Advogado constituído que não apresentou defesa prévia - deve o magistrado considerar 
o réu indefeso, nomeando-lhe defensor dativo ou encaminhando o caso à Defensoria 
Pública, conforme a situação possível na Comarca. 
• Apresentada defesa prévia: 
 Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério Público ou o querelante sobre 
preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias. 
 Art. 410. O juiz determinará a inquirição das testemunhas e a realização das diligências 
requeridas pelas partes, no prazo máximo de 10 (dez) dias. 
• Audiência: 
 Art. 411. Na audiência de instrução, proceder-se-á à tomada de declarações do 
ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela 
defesa, nesta ordem, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao 
reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e 
procedendo-se o debate. 
▪ Audiência una – produção de toda prova oral em apena uma data; 
• Oitiva: 
o Ofendido; 
o Testemunhas da acusação e defesa; 
o Esclarecimentos por peritos; 
 
3 
o Acareações e reconhecimento de pessoas/coisas; 
o Acusado; 
 § 1o Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento e de deferimento 
pelo juiz. 
 § 2o As provas serão produzidas em uma só audiência, podendo o juiz indeferir as 
consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. 
 § 3o Encerrada a instrução probatória, observar-se-á, se for o caso, o disposto no art. 384 
deste Código. 
 § 4o As alegações serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação e 
à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez). 
 § 5o Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo previsto para a acusação e a defesa de 
cada um deles será individual. 
 § 6o Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão concedidos 10 
(dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa. 
 § 7o Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível à prova faltante, 
determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer. 
 § 8o A testemunha que comparecer será inquirida, independentemente da suspensão da 
audiência, observada em qualquer caso a ordem estabelecida no caput deste 
artigo. 
 § 9o Encerrados os debates, o juiz proferirá a sua decisão, ou o fará em 10 (dez) dias, 
ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos. 
• Formação da culpa tem o prazo de 90 dias para ser concluído (prazo impróprio – caso 
ultrapassado – inexiste sanção) - Art. 412. O procedimento será concluído no prazo máximo de 90 
(noventa) dias. 
• Após os debates, o juiz pode proferir a sua decisão no termo da audiência ou no prazo de dez 
dias, ordenando que os autos lhe sejam conclusos. 
• Após, cabe ao magistrado tomar uma de quatro providências: 
 a) pronunciar o réu (art. 413, CPP); 
 b) impronunciá-lo (art. 414, CPP); 
 c) desclassificar a infração penal (art. 419, CPP); 
 d) absolver sumariamente o acusado (art. 415, CPP). 
 
Pronúncia: 
• Decisão interlocutória mista, que julga admissível a acusação, remetendo o caso à apreciação 
do Tribunal do Júri. 
 Mista – encerra a fase de formação de culpa e inaugura a fase de preparação do 
plenário, que levará ao julgamento do mérito; 
• Estrutura formal de sentença – relatório, fundamentação e dispositivo; 
• Requisitos: 
 
4 
 Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da 
materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de 
participação. 
▪ Prova da existência do fato – materialidade; 
▪ Indícios de autoria ou participação – autoria; 
• Indícios – elementos indiretos que auxiliam na formação do convencimento 
do juiz (prova indireta); 
• Conteúdo da decisão de pronúncia e sua influência sobre os jurados: 
 Julgamento apenas da admissibilidade da acusação – não adentra no mérito; 
 Fundamentação – art. 413 – § 1o A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação 
da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de 
participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado 
e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena. 
 Juiz não deve ingressar em questões relacionadas à pena, agravantes, atenuantes, 
circunstâncias judicias – momento impróprio; 
 Circunstâncias componentes do tipo penal incriminador devem ser declaradas: 
▪ Elementares – tipo básico; 
▪ Circunstânciasde aumento de pena específicos, constantes no tipo derivado, ou 
seja, nos parágrafos do tipo incriminador; 
▪ Circunstâncias qualificadores constantes do tipo derivado; 
 § 2o Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança para a concessão ou 
manutenção da liberdade provisória. 
 § 3o O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição 
da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de 
acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer 
das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código. 
• Alteração da classificação do crime: 
 Art. 418. O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante da acusação, 
embora o acusado fique sujeito a pena mais grave. 
 Ex: MP denunciou como homicídio, mas era infanticídio; 
• Possibilidade de correção da pronúncia: 
 Art. 421. § 1o Ainda que preclusa a decisão de pronúncia, havendo circunstância 
superveniente que altere a classificação do crime, o juiz ordenará a remessa dos autos ao 
Ministério Público. 
 Ex: ocorre quando se notifica a morte da vítima, estando o réu pronunciado por tentativa 
de homicídio; 
 Necessário alterar a pronúncia para homicídio consumado; 
 
Impronúncia: 
• Decisão interlocutória mista de conteúdo terminativo; 
 Encerra o primeiro procedimento e deixa de inaugurar o juízo de mérito; 
 
5 
• Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes 
de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado. 
• Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova 
denúncia ou queixa se houver prova nova. 
 
Desclassificação da infração penal: 
• Decisão interlocutória simples, modificadora da competência do juízo, não adentrando o mérito, 
nem tampouco fazendo cessar o processo; 
• Parte dá novo enquadramento legal, se ocorrer mudança de fato, novos elementos de 
convicção ou melhor apreciação dos mesmos fatos e elementos de prova; 
• O juiz somente desclassificará a infração penal, cuja denúncia ou queixa foi recebida como delito 
doloso contra a vida, em caso de cristalina certeza quanto à ocorrência de crime diverso 
daqueles previstos no art. 74, § 1.º, do Código de Processo Penal (homicídio doloso, simples ou 
qualificado; induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação; infanticídio ou 
aborto). 
• Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime 
diverso dos referidos no § 1º do art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento, 
remeterá os autos ao juiz que o seja. 
 Necessário cautela – acusação fundada em 2 homicídios dolosos – desclassificando-se um 
deles para a forma culposa, não cabe a separação dos processos, enviando-se o que foi 
desclassificado para o juízo competente e pronunciando o outro, que permaneceria na 
Vara do Júri; 
 Afinal, tratando-se de infrações conexas e havendo entre elas um crime de homicídio 
doloso, é natural que o delito culposo deva 9.1 também ser julgado pelo Tribunal Popular. 
• Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a outro juiz, à disposição deste ficará o acusado 
preso. 
• Possibilidade de conflito negativo de competência após desclassificação: 
 Após o juiz desclassificar o crime por entender que não é competência do Tribunal do Júri, 
remete-se o processo para o juízo competente; 
▪ Pode interpor recurso em sentido estrito; 
▪ Julgado procedente – processo continuará na Vara do Júri; 
▪ Julgado improcedente – continua na vara que foi remetido; 
 Caso o juiz que recebe entenda que é competência do júri, pode suscitar um conflito de 
competência; 
 
Absolvição sumária: 
• Decisão de mérito que coloca fim ao processo, julgando improcedente a pretensão punitiva do 
Estado; 
• Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: 
 I – provada a inexistência do fato; 
 II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; 
 
6 
 III – o fato não constituir infração penal; 
 IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. 
• Absolvição exige certeza diante da prova colhida – havendo dúvida, torna-se indicada a 
pronúncia, pois o júri tem competência para deliberar sobre o tema; 
• Réu considerado mentalmente perturbado deve ser pronunciado; 
 Art. 415 - Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao 
caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva. 
 Não deve o juiz absolver sumariamente o acusado, impondo medida de segurança, se a 
defesa aventou outras teses; 
▪ Ex: defesa alega inimputabilidade e legítima defesa – a excludente de ilicitude 
pode gerar absolvição e se a conduta for lícita – não impõe medida de segurança; 
 Se a tese defensiva for apenas inimputabilidade – pode absolver sumariamente, impondo 
medida de segurança; 
 
Intimação da pronúncia: 
• Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia será feita: 
 I – pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e ao Ministério Público; 
 II – ao defensor constituído, ao querelante e ao assistente do Ministério Público, na forma 
do disposto no § 1º do art. 370 deste Código (publicação pela imprensa). 
• Parágrafo único. Será intimado por edital o acusado solto que não for encontrado. 
 
 
Fase de preparação do plenário: 
• Preclusa a decisão de pronúncia (não interposto recurso em sentido estrito), será remetido os autos 
ao juiz presidente do Tribunal do Júri; 
 Art. 421. Preclusa a decisão de pronúncia, os autos serão encaminhados ao juiz presidente 
do Tribunal do Júri. 
 § 1o Ainda que preclusa a decisão de pronúncia, havendo circunstância superveniente 
que altere a classificação do crime, o juiz ordenará a remessa dos autos ao Ministério 
Público. 
 § 2o Em seguida, os autos serão conclusos ao juiz para decisão. 
• Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a intimação do órgão 
do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo de 5 
(cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 5 
(cinco), oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência. 
• Na sequência, após a manifestação das partes, o juiz delibera sobre quais provas serão produzidas 
e quais ficarão para o plenário; 
• Art. 423. Deliberando sobre os requerimentos de provas a serem produzidas ou exibidas no 
plenário do júri, e adotadas as providências devidas, o juiz presidente: 
 
7 
 Supressão de nulidades - I – ordenará as diligências necessárias para sanar qualquer 
nulidade ou esclarecer fato que interesse ao julgamento da causa; 
 II – fará relatório sucinto do processo, determinando sua inclusão em pauta da reunião do 
Tribunal do Júri. 
▪ Juiz deve elaborar relatório do processo que será entregue, por cópia, a cada um 
dos jurados que compõem o Conselho de Sentença; 
• Art. 424. Quando a lei local de organização judiciária não atribuir ao presidente do Tribunal do 
Júri o preparo para julgamento, o juiz competente remeter-lhe-á os autos do processo preparado 
até 5 (cinco) dias antes do sorteio a que se refere o art. 433 deste Código. 
• Parágrafo único. Deverão ser remetidos, também, os processos preparados até o encerramento 
da reunião, para a realização de julgamento. 
 
Desaforamento: 
• Decisão jurisdicional que altera competência incialmente fixada pelos critérios do art. 69 do CPP; 
 Art. 69. Determinará a competência jurisdicional: 
▪ I - o lugar da infração:▪ II - o domicílio ou residência do réu; 
▪ III - a natureza da infração; 
▪ IV - a distribuição; 
▪ V - a conexão ou continência; 
▪ VI - a prevenção; 
▪ VII - a prerrogativa de função. 
 Provocação de alteração pode vir do juiz ou das partes; 
• Hipóteses de desaforamento: 
 a) se o interesse da ordem pública o reclamar; 
▪ Relacionado com a segurança existente na Comarca onde o júri se realizará; 
 b) se houver dúvida sobre a imparcialidade do júri; 
▪ Ex: pode ocorrer quando a cidade for pequena e haver comoção geral; 
 c) se houver dúvida quanto à segurança do réu; 
 d) se o julgamento não se realizar no período de seis meses, contado do trânsito em 
julgado da decisão de pronúncia, desde que para a demora não tenha contribuído a 
defesa 
▪ Demora para julgamento; 
 Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a 
imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do 
Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação 
do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra 
comarca da mesma região, onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais 
próximas. 
▪ Deferida o desaforamento – será encaminhado para comarca mais próxima; 
▪ Caso a situação persista – possível novo desaforamento; 
 
8 
 § 1o O pedido de desaforamento será distribuído imediatamente e terá preferência de 
julgamento na Câmara ou Turma competente. 
 § 2o Sendo relevantes os motivos alegados, o relator poderá determinar, 
fundamentadamente, a suspensão do julgamento pelo júri. 
 § 3o Será ouvido o juiz presidente, quando a medida não tiver sido por ele solicitada. 
 § 4o Na pendência de recurso contra a decisão de pronúncia ou quando efetivado o 
julgamento, não se admitirá o pedido de desaforamento, salvo, nesta última hipótese, 
quanto a fato ocorrido durante ou após a realização de julgamento anulado. 
 Art. 428. O desaforamento também poderá ser determinado, em razão do comprovado 
excesso de serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, se o julgamento não puder 
ser realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da decisão de 
pronúncia. 
 § 1o Para a contagem do prazo referido neste artigo, não se computará o tempo de 
adiamentos, diligências ou incidentes de interesse da defesa. 
 § 2o Não havendo excesso de serviço ou existência de processos aguardando julgamento 
em quantidade que ultrapasse a possibilidade de apreciação pelo Tribunal do Júri, nas 
reuniões periódicas previstas para o exercício, o acusado poderá requerer ao Tribunal que 
determine a imediata realização do julgamento. 
 STF - SÚMULA 712- É NULA A DECISÃO QUE DETERMINA O DESAFORAMENTO DE PROCESSO 
DA COMPETÊNCIA DO JÚRI SEM AUDIÊNCIA DA DEFESA. 
 
Providências para julgamento: 
• Art. 431. Estando o processo em ordem, o juiz presidente mandará intimar as partes, o ofendido, 
se for possível, as testemunhas e os peritos, quando houver requerimento, para a sessão de 
instrução e julgamento, observando, no que couber, o disposto no art. 420 deste Código. 
 Regular o feito – juiz designa julgamento e determina intimação das partes; 
 Art. 453. O Tribunal do Júri reunir-se-á para as sessões de instrução e julgamento nos 
períodos e na forma estabelecida pela lei local de organização judiciária. 
• Art. 432. Em seguida à organização da pauta, o juiz presidente determinará a intimação do 
Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Defensoria Pública para 
acompanharem, em dia e hora designados, o sorteio dos jurados que atuarão na reunião 
periódica. 
• Art. 433. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á a portas abertas, cabendo-lhe retirar as cédulas até 
completar o número de 25 (vinte e cinco) jurados, para a reunião periódica ou 
extraordinária. 
 Sorteio de 25 jurados; 
• § 1o O sorteio será realizado entre o 15o (décimo quinto) e o 10o (décimo) dia útil antecedente à 
instalação da reunião. 
• § 2o A audiência de sorteio não será adiada pelo não comparecimento das partes. 
• § 3o O jurado não sorteado poderá ter o seu nome novamente incluído para as reuniões 
futuras. 
 
9 
• Art. 435. Serão afixados na porta do edifício do Tribunal do Júri a relação dos jurados convocados, 
os nomes do acusado e dos procuradores das partes, além do dia, hora e local das sessões de 
instrução e julgamento. 
 Expede-se edital convocatório, onde constará a data em que o júri se reunirá, bem como 
o nome dos jurados sorteados, afixando-se à porta do fórum; 
• Art. 434. Os jurados sorteados serão convocados pelo correio ou por qualquer outro meio hábil 
para comparecer no dia e hora designados para a reunião, sob as penas da lei. 
• Parágrafo único. No mesmo expediente de convocação serão transcritos os arts. 436 a 446 deste 
Código. 
• Art. 441. Nenhum desconto será feito nos vencimentos ou salário do jurado sorteado que 
comparecer à sessão do júri. 
 Considerado atividade de juiz leigo no Tribunal do Júri – serviço público; 
• Preferência do julgamento: 
 Art. 429. Salvo motivo relevante que autorize alteração na ordem dos julgamentos, terão 
preferência: 
▪ I – os acusados presos; 
▪ II – dentre os acusados presos, aqueles que estiverem há mais tempo na 
prisão; 
▪ III – em igualdade de condições, os precedentemente pronunciados. 
 § 1o Antes do dia designado para o primeiro julgamento da reunião periódica, será afixada 
na porta do edifício do Tribunal do Júri a lista dos processos a serem julgados, obedecida 
a ordem prevista no caput deste artigo. 
 § 2o O juiz presidente reservará datas na mesma reunião periódica para a inclusão de 
processo que tiver o julgamento adiado. 
 
Organização e composição do tribunal do júri e função do jurado: 
• Organização do júri: 
 Art. 426. A lista geral dos jurados, com indicação das respectivas profissões, será publicada 
pela imprensa até o dia 10 de outubro de cada ano e divulgada em editais afixados à 
porta do Tribunal do Júri. 
• Haverá o alistamento anual de várias pessoas aptas a servir como jurados 
no Tribunal do Júri, o que se faz até outubro do ano anterior àquele onde se 
darão os julgamentos; 
▪ § 1o A lista poderá ser alterada, de ofício ou mediante reclamação de qualquer do 
povo ao juiz presidente até o dia 10 de novembro, data de sua publicação 
definitiva. 
▪ § 2º Juntamente com a lista, serão transcritos os arts. 436 a 446 deste Código. 
▪ § 3o Os nomes e endereços dos alistados, em cartões iguais, após serem verificados 
na presença do Ministério Público, de advogado indicado pela Seção local da 
Ordem dos Advogados do Brasil e de defensor indicado pelas Defensorias Públicas 
 
10 
competentes, permanecerão guardados em urna fechada a chave, sob a 
responsabilidade do juiz presidente. 
▪ § 4o O jurado que tiver integrado o Conselho de Sentença nos 12 (doze) meses que 
antecederem à publicação da lista geral fica dela excluído. 
▪ § 5o Anualmente, a lista geral de jurados será, obrigatoriamente, completada. 
 Variação do número de jurados de acordo com a comarca: 
▪ Art. 425. Anualmente, serão alistados pelo presidente do Tribunal do Júri de 800 
(oitocentos) a 1.500 (um mil e quinhentos) jurados nas comarcas de mais de 
1.000.000 (um milhão) de habitantes, de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) nas 
comarcas de mais de 100.000 (cem mil) habitantes e de 80 (oitenta) a 400 
(quatrocentos) nas comarcas de menor população. 
• Autoridade responsável pelo alistamento dos jurados – juiz presidente; 
▪ § 1o Nas comarcas onde for necessário, poderá ser aumentado o número de 
jurados e, ainda, organizada lista de suplentes,depositadas as cédulas em urna 
especial, com as cautelas mencionadas na parte final do § 3o do art. 426 deste 
Código. 
▪ § 2o O juiz presidente requisitará às autoridades locais, associações de classe e de 
bairro, entidades associativas e culturais, instituições de ensino em geral, 
universidades, sindicatos, repartições públicas e outros núcleos comunitários a 
indicação de pessoas que reúnam as condições para exercer a função de 
jurado. 
• Composição do Tribunal do Júri: 
 O Tribunal Popular é composto pelo: 
▪ Juiz togado, que o preside; 
▪ 25 jurados sorteados para a sessão, e não unicamente pelo magistrado e pelo 
Conselho de Sentença (7 jurados escolhidos dentre os 25). 
 Há, na realidade, 26 pessoas envolvidas no julgamento (um juiz de direito e 25 juízes leigos), 
dos quais, em uma segunda etapa, atinge-se o número de oito (um juiz presidente e sete 
jurados). Por outro lado, para validamente começar seus trabalhos, devem reunir-se, pelo 
menos, 16 pessoas (um juiz togado e 15 jurados). Portanto, pode-se dizer que há o Tribunal 
do Júri pleno (26 pessoas), o Tribunal do Júri mínimo (16 pessoas) e o Tribunal do Júri 
constituído para o julgamento (8 pessoas). 
• Função do jurado: 
 Considerado serviço público - Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado constituirá 
serviço público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral. 
 Idade – 18 anos; 
 Art. 436 - § 1o Nenhum cidadão poderá ser excluído dos trabalhos do júri ou deixar de ser 
alistado em razão de cor ou etnia, raça, credo, sexo, profissão, classe social ou econômica, 
origem ou grau de instrução. 
▪ Jurado virtual é a denominação que se confere a todo aquele que, preenchendo 
os requisitos legais, tem capacidade para o alistamento, servindo como jurado. Um 
 
11 
menor de 18 anos, por exemplo, não é jurado virtual, pois não pode ser 
selecionado. 
▪ Além do fator idade já exposto, é fundamental que o jurado seja pessoa de notória 
idoneidade, alfabetizado, possuidor de saúde mental e física compatível com a 
função, bem como deve estar no gozo dos seus direitos políticos e ser brasileiro. 
 Art. 438. A recusa ao serviço do júri fundada em convicção religiosa, filosófica ou política 
importará no dever de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos 
políticos, enquanto não prestar o serviço imposto. 
▪ Quando alguém se recursa a exercer a função de jurado, invocando motivos de 
ordem religiosa, filosófica ou política – pode perder direitos políticos; 
▪ Pode prestar serviço alternativo - § 1o Entende-se por serviço alternativo o exercício 
de atividades de caráter administrativo, assistencial, filantrópico ou mesmo 
produtivo, no Poder Judiciário, na Defensoria Pública, no Ministério Público ou em 
entidade conveniada para esses fins. 
▪ § 2o O juiz fixará o serviço alternativo atendendo aos princípios da 
proporcionalidade e da razoabilidade. 
 Recusa injustificada – art. 436 § 2o A recusa injustificada ao serviço do júri acarretará multa 
no valor de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com a condição 
econômica do jurado. 
 Casos de isenção: 
▪ Art. 437. Estão isentos do serviço do júri: 
• I – o Presidente da República e os Ministros de Estado; 
• II – os Governadores e seus respectivos Secretários; 
• III – os membros do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas e das 
Câmaras Distrital e Municipais; 
• IV – os Prefeitos Municipais; 
• V – os Magistrados e membros do Ministério Público e da Defensoria 
Pública; 
• VI – os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria 
Pública; 
• VII – as autoridades e os servidores da polícia e da segurança pública; 
• VIII – os militares em serviço ativo; 
• IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que requeiram sua 
dispensa; 
• X – aqueles que o requererem, demonstrando justo impedimento. 
 Jurados respondem criminalmente nos mesmos termos em que os juízes; 
▪ Art. 445. O jurado, no exercício da função ou a pretexto de exercê-la, será 
responsável criminalmente nos mesmos termos em que o são os juízes togados. 
 
Julgamento em plenário: 
• Formalidades iniciais: 
 
12 
 Ingressando no plenário, juntamente com o representante do Ministério Público, onde já se 
encontram o réu e seu defensor, o juiz deve, como primeira providência, recolher de 
dentro da urna as cédulas, contendo os nomes dos jurados que compareceram. 
 Em tese, devem ser achadas vinte e cinco cédulas, embora o número mínimo, para o início 
dos trabalhos, seja quinze. 
 Aliás, quando o escrivão, antes mesmo do ingresso do magistrado no plenário, nota que, 
dentre os jurados titulares, inexiste número suficiente, avisa o juiz presidente, que deverá 
proceder ao sorteio dos suplentes, redesignando a sessão; 
 Contadas as cédulas e feita a chamada para atestar, publicamente, estarem os jurados 
no local, torna-se a colocá-las na urna, que é fechada. 
 O juiz, então, anuncia que está instalada a sessão, determinando ao oficial que faça o 
pregão – anúncio do processo a ser julgado, nome do réu e artigo em que está incurso. 
 Art. 462. Realizadas as diligências referidas nos arts. 454 a 461 deste Código, o juiz 
presidente verificará se a urna contém as cédulas dos 25 (vinte e cinco) jurados sorteados, 
mandando que o escrivão proceda à chamada deles. 
 Art. 463. Comparecendo, pelo menos, 15 (quinze) jurados, o juiz presidente declarará 
instalados os trabalhos, anunciando o processo que será submetido a julgamento. 
 § 1o O oficial de justiça fará o pregão, certificando a diligência nos autos. 
 § 2o Os jurados excluídos por impedimento ou suspeição serão computados para a 
constituição do número legal. 
 Art. 464. Não havendo o número referido no art. 463 deste Código, proceder-se-á ao 
sorteio de tantos suplentes quantos necessários, e designar-se-á nova data para a sessão 
do júri. 
 Art. 465. Os nomes dos suplentes serão consignados em ata, remetendo-se o expediente 
de convocação, com observância do disposto nos arts. 434 e 435 deste Código. 
 
Uso de algemas: 
• Art. 474 - § 3o Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que 
permanecer no plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à 
segurança das testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes. 
 
Formação do Conselho de Sentença: 
• Órgão deliberativo do Tribunal do Júri; 
• Composição: 
 Juiz presidente; 
 25 jurados; 
▪ 7 serão convocados para julgar o caso; 
 1 juiz togado e 7 juízes leigos; 
• Art. 466. Antes do sorteio dos membros do Conselho de Sentença, o juiz presidente esclarecerá 
sobre os impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades constantes dos arts. 448 e 449 deste 
Código. 
 
13 
 Impedidos - Art. 448. São impedidos de servir no mesmo Conselho: 
▪ I – marido e mulher; 
▪ II – ascendente e descendente; 
▪ III – sogro e genro ou nora; 
▪ IV – irmãos e cunhados, durante o cunhadio; 
▪ V – tio e sobrinho; 
▪ VI – padrasto, madrasta ou enteado. 
 § 1o O mesmo impedimento ocorrerá em relação às pessoas que mantenham união 
estável reconhecida como entidade familiar. 
 § 2o Aplicar-se-á aos jurados o disposto sobre os impedimentos, a suspeição e as 
incompatibilidades dos juízes togados. 
 Impedidos - Art. 449. Não poderá servir o jurado que: 
▪ I – tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo processo, 
independentemente da causa determinante do julgamento posterior; 
▪ II – no caso do concurso de pessoas, houver integrado o Conselho de Sentença 
que julgou o outro acusado; 
▪ III – tiver manifestado prévia disposiçãopara condenar ou absolver o acusado 
 Suspeitos: 
▪ Art. 252: 
• I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha 
reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou 
advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da 
justiça ou perito; 
• II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido 
como testemunha; 
• III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato 
ou de direito, sobre a questão; 
▪ Art. 254: 
• I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles; 
• II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a 
processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; 
• III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro 
grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de 
ser julgado por qualquer das partes; 
• IV - se tiver aconselhado qualquer das partes; 
• V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; 
• Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no 
processo. 
• Incomunicabilidade - Art. 466 - § 1o O juiz presidente também advertirá os jurados de que, uma 
vez sorteados, não poderão comunicar-se entre si e com outrem, nem manifestar sua opinião 
 
14 
sobre o processo, sob pena de exclusão do Conselho e multa, na forma do § 2o do art. 436 deste 
Código. 
 Preservação da íntima convicção do jurado; 
 Partes podem fazer perguntar e solicitar esclarecimentos, mas o juiz deve ficar atento para 
que com essas questões o juiz leigo não manifeste sua opinião; 
 Pena: 
▪ Dissolução do Conselho; 
▪ Exclusão do corpo de jurados do tribunal; 
▪ Má-fé – crime de prevaricação; 
▪ Pode ser aplicado multa; 
 Recados urgentes serão passados ao oficial de justiça que irá informar ao jurado; 
• Art. 466 - § 2o A incomunicabilidade será certificada nos autos pelo oficial de justiça. 
• Quórum de instalação – 15 jurados, podendo se computar os impedidos ou suspeitos; 
 Art. 467. Verificando que se encontram na urna as cédulas relativas aos jurados presentes, 
o juiz presidente sorteará 7 (sete) dentre eles para a formação do Conselho de Sentença. 
• Recusa: 
 Art. 468. À medida que as cédulas forem sendo retiradas da urna, o juiz presidente as lerá, 
e a defesa e, depois dela, o Ministério Público poderão recusar os jurados sorteados, até 3 
(três) cada parte, sem motivar a recusa. 
▪ Recusa: 
• Motivada – baseia-se em circunstâncias legais de impedimento/suspeição; 
• Imotivada/peremptória – fundamenta-se em sentimentos de ordem pessoal 
do réu, de seu defensor ou do órgão da acusação; 
 Parágrafo único. O jurado recusado imotivadamente por qualquer das partes será 
excluído daquela sessão de instrução e julgamento, prosseguindo-se o sorteio para a 
composição do Conselho de Sentença com os jurados remanescentes. 
• Arguição de suspensão ou impedimento deve constar na ata, bem como decisão indeferindo -
Art. 470. Desacolhida a arguição de impedimento, de suspeição ou de incompatibilidade contra 
o juiz presidente do Tribunal do Júri, órgão do Ministério Público, jurado ou qualquer funcionário, o 
julgamento não será suspenso, devendo, entretanto, constar da ata o seu fundamento e a 
decisão. 
 Em determinados casos, no momento em que arguido, pode o jurado, funcionário e etc. 
reconhecer de plano; 
• Mais de um acusado: 
 Art. 469. Se forem 2 (dois) ou mais os acusados, as recusas poderão ser feitas por um só 
defensor. 
 Separação do julgamento - § 1o A separação dos julgamentos somente ocorrerá se, em 
razão das recusas, não for obtido o número mínimo de 7 (sete) jurados para compor o 
Conselho de Sentença. 
 
15 
 § 2o Determinada a separação dos julgamentos, será julgado em primeiro lugar o acusado 
a quem foi atribuída a autoria do fato ou, em caso de coautoria, aplicar-se-á o critério de 
preferência disposto no art. 429 deste Código. 
▪ 1º julga o autor; 
▪ 2º julga o partícipe; 
▪ Em caso de coautoria: 
• Art. 429. Salvo motivo relevante que autorize alteração na ordem dos 
julgamentos, terão preferência: 
o I – os acusados presos; 
o II – dentre os acusados presos, aqueles que estiverem há mais tempo 
na prisão; 
o III – em igualdade de condições, os precedentemente 
pronunciados. 
• Conselho pode julgar mais de um processo na mesma sessão: 
 Art. 452. O mesmo Conselho de Sentença poderá conhecer de mais de um processo, no 
mesmo dia, se as partes o aceitarem, hipótese em que seus integrantes deverão prestar 
novo compromisso. 
• Ausência de jurados suficientes: 
 Art. 471. Se, em conseqüência do impedimento, suspeição, incompatibilidade, dispensa 
ou recusa, não houver número para a formação do Conselho, o julgamento será adiado 
para o primeiro dia desimpedido, após sorteados os suplentes, com observância do 
disposto no art. 464 deste Código. 
• Juramento: 
 Art. 472. Formado o Conselho de Sentença, o presidente, levantando-se, e, com ele, todos 
os presentes, fará aos jurados a seguinte exortação: 
▪ Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir 
a vossa decisão de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça. 
▪ Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente, responderão: 
▪ Assim o prometo. 
 Parágrafo único. O jurado, em seguida, receberá cópias da pronúncia ou, se for o caso, 
das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação e do relatório do processo. 
 
Interrogatório: 
• Art. 473. Prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução plenária quando o juiz 
presidente, o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor do acusado tomarão, 
sucessiva e diretamente, as declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as testemunhas 
arroladas pela acusação. 
 1º - testemunho do ofendido; 
 2º - testemunhas de acusação; 
 3º testemunhas de defesa; 
 
16 
• § 1o Para a inquirição das testemunhas arroladas pela defesa, o defensor do acusado formulará 
as perguntas antes do Ministério Público e do assistente, mantidos no mais a ordem e os critérios 
estabelecidos neste artigo. 
• § 2o Os jurados poderão formular perguntas ao ofendido e às testemunhas, por intermédio do juiz 
presidente. 
• § 3o As partes e os jurados poderão requerer acareações, reconhecimento de pessoas e coisas e 
esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de peças que se refiram, exclusivamente, às 
provas colhidas por carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis. 
• Interrogatório do réu: 
 Art. 474. A seguir será o acusado interrogado, se estiver presente, na forma estabelecida 
no Capítulo III do Título VII do Livro I deste Código, com as alterações introduzidas nesta 
Seção. 
 § 1o O Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor, nessa ordem, poderão 
formular, diretamente, perguntas ao acusado. 
 Jurados podem fazer perguntas ao réu por intermédio do juiz - § 2o Os jurados formularão 
perguntas por intermédio do juiz presidente. 
 § 3o Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que 
permanecer no plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, 
à segurança das testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes. 
• Respeito à dignidade: 
 Art. 474-A. Durante a instrução em plenário, todas as partes e demais sujeitos processuais 
presentes no ato deverão respeitar a dignidade da vítima, sob pena de responsabilização 
civil, penal e administrativa, cabendo ao juiz presidente garantir o cumprimento do 
disposto neste artigo, vedadas: 
▪ I - a manifestação sobre circunstâncias ou elementos alheios aos fatos objeto de 
apuração nos autos; 
▪II - a utilização de linguagem, de informações ou de material que ofendam a 
dignidade da vítima ou de testemunhas. 
• Registro da instrução: 
 Art. 475. O registro dos depoimentos e do interrogatório será feito pelos meios ou recursos 
de gravação magnética, eletrônica, estenotipia ou técnica similar, destinada a obter 
maior fidelidade e celeridade na colheita da prova. 
 Parágrafo único. A transcrição do registro, após feita a degravação, constará dos autos. 
 
Debates: 
• Finalizada a inquirição das testemunhas, o juiz passará a palavra ao órgão acusatório que terá 
uma hora e meia para sustentar a acusação; 
 Art. 476. Encerrada a instrução, será concedida a palavra ao Ministério Público, que fará 
a acusação, nos limites da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível 
a acusação, sustentando, se for o caso, a existência de circunstância agravante. 
 § 1o O assistente falará depois do Ministério Público. 
 
17 
 § 2o Tratando-se de ação penal de iniciativa privada, falará em primeiro lugar o querelante 
e, em seguida, o Ministério Público, salvo se este houver retomado a titularidade da ação, 
na forma do art. 29 deste Código. 
• Terminada a acusação – defesa tem a palavra: 
 § 3o Finda a acusação, terá a palavra a defesa. 
 Possibilidade de réplica e tréplica - § 4o A acusação poderá replicar e a defesa treplicar, 
sendo admitida a reinquirição de testemunha já ouvida em plenário. 
 Art. 477. O tempo destinado à acusação e à defesa será de uma hora e meia para cada, 
e de uma hora para a réplica e outro tanto para a tréplica. 
 § 1o Havendo mais de um acusador ou mais de um defensor, combinarão entre si a 
distribuição do tempo, que, na falta de acordo, será dividido pelo juiz presidente, de forma 
a não exceder o determinado neste artigo. 
 § 2o Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo para a acusação e a defesa será 
acrescido de 1 (uma) hora e elevado ao dobro o da réplica e da tréplica, observado o 
disposto no § 1o deste artigo. 
• Direito ao aparte: 
 Art. 497. São atribuições do juiz presidente do Tribunal do Júri, além de outras 
expressamente referidas neste Código: 
 XII – regulamentar, durante os debates, a intervenção de uma das partes, quando a outra 
estiver com a palavra, podendo conceder até 3 (três) minutos para cada aparte 
requerido, que serão acrescidos ao tempo desta última. 
 Deve a parte conceder apartes, quando solicitada pela contrária, sob pena de poder 
haver a intervenção do juiz presidente, concedendo o momento de interferência, para 
que se faça algum comentário importante, referente ao tema desenvolvido por aquele 
que está falando; 
• Impossibilidade de juntar prova não anexada aos autos: 
 Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição 
de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) 
dias úteis, dando-se ciência à outra parte. 
▪ Ex: julgamento dia 20 – pode apresentar até dia 17; 
 Parágrafo único. Compreende-se na proibição deste artigo a leitura de jornais ou 
qualquer outro escrito, bem como a exibição de vídeos, gravações, fotografias, laudos, 
quadros, croqui ou qualquer outro meio assemelhado, cujo conteúdo versar sobre a 
matéria de fato submetida à apreciação e julgamento dos jurados. 
• Vedação a certas peças dos autos: 
 Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer 
referências: 
▪ I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a 
acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade 
que beneficiem ou prejudiquem o acusado; 
 
18 
▪ II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de 
requerimento, em seu prejuízo. 
 
Procedimento para julgamento: 
• Art. 480. A acusação, a defesa e os jurados poderão, a qualquer momento e por intermédio do 
juiz presidente, pedir ao orador que indique a folha dos autos onde se encontra a peça por ele 
lida ou citada, facultando-se, ainda, aos jurados solicitar-lhe, pelo mesmo meio, o esclarecimento 
de fato por ele alegado. 
• § 1º Concluídos os debates, o presidente indagará dos jurados se estão habilitados a julgar ou se 
necessitam de outros esclarecimentos. 
• Dúvidas quanto aos fatos - § 2º Se houver dúvida sobre questão de fato, o presidente prestará 
esclarecimentos à vista dos autos. 
 Juiz pode auxiliar nas dúvidas de direito; 
• Acesso aos autos - § 3º Os jurados, nesta fase do procedimento, terão acesso aos autos e aos 
instrumentos do crime se solicitarem ao juiz presidente. 
• Caso seja necessário nova prova - Art. 481. Se a verificação de qualquer fato, reconhecida como 
essencial para o julgamento da causa, não puder ser realizada imediatamente, o juiz presidente 
dissolverá o Conselho, ordenando a realização das diligências entendidas necessárias. 
• Parágrafo único. Se a diligência consistir na produção de prova pericial, o juiz presidente, desde 
logo, nomeará perito e formulará quesitos, facultando às partes também formulá-los e indicar 
assistentes técnicos, no prazo de 5 (cinco) dias. 
• Art. 484. A seguir, o presidente lerá os quesitos e indagará das partes se têm requerimento ou 
reclamação a fazer, devendo qualquer deles, bem como a decisão, constar da ata. 
• Parágrafo único. Ainda em plenário, o juiz presidente explicará aos jurados o significado de cada 
quesito. 
 Leitura dos quesitos – deve ser feita em plenário, à vista do público, que ficará esclarecido 
sobre o método de julgamento 
▪ Momento para questionar a forma, ordem, modo e conteúdo das indagações 
(quesitos) redigidas pelo juiz presidente é logo após a leitura e explicação em 
plenário; 
• Votação: 
 Art. 485. Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz presidente, os jurados, o Ministério 
Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça 
dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser procedida a votação. 
 § 1o Na falta de sala especial, o juiz presidente determinará que o público se retire, 
permanecendo somente as pessoas mencionadas no caput deste artigo. 
 § 2o O juiz presidente advertirá as partes de que não será permitida qualquer intervenção 
que possa perturbar a livre manifestação do Conselho e fará retirar da sala quem se portar 
inconvenientemente. 
• Quesitos e questionários: 
 Quesitos – perguntas que demanda como reposta a emissão de uma opinião ou juízo; 
 
19 
 Art. 482. O Conselho de Sentença será questionado sobre matéria de fato e se o acusado 
deve ser absolvido. 
▪ Indagação sobre fatos; 
 Parágrafo único. Os quesitos serão redigidos em proposições afirmativas, simples e 
distintas, de modo que cada um deles possa ser respondido com suficiente clareza e 
necessária precisão. Na sua elaboração, o presidente levará em conta os termos da 
pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, do 
interrogatório e das alegações das partes. 
 STF - SÚMULA 156 - É ABSOLUTA A NULIDADE DO JULGAMENTO, PELO JÚRI, POR FALTA DE 
QUESITO OBRIGATÓRIO. 
 Art. 483. Os quesitos serão formulados na seguinte ordem, indagando sobre: 
▪ I – a materialidade do fato; 
• O fato ocorreu ou não; 
▪ II – a autoria ou participação; 
• É ou não o responsável pelo crime; 
▪ III – se o acusado deve ser absolvido; 
• Merece ou não a condenação; 
▪ IV – se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa; 
▪ V – se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena 
reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a 
acusação. 
 § 1o A resposta negativa, de mais de 3 (três) jurados, a qualquerdos quesitos referidos nos 
incisos I e II do caput deste artigo encerra a votação e implica a absolvição do 
acusado. 
▪ O fato não ocorreu ou o réu não é autor da conduta em descrição – logo, há a 
absolvição; 
 § 2o Respondidos afirmativamente por mais de 3 (três) jurados os quesitos relativos aos 
incisos I e II do caput deste artigo será formulado quesito com a seguinte redação: 
▪ O jurado absolve o acusado? 
 § 3o Decidindo os jurados pela condenação, o julgamento prossegue, devendo ser 
formulados quesitos sobre: 
▪ I – causa de diminuição de pena alegada pela defesa; 
▪ II – circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena, reconhecidas na 
pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação. 
 § 4o Sustentada a desclassificação da infração para outra de competência do juiz singular, 
será formulado quesito a respeito, para ser respondido após o 2o (segundo) ou 3o (terceiro) 
quesito, conforme o caso. 
 § 5o Sustentada a tese de ocorrência do crime na sua forma tentada ou havendo 
divergência sobre a tipificação do delito, sendo este da competência do Tribunal do Júri, 
o juiz formulará quesito acerca destas questões, para ser respondido após o segundo 
quesito. 
 
20 
 § 6o Havendo mais de um crime ou mais de um acusado, os quesitos serão formulados em 
séries distintas. 
 
Votação em sala secreta: 
• Art. 486. Antes de proceder-se à votação de cada quesito, o juiz presidente mandará distribuir 
aos jurados pequenas cédulas, feitas de papel opaco e facilmente dobráveis, contendo 7 (sete) 
delas a palavra sim, 7 (sete) a palavra não. 
• Art. 487. Para assegurar o sigilo do voto, o oficial de justiça recolherá em urnas separadas as 
cédulas correspondentes aos votos e as não utilizadas. 
• Art. 488. Após a resposta, verificados os votos e as cédulas não utilizadas, o presidente 
determinará que o escrivão registre no termo a votação de cada quesito, bem como o resultado 
do julgamento. 
• Parágrafo único. Do termo também constará a conferência das cédulas não utilizadas. 
• Art. 489. As decisões do Tribunal do Júri serão tomadas por maioria de votos. 
• Proclamado o resultado do primeiro quesito, os jurados recebem de volta as mesmas cédulas que 
usaram para votar o quesito posterior; 
• Contradição entre votação dos quesitos - Art. 490. Se a resposta a qualquer dos quesitos estiver 
em contradição com outra ou outras já dadas, o presidente, explicando aos jurados em que 
consiste a contradição, submeterá novamente à votação os quesitos a que se referirem tais 
respostas. 
• Prejudicialidade de quesitos - Parágrafo único. Se, pela resposta dada a um dos quesitos, o 
presidente verificar que ficam prejudicados os seguintes, assim o declarará, dando por finda a 
votação. 
• Art. 491. Encerrada a votação, será o termo a que se refere o art. 488 deste Código assinado pelo 
presidente, pelos jurados e pelas partes. 
 
Sentença do juiz presidente: 
• Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença que: 
 I – no caso de condenação: 
• Obs. O Juiz, no Tribunal do Júri, não deve fundamentar a decisão 
condenatória, pois isso coube aos jurados, que votaram em sigilo e estão 
dispensados de motivar seu veredito; 
• Juiz fixa a sanção; 
▪ a) fixará a pena-base; 
▪ b) considerará as circunstâncias agravantes ou atenuantes alegadas nos 
debates; 
▪ c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em atenção às causas admitidas 
pelo júri; 
▪ d) observará as demais disposições do art. 387 deste Código; 
▪ e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se 
encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de 
 
21 
condenação a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão, 
determinará a execução provisória das penas, com expedição do mandado de 
prisão, se for o caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos que vierem a ser 
interpostos; 
▪ f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da condenação; 
 II – no caso de absolvição: 
▪ a) mandará colocar em liberdade o acusado se por outro motivo não estiver 
preso; 
▪ b) revogará as medidas restritivas provisoriamente decretadas; 
▪ c) imporá, se for o caso, a medida de segurança cabível. 
• Caso de absolvição imprópria – reconhecimento da inimputabilidade – 
impõe-se medida de segurança; 
• Desclassificação do delito: 
 § 1o Se houver desclassificação da infração para outra, de competência do juiz singular, 
ao presidente do Tribunal do Júri caberá proferir sentença em seguida, aplicando-se, 
quando o delito resultante da nova tipificação for considerado pela lei como infração 
penal de menor potencial ofensivo, o disposto nos arts. 69 e seguintes da Lei no 9.099, de 
26 de setembro de 1995. 
▪ Desclassificado a infração para crime não doloso contra a vida – cabe ao juiz-
presidente julgar; 
▪ Ex: crime de homicídio doloso – desclassificação para culposo – cabe suspensão 
condicional do processo (pena 1 a 3 anos); 
• Não cabia instituto, pois era tratado como doloso; 
 Crime conexo que não seja doloso contra a vida - § 2o Em caso de desclassificação, o 
crime conexo que não seja doloso contra a vida será julgado pelo juiz presidente do 
Tribunal do Júri, aplicando-se, no que couber, o disposto no § 1o deste artigo. 
• § 3º O presidente poderá, excepcionalmente, deixar de autorizar a execução provisória das penas 
de que trata a alínea e do inciso I do caput deste artigo, se houver questão substancial cuja 
resolução pelo tribunal ao qual competir o julgamento possa plausivelmente levar à revisão da 
condenação. 
• § 4º A apelação interposta contra decisão condenatória do Tribunal do Júri a uma pena igual ou 
superior a 15 (quinze) anos de reclusão não terá efeito suspensivo. 
• § 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito suspensivo à apelação de que trata o § 
4º deste artigo, quando verificado cumulativamente que o recurso: 
 I - não tem propósito meramente protelatório; e 
 II - levanta questão substancial e que pode resultar em absolvição, anulação da sentença, 
novo julgamento ou redução da pena para patamar inferior a 15 (quinze) anos de 
reclusão. 
• § 6º O pedido de concessão de efeito suspensivo poderá ser feito incidentemente na apelação 
ou por meio de petição em separado dirigida diretamente ao relator, instruída com cópias da 
 
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sentença condenatória, das razões da apelação e de prova da tempestividade, das 
contrarrazões e das demais peças necessárias à compreensão da controvérsia. 
• Leitura em plenário da sentença - Art. 493. A sentença será lida em plenário pelo presidente antes 
de encerrada a sessão de instrução e julgamento. 
 
Ata do julgamento: 
• Espelho fiel do desenvolvimento da sessão, contendo as principais ocorrências; 
• Art. 494. De cada sessão de julgamento o escrivão lavrará ata, assinada pelo presidente e pelas 
partes. 
• Art. 495. A ata descreverá fielmente todas as ocorrências, mencionando obrigatoriamente: 
 I – a data e a hora da instalação dos trabalhos; 
 II – o magistrado que presidiu a sessão e os jurados presentes; 
 III – os jurados que deixaram de comparecer, com escusa ou sem ela, e as sanções 
aplicadas; 
 IV – o ofício ou requerimento de isenção ou dispensa; 
 V – o sorteio dos jurados suplentes; 
 VI – o adiamento da sessão, se houver ocorrido, com a indicação do motivo; 
 VII – a abertura da sessão e a presença do Ministério Público, do querelante e do assistente, 
se houver, e a do defensor do acusado; 
 VIII – o pregão e a sanção imposta, no caso de não comparecimento;IX – as testemunhas dispensadas de depor; 
 X – o recolhimento das testemunhas a lugar de onde umas não pudessem ouvir o 
depoimento das outras; 
 XI – a verificação das cédulas pelo juiz presidente; 
 XII – a formação do Conselho de Sentença, com o registro dos nomes dos jurados sorteados 
e recusas; 
 XIII – o compromisso e o interrogatório, com simples referência ao termo; 
 XIV – os debates e as alegações das partes com os respectivos fundamentos; 
 XV – os incidentes; 
 XVI – o julgamento da causa; 
 XVII – a publicidade dos atos da instrução plenária, das diligências e da sentença. 
• Art. 496. A falta da ata sujeitará o responsável a sanções administrativa e penal. 
 
Atribuições do Juiz Presidente do Tribunal do Júri: 
• Art. 497. São atribuições do juiz presidente do Tribunal do Júri, além de outras expressamente 
referidas neste Código: 
 I – regular a polícia das sessões e prender os desobedientes; 
 II – requisitar o auxílio da força pública, que ficará sob sua exclusiva autoridade; 
 III – dirigir os debates, intervindo em caso de abuso, excesso de linguagem ou mediante 
requerimento de uma das partes; 
 IV – resolver as questões incidentes que não dependam de pronunciamento do júri; 
 
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 V – nomear defensor ao acusado, quando considerá-lo indefeso, podendo, neste caso, 
dissolver o Conselho e designar novo dia para o julgamento, com a nomeação ou a 
constituição de novo defensor; 
 VI – mandar retirar da sala o acusado que dificultar a realização do julgamento, o qual 
prosseguirá sem a sua presença; 
 VII – suspender a sessão pelo tempo indispensável à realização das diligências requeridas 
ou entendidas necessárias, mantida a incomunicabilidade dos jurados; 
 VIII – interromper a sessão por tempo razoável, para proferir sentença e para repouso ou 
refeição dos jurados; 
 IX – decidir, de ofício, ouvidos o Ministério Público e a defesa, ou a requerimento de 
qualquer destes, a argüição de extinção de punibilidade; 
 X – resolver as questões de direito suscitadas no curso do julgamento; 
 XI – determinar, de ofício ou a requerimento das partes ou de qualquer jurado, as 
diligências destinadas a sanar nulidade ou a suprir falta que prejudique o esclarecimento 
da verdade; 
 XII – regulamentar, durante os debates, a intervenção de uma das partes, quando a outra 
estiver com a palavra, podendo conceder até 3 (três) minutos para cada aparte 
requerido, que serão acrescidos ao tempo desta última. 
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