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Práticas Discursivas de língua inglesa generos do cotidiano

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PRÁTICAS 
DISCURSIVAS DE 
LÍNGUA INGLESA: 
GÊNEROS DO 
COTIDIANO
Elisa Lima Abrantes
Introdução aos tempos 
verbais em língua inglesa
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer os tempos verbais em língua inglesa.
 � Identificar o uso de tempos verbais em gêneros do cotidiano e da 
imprensa.
 � Comparar os tempos verbais utilizados em gêneros do cotidiano e 
da imprensa, em inglês e em português.
Introdução
Sob uma perspectiva sintática, o sistema verbal em língua inglesa apre-
senta as seguintes características: tempo (presente, passado e futuro), 
aspecto (simples, progressivo, perfectivo e perfectivo progressivo), 
modalidade (indicativo, imperativo, interrogativo, subjuntivo) e voz 
(ativa e passiva). Esse sistema é usado de maneiras apropriadas em cada 
gênero discursivo. Por exemplo, anúncios publicitários usam bastante o 
modo imperativo para persuadir o consumidor a comprar um produto 
ou serviço. 
Nos gêneros do cotidiano e da imprensa, fazemos uso das característi-
cas listadas acima de forma flexível, tanto em português quanto em inglês, 
com variações que se devem a características culturais e linguísticas.
Neste capítulo você vai estudar as características de tempo, aspecto 
e modo do sistema verbal em língua inglesa. Verá de que forma essas 
características são usadas nos gêneros discursivos do cotidiano e da 
imprensa e como seu uso em português se compara ao em inglês. 
Tempos verbais em língua inglesa
Para que você entenda como funciona o sistema verbal em língua inglesa, 
vamos começar por diferenciar as características tempo, aspecto e modalidade 
(QUIRK et al., 1985). 
O tempo se refere ao momento em que a ação ocorre: se no momento 
presente, se no passado ou no futuro. Morfologicamente, ou seja, em relação 
à forma da palavra, em inglês só temos diferenciação entre o presente e o 
passado, enquanto o futuro será formado por combinações de palavras, que 
expressarão a intenção do falante em relação ao futuro — se é um futuro 
incerto, planejado, certo ou previsto. Sendo assim, observe: 
 � She drives very well. A sentença “Ela dirige muito bem” está no presente 
simples.
 � She drove me home yesterday. A sentença “Ela dirigiu e me levou para 
casa ontem” está no passado simples. A forma do verbo foi modificada 
de drive para drove para indicar que a ação ocorreu em momento an-
terior — nesse caso, ontem.
 � She will drive to São Paulo next July. A sentença “Ela dirigirá para São 
Paulo em julho” está no futuro simples, mas a forma do verbo drive 
não é modificada. É necessário um verbo auxiliar (will) para que se 
entenda que a ação ocorrerá no futuro. 
Aqui cabe chamar a atenção para o fato de que o falante poderia expressar 
o futuro de outras maneiras, dependendo de sua intenção, como, por exemplo, 
She is going to drive to São Paulo next July, que, em português, poderíamos 
traduzir também como “Ela viajará para São Paulo em julho”, mas o uso do 
going to indica que se trata de um futuro planejado. Talvez ela já tenha pedido 
férias no trabalho e pesquisado hotéis para se hospedar. O enunciador poderia 
ainda dizer She is driving to São Paulo next July. Neste caso a tradução para 
o português seria a mesma, “Ela dirigirá para São Paulo em julho”, mas a 
intenção do enunciador é de que essa viagem está certa, talvez ela tenha 
assinado as férias e reservado o hotel em que vai se hospedar.
Em relação ao aspecto, focaliza-se aqui se a ação expressa pelo verbo está 
completa ou em progresso. O aspecto se refere à forma como o falante com-
preende a ação ou estado. Aqui temos quatro aspectos: simples, progressivo, 
perfectivo e perfectivo-progressivo. Examinemos cada um desses aspectos. 
Introdução aos tempos verbais em língua inglesa2
O aspecto simples descreve a ação completa, permanente, habitual ou 
factual, como, por exemplo: 
 � Water boils at 100ºC (ação permanente e factual). 
 � We went to the club yesterday (ação completa, finalizada). 
 � She takes the bus to work at 0700 every day (ação habitual). 
O aspecto progressivo descreve ações temporárias ou em progresso, como, 
por exemplo: 
 � I’m currently living in Pernambuco (ação temporária, no momento).
 � I’ve been working as a teacher for 20 years (ação em progresso, continuo 
trabalhando como professora).
 � I was sleeping when the telephone rang (ação em progresso no passado).
O aspecto perfectivo é usado para expressar duas temporalidades, para 
situar no tempo uma ação que tenha ocorrido antes de outra, ou seja, examina-
-se um momento específico e fala-se de ações ocorridas até aquele momento. 
Por exemplo:
 � Na sentença She has left home, so you can’t talk to her now, olha-se a 
partir do presente algo que ocorreu antes. Nesse caso o momento em 
que ela saiu não é importante, mas sim o fato de ter saído. 
 � Se o tempo fosse relevante na enunciação, o passado simples teria sido 
usado para marcar a ação completa de ela ter saído em um momento 
específico: She left home one hour ago, so you can’t talk to her now. 
 � No exemplo I have always enjoyed reading in English, trata-se de 
uma situação que começou antes do presente e continua até agora, 
possivelmente sendo verdadeira também no futuro. 
Esse olhar para um ponto específico na linha do tempo pode acontecer 
também no passado e no futuro. Veja os exemplos: 
 � She had left home, so she couldn’t talk to you. Em determinado momento 
em que ela não pôde falar com você (passado) essa impossibilidade se 
deu pelo fato de ela ter saído antes. 
 � It was 2017 and I had loved my trip to Scotland. Nesse caso, marca-se 
o passado (2017) e algo que ocorreu antes daquele ano. Novamente, 
você pode perceber aqui a intenção do falante. 
3Introdução aos tempos verbais em língua inglesa
 � Se o período da viagem fosse importante para a enunciação, o passado 
simples teria sido usado para marcar a completude da ação: I loved my 
trip to Scotland in 2013. 
O aspecto perfectivo também pode ser utilizado para falarmos de uma 
ação ocorrida antes de determinado momento no futuro: 
 � By 2027 I will have retired, ou seja, o tempo futuro é 2027, e, antes 
daquele ano, eu terei me aposentado. 
 � Se o momento da aposentadoria fosse importante o enunciador diria 
I will retire in 2026, por exemplo, marcando uma ação completa no 
futuro. 
Pode-se também combinar os aspectos perfectivo e progressivo para formar 
o aspecto perfectivo-progressivo. Partindo dos conceitos já apresentados, 
pode-se compreender que esse aspecto enfatiza a duração de uma ação, pois se 
trata de uma situação que estava em progresso antes de determinado momento 
da linha do tempo. Por exemplo: 
 � I have been running, and I am still tired, ou seja, a corrida ocorreu 
antes do momento presente em que ainda estou cansada. Aqui o falante 
enfatiza a continuidade da corrida. As opções poderiam ter sido: 
 ■ I’ve run and now I’m tired (ação que ocorreu antes do tempo pre-
sente), ou
 ■ I ran this morning and I’m still tired (ação completa no passado). 
Pode-se ainda utilizar esse aspecto para ações em progresso em determinado 
momento do passado ou do futuro, como em I had been running and I was 
tired. O falante esteve correndo antes do momento do passado em que estava 
cansado. Veja o exemplo em um momento futuro: 
 � By December 2020, I will have been running for a year, and I will be 
thinner. Em determinado momento no futuro, dezembro de 2020, terei 
corrido continuamente por um ano, e estarei mais magra. 
Você deve ter percebido que o aspecto depende da intenção do falante, o 
que ele entende que deve enfatizar na comunicação. Pensando então na relação 
tempo-aspecto, chegamos a 12 tempos verbais, constituídos por 3 tempos — 
passado, presente, futuro — e 4 aspectos — simples, progressivo, perfectivo 
Introdução aos tempos verbais em língua inglesa4
e perfectivo-progressivo — para expressar ideias de maneira adequada. Veja 
um resumo no Quadro 1 (com as formas contratas dos verbos auxiliares).Simples Progressivo Perfectivo
Perfectivo-
progressivo
Presente I study French. I’m studying 
French
I’ve studied 
French
I’ve been 
studying 
French
Passado I studied 
French
I was studying 
French
I had studied 
French
I’d been 
studying 
French
Futuro I will study I will be 
studying
I will have 
studied
I will have 
been studying
Quadro 1. Tempos verbais da língua inglesa
Em relação à modalidade, ela é definida como a característica que denota 
o tom de determinada sentença, ou seja, expressa a intenção do enunciador. 
Aqui temos três modos principais (COLLINS, 2005):
 � Modo indicativo: também nomeado declarativo, é usado em afirmativas 
e orações principais, expressa a realidade ou o que se acredita ser a 
realidade, traz o sujeito antes do verbo, I want to talk to you, por exemplo. 
 � Modo interrogativo: usado quando se faz uma pergunta. Traz o sujeito 
após o verbo principal ou auxiliar: Where is your mother? Did you go 
to the cinema?
 � Modo imperativo: usado para se dizer a alguém para fazer alguma 
coisa. Normalmente, omite o sujeito e usa a forma base do verbo, como 
em Give me your hand, ou Show me your homework, por exemplo. 
Há outro modo, como o modo subjuntivo, que expressa desejo, sugestão, 
possibilidade, ou, em outras palavras, ao contrário do modo indicativo, não 
apresenta uma realidade, mas uma possibilidade. Normalmente integra frases 
subordinadas, nas quais o verbo aparecerá na forma básica, sem inflexões, 
como em She suggested that Ana get a job, Her teacher recommended that 
she study more ou She suggested that she study hard. Em relação ao uso do 
5Introdução aos tempos verbais em língua inglesa
subjuntivo para expressar desejos e condições, temos: I wish I were younger, 
If she were here she would tell all the truth.
As formas nominais do verbo — infinitivo, gerúndio e particípio — não expressam por 
si só tempo ou modo, tendo o seu valor temporal e modal dependente do contexto 
em que se encontram.
A modalidade difere do tempo verbal e do aspecto porque não se refere 
diretamente a nenhuma característica do evento, mas simplesmente ao status 
da proposição (PALMER, 2001). A modalidade diz respeito à atitude do enun-
ciador e pode ser expressa por meio de verbos modais, que transmitem ideias 
particulares. Associados aos verbos principais, os verbos modais demonstram: 
 � certeza — will, must;
 � vontade — will;
 � possibilidade — may, might, can, could; 
 � obrigação, proibição — must, mustn’t;
 � recomendação — should;
 � permissão — can, could, may;
 � convite — shall;
 � pedido — would;
 � habilidade — can, could. 
Os verbos modais não se comportam como os outros verbos, pois não 
sofrem flexão de pessoa e tempo e nem se combinam com verbos auxiliares. 
Existem ainda os chamados semimodais, que, a exemplo dos modais, 
expressam ideias particulares e se associam aos verbos principais; no entanto, 
diferem dos anteriores por sofrerem flexão de pessoa, tempo verbal e se 
combinarem aos verbos auxiliares be, have e do. Temos então: 
 � necessidade ou obrigação — need; 
 � hábito passado — used to;
 � coragem — dare; 
Introdução aos tempos verbais em língua inglesa6
 � habilidade — be able to, manage to;
 � aviso ou recomendação — had better;
 � obrigação — ought to, have to;
 � necessidade — have to. 
Tempos verbais em gêneros do cotidiano e 
da imprensa
O sistema verbal se ajusta ao gênero, que, segundo Bakhtin, é a materialização 
da língua. Cada atividade humana elabora seus gêneros, formados por enuncia-
dos que refletem as condições e as finalidades para as quais eles foram criados. 
Gêneros do discurso são formas relativamente estáveis de enunciados do 
ponto de vista temático [assunto], composicional [estrutura formal] e esti-
lístico [forma individual de escrever ou falar] (BAKHTIN, 2003), dados os 
contextos e situações específicas de comunicação. As próprias atividades e 
o contexto em que ocorrem determinam a sua construção composicional, ou 
seja, o conteúdo, a forma e o estilo dos enunciados. Os gêneros estão no dia a 
dia dos falantes, e são tantos quantos forem as atividades humanas e as suas 
necessidades de comunicação.
Bakhtin (2003) classifica os gêneros em primários e secundários de acordo 
com o nível de complexidade que apresentam. Os primários se referem a 
situações comunicativas cotidianas, espontâneas, não elaboradas, informais, 
que sugerem uma comunicação imediata. São exemplos de gêneros primários 
o bilhete, o diálogo cotidiano, a lista de supermercado, as receitas culinárias, 
entre outros. Os gêneros secundários, normalmente mediados pela escrita, 
aparecem em situações comunicativas mais complexas e elaboradas, como na 
imprensa, na área acadêmica, jurídica, literária entre outras. 
Aqui vamos examinar os tempos verbais utilizados em alguns gêneros do 
cotidiano e da imprensa. Examinemos primeiro alguns gêneros cotidianos: 
bilhete, conversa informal, receita culinária e postagem em rede social. 
O bilhete é uma comunicação breve e informal entre pessoas que tem 
proximidade. A linguagem é bastante coloquial e despretensiosa, com marcas 
da oralidade, admitindo apelidos, gírias e abreviações. Os tempos verbais 
variam dependendo do propósito comunicativo, como um convite, um relato, 
uma solicitação; e os modos podem ser indicativo, interrogativo ou imperativo; 
os verbos modais são bastante utilizados também. 
7Introdução aos tempos verbais em língua inglesa
A conversa informal é um gênero oral e espontâneo, com verbos usados 
no presente, passado e futuro, dependendo do propósito comunicativo. A 
linguagem é informal, gírias e apelidos podem ser utilizados. Os modos 
indicativo, interrogativo e imperativo podem ser usados. As marcas da fala 
estão presentes, como pausas, hesitações, mudanças de assunto, repetições, 
paráfrases, tom de voz, velocidade da fala.
As receitas culinárias apresentam, após a lista de ingredientes e suas quan-
tidades, o modo de fazer o prato desejado. Para isso usa-se o modo imperativo.
As postagens em redes sociais também são bastante variadas em termos 
de sistema verbal, e a linguagem poderá ser formal ou informal dependendo 
do propósito comunicativo, se a postagem é pessoal ou profissional.
Para os gêneros da imprensa, mais elaborados, temos grande variedade 
de opções, sejam gêneros jornalísticos em diferentes suportes, como no jornal 
impresso, na versão digital ou no telejornal, sejam os anúncios publicitários, 
também presentes em veículos impressos como jornais e revistas, na internet 
ou na TV e no rádio, ou ainda em outdoors e outros suportes menos conven-
cionais, como na adesivagem de ônibus e trens, elevadores, prédios, pontos 
de ônibus, etc. 
Comecemos pelos gêneros jornalísticos e tomemos como exemplo a notícia 
e a reportagem. 
No jornalismo, o objetivo das normas linguísticas não é a produção de um texto original 
ou criativo, mas a produção de um texto padronizado, que não chame a atenção 
para si, mas para a informação que carrega (TAVARES, 1997). Sendo assim, você pode 
inferir que os verbos na linguagem jornalística são usados de modo simplificado e 
padronizado, buscando a objetividade.
A notícia relata por escrito acontecimentos de forma estruturada (ainda 
que o suporte seja o rádio ou a TV, trata-se de um texto escrito que é lido) para 
que os leitores ou ouvintes se atualizem em relação aos eventos da sociedade. 
Portanto, o propósito comunicativo é o de informar o público. Nesse caso, os 
verbos utilizados serão, em sua maioria, no tempo pretérito, já que relata o que 
se passou, embora o presente e o futuro sejam usados também para estabelecer 
Introdução aos tempos verbais em língua inglesa8
relações necessárias com os fatos relatados. Os aspectos simples, progressivo e 
perfectivo devem ser usados para expor os fatos de modo adequado na relação 
temporal, e o modo normalmente é o indicativo. 
Veja o exemplo de fragmentos de uma notícia (CHISAFIS, 2019, documento 
on-line): 
French unions are staging a second round ofmass 
street demonstrations as the country entered its sixth 
day of a nationwide strike and transport standstill over 
proposed plans to change the pensions systems.
E ainda
The government will be watching Tuesday’s turnout after 
being caught off-guard by the scale of last week’s protests 
when at least 800,000 people took part in one of the biggest 
demonstrations of trade union strength in a decade.
Aqui temos, na primeira parte, uma ação progressiva no presente (are 
staging) sobre fatos passados (entered e proposed) que podem afetar o futuro 
(to change). No segundo fragmento temos o futuro progressivo simples, ou 
seja, uma ação que estará em progresso no futuro (will be watching), as formas 
nominais de verbos, gerúndio e particípio (being caught), e o evento passado 
(took part). 
Tanto a notícia quanto a reportagem são caracterizadas por apresentar, 
principalmente, verbos no pretérito no modo indicativo, pois apresentam 
informações sobre eventos passados. Na reportagem, a variabilidade de ver-
bos, aspectos e modos tende a ser mais ampla, já que, além dos fatos, estão 
presentes a opinião e a especulação, já que o grau de objetividade é menor 
do que na notícia, pois há uma interpretação dos fatos narrados. Nos trechos 
interpretativos, o uso do tempo presente é recorrente. O modo indicativo ainda 
predomina, mas os modos interrogativo, imperativo e subjuntivo podem ser 
utilizados.
O editorial é um gênero com finalidade persuasiva, escrito normalmente 
pelo editor-chefe, e não é assinado, já que representa o ponto de vista do jornal 
ou revista. A linguagem é formal e os verbos são utilizados em diferentes 
tempos, aspectos e modos.
9Introdução aos tempos verbais em língua inglesa
Outro gênero muito presente na imprensa são os anúncios publicitários, 
cuja função é convencer o consumidor a comprar um produto ou serviço, 
enaltecendo suas qualidades. O modo imperativo é utilizado, e os verbos no 
presente, passado e futuro podem fazer parte do anúncio. 
Tempos verbais em gêneros do cotidiano e 
da imprensa em português e em inglês
Diferentes línguas refletem diferenças culturais, diferentes maneiras de estar 
no mundo, estruturar o pensamento e, consequentemente, expressá-los de 
maneira diversa. Por exemplo, o português brasileiro tende a usar frases mais 
longas que o inglês; o uso do imperativo é visto como mais autoritário em 
português do que em inglês, e assim por diante. Nos gêneros do cotidiano e 
da imprensa, embora as características dos enunciados sejam relativamente 
estáveis (BAKHTIN, 2003) e compartilhem características de conteúdo, 
composição e estilo, o que facilita o ensino de língua inglesa, elas trazem 
algumas diferenças em relação à própria língua por conta do filtro cultural 
de uma e outra língua.
Por outro lado, essas diferenças culturais tornam o processo de ensino-
-aprendizagem mais rico, pois permitem que se compare e contraste os mesmos 
gêneros discursivos construídos na língua portuguesa e na língua inglesa, 
trazendo para a sala de aula a dimensão sociocultural do Brasil e de países 
anglófonos, como universos a explorar. A área de pesquisa que estuda a va-
riação de gêneros discursivos em diferentes culturas é a retórica contrastiva. 
Os pesquisadores dessa área dão enorme importância ao contexto de produ-
ção, circulação e uso dos gêneros discursivos, pois acreditam que o contexto 
sociocultural em que o escritor e o leitor estão inseridos molda sua maneira 
de escrever e ler qualquer texto (GRABE; KAPLAN, 1996). 
Para ilustrar algumas diferenças, vejamos o gênero reportagem, que tem 
por objetivo explícito tratar um acontecimento de forma aprofundada, contendo 
elementos de comprovação, diferentes pontos de vista, estratégias argumen-
tativas e descrição detalhada. Como objetivo não explícito, temos a formação 
de opinião dos interlocutores em relação a determinado assunto. Esse gênero 
circula em jornais e revistas impressos ou on-line, para públicos diversos, 
fatores que alteram o formato da reportagem. Predominam nesse gênero 
Introdução aos tempos verbais em língua inglesa10
os tipos textuais narração, descrição, argumentos e diálogo. A composição 
utiliza-se de outros gêneros, como a entrevista, o gráfico, a charge, a fotografia. 
Em relação ao estilo, apresentam-se as estruturas gramaticais (pronomes, 
verbos, modais, etc.) e de vocabulário.
Comecemos com a estrutura da reportagem para atentar ao estilo: o título 
apresenta uma simplificação da linguagem, com o uso, muitas vezes, de formas 
nominais do verbo. A fonte é maior e tem função de chamar a atenção do leitor. 
O subtítulo vem abaixo do título e o completa, trazendo o assunto de forma 
resumida. O primeiro parágrafo é o chamado lead, comum também à notícia, 
onde se respondem as seguintes perguntas sobre o acontecimento: o quê?, 
quem?, quando?, onde?, com quem?, e por quê? Aqui se informa o que é mais 
importante e interessante sobre o assunto abordado. O corpo da reportagem traz 
detalhes, opiniões e possibilidades de interpretação. Normalmente, utiliza-se 
o recurso gráfico do box, caixa de texto diferenciada para dar destaque a um 
ponto específico, combinada com gráficos, tabelas, fotos.
Como a reportagem é um gênero que relata acontecimentos, apresenta a 
predominância de verbos no presente e no pretérito, aspecto simples e modo 
indicativo. Segundo Koch (2008), a recorrência de determinado tempo verbal 
tem função coesiva, indicando ao leitor que se trata de comentário ou relato sob 
um ponto de vista retrospectivo. Os parágrafos são curtos e a preferência se 
dá por frases simples e períodos não muito complexos para que o interlocutor 
mantenha a atenção no conteúdo. 
No caso de reportagens em língua inglesa, essa tendência é ainda mais 
evidente. O texto é mais estruturado do que o português, sendo constituído 
por cinco partes: título, linha com nome do autor, lead, explicações e informa-
ções adicionais. Em linhas gerais, você pode perceber que os textos escritos 
em língua inglesa são mais objetivos e diretos, e que os marcadores de dis-
curso (primeiro, segundo, terceiro...) são amplamente utilizados. Além disso, 
o português brasileiro admite maior flexibilidade na formulação das frases, 
com frases mais longas e uso de adjetivação maior, aspectos inaceitáveis em 
um texto em língua inglesa. 
Essas diferenças são menos perceptíveis em textos jornalísticos, embora 
na reportagem fiquem mais visíveis por conta da maior extensão do texto, 
mas gêneros tanto do cotidiano quanto de outras esferas comunicativas, como 
jurídica, literária, entre outras, sofrerão modificações de acordo com a língua 
de produção do texto oral ou escrito. 
11Introdução aos tempos verbais em língua inglesa
Para entender melhor a área de estudos da retórica contrastiva, leia o texto “Retórica 
contrastiva”, disponível no link a seguir.
https://qrgo.page.link/MguWv
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003. 
CHISAFIS, A. French unions dismiss pension changes and vow to continue strikes. The 
Guardian, 11 dez. 2019. Disponível em: https://www.theguardian.com/world/2019/
dec/11/france-french-pm-reveals-details-of-fairer-pension-reforms. Acesso em: 30 
dez. 2019.
COLLINS, U.K. Cobuild English grammar. Glasgow: HarperCollins, 2005. 
GRABE, W.; KAPLAN, R. B. Theory and practice of writing: an applied linguistic perspective. 
New York: Longman, 1996.
KOCH, I. G. V. A coesão textual. 21. ed. São Paulo: Contexto, 2008.
PALMER, F. R, Mood and modality. 2. ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2001.
QUIRK, R. et al. A comprehensive grammar of the English language. New York: Longman, 
1985.
TAVARES, M. A. O verbo no texto jornalístico: notícia e reportagem. Working Papers em 
Linguística, n. 1, p. 123–142, 1997. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/
workingpapers/article/download/1490/1631. Acesso em: 30 dez. 2019.
Leituras recomendadas
CARTER, R.; MCCARTHY, M. Cambridge grammar of English: a comprehensive guide.New York: Cambridge University Press, 2006.
LAGE, N. Ideologia e técnica da notícia. Petrópolis, RJ: Vozes, 1979.
ROJO, R. A teoria dos gêneros em Bakhtin: construindo uma perspectiva enunciativa 
para o ensino de compreensão e produção de textos na escola. In: BRAIT, B. (org.). 
Estudos enunciativos no Brasil: história e perspectivas. Campinas, SP: Pontes; São Paulo, 
Fapesp, 2002. p. 163–185.
Introdução aos tempos verbais em língua inglesa12
Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
TEWLIS, S. H. Grammar dimensions. Boston: Heinle & Heinle Publishers, 1993.
YULE, G. Explaining English grammar: a guide to explaining grammar for teachers of 
English as a second or foreign language. Oxford: Oxford University Press, 1998.
13Introdução aos tempos verbais em língua inglesa