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TEOREMA MILITAR 3º SIMULADO EsPCEx – 1º DIA – PORTUGUÊS, FÍSICA, QUÍMICA e REDAÇÃO PORTUGUÊS TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Política pública de saneamento básico: as bases do saneamento como direito de cidadania e os debates sobre novos modelos de gestão Ana Lucia Britto Professora Associada do PROURB-FAU-UFRJ Pesquisadora do INCT Observatório das Metrópoles A Assembleia Geral da ONU reconheceu em 2010 que o acesso à água potável e ao esgotamento sanitário é indispensável para o pleno gozo do direito à vida. É preciso, para tanto, fazê-lo de modo financeiramente acessível e com qualidade para todos, sem discriminação. Também obriga os Estados a eliminarem progressivamente as desigualdades na distribuição de água e esgoto entre populações das zonas rurais ou urbanas, ricas ou pobres. No Brasil, dados do Ministério das Cidades indicam que cerca de 35 milhões de brasileiros não são atendidos com abastecimento de água potável, mais da metade da população não tem acesso à coleta de esgoto, e apenas 39% de todo o esgoto gerado são tratados. Aproximadamente 70% da população que compõe o déficit de acesso ao abastecimento de água possuem renda domiciliar mensal de até 1 2 salário mínimo por morador, ou seja, apresentam baixa capacidade de pagamento, o que coloca em pauta o tema do saneamento financeiramente acessível. Desde 2007, quando foi criado o Ministério das Cidades, identificam-se avanços importantes na busca de diminuir o déficit já crônico em saneamento e pode- se caminhar alguns passos em direção à garantia do acesso a esses serviços como direito social. Nesse sentido destacamos as Conferências das Cidades e a criação da Secretaria de Saneamento e do Conselho Nacional das Cidades, que deram à política urbana uma base de participação e controle social. Houve também, até 2014, uma progressiva ampliação de recursos para o setor, sobretudo a partir do PAC 1 e PAC 2; a instituição de um marco regulatório (Lei 11.445/2007 e seu decreto de regulamentação) e de um Plano Nacional para o setor, o PLANSAB, construído com amplo debate popular, legitimado pelos Conselhos Nacionais das Cidades, de Saúde e de Meio Ambiente, e aprovado por decreto presidencial em novembro de 2013. Esse marco legal e institucional traz aspectos essenciais para que a gestão dos serviços seja pautada por uma visão de saneamento como direito de cidadania: a) articulação da política de saneamento com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde; e b) a transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios participativos institucionalizados. A Lei 11.445/2007 reforça a necessidade de planejamento para o saneamento, por meio da obrigatoriedade de planos municipais de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos, drenagem e manejo de águas pluviais, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Esses planos são obrigatórios para que possam ser estabelecidos contratos de delegação da prestação de serviços e para que possam ser acessados recursos do governo federal (OGU, FGTS e FAT), com prazo final para sua elaboração terminando em 2017. A Lei reforça também a participação e o controle social, através de diferentes mecanismos como: audiências públicas, definição de conselho municipal responsável pelo acompanhamento e fiscalização da política de saneamento, sendo que a definição desse conselho também é condição para que possam ser acessados recursos do governo federal. O marco legal introduz também a obrigatoriedade da regulação da prestação dos serviços de saneamento, visando à garantia do cumprimento das condições e metas estabelecidas nos contratos, à prevenção e à repressão ao abuso do poder econômico, reconhecendo que os serviços de saneamento são prestados em caráter de monopólio, o que significa que os usuários estão submetidos às atividades de um único prestador. FONTE: adaptado de http://www.assemae.org.br/artigos/item/1762- saneamento-basico-como-direito-de-cidadania 1. (Espcex (Aman) 2019) “Mais da metade da população não tem acesso à coleta de esgoto”. No fragmento, é correto afirmar que há a) sujeito simples e predicado nominal. b) verbo intransitivo e predicado verbal. c) verbo transitivo e objetos direto e indireto. d) sujeito composto e objeto indireto. e) sujeito simples e complemento nominal. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: TEXTO I Violência: presente e passado da história Vilma Homero Ao olhar para o passado, costumamos imaginar que estamos nos afastando dos tempos da "barbárie pura e simples" para alcançar uma almejada "civilização", calcada sobre relações livres, iguais e fraternas, típicas do homem culto. Um olhar sobre a história, no entanto, põe em xeque esta visão utópica. Organizado pelos historiadores Regina Bustamante e José Francisco de Moura, o livro Violência na História, TEOREMA MILITAR 3º SIMULADO EsPCEx – 1º DIA – PORTUGUÊS, FÍSICA, QUÍMICA e REDAÇÃO publicado pela Mauad Editora com apoio da FAPERJ, reúne diversos ensaios que mostram, ao longo do tempo, diferentes aspectos da violência, propondo uma reflexão mais demorada sobre o tema. Nos ensaios reunidos no livro, podemos vislumbrar como, desde a antiguidade e ao longo da história humana, a violência se insere, sob diversos vieses, nas relações de poder, seja entre Estado e cidadãos, entre livres e escravos, entre homens e mulheres, ou entre diferentes religiões. "Durante a Idade Média, por exemplo, vemos como a violência se manifesta na religiosidade, durante o movimento das Cruzadas. Ou, hoje, no caso dos movimentos sociais, como ela acontece em relação aos excluídos das favelas. O sentido é amplo. A desigualdade social, por exemplo, é um tipo de violência; a expropriação do patrimônio cultural, que significa não permitir que a memória cultural de determinado grupo se manifeste, também", prossegue a organizadora. (...) A própria palavra "violência", que etimologicamente deriva do latim vis, com significado de força, virilidade, pode ser positiva em termos de transformação social, no sentido de uma violência revolucionária, usada como forma de se tentar transformar uma sociedade em determinado momento. (...) Essas variadas abordagens vão aparecendo ao longo do livro. (...) Na Roma antiga, as penas, aplicadas após julgamento, ganhavam um sentido religioso. Despido de sua humanidade, o réu era declarado homo sacer. Ou seja, sua vida passava a ser consagrada aos deuses. Segundo a pesquisadora Norma Mendes, "havia o firme propósito de fazer da morte dos condenados um espetáculo de caráter exemplar, revestido de sentido religioso e de dominação, cuja função era o reforço, manutenção e ratificação das relações de poder." (...) O historiador Francisco Carlos Teixeira da Silva é um dos que traz a discussão para o presente, analisando as transformações políticas do último século. "Desde Voltaire até Kant e Hegel, acreditava-se no contínuo aperfeiçoamento da condição humana como uma marcha inexorável em direção à razão. (...) O Holocausto, perpetrado em um dos países mais avançados e cultos à época, deixou claro que a luta pela dignidade humana é um esforço contínuo e, pior de tudo, lento. (...) E, sobretudo, mais de 50 anos depois da II Guerra Mundial, a ocorrência de outros genocídios – Ruanda, Iugoslávia, Camboja etc. – leva a refletir sobre a convivência entre os homens nesse começo do século XXI." O historiador prossegue: "De forma paradoxal, a globalização, conforme se aprofunda e pluga os homens a escalas planetárias, é fortemente acompanhada pelo localismo e o particularismo religioso, étnico ou cultural, promovendo ódios e incompreensões crescentes. Na Bósnia ou em Kosovo, na Faixa de Gaza ou na Irlanda do Norte, a capacidade de entendimento chegou a seu mais baixo nívelde tolerância, e transpor uma linha, imaginária ou não, entre bairros pode representar a morte." Como nem tudo se limita às questões políticas e às guerras, o livro ainda analisa as formas que a violência assume nas relações de gênero, na religião, na cultura e aborda também a questão dos direitos humanos, vista sob a perspectiva de diferentes sistemas culturais. (http://www.faperj.br/?id=1518.2.4. Acesso em 05 de março de 2018.) TEXTO II Gabriel, o Pensador Que tiro foi esse? Não, não vou cair no chão, pelo menos agora Eu também sou brincalhão, mas brincadeira tem hora Lá fora, no meu Rio, cada vez mais gente chora E cada vez mais gente boa tem vontade de ir embora O Rio que a gente adora comemora o carnaval E a violência apavora, ou você acha normal? A boca que explode, o silêncio do medo O suspiro da morte banal O lamento de um povo que implora Por uma vitória do bem sobre o mal Atenção: confusão, invasão Tiroteio fechando a avenida outra vez Muita bala voando e acertando Até mesmo as crianças; às vezes, bebês Criança, meu irmão, não é estatística, é gente (...) E os valores são invertidos Se o desonesto é malandro O menor também quer ser bandido Alguns, né, a minoria. (...) A mãe desmaiou no enterro Você não desmaiaria? Que força você teria pra enterrar o seu garoto? Que forças ainda temos Pra nos amar uns aos outros? E nos armar de indignação por justiça e educação (...) Pra que essas crianças não tenham morrido em vão Sofia, Maria Eduarda, Caíque, Fernanda Arthur, Paulo Henrique, Renan Eduardo, Vanessa, Vitor Esses foram ano passado Quem será que vai ser amanhã? (https://genius.com/13846436. Acesso em 24 de fevereiro 2018) TEXTO III “Para que ninguém a quisesse” Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a bainha dos vestidos e TEOREMA MILITAR 3º SIMULADO EsPCEx – 1º DIA – PORTUGUÊS, FÍSICA, QUÍMICA e REDAÇÃO parasse de se pintar. Apesar disso, sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos de saltos altos. Dos armários tirou as roupas de seda, da gaveta tirou todas as joias. E vendo que, ainda assim, um ou outro olhar viril se acendia à passagem dela, pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos. Agora podia viver descansado. Ninguém a olhava duas vezes, homem nenhum se interessava por ela. Esquiva como um gato, não mais atravessava praças. E evitava sair. Tão esquiva se fez, que ele foi deixando de ocupar-se dela, permitindo que fluísse em silêncio pelos cômodos, mimetizada com os móveis e as sombras. Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela. Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda. À noite tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar- lhe o que restava dos cabelos. Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe agradar. Largou o tecido em uma gaveta, esqueceu o batom. E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda. (COLASANTI, Marina. Um espinho de Marfim & outras histórias. Porto Alegre: L&PM, 1999, p. 88-89.) 2. (Epcar (Afa) 2019) Os textos I, II e III possuem como temática a questão da violência. Sobre isso é correto afirmar que a) no texto I, o tema é tratado de forma teórica e analítica, observando a evolução quantitativa das diversas formas de violência ao redor do mundo. b) o texto II discute o tema a partir da representação de situações de violência vividas pela população das comunidades das grandes cidades brasileiras. c) no texto III, a situação retratada e exemplificada é a de um marido que agride a mulher arrancando-lhe tudo o que ela mais desejava. d) os textos I e II fazem referências à violência com ênfase na violência física; entretanto, o foco do texto III está voltado para outra forma de violência, a psicológica. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: Passeio à Infância Primeiro vamos lá embaixo no córrego; pegaremos dois pequenos carás dourados. E como faz calor, veja, os lagostins saem da toca. Quer ir de batelão, na ilha, comer ingás? Ou vamos ficar bestando nessa areia onde o sol dourado atravessa a água rasa? Não catemos pedrinhas redondas para atiradeira, porque é urgente subir no morro; os sanhaços estão bicando os cajus maduros. É janeiro, grande mês de janeiro! Podemos cortar folhas de pita, ir para o outro lado do morro e descer escorregando no capim até a beira do açude. Com dois paus de pita, faremos uma balsa, e, como o carnaval é só no mês que vem, vamos apanhar tabatinga para fazer formas de máscaras. Ou então vamos jogar bola-preta: do outro lado do jardim tem um pé de saboneteira. Se quiser, vamos. Converta-se, bela mulher estranha, numa simples menina de pernas magras e vamos passear nessa infância de uma terra longe. É verdade que jamais comeu angu de fundo de panela? Bem pouca coisa eu sei: mas tudo que sei lhe ensino. Estaremos debaixo da goiabeira; eu cortarei uma forquilha com o canivete. Mas não consigo imaginá-la assim; talvez se na praia ainda houver pitangueiras... Havia pitangueiras na praia? Tenho uma ideia vaga de pitangueiras junto à praia. Iremos catar conchas cor-de-rosa e búzios crespos, ou armar o alçapão junto do brejo para pegar papa-capim. Quer? Agora devem ser três horas da tarde, as galinhas lá fora estão cacarejando de sono, você gosta de fruta-pão assada com manteiga? Eu lhe vou aipim ainda quente com melado. Talvez você fosse como aquela menina rica, de fora, que achou horrível nosso pobre doce de abóbora e coco. Mas eu a levarei para a beira do ribeirão, na sombra fria do bambual; ali pescarei piaus. Há rolinhas. Ou então ir descendo o rio numa canoa bem devagar e de repente dar um galope na correnteza, passando rente às pedras, como se a canoa fosse um cavalo solto. Ou nadar mar afora até não poder mais e depois virar e ficar olhando as nuvens brancas. Bem pouca coisa eu sei; os outros meninos riram de mim porque cortei uma iba de assa-peixe. Lembro-me que vi o ladrão morrer afogado com os soldados de canoa dando tiros, e havia uma mulher do outro lado do rio gritando. Mas como eu poderia, mulher estranha, convertê-la em menina para subir comigo pela capoeira? Uma vez vi uma urutu junto de um tronco queimado; e me lembro de muitas meninas. Tinha uma que para mim uma adoração. Ah, paixão da infância, paixão que não amarga. Assim eu queria gostar de você, mulher estranha que ora venho conhecer, homem maduro. Homem maduro, ido e vivido; mas quando a olhei, você estava distraída, meus olhos eram outra vez daquele menino feio do segundo ano primário que quase não tinha coragem de olhar a menina um pouco mais alta da ponta direita do banco. Adoração de infância. Ao menos você conhece um passarinho chamado saíra? É um passarinho miúdo: imagine uma saíra grande que de súbito aparecesse a um menino que só tivesse visto coleiros e curiós, ou pobres cambaxirras. Imagine um arco-íris visto na mais remota infância, sobre os morros e o rio. O menino da roça que pela primeira vez vê as algas do mar se balançando sob a onda clara, junto da pedra. TEOREMA MILITAR 3º SIMULADO EsPCEx – 1º DIA – PORTUGUÊS, FÍSICA, QUÍMICA e REDAÇÃO Ardente da mais pura paixão de beleza é a adoração da infância. Na minha adolescência você seria uma tortura. Quero levá-la para a meninice. Bem pouca coisa eu sei; uma vez na fazenda rira: ele não sabe nem passar um barbicacho! Mas o que sei lhe ensino; são pequenas coisas do mato e da água, são humildes coisas, e você é tão bela e estranha! Inutilmente tento convertê-la em menina de pernas magras, o joelho ralado, um pouco de lama seca do brejo no meio dos dedos dos pés. Linda como a areia que a onda ondeou. Saíra grande! Na adolescência e torturaria; mas sou um homem maduro. Ainda assim àsvezes é como um bando de sanhaços bicando os cajus de meu cajueiro, um cardume de peixes dourados avançando, saltando ao sol, na piracema; um bambual com sombra fria, onde ouvi um silvo de cobra, e eu quisera tanto dormir. Tanto dormir! Preciso de um sossego de beira de rio, com remanso, com cigarras. Mas você é como se houvesse demasiadas cigarras cantando numa pobre tarde de homem. Julho, 1945 Crônica extraída do livro 200 crônicas escolhidas, de Rubem Braga 3. (Efomm 2019) O texto trata da reminiscência do autor, um homem bucólico, amante da natureza. Ele faz uso de muitos termos que aludem à flora e à fauna. Assinale a opção em que o termo destacado NÃO diz respeito à nem uma nem outra. a) Primeiro vamos lá embaixo no córrego; pegaremos dois pequenos carás dourados. b) Quer ir de batelão, na ilha, comer ingás? c) Com dois paus de pita, faremos uma balsa, e, como o carnaval é no mês que vem, vamos apanhar tabatinga para fazer formas de máscaras. d) (...) ou armar o alçapão junto do brejo para pegar papa-capim. e) (...) os outros meninos riram de mim porque cortei uma iba de assa-peixe. 4. (Efomm 2019) Assinale a opção em que a expressão sublinhada NÃO tem valor de um adjetivo. a) Talvez você fosse como aquela menina rica, de fora, que achou horrível nosso pobre doce de abóbora e coco. b) Lembre-me que vi o ladrão morrer afogado com os soldados de canoa dando tiros (...). c) O menino da roça que pela primeira vez vê as algas do mar se balançando sob a onda clara, junto da pedra. d) Mas o que sei lhe ensino; são pequenas coisas do mato (...). e) Inutilmente tento convertê-la em menina de pernas magras, o joelho ralado, um pouco de lama seca do brejo no meio dos dedos dos pés. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: REDES SOCIAIS E COLABORAÇÃO EXTREMA: O FIM DO SENSO CRÍTICO? Eugênio Mira Conectados. Essa palavra nunca fez tanto sentido quanto agora. 1Quando se discutia no passado sobre como os homens agiriam com o advento da aldeia global (...) não se imaginava o quanto esse processo seria rápido e devastador. (...) quando McLuhan apresentou o termo, em 1968, 2ele sequer imaginaria que não seria a televisão a grande responsável pela interligação mundial absoluta, e sim a internet, que na época não passava de um projeto militar do governo dos Estados Unidos. 3A internet mudou definitivamente a maneira como nos comunicamos e percebemos o mundo. Graças a ela temos acesso a toda informação do mundo à distância de apenas um toque de botão. 4E quando começaram a se popularizar as redes sociais, 5um admirável mundo novo abriu-se ante nossos olhos. Uma ferramenta colaborativa extrema, que possibilitaria o contato imediato com outras pessoas através de suas afinidades, fossem elas políticas, religiosas ou mesmo geográficas. Projetos colaborativos, revoluções instantâneas... 6Tudo seria maior e melhor quando as pessoas se alinhassem na órbita de seus ideais. 7O tempo passou, e essa revolução não se instaurou. Basta observar as figuras que surgem nos sites de humor e outros assemelhados. Conhecidos como memes (termo cunhado pelo pesquisador Richard Dawkins, que representaria para nossa memória o mesmo que os genes representam para o corpo, ou seja, uma parcela mínima de informação), 8essas figuras surgiram com a intenção de demonstrar, de maneira icônica, algum sentimento ou sensação. 9Ao fazer isso, a tendência de ter uma reação diversa daquelas expressas pelas tirinhas é cada vez menor. Tudo fica branco e preto. 10Ou se aceita a situação, ou revolta-se. Sem chance para o debate ou questionamento. (...) A situação é ainda mais grave quando um dos poucos entes criativos restantes na internet produz algum comentário curto, espirituoso ou reflexivo, a respeito de alguma situação atual ou recente... Em minutos pipocam cópias da frase por todo lugar. 11Copia-se sem o menor bom senso, sem créditos. Pensar e refletir, e depois falar, são coisas do passado. O importante agora é 12copiar e colar, e depois partilhar. 13As redes sociais desfraldaram um mundo completamente novo, e o uso que o homem fará dessas ferramentas é o que dirá o nosso futuro TEOREMA MILITAR 3º SIMULADO EsPCEx – 1º DIA – PORTUGUÊS, FÍSICA, QUÍMICA e REDAÇÃO cultural. 14Se enveredarmos pela partilha de ideias, gestando-as em nossas mentes e depois as passando a outros, será uma estufa mundial a produzir avanços incríveis em todos os campos de conhecimento. Se, no entanto, as redes sociais se transformarem em uma rede neural de apoio à preguiça de pensar, a humanidade estará fadada ao processo antinatural de regressão. O advento das redes sociais trouxe para perto das pessoas comuns os amigos distantes, os ídolos e as ideias consumistas mais arraigados, mas aparentemente está levando para longe algo muito mais humano e essencial na vida em sociedade: o senso crítico. Será uma troca justa? http://obviousmag.org/archives/2011/09/redes_sociais _e_colaboracao_extrema_O_fim_do_senso_critico- .htm. Adaptado. Acesso em: 21 fev 2017. 5. (Epcar (Afa) 2018) Assinale a alternativa em que a mudança de lugar do vocábulo em destaque NÃO provoca modificação no sentido da frase. a) “Graças a ela temos acesso a toda informação do mundo (...)”⇒Graças a ela temos acesso à informação toda do mundo (...) b) “...um admirável mundo novo abriu-se ante nossos olhos...” ⇒ ...um admirável novo mundo abriu-se ante nossos olhos... c) “As redes sociais desfraldaram um mundo completamente novo...” ⇒ As redes sociais desfraldaram um mundo novo completamente... d) “...trouxe para perto das pessoas comuns os amigos distantes...” ⇒ ...trouxe para perto das pessoas comuns os distantes amigos... TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia os textos a seguir e responda à(s) questão(ões). RETRATO Eu não tinha este rosto de hoje, Assim calmo, assim triste, assim magro, Nem estes olhos tão vazios, Nem o lábio amargo Eu não tinha estas mãos sem força, Tão paradas e frias e mortas; Eu não tinha este coração Que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, Tão simples, tão certa, tão fácil: – em que espelho ficou perdida a minha face? MEIRELES, Cecília. Obra Poética de Cecília Meireles. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1958. ENVELHECER Arnaldo Antunes/Ortinho/Marcelo Jeneci A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer A barba vai descendo e os cabelos vão caindo pra cabeça aparecer Os filhos vão crescendo e o tempo vai dizendo que agora é pra valer Os outros vão morrendo e a gente aprendendo a esquecer Não quero morrer pois quero ver como será que deve ser envelhecer Eu quero é viver para ver qual é e dizer venha pra o que vai acontecer (...) Pois ser eternamente adolescente nada é mais *démodé com os ralos fios de cabelo sobre a [testa que não para de crescer Não sei por que essa gente vira a cara pro presente e esquece de aprender Que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai correr. (...) *démodé: fora de moda www.arnaldoantunes.com.br/new/sec_discografia_sel. php?id=679 ESTATUTO DO IDOSO (fragmentos) Art. 2 – O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. Art. 4 – Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou por omissão, será punido na forma da lei. www.planalto.gov.br/ccvil_03/leis/2003/L10.741.htm PARA SEMPRE JOVEM Recentemente, vi na televisão a propaganda de um jipe que saltava obstáculos como se fosse um cavalo de corrida. Já tinhavisto esse comercial, mas comecei a prestar atenção na letra da música, soando forte e repetindo a estrofe de uma canção muito conhecida, “forever Young... I wanna live forever and Young... (para sempre jovem... quero viver para sempre e jovem). Será que, realmente, queremos viver muito e, de preferência, para sempre jovens? (...) TEOREMA MILITAR 3º SIMULADO EsPCEx – 1º DIA – PORTUGUÊS, FÍSICA, QUÍMICA e REDAÇÃO O crescimento da população idosa nos países desenvolvidos é uma bomba-relógio que já começa a implodir os sistemas previdenciários, despreparados para amparar populações com uma média de vida em torno de 140 anos. A velhice se tornou uma epidemia incontrolável nos países desenvolvidos. Sustentar a população idosa sobrecarrega os jovens, cada vez em menor número, pois, nesses países, há também um declínio da natalidade. Será isso socialmente justo? Uma pessoa muito longeva consome uma quantidade total de alimentos muito maior do que as outras, o que contribui para esgotar mais rapidamente os recursos finitos do planeta e agravar ainda mais os desequilíbrios sociais. Para que uns poucos possam viver muito, outros terão de passar fome. Será que, em um futuro breve, teremos uma guerra de extermínio aos idosos, como na ficção do escritor argentino Bioy Casares, O diário da guerra do porco? Seria uma guerra justa? /.../ TEIXEIRA, João. Para sempre jovens. In: Revista Filosofia: ciência & vida. Ano VII, n. 92, março-2014, p. 54. PROMESSA CONTRA SINAIS DA IDADE O tempo passa, e com ele os sinais da idade vão se espalhando pelo nosso organismo. Entre eles, os mais evidentes ficam estampados em nossa pele, e rostos, na forma de rugas, flacidez e perda de elasticidade. Um estudo publicado ontem no periódico científico Journal of Investigative Dermatology, no entanto, identificou um mecanismo molecular em células da pele que pode estar por trás deste processo, abrindo caminho para o desenvolvimento de novos tratamentos para, se não impedir, pelo menos retardar o envelhecimento delas e, talvez, as de outros tecidos e órgãos do corpo. Na pesquisa, cientistas da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, analisaram amostras de células da pele de vinte e sete doadores com entre seis e 72 anos, tiradas de locais protegidos do Sol, para determinar se havia alguma diferença no seu comportamento com a idade. Eles verificaram que, quanto mais velha a pessoa, menor era a atividade de suas mitocôndrias, as “usinas de energia” de nossas células. Essa queda, porém, era esperada, já que há décadas a redução na capacidade de geração de energia por essas organelas celulares e na sua eficiência neste trabalho com o tempo é uma das principais vertentes nas teorias sobre envelhecimento. /.../ BAIMA, César. O Globo, 27 de fev. 2016, p. 24. LEITE DERRAMADO “Um homem muito velho está num leito de hospital. E desfia a quem quiser ouvir suas memórias. Uma saga familiar caracterizada pela decadência social e econômica, tendo como pano de fundo a história do Brasil dos últimos dois séculos.” Não sei por que você não me alivia a dor. Todo dia a senhora levanta a persiana com bruteza e joga sol no meu rosto. Não sei que graça pode achar dos meus esgares, é uma pontada cada vez que respiro. Às vezes aspiro fundo e encho os pulmões de um ar insuportável, para ter alguns segundos de conforto, expelindo a dor. Mas bem antes da doença e da velhice, talvez minha vida já fosse um pouco assim, uma dorzinha chata a me espetar o tempo todo, e de repente uma lambada atroz. Quando perdi minha mulher, foi atroz. E qualquer coisa que eu recorde agora, vai doer, a memória é uma vasta ferida. Mas nem assim você me dá os remédios, você é meio desumana. Acho que nem é da enfermagem, nunca vi essa cara sua por aqui. Claro, você é a minha filha que estava na contraluz, me dê um beijo. Eu ia mesmo lhe telefonar para me fazer companhia, me ler jornais, romances russos. Fica essa televisão ligada o dia inteiro, as pessoas aqui não são sociáveis. Não estou me queixando de nada, seria uma ingratidão com você e com o seu filho. Mas se o garotão está tão rico, não sei por que diabos não me interna em uma casa de saúde tradicional, de religiosas. Eu próprio poderia arcar com viagem e tratamento no estrangeiro, se o seu marido não me tivesse arruinado. BUARQUE, Chico. Leite derramado. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 10-11. 6. (Epcar (Afa) 2017) Leia os trechos abaixo e assinale a opção correta. I. “Claro, você é a minha filha que estava na contraluz, me dê um beijo.” (Leite derramado) II. “O tempo passa, e com ele os sinais da idade vão se espalhando pelo nosso organismo.” (Promessa contra sinais da idade) III. “– em que espelho ficou perdida/a minha face?” (Retrato) IV. “Não sei por que essa gente vira a cara pro presente e esquece de aprender/Que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai correr.” (Para sempre jovem) V. “Todo dia a senhora levanta a persiana com bruteza e joga sol no meu rosto.” (Leite derramado) a) A linguagem coloquial está presente no fragmento I. b) Não há desvio da norma-padrão no item IV. TEOREMA MILITAR 3º SIMULADO EsPCEx – 1º DIA – PORTUGUÊS, FÍSICA, QUÍMICA e REDAÇÃO c) Os trechos II e III exemplificam construções linguísticas denotativas. d) A organização da estrutura textual, no item V, não está de acordo com a norma padrão da língua. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o texto abaixo e responda à(s) questão(ões). Leitura - leituras: quando ler (bem) é preciso “[...] Alguns leitores ao lerem estas frases (poesia citada) não compreenderam logo. Creio mesmo é impossível compreender inteiramente à primeira leitura pensamentos assim esquematizados sem uma certa prática.” Mário de Andrade – Artista “Eu sou um escritor difícil Que a muita gente enquizila, Porém essa culpa é fácil De se acabar duma vez: É só tirar a cortina Que entra luz nesta escurez.” Mário de Andrade – Lundu do escritor difícil No eterno criar e recriar da atividade verbal, a criatividade, a semanticidade, a intersubjetividade, a materialidade e a historicidade são propriedades essenciais da linguagem, indispensáveis a todos os atos da fala, sejam eles presente, passados ou futuros. Porém, é a atividade semântica que intermedeia a conexão dos seres humanos com o mundo dos objetos, estabelecendo a relação entre o EU e o Universo, e, junto com a alteridade (relação do EU com o Outro, de caráter interlocutivo), permite a identificação da linguagem como tal, pois a linguagem existe não apenas para significar, mas significar alguma coisa para o outro. A semanticidade possibilita o indivíduo conceber e revelar as coisas pertencentes ao mundo do real e da imaginação. Logo, é ao mesmo tempo significação, modo de conceber, ou melhor, uma configuração linguística de conhecimento, uma organização verbal do pensamento, e designação ou referência, aplicação dos conceitos às coisas extralinguísticas. [...]. No processo de leitura do texto, para que o leitor se aproprie desse(s) sentido(s), é necessário que ele domine não apenas o código linguístico, mas também compartilhe bagagem cultural, vivências, experiências, valores, correlacione os conhecimentos construídos anteriormente (de gênero e de mundo, entre outros) com as novas informações expressas no texto; faça inferências e comparações; compreenda que o texto não é uma estrutura fechada, acabada, pronta; perceba as significações, as intencionalidades, os dialogismos, o não dito, os silêncios. Em resumo, é fundamental que, por meio de uma série de contribuições, o interlocutor colabore para a construção do conhecimento. Assim, ler não significa traduzir um sentido já considerado pronto, mas interagir com o outro (o autor), aceitando, ou não, os propósitos do interlocutor. Profª Marina Cezar – Revista Villegagnon. Ano IV. Nº4. 2009 – Texto adaptado. 7. (Esc. Naval 2017) Leia o fragmento: “[...] a relação entre o Eu e o Universo [...]” (2º parágrafo) Assinale a opção em que a palavra sublinhada foi formada pelo mesmo processo que a palavra destacada acima. a) O beija-flor voou feliz até o ninho. b) Infeliz aquele que não ama o próximo. c) – Silêncio! Pediu o professor à turma. d) O resgate dos feridos aconteceu normalmente. e) A falta cometida pelo jogador foi desleal. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: FELICIDADE CLANDESTINA Clarice Lispector Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”. Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia. Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo- TEOREMA MILITAR 3º SIMULADO EsPCEx – 1º DIA – PORTUGUÊS, FÍSICA, QUÍMICA e REDAÇÃO o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam. No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir com meu coração batendo. E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando-me mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra. Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados. Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler! E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me dar o livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer. Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo. Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante. Com base no texto acima, responda à(s) questão(ões) a seguir. 8. (Efomm 2016) As palavras da narradora ilustram o comportamento da menina má que, como bruxa dos contos de fadas, tripudia sobre a menina inocente. Assinale a opção em que NÃO se confirma essa afirmação. a) Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. b) O plano secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e diabólico. c) Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. d) (...) a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. e) Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia os textos abaixo para responder à(s) quest(ões) a seguir. TEOREMA MILITAR 3º SIMULADO EsPCEx – 1º DIA – PORTUGUÊS, FÍSICA, QUÍMICA e REDAÇÃO Texto 1 Os celulares Resolvi optar pela forma de plural, pois vejo tanta gente agora com, pelo menos, dois. O que me pergunto é como se comportaria a maioria das pessoas sem celular, como viver hoje sem ele? Uma epidemia neurótica grave atacaria a população? Certamente! Quem não tem seu celular hoje em dia? Crianças, cada vez mais crianças, lidam, e bem, com ele. Apenas uns poucos retrógrados, avessos ao progresso tecnológico. A força consumista do aparelho foi crescendo com a possibilidade de suas crescentes utilizações. Me poupem de enumerá-las, pois só sei de algumas. De fato, ele faz hoje em dia de um tudo.Diria mesmo que o celular veio a modificar as relações do ser humano com a vida e com as outras pessoas. Até que não custei tanto assim a aderir a este telefoninho! Nem posso deixar de reconhecer que ele tem me quebrado uns galhos importantes no corre- corre da vida. Mas me utilizo dele pouco e apenas para receber e efetuar ligações. Nem lembro que ele marca as horas, possui calendário. É verdade, recebi uns torpedos, e com dificuldade, enviei outros, bem raros. Imagine tirar fotos, conectá-lo à internet, ao Facebook! Não quero passar por um desajustado à vida moderna. Isto não! No computador, por exemplo, além dos e-mails, participo de rede social, digito (mal), é verdade, meus textos, faço lá algumas compras e pesquisas... Fora dele, tenho meus cartões de crédito, efetuo pagamentos nas máquinas bancárias e, muito importante, sei de cabeça todas as minhas senhas, que vão se multiplicando. Haja memória! Mas, no caso dos celulares, o que me chama mesmo a atenção é que as pessoas parecem não se desgrudar dele, em qualquer situação, ou ligando para alguém, ou entrando em contato com a internet, acompanhando o movimento das postagens do face, ou mesmo brincando com seus joguinhos, como procedem alguns taxistas, naqueles instantes em que param nos sinais ou em que o trânsito está emperrado. Não há como negar, contudo, que esta utilização constante do aparelhinho tem causado desconfortos sociais. Comenta a Danuza Leão: “Outro dia fui a um jantar com mais seis pessoas e todas elas seguravam um celular. Pior, duas delas, descobri depois, trocavam torpedos entre elas.” Me sinto muito constrangido quando, num grupo, em torno de uma mesa, tem alguém, do meu lado, falando, sem parar, pelo celular. Pior, bem pior, quando estou só com alguém, e esta pessoa fica atendendo ligações contínuas, algumas delas com aquela voz abafada, sussurrante... Pode? É frequente um casal se sentar a uma mesa colada à minha, em um restaurante e, depois, feitos os pedidos aos garçons, a mulher e o homem tomam, de imediato, os seus respectivos celulares. E ficam neles conversando quase o tempo todo, mesmo após o início da refeição. Se é um casal de certa idade, podem me argumentar, não devia ter mais nada para conversar. Afinal, casados há tanto tempo! Porém, vejo também casais bem mais jovens, com a mesma atitude, consultando, logo ao se sentarem, os celulares para ver o movimento nas redes sociais, ou enviando torpedos, a maior parte do tempo. Clima de namoro, de sedução, é que não brotava dali. Talvez, alguém parece ter murmurado, em meu ouvido, assim os casais encontraram uma maneira eficiente de não discutirem. Falando com pessoas não presentes ali. A tecnologia a serviço do bom entendimento, de uma refeição em paz. Mas vivencio sempre outras situações em que o uso do celular me prende a atenção. Entrei em um consultório médico, uma senhora aguardava sua vez na sala de espera. Deu para perceber que ela acabava de desligar seu aparelho. Mas, de imediato, fez outra chamada. Estava sentado próxima a ela, que falava bem alto. A ligação era para uma amiga bem íntima, estava claro pela conversa desenrolada, desenrolada mesmo. Em breves minutos, não é por nada não, fiquei sabendo de alguns “probleminhas” da vida desta senhora. Não, não vou aqui devassar dela, nem a própria me deu autorização para tal... Afinal, sou uma pessoa discreta. Não pude foi evitar escutar o que minha companheira de sala de espera... berrava. Para não dizer, no entanto, que não contei nada, também é discrição demais, só um pequeno detalhe, sem maior surpresa: ela estava a ponto de estrangular o marido. O homem, não posso afiançar, aprontava as suas. Do outro lado, a amigona parecia estimular bem a infortunada senhora. De repente, me impedindo de saber mais fatos, a atendente chama a senhora, chegara a sua hora de adentrar ao consultório do médico. Não sei como ela, bastante exasperada, iria enfrentar um exame, na verdade, delicado. Não deu para vê-la sair pela outra porta. É, os celulares criaram estas situações, propiciando já a formação do que poderá vir a ser chamado de auditeurismo, que ficará, assim, ao lado do antigo voyeurismo. (UCHÔA, Carlos Eduardo Falcão. Os celulares. In: ______. A vida e o tempo em tom de conversa. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Odisseia, 2013. P. 150-153.) Texto 2 O reinado do celular De alto a baixo da pirâmide social, quase todas as pessoas que eu conheço possuem celular. É realmente um grande quebra-galho. Quando estamos na rua e precisamos dar um recado, é só sacar o aparelhinho da bolsa e resolver a questão, caso não dê pra esperar chegar em casa. Pra isso – e só pra isso – serve o telefone móvel, na minha inocente opinião. Ao contrário da maioria das mulheres, nunca fui fanática por telefone, incluindo o fixo. Uso com muito TEOREMA MILITAR 3º SIMULADO EsPCEx – 1º DIA – PORTUGUÊS, FÍSICA, QUÍMICA e REDAÇÃO comedimento para resolver assuntos de trabalho, combinar encontros, cumprimentar alguém, essas coisas realmente rápidas. Fazer visita por telefone é algo para o qual não tenho a menor paciência. Por celular, muito menos. Considero-o um excelente resolvedor de pendências e nada mais. Logo, você pode imaginar meu espanto ao constatar como essa engenhoca se transformou no símbolo da neurose urbana. Outro dia fui assistir a um show. Minutos antes de começar, o lobby do teatro estava repleto de pessoas falando ao celular. “Vou ter que desligar, o espetáculo vai começar agora”. Era como se todos estivessem se despedindo antes de embarcar para a lua. Ao término do show, as luzes do teatro mal tinham acendido quando todos voltaram a ligar seus celulares e instantaneamente se puseram a discar. Para quem? Para quê? Para contar sobre o show para os amigos, para saber o saldo no banco, para o tele-horóscopo?? Nunca vi tamanha urgência em se comunicar à distância. Conversar entre si, com o sujeito ao lado, quase ninguém conversava. O celular deixou de ser uma necessidade para virar uma ansiedade. E toda ânsia nos mantém reféns. Quando vejo alguém checando suas mensagens a todo minuto e fazendo ligações triviais em público, não imagino estar diante de uma pessoa ocupada e poderosa, e sim de uma pessoa rendida: alguém que não possui mais controle sobre seu tempo, alguém que não consegue mais ficar em silêncio e em privacidade. E deixar celular em cima de mesa de restaurante, só perdoo se o cara estivar com a mãe no leito de morte e for ligeiramente surdo. Isso tudo me ocorreu enquanto lia o livro infantil O menino que queria ser celular, de Marcelo Pires, com ilustrações de Roberto Lautert. Conta a historia de um garotinho que não suporta mais a falta de comunicação com o pai e a mãe, já que ambos não conseguem desligar o celular nem por um instante, nem no fim de semana – levam o celular até para o banheiro. O menino não tem vez. Aí a ideia: se ele fosse um celular, receberia muito mais atenção. Não é história da carochinha, isso rola pra valer. Adultos e adolescentes estão virando dependentes de um aparelho telefônico e desenvolvendo uma nova fobia: medo de ser esquecido. E dá-lhe falar a toda hora, por qualquer motivo, numa esquizofrenia considerada, ora, ora, moderna. Os celulares estão cada dia menores e mais fininhos. Mas são eles que estão botando muita gente na palma da mão. (MEDEIROS, Martha. O reinado do celular. In:__. Montanha Russa; Coisas da vida; Feliz por nada. Porto Alegre, RS: LPM, 2013. p. 369-370.) 9. (Esc. Naval 2015) Leia os trechos abaixo: I. “Até que não custei tanto assim a aderir [...] (Texto 1, 2º §) II. “[...] levam o celular até para o banheiro.” (Texto 2, 5º §) Assinale a opção em que o comentário sobre o emprego dos elementos destacados está correto. a) No primeiro trecho, o elemento sublinhado funciona como preposição; no segundo, funciona como advérbio de tempo. b) No primeiro trecho, a expressãoindica realce; no segundo, a palavra em destaque é denotativa, indicando inclusão. c) As características morfológicas e semânticas dos elementos em destaque são idênticas em ambos os trechos. d) No primeiro trecho, a expressão indica inclusão; no segundo, “até” é advérbio de tempo. e) Em ambos os trechos, temos elementos denotativos que apresentam significados complementares. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES: GATES E JOBS Quando as órbitas se cruzam 7Em astronomia, quando as órbitas de duas estrelas se entrecruzam por causa da interação gravitacional, tem-se um sistema binário. Historicamente, ocorrem situações análogas quando uma era é moldada pela relação e rivalidade de dois grandes astros orbitando: Albert Einstein e Niels Bohr na física no século XX, por exemplo, ou Thomas Jefferson e Alexander Hamilton na condução inicial do governo americano. Nos primeiros trinta anos da era do computador pessoal, a partir do final dos anos 1970, o sistema estelar binário definidor foi composto por dois indivíduos de grande energia, que largaram os estudos na universidade, ambos nascidos em 1955. Bill Gates e Steve Jobs, apesar das ambições semelhantes no ponto de convergência da tecnologia e dos negócios, 5tinham origens bastante diferentes e personalidades radicalmente distintas. À diferença de Jobs, Gates entendia de programação e tinha uma mente mais prática, mais disciplinada e com grande capacidade de raciocínio analítico. Jobs era mais intuitivo, romântico, e dotado de mais instinto para tornar a tecnologia usável, o design agradável e as interfaces amigáveis. Com sua mania de perfeição, era extremamente exigente, além de administrar com carisma e intensidade indiscriminada. 3Gates era mais metódico; as reuniões para exame dos produtos tinham horário rígido, e ele chegava ao cerne das questões com uma habilidade ímpar. Jobs encarava as pessoas com uma intensidade TEOREMA MILITAR 3º SIMULADO EsPCEx – 1º DIA – PORTUGUÊS, FÍSICA, QUÍMICA e REDAÇÃO cáustica e ardente; Gates às vezes não conseguia fazer contato visual, mas era essencialmente bondoso. 4“Cada qual se achava mais inteligente do que o outro, mas Steve em geral tratava Bill como alguém levemente inferior, sobretudo em questões de gosto e estilo”, diz Andy Hertzfeld. “Bill menosprezava Steve porque ele não sabia de fato programar.” Desde o começo da relação, 6Gates ficou fascinado por Jobs e com uma ligeira inveja de seu efeito hipnótico sobre as pessoas. Mas também o considerava “essencialmente esquisito” e “estranhamente falho como ser humano”, e se sentia desconcertado com a grosseria de Jobs e sua tendência a funcionar “ora no modo de dizer que você era um merda, ora no de tentar seduzi-lo”. Jobs, por sua vez, via em Gates uma estreiteza enervante. 2Suas diferenças de temperamento e personalidade 1iriam levá-los para lados opostos da linha fundamental de divisão na era digital. Jobs era um perfeccionista que adorava estar no controle e se comprazia com sua índole intransigente de artista; ele e a Apple se tornaram exemplos de uma estratégia digital que integrava solidamente o hardware, o software e o conteúdo numa unidade indissociável. Gates era um analista inteligente, calculista e pragmático dos negócios e da tecnologia; dispunha-se a licenciar o software e o sistema operacional da Microsoft para um grande número de fabricantes. Depois de trinta anos, Gates desenvolveu um respeito relutante por Jobs. “De fato, ele nunca entendeu muito de tecnologia, mas tinha um instinto espantoso para saber o que funciona”, disse. Mas Jobs nunca retribuiu valorizando devidamente os pontos fortes de Gates. “Basicamente Bill é pouco imaginativo e nunca inventou nada, e é por isso que acho que ele se sente mais à vontade agora na filantropia do que na tecnologia”, disse Jobs, com pouca justiça. “Ele só pilhava despudoradamente as ideias dos outros.” (ISAACSON, Walter. Steve Jobs: a biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 189-191. Adaptado) 10. (Epcar (Afa) 2013) Analise o excerto abaixo e assinale V para as proposições (verdadeiras) e F para as (falsas). “Em astronomia, quando as órbitas de duas estrelas se entrecruzam por causa da interação gravitacional, tem- se um sistema binário.” (ref. 7) ( ) A oração principal é constituída por sujeito simples. ( ) Há três elementos que exercem função sintática adverbial. ( ) O verbo entrecruzar é formado pelo processo de formação vocabular parassíntese. ( ) As duas ocorrências do se classificam-se morfologicamente como pronome pessoal oblíquo. ( ) Há, no excerto, uma preposição e uma locução prepositiva que estabelecem relações de estado e consequência, respectivamente. A sequência correta é: a) V – F – V – F – V b) V – V – F – F – F c) F – F – F – V – V d) F – V – F – V – F 11. (Epcar (Afa) 2013) Em relação ao texto, assinale a alternativa correta. a) O uso do presente do indicativo no subtítulo do texto se justifica por ser um presente histórico que exprime um fato passado como se fosse atual. b) Há no texto a predominância do pretérito imperfeito do indicativo para destacar a duração do fato passado expresso. c) O futuro do pretérito, na ref. 1, expressa incerteza a respeito de um fato já ocorrido por meio de um tempo composto. d) A reescrita ‘Suas diferenças de pensamento e personalidade levá-los-iam para lados opostos’ (ref. 2) atende à norma padrão da língua. 12. (Epcar (Afa) 2013) Assinale a opção correta quanto à análise das palavras abaixo, em destaque, retiradas do texto a) Os termos indissociável e intransigente são formadas somente pelo processo de derivação prefixal. b) As palavras ímpar e saída seguem a regra de acentuação gráfica das vogais i e u tônicas dos hiatos. c) Na frase, “... tinham... personalidades radicalmente distintas.” (ref. 5), o termo distintas é sinônimo de notáveis. d) Nas palavras destacadas em “... Gates ficou fascinado por Jobs e com uma ligeira inveja de seu efeito hipnótico...” (ref. 6), há, respectivamente, dígrafo, dígrafo e encontro consonantal. TEOREMA MILITAR 3º SIMULADO EsPCEx – 1º DIA – PORTUGUÊS, FÍSICA, QUÍMICA e REDAÇÃO 13. (Epcar (Afa) 2013) Na ocasião da morte de Steve Jobs, a Época homenageou-o, através da capa de sua revista. Analisando-a, só NÃO se pode inferir que a) os óculos fazem uma alusão a Steve Jobs e, por isso, constituem, neste contexto, uma metonímia. b) o estilo da capa (fundo branco e informação sucinta) corresponde ao estilo clean, “limpo”, de Jobs, descrito no texto, cujo design era agradável. c) a frase escrita por Jobs revela um homem deprimido que vê na morte uma solução para seus conflitos pessoais. d) as linguagens verbal e não-verbal fazem referência à transitoriedade da vida; esta pela ausência do corpo e aquela pela certeza da morte. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: “Carta a uma jovem que, estando em uma roda em que dava aos presentes o tratamento de ‘você’, se dirigiu ao autor chamando-o ‘o senhor’”. 14. (Espcex (Aman) 2013) A análise morfossintática das palavras grifadas, na sequência em que aparecem, está correta na alternativa: a) conjunção integrante, adjunto adverbial, partícula apassivadora, pronome pessoal oblíquo b) sujeito, pronome relativo, pronome pessoal, artigo definido c) pronome relativo, conjunção integrante, objeto direto, pronome substantivo d) pronome relativo, adjunto adverbial, pronome oblíquo, objeto direto e) objeto direto, pronome locativo, sujeito, artigo definido TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: VELHO MARINHEIRO 28Sou marinheiro porque um dia, muito jovem, estendi meu braço diante da bandeira e jurei lhe dar minha vida. Naquele dia de sol a pino, com meu novo uniforme branco, 21senti-me homem de verdade, como se estivessedando adeus aos tempos de garoto. 29Ao meu lado, as vozes de outros jovens soavam em uníssono com a minha, vibrantes, e terminamos com emoção, de peitos estufados e orgulhosos. 5Ao final, minha mãe veio em minha direção, apressada em me dar um beijo. 20Acariciou-me o rosto e disse que eu estava lindo de uniforme. 6O dia acabou com a família em festa; 11eu lembro-me bem, fiquei de uniforme até de tarde... Sou marinheiro, porque aprendi, naquela Escola, o significado nobre de companheirismo. 7Juntos no sofrimento e na alegria, um safando o outro, leais e amigos. Aprendi o que é civismo, respeito e disciplina, no princípio, exigidos a cada dia; depois, como parte do meu ser e, assim, para sempre. 23A cada passo havia um novo esforço esperando e, depois dele, um pequeno sucesso. 26Minha vida, agora que olho para trás, foi toda de pequenos sucessos. A soma deles foi a minha carreira. 19No meu primeiro navio, logo cedo, percebi que era novamente aluno. Todos sabiam das coisas mais do que eu havia aprendido. Só que agora me davam tarefas, incumbências, e esperavam que eu as cumprisse bem. 2Pouco a pouco, passei a ser parte da equipe, a ser chamado para ajudar, a ser necessário. 8Um dia vi-me ensinando aos novatos 12e dei-me conta de que me tornara marinheiro, de fato e de direito, um profissional! 32O navio passou a ser minha segunda casa, onde eu permanecia mais tempo, às vezes, do que na primeira. Conhecia todos, alguns mais até do que meus parentes. Sabia de suas manhas, cacoetes, preocupações e de seus sonhos. Sem dar conta, meu mundo acabava no costado do navio. 9A soma de tudo que fazemos e vivemos, pelo navio, 14é uma das coisas mais belas, que só há entre nós, em mais nenhum outro lugar. 24Por isso sou marinheiro, porque sei o que é espírito de navio. Bons tempos aqueles das viagens, dávamos um duro danado no mar, em serviço, postos de combate, adestramento de guerra, dia e noite. 30O interessante é que em toda nossa vida, 15quando buscamos as boas recordações, elas vêm desse tempo, das viagens e dos navios. 16Até 13as durezas por que passamos são saborosas 1ao lembrar, talvez porque as vencemos e fomos adiante. É aquela história dos pequenos sucessos. A volta ao porto era um acontecimento gostoso, sempre figurando a mulher. Primeiro a mãe, depois a namorada, a noiva, a esposa. Muita coisa a contar, a dizer, surpresas de carinho. A comida TEOREMA MILITAR 3º SIMULADO EsPCEx – 1º DIA – PORTUGUÊS, FÍSICA, QUÍMICA e REDAÇÃO preferida, o abraço apertado, o beijo quente... e o filho que, na ausência, foi ensinado a dizer papai. 31No início, eu voltava com muitos retratos, principalmente quando vinha do estrangeiro, depois, com o tempo, eram poucos, até que deixei de levar a máquina. 10Engraçado, 22vocês já perceberam que marinheiro velho dificilmente baixa a terra com máquina fotográfica? Foi assim comigo. 34Hoje os navios são outros, os marinheiros são outros - sinto-os mais preparados do que eu era - mas a vida no mar, as viagens, os portos, a volta, estou certo de que são iguais. Sou marinheiro, por isso sei como é. Fico agora em casa, querendo saber das coisas da Marinha. E a cada pedaço que ouço de um amigo, que leio, que vejo, me dá um orgulho que às vezes chega a entalar na garganta. 4Há pouco tempo, voltei a entrar em um navio. Que coisa linda! 35Sofisticado, limpíssimo, nas mãos de uma tripulação que só pode ser muito competente para mantê-lo pronto. 33Do que me mostraram eu não sabia muito. Basta dizer que o último navio em que servi já deu baixa. 17Quando saí de bordo, parei no portaló, voltei-me para a bandeira, inclinei a cabeça... e, minha garganta entalou outra vez. Isso é corporativismo; não aquele enxovalhado, que significa o bem de cada um, protegido à custa do desmerecimento da instituição; mas o puro, que significa o bem da instituição, protegido pelo merecimento de cada um. 27Sou marinheiro e, portanto, sou corporativista. Muitas vezes 25a lembrança me retorna aos dias da ativa e morro de saudades. 18Que bom se pudesse voltar ao começo, vestir aquele uniforme novinho — até um pouco grande, ainda recordo — Jurar Bandeira, ser beijado pela minha falecida mãe... 3Sei que, quando minha hora chegar, no último instante, verei, em velocidade desconhecida, o navio com meus amigos, minha mulher, meus filhos, singrando para sempre, indo aonde o mar encontra o céu... e, se São Pedro estiver no portaló, direi: – Sou marinheiro, estou embarcando. Autor desconhecido. In: Língua portuguesa: leitura e produção de texto. Rio de Janeiro: Marinha do Brasil, Escola Naval, 2011. p. 6-8) Glossário - Portaló: abertura no casco de um navio, ou passagem junto à balaustrada, por onde as pessoas transitam para fora ou para dentro, e por onde se pode movimentar carga leve. 15. (Esc. Naval 2013) Em que opção o autor, ao reportar-se ao passado, emprega um termo cujo sufixo tem valor intensificador? a) “Até as durezas por que passamos são saborosas ao lembrar [...].” (ref. 16) b) “Quando saí de bordo, parei no portaló, voltei-me para a bandeira [...].” (ref. 17) c) “Que bom se pudesse voltar ao começo, vestir aquele uniforme novinho [...].” (ref. 18) d) “No meu primeiro navio, logo cedo, percebi que era novamente aluno.” (ref. 19) e) “Acariciou-me o rosto e disse que eu estava lindo de uniforme.” (ref. 20) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O Outro Marido 14Era conferente da Alfândega – mas isso não tem importância. Somos todos alguma coisa fora de nós; o eu irredutível nada tem a ver com as classificações profissionais. Pouco importa que nos avaliem pela casca. 9Por dentro, sentia-se diferente, capaz de mudar sempre, enquanto a situação exterior e familiar não mudava. Nisso está o espinho do homem: ele muda, os outros não percebem. Sua mulher não tinha percebido. Era a mesma de há 23 anos, quando se casaram (quanto ao íntimo, é claro). 3Por falta de filhos, os dois viveram demasiado perto um do outro, sem derivativo. Tão perto que se desconheciam mutuamente, como um objeto desconhece outro, na mesma prateleira de armário. 10Santos doía-se de ser um objeto aos olhos de Dona Laurinha. Se ela também era um objeto aos olhos dele? Sim, mas com a diferença de que Dona Laurinha não procurava fugir a essa simplificação, nem reparava; era de fato, objeto. Ele, Santos, sentia-se vivo e desagradado. 1Ao aparecerem nele as primeiras dores, Dona Laurinha penalizou-se, mas esse interesse não beneficiou as relações do casal. Santos parecia 6comprazer-se em estar doente. 11Não propriamente em queixar-se, mas em alegar que ia mal. A doença era para ele ocupação, emprego suplementar. O médico da Alfândega dissera-lhe que certas formas reumáticas levam anos para ser dominadas, exigem adaptação e disciplina. Santos começou a cuidar do corpo como de uma planta delicada. E mostrou a Dona Laurinha a nevoenta radiografia da coluna vertebral com certo orgulho de estar assim tão afetado. – Quando você ficar bom... – Não vou ficar. Tenho doença para o resto da vida. Para Dona Laurinha, a melhor maneira de curar-se é tomar remédio e entregar o caso à alma de Padre Eustáquio, que vela por nós. 2Começou a fatigar-se com a importância que o reumatismo assumira na vida do marido. E não se amolou muito TEOREMA MILITAR 3º SIMULADO EsPCEx – 1º DIA – PORTUGUÊS, FÍSICA, QUÍMICA e REDAÇÃO 12quando ele anunciou que ia internar-se no hospital Gaffré e Guinle. – Você não sentirá falta de nada – assegurou- lhe Santos. – Tirei licença com ordenado integral. Eu mesmo virei aqui todo começo de mês trazer o dinheiro. Hospital não é prisão. – Vou visitar você todo domingo, quer? – É melhor não ir. Eu descanso, você descansa, cada qual no seu canto. Ela também achou melhor, e nunca foi lá. Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, ficaram até um pouco amigos nessa breve conversaa longos intervalos. 4Ele chegava e saía curvado, sob a garra do reumatismo que nem melhorava nem matava. A visita não era de todo desagradável, desde que a doença deixara de ser assunto. Ela notou como a vida de hospital pode ser distraída: os internados sabem de tudo cá de fora. – Pelo rádio – explicou Santos. Um dia, ela se sentiu tão nova, apesar do tempo e das separações fundamentais, que imaginou uma alteração: por que ele não ficava até o dia seguinte, só essa vez? – 5É tarde – respondeu Santos. E ela não entendeu se ele se referia à hora ou a toda a vida passada sem compreensão. É certo que vagamente o compreendia agora, e recebia dele mais que a mesada: uma hora de companhia por mês. Santos veio um ano, dois, cinco. Certo dia não veio. 13Dona Laurinha preocupou-se. Não só lhe faziam falta os cruzeiros; ele também fazia. Tomou o ônibus, foi ao hospital pela primeira vez, em alvoroço. Lá ele não era conhecido. Na Alfândega informaram-lhe que Santos falecera havia quinze dias, a senhora quer o endereço da viúva? – Sou eu a viúva – disse Dona Laurinha, espantada. O informante olhou-a com incredulidade. Conhecia muito bem a viúva do Santos, Dona Crisália, fizera bons piqueniques com o casal na Ilha do Governador. Santos fora seu parceiro de bilhar e de pescaria. Grande praça. Ele era padrinho do filho mais velho de Santos. Deixara três órfãos, coitado. E tirou da carteira uma foto, um grupo de praia. Lá estavam Santos, muito lépido, sorrindo, a outra mulher, os três garotos. Não havia dúvida: era ele mesmo, seu marido. Contudo, 7a outra realidade de Santos era tão destacada da sua, que o tornava outro homem, completamente desconhecido, irreconhecível. – Desculpe, foi engano. 8A pessoa a que me refiro não é esta – disse Dona Laurinha, despedindo- se. (Carlos Drummond de Andrade) 16. (Espcex (Aman) 2011) Marque a alternativa em que há um verbo essencialmente pronominal. a) “Por dentro, sentia-se diferente, ...” (ref.9) b) “Santos doía-se de ser um objeto aos olhos de Dona Laurinha.” (ref.10) c) “Não propriamente em queixar-se, mas em alegar que ia mal.” (ref.11) d) “...quando ele anunciou que ia internar-se no hospital...” (ref.12) e) “Dona Laurinha preocupou-se.” (ref.13) 17. (Eear 2017) Em qual das alternativas abaixo o advérbio em destaque é classificado como advérbio de tempo? a) Não gosto de salada excessivamente temperada. b) Ele calmamente se trocou, estava com o uniforme errado. c) Aquela vaga na garagem do condomínio finalmente será minha. d) Provavelmente trocariam os móveis da casa após a mudança. 18. (Espcex (Aman) 2017) Marque a alternativa em que os termos do período foram escritos na ordem direta. a) Em canoa furada eu não embarco. b) Sempre lutamos com os mesmos objetivos na educação. c) Todos os anos, a cena repetia-se na escola. d) “Não tem azul nem estrelas a noite que enlutam os ventos”. e) Um grande incêndio reduziu a floresta a cinzas mês passado. 19. (Espcex (Aman) 2018) "(...) uma sinistra cultura de que bandido bom é bandido morto." O adjetivo em destaque apresenta, no texto, o significado de: a) errada b) maligna c) desprezível d) forte e) correta TEOREMA MILITAR 3º SIMULADO EsPCEx – 1º DIA – PORTUGUÊS, FÍSICA, QUÍMICA e REDAÇÃO 20. (Eear 2017) Leia: Marque a opção que apresenta correta interpretação da tirinha da Mafalda, personagem presente no último quadrinho, de autoria do cartunista argentino Quino, em que Felipe, no primeiro quadrinho, mostra-se pensativo com a possibilidade de participar do serviço militar. a) O menino, receoso do que poderá enfrentar no quartel, imagina situações complicadas a que se submeterá e reage com a chegada de seu herói, de modo que seus gritos foram escutados por Mafalda. b) O jovem menino, com medo do que o quartel lhe reserva, cria situações mentais em que, fatalmente, não consegue êxito, conforme expresso no último quadrinho. c) A possibilidade de poder contar com a presença física de seu herói no quartel retira, desde o início, todo medo e ansiedade do jovem que deseja servir às Forças Armadas de seu país. d) Embora com desejo de servir às Forças Armadas, a presença de Mafalda, no último quadrinho, reforça a ideia de que as mulheres não concordam com o fato de o serviço militar obrigatório ser exclusivo para homens. FIM DA PROVA DE PORTUGUÊS FÍSICA TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: Sempre que necessário, use 𝜋 = 3 e 𝑔 = 10 𝑚 𝑠2 . 21. (Unicamp 2021) Em fevereiro de 2020, a estação meteorológica de Key West, na Flórida (EUA), registrou uma revoada de pássaros migrantes que se assemelhava a uma grande tempestade. Considere uma nuvem de pássaros de forma cilíndrica, de raio 𝑅0 = 145000 𝑚 e altura ℎ = 100 𝑚, e densidade de pássaros 𝑑𝑝 = 6,0 × 10 −7 𝑝á𝑠𝑠𝑎𝑟𝑜𝑠 𝑚3 . Suponha ainda que cada pássaro tenha massa 𝑚𝑝 = 0,5 𝑘𝑔 e velocidade 𝑣0 = 20 𝑚 𝑠 , todos voando na mesma direção e sentido. Assim, a energia cinética da revoada de pássaros é igual a a) 3,8 × 108 𝐽. b) 1,9 × 107 𝐽. c) 5,2 × 103 𝐽. d) 1,3 × 101 𝐽. 22. (Unicamp 2021) Um dos fatores que determinam a capacidade de armazenamento de dados nos discos laser é o comprimento de onda do laser usado para gravação e leitura (ver figura abaixo). Isto porque o diâmetro 𝑑 do feixe laser no ponto de leitura no disco é diretamente proporcional ao comprimento de onda, 𝜆. No caso do Blu-Ray, usa-se um comprimento de onda na faixa azul (daí o nome, em inglês), que é menor que o do CD e o do DVD. As lentes usadas no leitor de Blu-Ray são tais que vale a relação 𝑑𝐵𝑅 ≈ 1,2 𝜆𝐵𝑅 . A partir das informações da figura, conclui-se que a frequência do laser usado no leitor Blu-Ray é a) 3,2 × 1014 𝐻𝑧. b) 5,2 × 1014 𝐻𝑧. c) 6,2 × 1014 𝐻𝑧. d) 7,5 × 1014 𝐻𝑧. 23. (Enem PPL 2020) Um agricultor deseja utilizar um motor para bombear água (𝜌á𝑔𝑢𝑎 = 1 𝑘𝑔 𝐿 −1) de um rio até um reservatório onde existe um desnível de 30 𝑚 de altura entre o rio e o reservatório, como representado na figura. Ele necessita de uma vazão TEOREMA MILITAR 3º SIMULADO EsPCEx – 1º DIA – PORTUGUÊS, FÍSICA, QUÍMICA e REDAÇÃO constante de 3.600 litros de água por hora. Considere a aceleração da gravidade igual a 10 𝑚 ⋅ 𝑠−2. Considerando a situação apresentada e desprezando efeitos de perdas mecânicas e elétricas, qual deve ser a potência mínima do motor para realizar a operação? a) 1,0 × 101 𝑊 b) 5,0 × 101 𝑊 c) 3,0 × 102 𝑊 d) 3,6 × 104 𝑊 e) 1,1 × 106 𝑊 24. (Fgv 2020) Uma criança de massa 40 𝑘𝑔 estava em pé no centro de uma prancha plana, de massa 12 𝑘𝑔, que flutuava em repouso na superfície da água de uma piscina. Em certo instante, a criança saltou, na direção do comprimento da prancha, com velocidade horizontal constante de 0,6 𝑚 𝑠 em relação ao solo, ficou no ar por 1,0 𝑠 e caiu na piscina a 1,7 𝑚 da extremidade da prancha. De acordo coma as informações e desprezando as perdas de energia, o comprimento dessa prancha é a) 0,9 𝑚. b) 1,2 𝑚. c) 1,6 𝑚. d) 1,8 𝑚. e) 2,2 𝑚. RASCUNHO TEOREMA MILITAR 3º SIMULADO EsPCEx – 1º DIA – PORTUGUÊS, FÍSICA, QUÍMICA e REDAÇÃO 25. (Efomm 2020) A figura mostra uma barra homogênea de massa 𝑚 em equilíbrio. Ela está sustentada por um fio em uma das suas extremidades e é impedida de cair devido ao atrito com a parede na outra extremidade. A aceleração da gravidade vale 𝑔. A força total exercida pela parede sobre a barra vale: a) 𝑚𝑔𝑐𝑜𝑠 𝜃 2 b) 𝑚𝑔𝑠 𝑒𝑛𝜃 2 c) 𝑚𝑔𝑡𝑔2𝜃 𝑠 𝑒𝑛𝜃+1d) 𝑚𝑔 2𝑠 𝑒𝑛𝜃 e) 𝑚𝑔𝑡𝑔2𝜃 𝑐𝑜𝑠 𝜃+𝑠 𝑒𝑛𝜃 26. (Fuvest 2020) Um fabricante projetou resistores para utilizar em uma lâmpada de resistência 𝐿. Cada um deles deveria ter resistência 𝑅. Após a fabricação, ele notou que alguns deles foram projetados erroneamente, de forma que cada um deles possui uma resistência 𝑅𝐷 = 𝑅 2 . Tendo em vista que a lâmpada queimará se for percorrida por uma corrente elétrica superior a 𝑉 (𝑅+𝐿) , em qual(is) dos circuitos a lâmpada queimará? a) 1, apenas. b) 2, apenas. c) 1 e 3, apenas. d) 2 e 3, apenas. e) 1, 2 e 3. 27. (Insper 2019) Sobre uma pista retilínea, lisa e horizontal, dois móveis, 𝐴 e 𝐵, de massas 𝑚𝐴 = 100 𝑘𝑔 e 𝑚𝐵 = 60 𝑘𝑔, são lançados em sentidos opostos, indo colidir frontalmente. O gráfico horário (1) mostra as posições que 𝐴 e 𝐵 ocupam sobre a pista até colidirem no instante 𝑡 = 4,0 𝑠. O gráfico (2) mostra as posições ocupadas pelo móvel A após a colisão e cinco possíveis percursos para o móvel 𝐵. O percurso correto é o a) 𝐵2. b) 𝐵3. c) 𝑩1. d) 𝐵4. e) 𝐵5. RASCUNHO TEOREMA MILITAR 3º SIMULADO EsPCEx – 1º DIA – PORTUGUÊS, FÍSICA, QUÍMICA e REDAÇÃO 28. (Fmp 2019) Um carro de massa 1,00 × 103 𝑘𝑔 é rebocado ladeira acima com velocidade constante, conforme mostra a figura abaixo. Durante o movimento, o módulo da tração na corda que liga os dois carros vale 5,00 × 103 𝑁. A inclinação da ladeira com relação à horizontal e o ângulo entre a corda e o plano da ladeira valem, ambos, 25,0°. O módulo da resultante das forças de atrito que atuam sobre o carro rebocado vale, em 𝑁, aproximadamente Dados 𝑠𝑒𝑛 25,0° = 0,400 𝑐𝑜𝑠 25,0° = 0,900 𝐴𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑔𝑟𝑎𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 10,0 𝑚 ⋅ 𝑠−2 a) 4,50 × 103 b) 4,10 × 103 c) 5,00 × 103 d) 5,00 × 102 e) 7,00 × 103 29. (Ufms 2019) Um atleta associado à Federação Sul- Mato-Grossense de Ciclismo, em sua preparação para o Desafio 6 horas de MTB, faz seus treinos em um circuito circular. Seu treinador plota um gráfico da força centrípeta em função da distância percorrida (𝐹𝑐𝑝 × 𝑑) e outro da força tangencial em função da distância percorrida (𝐹𝑡 × 𝑑). Considere 𝜋 = 3,0. Após a análise dos gráficos e considerando o sistema conservativo, a distância percorrida no circuito em 10 voltas é de: a) 160 𝑚. b) 180 𝑚. c) 300 𝑚. d) 1.600 𝑚. e) 1.800 𝑚. RASCUNHO TEOREMA MILITAR 3º SIMULADO EsPCEx – 1º DIA – PORTUGUÊS, FÍSICA, QUÍMICA e REDAÇÃO 30. (Udesc 2019) A figura abaixo mostra um carrinho de montanha-russa que inicia seu movimento a partir da altura ℎ em direção a uma volta de diâmetro 𝐷. Desconsiderando todas as forças dissipativas, se o carrinho parte de ℎ com velocidade inicial nula, o valor mínimo de ℎ para que o carrinho consiga dar uma volta é: a) 2𝐷 b) 5𝐷 4 c) 3𝐷 2 d) 4𝐷 5 e) 2𝐷 3 31. (Fuvest 2019) Um rapaz de massa 𝑚1 corre numa pista horizontal e pula sobre um skate de massa 𝑚2, que se encontra inicialmente em repouso. Com o impacto, o skate adquire velocidade e o conjunto 𝑟𝑎𝑝𝑎𝑧 + 𝑠𝑘𝑎𝑡𝑒 segue em direção a uma rampa e atinge uma altura máxima ℎ. A velocidade do rapaz, imediatamente antes de tocar no skate, é dada por Note e adote: Considere que o sistema 𝑟𝑎𝑝𝑎𝑧 + 𝑠𝑘𝑎𝑡𝑒 não perde energia devido a forças dissipativas, após a colisão. a) (𝑚1+𝑚2) 𝑚2 √𝑔ℎ b) (𝑚1+𝑚2) 2𝑚1 √𝑔ℎ c) 𝑚1 𝑚2 √2𝑔ℎ d) (𝑚1+𝑚2) 𝑚1 √2𝑔ℎ e) (2𝑚1+𝑚2) 𝑚1 √𝑔ℎ 32. (Efomm 2019) No circuito a seguir, o galvanômetro não acusa passagem de corrente. Determine o valor da corrente elétrica 𝑖 no circuito. a) 4,8 𝐴 b) 4,2 𝐴 c) 3,6 𝐴 d) 3,0 𝐴 e) 2,0 𝐴 FIM DA PROVA DE FÍSICA RASCUNHO TEOREMA MILITAR 3º SIMULADO EsPCEx – 1º DIA – PORTUGUÊS, FÍSICA, QUÍMICA e REDAÇÃO QUÍMICA 33. (Espcex (Aman) 2020) Em algumas operações militares, grupos especiais utilizam artefatos explosivos, como granadas de mão, denominadas de Luz e Som (ou atordoantes). Após sua deflagração, a granada gera como efeitos um estampido muito alto e um intenso flash de luz, que atordoam o oponente. Algumas granadas deste tipo podem possuir como reagente componente principal o magnésio metálico em pó. Considerando a luz emitida por esta granada como resultado da reação química entre o magnésio metálico pulverizado e o oxigênio do ar, tem-se a equação da reação: (s) 2(g) (s)Mg O MgO luz+ → + Acerca do magnésio e da reação descrita acima, são feitas as seguintes afirmativas: I. Essa é uma reação de simples troca. II. Nesta reação ocorre a oxidação do magnésio metálico. III. Após a deflagração da granada com reação do magnésio metálico (conforme a equação da reação descrita acima), há formação de um sal de magnésio. IV. Conforme o diagrama de Linus Pauling, a distribuição eletrônica do cátion magnésio 2(Mg )+ é: 2 2 61s , 2s , 2p . V. Após a deflagração da granada com reação do magnésio metálico (conforme a equação da reação descrita acima), ocorre a formação de óxido de magnésio e gás hidrogênio como produtos. VI. As ligações químicas existentes entre os átomos de magnésio metálico são denominadas de metálicas e as ligações químicas existentes entre os átomos no óxido de magnésio são denominadas de iônicas. Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmativas corretas, dentre as listadas acima. a) I, III, IV e VI. b) II, IV e VI. c) II, IV e V. d) I, II, III e IV. e) I, II e VI. 34. (Espcex (Aman) 2019) Os carbetos pertencem aos chamados compostos de transição, isto é, possuem o elemento carbono, mas, devido às suas características, nos carbetos o carbono forma ânions simples que estabelecem ligações com metais ou semimetais. Os carbetos são compostos que apresentam um dos seguintes ânions: metaneto 4(C )− ou acetileto 22(C ). − (FONSECA, Martha Reis Marques da, Química Geral, São Paulo: Ed. FTD, 2007, pg. 330.) O carbeto de cálcio 2(CaC ), também denominado de carbureto ou acetileto de cálcio, é um sólido duro que reage com a água para produção do gás acetileno 2 2(C H ). A reação que seprocessa é representada pela seguinte equação não balanceada: 2 2 2 2 2CaC H O C H Ca(OH)+ → + Com relação a esta reação, seus reagentes e produtos, são feitas as seguintes afirmativas: I. o carbeto de cálcio é um composto iônico. II. a nomenclatura oficial da União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC) para o acetileno 2 2(C H ) é etino. III. o 2Ca(OH) é classificado como uma base de Arrhenius e tem nomenclatura de hidróxido de cálcio. IV. a soma dos coeficientes da equação corretamente balanceada é 5. V. todos os reagentes e produtos são classificados como substâncias simples. Dado: número atômico (Z) H 1; O 8; Ca 20; C 6.= = = = Estão corretas apenas as afirmativas a) I, II e V. b) II, III e IV. c) II, III, IV e V d) I, II, III e IV. e) I, II, IV e V. RASCUNHO TEOREMA MILITAR 3º SIMULADO EsPCEx – 1º DIA – PORTUGUÊS, FÍSICA, QUÍMICA e REDAÇÃO 35. (Espcex (Aman) 2012) A tabela abaixo apresenta alguns dos produtos químicos existentes em uma residência. Produto Um dos componentes do produto Fórmula do componente Sal de cozinha Cloreto de sódio NaC Açúcar Sacarose 12 22 11C H O Refrigerante Ácido Carbônico 2 3H CO Limpa-forno Hidróxido de sódio NaOH Assinale a alternativa correta: a) O cloreto de sódio é um composto
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